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O Aviso do Profeta (Os 5.

1-15)

O capítulo 5 constitui um discurso aos sacerdotes, ao povo e à casa do rei.


A escuri­dão aumenta com a proximidade do dia da repreensão.

A consciência de Israel se entor­peceu,

A sua visão se escureceu,

O seu testemunho acabou

O seu concerto com Deus se rom­peu.

Ouvi isto, ó sacerdotes (1) indica que o discurso foi feito diretamente aos
líderes religiosos, mas o povo também é responsabilizado com esta ordem:
Escutai, ó casa de Israel.

Nem os príncipes são isentos da culpa: E escutai, ó casa do rei. O juízo de


Deus trata de todas estas três classes, porque vós fostes um laço para Mispa e
rede estendida sobre o Tabor.

Mispa e Tabor eram notórios centros de adoração de Baal e um laço para


Israel. Mispa estava situada no lado leste do rio Jordão , ao passo que o Tabor
ficava na extremidade oriental da planície de Jezreel, a oeste do rio Jordão .

Os dois lugares eram fortalezas com função militar onde os príncipes da casa
do rei e os sacerdotes apóstatas “exerciam sua influência mortal sobre as
pesso­as, ao armarem armadilhas contra elas como os pássaros e animais são
enganados nas montanhas da rapina (cf. Os 6.8,9)”.”

Vós sois uma arapuca em vez de um farol. Profeta adicionou, uma rede
estendida sobre Tabor: e é bem conhecido que Mizpá e Tabor eram montanhas
altas, afamadas e célebres por suas alturas; sabemos também que a caça era
comum nelas.

“Como passarinheiros e caçadores têm por costume armar suas redes e


ciladas nos montes Mizpá e Tabor; assim o povo, igualmente, é enredado por
vós”.
Não é sem razão que ele ataque os príncipes, porque a culpa principal
estava neles; e os sacerdotes, porque eram como cães mudos, além de não
denunciarem o pecado, levavam o povo para longe do culto puro a Deus ,

Devemos ter em mente que, embora o povo todo houvesse pecado, todavia,
reis são aqui, de uma maneira especial, censurados, porque mereciam uma
punição mais pesada, visto que, seus exemplos depravados, corrompem o
povo inteiro.

Quando os justos governam, o povo se alegra; quando os perversos estão


no poder, o povo geme. pv 29.2

● Os rebeldes têm descido até o profundo na matança; v2

Ao sacrificarem e matarem, eles tornaram-se profundamente desviados do


propósito de Deus e endureceram por completo seus corações, de modo
que sua depravação é incurável.

Eles estavam tão viciados em seu estilo de vida que não podiam ser
restaurados a uma mente sã, por maior que fosse a frequência com que os
Profetas os admoestassem.

● Mas eu serei a correção de todos eles

O Senhor é Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de furor; o Senhor toma vingança
contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos.

O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e o culpado não tem por inocente; o Senhor
tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.Naum 1:2,3

A ameaça prossegue. Por causa da conduta idólatra, a nação será julgada.


O versículo 2 serve de introdução para os versículos 3 e 4.

● Conheço a Efraim e Israel não se escondem de mim v3

Uma vez mais, a profecia identifica que o estado moral que é a


prostituição (3, te tens prostituído), condição que separou os filhos de Israel
do conhecimento de Deus .
● Seu proceder não lhes permite voltar para Deus v4

(4; ver Introdução). Eles não podem voltar a Deus, visto que não querem
ordenar (“tramar” ou “manobrar”) as suas ações. “As suas ações não lhes
permitirão voltar ao seu Deus;

Pois há neles um espírito de prostitui­ção que não lhes permite conhecer o


Senhor” . A idolatria monopolizou-lhes o afeto de tal forma que o
conhecimento do verdadeiro Deus foi sufocado.

À semelhança de um espírito de embriaguez, assim se abateu sobre o povo o espírito


de devassidão, de deserção espiritual.'” O coração corrompido abre largas avenidas
para os espíritos malignos agirem na vida da pessoa.

Israel consultava os ídolos de madeira e ouvia deles a resposta (4.12). Eles


estavam entorpecidos e dominados por esse engano.

“Eles estão inteiramente escravizados por suas invenções diabólicas, de modo


que suas inclinações não lhes possibilitam arrependerem-se”(joão Calvino)

A soberba de Israel testificará, pois, no seu rosto (5).

“A soberba de Israel abertamente o acusa; Israel e Efraim cairão por causa


da sua iniquidade, e Judá cairá juntamente com eles.” A soberba tornou-se o
maior pecado de Israel, o orgulho, seu contínuo pecado e, finalmente, seu
destrutivo pecado.

