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Nome: Joao Carlos Lunedo

FICHA DE LEITURA

Referência: NOVAES, Ana Maria Pires. Letramento, Oralidade e Escrita em Contexto


Digital. Caderno Seminal Digital Ano 18, nº 17, V. 17 (Jan - Jun/2012).

ESTRUTURA ARGUMENTATIVA
do artigo selecionado

Introdução: Este texto introduz o tema do letramento em contexto digital, destacando


como o avanço tecnológico tem ampliado a noção de texto e favorecido o surgimento de
novos gêneros textuais. A escrita eletrônica, em particular, rompe com a estrutura
convencional do texto e dá lugar ao hipertexto, que permite ao leitor acessar outros
textos em tempo real, de forma interativa e não linear. A Comunicação Mediada por
Computador também tem impulsionado o surgimento de novos gêneros textuais, como
chats, e-mails, blogs, entre outros. É destacada a importância de contemplar esses
gêneros e recursos tecnológicos no ensino/aprendizagem da língua, a fim de incentivar a
produção de textos e o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita em novos
formatos.

Seção I: O texto discute a proposta Bakhtiniana dos géneros discursivos e a sua


determinação social e histórica. De acordo com Bakhtin, a ação humana não ocorre
independentemente da interação, nem a fala ocorre fora da ação. Nesta teoria, está
estabelecido que falamos através de géneros dentro de uma esfera específica da
atividade humana. Cada domínio discursivo ou esfera institucional desenvolve práticas
características e dá origem a vários géneros que circulam dentro dele. Estes géneros têm
sempre um envolvimento social ou um carácter sócio histórico determinado. O texto
também menciona a importância da linguagem e a estruturação dos enunciados. Os
diferentes domínios discursivos funcionam como quadros comunicativos globais,
subordinando práticas sócio discursivas orais e escritas que resultam em géneros. O
texto também menciona o impacto dos meios de comunicação na produção de géneros
híbridos devido à velocidade e tecnologização da comunicação de massas, o que gera a
necessidade de criar, transformar, modificar, misturar, e inovar os géneros existentes.
Finalmente, o texto destaca como diferentes tipos de textos são percebidos pelo público,
uma vez que cada um deles tem as suas características e constrói efeitos diferentes
dentro do processo.

Seção II: A oralidade e a escrita são duas modalidades da língua que apresentam
diferenças e semelhanças entre si. Historicamente, a oralidade é considerada a
modalidade mais contextualizada, enquanto a escrita é mais explícita, visto que o leitor
não dispõe do contexto de produção do autor. No entanto, estudos mais recentes
mostram que a contextualização não se limita à situação física em que o enunciado é
produzido e que a explicitude não é uma propriedade exclusiva da escrita.
Tanto na fala quanto na escrita, o produtor do texto se situa em relação ao espaço,
tempo e contexto sociocognitivo. Os ouvintes/leitores utilizam pistas prosódicas,
lexicais, estilísticas, dialetais etc. presentes nos textos para interpretar as informações
textuais e contextuais. A interatividade também é uma propriedade de todo e qualquer
uso da língua e há marcas interativas tanto na fala quanto na escrita.

As diferenças entre fala e escrita se dão dentro de um continuum tipológico das práticas
sociais. As duas modalidades podem ser consideradas como modos complementares de
enunciação com interfaces amplas, o que sugere maior número de semelhanças do que
de diferenças. Consideradas no interior das práticas sociais, fala e escrita identificam
gêneros de textos, concebidos como orais ou escritos em maior ou menor grau.

Os gêneros virtuais, objeto de estudo deste texto, são exemplos de gêneros que se
constituem na interface oralidade/escrita, tornando possível que propriedades como a
simultaneidade temporal, até então exclusiva da fala, estejam presentes na prática da
escrita.

Seção III: apresenta a ideia de que os gêneros digitais podem ser utilizados como
ferramentas para novos letramentos e como um contraponto para a escola alertar os
usuários sobre a necessidade de se comportar diferentemente diante dos vários gêneros e
suportes textuais. Com o avanço tecnológico e a expansão das mídias eletrônica e
digital, outras práticas de letramento devem ser incorporadas, centradas na imagem e no
signo visual. É necessário capacitar professores e alunos na utilização de ferramentas
midiáticas, a fim de que essas sejam instrumentos de leitura e escrita. O letramento
digital propiciará aos estudantes postura mais crítica frente ao universo informacional
da rede, auxiliando na pesquisa e avaliação do material coletado, além de favorecer o
uso consciente das novas tecnologias. O trabalho com os gêneros da mídia virtual pode
dinamizar as atividades de produção textual para além dos limites estritamente
escolares.

ANÁLISE DO TEXTO

Objetivo: O objetivo deste estudo é discutir as implicações da ampliação do acesso às


tecnologias de comunicação e da informação na prática de leitura e escrita, bem como
refletir sobre um redirecionamento do ensino que leve em consideração as novas
tecnologias de informação e comunicação.

Ideias principais:

- O acesso às tecnologias de comunicação e da informação tem trazido mudanças


significativas para as práticas de leitura e escrita.

- É preciso considerar múltiplas formas de letramento ou letramentos, incluindo a


multimodalidade das mídias virtuais.

- As instituições de ensino devem habilitar os alunos para a produção de outros gêneros


discursivos que circulam na vida social, inclusive aqueles que se constituem no
ambiente digital.
- É importante discutir as interações síncronas da internet, bem como a interface entre
língua falada e língua escrita no continuum dos gêneros textuais

O texto trata do uso dos gêneros digitais no ensino e sua importância para a formação de
novos letramentos. O autor destaca que, embora muitas vezes se diga que os jovens não
têm o hábito da leitura e da escrita, eles passam horas navegando na internet, lendo e
escrevendo em diferentes plataformas. Nesse sentido, o autor defende que os gêneros
digitais podem ser utilizados como ferramentas para novos letramentos, capacitando os
estudantes a uma interação mais participativa no meio social.

O texto destaca a importância de incorporar outras práticas de letramento, centradas na


imagem e no signo visual, uma vez que a multimodalidade tornou-se traço constitutivo
do discurso oral e escrito. Os novos formatos de leitura e escrita, definidos pelo uso do
computador e pelos hipertextos, vêm determinando um novo cenário educacional.

Destaca a importância de capacitar professores e alunos na utilização de ferramentas


midiáticas, para que essas sejam instrumentos de leitura e escrita. É necessário que os
sistemas de ensino, em todos os níveis, capacitem os professores para o domínio das
ferramentas oferecidas pelo ambiente virtual e promovam um redirecionamento das
formas de ensino/aprendizagem.

Por fim, o autor destaca que o letramento digital propiciará aos estudantes uma postura
mais crítica frente ao universo informacional da rede, que os auxiliará na pesquisa e
avaliação do material coletado, bem como favorecerá o uso consciente das novas
tecnologias. Além disso, o trabalho com os gêneros da mídia virtual pode dinamizar as
atividades de produção textual para além dos limites estritamente escolares.

No geral, o texto destaca a importância do uso dos gêneros digitais como ferramentas
para novos letramentos e a necessidade de se adaptar as formas de ensino/aprendizagem
às novas tecnologias de informação e comunicação, para que a escola possa preparar os
alunos para lidar com um mundo em permanente transformação.

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