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Mecânica dos Fluidos - ME5320/NM6320 Análise Diferencial

CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Equação da Quantidade de Movimento

A segunda lei de Newton, também chamada equação da quantidade de movimento,


afirma que a força resultante agindo em um sistema é igual à taxa de variação da
quantidade de movimento do sistema. Para um corpo rígido de massa m, a segunda lei de
Newton é expressa como:

𝑑𝑉 𝑑(𝑚𝑉 )
𝐹 = 𝑚𝑎 = 𝑚 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡

O produto da massa pela velocidade do corpo é chamado de quantidade de


movimento (ou momento linear, ou simplesmente momento). A quantidade de movimento
de um sistema permanece constante quando a força resultante que atua sobre ele é nula
e, portanto, a quantidade de movimento desse sistema é conservado. Isso é conhecido
como princípio da conservação da quantidade de movimento linear.

Então, para um sistema infinitesimal de massa dm,


a segunda lei de Newton pode ser escrita:

𝑑𝑉
𝑑𝐹 = 𝑑𝑚
𝑑𝑡 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

Para aplicar a segunda lei de Newton a um fluido,


será considerado um elemento infinitesimal de fluido como
um elemento material em lugar de volume de controle. Em
outras palavras, pensamos no fluido dentro do elemento
diferencial como um minúsculo sistema de identidade fixa, movendo-se com o
escoamento. Tendo obtido anteriormente uma expressão para a aceleração de uma
𝐷𝑉
partícula fluida de massa dm (𝑎 = → 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙) movendo-se num campo de
𝐷𝑡

velocidade, podemos escrever a segunda lei como:

𝐷𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑑𝐹 = 𝑑𝑚 = 𝑑𝑚 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝐷𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

O próximo passo será obter uma formulação adequada para a força, 𝑑𝐹 , ou suas
componentes, 𝑑𝐹𝑥 , 𝑑𝐹𝑦 𝑒 𝑑𝐹𝑧 , atuando sobre o elemento diferencial.

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Forças Atuando sobre uma Partícula Fluida

As forças que atuam sobre um elemento de fluido podem ser classificadas como
forças de campo e forças de superfície. As forças de campo agem em todo o volume do
elemento (gravidade, elétrica e magnética) e as forças de superfície agem na superfície do
elemento (tensões normais e tensões tangenciais ou tensões de cisalhamento, ou seja,
forças de pressão e viscosas).

Forças de superfícies:

A componente de tensão que age perpendicular a uma face é chamada de tensão


normal 𝜎𝑥𝑥 , 𝜎𝑦𝑦 𝑒 𝜎𝑧𝑧 . A componente de tensão que age tangencialmente a uma face é
chamada de tensão de cisalhamento 𝜏𝑥𝑦 , 𝜏𝑥𝑧 , 𝜏𝑦𝑥 , 𝜏𝑦𝑧 , 𝜏𝑧𝑥 𝑒 𝜏𝑧𝑦 .

𝜎𝑥𝑥 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑥

𝜎𝑦𝑦 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑦

𝜎𝑧𝑧 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑦

𝜏𝑥𝑦 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑥 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑦

𝜏𝑥𝑧 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑥 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑧

𝜏𝑦𝑥 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑦 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑥

𝜏𝑦𝑧 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑦 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑧

𝜏𝑧𝑥 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑧 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑥

𝜏𝑧𝑦 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑧 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑦

Inicialmente, será considerado a componente x da força agindo sobre um elemento


diferencial de massa dm e volume dV=dxdydz. As tensões agindo na direção x darão
origem a força de superfície na direção x. As tensões no centro do elemento são tomadas
como 𝜎𝑥𝑥 , 𝜏𝑦𝑥 𝑒 𝜏𝑧𝑥 , as tensões em cada face do elemento na direção x podem ser obtidas
usando uma expansão por séries de Taylor em relação ao centro do elemento,
desprezando os termos de segunda ordem e posteriores, tem-se:

𝜕𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑥 𝜕𝜎𝑥𝑥 𝑑𝑥 𝜕𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑦


𝑑𝐹𝑠𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 + 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜎𝑥𝑥 + 𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝜏𝑦𝑥 + 𝑑𝑥𝑑𝑧
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2
𝜕𝜏𝑦𝑥 𝑑𝑦 𝜕𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑧 𝜕𝜏𝑧𝑥 𝑑𝑧
− 𝜏𝑦𝑥 + 𝑑𝑥𝑑𝑧 + 𝜏𝑧𝑥 + 𝑑𝑥𝑑𝑦 − 𝜏𝑧𝑥 + 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2 𝜕𝑧 2

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Simplificando e repetindo o procedimento para as direções y e z, tem-se:

𝜕𝜎𝑥𝑥 𝜕𝜏𝑦𝑥 𝜕𝜏𝑧𝑥


Força superficial resultante na direção x: 𝑑𝐹𝑠𝑥 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜎𝑦𝑦 𝜕𝜏𝑧𝑦


Força superficial resultante na direção y: 𝑑𝐹𝑠𝑦 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝜏𝑥𝑧 𝜕𝜏𝑦𝑧 𝜕𝜎𝑧𝑧


Força superficial resultante na direção z: 𝑑𝐹𝑠𝑧 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Forças de campo:

Será considerado aqui apenas a força de campo devida a aceleração da gravidade.

