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VENEZA

 
 

 
 
PONTES  
 
É claro que uma cidade espalhada por 118 ilhas teria pontes interessantes. Quatro delas
passam por cima do Grande Canal: a Rialto, a da Academia, a da Constituição e a Ponte dos
Descalços. Dessas, a mais famosa é a Rialto, a primeira estrutura criada para pedestres
atravessarem o Grande Canal. Foi estrategicamente construída perto do Mercado Rialto, que acabou
batizando também a ponte (e vale uma visita). E isso já tem um tempinho, viu: foi em 1181. De lá
para cá, a ponte já sofreu alguns acidentes, incluindo um desabamento por excesso de peso, que
jogou no canal a galera que estava assistindo a um desfile. A ponte atual é de pedra e está ali desde
1588.
Outra ponte famosa da cidade é a dos Suspiros, que liga o Palazzo Ducale ao prédio onde
funcionava a antiga prisão de Veneza. Por mais que seja uma ponte linda e que conquista turistas no
primeiro olhar, ops, na primeira foto, a Ponte dos Suspiros tem esse nome por causa de
prisioneiros. Segundo a lenda, eles suspiravam ao passarem por ali, vendo o mundo pela última vez.

 
PRAÇA  DE  SÃO  MARCOS  
 
Na Praça de São Marcos tem de tudo. Para começar, lá você vai encontrar uma
multidão de turistas, mais gente do que em qualquer outra parte da cidade. Fotógrafos e
pombos, muitos pombos, também têm espaço por ali. Se até aqui a descrição não te
agradou, saiba que a Praça de São Marcos é linda. Dizem que Napoleão Bonaparte, que
conquistou a cidade, chamou a praça de “sala de visitas mais elegante da Europa”.
Historiadores têm dúvidas sobre a autoria da frase, mas não dá para negar que a Praça de
São Marcos é mesmo incomparável.

 
 
A praça tem mais de um milênio de história – foi construída no século 9, mas nessa
época era bem menor. O formato atual nasceu em 1177, feito que só foi possível com o
aterramento de canais que passavam por ali. Desde então, pouca coisa mudou. Não é
incrível pensar que várias gerações admiram a mesma Praça de São Marcos?
Na praça ficam vários prédios históricos interessantes, com destaque para a Basílica.
O prédio atual tem cerca de 900 anos e foi inspirado em duas igrejas da antiga
Constantinopla, atual Istambul. Inclusive, um dos destaques da Basílica é uma prova
concreta de que furtar é errado, mas pode ser perdoado se for feito em nome da fé ou da
arte. São os Cavalos de São Marcos, quatro estátuas atribuídas ao escultor Lísipo, que
mandava muito bem nas artes uns 400 anos antes de Cristo botar os pés no mundo.

 
Séculos depois da morte de Lísipo, os cavalos passaram a decorar o topo do Arco de
Trajano, em Roma. Até que Roma perdeu poder e os cavalos foram parar em
Constantinopla, onde eles decoravam o Hipódromo da cidade. Mas Constantinopla também
caiu e os cavalos viajaram de novo, dessa vez para Veneza, que tinha se tornado uma
cidade importante. Depois de passarem 600 anos no topo da Basílica de São Marcos, os
cavalos foram novamente roubados, quer dizer, adquiridos pelo vencedor, dessa vez
Napoleão, que colocou as estátuas no Arco do Triunfo do Carrossel, em Paris. Com a queda
de Napoleão, os cavalos voltaram para casa. Hoje eles estão expostos no museu da Basílica,
enquanto réplicas foram colocadas no topo do edifício. A troca foi feita para proteger as
estátuas da poluição atmosférica.
Visitar a Basílica de São Marcos é de graça, apenas lembre-se de guardar mochilas e
bolsas no guarda-volumes, que também fica na praça, antes de entrar na fila. A visita é
rápida: dura cerca de 10 minutos, num trajeto predeterminado. Quem quiser ficar mais
tempo pode agendar um tour guiado. A entrada no museu da Basílica custa 4 euros.
Perto da Basílica fica o Campanário, a torre de 98 metros que marca a paisagem da
Praça de São Marcos. A torre tem exatamente esse formato há 500 anos, mas a versão atual
é uma reconstrução idêntica, concluída em 1912, depois que a torre anterior caiu. Admirar
a vista de Veneza do alto do Campanário é uma atividade disputada entre turistas (8 euros).
Foi do alto do antigo Campanário que Galileu Galilei apresentou seu telescópio ao doge (o
governante) de Veneza. Nas fotos abaixo, Veneza vista a partir do Campanário.

 
 
Outra atração da Praça de São Marcos fica em frente ao Campanário. É o Palazzo
Ducale (16 euros), antiga moradia do doge de Veneza, que foi construída entre os séculos
14 e 15. Desde 1923 o antigo Palácio funciona como um museu, onde é possível aprender
bastante da história de Veneza. Uma ideia interessante é fazer o tour secreto pelo Palácio,
que custa só um pouco mais, garante a entrada sem a necessidade de enfrentar fila e ainda
dá acesso a partes do Palácio que o visitante normal não conhece. Nós não fizemos, mas no
blog Lua de Mochila você acha um relato sobre o tour.
Por fim, na Praça de São Marcos fica também a Torre do Relógio, outra construção
com muita história para contar e que marca as horas (e os signos do zodíaco) há 500 anos.
No alto da torre, duas esculturas, um sino e a famosa estátua do Leão, símbolo tradicional
de São Marcos. É possível visitar a torre e ver de perto o relógio. Esse passeio custa 12
euros e precisa ser agendado. Mais informações no site oficial.

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