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INSTRUÇÃO Nº 3.03.

20/2016 - CG

GEPAR
GRUPO ESPECIAL DE POLICIAMENTO EM ÁREA DE RISCO

Regula o emprego do Grupo Especial de Policiamento em área de


Risco (GEPAR)

2ª EDIÇÃO REVISADA

Belo Horizonte

2016
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

Minas Gerais, Polícia Militar. Comando-Geral


M663i Instrução n. 3.03.20/2016-CG.. Regula o emprego do Grupo
Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR)/ Polícia
Militar de Minas Gerais – Comando Geral. 2.ed. rev. Belo
Horizonte: Seção Estratégica de Emprego Operacional (EMPM/3),
2016.

51 p.:il.
Contém anexos.

1. GEPAR – origem e evolução. 2. Programa de Controle de


Homicídios – “FICA VIVO”. 3. Mobilização social. 4. Repressão
qualificada. I. Almeida, Wagner Eustáquio de. (coord.).
II. Fernandes, Cássio Antônio.(coord.) III. Título.

CDU - 351.746
CDD - 355.31

FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais

ADMINISTRAÇÃO
Estado-Maior da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143
– 6º Andar, Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Seção Estratégica de Emprego Operacional (EMPM/3)
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas, Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143
– 6º Andar, Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
E-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br
GOVERNADOR DO ESTADO
FERNANDO DAMATA PIMENTEL

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM MARCO ANTÔNIO BADARÓ BIANCHINI

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CEL PM ANDRÉ AGOSTINHO LEÃO DE OLIVEIRA

SUBCHEFE DO ESTADO-MAIOR
CEL PM ROBSON JOSÉ DE QUEIROZ

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM CLÁUDIO VITOR RODRIGUES ROCHA
Chefe da Seção Estratégica de Emprego Operacional da PMMG

1ª EDIÇÃO – 2005 2ª EDIÇÃO REVISADA – 2016


Ten Cel PM Josué Soares da Silva Filho Ten Cel PM Alexandre Magno de Oliveira
Ten Cel PM Robson Alves Campos Ferreira Maj PM Harley Wallace Moreira
Ten Cel PM Cícero Nunes Moreira Maj PM Cláudio Alves da Silva
Maj PM Armando Leonardo L. A. F. Silva Maj PM Sandro Alex Canuto Gonçalves
Maj PM Marcos Vinícius Veloso Lima Cap PM Cláudio Henrique R. dos Santos
Cap PM Alexandre Magno de Oliveira 1º Ten PM Alexandre Garcia Teixeira
Cap PM Gilson Gonçalves Dos Santos
1º Ten PM Claudio Alves e Silva REVISÃO DOUTRINÁRIA
1º Ten PM Sandro Alex Canuto Gonçalves Maj PM Ralfe Veiga de Oliveira
2º Sgt PM Eustáquio Murilo S. Neto
Cb PM Danielle Sueli Ventura

REVISÃO FINAL
Ten Cel PM Cláudio Vítor Rodrigues Rocha
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AET - Adjuntoria de Ensino e Treinamento


APM - Academia de Polícia Militar
BPM - Batalhão de Polícia Militar
CG - Comando-Geral
Cia PM - Companhia de Polícia Militar
CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública
CPC - Centro de Prevenção à Criminalidade
CPU - Coordenador do Policiamento da Unidade
CRAS - Centro de Referência e Assistência Social
CRISP - Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública
CTP - Centro de Treinamento Policial
DAOp - Diretoria de Apoio Operacional
DDU - Disque-Denúncia Unificado
DEPM - Diretrizes da Educação da Polícia Militar
DGEOP - Diretriz Geral para Emprego Operacional
EMPM - Estado-Maior da polícia Militar
GEPAE - Grupo Especializado em Policiamento em Áreas Especiais
GEPAR - Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco
GIE - Grupo de Intervenção Estratégica
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICV - Índice de Crimes Violentos
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IMPO - Instrumento de Menor Potencial Ofensivo
MP - Ministério Público
NPA - Núcleo de Prevenção Ativa
ONG - Organização Não Governamental
PAD - Processo Administrativo-Disciplinar
PADS - Processo Administrativo-Disciplinar Sumário
PC - Polícia Civil
PCMG - Polícia Civil de Minas Gerais
PM - Polícia Militar ou Policial Militar
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
REDS - Registro de Evento de Defesa Social
RPM - Região de Polícia Militar
SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social
SUAPI - Subsecretaria de Administração Prisional
SUASE - Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas
TPB - Treinamento Policial Básico
TT - Treinamento Técnico
UEOp - Unidade de Execução Operacional
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
VHF/FM - Very High Frequency/ Frequency Modulation
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 11
2.1 GERAL ................................................................................................................................... 11
2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................................ 11
3 O GEPAR E O PROGRAMA “FICA VIVO!”.................................................................... 12
3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO GEPAR ...................................................................................... 13
3.2 PROGRAMA DE CONTROLE DE HOMICÍDIOS – “FICA VIVO!” ........................................... 15
3.2.1 Proteção Social ........................................................................................................... 16
3.2.2 Intervenção Estratégica ............................................................................................. 17
4 MISSÃO DO GEPAR ........................................................................................................ 19
4.1 GERAL ................................................................................................................................... 19
4.2 PARTICULAR .......................................................................................................................... 19
5 EXECUÇÃO ...................................................................................................................... 20
5.1 CONCEITO DE ATUAÇÃO ....................................................................................................... 20
5.2 PILARES DE ATUAÇÃO DO GEPAR ...................................................................................... 21
5.2.1 Prevenção .................................................................................................................... 21
5.2.2 Mobilização Social ...................................................................................................... 22
5.2.3 Repressão Qualificada .............................................................................................. 24
5.3 NÍVEIS DE PREVENÇÃO ........................................................................................................ 26
5.4 ACOMPANHAMENTO E CONTROLE ....................................................................................... 27
5.4.1 Avaliação Mensal........................................................................................................ 27
5.4.2 Comissão de Acompanhamento do GEPAR ......................................................... 28
5.5 ATRIBUIÇÕES DOS ELEMENTOS SUBORDINADOS ................................................................ 28
5.5.1 Chefe da Seção de Inteligência – P2 ...................................................................... 28
5.5.2 Chefe da Seção de Planejamento e Emprego Operacional – P3....................... 29
5.5.3 Comandante de Companhia PM .............................................................................. 29
5.5.4 Comandante do GEPAR ........................................................................................... 30
6 CRITÉRIOS PARA ATIVAÇÃO DO GEPAR ................................................................... 32
7 RECURSOS HUMANOS E LOGÍSTICOS ....................................................................... 34
7.1 RECURSOS HUMANOS .......................................................................................................... 34
7.1.1 Composição do GEPAR ............................................................................................ 34
7.1.2 Seleção ........................................................................................................................ 34
7.1.3 Capacitação................................................................................................................. 36
7.2 RECURSOS LOGÍSTICOS ....................................................................................................... 37
7.2.1 Armamento e equipamento ....................................................................................... 37
7.2.2 Viatura .......................................................................................................................... 38
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS ............................................................................................ 39
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 40
ANEXO “A” - FORMULÁRIO DE TRIAGEM .................................................................................. 41
ANEXO “B” - MODELO DE RELATÓRIO SEMESTRAL DA COMISSÃO DE
ACOMPANHAMENTO DO GEPAR ................................................................................................ 45
IINSTRUÇÃO Nº 3.03.20/2016 - CG

Regula o emprego do Grupo Especial de


Policiamento em área de Risco (GEPAR).

1 INTRODUÇÃO

Ao longo das últimas décadas, pôde-se observar que a desigualdade


social no país tem sido um dos fatores que favorecem um cenário propício à
criminalidade, sobretudo dos crimes violentos, tais como homicídios e roubos.

Como as demais Unidades Federativas, Minas Gerais também tem sido


afetada pelas altas taxas de homicídios, cujas ocorrências prevalecem,
principalmente, nos aglomerados mineiros.

Em Belo Horizonte, foi realizado um estudo que comparou a incidência


de homicídios de 1990 a 1997, onde se tinha uma média anual variando de 270 a
320 crimes. Já em 2001, esta modalidade criminal atingiu o patamar de 744 casos,
ocorridos em sua grande maioria nos aglomerados da capital e interior (MINAS
GERAIS, 2003, p.25).

