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Entenda o que é a dependência química e quais são os tratamentos mais

indicados!
Algumas substâncias são as responsáveis por alterar alguns
comportamentos em pessoas que as consomem e isso podem causar danos
graves ao organismo.

A dependência química consiste na relação que uma pessoa tem com as


drogas e na maneira como ela consome um determinado tipo de substância.
Quando essa pessoa desenvolve comportamentos impulsivos para aliviar
sensações em sua vida, o desenvolvimento de uma dependência pode
ocorrer e afetá-la de uma forma geral.

Entenda o que é a dependência química e quais os tratamentos mais


indicados.

O que é a dependência química


Reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), a dependência química consiste nas consequências físicas e
mentais trazidas pelo abuso de substâncias nocivas ao organismo. Elas
podem ser tanto lícitas como o álcool e a nicotina quanto ilícitas como
a maconha, cocaína e o crack, por exemplo.

Muitas pessoas acreditam que a doença não passa de um mero vício ou


falta de caráter, o que não é verdade. A dependência química, além de
doença, também é caracterizada como um tipo de transtorno mental. Isso
porque o uso excessivo e descontrolado de drogas acaba por alterar a
percepção do dependente químico, que muitas vezes não tem consciência
da sua situação.

Causas da dependência química


Não há uma única causa que leva uma pessoa a se tornar um dependente
químico. Existem pessoas que já têm certa predisposição para o transtorno,
enquanto outras podem estar sujeitas à ele após alguns usos de uma
substância. Geralmente, a dependência química com uma junção de
diversos fatores.

Dificuldades de lidar com frustrações e resolver problemas, além de


traumas da infância, sintomas de depressão, tristeza sem motivo, quadros
de ansiedade ou qualquer outro sentimento são alguns deles. Influências
sociais, como um ambiente negativo dentro ou fora de casa, também podem
favorecer ou facilitar o uso de alguma substância.

Até mesmo características hereditárias, aquelas que são transmitidas dos


pais para os filhos, podem influenciar no desenvolvimento de uma
dependência química. A genética diz respeito sobre como um organismo
metaboliza o uso de uma determinada substância e o potencial dela causar
uma dependência no futuro.

Estes fatores podem estar diretamente ou indiretamente relacionados com a


influência de uma dependência.

Principais sintomas
Nem sempre é fácil identificar os sintomas. Isso porque a dependência
química é um transtorno que ocorre de forma progressiva, ou seja, ou
sintomas vão ficando cada vez mais agudos conforme o uso é feito.

Alguém que apresenta sintomas da dependência química tem vontades que


outra pessoa saudável não apresenta. Além disso, outro sintoma da
dependência química vai fazer com que a pessoa use e abuse de uma droga
até não ter mais controle sobre seu uso. Alguns sintomas são:

 fissura ou craving;
 dificuldade em controlar o uso;
 síndrome de abstinência;
 tolerância aumentada para a droga;
 mudanças de comportamento.

Fissura ou craving
Os termos fissura ou craving significam a vontade descontrolada de uma
pessoa em utilizar um tipo de droga. Quanto mais a pessoa usa uma
substância, maior é a chance da fissura ocorrer; isso porque ela já tem
conhecimento dos efeitos momentâneos e os antecipa, ocasionando uma
compulsão.
Dificuldade em controlar o uso
A pessoa com dependência química sente que precisa usar a droga sempre
mais para obter os mesmos efeitos. O descontrole também é uma
consequência da fissura, que torna a pessoa inconsciente da quantidade de
substância ingerida.

Síndrome de Abstinência
Ocorre quando o usuário permanece sem o uso da droga, o que causa
alterações bruscas de humor, além de irritabilidade e outros sintomas
físicos, como tremores, náusea, palpitação e alucinação. São crises
decorrentes da falta da substância no organismo. Os riscos
da abstinência são grandes e podem levar à morte, por arritmia,
desidratação ou pelo conjunto de fenômenos, que desencadeiam numa
pressão arterial muito elevada.

Tolerância aumentada
Um dependente químico se torna muito mais tolerante ao consumo de uma
ou mais drogas, pois sente que precisa consumi-las para se divertir. As
quantidades vão se tornando cada vez maiores e as consequências também,
logo surge o famoso efeito “bola de neve”, onde o consumo só aumenta
levando à consequências perigosas.

