Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 4 - Recalques em Fundações Superficiais
Aula 4 - Recalques em Fundações Superficiais
Superficiais
Fundações e Contenções -
Universidade Estácio de Sá
1. Introdução
• Um dos aspectos de maior interesse para a
Engenharia Geotécnica é a determinação das
deformações devidas a carregamentos verticais na
superfície do terreno ou em cotas próximas à
superfície;
3
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
1. Introdução
• Convenciona-se que o bulbo de tensão de 10% da
tensão aplicada é a superfície mais distante sob
efeito do carregamento;
4
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
1. Introdução
Exemplos de obra da Engenharia, que foram observados recalques de fundações de grandes magnitudes:
• 58 metros de altura;
5
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
1. Introdução
2. Palácio de Belas Artes - México
• Principal teatro de ópera do país;
• Construído entre o período de 1932 e 1934;
6
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
1. Introdução
3. Prédios da Orla de Santos -SP
• Dezenas de edifícios inclinados na orla marítima da cidade
de Santos/SP;
1. Introdução
3. Prédios da Orla de Santos -SP
https://www.youtube.com/watch?v=U8a78cCC3TY
8
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
2. Definição
• Define-se recalque de uma sapata como o deslocamento vertical para baixo, da base da sapata em relação
a um referência fixa, indeslocável;
• Os recalques são provenientes das deformações por diminuição de volume e/ou mudança de forma do
maciço de solo compreendido entre a base da sapata e o indeslocável.
3. Tipos de Recalques
QUANTO AO TEMPO DE
QUANTO À GRANDEZA
OCORRÊNCIA
ABSOLUTO IMEDIATO
DIFERENCIAL LENTO
DISTORCIONAL
9
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
3. Tipos de Recalques
i. Quanto à Grandeza
a) Recalque absoluto ou total – é o recalque de uma fundação, ou ainda de um ponto de uma fundação;
b) Diferencial - é a diferença entre dois recalques absolutos. Dá ideia de desnível entre dois pontos.
𝛿 = 𝜌1 − 𝜌2
1
0
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
3. Tipos de Recalques
i. Quanto à Grandeza
c) Distorcional (Distorção Angular ou Recalque Diferencial Específico) - É a relação entre o recalque
diferencial e a distância correspondente, dado, normalmente, em função de uma fração cujo numerador
é unitário. Dá ideia de danos estruturais.
𝜌1 − 𝜌2
Δ𝑑𝑖𝑠𝑡 =
𝐿
11
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
12
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
a) Danos arquitetônicos (estéticos) – são visíveis ao observador comum e causam algum tipo de
desconforto: trincas em paredes, recalques de pisos, desaprumo de edifícios etc;
c) Danos estruturais – são os causados à própria estrutura e podem comprometer sua estabilidade. Estão
fundamentalmente relacionados aos recalques distorcionais, uma vez que estão associados à questão da
flexão das peças da estrutura.
13
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Dano estrutural em alvenaria decorrente de recalques Problema funcional e estético associado a recalque
distorcionais elevados (Notas de aula Bernadete Danziger) diferencial em edificação (Notas de aula Bernadete Danziger)
14
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
• Na prática, recalques uniformes não ocorrem, havendo sempre recalques diferenciais decorrentes de
algum tipo de excentricidade de cargas, ou heterogeneidade do solo;
• Burland et al. (1977) consideram aceitáveis como valores limites, em casos rotineiros, as seguintes
recomendações para valores de recalques diferenciais e recalques totais limites:
• Areias: δmáx = 25 mm
ρmáx = 40 mm para sapatas isoladas
ρmáx = 40 a 65 mm para radiês
• Argilas: δmáx = 40 mm
ρmáx = 65 mm para sapatas isoladas
ρmáx = 65 a 100 mm para radiês
15
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
3. Tipos de Recalques
ii. Quanto ao Tempo de Ocorrência
a) Recalques Rápidos ou Imediatos
• Demoram horas ou dias para ocorrer;
16
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
3. Tipos de Recalques
ii. Quanto ao Tempo de Ocorrência
b) Recalques Lentos ou por Adensamento
• Demoram meses ou anos para ocorrer;
3. Tipos de Recalques
O recalque absoluto (ρ), que dá origem ao recalque diferencial e aos movimentos do
edifício, pode ser decomposto em três parcelas: recalque imediato (ρi), recalque por
adensamento (ρp) e recalque secundário ou creep (ρs).
𝝆 = 𝝆𝒊 + 𝝆 𝒑 + 𝝆𝒔
18
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
19
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
2. Métodos Semi-Empíricos – utilizam um modelo teórico consistente, porém os parâmetros são obtidos
através de correlações com ensaios in-situ (SPT, CPT) (ex: Terzaghi-Peck; Houssel; Barata;
Schmertmann). São os métodos mais utilizados;
20
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
• O engenheiro e professor Fernando E. Barata executou varias provas de carga tríplices de Housel, ensaios de cone
(CPT) durante o projeto das fundações da Refinaria Duque de Caxias, da Petrobrás;
• Desta forma, ele estabeleceu um metodologia de previsão de recalques associando a Teoria da Elasticidade, a
interpretação da prova tríplice de Housel e o ensaio de cone;
• A metodologia permite a previsão de recalques mesmo na ausência da realização de prova de carga tríplice de
Housel;
• O método apresenta um banco de dados associado aos solos residuais (realidade tipicamente brasileira). Os
recalques em estudo são para terrenos de “compressibilidade rápida”, ou seja, os que possuem pedregulhos, areias,
siltes arenosos, e argilas siltosas ou arenosas não-saturadas (acima do lençol freático).