Os aglomerados, favelas e vilas de Minas Gerais apresentam


características socioeconômicas semelhantes. Quanto à criminalidade violenta, na
maioria das vezes, verifica-se a associação ao tráfico de drogas ilícitas, ao porte
ilegal de arma de fogo e à delinquência infanto-juvenil, os quais desencadeiam
outros delitos. Por algumas vezes, as comunidades desses locais são obrigadas a
aceitar imposições de infratores, o que faz com que vivam sob constante medo do
crime.

Tais locais podem ser identificados como “áreas de risco social”. A


condição de risco social não é ditada apenas pelo crime, mas também por outros
indicadores sociais, tais como: analfabetismo, desemprego, inserção no mercado
informal de trabalho, mortalidade infantil, expectativa de vida, pobreza,
desigualdade de renda, dentre outros.

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Assim, entende-se por “área de risco social” a delimitação territorial
cujos fenômenos de natureza social, cultural e econômica interferem de forma
significativa na incidência da violência e da criminalidade.

Os homicídios de jovens, provocados principalmente por armas de fogo,


oriundos das disputas entre membros de organizações criminosas ou quadrilhas
envolvidas com o tráfico de drogas aumentam o clima de tensão para a
comunidade local.

Nesse contexto, a interação do policial militar com a comunidade pode


viabilizar uma melhor compreensão da origem da violência e da criminalidade, pois
permite compreender o contexto histórico das relações interpessoais, os conflitos
sociais e as inúmeras formas de exclusão social.

Assim, a Polícia Militar de Minas Gerais, em consonância com a


Constituição Federal de 1988 – que possui como um de seus objetivos
fundamentais, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária – e também,
trabalhando em conjunto com a Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) e
outros órgãos do Sistema de Defesa Social, vem desenvolvendo ações e
estratégias policiais que tem como objetivo propiciar aos cidadãos um serviço
qualificado para atuar de maneira efetiva nas áreas de risco social e, por
conseguinte, reduzir os índices de crimes violentos no Estado.

Desta forma, a PMMG buscou desenvolver um policiamento


personalizado para atuar em aglomerados urbanos caracterizados como áreas de
risco, palco maior dos homicídios no Estado, criando o denominado Grupo Especial
de Policiamento em Área de Risco (GEPAR).

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral
Regular o serviço GEPAR, prestado pela Polícia Militar em áreas de
risco do Estado de Minas Gerais, visando à prevenção e repressão criminal de
forma qualificada.

2.2 Específicos

a) Estabelecer parâmetros para emprego do serviço GEPAR, na


preservação e restauração da ordem pública em áreas de risco do estado de Minas
Gerais.

b) Orientar as ações policiais militares alicerçadas na prevenção,


mobilização social e repressão qualificada.

c) Potencializar o policiamento comunitário nas áreas de risco,


envolvendo a comunidade na busca de soluções para os problemas locais.

d) Definir os requisitos para ativação do GEPAR e composição das


equipes.

e) Apontar critérios para a coordenação e controle do serviço GEPAR na


PMMG.

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3 O GEPAR E O PROGRAMA “FICA VIVO!”

Buscando uma estratégia diferenciada de atuação nas chamadas áreas


de risco social, a PMMG criou, no ano de 2002, o Grupo Especial de Policiamento
em Área de Risco (GEPAR). O principal diferencial deste serviço é a forma
permanente de atuação no território, com ênfase na prevenção criminal, respeito
aos direitos humanos e mobilização da comunidade.

O GEPAR está inserido no contexto de transição de policiamento nestas


áreas de risco social, em que a polícia deixa de ser um instrumento exclusivo de
controle e passa a atuar como uma “polícia cidadã”, preocupada com todos os
problemas de segurança pública de sua comunidade. Uma polícia orientada para o
problema, que busca soluções para crimes, sensação de insegurança e desordem
pública. Tal modelo supera a polícia tradicional, onde são atacadas apenas as
consequências, que trazem soluções paliativas e efêmeras.

A presença da polícia nas comunidades deixa de ser simplesmente um


sinal para dissuadir e evitar a ação criminosa, passando a representar o reforço
dos laços de confiança com a comunidade, propiciando maior fluxo de informações
por parte da população. Isso permite que os policiais conheçam melhor a região
policiada e desenvolvam estratégias condizentes com as especificidades de cada
localidade, envolvendo as lideranças comunitárias no processo decisório.

O GEPAR tem como missão precípua, conseguir aplicar táticas de


policiamento comunitário e repressão qualificada, em comunidades marcadas pela
atuação das organizações criminosas.

A inovação do GEPAR consiste, principalmente, em reunir atividades de


prevenção e mobilização social, dentro da filosofia de Polícia Comunitária, com as
atividades de repressão qualificada, pautadas sempre por uma atuação estratégica,
pontual e direta, para garantir e, se necessário, restabelecer a ordem pública. Esse
policiamento, dentro dos moldes da Polícia Comunitária, é direcionado para a
identificação de criminosos contumazes, membros de quadrilhas de tráfico de
drogas, armas de fogo e outras atividades criminosas, com o objetivo de reduzir e
prevenir homicídios em áreas de risco.

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3.1 Origem e evolução do GEPAR

Em 2002, o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da


Universidade Federal de Minas Gerais (CRISP/UFMG) identificou o aumento de
homicídios em Belo Horizonte, os quais se concentraram em sete aglomerados da
capital mineira. Concluiu-se que os diversos aglomerados urbanos de Belo
Horizonte, que apresentavam concentração de homicídios, possuíam
características semelhantes, tais como: índice de desenvolvimento humano baixo,
falta de aparelhos públicos, alto índice de tráfico de drogas e de porte ilegal de
arma de fogo, dentre outras.

Naquele mesmo ano, ocorreu uma chacina no Morro das Pedras que
chocou a comunidade belo-horizontina, pela crueldade das execuções com
decapitação das vítimas. A imprensa começou a pressionar o Governo e a PMMG,
exigindo atuação efetiva para que os aglomerados de Minas não se tornassem
violentos como outros da cidade do Rio de Janeiro.

Foi montada uma força tarefa pela recém-criada SEDS para discutir o
assunto com representantes da Polícia Civil, PMMG (representada pelo Comando
do Policiamento da Capital e 22º BPM), Ministério Público, Prefeitura Municipal de
Belo Horizonte, Polícia Federal e Poder Judiciário, que escolheram o aglomerado
Morro das Pedras para desenvolver um projeto piloto voltado para a redução de
homicídios.

As ações desenvolvidas no Morro das Pedras resumiram-se no início em


atividades repressivas, com grandes operações conjuntas entre PMMG e PCMG.
Cerca de 500 policiais subiram o morro, fincaram bandeira e demonstraram grande
aparato bélico de força. As operações duravam em média seis horas e os
resultados não eram significativos, gerando hostilidade por parte da população. O
grande descontentamento da comunidade era traduzido pelas diversas
manifestações populares, fechando avenidas e queimando pneus em sinal de
protesto.

Para contornar esta situação, o 22º BPM implementou uma patrulha de


policiais comandado por um oficial subalterno, denominada "Patrulha Morro das

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Pedras". Foi uma experiência pioneira, pois manteve diuturnamente os mesmos
policiais militares, por meio de turnos de serviço, no interior deste aglomerado.

Inicialmente a patrulha tinha um caráter essencialmente repressivo. A


partir de março de 2003, os policiais envolvidos com este policiamento foram
capacitados em cursos de Promotor de Polícia Comunitária e Promotor de Direitos
Humanos. A partir desta capacitação, as práticas de policiamento comunitário,
alinhadas com a repressão qualificada, começaram a cativar e resgatar a confiança
dos moradores daquela comunidade.

Assim, a Patrulha Morro das Pedras recebeu a denominação de Grupo


Especializado em Policiamento de Áreas de Risco (GEPAR), nome este que foi
inspirado na descrição do Grupo Especializado em Policiamento em Áreas
Especiais (GEPAE) que já existia nos Morros Pavão e Pavãozinho, na cidade do
Rio de Janeiro.

