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Cap 1 Educacao Escolar Libaneo Et Al
Cap 1 Educacao Escolar Libaneo Et Al
Dircitos de publicaçäo
CORTEZ EDITORA
Rua Monte
Alegre, 1074 Perdizes
JoSE CARLOS LIBANEO
05014-001So
Tel.: (11) 3864-0111 Fax:Paulo -SP JOÃO FERREIRA DE OLIVEIRA
-
(11) 3864-4290
cortez@cortezeditora.com.br MIRZA SEABRa TosCHI
www.cortezeditora.com.br
Direção
José Xavier Corte
Editor
Amir Piedade
Preparação
Alexandre Soares Santana
Revisão
Auricelia Lima Souza
Educação escolar:
Gabriel Maretti
Paulo Oliveira
Edição de Arte
politicas, estrutura
Mauricio Rindeika Seolin
12-00672 CDD-371.00981
Elementos para
uma análise
crítico-compreensiva
das políticas
educacionais:
aspectos sociopolíticos
e históricos
Elementos para uma análise
crítico-compreensiva
das politicas educacionais:
aspectos sociopolíticos
e históricos
2
da estrutura e da
assegurar
a todas as crianças
e jovens ume
uma aprendiza-
.
h i s t ó r i a
tendên-
rama
disso são as ações pelo assumidas voluntariado em.
em ques cia
ronservadora para a minimização do Estado,
toes de responsabilidade do Estado. A ênfase sohee.as s e u papel de provedor dos serviços
que se
afastava de
qualidade do ensino revela, contraditoria. educação. Na década de 1990,
saúde e
questões da públicos,
como
instalou-se e, no primeiro decênio do
mente, certo desprezo pelas questóes políticas e sociais sse
modelo
que condicionam
o sucesso do aluno e a
obtenção da século XXI,
ainda não foi superado. Paradoxalmente,
cidadania, bem como responsabiliza o professor pelo alterações da organização do trabalho,
resultantes.
tes,
as
tecnológicos, solicitam
parte, dos avanços
fracasso escolar.(Além disso, nas políticas educacionais em grande
trabalhador mais qualificado para as
dos anos 1990, a argumentação de que a esfera privada é da escola um
no processo de produção e de serviços.
detentora de maior eficiência enfraqueceu os serviçcos novas funções
A complexidade do período ditadura de Getúlio Vargas, em que a estão do poder artaupo) do due
década de 1930 até o momento atual e sua
desde a
Aliás, o poder é categoria essencial
se tornou central.
da educação escolar no país
evolução
processo de centralização ou descen- oUno,LJJumbnlo
na
repercussão o
utilização para compreender
para apropriada compreensão,
a
requerem,
além das econômicas e políticas tralização na problemática da organização do ensino. O
de outras categorias chileno Juan Casassus, ao escrever sobre o processo de koura umlakr i
Vamos, pois, a de agora, analisar a história da
partir
descentralização em Jlgra
países da América Latina(incluindo alr
estruturae da organização da educação brasileira com
histori- o Brasil), observa que a base de todos os enfoques da 1934 rchineoo Ju
base pares conceituais que acompanharam
em
descentralização ou da centralização se encontra na Jeluiai, da runap,
do ensino no Bra-
camente o debate da democratização
alternando-se questão do poder na sociedade. Diz ele: "A centraliza- do ramlo da ponwg
sil, permeando os diferentes períodos e
na organização da educação
brasileira PoLiCOS e a administração" (1995, p. 38). Por
tratar-se municrpalac d
e um processo de distribuição, redistribuição
ou reor- umau duicAc
qual uns dimi- pla dumetac mtuna
A Revolução de 1930 representou a consolidaçao Cnto do poder na sociedade, no
daol
mdushuod
reflete wndune i o
do capitalismo industrial no Brasil e foi determinante
nuem o
poder em benefício de outros,a questão utnra d
e uxjandundo way
para o consequente aparecimento de novas exigëncias otipo de diálogo social que prevalece e o tipo
de nego-
e a coe-
rdnelado padas ul
educacionais. Nos dez primeiros anos que se seguira Ciação que sefaz para assegurar a estabilidade
pi
de dndUne
primárias correspondem
aos quatro anos iniciais
do no país. Em vinte anos, o número de escolas pii democratização da educaçãona
Os
acional.
identificados
a
unyanelu
o
daondanao
do ensino fundamental, márias dobrou e o de secundárias quase quadruplicou.
anos 1930 a 1945 no Brasil são umino
pmti.
edu- e m o
e as secundárias
As escolas técnicas 1945, Como um da organização da
5A
(primeiro ciclo) aos de 1933 a
multiplicaram-se perío centralizador kcundar, ouo-a
anos finais do mesm0
nível de ensino. passaram de 133 para 1.368, e o número de mat Caão. Com a Reforma Francisco Campos,
iniciada em
plano
hor
m el
dnemo
Pumaruo,
agitfla houtu
las, de 15 mil para 65 mil (Aranha, 1989). 1931, o Estado rganizou educação a
escolar no
152 EnAC
PLANOS E
AS REFORMAS DE ENSINO E OS
DIDET.
