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ANÁLISE MATEMÁTICA II

13-Abril-2022
Aula Teórica 6 – Integral Definido
Tema:
Cálculo de Integral Definido

Integral definida como limite da soma

1º. Soma Integral.

Seja 𝑓(𝑥) uma função definida no segmento 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 e 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏, uma divisão
arbitrária deste segmento em 𝑛 partes. A soma da forma:
𝑛−1

𝑆𝑛 = ∑ 𝑓(𝜉𝑖 ) ∆𝑥𝑖 (1)


𝑖=0

Onde 𝑥𝑖 ≤ 𝜉𝑖 ≤ 𝑥𝑖+1 ; ∆𝑥𝑖 = 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 ; 𝑖 = 0, 1, 2, … , (𝑛 − 1), recebe o nome de soma integral da


função 𝒇(𝒙) em [𝑎 , 𝑏]. 𝑆𝑛 representa geometricamente a soma algébrica das áreas dos rectângulos
correspondentes

𝐴 𝐵
+ +
+

𝑎 = 𝑥0 𝑥𝑛−1 𝜉𝑛−1 𝑥𝑛 = 𝑏
𝜉0 𝑥1 𝑥
+

2º. Integral defenida

O limite da soma 𝑆𝑛 quando o número de partes 𝑛 de divisões tende ao infinito e a maior das diferenças
∆𝑥𝑖 tende a zero, se chama Integral definida da função 𝑓(𝑥) entre os limites 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏, isto é,

𝑛−1 𝑏

lim
𝑚á𝑥 ∆𝑥𝑖 →0
∑ 𝑓(𝜉𝑖 ) ∆𝑥𝑖 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 (2)
𝑖=0 𝑎

Se a função 𝑓(𝑥) é contínua em [𝑎 , 𝑏], também será integrável em [𝑎 , 𝑏], isto é, o limite (2) existe,
independentemente do método que se use para dividir o segmento de integração [𝑎 , 𝑏] em segmentos
parciais e da escolha dos pontos 𝜉𝑖 dentro destes segmentos. A integral (2), definida geometricamente,
é a soma algébrica de áreas de figuras que formam o trapézio mistilíneo aA Bb, no qual as áreas das

1
partes, situadas sobre o eixo 𝑂𝑋, são tomadas com sinal positivo, enquanto que as áreas que se
encontram abaixo do eixo 𝑂𝑋 são tomadas com sinal negativo

A definição de soma integral e de integral definida transferem-se, naturalmente, no caso do segmento


[𝑎 , 𝑏], quando 𝑎 > 𝑏.

Exemplo 1. Formar a soma integral 𝑆𝑛 para a função

𝑓(𝑥) = 1 + 𝑥

No segmento segmento [1 , 10], dividindo este intervalo em 𝑛 partes iguais e escolhendo os pontos 𝜉𝑖
de forma que coincidam com os extremos esquerdos dos segmentos parciais [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1 ]. A que é igual o
lim 𝑆𝑛 ?
𝑛→∞

Resolução

𝑏−𝑎 10 − 1 9 9𝑖
∆𝑥𝑖 = ; ∆𝑥𝑖 = = e 𝜉𝑖 = 𝑥𝑖 = 𝑥0 + 𝑖∆𝑥𝑖 = 1 +
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛

Daí
9𝑖 9𝑖
𝑓(𝜉𝑖 ) = 1 + 1 + =2+
𝑛 𝑛
𝑛−1 𝑛−1
9𝑖 9 18 81 81 𝑛(𝑛 − 1)
𝑆𝑛 = ∑ 𝑓(𝜉𝑖 )∆𝑥𝑖 = ∑ (2 + ) = 𝑛 + 2 (0 + 1 + ⋯ + 𝑛 − 1) = 18 + 2 =
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 2
𝑖=0 𝑖=0

81 1 1 81
= 18 + (1 − ) = 58 −
2 𝑛 2 2𝑛
1
lim 𝑆𝑛 = 58
𝑛→∞ 2

11

𝑦 = 𝑥2

2
𝑺𝒏

𝑎
1 10
0

2
Exemplo 2. Achar a área do triângulo mistilíneo, limitado pelo arco da parábola 𝑦 = 𝑥 2, pelo eixo 𝑂𝑋 e
pela recta vertical 𝑥 = 𝑎 (𝑎 > 0)
𝑎
∆𝑥 =
Solução: Dividimos a base 𝑎 em n partes iguais ……….….𝑛 Escolhendo o valor da função no início de
cada segmento, teremos:

𝑎 2 𝑎 2 𝑎 2
𝑦1 = 0; 𝑦2 = ( ) ; 𝑦3 = [2 ( ) ] ; ⋯ ; 𝑦𝑛 = [(𝑛 − 1) ]
𝑛 𝑛 𝑛
𝑎
A área dos rectângulos inscritos é calculada, multiplicando cada 𝑦𝑘 pela base ∆𝑥 =
𝑛
Somando, obtemos a área da figura escalonada