Assim que o GEPAR foi apresentado pela PMMG para a SEDS como
nova estratégia de atuação no aglomerado Morro das Pedras, e demonstrados os
primeiros resultados que o grupo vinha alcançando, tanto na repressão qualificada
como na interação com a comunidade, de imediato a SEDS e demais membros da
força tarefa decidiram incluí-lo no projeto “Fica Vivo!”.

Esse grupo de trabalho estabeleceu duas estratégias básicas de


atuação no aglomerado: um grupo de Intervenção Estratégica, formado pela
PMMG, PCMG, MP, CRISP/UFMG e Poder Judiciário, com o objetivo de identificar
e capturar os homicidas contumazes e chefes das quadrilhas do morro; e um outro
grupo, de Proteção Social, composto por órgãos públicos do Estado de Minas
Gerais, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e de Organizações Não
Governamentais (ONGs), para oferecer diversos serviços e oportunidades para
jovens entre 15 e 24 anos, com o intuito de diminuir a mão de obra utilizada pelo
tráfico de drogas. O objetivo era oferecer oportunidades de construção de uma
cultura de paz para os jovens, para competir contra o chamamento deles para o
tráfico de drogas.

O GEPAR atuava nessas duas estratégias, sendo a base do projeto o


“Fica Vivo!”, que estava permanentemente no aglomerado, identificando as

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principais demandas e levando para discussões nos grupos de Intervenção
Estratégica e de Proteção Social as melhores estratégias de atuação.

Em 2003, o GEPAR foi implantado pela PMMG em sete aglomerados


urbanos de Belo Horizonte que já tinham recebido aporte orçamentário do projeto
Centro de Referência da Criminalidade. São eles: Morro das Pedras, Pedreira
Prado Lopes, Alto Vera Cruz, Taquaril, Cabana de Pai Tomás, Ribeiro de Abreu e
Conjunto Felicidade.

Nos anos sucessivos, essa política foi institucionalizada pela SEDS e


eleita como estratégica básica de atuação da PMMG em aglomerados, com foco na
redução do crime de homicídio. De forma semelhante, o projeto “Fica Vivo!” foi
institucionalizado pela SEDS e expandido para outros aglomerados da capital e
interior, conforme demonstra a Figura 1.

Figura 01: Linha do tempo sobre a criação e evolução do Grupo Especial de


Policiamento em Área de Risco no estado de Minas Gerais (2002-2016)

Fonte: Dados da pesquisa.

3.2 Programa de Controle de Homicídios – “FICA VIVO!”

No ano de 2003, através do Decreto 43.334/03, foi criado o Programa de


Controle de Homicídios, para que os órgãos do Sistema de Defesa Social,

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atuassem de forma integrada, compartilhando informações e sobretudo, articulando
estratégias e ações de prevenção e repressão aos delitos com objetivo de:
[...] reduzir a incidência de homicídios dolosos, mediante ações de
prevenção e repressão, nas áreas de risco da Região Metropolitana de
Belo Horizonte e em outros municípios do Estado cujos indicadores de
criminalidade violenta o justifiquem, contando, para sua execução, com a
ação integrada dos executivos federal, estadual e municipal, do Poder
Judiciário, do Ministério Público Estadual, bem como das organizações
não governamentais de atendimento ou assistência social e da sociedade
em geral (MINAS GERAIS, 2003, p2).

O Programa de Controle de Homicídios, conhecido e identificado como


“Fica Vivo!” cria e estabelece nas áreas de risco atendidas os denominados
Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC), que a partir de um trabalho de
articulação com outros órgãos e equipamentos públicos de base local contribuem
para a execução de dois eixos essenciais à manutenção e perenidade do
programa: a Proteção Social e a Intervenção Estratégica (MINAS GERAIS, 2009b).

3.2.1 Proteção Social

O eixo da proteção tem por objetivo diminuir a vulnerabilidade social dos


aglomerados e vilas com elevados índices criminais, através da interação e
fortalecimento dos equipamentos públicos, formando uma efetiva rede de proteção
social, de base local, além da mobilização de moradores e lideranças comunitárias.

O GEPAR está inserido nessa rede de proteção social e deve atuar


baseando-se no policiamento comunitário para buscar, em conjunto com os
Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC), nos locais onde estiverem
instalados, a mobilização social das lideranças comunitárias que atuam nos
equipamentos públicos, como por exemplo: escolas, postos de saúde, Centros de
Referência e Assistência Social (CRAS), Organizações não Governamentais
(ONGs), oficinas de cultura, igrejas, etc.

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3.2.2 Intervenção Estratégica

O eixo da Intervenção Estratégica visa à integração dos órgãos do


Sistema de Defesa Social e Justiça Criminal com o objetivo de controlar e prevenir
os homicídios dolosos.

Subsidiariamente a esse eixo, criou-se o Grupo de Intervenção


Estratégica (GIE), que tem por objetivo promover ações de repressão qualificada,
por meio da Inteligência de Segurança Pública. O monitoramento de alvos
envolvidos com gangues e organizações criminosas possibilita a identificação de
demandas dos órgãos do Sistema de Defesa Social e, principalmente, fomenta a
corresponsabilidade na solução dos problemas locais.
O GIE reúne-se frequentemente, em reuniões ordinárias e
extraordinárias, para discutir a dinâmica criminal onde o “Fica Vivo!” está instalado,
possuindo a seguinte composição (MINAS GERAIS, 2009b):

a) Secretaria de Estado de Defesa Social:


 Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI);
 Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (SUASE);
 Direção do Programa “Fica Vivo!”.

b) Polícia Militar de Minas Gerais:


 Comandantes de Unidades de Execução Operacional (UEOp) que
possuem GEPAR;
 Comandantes de Companhia que possuem GEPAR;
 Comandantes de GEPAR.

c) Polícia Civil de Minas Gerais:


 Delegacia de Polícia onde o programa está instalado;
 Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa;
 Delegacia Antidrogas;
 Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

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d) Ministério Público:
 Promotoria Criminal;
 Promotoria de Tóxico;
 Promotoria da Infância e Juventude;
 Promotoria de Combate ao Crime Organizado.

e) Poder Judiciário:
 Juízes da Vara Criminal;
 Juízes da Vara de Execução Criminal;
 Juízes da Vara da Infância e Juventude;
 Juízes da Vara de Tóxico.

O diagrama apresentado na Figura 2 apresenta a forma de participação


de cada órgão envolvido.

Figura 2: Diagrama de relacionamento do GEPAR com os órgãos envolvidos com


a Intervenção Estratégica em Áreas de Risco de Minas Gerais

Fonte: Dados da pesquisa (MINAS GERAIS, 2009b).

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4 MISSÃO DO GEPAR

4.1 Geral

Executar o policiamento ostensivo na área de risco onde a taxa de


homicídio, o tráfico de drogas, a circulação de armas de fogo e a delinquência
infanto-juvenil evoluam para um quadro de descontrole social, devidamente
constatado por meio de estudos técnicos, onde possa emergir foco de associação
delituosa (crime organizado) que desestabilize o ambiente seguro.

4.2 Particular

a) Executar o policiamento comunitário na área de risco, visando


prevenir e resolver, com a participação da comunidade, problemas locais
relacionados ao crime, medo do crime e desordem pública.
b) Fomentar a mobilização social para promover a cultura de paz e a
construção de um ambiente seguro na área de risco sob sua responsabilidade.
c) Combater o crime organizado por meio da repressão qualificada, em
conjunto com os demais órgãos do Sistema de Defesa Social, focalizando ações
estratégicas na área de atuação.

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5 EXECUÇÃO

O Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR) é um


serviço de segurança pública personalizado, que visa priorizar a prevenção ao
delito, reduzir o medo do crime e melhorar a desordem pública. Sua atuação
consiste no emprego do policiamento em área de risco, visando contribuir para a
redução do crime violento e do medo do crime, com ênfase na filosofia de Polícia
Comunitária e respeito aos Direitos Humanos.

5.1 Conceito de atuação

Os problemas sociais são dinâmicos e complexos, dependendo da


intervenção dos diversos órgãos do Sistema de Defesa Social, para sua efetiva
solução, por intermédio da integração e interação. A PMMG, isoladamente, não
consegue solucionar todos os problemas. Desta forma, suas técnicas, táticas e
tecnologias estão limitadas.