As POLÍTICAS EDUCACIONAIS,
rRiZES
FLEMENTos PARA UMA ANALISE
nacional, especialmente noS niveis secundári
CRITICO-COMPREENSIVA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
e
modalidade do ensino comercial uni- ribuiria para a democracia e para
versitárioe na
nercial, deixan. al. moderna e
a
cional da primeira fase do governo Vargas, sob a por um ensino democrático numérica e qualitati-
mais
alegação de que o governo não possuía uma proposta vamente falando estava sob o controle das elites
-
no
educacional. Tão logo, porém, Francisco Campos poder, as quais buscavam deter a pressão popular e man-
tomou posse no recém-criado Ministério da Educação ter a educação escolar formato elitista e conser
em seu
e Saúde Pública, impôs a todo o país as diretrizes tra- vador. O resultado foi um sistema de ensino que se
çadas pelo Mesp. expandia, mas controlado pelas elites, com o Estado
Já na Constituição Federal de 1934, em meio a di agindo mais pelas pressões do momento e de maneira
Escolanovismo refere-se
ao movimento de putas ideológicas entre católicos e liberais, foi incluí- improvisada do que buscando delinear uma política
mudanças na educação
da boa parte da proposta educacional destes inscrita no nacional de educação, em que o objetivo fosse tornar uni
tradicional que enfatizava
o uso de métodos ativos vErsal e gratuita a escola elementar (Romanelli, I1987).
de ensino-aprendizagem,
Manifesto dos Pioneiros da Educagão Nova (1932) por
escola Os católicos conservadores opunham-se à política
"deu importancia uma
pública única, laica, obrigatória e gratuita de
substancial à liberdade da
criança e ao interesse do
tortalecendo a
mobilização e
iniciativas da socied
as
laicização da escola pública, conseguindo acrescen-
educando, adotou
métodos de trabalho em
de civil em torno da questão da educação.
Com tar à Constituição Federal de 1934 o ensino religioso.
Por
grupo e incentivou a Constituição de 1937, que consolidou a ditadura de força dessa mesma Constituição, o Estado passou
a fiscalizar e regulamentar as instituições de ensin
prática de trabalhos Getúlio Vargas, o debate sobre
manuais nas escolas; pedagogia e po público e particular.
além disso, valorizou os educacional passou a ser restrito à sociedade Ca
estudos de psicologia pol as leis 1942 e 1946 -
a
em clara
demonstraço de que do poder
esta orgânicas editadas entre
experimental e. a questão o nome do
finalmente. procurou va mesmo ão ou nada Reforma Capanema, que recebeu
colocar
presente no processo de centraliza ctao ministro da Educacão - reafirmaram a centrall
a
criança (e nao
mais o professor) no descentralização.
O do da década de 1930, com o Estado desobrigaua
centro do processo
cducacional" (Ghiraldelli
escolanovista Anísio Teixeira foi ardorosO fensor
mesmo
-se de ao
Jr.. 1990, p. 25). dadescentralização por meio do n u n i c i -
tava as 155
154 descentralização eau
REFORMAS DE
ENslNOt OS PLANOS E DIRET.
EDUCACIONAIS,
AS ELEMENTOsPARA UMA ANALISE
PARTE-As POLÍTICAS
2 CRITICO-COMPREENSIVA DAS POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
industrial, comercial e secundário e criava, eem 1942,0 Casassus 1995), o
Senac nforme processo de descen-
OSenai e o
necessária ao ensino
profissional em larga
partidos progressistas retomaram o debate pedapóo: com o ensino,.fato que, gundo esse autor, foi perceptí-
escala e a classe média co a fim de democratizar e melhorar o ensino, vel na América Latina a partir do fim dos anos 1970.
velna.
sar
não tinha interesse
nessa modalidade de
da centralização federal do sistema educacional não sá Há ainda, na atualidad um discurso corrente nos
ensino, a qual, por essa na administração, mas também no aspecto meios oficiais de que a questao quantitativa está resol-
razão, foi otbjeto da
pedaggi.
co, ao fixar currículos, programas e vida, escondendo o fato de que os dados estatísticos são
atuação das industrias e. metodologias de
depois, dos setores ensino (Jardim, 1988). frequentemente maquiados, as salas de aula estão
comerciais.
