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Historia de Vida
Historia de Vida
DISCIPLINA: LAPPECS II
DOCENTE: VILMA SOARES
DISCENTES: LUANA FRANCISCA DAS NEVES MELO
PATRICIA FABIANA DE OLIVEIRA
ROSA MARIA PINHEIRO
HISTORIA DE VIDA:
Nos dias atuais tem-se uma grande desvalorização quanto à profissão docente,
salário mau pago, falta de recursos para inovação de suas aulas, tratamento
indiferente quanto às outras profissões entre outros aspectos, levam cada vez
mais os atuantes da área a se sentirem desmotivados para seguir seu
percurso, o que deveria ser um ofício, algo exercido com grande prazer acaba
tornando-se um fardo ou apenas uma forma de sobreviver para os que atuam
nesta área.
JUSTIFICATIVA DA METODOLOGIA
HISTÓRIA DE VIDA
Filha de agricultores, onde seu pai era semianalfabeto e sua mãe apenas
alfabetizada, Laudilene desde cedo teve que trabalhar para ajudar nas
despesas de casa, sua mãe costurava e fazia alguns artesanatos como, por
exemplo, crochê, bordado, pintura, mas mesmo assim não era suficiente e era
necessária sua ajuda. Seu primeiro contato com a escola foi em um Sítio
chamado Várzea, tendo sido este não muito motivador, pois era apenas uma
professora polivalente, para todos os alunos da região e de todas as séries e
muitas vezes por falta de tempo da professora, os próprios alunos eram quem
ensinavam uns aos outros (os mais velhos ensinavam os mais novos), naquele
tempo em sua região não havia escola, e as aulas aconteciam na sala de uma
casa. Laudilene diz que gostava de ir à escola e tinha por parte de seu irmão
grande incentivo.
Sobre o ensino de sociologia, Laudilene diz que pensa bastante na forma como
está transmitindo o conhecimento sociológico e se pergunta se realmente está
ajudando ou prejudicando seus alunos, pois ainda não sabe trabalhar bem a
sociologia, por não ser especializada nesta área. Ela acredita que o professor
desta disciplina precisa ser motivador e comunicativo para poder transmitir a
importância de conhecer o mundo e o que nos cerca. Sente muitas dificuldades
para ministrar a disciplina de Sociologia, pois têm 13 turmas com
aproximadamente 25 alunos cada, e apenas uma aula por semana, portanto
não há como atender a especificidade de cada aluno. Nas suas aulas usa
recursos como data show e sempre procura evidenciar assuntos do cotidiano
de seus alunos e relacioná-los as teorias sociológicas. Diz que dar aula é um
aprendizado mútuo e recíproco.
Por outro lado os professores têm suas dificuldades, são duas vertentes:
primeiro não são valorizados pelo poder público e segundo a própria categoria
não se valoriza. Porque a partir do momento que os profissionais ficam
apáticos ao não aprendizado de seus alunos, acabam não se valorizando,
também há professores que ganham pouco para o que produzem e outros que
ganham muito, pois não produzem quase nada. A arte de ensinar é uma
grande responsabilidade e ela a considera um oficio. Diz que não é uma
católica praticante, mas sempre quando alcança o objetivo de dar uma boa
aula com um bom rendimento, agradece a Deus e pede para que continue
agindo desta maneira, pois sempre avalia sua pratica pedagógica como um
eterno aprendizado.
Considera que muito se tem feito em prol da educação, mas acha que há 30
anos, o professor era mais valorizado em reconhecimento pela sociedade, só
que nunca teve um salário digno, afirma que existem politicas públicas que
ajudam muito as escolas de hoje, elas recebem dinheiro para alimentação e
para manutenção. Um incentivo dado no seu caso, por exemplo, é pelo
Governo do Estado é acrescentar o décimo quinto salário ao professor que
desenvolve projetos na escola. Mas acredita que seria melhor se o professor
tivesse apenas um vinculo para não se desgastar muito, como ela mesma diz
que no seu caso é comerciante e tem dois vínculos um Estadual e outro
Municipal, para poder complementar seu orçamento, e isso tudo é muito
cansativo, tendo pouco tempo para se dedicar à sua família. Hoje aos 46 anos
de idade, Laudilene diz ser uma pessoa realizada, atuando ainda na área
educacional onde passou por muitos obstáculos, mas continua a exercer sua
profissão com muito orgulho e amor.
CONCLUSÃO
A opção pelo curso de licenciatura muitas vezes ocorre pelo fato de não
conseguir ingressar em outros cursos, considerados melhores diante da
sociedade. Fazendo com que cada vez mais se formem profissionais
insatisfeitos, nota-se que diante dos relatos da entrevistada, que a mesma
exerce o trabalho docente como os antigos professores, como um verdadeiro
oficio. “[...] Ter um oficio significava orgulho, satisfação pessoal, afirmação e
defesa de uma identidade individual e coletiva”. (Arroyo, Miguel G. Conversa
sobre o Oficio de Mestre. p. 21.).
Dessa forma foi apontado aqui o caminho percorrido pela Professora Laudilene,
resultando na escolha pela profissão docente.
REFERENCIAL TEÓRICO