Assim, os policiais que atuam no GEPAR devem ter conhecimento e


habilidades necessárias à realização do policiamento de modo integrado às ações
dos outros órgãos do Sistema de Defesa Social e entidades, caracterizadas pela
necessidade de sistematização na atuação da prevenção do crime e manutenção
da ordem.

O GEPAR atuará com base em cartão-programa que permita sua


presença constante nos locais de atuação, principalmente nos horários de maior
clamor público, bem como nos horários de maior incidência de crimes violentos, em
especial o homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

O serviço GEPAR assegura aos policiais militares um conhecimento


factual detalhado do seu setor de atuação, proporcionando um conjunto de
atividades amparadas por técnicas e métodos capazes de promover mudanças
sociais em suas diversas dimensões, que contribuam para os processos de
melhoria da qualidade de vida no ambiente, reorientando o foco de atenção da

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polícia para a solução de problemas da comunidade e o desenvolvimento de ações
preventivas e proativas.

Para tanto, o GEPAR deve atuar com base em três pilares


fundamentais: prevenção, mobilização social e repressão qualificada.

5.2 Pilares de atuação do GEPAR

5.2.1 Prevenção

A prevenção é definida dentro do contexto policial como o “conjunto de


procedimentos operacionais voltados para a antecipação objetiva à ocorrência de
delitos, tendo em vista a manutenção da ordem pública e da paz social” (MINAS
GERAIS, 2016).

A prevenção possui uma dimensão imediata, que diz respeito ao


emprego do policiamento, e uma dimensão mediata, que se concretiza em ações
de atuação em rede. Portanto, o GEPAR deverá executar as seguintes ações:

a) conhecer a história de formação da comunidade de sua área de


atuação e suas características culturais, visando entender a dinâmica social;

b) atuar diretamente nas causas dos crimes violentos, em especial o


homicídio, bem como o tráfico de drogas ilícitas, porte de arma de fogo e a
delinquência infanto-juvenil;

c) conhecer e identificar os cidadãos infratores que atuam na área de


risco, mantendo banco de dados atualizado com fotos e endereços de todos que
forem presos, organograma e mapas dos locais de atuação de gangues e
quadrilhas para subsidiar a repressão qualificada;

d) realizar contatos com os moradores da área de risco, através de


visitas residenciais, reuniões e fóruns comunitários, interagindo-se com estes, com
o propósito de estabelecer uma relação de confiança recíproca e distingui-los dos
cidadãos infratores;

e) buscar informações de forma antecipada (especialmente em mídias


sociais) sobre festas irregulares em clubes, bares ou mesmo em via púbica,
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envolvendo os demais órgãos do Sistema de Defesa Social, adotando as medidas
necessárias para evitar a ocorrência de tais eventos, especialmente aqueles sem
alvará da prefeitura municipal e/ou contraindicados pelo Corpo de Bombeiros;

f) realizar ponto base e abordagens policiais sistemáticas nos pontos


suspeitos de venda de drogas, com o intuito de inibir a prática de comércio e uso
nestes locais;

g) manter diálogo com os Gestores, Técnicos e Oficineiros do Centro de


Prevenção à Criminalidade no intuito de fortalecer a rede de proteção local;

h) realizar visitas tranquilizadoras em comércios, casas, escolas e


postos de saúde, visando reestabelecer a sensação de segurança às vítimas de
crimes;

i) atuar no sentido de angariar a confiança da comunidade local, por


intermédio de ações de interação, mantendo contatos frequentes com os
moradores;

j) intensificar as abordagens à pessoas que apresentem fundada


suspeita de portar objetos ilícitos (especialmente armas de fogo e armas brancas);

k) atuar em conjunto com os órgãos que compõem o Sistema de Defesa


Social, ONGs e lideranças comunitárias, de forma a antecipar e identificar as
desordens sociais e fatores de risco, visando reduzir a violência e o crime.

5.2.2 Mobilização Social

Conforme descrevem Toro e Werneck (2004), a mobilização social é o


“ato de convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum,
compartilhando interpretações e sentido”. Segundo eles, “é a partir deste sentido
compartilhado que diferentes indivíduos ou setores da sociedade se reúnem para
começar ou transformar determinados processos, cenários ou ações”.

A DGEOp acrescenta que a mobilização social “é a participação


conjunta da comunidade, empresas, governos e organizações sociais para a
erradicação ou redução de um problema social: a fome, a pobreza, o dano ao meio
ambiente, o desperdício de energia, a segurança pública etc.”

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Nesse sentido, o GEPAR realizará a mobilização social, executando as
seguintes ações:

a) incentivar a comunidade a mobilizar-se socialmente, com o propósito


de estabelecer objetivos comuns a serem desenvolvidos em prol desta e, por
consequência, contribuir para construção de um ambiente seguro;

b) atuar como mediador entre a sociedade e os órgãos públicos


responsáveis pela infraestrutura urbana da área de risco, sempre que deparar com
demandas específicas deles, no intuito de solucionar os problemas locais;

c) fomentar em conjunto com o Centro de Prevenção à Criminalidade,


nos locais onde estiverem instalados, ações de entretenimento, práticas esportivas,
palestras, projetos preventivos, feiras culturais, campanhas educativas e outros,
dentro do enfoque de participação e interação com a comunidade;

d) realizar ações integradas com os postos de saúde, escolas, centros


de referência de apoio ao cidadão, entre outros, no sentido de contar com a
participação efetiva destes órgãos no atendimento aos anseios sociais;

e) estabelecer parceria entre a população local e a polícia, com o


propósito de trabalharem juntas para identificar, priorizar e solucionar problemas
daquela comunidade, bem como construírem uma identidade recíproca voltada
para a coparticipação na prevenção e produção de segurança;

f) cadastrar líderes comunitários, associações, escolas, postos de


saúde, órgãos de assistência social, organizações não governamentais (ONGs),
rádios comunitárias e quaisquer outras organizações públicas ou privadas que
atuam na área de risco, com o objetivo de fomentar a interação social e a atuação
em rede;

g) promover reuniões comunitárias, incentivar as lideranças locais a


participar do Conselho Comunitário de Segurança Pública (CONSEP) e mobilizar a
comunidade visando à melhoria da qualidade de vida dos moradores, inclusive
propondo a criação de Redes de Proteção Preventiva;

h) fomentar e participar de projetos sociais que visem a interação da


comunidade com a PMMG e demais órgãos do Sistema de Defesa Social,

23
melhorando assim o relacionamento e a visão dos moradores locais em relação à
polícia e resgatando a dignidade dessas pessoas.

5.2.3 Repressão Qualificada

A repressão qualificada é definida da seguinte forma na Diretriz Geral


para Emprego Operacional (DGEOp) da PMMG:

Conjunto de medidas adotadas por órgãos policiais com o objetivo de [...]


reprimir crimes de forma pontual, mediante utilização da análise criminal e
da Inteligência de Segurança Pública na produção de conhecimentos,
visando resultados pontuais de contenção e redução da criminalidade.

Já a Diretriz nº 3.02.01/2009-CG, que regula os procedimentos e


orientações para a execução com qualidade das operações na PMMG, conceitua a
repressão qualificada da seguinte forma:

Atuação precedida de conhecimentos de Inteligência de Segurança


Pública, com vistas a identificação de criminosos contumazes, grupos de
infratores, atividades de gangues e quadrilhas, de modo a conhecer os
respectivos líderes e seus cooperadores, modus operandi, locais de
homizio, o grau de periculosidade e a forma de destinação dos dividendos
da atividade criminosa, de modo a permitir a adoção de medidas pontuais
de repressão ao problema identificado.