A soberba sempre precede a ruína. Por terem desprezado o conhecimento,


orgulhavam-se do pecado, em vez de chorarem por ele. Essa soberba é que
levou o povo à queda. Essa arrogância na prática do pecado atingiu também Judá, e
ambos os reinos caíram nesse laço.

Você fez o leito numa colina alta e soberba; ali você subiu para oferecer sacrifícios.
Isaías 57:7
● Estes irão com seu rebanho e seu gado à procura do Senhor v6.

O Profeta, aqui, ri com desdém da hipocrisia do povo, pois que este achava
que tinha pronto à mão uma maneira de lidar com Deus, que era apaziguá-lo
com seus sacrifícios. Portanto, ele mostra que nem os israelitas nem os judeus
ganharam coisa alguma acumulando holocaustos, pois não podiam, desse
jeito, retornar o favor de Deus.

Ele se retirou. Deus não se satisfará com atos e observâncias exteriores; ele
exige verdade e sin­ceridade no íntimo.

Derek Kidner diz que Deus não é prisioneiro dos seus sacramentos, pois as
próprias festas que eles pensavam que aplacariam a ira de Deus seriam a mais
profunda provocação a Deus.

Eles pensaram que suas ofertas pudessem agradar a Deus mais do que a
santidade. Eles tentaram substituir a piedade pela religiosidade fajuta.

No entanto, não há nada que Deus abomina mais do que a iniquidade


associada ao ajuntamento solene Israel não encontrou a Deus na sua
muita religiosidade. Deus não está onde a verdade não está presente. Deus não
é encontrado onde sua palavra é torcida e negada.

● Aleivosamente se houveram contra o Senhor v7

Israel se prostituiu espiritual e fisicamen­te. Eles geraram filhos bastardos. Na


sua apostasia, Israel tinha produzido uma geração de filhos ilegítimos,
israelitas sem conhecimento do concerto do Senhor com seus pais.

Deus não pactua conosco nesta condição, para que seja ele nosso Pai e
Marido; contudo, requer de nós obediência tal como a que um filho deve
prestar a seu pai; ele requer de nós aquela castidade que uma esposa deve a
seu esposo.

O Profeta, agora, acusa o povo de infidelidade, porque esse havia


menosprezado o Deus verdadeiro e se prostituído com os ídolos.

Os israelitas não só eram violadores do pacto com respeito a Deus, mas que
eles também haviam guiado os filhos no mesmo estilo de vida , de modo que
não havia esperança alguma de arrependimento, em vez de serem filhos do
concerto eram filhos de prostituição, uma geração adúltera.

Agora, a lua nova os consumirá com as suas porções;

No cerimonial religioso hebreu, a “Festa da Lua Nova” ocorria no início de “cada mês”,
sendo celebrada “todos os meses do ano” (Números 28:11 e 14).

Como ocasião especial de adoração , neste dia tocavam-se as trombetas sagradas e


ofereciam-se “holocaustos” e “ofertas de manjares” ao Senhor (Números 10:10;); o povo
abstinha-se de atividades comerciais e seculares ; realizavam-se também banquetes
especiais .

“Agora os festivais da lua nova os consumirá e também aos seus campos


“plantações”

Isto não significa que a terra seria invadida e destruída na “lua nova” ou no
próxi­mo mês, mas “qualquer mês podia trazer a ruína a eles e aos seus
campos”

“O significado é este: sua festa sacrificial, sua adoração hipócrita, longe de


lhe trazer salvação, comprovará sua ruína”.

O culto verdadeiro precisa ser em espírito e em verdade. Ele deve ser


verdadeiro e sincero. O culto é bíblico ou é anátema.

● Tocai a buzina em Gibeá, a trombeta em Ramá gritai altamente v8

O profeta Oséas muda radicalmente o seu enfoque. Ele passa do cenário


religioso para uma descrição de guerra. Sem aviso, a cena muda do culto
para o campo de batalha.

No papel de sentinela, o profeta dá o alarme de guerra, pede os dois tipos de


trombetas que dão o toque de peri­go, convocando todas as sentinelas a
erguerem o grito de alerta.

O protagonista dessa batalha é o próprio Deus. Os juízos que caíram sobre


Israel e Judá não são acidentes da história; não procedem da agenda dos
poderosos impérios.
É o próprio Deus quem levanta a Assíria e a Babilônia para disciplinar o seu
povo. É o próprio Deus quem entrega o seu povo a essas nações impetuosas.
Deus é o agente tanto da disciplina quanto da restauração.

