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601 Provérbios Changanas (Primeiras 30 Páginas)
601 Provérbios Changanas (Primeiras 30 Páginas)
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PROVÉRBIOS
CHANGANAS
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PROVÉRBIOS CHA.NGA.NAS
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PADRE ARMANDO RIBEIRO, C.M.
601
,PR ,OVÉR'BIOS CHANGA,NAS
1 No int erior ainda se conserva esta trad ição tão característica dos povos
-V-
Aí se entretêm no jogo infantil das adivinhas, aguçando e desen -
volvendo a inteligência. Aí ouvem as lendas, contos e fábul as tradicio- l sem estudar a fundo suas tradições, seus contos e lendas , seus cantos. suas
adiv inhas, seus provérbio5, num a palavra : todos os géneros da sua litera-
nais , fixando-as com admirável facilidade, bem como a lição que cada
uma contém . Aí se riem da estupidez do elefante corpulento enganado· tura que foi onde ele gravou mais profundamente o seu modo de ser.
pelo pequenino coelho 1 e concluem que «mais vale a astúcia que a Os provérb ios são , talvez, o produto mais autêntico da literatura
f~rç~». e que «os homens não se medem aos palmos». Ve m de pois a àfricana. Nos cantos , há sempre novos que vêm substituir e fazer esque-
h1stona do morcego que, aproveitando-se da sua natureza dúbia não cer os antigos; os contos vão-se mo derni zando e cada qual vai acres-
q_uis tom~r partido na guerra entre as aves e os outros animais ~ que centando da su'a lavra , de modo a mudar-lhes por vezes a estrutura pri-
ainda hoJe esconde a sua covard ia nas trevas da noite . É O coelho mitiva, porq ue : «quem conta um conto sempre lhe acrescenta um
matreiro que, depois de enganar quase todos os outros animais com ponto». Os provérbios não. Podem aparecer alg uns novos mas os anti-
a ~ua astúcia, se deixa vergonhosamente enganar pelo cágado , pelo cama- gos conservam sempre o seu valor e príst ina pureza. Mesmo porque :
leao, pelo caracol e pela galinha. Lição: Ninguém deve abusar da sua «Ditados velhos são evangelhos» .
esperteza. Muitas vezes vem o desaire donde menos se espera. E ass im «Os prové rb ios est ilizam casos normais e anormais da vida; são
toda uma trama de contos , fábulas , histórias e lendas, de feição vinca- ·axi omas t irados da observação dos homens , dos animai~ e da natureza
Cilamente instrutiva e moralizadora , de tal ~odo vivas e presen tes na e, depois , aplicados a t odos os casos idênticos co m a mesm a forç~ de
família e na tribo, que podem considerar-se o tesouro espiritual do povo. verdade e oportuni dade» . Na sua concisão são a expressão mais fina
É aue a prática de contar contos não é apenas um agradável passa .. da filosofia popu la r, um resumo das atitudes do homem peran te a vida,
tempo mas também uma instituição clânica, digamos mesmo , uma escola um código de proced imento , um caminho traçado ao longo da existência.
fam iliar, pois é aí que a criança aprende as regras de educação e res• Quant o à or igem e interpretação dos provérbios, sua forma e utiliza-
peito , recebe a prime ira noção do dever, começa a conhecer e a inte- ção , acontece o qu e acontece com os provérbios de qualquer outra língua:
grar-se na sociedade no meio da qual tem de viver, respeitando suas -Alguns são reminiscências de contos de todos conhecidos , o ponto
leis, evitando seus tabus , sujeitando-se às suas ex igências. E por isso , cul mi nante da história, um dito mais expressivo (Ver n.0 8 22, 23, 188,
cada velha que, à noite, se rodeia de miúdos para lhes contar as co isas: 525 e 529) ,
de antanho, pode ser considerada a educadora nata da tribo, a defen- - Há provérb ios que são quase a tradução literal dos nossos, iden-
sora dos costumes ancestrais, a heroína anónima que mantém acesa a tidade tal que até leva a desconfi ar da sua autenticidade. Afirm aram-me
chama do passado. que também esses eram «palavras dos antigos», o que apenas prova que
!É, pois, ao meio do povo, ao seu rico folclore , que temos de ir pro- a alma humana é igual em todas as latitudes nas suas observações, nos
curar e recolher essas peças de tão original literatura. E ninguém tenha a seus juízos e conclusões ( Ver n.08 1, 30, 40, 42, 46, 1OS, 182, 207, 211,
pretensão de conhecer a língua, muito menos a mentalidade do negro , 218, 282, 312 e 504).