Nesse contexto, o GEPAR executará a repressão qualificada através


das seguintes ações:

a) executar ações policiais efetivas contra a criminalidade,


estabelecendo-se uma atuação integrada com demais órgãos do Sistema de
Defesa Social, com o objetivo de combater o crime violento na comunidade,
sobretudo o homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, roubo e
extorsão;

b) realizar operações policiais em bares e estabelecimentos congêneres,


casas de show e outros locais que pela sua natureza fomentem o homicídio, o
tráfico de drogas, o porte ilegal de arma de fogo e a delinquência infanto-juvenil,
preferencialmente, em conjunto com os demais órgãos do Sistema de Defesa
Social e outros que por sua natureza social possam contribuir para a solução do
problema;

24
c) buscar em conjunto com as Seções de Inteligência das Unidades de
Execução Operacional, informações úteis sobre locais onde estejam sendo
guardadas ou manuseadas armas e drogas, e/ou estejam homiziados infratores
procurados, solicitando ao Poder Judiciário, a expedição de mandados de busca e
apreensão para estes locais;

d) elaborar dossiês sobre infratores contumazes na prática de crimes


violentos, visando possibilitar a priorização e focalização de ações por parte do
Ministério Público e Polícia Civil;

e) acompanhar a evolução dos crimes violentos e homicídios e suas


correlações com integrantes de quadrilhas e gangues instaladas no território de
atuação;

f) manter o acompanhamento das denúncias anônimas, principalmente


as advindas do serviço Disque Denúncia Unificado (DDU), referente a área de
atuação;

g) monitorar as ações de infratores integrantes de quadrilhas instaladas


nos locais de atuação, subsidiando de informações as Unidades de Execução
Operacional para o planejamento de ações e operações conjuntas, evitando assim
a ocorrência do crime;

h) intensificar operações integradas com as Delegacias de Área e


Especializada em Homicídios, visando capturar homicidas contumazes;

i) combater os eventos irregulares que possibilitem a prática de delitos,


a sensação de insegurança e a desordem pública;

j) participar do Grupo de Intervenção Estratégica (GIE) do Programa


“Fica Vivo!”, onde houver, em parceria com o Ministério Público, com vistas a
somar esforços no combate às organizações criminosas que atuam no aglomerado.

25
5.3 Níveis de Prevenção

O trabalho preventivo da PMMG é dividido em três níveis, conforme a


Diretriz nº 3.01.06/2011, que regula a aplicação da filosofia de Polícia Comunitária
pela Polícia Militar de Minas Gerais. São eles:

a) Prevenção Primária: consiste em ações dirigidas ao meio ambiente


físico e/ou social, com foco prioritário nos fatores de risco e de proteção. Inclui
ações de prevenção social e de prevenção situacional. A primeira implica em
mudanças mais abrangentes na estrutura da sociedade ou comunidade, que visam
reduzir a pré-disposição para a prática de crimes e violências na sociedade, como
por exemplo a ampliação dos serviços de saúde direcionados a famílias com filhos
recém-nascidos, ampliação das oportunidades de educação e trabalho na
comunidade. A prevenção situacional acarreta mudanças mais restritas e pontuais
em áreas ou situações em que ocorrem os crimes e violências, com o fito de
reduzir as oportunidades para a prática de crimes e violências na sociedade. Tem
como exemplos o controle e a limitação do uso de armas, a modificação de
horários e locais de atividades econômicas, sociais e culturais e o aumento da
vigilância.

b) Prevenção Secundária: é definida como o conjunto de ações dirigidas


às pessoas e grupos mais suscetíveis de praticar ou sofrer crimes e violências,
bem como aos fatores que contribuem para sua vulnerabilidade e ou resiliência, a
fim de evitar o seu envolvimento com o crime e a violência, ou limitar os danos
causados por este envolvimento. As ações de prevenção secundária são
frequentemente dirigidas aos jovens, adolescentes e membros de grupos
vulneráveis em situação de risco, como crianças, mulheres e idosos, em casos de
violência doméstica ou intrafamiliar, e afrodescendentes, em casos de violência
discriminatória de caráter racial.

c) Prevenção Terciária: consiste em ações dirigidas às pessoas que já


praticaram crimes e violências, com o objetivo de evitar a reincidência e promover o
seu tratamento, a reabilitação e reintegração familiar, profissional e social,
conforme o caso. Inclui também ações voltadas para as pessoas que já foram
vítimas de crimes e violências, visando reduzir a sensação de insegurança e
26
prevenir a reincidência vitimaria. A prevenção do crime e da violência pode ser
realizada por distribuição de ações em algumas áreas temáticas específicas, como
comunidade, família, escola, trabalho e geração de renda, polícia, justiça criminal,
sistema prisional e saúde.

O GEPAR atuará nos três níveis de prevenção descritos, visando


contribuir de forma efetiva para a preservação da ordem pública e da paz social na
área de risco sob sua responsabilidade.

5.4 Acompanhamento e controle

O acompanhamento e o controle do GEPAR serão realizados por meio


de dois instrumentos gerenciais: avaliação mensal do serviço e Comissão de
Acompanhamento do GEPAR.

5.4.1 Avaliação Mensal

Todas as atividades preventivas e repressivas desenvolvidas pelo


GEPAR deverão ser registradas pelas equipes por meio do sistema de Registro de
Eventos de Defesa Social (REDS), de forma que seja possível tabular e avaliar as
ações e operações desenvolvidas no local de atuação.

Assim, ao término do cada mês, o Comandante do GEPAR deverá


remeter ao Comandante de Cia e à Seção de Planejamento e Emprego
Operacional da Unidade, relatório pormenorizado contendo a produtividade de
cada equipe, as principais ações/operações desenvolvidas no mês, bem como as
observações e demandas inerentes ao serviço apresentadas pelos militares.

Tal medida possibilitará a avaliação sistemática do GEPAR, de forma


quantitativa e qualitativa, contribuindo para a correção de inconformidades e a
constante melhoria dos serviços prestados.

27
5.4.2 Comissão de Acompanhamento do GEPAR

A UEOp deverá compor uma Comissão de Acompanhamento do


GEPAR, chefiada pelo Subcomandante da Unidade e composta pelo chefe da
Seção de Inteligência, chefe da Seção de Planejamento e Emprego Operacional,
Comandante do GEPAR, um Oficial QOS Psicólogo e Assessor Jurídico da
Unidade, que acompanharão sistematicamente o desempenho dos policiais
militares componentes dos GEPAR.

A comissão avaliará o grupo semestralmente, confeccionando relatório


específico, conforme modelo constante no Anexo “B”, no qual deverá expor as
observações gerais do grupo, abordando aspectos administrativos e operacionais,
ficando arquivado no Núcleo de Prevenção Ativa (NPA) da UEOp, em pasta
própria.

A participação do Oficial QOS Psicólogo e Assessor Jurídico na referida


Comissão ficará sujeita à existência destes profissionais na Unidade.

5.5 Atribuições dos elementos subordinados

5.5.1 Chefe da Seção de Inteligência – P2

a) Repassar aos Comandantes de Cia e Comandantes dos GEPAR os


dados e informações referentes à segurança pública nas áreas de risco envolvidas
que forem pertinentes e relevantes para a atuação do GEPAR, principalmente no
que diz respeito aos infratores e quadrilhas atuantes nas localidades.
b) Atuar em apoio aos Comandantes dos GEPAR, disponibilizando os
recursos humanos e logísticos necessários para operações e levantamentos de
dados e informações específicas.
c) Integrar a Comissão de Acompanhamento do GEPAR, fornecendo as
informações necessárias à Comissão e emitindo os pareceres pertinentes.
d) Monitorar os casos de ameaças contra policiais militares do GEPAR e
suas famílias.

28
5.5.2 Chefe da Seção de Planejamento e Emprego Operacional – P3

a) Exercer a coordenação técnica do emprego do GEPAR, por meio do


Núcleo de Prevenção Ativa (NPA) da Unidade, apoiando o processo de avaliação
mensal das equipes.
b) Fornecer, sistematicamente e quando solicitado, à Companhia e ao
GEPAR, as informações de análise criminal referentes à evolução da criminalidade
nas respectivas áreas de atuação.
c) Integrar a Comissão de Acompanhamento do GEPAR, fornecendo as
informações necessárias à Comissão e emitindo os pareceres cabíveis.