Mudanças de comportamento
As amizades geralmente mudam e a pessoa passa a se relacionar com um
novo grupo de amigos, afastando-se dos antigos. Ela assume riscos, passa a
mentir mais sobre o seu consumo de substâncias, expõe-se a riscos e ainda
abandona interesses pessoais.

Outros sintomas
Pelo fato da dependência química ser considerada um transtorno
psiquiátrico, ela altera a percepção e capacidade de raciocínio do
dependente. Isso acaba por afetar a sua produtividade no trabalho, pode
desencadear problemas financeiros, causar brigas com pessoas próximas e
até pode levar o dependente a cometer crimes e furtos por conta das drogas.

Tratamentos mais indicados para a dependência química


A dependência química pode ser tratada, porém por ser uma doença
crônica, é necessário que o paciente esteja em constante acompanhamento,
principalmente nos primeiros anos após o início do tratamento.

Não existe uma única alternativa para tratar o transtorno, ela pode variar de
acordo com o quadro clínico do paciente. Geralmente, o tratamento se
inicia com a redução de dano, que é quando a pessoa não aceita ajuda
inicial e então profissionais de saúde auxiliam com medidas para reduzir os
danos causados pela droga.

Consultas para entender a motivação do paciente em realizar o tratamento


também são realizadas com o auxílio de psicólogos e psiquiatras, que
explicam quais os benefícios que o dependente químico alcançará ao
interromper o uso de substâncias.

Equipes multidisciplinares e especializadas para receber, acolher e tratar


esses pacientes são imprescindíveis para que o tratamento seja realizado de
acordo com as necessidades do dependente químico. Conheça os
tratamentos mais indicados a seguir.

Tratamento terapêutico
Envolve profissionais especializados que avaliam o paciente para
estabelecer um tratamento de acordo com as suas necessidades. O
tratamento envolve compaixão e empatia, sendo único e personalizado.

Desintoxicação
O tratamento que exige mais cuidado é a fase de desintoxicação, realizada
com assistência médica durante todo o período. Por conta disso,
a internação é recomendada para eliminar as substâncias nocivas do
organismo e amenizar os seus efeitos colaterais.

Dinâmicas em grupo
A troca de experiências entre amigos e familiares ajuda a superar, aprender
e conhecer as dificuldades de cada um. Isso incentiva a pessoa com
dependência química a entender o sentimentos de outras pessoas e a se
relacionar de forma saudável com elas.

Terapia ocupacional
A terapia ocupacional engloba atividades artísticas, como desenho, pintura
e música com a finalidade de aumentar a percepção do paciente de si
mesmo. Isso auxilia na sua ressocialização, autoconfiança e bem-estar.

Atividades físicas
As atividades físicas são parte fundamental do tratamento tanto para
a saúde física quanto mental de uma pessoa. Muitas pessoas já
conhecem os benefícios que dos exercícios como a liberação de
endorfina, hormônio responsável pelo bem-estar.

Este post explicou que é a dependência química e quais os tratamentos


mais indicados. Você tem alguma dúvida sobre o assunto? Deixe o
seu comentário e conte conosco!

Tratamento e prevenção da dependência química: quais as melhores


formas de fazer
A dependência química se caracteriza pelo abuso de álcool, maconha,
cocaína, crack ou outras substâncias entorpecentes. Esse tipo de doença
afeta todos os aspectos da vida de um indivíduo e pode ser causado por
múltiplos fatores genéticos, ambientais, sociais, familiares e individuais. A
facilidade de acesso às drogas aumenta a…
Em "Dependência Química"
Dependência química: Entenda as causas, consequências e sintomas
deste transtorno
ADICTO

O que é uma adicção: o que leva as pessoas a esse comportamento e


quais são os tipos

Adicções são comportamentos classificados como enfermidades que


afetam diretamente as emoções e criam no indivíduo a condição de
dependência. Nesse sentido, entender o que é adicção ajuda a direcionar
condutas favoráveis à superação de um problema que pode comprometer
a racionalidade e trazer graves prejuízos.

Vamos explicar o que é essa condição e quais seus principais tipos.


Veja, também com o psicólogo do Hospital Santa Mônica, Antonio
Chaves Filho, como identificar os sinais que indicam a necessidade de
buscar ajuda profissional. Ainda, saiba por que é importante optar pela
internação para proteger seu ente querido dos riscos desse
comportamento no cenário de pandemia da Covid-19.