Força de campo na direção x: 𝑑𝐹𝑔𝑥 = 𝑑𝑚𝑔𝑥

Força de campo na direção y: 𝑑𝐹𝑔𝑦 = 𝑑𝑚𝑔𝑦

Força de campo na direção z: 𝑑𝐹𝑔𝑧 = 𝑑𝑚𝑔𝑧

Força resultante (segunda lei):

𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑑𝐹 = 𝑑𝑚𝑎 = 𝑑𝑚 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝑑𝐹𝑥 = 𝑑𝐹𝑔𝑥 + 𝑑𝐹𝑠𝑥 = 𝑑𝑚𝑎𝑥

𝑑𝐹𝑦 = 𝑑𝐹𝑔𝑦 + 𝑑𝐹𝑠𝑦 = 𝑑𝑚𝑎𝑦

𝑑𝐹𝑧 = 𝑑𝐹𝑔𝑧 + 𝑑𝐹𝑠𝑧 = 𝑑𝑚𝑎𝑧

Sendo: 𝑑𝑚 = 𝜌𝑑𝑉 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧

𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝑎𝑥 = 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣
𝑎𝑦 = 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤
𝑎𝑧 = 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

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Substituindo, temos:

𝜕𝜎𝑥𝑥 𝜕𝜏𝑦𝑥 𝜕𝜏𝑧𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢


𝜌𝑔𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜎𝑦𝑦 𝜕𝜏𝑧𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣


𝜌𝑔𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝜏𝑥𝑧 𝜕𝜏𝑦𝑧 𝜕𝜎𝑧𝑧 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤


𝜌𝑔𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Finalmente:

𝜕𝜎𝑥𝑥 𝜕𝜏𝑦𝑥 𝜕𝜏𝑧𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢


𝜌𝑔𝑥 + + + =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜎𝑦𝑦 𝜕𝜏𝑧𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣


𝜌𝑔𝑦 + + + =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝜏𝑥𝑧 𝜕𝜏𝑦𝑧 𝜕𝜎𝑧𝑧 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤


𝜌𝑔𝑧 + + + =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Estas são as equações diferenciais gerais do movimento para um fluido. Elas são
aplicáveis a qualquer meio continuo (sólido ou fluido) em movimento ou em repouso.
Entretanto, devemos estudar melhor as tensões que atuam no meio; note que temos mais
incógnitas do que equações ( todas as tensões, velocidades e massa específica).

Equações do movimento de Euler

As tensões de cisalhamento presentes nos escoamentos são decorrentes da


viscosidade do fluido. A viscosidade de alguns fluidos comuns, como água e ar, é muito
pequena. Assim, é razoável admitir que podemos desprezar os efeitos da viscosidade, ou
seja, considerar nula as tensões de cisalhamento em alguns escoamentos. Escoamentos
que apresentam tensões de cisalhamento desprezíveis são denominados invíscidos (não
viscosos ou sem atrito).

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As equações gerais do movimento quando aplicadas aos escoamentos invíscidos,


onde as tensões de cisalhamento são nulas e as tensões normais são substituídas por -p,
ficam reduzidas a:

𝜕𝑝 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝜌𝑔𝑥 − =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝑝 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣
𝜌𝑔𝑦 − =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕𝑝 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤
𝜌𝑔𝑧 − =𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 +
𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Na forma vetorial:

𝜕𝑉
𝜌𝑔 − ∇𝑝 = 𝜌 + (𝑉 . ∇)𝑉
𝜕𝑡

Apesar das equações de Euler serem relativamente mais simples que as equações
gerais do movimento ainda não é possível encontrar um método geral que nos permita
determinar como varia a pressão com a velocidade em todos os pontos do escoamento.
Os termos de velocidade não lineares que aparecem na aceleração convectiva
𝜕𝑢 𝜕𝑢
(𝑢 𝜕𝑥 , 𝑣 𝜕𝑦 , 𝑒𝑡𝑐) dão um aspecto não linear as equações de Euler, impedindo obter um

método geral para resolve-las.