5.5.3 Comandante de Companhia PM

a) Apoiar o comandante do GEPAR, de acordo com a disponibilidade de


recursos humanos e logísticos, com adoção das medidas necessárias para a
efetiva atuação do grupo.
b) Supervisionar as atividades do GEPAR, procurando obter feedback da
comunidade em que o grupo atua, por meio de reuniões e contatos comunitários;
c) Exercer a coordenação e o controle da atuação operacional do
GEPAR, acompanhando as ações e operações desenvolvidas pelo grupo.
d) Acompanhar os integrantes do GEPAR em sua missão, propondo ao
Subcomandante do Batalhão a avaliação de policial militar pela Comissão de
Acompanhamento do GEPAR, nos casos que se fizerem necessários.
e) Participar de reuniões comunitárias, requeridas pelo GEPAR, quando
necessário.
f) Indicar a inclusão de policiais militares no GEPAR.
g) Propor ao Comando do UEOp a participação de policiais do GEPAR
em treinamentos e cursos específicos.
h) Repassar, sistematicamente, ao GEPAR, informações sobre a
evolução da criminalidade nos locais onde atuam, elaborando diretrizes de atuação
para o grupo.

29
5.5.4 Comandante do GEPAR

a) Coordenar as atividades do GEPAR, cumprindo as diretrizes do


Comando da Cia PM e da UEOp, e seguindo o previsto na presente instrução.
b) Gerenciar para que todas as atividades desenvolvidas pelo grupo
sejam lançadas no sistema de Registro de Eventos de Defesa Social (REDS), via
Relatórios de Atividades (RAt) ou Boletim de Ocorrência Simplificado (BOS),
construindo mensalmente bancos de dados com informações quantitativas e
qualitativas.
c) Promover o Treinamento Técnico (TT), visando aprimorar a atuação
dos policiais no que tange a prevenção, mobilização social e repressão qualificada.
d) Manter rigoroso controle da atuação dos integrantes do grupo.
e) Conhecer as ocorrências registradas em seu território de
responsabilidade.
f) Elaborar os cartões-programas das equipes, fiscalizando quanto ao
seu cumprimento;
g) Solicitar intervenção dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa
Social na área de risco, objetivando a atuação integrada na resolução de
problemas locais.
h) Repassar ao Comandante de Cia as necessidades de aprimoramento
e participação de policiais do grupo em cursos relacionados à atuação do GEPAR.
i) Propor ao Comandante de Cia a inclusão ou afastamento de policiais
no GEPAR.
j) Participar, junto ao Comando da Cia, do planejamento da atuação do
GEPAR.
k) Realizar reuniões e manter diálogo com os membros do Centro de
Prevenção Criminal (CPC), Oficineiros e Gestores do “Fica Vivo!”, conforme
previsto na Resolução Conjunta nº 160/20131, realizando o respectivo registro no
módulo REDS, através do Relatório de Atividade com a natureza A-19.005
(Reunião do GEPAR com o Centro de Prevenção a Criminalidade).
l) Participar das reuniões do GIE, levando as necessidades de
intervenção dos demais órgãos no setor de atuação.

1
A Resolução Conjunta nº 160/2013-SEDS-PMMG, de 14 de janeiro de 2013, estabelece as
diretrizes de atuação conjunta entre os Grupos Especiais de Policiamento em Áreas de Risco
(GEPAR) e os Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC).
30
m) Gerenciar junto ao Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) o
apoio de outra viatura para registrar as ocorrências de menor potencial ofensivo,
atendidas inicialmente pelo GEPAR, que careçam de condução, visando a
permanência do grupo na área de risco.
n) Fomentar a realização de eventos de integração entre os
componentes do GEPAR, integrantes dos órgãos do Sistema de Defesa Social,
lideranças comunitárias e demais parceiros da área de atuação.
o) Integrar a Comissão de Acompanhamento do GEPAR, fornecendo as
informações necessárias à Comissão e emitindo os pareceres pertinentes.

31
6 CRITÉRIOS PARA ATIVAÇÃO DO GEPAR

A criação do GEPAR deverá ser precedida de estudo de situação


pormenorizado, elaborado pela Unidade de Execução Operacional (UEOp)
interessada, que deverá conter os seguintes dados e informações, dentre outros
úteis:

a) quantidade de aglomerados urbanos e/ou áreas de risco;


b) histórico de formação dos aglomerados;
c) população residente (conforme último censo do IBGE);
d) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH);
e) Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM);
f) Índice de Crimes Violentos (ICV);
g) taxa de homicídios;
h) taxa de crimes relacionados ao tráfico e consumo de drogas;
i) custos logísticos, administrativos e operacionais para implantação;
j) órgãos públicos e ONGs existentes;
k) relação das principais lideranças comunitárias;
l) projetos sociais existentes no território do aglomerado.

Sendo aprovado pela Região de Polícia Militar (RPM), o estudo de


situação deverá ser encaminhado por esta à Diretoria de Apoio Operacional
(DAOp), que efetuará a sua análise, emitindo parecer técnico sobre a viabilidade ou
não da criação do GEPAR, encaminhando ao Chefe do Estado-Maior para decisão
final e publicação.

Caso os locais de atuação do GEPAR deixem de ser caracterizados


como “áreas de risco”, os integrantes do grupo poderão ser remanejados para
outras atividades do policiamento ostensivo geral ou realocados para outra área de
risco que já possua o serviço, de acordo com as necessidades da Unidade, desde
que seja procedido estudo de situação para desativação e haja autorização do
Comandante Regional, dando-se conhecimento à DAOp e Estado-Maior.

32
As Unidades que já possuem o serviço GEPAR ativo deverão elaborar
estudo de situação, caso ainda não tenham feito, para que o serviço prestado seja
validado pelo nível estratégico da PMMG.

33
7 RECURSOS HUMANOS E LOGÍSTICOS

7.1 Recursos humanos

7.1.1 Composição do GEPAR

Cada guarnição do GEPAR deverá ser constituída por 03 (três) ou 04


(quatro) policiais militares, que permanecerão na área de risco, não podendo haver
remanejamento para outro setor, exceto em casos de prioridade e extrema
gravidade.

Na área de risco onde houver implantado o Programa “Fica Vivo!”, o


GEPAR deverá ser comandado por um oficial subalterno.

Os policiais militares incluídos no GEPAR deverão permanecer neste


serviço por no mínimo 02 (dois) anos, salvo se houver solicitação de afastamento,
que deverá ser precedida de criteriosa avaliação da Comissão de
Acompanhamento do GEPAR. A solução e homologação será de competência do
comandante da UEOp.

7.1.2 Seleção

7.1.2.1 Requisitos

A seleção dos policiais militares para trabalhar no GEPAR tem por


objetivo identificar, entre os interessados, aqueles com características adequadas
para prestar o serviço às comunidades que moram em área de risco. Portanto, os
policiais militares a serem entrevistados deverão ser pré-selecionados por seu
comando, baseando-se nos seguintes requisitos:

a) ser voluntário;

b) ter no mínimo 01 (um) ano de efetivo serviço na atividade operacional;

34
c) não ter sido punido nos últimos 05 (cinco) anos por crimes de tortura,
abuso de autoridade, emprego indevido de arma de fogo, uso de bebida alcoólica
ou outras transgressões de natureza grave;

d) não estar submetido a PADS ou PAD;

e) não estar processado por crime contra pessoa ou contra o patrimônio


que atente contra a imagem da Instituição, sem a declaração de ação legítima;

f) ter condicionamento físico e disponibilidade para frequentar cursos e


treinamentos de capacitação para o serviço GEPAR;

g) estar aprovado no Treinamento Policial Básico (TPB).

7.1.2.1 Divulgação

A necessidade de inclusão de policiais militares ao serviço GEPAR, bem


como as peculiaridades do trabalho a ser desenvolvido, deverão ser amplamente
divulgadas pela Seção de Comunicação Organizacional da UEOp.

7.1.2.2 Reunião coletiva

Os policiais militares pré-selecionados serão informados sobre o


processo ao qual serão submetidos e receberão informações detalhadas sobre o
serviço do GEPAR. Nesta ocasião, os candidatos preencherão a primeira parte do
Formulário de Triagem contido no Anexo “A”.

7.1.2.3 Entrevista individual

Cada candidato será entrevistado pela equipe avaliadora, de forma


semidiretiva, buscando-se dados que permitam o preenchimento dos demais itens
do Formulário de Triagem, conforme Anexo “A”.