ticipação da
mais ainda a par
P videncia a promulgação da Lei n* 7.044/1982, que
rB Ju sociedade, uma vez
poder Ci acabou com aprofissionalização compulsória em nivel
o e muk d960
t ada 'mais proximo
próximo da sociedade
sociedade civil,
civil.
que esse
de 2
a
etetivas, devem
após a ampliação da cobertura do atendimento escola federale estadual para o
dos níveis
As principais alteraçoes
Reconhece-se que, durante
periodo militar, particu.
o
novos admi-
larmente com o prolongamento da duração da esen radores oposicionistas tiveram como meta des- a
ros casos de desvio de recursos, além de abrirem por- Vincularem à proposta neoconservadora que inclui a
tas à iniciativa privada, levaram a sociedade civil a qualidade da formação do trabalhador como exigência
dO
propor soluções que se tornaram ações políticas con
mercado competitivo em época de globalização
cretas por ocasião das eleições de 1982. Foi nesse con- conomica. (O novo discurso da modernização e da
texto que intelectuais de esquerda passaram a ocupa ualidade, de certa forma, impõe limites ao discurso
cargos na administração pública, em vários estados universalização, da ampliação quantitativa do ensi-
brasileiros, virtude da vitória do Partido do no,
em
Movi traz ao da eficiência, excluindo
debate o tema
mento Democrático Brasileiro (PMDB), o principal Osineficientes, e adota o critério da competência.
partido de oposição militares. Embora a transiga
aos A política educacional adotada com a eleição de
democrática tenha tido início nos
municípios e ernando enrique Cardoso para a Presidência da
1977, neles não se observaram as mudanças ocorri
estados. Esse fato leva Cunha a
a s ocorridas
cedência política da
afirmar que a Pe neoliberalismo,
ras 4ssumiui dimensões tanto
centralizado-
escentralizadoras. A descentralização,
nesse
localiza nos níveis mais
elevados do Estado. n
158 Assim, apareceu como resultado de maior
participação
159
ELEMENTOS PARA UMA ANALISE
EDUCACIONAIS, AS REFORMAS
DE ENSINO E OS
PLANOS E DIRETDI
RIZES CRITICO-COMPREENSIVA DAS POLÍTICAS
PARTE-As POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
2
sindicatos,
ns Darâmetros curriculares nacionais (PCN).
rior e da educação básica, associacões e
formação
dos momentos de
a
participaço da
em um
campanha eleitoral. sociedade civil sua
discussão,
de governo (1995), assumiu-se oecaram
ignorar a universidade e as pesquisas sobre
por
No primeiro ano culo e não contemplaram, desde o início de sua ela-
ensino fundamental como prioridade e foram defini u r r í c u l
é concebido exercí-
financeiros diretamente para as escolas ressaltando- -
dentemente do modo pelo qual o
-se que, no primeiro ano, a merenda escolar foi garanti- cio do poder político no país.
da com eles e, em seguida, os reparos nas instalações fis! Uma das formas de descentralização política é a
atribuir aos munic
do niCipal1zação, que consiste em
cas instituições, com recursos do Fundo Nacional
das
ele-
do plos a responsabilidade de oferecimento da educação
Desenvolvimento da Educação (FNDE), advindos rol
política de escolha e de distribuicão do livro didático exercício do poder político no país. 161
160
DE ENSINO E OS PLANOS E
PARTE-As PoLíTICAS
EDUCACIONAIS, AS REFORMAS
2 CEMENIos PARA UMA ANALISE
CRITICO-COMPREENSIVA DAS POLÍTICAS
5.692/1971, editada durante EDUCACIONAIs
A Lei n te a ditadura
tarefa da o.
3.0 debate qualidade/quantidade
militar, repassou
arbitrariamente a
3
do
do na educação brasileira
ensino de 1° grau (ensino fundamental) aos
govern
municipais, sem oferecer ao menos as condições finance
financei-
ras e técnicas para tal e em uma situação constitucic o debate qualidadequantidade na
educação brasi-
amecou muito cedo. Ainda no século XIX, na
que nem sequer reconhecia a existëncia administrari
ra
ransição do Império para a Kepública, apareceram dois
dos municípios. Somente com a Constituição Federal
ral movimentos sociais os quais Nagle (1974) denominou
de 1988.o municípiose legitimou como instância ad. Entusiasmo pela Educagão e Otimismo Pedagógico. O movi-
ministrativa e a responsabilidade do ensino fundamen.
mento Entusiasmo pela Educação revelava preocupação
tal lhe foi repassada prioritariamente.