A invasão assíria seria inevitável. O castigo havia chegado.


A disciplina radical era absolutamente necessária.
A invasão do Reino do Norte deveria colocar Benjamim, no Reino do Sul,
com as barbas de molho. Os pecados do Reino do Norte deveriam ser uma
trombeta de alerta para os seus irmãos do Reino do Sul.

● Efraim será para assolação no dia do juízo v9

Só os loucos zombam do pecado. Só os que querem ser destruídos se agradam


em andar após a vaidade. Efraim tornou-se assolação. Efraim foi oprimido e
quebrantado pelo castigo.

A nação perdeu a sua soberania política, sua liberdade, a sua terra e a sua
religião. Eles foram dominados, saqueados e levados prisioneiros.

O pecado que eles amaram e no qual deliberadamente viveram deixou-os em


total desamparo. A disciplina de Deus os alcançou.

● Os príncipes de Judá são como os que transpassam os limites v10

Israel era um antro de vícios, Judá era um covil de ladrões, pois o hábito de
deitar mão em terra alheia foi testemunhado pelos contemporâneos Miqueias.

“Cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam; assim fazem violência


a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança” (Mq 2.2).

Os direitos alheios nada significavam para os príncipes de Judá eles eram


eram uma horda de ladrões. É importante res­saltar que Deus não tolera a
quebra do oitavo mandamento: “Não furtarás”

Mudar marcos é apropriar-se indebitamente de proprieda­des alheias. E tomar


o que é do outro pela força, pela lei ou pelo engano. A ira de Deus é derramada
sobre aqueles que se enriquecem ilicitamente. Eles não ficarão sem o justo
castigo divino.

“Maldito seja aquele que mudar de lugar os marcos de divisa do terreno do vizinho!”
E o povo responderá: “Amém!” Det 27.17

“Não mudem de lugar os marcos de divisa do terreno do vizinho. Elas foram


colocadas há muito tempo na terra que o SENHOR, nosso Deus, está dando a
vocês.”Dt 19.14.

● Portanto, para Efraim serei como a traça e para casa de judá como
podridão. v12

Deus usa duas figuras fortes para descrever a sua inter­venção disciplinadora
na vida de Israel e Judá. A traça e a podridão atacando internamente, e o
leão e o leãozinho atacando externamente. Se Deus é o inimigo interior,
também é o inimigo exterior.

A decomposição interior de Israel era como a destruição oculta, lenta e


progressiva causada pela traça (5.12), mas a vinda dos assírios era como o
ataque súbito e evidente de um leão.

A principal instrução é que Deus não pune os homens sempre da mesma


maneira; pois trata com eles diferentemente, ou para promover sua salvação,
ou para fazer com que, dessa forma, fiquem mais indesculpáveis.

Deus, por vezes, extravasa sua severidade mas, em outras, ele lentamente nos
castiga. Mas, seja qual for a maneira, somos lembrados de que não devemos
adormecer quando Deus nos desperta; nem esperar até que ele surja como um
leão ou um urso, até que nos devore, até que se encolerizar contra nós com
fúria aterradora.

Visto que é assim, não há motivo nenhum para os homens ficarem seguros
quando Deus exibe algum sinal de sua ira, ainda que não derrame sua horrível
vingança, mas seja como uma putrefação oculta. Percebemos agora o que
Oséias quis dizer nesses versículos.

● Irei e voltarei para o meu lugar v15

Deus castigou o seu povo com a vara da sua ira. A assíria era essa vara da ira divina
(Is 10.5). Aqueles que não escutam a voz de Deus receberão o chicote da sua
disciplina. É melhor, porém, ser quebrado por Deus do que perecer no pecado.

O castigo de Deus é melhor do que o castigo do inferno.Deus disciplina aqueles a


quem ama. O propósito divino não é a destruição do seu povo, e sim a sua
restauração. A disciplina é amarga, mas traz cura. Ela é dolorosa, mas restaura.

O juízo, por mais severo que seja, não pretende aniquilar os dois reinos, mas
conduzi-los ao arrependimento, conforme indica com clareza a expressão até que, do
versículo 15.'

Aplicações práticas
● Muitas vezes a paciência de Deus em relação aos nossos pecados nos traz uma
falsa segurança.
● Uma hora o juízo vem, e por muitas vezes esse juízo virá de forma lenta, o fato
de estarmos desfrutando das bênçãos de Deus não significa exatamente que
somos bênçãos em Deus .
● Não deixamos de atentar para as exortação que Deus tem feito através da sua
palavra

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