O policial candidato será submetido a um exame de avaliação


psicológica, quando serão mensuradas as seguintes características:

a) capacidade de tomada de decisão;

b) capacidade de administração de conflitos;

35
c) conhecimento técnico do trabalho;

d) dinamismo;

e) relacionamento interpessoal;

f) capacidade de trabalhar em equipe;

g) habilidade de comunicação.

O Formulário de Triagem terá sua primeira parte avalizada pela Seção


de Recursos Humanos (P1) e pela Seção de Inteligência (P2) da Unidade do
candidato. Após parecer do Psicólogo, na segunda parte, o formulário deverá ser
encaminhado ao NPA da Unidade, para arquivo.

7.1.3 Capacitação

Os policiais selecionados serão submetidos a um treinamento


complementar próprio, denominado Curso de Capacitação GEPAR, com disciplinas
voltadas para a filosofia de Polícia Comunitária, mobilização social, direitos
humanos e prevenção ao uso de drogas, além de técnicas e táticas policiais,
visando uma maior qualificação profissional e, por conseguinte, melhorar o
atendimento ao público alvo.

O curso de Capacitação GEPAR é destinado à capacitação básica dos


policiais militares selecionados para atuarem no serviço. Deverá ser desenvolvido
conforme a Diretrizes da Educação da Polícia Militar (DEPM), por meio de
planejamento específico a ser desenvolvido pela Academia da Polícia Militar
(APM), por intermédio do Centro de Treinamento Policial (CTP), podendo ser
executado até o nível de UEOp.

O curso de Multiplicador GEPAR destina-se à capacitação de Oficiais e


Praças para atuarem na docência dos cursos GEPAR, bem como em todas as
atividades referentes ao treinamento deste grupo. Serão formadas turmas de
acordo com a necessidade da corporação, atendendo a grade curricular da DEPM,
conforme planejamento específico a ser desenvolvido pela APM, por intermédio do
CTP, podendo ser executado até o nível de RPM.

36
Os comandantes de GEPAR, em conjunto com as Adjuntorias de Ensino
e Treinamento (AET) deverão manter relação atualizada de cursos/treinamentos
realizados pelos militares do GEPAR e indicá-los para realização de outros cursos
relacionados às atividades do grupo, tais como Promotor de Polícia Comunitária,
Promotor de Direitos Humanos, Operador de Instrumentos de Menor Potencial
Ofensivo (IMPO) e outros que se fizerem necessários à qualificação profissional
dos militares do GEPAR.

7.2 Recursos logísticos

Tendo em vista as atividades de prevenção, mobilização social e


repressão qualificada, desenvolvidas pelo GEPAR nas áreas de riscos, é
necessária a utilização de recursos logísticos apropriados para o desenvolvimento
e cumprimento da missão.

7.2.1 Armamento e equipamento

Cada policial militar da guarnição GEPAR deverá, ao assumir o serviço,


equipar-se com colete balístico individual, cinto de guarnição e algema, e armar
com pistola calibre .40, com 3 (três) carregadores municiados, além de outros
equipamentos individuais que forem necessários para execução do serviço.

Dentro do possível, deverão ser disponibilizados para uso exclusivo do


GEPAR os seguintes armamentos e equipamentos, dentre outros:

 submetralhadora MT 40;

 fuzil calibre 5,56 e ou 7,62mm;

 espingarda/escopeta calibre 12;

 kit de IMPO, contendo espargidores, armas de impulso elétrico,


munições químicas e de impacto controlado;

 escudo e capacete balístico ou anti-tumulto;

37
 binóculos infravermelho;

 bastões de madeira/tonfa;

 lanternas;

 cordas;

 fita de isolamento de local de crime;

 rádios portáteis (HT);

 alicate corta vergalhão “corta frio”;

 kit de biossegurança;

 kit de primeiros socorros;

 maquinas fotográficas/filmadoras digital;

 notebooks;

 tablets com acesso à internet.

7.2.2 Viatura

Serão destinadas ao GEPAR viaturas com potência e torque adequados


às características físicas dos locais de atuação, que em sua maioria possuem
ladeiras e vielas íngremes. Também deverão ter espaço adequado para
acondicionamento dos armamentos e equipamentos, compartimento para
transporte de presos, giroflex, sirene e rádio móvel (VHF/FM).

A identificação visual da viatura do GEPAR (plotagem) deverá seguir as


normas de comunicação visual da Corporação, vedando-se a adoção de modelos,
cores, logomarcas ou palavras não previstas.

38
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

8.1 A escala do comandante do GEPAR deverá ser adequada de modo que


possibilite: a participação em reuniões, encontros e despachos com autoridades
diversas; o contato com as equipes subordinadas; o planejamento eficiente das
ações; o mapeamento de grupos criminosos e o estudo da dinâmica criminal local.

8.2 Os Treinamentos Táticos do GEPAR deverão abordar assuntos técnicos


e operacionais relacionados ao serviço e outros de interesse da UEOp, registrados
em livro próprio.

8.3 O GEPAR não poderá ser empenhado em ocorrências fora de seu


território de atuação, exceto em caso de prioridade e extrema gravidade.

8.4 O Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) não poderá


remanejar os policiais militares empregados no GEPAR para outras atividades, ou
modalidades de policiamento, sem autorização do Comandante de Companhia.

8.5 A retirada do policiamento do GEPAR para execução de atividade


programada diversa, fora de sua área de atuação, deverá ser realizada mediante
planejamento prévio, devendo ser autorizada pelo Comandante de Cia e
comunicada previamente ao Comando da UEOp.

8.6 As viaturas utilizadas pelo GEPAR não poderão ser usadas por outros
policiais, exceto se devidamente autorizado pelo Comando da UEOp.

QCG em Belo Horizonte, 23 de junho de 2016.

(a) MARCO ANTÔNIO BADARÓ BIANCHINI, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

39
REFERÊNCIAS

Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal


de Minas Gerais. Diagnóstico da Criminalidade Violenta na Região
Metropolitana de Belo Horizonte: Estudo Espaço Temporal do período 1986-
2001. Disponível em: http://www.crisp.ufmg.br. Acesso em julho de 2006.

MINAS GERAIS. Diário do Executivo. Decreto n. 43.334, de 20 de maio de 2003.


Cria o Programa Controle de Homicídios do Estado de Minas Gerais. Belo
Horizonte, 2003.

______. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz nº 03.01.01/2016-CG. Diretriz


Geral para Emprego Operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. 2ª Edição
revisada. Belo Horizonte, 2016.

______. Polícia Militar. Comando Geral. Diretriz nº 3.01.06/2011-CG. Regula a


Aplicação da Filosofia de Polícia Comunitária pela Polícia Militar de Minas Gerias.
Belo Horizonte, 2011a.

______. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz nº 03.02.01/2009-CG. regula


procedimentos e orientações para a execução com qualidade das operações na
Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009a.

______. Polícia Militar. Comando-Geral. Resolução nº 4.185, de 18 de dezembro


de 2011. Dispõe sobre o Portfólio de Serviços das Unidades de Execução
Operacional com responsabilidade territorial e da Corregedoria e dá outras
providências. Belo Horizonte, 2011b.

______. Secretaria de Estado de Defesa Social; Polícia Militar. Resolução


Conjunta nº 160, de 14 de janeiro de 2013. Estabelece as diretrizes de atuação
conjunta entre os Grupos Especiais de Policiamento em Áreas de Risco (GEPAR) e
os Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC). Belo Horizonte, 2013.

______. Secretaria de Estado de Defesa Social. Superintendência de Prevenção à


Criminalidade. Prevenção Social à Criminalidade: a experiência de Minas Gerais.
Belo Horizonte, 2009b.

TORO, Bernando; WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização social: um modo de


construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autentica, 2004.

