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ESTADO DE MATO GROSSO

PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS


SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
ESF-EUROPA

PROTOCOLO
DE
ACOLHIMENTO ESF EUROPA

Elaborado pela Enfermeira:


Carla Renata de Souza Costa COREN-MT: 503815
Atualizado pela acadêmica
Fernanda gabrielly Cezário ramos
9°semestre – enfermagem – ufr SOB SUPERVISÃO DA ENFERMEIRA PROFª
DÉBORA A. S. SANTOS

2019
RONDONÓPOLIS-MT
ATUALIZADO
2022
RONDONÓPOLIS-MT
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INTRODUÇÃO

A assistência alicerçada na equipe multiprofissional torna-se um elemento de


grande valia, uma vez que a ideia interdisciplinar incorporada pela equipe
multiprofissional permite a prestação do cuidado integral, tornando essas práticas, e em
particular a do acolhimento, significativas nas relações afetivas entre os atores
envolvidos (profissionais e usuários). O acolhimento é uma das principais diretrizes
éticas, estéticas e políticas da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de
Saúde (SUS) no Brasil. Definido em documentos oficiais como a recepção do usuário
no serviço de saúde, compreende a responsabilização dos profissionais pelo usuário, a
escuta qualificada de sua queixa e angústias, a inserção de limites, se for preciso, a
garantia de assistência resolutiva e a articulação com outros serviços para continuidade
do cuidado quando necessário (BRASIL, 2006).

As ações de acolhimento fazem parte do processo de trabalho da Estratégia de


Saúde da Família (ESF) e são essenciais para a construção de um vínculo entre o
profissional de saúde e o usuário/família. (BRASIL, 2013).

O vínculo pode ser caracterizado como uma relação de cumplicidade entre


usuários e profissionais, concretizando-se no âmbito do acolhimento e sendo ponto de
partida para a construção de confiança entre os envolvidos. Para haver vínculo, é
indispensável que haja empatia e respeito. Os elementos que denotam a formação do
vínculo baseiam-se no reconhecimento mútuo entre serviço e comunidade, pois não se
estabelece vínculo sem a condição de sujeito, sem a livre expressão do usuário, por
meio da fala, julgamento e desejo (MONTEIRO et al., 2009).

ACESSO

O atendimento da demanda espontânea com equidade é um dos desafios para os


profissionais que atuam na atenção primária, assim como para os gestores públicos. Para
auxiliar nesse processo de reflexão destacam-se dois dos principais objetivos da
Atenção Primária à Saúde (APS): a ampliação do acesso e a continuidade do cuidado.
Uma APS forte e resolutiva depende principalmente de um acesso facilitado, em que a
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pessoa vinculada àquela equipe consiga um atendimento quando precisar, no horário


compatível com a disponibilidade da equipe e do paciente e com a forma de
agendamento viável (BRASIL, 2013).

ACOLHIMENTO

O acolhimento deve ser realizado por todos da equipe da ESF, incluindo os


servidores do administrativo. No caso dos trabalhadores dessa área, haverá a
identificação do profissional pelo qual o mesmo busca atendimento, o mesmo se houver
necessidade, é direcionado para a equipe de triagem, bem como é realizado a
identificação prévia. No entanto essa ação não substitui a avaliação do profissional de
saúde, esta só tem apenas caráter auxiliar. Nenhum usuário deve evadir da unidade sem
ter obtido algum tipo de resposta sobre suas demandas. REFERÊNCIA? ESSA PARTE
EU ESCREVI

As situações não previstas fazem parte da rotina. Como por exemplo no dia em
que a quantidade de atendimentos for abaixo do esperado, os profissionais podem
atender pessoas que, em outros momentos de maior demanda, seriam agendadas para
atendimento posterior. Essa atitude otimiza a agenda, responde mais rapidamente às
necessidades e pode aumentar a vinculação. É oportuno lembrar ainda que, em qualquer
situação, a vulnerabilidade deve ser considerada, com o cuidado de perceber se isso
deve ser enfocado de imediato ou num momento posterior (se há alto risco de vida, a
prioridade é a preservação da vida). (BRASIL,2013).