Acompanhe!

Afinal, o que é uma adicção?


Exemplificados pela compulsão alimentar, condição que torna a pessoa
refém dos alimentos, as adicções são desequilíbrios cerebrais associados
à dependência de alguma substância ou atividade. Mesmo que esse
comportamento resulte em consequências nocivas, a pessoa não
consegue se libertar facilmente, pois as adicções são atitudes
patológicas de difícil domínio.

As substâncias que mais causam dependência são o álcool, o tabaco e as


drogas ilícitas. Também figuram nessa lista medicamentos psiquiátricos,
jogos de azar, games, compras compulsivas, pornografia e sexo.
Entretanto, adicções não são prejudiciais apenas aos dependentes, pois
os danos a eles associados refletem sobre os familiares e a sociedade em
geral.

Qual a origem da adicção?


Estudos sugerem que as adicções têm relação direta com os traumas e
que é importante focar o tratamento nos fatores causais. A atenção a
esse detalhe pode ajudar a perceber, de forma mais concreta, a natureza
do problema. Desse modo, é possível não só compreender o que é a
adicção, como relativizar as principais causas e tratá-las com
intervenções mais eficazes. Contudo, existem aspectos biopsicossociais
como origem da adicção, em que 33,3% é fator biológico, 33,3% fatores
psicológicos (entre eles, traumas) e 33,3% social (influência do meio).

Ainda que a manifestação da adicção seja peculiar em cada pessoa,


conhecer sua origem é primordial para ajudar a quem está dominado por
ele. Independentemente do grau de dificuldade do indivíduo, o ideal é
buscar a humanização do atendimento e do tratamento.

Nos adultos, a negligência com o autocuidado pode levar ao consumo


inveterado de álcool ou drogas. Em adolescentes e jovens, a adicção
pode ser ignorada ou nem mesmo percebida pelos pais. A ideia não é
culpabilizar, mas alertar para os sinais que podem indicar a origem da
adicção em grupos mais vulneráveis, e compreender as motivações que
geram essa situação.

Destacamos algumas condições associadas à origem das adicções:

 Solidão;
 Crises depressivas;
 Sentimentos de frustração;
 Perda do controle emocional;
 Conflitos familiares constantes;
 Ausência ou falta de atenção dos pais;
 Dificuldade para lidar com situações adversas;
 Tentativa de disfarçar a dor com algo prazeroso, mesmo que
momentaneamente.

Quais os principais tipos de adicção?

Listamos os fatores mais comumente relacionados à adicção. Veja quais


são!

Bebidas alcoólicas

O uso abusivo do álcool é uma questão que afeta milhões de pessoas e


que pode desencadear diversas enfermidades, inclusive, fatais. A
adicção de alcoolismo é caracterizado por um desejo incessante e
constante de consumir esse produto. Entre os efeitos da substância,
destacam-se a violência, os conflitos familiares/ sociais e outras
complicações que surgem como reflexos da dependência.

Tabagismo
O hábito de fumar começa de forma inocente, até mesmo, pela
observação dos hábitos de amigos ou familiares e, de repente, a adicção
se estabelece e faz parte da rotina. Além das implicações sociais, o uso
do tabaco está diretamente relacionado a diversos tipos de tumores.
Entre os mais perigosos, o câncer de pulmão é o segundo mais comum
no país.

Drogas ilícitas

Entre os entorpecentes mais comuns, destacam-se maconha, cocaína,


heroína e o crack, além das drogas sintéticas com alto potencial de
dependência, como o ecstasy. O consumo dessas substâncias ilícitas está
na lista das principais causadoras de adicção.

Internet

Um estudo realizado por uma pesquisadora da Universidade Federal de


São Paulo (Unifesp) avaliou 264 jovens entre 13 e 17 anos de idade. A
meta era identificar o perfil dos usuários de internet e das mais variadas
mídias digitais, e relacionar as consequências dessa adicção sobre a
qualidade de vida deles.

A pesquisa revelou dados alarmantes: 68% deles eram dependentes


moderados em relação ao consumo de tecnologias atuais, enquanto mais
de 20% foram classificados como dependentes graves. O transtorno é
extremamente preocupante, pois quando comparado à adicção de
drogas, os efeitos são tão nocivos à saúde quanto o uso desses
entorpecentes.