40
ANEXO “A” - FORMULÁRIO DE TRIAGEM

1ª PARTE (PREENCHIMENTO PELO CANDIDATO)

Nome: ___________________________________________________________________

N° Pol:________ P/G:____________ Grau de instrução: ____________________

RPM: ________ UEOp: ________ Cia PM:___________

1 MOTIVAÇÃO

1.1 Voluntário para participar do curso e atuar no GEPAR: ( ) Sim ( ) Não


Motivos
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

1.2 Conhece os objetivos do curso? ( ) Sim ( ) Não


Esclarecer
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

1.3 Como se sente diante dos objetivos do curso? Você já atuou no GEPAR? (descreva
sobre sua prática)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2 CONHECIMENTO DO TRABALHO E/OU EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL


2.1 Qual dos cursos abaixo você possui? Citar quando e onde realizou cada curso.
( ) Promotor de Direitos Humanos. ( ) Promotor de Polícia Comunitária.
( ) Professor de Direitos Humanos. ( ) Multiplicador de Polícia Comunitária.
( ) Instrutor do PROERD.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

41
2.2 Você cometeu transgressão disciplinar de abuso de autoridade, emprego indevido de
arma de fogo, uso de bebida alcoólica ou outra transgressão de natureza grave, transitada
em julgado, nos últimos 05 anos? ( ) Sim ( ) Não. Citar qual?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2.3 Você está submetido a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ou Processo


Administrativo Sumário (PADS) ( ) Sim ( ) Não. Citar qual?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3 PERCEPÇÃO DA FILOSOFIA E ATIVIDADES DO GEPAR


3.1 Possibilidades e Benefícios
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3.2 Desafios
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4 SOBRE SUA SAÚDE


4.1 Já sentiu necessidade de procurar ajuda de profissional de saúde mental?
( ) Sim ( ) Não Por qual motivo? Há quanto tempo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4.2 Já fez uso de remédio controlado (pressão, diabetes, entre outros...)?
( ) Sim ( ) Não Qual e por qual motivo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4.3 Quando você gosta de usar bebida alcoólica?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4.4 Já foi punido em função do uso de bebidas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

42
4.5 Relate sobre internações, tratamentos, acidentes sofridos (no trabalho e fora dele).
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4.6 Como está seu estado de saúde atual?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

ATESTO QUE AS INFORMAÇÕES ACIMA DECLARADAS SÃO VERDADEIRAS.

____________________, _______ de ___________________ de 20 ____.

__________________________________________
Assinatura do Candidato

43
2ª PARTE (PREENCHIMENTO PELA EQUIPE AVALIADORA)

5 HABILIDADES
Baseando-se nas atividades desenvolvidas, a Equipe Avaliadora deve atribuir uma nota
(descrita entre os parênteses), para facilitar o processo de seleção dos candidatos. Para
isso, deverá ser observada a seguinte classificação:

FRACO (1 PONTO), REGULAR (5 PONTOS), BOM (7 PONTOS) ou ÓTIMO (9 PONTOS).

QUESITOS PONTOS

1 Capacidade de tomada de decisão


2 Capacidade de administração de conflitos
3 Conhecimento do trabalho
4 Dinamismo
5 Relacionamento interpessoal
6 Capacidade de trabalhar em equipe
7 Habilidade de comunicação
SOMA TOTAL
MÉDIA (dividir a SOMA TOTAL por 7)
O candidato não poderá ser APROVADO se receber o conceito
FRACO (1-4) em um dos quesitos.

6 CONCEITO do PM (Regulamentado no Art. 5º do Código de Ética da PMMG)


Para preencher os itens 7 e 8, a Equipe Avaliadora deve consultar a Seção de Recursos Humanos
da UEOp.
( ) A 50 pontos positivos ( ) B 49 positivos até 50 pontos negativos
( ) C mais de 50 pontos negativos

7 TREINAMENTO POLICIAL BÁSICO

MÓDULO _____ TCF ________ PROVA NOTA _________


TIRO TAF
ANO_________ ANO_________ ESCRITA ANO__________

8 SELECIONADO? ( ) Sim ( ) Não. Citar a justificativa.


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
____________________, _______ de ___________________ de 20 ____.

Oficial PM Oficial Psicólogo

(a) MARCO ANTÔNIO BADARÓ BIANCHINI, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

44
ANEXO “B” - MODELO DE RELATÓRIO SEMESTRAL DA COMISSÃO DE
ACOMPANHAMENTO DO GEPAR

PARTE 1 - SEÇÃO DE INTELIGÊNCIA (P2)

___RPM - ____BPM - ____Cia: Vigência: ___/___/_____ à ___/___/_____

Data: __/__/_____ Aglomerado: ____________________________

1 GESTÃO DE INTELIGÊNCIA

1.1 Aspectos Positivos:

1.2 Aspectos Negativos:

1.3 Sugestões:

___________________________________
Chefe da Seção de Inteligência (P/2)

45
PARTE 2 - SEÇÃO DE EMPREGO OPERACIONAL (P3)

2 INDICADORES CRIMINAIS

2.1 Inserir gráfico (linhas) com Índice de Criminalidade Violenta dos últimos 12 meses no
AGLOMERADO.

Fonte: Armazém de dados.

2.2 Inserir gráfico (linhas) com a Taxa de Homicídio dos últimos 12 meses no
AGLOMERADO.

Fonte: Armazém de dados

46
2.3 Indicador de interação comunitária

2.3.1 Número de Reuniões do GEPAR com o Centro de Prevenção à Criminalidade.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL

Qtd

2.3.2Houve participação de outros membros do GEPAR? Se sim, quais as considerações


mais importantes?

2.4 Sugestões:

____________________________________________________
Chefe da Seção de Planejamento e Emprego Operacional (P/3)

47
PARTE 3 - JURÍDICO E PSICOLÓGICO

3 GESTÃO DE PESSOAS

3.1 Capacitação pessoal. Houve pessoas treinadas no curso GEPAR, seminário, Estudos
Técnicos, etc.?

Detalhar:

3.2 Acompanhamento Psicológico. Houve militares atendidos e/ou encaminhados? Houve


algum trabalho realizado com o grupo GEPAR?

3.3 Assistência Jurídica. Houve necessidade de assistência jurídica a algum militar


GEPAR? Houve palestras, roda de conversa ou outro tipo de aproximação com a
Assessoria Jurídica da UEOp?

3.4 Proposições / encaminhamentos:

______________________________________________
Assessor Jurídico da UEOp

______________________________________________
Oficial Psicólogo

48
PARTE 4 - COMANDANTE DO GEPAR

4 GESTÃO OPERACIONAL

4.1 Fortalezas

4.1.1 Aspectos positivos, dentro da PMMG, que facilitaram a realização do serviço:

4.1.2 Proposições / encaminhamentos:

4.2 Oportunidades

4.2.1 Aspectos positivos, fora da PMMG, que ajudaram o GEPAR:

4.2.2 Proposições / encaminhamentos:

4.3 Deficiências

4.3.1 Aspectos negativos, dentro da PMMG, que atrapalharam a realização do serviço:

4.3.2 Proposições / encaminhamentos:

4.4 Ameaças

4.4.1 Aspectos negativos, fora da PMMG, que prejudicaram o GEPAR:

4.4.2 Proposições / encaminhamentos

5 ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL

5.1 Principais temas / assuntos discutidos em reuniões mensais entre Membros GEPAR e
do Programa “Fica Vivo!”/Mediação de Conflitos nas reuniões mensais.

5.2 Aspectos importantes pactuados para intervenção na dinâmica da violência no território


de atuação

49
6 FICHA PESSOAL DO GEPAR (POR GRUPO GEPAR)

CAPACITAÇÃO EM CURSOS

P/G Nome Completo Tempo de
Ordem BI de CPPC CPDH
serviço CGEPAR CMPC CPPC CProf DH CPDH
Publicação (via web) (via web)
(em anos)

Legenda:

CGEPAR: Curso de Capacitação GEPAR 44h/a;


CMPC: Curso Multiplicador de Polícia Comunitária;
CPPC: Curso Promotor de Polícia Comunitária;
CPPC: Curso Promotor de Polícia Comunitária (via Web);
CprofDH: Curso Professor de Direitos Humanos;
CPDH: Curso Promotor de Direitos Humanos;
CPDH: Curso Promotor de Direitos Humanos (via Web).

50
7 FICHA DE RECURSOS MATERIAIS RECEBIDOS EXCLUSIVAMENTE PARA O
GEPAR

MATERIAIS QUANTIDADE Nº. PATRIMÔNIO

8 SUGESTÕES

______________________________________________
COMANDANTE DO GEPAR

_________________________________________
COMANDANTE DA UEOp

(a) MARCO ANTÔNIO BADARÓ BIANCHINI, CEL PM


COMANDANTE-GERAL

51

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