𝑎 𝑎 2
𝑆𝑛 = ( ) [1 + 22 + 32 + 42 + ⋯ + (𝑛 − 1)2 ]
𝑛 𝑛

Utilizando a fórmula da soma dos quadrados dos números inteiros


𝑛
𝑛(𝑛 + 1)(2𝑛 + 1)
∑ 𝑘2 =
6
𝑘=1

Achamos

𝑎3 (𝑛 − 1)𝑛(2𝑛 − 1)
𝑆𝑛 =
6𝑛3

donde, passando ao limite, obtemos

𝑎3 (𝑛 − 1)𝑛(2𝑛 − 1) 𝑎3
𝑠 = lim 𝑆𝑛 = lim =
𝑛→∞ 𝑛→∞ 6𝑛3 3

3
Integral Definido

O integral definido é ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 onde 𝑎_limite inferior e 𝑏_limite superior


𝑎

Para seu cálculo usa-se o método de Newton-Leibnitz


𝑏

∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎)


𝑎

5 5
𝑥2 1 1 24
Ex1 ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = | = (52 − 12 ) = (25 − 1) = = 12
2 1 2 2 2
1
1
𝑑𝑥 1 𝜋 𝜋
Ex2 ∫ 2
= arc tg 𝑥 | = arc tg 1 − arc tg 0 = − 0 =
1+𝑥 4 4
0 0

Método de Substituição

∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑎) − 𝐹(𝑏)


Doaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, faz-se 𝑥 = 𝜑(𝑡), onde 𝑡 é uma nova variável e 𝜑(𝑡) é uma funçãoaa
𝑎
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa contínua e diferenciável tal que:
𝑏 𝛽
𝑑𝑥 = 𝜑′ (𝑡)𝑑𝑡) 𝑥 = 𝑎, 𝛼 = 𝜑(𝑎)
𝑥 = 𝑏, 𝛽 = 𝜑(𝑏) ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓[𝜑(𝑡)] 𝜑′ (𝑡)𝑑𝑡
𝑎 𝛼

3
Ex1:
∫(𝑥 + 1)2 𝑑𝑥 Seja: 𝑡 = 𝑥 + 1 quando: 𝑥 = 0, 𝑡=1
0 Se.: 𝑑𝑡 = 𝑑𝑥quando: 𝑥 = 3, 𝑡=4

3 4 4
𝑡3 1 1 63
∫(𝑥 + 1) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡 𝑑𝑡 = | = (43 − 13 ) = (64 − 1) =
2 2
= 21
3 1 3 3 3
0 1

𝑒
Ex2: ln 𝑥
∫ 𝑑𝑥 Seja: 𝑡 = ln 𝑥 quando: 𝑥 = 1, 𝑡=0
𝑥
1 𝑑𝑡==𝑑𝑥 quando o:𝑥 = 𝑒,
Sej 𝑑𝑡 𝑡=1
𝑥

𝑒 1 1
ln 𝑥 𝑡2 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡 𝑑𝑡 = | = (12 − 02 ) = (1 − 0) =
𝑥 2 0 2 2 2
1 0

4
1
𝑥
𝐸𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜: 𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑙 ∫ 𝑑𝑥
√5 − 4𝑥
−1

Resolução

Seja 𝑡 = 5 − 4𝑥, então 𝑑𝑡 = −4𝑑𝑥. Quando 𝑥 = −1 a variável 𝑡 = 9 e quando 𝑥 = 1, 𝑡 = 1. Assim

1 1 9
9
𝑥 (5 − 𝑡)
1 5 1 2 1
∫ 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑡 = ∫ ( − √𝑡) 𝑑𝑡 = (− 𝑡√𝑡 + 10√𝑡)| =
√5 − 4𝑥 16√𝑡 16 √𝑡 16 3 1 6
−1 9 1

Integração por partes

Se as funções 𝑢 = 𝑢(𝑥) e 𝑣 = 𝑣(𝑥) possuem derivadas contínuas em [𝑎, 𝑏], então tem lugar a fórmula
𝑏 𝑏
!𝑏
∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 | − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
!𝑎
𝑎 𝑎

Exemplo: 𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 ∫ 𝑥 sin 𝑥 𝑑𝑥


0

𝜋 𝑏 𝑏
!𝑏
∫ 𝑥 sin 𝑥 𝑑𝑥 ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 | − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑑𝑣 = sin 𝑥 𝑑𝑥 !𝑎
0 𝑎 𝑎
Aqui faremos 𝜋 𝜋
Para encontrar 𝑣, devemos !𝜋
𝑢=𝑥 ∫ 𝑥 sin 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ (− cos 𝑥) | − ∫(− cos 𝑥) 𝑑(𝑥)
integrar ambo membros !0
𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 0 0
∫ 𝑑𝑣 = ∫ sin 𝑥 𝑑𝑥 𝜋 𝜋
!𝜋
∫ 𝑥 sin 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 cos 𝑥 | + ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥
𝑣 = − cos 𝑥 !0
0 0
𝜋
! !𝜋
= 𝑥 cos 𝑥 | + sin 𝑥 |
!0 !0
=𝜋

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