No momento do acolhimento o profissional de saúde deve ter um olhar


ampliado, atento à realidade e ao contexto de sua população, sabendo identificar as
particularidades e singularidades a fim de adotar a conduta necessária e adequada a cada
caso específico. Se forem considerados apenas os fatores biológicos no acolhimento,
não será possível garantir a saúde em sua complexidade e o acesso de acordo com a real
necessidade do sujeito (BRASIL,2013).

ESCUTA QUALIFICADA
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A escuta qualificada tem como intuito manter a privacidade do usuário e para


tanto é escolhido um local reservado para o relato das queixas. Além de propício,
facilita o levantamento de dado iniciais, visto que, muitos usuários não querem e revelar
sua enfermidade para outras pessoas. É uma oportunidade para levantar outros temas e
para observar os sinais não verbais, podendo inclusive, coletar informações do histórico
de doença, como também a realização de procedimento preventivos e de promoção.
(MAYNART et al., 2014).

Em todas as escutas, devem ser realizado as anotações de enfermagem e


aferição dos sinais vitais.

OBJETIVO DO ACOLHIMENTO

 Garantir o acesso a TODOS que procuram a ESF EUROPA;


 Ordenar os atendimentos por critérios de avaliação de risco;
 Abreviar o tempo entre a chegada do usuário em situação critica e o
atendimento;
 Responsabilização integral da equipe desde a recepção até a saída do
cliente da unidade;
 Fazer escuta qualificada e individualizada, garantindo a privacidade do
usuário;
 Aumento do grau de satisfação do usuário

CONCEITOS
Conceituação (DISTRITO FEDERAL, 2018)

Necessidade em saúde: Diz respeito tanto às necessidades médicas, doenças,


sofrimentos e riscos, como também às carências ou vulnerabilidades que expressam
modos de vida e identidades, que envolvem condições indispensáveis para se ter saúde e
para o gozo da vida.
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Demanda: Procura, pedido ou exigência do usuário pelos serviços de saúde, seja


de forma programada ou espontânea.

Demanda espontânea: Busca por serviços de saúde pelo usuário, de forma não
programada, independente do motivo ou do tempo de evolução do problema. Pode ser
caracterizada como: demanda espontânea sem queixa clínica e demanda espontânea
com queixa clínica.

Acolhimento: prática presente nas relações de cuidado, entre trabalhadores de


saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, sendo um mecanismo de
ampliação e facilitação do acesso.

Classificação de Risco na APS: processo de priorização dos atendimentos por


meio da avaliação da gravidade de uma situação apresentada utilizando critérios clínicos
e de vulnerabilidade.

Estratificação de risco na APS: processo de avaliação dos usuários com doença


crônica, considerando critérios clínicos e de vulnerabilidade. Para estratificação do risco
deverão ser observados os protocolos clínicos vigentes.

Emergência: situação clínica de falência declarada ou iminente de uma função


vital. Há risco iminente de morte que está relacionado à ausência ou instabilidade de
sinais vitais. É necessária intervenção imediata.

Urgente: situação clínica que se persistir poderá causar falência de órgãos ou


sinais e sintomas de alerta, porém, sem risco iminente de morte.

Não urgente: situação clínica estável sem sinais ou sintomas de risco,


normalmente de longa data com sinais vitais normais. Pode ser categorizado como
problema que permite atendimento eletivo

Vulnerabilidade: conjunto de aspectos sociais, culturais e políticos que


relacionados a determinado contexto social do indivíduo ou grupo podem provocar
maior ou menor exposição a doenças e agravos.
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Agenda aberta: espaço flexível na agenda que fica disponível para realizar
atendimentos no mesmo dia aos usuários que buscam a unidade com demanda
espontânea (com ou sem queixa clínica).

Escuta Qualificada: modo de escuta utilizado com o objetivo de ouvir com


atenção e tempo, as necessidades e dúvidas trazidas pelo usuário.