• O recalque de uma fundação (placa) assente a profundidade Df é dado por:
Ez = módulo de deformação (módulo de placa);
B = largura (menor dimensão) da fundação;
𝒑 p = pressão aplicada a fundação: p = Q/A
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 ) CΔ = fator de forma da fundação (tabela 1)
𝑬𝒛 μ = coeficiente de Poisson (tabela 2 – na maioria dos casos o valor de μ = 0,3
é aceitável)
λ = coeficiente de Mindlin (ábacos)
No ábaco, H → profundidade de assentamento da fundação. 21
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
𝒑
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 )
𝑬𝒛
22
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
𝒑
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 )
𝑬𝒛
Nota-se que na maioria dos casos, o valor de μ = 0,3 é aceitável, além disso, um erro de avaliação de μ conduz a um erro
praticamente desprezível na estimativa dos recalques, uma vez que a parcela correspondente no cálculo é 1-μ²
23
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
Coeficiente de Mindlin (λ)
𝒑
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 ) λ ≤ 1; leva em consideração o fato da fundação estar assente a
𝑬𝒛 uma profundidade h e não na superfície do terreno
1. 𝐻
≤ 1,0 → 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑟 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝜆
𝐵 .𝐿
𝐻 𝐵 .𝐿
2. > 1,0 →
𝐵 .𝐿 𝐻
24
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
Coeficiente de Mindlin (λ)
𝒑
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 ) λ ≤ 1; leva em consideração o fato da fundação estar assente a
𝑬𝒛 uma profundidade h e não na superfície do terreno
• Valores de λ para
fundações circulares
25
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
Módulo de Deformabilidade (Ez)
𝒑 • Barata correlacionou o valor de Ez com o valor da resistência de
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 )
𝑬𝒛 ponta do cone (qc), através da expressão:
onde:
a → coeficiente de Trofimenkov (tabela 3)
K → tabela 4
N → nº de golpes do SPT;
26
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
Módulo de Deformabilidade (Ez)
• Os valores de Ez devem ser calculados ao longo de todo bulbo de pressões;
• Uma vez que se disponha apenas de resultados de sondagem a percussão, deve-se calcular os valores de
Ez a cada metro, e definir uma reta cuja tendência de comportamento represente os pontos na região
correspondente ao bulbo;
• Definida a reta, o valor de Ez a ser empregada na equação da estimativa dos recalques corresponde ao
meio do bulbo;
27
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
6. Método de Barata
Módulo de Deformabilidade (Ez)
28
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Exercício 1
Calcular o recalque da fundação a partir do método de Barata. Adotar μ = 0,3
1 kN/m² = 1 kPa
𝑄 𝑄 2500
𝑝= 𝑝= 𝑝= = 𝟐𝟕𝟕, 𝟕𝟖 𝒌𝑵/𝒎²
𝐴 𝐵 .𝐿 3.3
𝒑
𝝆 = 𝝀 . 𝒄𝜟 . . 𝑩 . (𝟏 − 𝝁𝟐 )
𝑬𝒛
29
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Exercício 1
Calcular o recalque da fundação a partir do método de Barata. Adotar μ = 0,3
1. 𝐻
• Valores de λ para fundações retangulares ≤ 1,0 → 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑟 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝜆
𝐵 .𝐿
• Os números da curva representam a relação L/B
𝐻 𝐵 .𝐿
2. > 1,0 →
𝐵 .𝐿 𝐻
𝐻
≤ 1,0
𝐵 .𝐿
0,73 3
≤ 1,0 1,0 ≤ 𝟏, 𝟎
3 .3
𝑳 𝟑
= =𝟏
𝑩 𝟑
𝑷𝒐𝒓𝒕𝒂𝒏𝒕𝒐: 𝝀 = 𝟎, 𝟕𝟑
30
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Exercício 1
Calcular o recalque da fundação a partir do método de Barata. Adotar μ = 0,3
31
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Exercício 1
Calcular o recalque da fundação a partir do método de Barata. Adotar μ = 0,3
𝑫𝒇 + 𝑩 = 𝟑 + 𝟑 = 𝟔
𝑝
𝜌 = 𝜆 . 𝑐𝛥 . . 𝐵 . (1 − 𝜇2 )
𝐸𝑧
0,28
𝜌 = 0,73 . 0,82 . . 3 . (1 − 0,32 )
47,25
0,28
𝜌 = 0,73 . 0,82 . . 3 . 0,91
47,25
𝝆 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟗𝟔𝟖 𝒎 𝝆 = 𝟎, 𝟗𝟔𝟖 𝒄𝒎
32
Recalques em Fundações Superficiais Guilherme Mussi
Exercício 2
Calcule o recalque da fundação a partir do método de Barata. Adotar: p = 0,49 MPa; μ = 0,3
33
Capacidade de Carga Guilherme Mussi
Referências Bibliográficas
1. ABNT NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro, 2019.
2. CINTRA, AOKI e ALBIEIRO, Fundações diretas – projeto geotécnico, Editora Oficina de Textos, SP, 2011.
4. Notas de aula Professor Carlos Serman, Fundações, Graduação em Engenharia Civil, Universidade Veiga
de Almeida, 2015.
5. Notas de aula Professora Bernadete Danziger, Fundações Especiais, Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2018.
34