- Muitos são ricas expressões poéticas, alegorias · cheia's de beleza
no realismo profundo do seu significado (Ver n. 08 162, 163, 230, 231,
1
Entre os changanas, como em geral entre todos os bantes, o coelho ( íi wa- 284, 285, 417, 468, 565, 591, 592, 593 e 594).
-mpfundlha - que alguns traduzem por lebre) personifica a esperteza e a astúcia - Há-os que acusam data relativa mente recente mas que em nada
conseguindo quase sempre, pelas suas artimanhas, levar a melhor sobre os grande;
desmentem o poder de observação e concisão dos antigos (Ver n.0 • 32,
animais da floresta.
87, 256, 329 e 572).
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YJl -
- Outros finalm ente são t ão o rigi nais, tão cheios de cor local , de
tão fina observação , q ue só se rão bem compreendidos por quem esti -
ver be m ao par dos cost u mes da t erra e do espír ito das suas ge ntes
(Ver n .º' 13 , 20 , 47, 75, 127 , 212, 238 , 264, 267, 328, 399, 538, 554 e 599).
Aparecem vár ios pro vérb io s com a mesm a a pli cação (3 - 19 - 27;
34-69 -564 ; 74 -27 1; 85-595; 11 7 -259-402 ; 160- 161 ; 204-374;
51 2 - .5 17 - 528 - 53 l ) ; ·ou t ros , so b a mesma forma podem te r vár ias apl i-
cações ( 146 - 173 - 29 1 - 344 - 439 - 580) ; há provér bio s q ue se contra-
dizem ( 54 - 576 ; ~ 17 - 283 ), q ue se usam já na afirm at iva já na negat iva
{56 -57; 155 - 156) , em que há ape nas inversão de term os (38-326;
2 00 - 20 l ). A lguns, f ina lmen te . não passam de corrup te las de outros,
devido a sem e !h~nças fo nét icas ( 100 - 152). Todo s estes fenómenos se
.e ncon tra m. por cxe mp o, e m po rtug uês e t ê m a s ua exp li caçfo.
Os p rovérbios são de uso mu ito frequ e nte na boca do nativo . Um
p rovérbio po de âirimir uma co nte nda, just if c'ar uma acção, f unda menta r
um pe d ido , corro bo ra r u ma afir mação co m fo rça de argumento, desc ul-
par u ma fa lta , encerrar um conselho , censurar um proced imento , con-
t er um a regra de ed ucaçã.o , um cost ume da terra, u ma lei da tri bo .
E pode t am bém ser a me ' hor das pià das d ito co m âCe rto e na ocasião
ap rop riada. É sobretudo nas grandes discussões das ban jas e nas reu-
niões o nde se d iscutem os pequ e nos e grand es probl emas fam ·1ia res
,q ue os provérbios são em pregados com a máx ima nat uralida de , com
toda a sua fo~ça de expressão, co m inigu alável a-propós ito, e , tantas
vezes, co m aquele sabor acre de ironia capaz de refu t ar todos os argu- '
mentos e impo r silênc io ao melhor o rado r.
En tre mos nu ma banja. Sau dado o régul o e seus conse lh eiro s, todos
se senta m em círculo para t rat ar qualq uer assun t o: uma qu ei xa, um
desmando, um roubo , questões de terras, etc. Levanta-se o primeiro
orador e ex põe o se u pon t o de vista. É ouvido em profundo silêncio,
v silênôc qu e, às vezes, até parece distracção ou desinteresse. Mas não.