Equações de Navier-Stokes

As equações gerais do movimento não são muito úteis na forma como estão, porque
temos nove componentes de tensões, dos quais seis são independentes devido a simetria.
Assim, a um total de dez incógnitas, em coordenadas cartesianas são 𝜌, 𝑢, 𝑣, 𝑤, 𝜎𝑥𝑥 , 𝜎𝑦𝑦 ,
𝜎𝑧𝑧 , 𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑦𝑥 , 𝜏𝑥𝑧 = 𝜏𝑧𝑥 , 𝜏𝑦𝑧 = 𝜏𝑧𝑦 . Entretanto, temos quatro equações, continuidade (uma
equação) e três equações do movimento, e portanto, precisamos de mais seis equações.

Muitos fluidos possuem uma relação linear entre as componentes da tensão e o


gradiente de velocidade, esses fluidos são chamados de fluidos newtonianos, que
incluem fluidos comuns como água, ar e óleo. Se, além da linearidade o fluido for
isotrópico (propriedades independentes da direção), é possível relacionar as componentes
da tensão e os gradientes da velocidade e as propriedades do fluido. As relações tensão-
gradiente da velocidade, também chamadas de equações constitutivas, são:

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𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑤 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑤
𝜏𝑥𝑦 = 𝜏𝑦𝑥 = 𝜇 + ; 𝜏𝑦𝑧 = 𝜏𝑧𝑦 = 𝜇 + ; 𝜏𝑧𝑥 = 𝜏𝑥𝑧 = 𝜇 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥

2 𝜕𝑢 2 𝜕𝑣 2 𝜕𝑤
𝜎𝑥𝑥 = −𝑝 − 𝜇∇. 𝑉 + 2𝜇 ; 𝜎𝑦𝑦 = −𝑝 − 𝜇∇. 𝑉 + 2𝜇 ; 𝜎𝑧𝑧 = −𝑝 − 𝜇∇. 𝑉 + 2𝜇
3 𝜕𝑥 3 𝜕𝑦 3 𝜕𝑧

onde p é a pressão definida como o negativo da média das três tensões normais, ou seja:

1
𝑝 = − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 )
3

As três tensões normais não são necessariamente iguais para os fluidos viscosos
em movimento, por isso da necessidade de definir a pressão deste modo. Para discussões
mais detalhadas sobre as relações, considerações e deduções não abordadas neste texto,
sugerimos a pesquisa na literatura disponível sobre o assunto.

Substituindo as equações constitutivas nas equações gerais do movimento,


obtemos as equações de Navier-Stokes.

𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑝 𝜕 𝜕𝑢 2 𝜕 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕 𝜕𝑤 𝜕𝑢
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑥 − + 𝜇 2 − ∇. 𝑉 + 𝜇 + + 𝜇 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 3 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑧

𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑝 𝜕 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕 𝜕𝑣 2 𝜕 𝜕𝑣 𝜕𝑤
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑦 − + 𝜇 + + 𝜇 2 − ∇. 𝑉 + 𝜇 +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 3 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑦

𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑝 𝜕 𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕 𝜕𝑤 2
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑧 − + 𝜇 + + 𝜇 + + 𝜇 2 − ∇. 𝑉
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 3

As equações são muito simplificadas quando aplicadas ao escoamento


incompressível com viscosidade constante, assim as equações de Navier-Stokes são
reduzidas a:

𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑝 𝜕2𝑢 𝜕2𝑢 𝜕2 𝑢
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑥 − +𝜇 + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2

𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑝 𝜕2 𝑣 𝜕2𝑣 𝜕2𝑣
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑦 − +𝜇 + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑦 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2

𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑤 𝜕𝑝 𝜕2𝑤 𝜕2 𝑤 𝜕2 𝑤
𝜌 𝑢 +𝑣 +𝑤 + = 𝜌𝑔𝑧 − +𝜇 + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑧 𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2

Na forma vetorial:

𝜕𝑉
𝜌𝑔 − ∇𝑝 + 𝜇∇2 𝑉 = 𝜌 + (𝑉 . ∇)𝑉
𝜕𝑡

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As equações foram rearranjadas para que os termos de aceleração fiquem no lado


esquerdo e os termos de força fiquem no lado direito do sinal de igualdade. As equações
de Navier-Stokes são chamadas assim em homenagem ao matemática francês Louis
Marie Henri Navier (1785 - 1836) e ao físico inglês Sir George Gabriel Stokes (1819 - 1903)
que foram os responsáveis pela formulação destas equações do movimento. Estas três
equações combinadas com a conservação da massa (continuidade) fornecem uma
descrição matemática completa do escoamento incompressível de um fluido newtoniano
porque agora temos quatro equações com quatro incógnitas ( 𝑢, 𝑣, 𝑤 𝑒 𝑝). Assim o
problema está bem resolvido em termos matemáticos, porém, a complexidade das
equações (equações diferenciais de segunda ordem e não lineares) impede a existência
de muitas soluções analíticas exceto em alguns casos simples. Entretanto, aonde é
possível obter soluções analíticas, a aderência entre as soluções e os dados experimentais
são muito boas.

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