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Alelgações Finais Rafael Canuto
Alelgações Finais Rafael Canuto
Processo n° 0030281-62.2022.8.19.0001
I – DOS FATOS
Narra a peça de introito acusatória que, no dia 09 de fevereiro de
2022, por volta de 20h50min, na Rodovia Presidente Dutra, altura do KM
166, Pavuna, nesta Comarca, os denunciados, agindo de forma livre e
consciente, previamente ajustados entre si e em união de ações e desígnios
criminosos, de forma compartilhada, adquiriram, transportavam e conduziam,
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial, o veículo
Hyundai, modelo Creta, cor branca, ostentando a placa GHA 0F12, que
sabiam ser produto dos crimes de roubo e de adulteração de sinal identificador
de veículo automotor, fato apurado no R.O. 072-01047/2022.
Na ocasião, agentes da Polícia Rodoviária Federal estavam em
patrulhamento no local dos fatos, quando tiveram a atenção voltada para um
veículo Hyundai, modelo Creta, cor branca, que ostentava a placa GHA 0F12,
sendo dada ordem de parada.
Naquele momento, desembarcaram do veículo os denunciados,
sendo o denunciado Reginaldo o condutor, enquanto o denunciado Rafael
estava no banco do carona.
Indagados, os denunciados inicialmente contaram aos policiais que
não eram proprietários do veículo e que apenas estavam transportando o carro
para Barra do Piraí.
Posteriormente, foi apresentada outra versão aos policiais, sendo
esclarecido que o denunciado Rafael havia acabado de adquirir o veículo em
um MarketPlace, através de um anúncio de internet, pelo valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais), e que teria buscado o automóvel em Niterói,
cabendo ao denunciado Reginaldo auxiliá-lo na compra e no transporte do
carro.
Além disso, o denunciado Rafael informou aos agentes que
trabalhava com a compra e venda de automóveis e que costumava fazer
negócios desta natureza.
Ainda durante a fiscalização, os policiais constataram a placa GHA
0F12, ostentada pelo carro, havia sido trocada, uma vez que não correspondia
ao número do motor, sendo verificado que a placa original do veículo RKS
0F99 apresentava registro de roubo, fato apurado no R.O. 072-01047/2022,
ocorrido em 02/02/2022.
Juntado ao feito os autos do Inquérito Policial, iniciado em
decorrência do Auto de Prisão de Flagrante, lavrado em 10/02/2022.
Realizada Audiência de Custódia no dia 11/02/2022, o juiz de
custódia concedeu a liberdade provisória ao denunciado, expedindo o
respectivo Alvará de Soltura.
Ato contínuo, o Ministério Público apresentou Denúncia em
desfavor dos denunciados, imputando-lhes o delito tipificado no artigo 180,
parágrafo 1°, do Código Penal.
A referida denúncia foi recebido por este d. Juízo, às fls. 184/186, no
dia 17/03/2022 e determinada a citação dos Acusados.
Devidamente citado, o Acusado apresentou Resposta Escrita à
Acusação às fls. 193/194, pugnando pela Absolvição Sumária do
Denunciado, ante a ausência de JUSTA CAUSA no caso em tela.
A preliminar arguida pela Defesa Técnica foi rechaçada por este
Juízo às fls. 285/286, designando, ainda, audiência de instrução e julgamento,
com o fito de ouvir os denunciados e as testemunhas arroladas.
Realizada a oitiva das testemunhas, o interrogatório dos Acusados
na Audiência de Instrução e Julgamento realizada no dia 04/04/2023.
As partes dispensaram a necessidade de diligências decorrentes da
fase instrutória.
O Ministério Público ofereceu alegações finais orais pugnando pela
procedência da pretensão punitiva estatal para condenar os acusados nos
termos da denúncia.
São os fatos em sua brevidade necessária.
II – DO DIREITO
Trata-se de Ação Penal na qual o Ministério Público pugna pela
acusação do Acusado pela prática do delito tipificado no parágrafo único do
artigo 180 do Código Penal, qual seja:
“Receptação
Art. 180 – (...)
§ 1° Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime:
Pena – reclusão de três a oito anos e multa.”
Em que pese o labor despendido pelo ilustre representante
ministerial, da análise detida dos autos verifica-se que suas alegações não
merecem prosperar, conforme será demonstrado.
Ademais, não havendo preliminares a serem arguidas, passa-se
diretamente à discussão do meritum causae.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Valença – RJ, 30 de junho de 2023.