Al i não s.e perde uma palavra . Se o orador falou muito mas não disse
coisa de jeit o , se «mist urou alhos com bugalhos» , ao sentar-se ouvirá
qualque r coisa co mo isto: «O luma- luma ingi i kon dlho» - mordeu
aqui, mordeu acolá como um rato . Se não encarou a coisa com o devia
Vlll-
' ser, mas procurou fugir à questão, desviar-se do assunto, ouvirá certa-
mente: «O be tsandza, o tshika ngoma» - bateu o tronco oco e deixou
o tambor. «U nga khandziyi a nsinyeni hi maravi» - não subas à árvore
pelos ramos. Se, pelo contrário, encarou o assunto de frente, como devia
ser, e o esgotou, todos levantarão os olhos para ele em sinal de apro-
vação, dizendo: «O be marhumbu la'matsongo» - bateu, chegou às tri-
pas finas. Está tudo dito, nada ma is há a acrescentar. Se algum atrasado
se levanta e· repete o que já foi dito ou começa a falar de uma coisa
de que se não estava tratando, ouvirá como censura: «Wo nghena hi
hlo mbe, ngoma ya kona a u yi tivi» - entras batendo as palmas para
a dança mas não sabes a cantiga. Ouviste cantar o galo mas não sabes
aonde . Queres-te meter à conversa sem saber do que se t rata. Se o
a cusado não consegue defender-se o u te nta refutar uma prova evidente
da sua culpabilidade, dir-lhe-ão logo: «I chithlangu cha tlhuka» - é um
escudo feito de fo lhas de árvore; «muviko wa nh lampf urha» - defesa
de folha de ríc·no. Quanto mais se defende mai s se enterra. Se alguém
ar r isca uma afirmação gratuita, ou virá certamente: «Hi ta ku i mangwa
loko hi vona mavala» - diremos que é uma zebra quando virmos as
suas listras. Prova o que dizes. Só pa)avras não bastam . E assim por
diante. Desde as grandes banjas à vida familiar, desde os fluentes dis-
cursos às conversas dos cami nhos, em todas as circunstâncias em que
é preciso recorrer à eloquência 1 , sempre aparece o provérbio a matizar
a fala, a embelezar o discu rso, a dar força à palavra e tam bém a mos-
trar erudição , pois se trata da sabedoria dos antigos que é precis<:> mos-
trar, com orgulho , que se conhece.
Nesta colecção de provérbios que agora sai a lume , mais com fim
linguístico do qu e folclór Íco, isto é, encarando cada provérbio sobretudo
1 Ser eloquente, saber falar, dizem eles «ku va ni chifuva» -ter peito, ex-
pressão que indica menos a força ou timbre da voz , como poderia parecer, do que
:a clareza da ex posição, a força do a rrazoado, o pod er de convencimento.
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como exem plo de linguage m, apresentar-~e-á em prim e iro lugar, o pro-
vérbio changana tal q ual como foi ou vido do povo; em segundo lugar,
a su;;,. tradução literal 1 ; e em terceiro lugar, o se u sentido e apl icação ,
quanto possível .expressos por um ou mais provérbios port ugueses, a
não ser que a tradução literal seja por si suf icie nteme nte clara. Para A
mu itos , como é natu ral, não se e ncontro u ou não há provérbio portu-
l- A CHINCKAMA A CHI TILW ISI.
guês correspondente e por isso contentar-no s-em os com uma exp licação
Um carneiro não se provoca à luta a si mesmo.
ou um caso exem pli ficand o a su a ap licação . Qu alq uer particulari dade
julgada necessária à clare za da interpretação será apontada em nota. Um carneiro não turra só.
Dado o fim restrito deste trabalho, ju lgou-se que a melho r ordem seria Um teimoso não teim3. só.
Quando um não quer, dois não bulham.
a alfa bética e assim se fez .
Os provérb ios reco lh idos são apenas uma amostra do mu ito, do
muitíssimo que há. Precisamos de os recolher enquanto é tempo. Por- 2-A CHIZIVA CHIMPSHA CHI DHLAYA A NGUVU LE'YA KHAL E-
que : «Wuthlari va fa nabzo» - A sa bedori a morre-se com ela . Tudo Um remendo novo rasga uma capulana velha .
desaparecerá com os velhos. Para isso não ser ia de desaconselhar a orga- Pode haver um novo sensato e um velho insensato.
ni zação de um concurso de provérbios em «O Brado Africano» . Era
uma ma neira de reco lher os provérbios das várias regiões e até das.
?iferentes língu as e d ia lectos fala dos na Província. Digam qualquer ?-A CNOLO YI TIVIWA HI MUTCHAYELI .
co isa os entendidos.
A carroça conhece-a quem t ange ( os bois) .
Cada um é que sabe dos seus negócios.
P. A. R. Cada um sabe de si.
5- A HOSI A YI NA CHAKA.
O rei não tem parente.
1 Às vezes, até literal de mais , mas t alvez útil para se· poder fàcilmente des - Para a justiça não há ,parentela.
co brir a const rução sintáctica do provérbio changana .
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.f:i-A HUKU YI HAN YA HI KU HANDZA.
A galinha vive esgaravatando. 11 - A KU LELA KU VANGA VUYENI.
O despedir causa as visitas.
Sem trabalho nada se a lcança.
O homem deve vi ver do seu trabalho. É nas despedid'.'l.s que se marcam as visitas.
Trabalha e terás, madruga e verás.
As aparências iludem.
10-A KU HLW ELA A KU HANYA U TA SALA U BSI VONA. Não há bela sem senão.