Redes sociais

A relação entre redes sociais e saúde mental se tornou uma das grandes
preocupações da saúde pública. Buscar formas de estimular o uso
saudável de celulares e de smartphones, sem que isso afete a
estabilidade psicológica, é um dos desafios da atualidade. Além de
outros prejuízos, a adicção em redes sociais provoca transtornos
depressivos, ao tornar os usuários reféns desses aplicativos.

Quando há necessidade de internação por adicção?

O descontrole no consumo do que causa a adicção gera um impulso


muito forte e faz com que a pessoa seja compelida a suprir suas
necessidades. Essa é uma situação que gera implicações nos âmbitos
pessoal, afetivo, acadêmico e profissional. Geralmente, a dependência
está associada a ansiedade, dor, solidão e sentimentos de culpa.

Por tal razão, não basta apenas o entendimento do que é a adicção, mas
saber identificar os sinais que sugerem a necessidade de internação é
fundamental. Confira algumas das evidências mais comuns:

agressividade;
tendência a isolamento;
dificuldade para lidar com abstinência;
desinteresse pela escola ou pelo trabalho;
pequenos furtos em casa para manter a adicção;
falta de responsabilidade com os compromissos;
negação ou dificuldade de falar sobre o problema.
Ajudar alguém com esse problema exige um suporte profissional para
analisar o nível de dificuldade. Em síntese, tais dependências resultam
de hábitos e comportamentos repetidos de forma automática e
descontrolada, mas que podem ser modificados com tratamento
especializado na reabilitação da saúde mental.

Por fim, vale destacar que tão relevante quanto saber o que é a adicção é
tomar as precauções e cuidados necessários com esses indivíduos nesse
cenário de pandemia. Dependentes químicos ou alcoólicos, por
exemplo, são mais vulneráveis à contaminação por diversas doenças,
pois são facilmente induzidos a práticas que colocam a vida em risco.

Gostaria de conhecer as melhores alternativas de tratamento para os


tipos de adicção? Entre em contato com o Hospital Santa Mônica!

Fases da adicção em drogas: como passar da negação à aceitação?


Em "Dependência Química"

Autossabotagem e drogas: entenda a relação


Em "Dependência Química"

O que são drogas semi sintéticas? Veja quais efeitos causam no


organismo
Abuso e Dependência de Substâncias Psicoativas

O que é?

Abuso de substância é quando consumimos alguma droga em excesso.


As principais classes de drogas/substâncias psicoativas são: álcool,
cafeína, cannabis, alucinógenos, inalantes, opioides, sedativos,
estimulantes e tabaco. Os excessos de uso da droga se dão por conta da
ativação do sistema de recompensa do cérebro. Esse sistema libera
neurotransmissores responsáveis por sensações de prazer e, quando
ativado pela droga, o sistema produz essa sensação de prazer
(denominadas de “barato” ou “viagem) muito mais rápido do que
produziria com atividades normais (por exemplo, estudar
antecipadamente para uma prova e ter a sensação de prazer quando tirar
uma nota alta).

É característico do uso abusivo de substância a presença de sintomas


cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Por exemplo, as recaídas
constantes (tenta parar, mas volta ao uso) e a fissura intensa pela
substância (desejo muito intenso de usar a droga) são sintomas exibidos
por indivíduos que fazem uso abusivo de substância(s).

Quando identificamos um Transtorno por Uso de Substância, ele é


caracterizado por:

Baixo controle sobre o uso da substância (você vê que é prejudicial e


gostaria de parar de usar, mas não consegue);

Prejuízo social (você deixa de fazer coisas que gostaria no dia-a-dia em


função da substância);

Uso arriscado da substância (você coloca sua vida ou a de terceiros em


risco, e.g. dirige sob o efeito de droga);

Efeitos farmacológicos (tolerância e abstinência – ver abaixo).

Conceitos importantes para entender melhor:


O que é tolerância? Quando o sistema de recompensa se adapta à
quantidade de substância ingerida, tornando-se menos sensível a ela.
Portanto, o indivíduo precisa maiores e mais frequentes doses para
sentir o prazer rápido e intenso que sentia, quando começara o uso, e
para aliviar os sintomas da abstinência.

O que é intoxicação? Aparecimento de sintomas específicos devido ao


uso recente da substância. Alterações do humor, sudorese, taquicardia,
alucinações, ataques de pânico, agitação, (…), são exemplos de
sintomas agudos do uso recente.