Acesso: Os serviços devem ser conhecidos pela população e percebidos pelos


usuários, como disponíveis para todos que necessitem, de forma a estimular sua
utilização como primeiro e principal contato com o sistema de saúde.

Atenção Domiciliar: Conjunto de atividades realizadas no domicílio de forma


programada e continuada, segundo a necessidade das pessoas e das famílias atendidas.
Envolve ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras. A atenção
domiciliar pode ser prestada por diferentes modalidades de cuidados, como a assistência
domiciliar, a visita domiciliar, a internação domiciliar, o acompanhamento domiciliar e
a vigilância domiciliar.

Visita Domiciliar: o conceito de visita domiciliar foi redefinido considerando


agora apenas de competência do Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de
Combate às Endemias (ACE). Para todos os outros profissionais de saúde, nível médio e
nível superior, a visita domiciliar é definida como atendimento no domicílio.

Territorialização em saúde: metodologia utilizada para definir territórios de


atuação dos serviços com objetivo de adequar o modelo assistencial ao perfil
populacional. Baseia-se no reconhecimento do território segundo a lógica das relações
entre ambiente, condições de vida, situação de saúde e acesso às ações e serviços de
saúde.

PRIORIDADE PARA ESCUTA QUALIFICADA NA ESF EUROPA

 Sofrimento ou risco de morte;


 Portadores de necessidades especiais;
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 Idosos;
 Gestantes; e
 Crianças.

FUNÇÕES DA RECEPÇÃO DA ESF EUROPA NA CHEGADA DO


USUARIO

 Atender cordialmente e respeitosamente o usuário;


 Localização de prontuário;
 Perguntar se o usuário pertence à área de abrangência;
 Solicitar ao usuário o numero do CNS e o número do prontuário;
 Orientar os usuários sobre como se organiza a rotina de atendimento;
 Marcação de consultas;
 Organizar os encaminhamentos para exames e consultas com
especialistas;

FUNÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA ESF EUROPA


 Identificar as prioridades para escuta qualificada, atendendo esses
usuários primeiro;
 Verificar sinais vitais, glicemia, medidas antropométricas e anotar
no prontuário;
 Ordenar (priorizar) direcionando o usuário para uma sala, onde
será respeitando a privacidade e realizando a escuta qualificada;
 Recepcionar o paciente na sala de vacina, verificando as
demandas e realizar procedimentos;
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 Recepcionar os clientes com demanda de procedimentos de


enfermagem (curativo, retirada de pontos, teste do pezinho, aferição de
PA e glicemia, vitamina A, medicação IM e EV), dispensação de ACO);
 Preencher a ficha do e-sus para escuta qualificada;
 Escutar o usuário privativamente;
 Aferir os sinais vitais do paciente comunicando o enfermeiro e
médico alterações;
 Ajudar na estabilização do usuário;
 Definir se o problema e agudo ou crônico;
 Realizar os atendimentos de baixa complexidade.
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FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Política nacional de humanização da atenção e da gestão do SUS: material


de apoio. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea / Ministério da Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, 2013.

BRASIL. Secretaria do Estado de Saúde. Protocolo do Acesso na Atenção Primária à


Saúde do DF. Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde. Distrito Federal, 2018.

MAYNART WHC, et al. A escuta qualificada e o acolhimento na atenção


psicossocial. Acta Paulista de Enfermagem, 2014 COLOCAR NAS NORMAS DA
ABNT

MONTEIRO MM, FIGUEIREDO VP, MACHADO MFAS. Formação do vínculo na


implantação do programa saúde da família numa unidade básica de saúde. Rev Esc
Enferm USP. 2009. COLOCAR NAS NORMAS DA ABNT

SANTOS JC, CEOLIM MF. Iatrogenias de enfermagem em pacientes idosos


hospitalizados. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. 2009
COLOCAR NAS NORMAS DA ABNT

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. Brasília


Saudável. Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no Distrito Federal. 2016.

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