Se viveres muito hás-de ver muitas coisas. Nem tud o o que luz é ouro, nem o que alveja é prata-
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22 - A MPFUNDHLA WU FE KOLA 1 .
l17-A MANGA NI KONDLHO A BSI LAYANI. Aqui morreu o coelho.
O amendoim e o rato não estão bem frente um ao outro.
Aqui é que a porca torce o rabo.
Estopas ao pé do lume não estão seguras. Aqui é que é o busílis.
118-A MBITA YA YOVO YI ,DHLAYA LE'TO TIYA. 23-A MPFUNDHLA WU RHUME NDLHOPFU .
Uma panela fraca parte as panelas fortes. O coeiho deu ordens ao elefante.
Uma pessoa doente pode viver mais que uma pessoa sã.
CHINHANA CHI RHUME NDLHOPFU.
A rela deu ordens ao elefante .
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,19-A MBITA YI TIYIWA HI MUPHAMELI .
A panela conhece-a quem distribui a comida. N SO KOTI YI RHUME NDLHOPFU.
A formiga deu ordens ao elefante.
Cada um sabe de si.
Cada um sabe dos seus negócios.
Cada um sabe aquil o, com que conta. NC HUNDZU WU DLHAYE NDLHOPFU.
(Ver n.º 3). A sanguessuga matou o elefante.
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NSOKOTI YI DHLAYE NDLHOPFU.
20-A MBITA YI VILA HI MABSEKO MANHA.RU 1•
A formiga matou o elefante.
A panela ferve em cima de t rês pedras.
Os homens não se medem aos palmos.
Testem unho dum só não faz fé . Mais vale a astúcia que a força.
Palavra de três Deus a fez. NOTA: Todos estes provérbios são títulos de contos tradicionais.
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25 ...:_ A MU TCHELI WA KHELE KU _H0DJ0M ELA YENA. 3t - A NGA NA NENGE A LAVA KU KHAVA.
O que faz o buraco cai nele. Não tem perna e quer dar um pontapé.
Cair no b uraco que cavou.
Não tem pé e quer dar coice.
Cair na própria ratoeira.
Quem arma a esparrela muitas veze,. cai nela.
32 - A NKOMPFA A WU NA CH IVANG0.
A banana não tem rugas.
27 -A NDZ HAKU KU VUYELA SINGE.
Atrás ( só ) volta o tolo.
O branco tem sempre razão.
Só o tolo cai duas vezes no mesmo buraco.
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36 -A NTCHELE WA MAMBA YA YALA KU TC HELA, A KU HLO, 42 ~ A U TSHOYELI LAHA U NGA BZALANGIKI.
METELA VA HLOMETELA. Não podes colher onde não semeaste.
Não se cava o buraco da mamba 1, mas pode-se espreitar,
Quem não semeia não colhe.
Nada ·se perde em experimentar: Se queres colher, nãb te esqueças de semear.
Ninguém colhe onde não semeou.
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44-A WUKOSI BZI KUMEKA A NDZHOPENI •
38-A NYANGA A YI LAYI MUYABZI.
A riqueza encontra-se na lama.
Não é o médico que procura o doente.
Quem precisa é que estende a mão. O que tem valor custa a adquirir.
O que não custa não lustra.
Não há honra sem trabalho.
39 -A RIHLANYI A RI PFUMALI A MUNGHANU .
Ao tolo nunca falta um amigo.
45-A WULOMBE RI NANDZIYA HA ROCHE .
O tolo tem sempre outro que o admira. O mel é doce por si mesm!),
Ser extrem3.rnente pobre. 1 Apl ica-se ao amor dos pa is para com os filhos e à Providência de Deus.
2 A lama significa o t rabalho árd uo , penoso, difícil.
1 Aplica,.~e para ani ma r alguém que vai fa zer um pedido a uma pessoa com
fama · de má. Quase tem a certe za de não ser atendido. Mas vai tentar. Nada perde
C' m experimentar.
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51-BSA RIYALA A BSI HELI .
As coisas da planície não têm fim.
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56- BSIPENE BSIMBIRI HI MPIN GU 1 WUNWE A BSI YENTCHEKI.
Dois cabritos num só pau, não pode ser.
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64- CHIHANDZI CHA NDZILO CHO TIHANDZELA.
Quem espalha o lume ~spalha-o para si mesmo.
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SONGA . A CHIKUMBA CHA HA TSAKAMA.
Dobra a pele enquanto está verde.
NOTA : Aplica-se este provérbio ·ao rapaz que se lastima de ter sido aban-
donado pela rapariga dos seus amores . É como se dissessem : Deixa lá! Nio
faltam raparigas.