O que é abstinência? Sintomas devido à interrupção ou à diminuição do


uso da substância. Dentre eles, podemos citar sintomas depressivos,
fadiga, aumento de apetite, pesadelos, insônia, pensamento lento,
tremores, agitação.

O que é dependência? A pessoa é incapaz de parar o uso, mesmo que


saiba o quanto isso está lhe causando problemas sociais e de saúde.

Existe tratamento?

Sim! Tratamentos são baseados em estratégias de Redução de Danos, de


Promoção de Abstinência, de Suporte Social e de Promoção de saúde
(http://www.saude.gov.br/politica-nacional-de-saude-mental-alcool-e-
outras-drogas). Você pode encontrar grupos de tratamento, instituições
de tratamento e de internação e você também pode iniciar um tratamento
individual.

Informações:

AA – https://aars.org.br/

NA – https://www.na.org.br/csa/csa_porto_alegre.html

CAPS Álcool e Drogas:


http://www2.portoalegre.rs.gov.br/sms/default.php?p_secao=686

Referências:

Amaral, R. A. do, Malbergier, A., & Andrade, A. G. de. (2010). Manejo


do paciente com transtornos relacionados ao uso de substância
psicoativa na emergência psiquiátrica. Revista Brasileira de Psiquiatria,
32(suppl 2), S104–S111. doi:10.1590/s1516-44462010000600007
American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais DSM-5. Porto Alegre: Artmed.

National Institute on Drug Abuse; National Institutes of Health; U.S.


Department of Health and Human Services. (2018). Drugfacts: cocaine.
Recuperado de drugabuse.gov

Pianca, T. G., Sordi, A. O., Hartmann, T. C., & von Diemen, L. (2017).
Identificação e manejo inicial de intoxicações por álcool e outras drogas
na sala de emergência pediátrica. Jornal de Pediatria, 93(Suppl. 1), 46-
52. https://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2017.06.015
Atendimento a pessoas com transtornos mentais por uso de álcool e
drogas aumenta 12,4% no SUS

Data de publicação: 21/02/2022

Registros são mais recorrentes entre homens e mais prevalentes na faixa


etária de 25 a 29 anos

Foto: Pixabay

O uso abusivo e a dependência em substâncias químicas é um problema


global. No Brasil, em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou
400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e
comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. O número mostra
um aumento de 12,4% em relação a 2020, ano com 356 mil registros.
Neste domingo (20), no Dia Nacional de Combate às Drogas e ao
Alcolismo, o Ministério da Saúde traz um alerta para a saúde pública no
País.

O SUS garante o atendimento e acompanhamento para quem tem


qualquer tipo de dependência química. A Atenção Primária à Saúde
(APS) é a porta de entrada e tem papel fundamental na abordagem
desses pacientes. A rede também conta com centros especializados
nesse tipo de atendimento, como o Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS).

Quanto à faixa etária, o maior número de atendimentos fica entre


aqueles que têm entre 25 e 29 anos, que somaram 303,7 mil registros em
2021, seguidos da faixa de 10 a 24 anos (49,4 mil) e, posteriormente,
daqueles com 60 ou mais (38,4 mil). Em todos os cenários, o número de
atendimentos de pacientes do sexo masculino é maior que o feminino.
Entre os atendimentos realizados, o uso abusivo do álcool foi o mais
recorrente, chegando a 159,6 mil, em todos os níveis de atenção, no ano
passado, e 125 mil em 2020. Em seguida, vêm os transtornos mentais e
comportamentais por uso de cocaína (31,9 mil) e fumo (18,8 mil).
Opiáceos, canabióides, sedativos e hipnóticos, alucinógenos, solventes
voláteis e estimulantes (incluindo a cafeína) também fazem parte do
levantamento, com números menores de registros. Por fim, o uso de
múltiplas drogas e de outras substâncias psicoativas não listadas
individualmente somam 151,3 mil atendimentos.

Segundo o departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do


Ministério da Saúde, o número de atendimentos em 2020 pode estar
relacionado à diminuição da procura pelos serviços de saúde em geral,
por conta da pandemia da Covid-19, mas nem por isso a preocupação é
menor.

“É importante lembrar que esses números não são suficientes para


retratar o problema da dependência química no País, tendo em vista que
estamos falando especificamente da quantidade de atendimentos e não
do total de pessoas dependentes”, explica o coordenador-geral de Saúde
Mental, Álcool e Outras Drogas, Rafael Bernardon. “Além disso, muitas
pessoas com transtornos decorrentes do uso dessas substâncias não
procuram os serviços de saúde por fatores diversos, como o estigma e a
falta de informação”, pontua.

Confira abaixo a entrevista com o coordenador-geral de Saúde Mental,


Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon:

O que é dependência química?


Ela é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças
(CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto
de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se
desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A
dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica
(como o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias
psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais
vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.

O que causa a dependência em álcool e em outras drogas?


Trata-se de uma questão complexa e multifatorial. A dependência a uma
ou mais substâncias costuma estar associada a uma somatória de
diferentes fatores de riscos com fatores biológicos, comportamentais e
biopsicossociais. Ou seja, pode ter influência desde genética até do meio
externo.

Que caminho o dependente químico deve percorrer no SUS para


diagnosticar e tratar a doença?
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para o cuidado e
desempenha papel fundamental na abordagem dos transtornos por uso
de substâncias (TUS). Além da capilaridade, já que a APS está presente
em todos os municípios brasileiros, é o nível de atenção que conhece a
população, o território e os determinantes sociais que interferem nas
mudanças comportamentais, dispondo, assim, de melhores condições
para apoiar o cuidado na cessação do uso da substância. Diferentes
níveis de complexidade compõem o cuidado e a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS), podendo ser necessário o encaminhamento para a
atenção especializada. Preferencialmente, o paciente será direcionado
para um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD).
Se estabelecimentos desse tipo não estiverem disponíveis, ele deverá ser
referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que trata
outros transtornos mentais além da dependência química, ou CAPS IJ
(voltado para adolescentes) - a depender da idade. Em breve, vamos
lançar a Linha de Cuidado em Álcool e Drogas, que vai auxiliar o
usuário a visualizar e entender melhor esse fluxo. De antemão, convido
as pessoas que têm qualquer tipo de problema com álcool e outras
drogas a buscar o SUS.

Como tratar a dependência?


Essa é uma preocupação constante, de ação permanente, dentro do
Ministério da Saúde. Os CAPS AD, especializados em transtornos pelo
uso de álcool e outras drogas, oferecem atendimento a todas faixas
etárias. São serviços de saúde de caráter aberto e comunitário,
constituídos por equipe multiprofissional e que atuam sob a ótica
interdisciplinar, seja em situações de crise ou nos processos de
reabilitação psicossocial. Ressalto a Política Nacional sobre Drogas e a
Política Nacional de Saúde Mental, que reforçam a importância da
prevenção, do tratamento, do acolhimento, da recuperação e reinserção
social. Elas buscam garantir o direito à assistência intersetorial,
interdisciplinar e transversal para as pessoas com problemas decorrentes
do uso indevido ou da dependência do álcool e de outras drogas, nos
diferentes níveis de complexidade, com incentivo à promoção da
abstinência.

Quais são as formas mais eficazes para prevenir e para combater o uso
abusivo de álcool e drogas?
Conforme apontado na Política Nacional sobre Drogas, por se tratar de
uma situação complexa e multifatorial, não há uma resposta única. As
estratégias envolvem, principalmente, ações de redução da demanda:
prevenção, promoção e manutenção da abstinência, promoção à saúde,
cuidado, tratamento, acolhimento, apoio, mútua ajuda, suporte social,
redução dos riscos e danos sociais e à saúde e reinserção social. Para
além do âmbito da saúde, também destaco a redução da oferta, como
ações de segurança pública, de defesa, de inteligência, de regulação de
substâncias precursoras, de substâncias controladas e de drogas lícitas,
além de repressão da produção não autorizada, de combate ao tráfico de
drogas, à lavagem de dinheiro e crimes conexos. Inclusive, um dos
meios utilizados nessas ações é a recuperação de ativos que financiam
atividades do Poder Público nas frentes de redução de oferta e demanda.

Saiba mais sobre a assistência psicossocial disponível no SUS aqui.