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74- CHltvl lNTA MATSENGELE CHI TSHEMBA NKOLO. 79- CHIPHASA VA WUTHLARI A MANWINI I HOSI.
Quem engole matsengele 1 confia na goela. É o régulo que apant-ia os espertos na sua esperteza.
Quem se atira à água é porque sabe nadar. Mais vale a muita experiência que a muita esperteza.
75 - CHINGOMBELA 2 CHI TCHI NIWA HI WUCHAKA . 80- CHIPICHI NI KONDHLO A BSI TSHAMI BSINWE.
A chingombela dança-se por parentesco. O gato e o rato não podem estar juntos.
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1 ... ..
:85- CHITCHUNGWA CHA YINDLHU CHI PFALA BSINYING I. 90- CHIYAMBANA CHI SASELA TINUNGU.
O cocuruto da palhota fecha muitas coisas. O teixugo prepara ( o buraco) para os javalis 1 •
Pedra e cal encobrem muito mal. Uns têm o trabalho, outros o proveito.
As telhas do telhado encobrem muita miséria. Oulro virá gozar do teu trabalho.
Tudo acaba.
Tudo tem o se~ fim.
~ 8- CHIVANDZANA CHO LEVA CHI VONIWA HI MARHUVA YA
CHONA.
O animal feroz conhece-se pelas suas garras. 94 - CKHIVI RI PSHA KUTSONGO-KUTSONGO.
A lagoa seca pouco a pouco.
Qual te acho, tal te julgo .
. Pelas obras se conhecem os homens. TIVA RI KOKA HI MA THLELO
Quem o não quer ser, não o pareça. Ou: TIVA RI PSHA HI MATHLELO.
À lagoa seca pelos lados.
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' 25- CKULU LI RUNGIWA A BANDLHA. •
A pele cose-se na banja.
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100- DJANA U SIYELA MUNDZUKU 1•
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108- HLANTA U TA WONGOLIWA HI VA WENA. 113 - HOMU YI PFUCHIWA LE'YI TIPFUCHAKA.
Vomita, serás tratado pelós teus. Ajuda-se a levantar um boi que se levanta a si mesmo.
Na necessidade se prova a amizade. Ajuda-te e Deus te ajudará.
Na desgraça se vê o amigo fiel.
109- HLEKA WE NA, MUNDZUKU BSI TA VUYA HA WENA. 114- HOS! 1 VANHU .
Ri-te, amanhã será a tua vez ( de chorar). O rei são as pessoas ( que ele governa).
Quem se ri do mal do vizinho o seu vem pelo caminho.
Não te rias de quem chora Não há rei sem vassalos.
É coisa que o céu ordena;
Nada é o rei sem vassalos.
1,
1, Pode a roda desandar
Sofreres tu a mesma pena.
115- HUBZENI A VA PSHITELI.
Na reunião dos velhos não se cospe.
110- HLEKA WULEMA NA WA HA RI NDZl;NI.
, Ri-te dos outros estando ainda no ventre ( da tua mãe).
A juízo trazem-se coisas séria~
HLEKA WULEMA NA WA RI NWANA.
Com coisas sérias não se b!'inc.:a
Rit-te dos outros sendo ainda criança 1 •
Acima de tudo respeito.
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Ili~
A gal inha está a ser queimada pelo ovo.
122 - HU MBA YI SIYA LEMB U LAHA YI FAMBAKA KONA. Quanto mais se desculpa mais se etaterra.
O caracol deixa baba por onde passa. Enterrar-se até às orelhas.
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127 - 1 KONDLHO RO TSHAMA NKAMBANINI. 133-1 NHLATAW9 YALA MUBZALI , WU LAVA MUTCHELI.
É um rato que está dentro da tijela. Batata doce que não gosta de quem a semeou e ama quem a
arranca.
É pior iJ. emenda que o sanem.
. Mais vale deixar correr. Filho que liga mais aos estranhos que às pessoas de
família.
NOTA : Aplica-s e a questões de parentes de que se não deve falar. Se se
tenta mat ar o rato parte-se a tijela e será maior o prejuízo.
129 - 1 MHUNTI YO FELA TIN YAWE NI. 135 - 1 NYAMA YO KHWEKELA MA TINYENI.
É carne que ficou nos dentes.
É uma gazela morta no campo dos feijões.
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K
n, - KAHLULA HI MINENGE, KU NGA RI HI NOML!.
Corre cpm as pernas, não com a boca.
Garganta há muita.
Mais obras e menos palavras.
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