*Os dados citados foram extraídos do Sistema de Informação


Ambulatorial (SIA), do Sistema de Informação em Saúde para a
Atenção Básica (Sisab) e do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), e
não tratam de dados epidemiológicos sobre a prevalência de casos de
dependência química, e sim de atendimentos no SUS

Fonte: - Autor(es): -
Transtornos por uso de substâncias:
Conheça quais são e qual o tratamento
Drogas / Por InterHelp Internação

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Públicado em: 15 de março de 2022

Última Atualização em: 29 de março de 2022

Infelizmente, os transtornos por uso de substâncias costumam ser muito


recorrentes, devido ao fato de que o uso de entorpecentes pode desencadear
uma série de efeitos na saúde cerebral do indivíduo.
Sendo assim, ter conhecimento sobre esses transtornos e entender como
funciona o tratamento são formas de impulsionar a disseminação de
informação sobre o tema. Afinal, quanto mais conhecimento, mais
conscientização!

Pensando nisso, preparamos este guia com perguntas e respostas para você.
Acompanhe e confira.

O que são transtornos por uso de substâncias?


Os transtornos decorrentes do uso de substâncias, como o próprio nome nos
dá a entender, caracterizam-se como transtornos que estão relacionados ao
uso de drogas. 

É o caso de indivíduos que reconhecem os efeitos nocivos da droga, mas ainda


assim consomem o entorpecente por conta da dependência química naquela
substâncias e por conta da síndrome de abstinência, por exemplo.

Esses transtornos podem desencadear, ainda, efeitos nocivos e irreversíveis para


a saúde cerebral e mental. Ou seja, podem levar o indivíduo a desenvolver
transtornos mentais em muitas circunstâncias.
Transtornos por uso de substâncias.
Qual a relação entre drogas e transtornos
mentais?
O abuso de substâncias entorpecentes pode desencadear uma série de
efeitos nocivos para a saúde cerebral. Cada tipo de droga pode, ainda,
desencadear um efeito distinto, que se diferenciará de acordo com:

 A recorrência do consumo.
 A quantidade de droga consumida.
 O tipo de droga consumida.
A nível de exemplo, podemos mencionar a cocaína como uma verdadeira porta
de entrada para transtornos depressivos, bem como a maconha pode
desencadear quadros intensos de ansiedade.

Outras drogas psicoativas podem desencadear delírio, alucinação, psicose,


transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outros transtornos mentais, desde os
mais sutis, até os mais intensos.
Vale ressaltar, ainda, que a relação da droga com algumas questões mentais
pode ter o caminho inverso. Ou seja, uma pessoa depressiva ou ansiosa pode
buscar, nas drogas, a “solução” para as dores psíquicas que sente.

Sendo assim, os transtornos mentais e o uso de entorpecentes estão


intimamente relacionados, em grande parte dos casos.

Quais os principais transtornos por uso de


substâncias?
Quando pensamos em transtornos por uso de substâncias, podemos citar os
seguintes:

 Álcool
 Medicamentos ansiolíticos e sedativos
 Cafeína
 Cannabis
 Alucinógenos
 Inalantes/Solventes
 Opioides
 Estimulantes
 Tabaco
Cada entorpecente acima pode desencadear a dependência química, a
síndrome de abstinência, entre outras questões de saúde. Além disso,
podem ser a porta de entrada para transtornos mentais, como citamos no
tópico a seguir.

Quais os principais transtornos decorrentes do


uso de substâncias?
São diversos os transtornos decorrentes do uso de substâncias que podem
aparecer à medida que o indivíduo consome o entorpecente. Entretanto,
segundo pesquisas realizadas em 2011, os principais transtornos decorrentes do
uso de substâncias são:

 Depressão (17,4%);
 Ansiedade (17,4%);
 Transtorno bipolar (15%).
O estudo foi feito com 149 usuários de drogas, no Paraguai. No entanto, outros
transtornos mentais podem ser desencadeados a partir do consumo abusivo de
drogas, como por exemplo, transtornos de déficit de atenção; psicose;
esquizofrenia; entre tantos outros.

Transtornos por uso de substâncias.


Quais são os efeitos das drogas no cérebro?
As drogas agem diretamente nas funções cerebrais, podendo levar o indivíduo
tanto a comportamentos eufóricos e enérgicos, como pode também
desencadear efeitos mais sedativos, de relaxamento e diminuição da percepção
do ambiente.

Isso ocorre porque as drogas alteram o funcionamento dos nossos


neurotransmissores. E assim, faz com que o corpo sinta energia, prazer,
sonolência, aptidão ou não, entre outros efeitos que diferente de acordo com o
tipo de droga.

Atualmente, existem drogas estimulantes, depressoras e perturbadoras. Isto é,


há drogas que dão “energia” e autoconfiança; outras que diminuem os reflexos;
e aquelas que provocam alucinações, delírios, distúrbios da percepção, entre
outros efeitos.
Qual o pior problema neurológico que a droga
pode causar?
Infelizmente, o uso abusivo de substâncias pode desencadear uma série de
consequências irreversíveis e muito nocivas para a saúde mental e cerebral.
Dentre esses problemas, podemos citar os acidentes vasculares cerebrais,
isquemias, cefaléias, convulsões, entre outros.

Como as drogas destroem os neurônios?


Depende do tipo de entorpecente que está sendo consumido. Alguns podem
desencadear a morte de neurônios em desenvolvimento, enquanto outros
podem provocar danos irreversíveis na estrutura do neurônio, danificando a
comunicação entre as células cerebrais.

Cada substância química pode desencadear um efeito diferente na saúde de


cada neurônio. De qualquer modo, o consumo de drogas é altamente
prejudicial para a saúde cerebral.

São características dos transtornos decorrentes do


uso de substâncias
São diversas as características que podemos reconhecer da consequência do
uso de substâncias psicoativas. Isso porque em alguns casos o indivíduo poderá
ter alucinação, delírio, sentimento de perseguição, enquanto em outro
momento poderá sofrer prejuízos na aprendizagem, na atenção, na percepção
do ambiente, etc.

Isto é, não existe um único tipo de transtorno mental decorrente do consumo


de drogas. Tudo depende da substância que está sendo ingerida. Do mesmo
modo, a própria dependência química pode ser vista como uma consequência e
um transtorno proveniente do consumo abusivo de drogas.

O que são transtornos aditivos?


Os transtornos aditivos, no entanto, são entendidos como transtornos por uso
de substâncias como maconha, cocaína, opióides, álcool, entre outros.
Transtornos aditivos também estão relacionados com o vício em jogos
eletrônicos, de carta, de azar, etc.
Basicamente, relacionam-se com a dependência química e com os efeitos
nocivos que cada substância química é capaz de desencadear no organismo do
seu humano.

Qual o tratamento para transtornos por do uso de


substâncias?
O tratamento depende de cada caso e de cada substância consumida. Afinal,
cada entorpecente pode desencadear sintomas e efeitos diferentes no
organismo, resultando em uma necessidade distinta dos demais.

De todo modo, a busca por tratamento em clínicas de reabilitação se faz


necessária para atravessar esse momento difícil. Isso porque é na clínica de
reabilitação que o indivíduo receberá o suporte multidisciplinar para
atravessar o processo de desintoxicação.

Além disso, terá todo o apoio psicológico para restabelecer o gerenciamento


das emoções e a sociabilidade. Outro fator importante que é tratado em uma
clínica especializada, são os efeitos e consequências do consumo, como é o
caso de alguns transtornos mentais decorrentes do uso de drogas.

Conclusão
Os transtornos por uso de substâncias são uma realidade emergente e que
requer atenção. Tratam-se de questões de saúde cerebral e mental, que sofrem
impactos negativos devido ao consumo abusivo de entorpecentes. Requer
intervenção médica especializada e acompanhamento terapêutico.

Em caso de dúvidas, deixe o seu comentário e não se esqueça de buscar ajuda


em uma clínica especializada no assunto. Inclusive, nós podemos lhe ajudar
nesse sentido. Basta entrar em contato!

Referências
Transtornos mentais e comportamentais por uso de substâncias psicoativas em
hospital psiquiátrico. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1806-69762017000200002&lng=pt&nrm=i> Acesso
em 15 mar 2022.
O Uso Abusico de Drogas e Suas consequências no Sistema Neurológico.
Disponível em: <https://www.redepsi.com.br/2011/07/01/o-uso-abusico-de-
drogas-e-suas-consequ-ncias-no-sistema-neurol-gico/> Acesso em 15 mar.
2022.

Transtornos por uso de substâncias. Disponível em:


<https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa
%C3%BAde-mental/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-
por-uso-de-subst%C3%A2ncias> Acesso em 15 mar. 2022.

Revisado por Camila Bonatti: Psicóloga (CRP12/17354)

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