de caráter quantitativo, ao propor a expansão da rede
A Constituição ou uma lei, porém, não conseguem
escolar e a altabetização da população que vivia um id11taLe
sozinhas e rapidamente descentralizar o ensinoe for-
processo de urbanização decorrente do crescimento
talecer o município. Essa é tarefa
de longo política econômico. A adoção do trabalho assalariado, aliada a
prazo, associada às formas de fazer política no país e às Outras questões de modernização do país, fez com que a
questões de concepção do poder. Descentralização faz escolarização aparecesse como tator promotor da ascen-
-se com espírito de colaboração, e a tradiço política são social. Já o Otimismo Pedagógico caracterizou-se
brasileira é de competição, de medição de forças. As
Lançado em agosto de pelaênfase aspectos qualitativos da educação nacio-
nos dcda
ladas à questão do exercício do poder político, mesmo 8ógicas das escolas. Este movimento surgiu nos anos
foi desenvolvido em
parceria com o programa porque, desde o final do século XX, a descentralizaçio 1920 e alcançou o apogeu nos anos 30 do século XX.
governamental vem atrelada aos interesses neoliberais de diminuir Entre 1930 e 1937, o debate político incorporava
Comunidade Solidiria c
destinava-se a incentivar gastos sociais do Estado. Isso ficou evidente após a pro diferentes projetos educacionais. Os liberais, que pre-
a participaão da
mulgação da Lei n 9.394/1996 Lei e conizavam desenvolvimento urbano-industrial em
comunidade nas escolas -
de Diretrizes
aliza bases
o
de
responsabilidades do ensino em
fundamental c direde
cação dos filhos, os católicos aproximaram-se tascismo
dos nazismo e do
São aos
municípios são outros xemplos concr
e t o s
objetivadas
163
responsabilidades. qualitativas modernizantes e
democráticas
162
2 PARTE- As PoLÍTICAS EDUCACIONAIS, AS REFORMAS DE ENSINO E OS PLANOS E DIRETRIZES
RIZES
EIEMENTOS PARA UMA
ANALIsE
CRITIC0-COMPREENSIVA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
pelos primeiros, além de acusá-los de
defender pro
postas comunistas. blinha Azevedo (l1994, P. 461). A ampliação das
Duranteo Estado Novo, regime ditatorial
as deu-se pela lução da jornada
escolar, pelo
de Var. do número de turnos, pela
gas que durou de 1937 a 1945, oficializou-se o
aur
multiplicação de
dua.
Mola d i u o l u s n o educacional: ensino secundário para as elites e
classes multisseriadas unidocentes, pelo achatamento
dos dos professores e pela absorção de
salários
ensino profissionalizante para as classes professo-
Ensino propedutico leis orgânicas ditadas nesse
populares. As res leigos. O trabalho precoce e o empobrecimento
da
refere-se àquele que não período, por meio de exa- população, aliados às condições precárias de ofereci-
objetiva a habilitação mes rígidos e seletivos, tornavam o ensino antidemo-
mento do ensino, levaram à baixa qualidade do proces-
profissional, a
terminalidade, mas busca
crático, ao dificultarem ou
impedirem
das o acesso So, com altosíndices de reprovaço.
a preparação para a classes populares não só ao ensino
continuidade dos
nível médio, como também ao ensino
propedêutico, de Atualmente, o país está sendo vítima dessa polí-
estudos. superior. tica. O atraso técnico-científico e cultural brasileiro
O processo de democratização do país foi retomado impede sua inserção no novo reordenamento mun-
com a
deposição de Vargas em 1945. A industrialização dial. A escolaridade básica e a qualidade do ensino
crescente, especialmente nos anos 1950e 1960, levou à são necessidades da
adoção da política de produção flexível, e a educação
educaço para o desenvolvimento, básica falha constitui fator que tolhe a
competitivi-
com claro
incentivo ao ensino
O golpe de 1964 atrelou a
técnico-profissional. dade internacional do Brasil.
ao educação
de mercado Para Azevedo (1994), o
problema é que as propos-
trabalho, incentivando a
profissionalização na escola tasneoliberais e os conteúdos da ideia de qualidade
média a fim de
conter as
aspirações ao ensino superior. esvaziam-se de condicionamentos políticos e tornam-
A Lei
5.692, de 11 de agosto de 1971, ampliou a
ne
questão técnica, restringindo o conceito de quali-
escolaridade mínima para oito anos (ensino de l" grau dade à
e
tornou profissionalizante, obrigatoriamente, o ensi otimização do desempenho do sistema e as
par
da
que tange às estratégias
com o setor
node 2 grau. A evolução quantitativa do l° grau s privado no
Na reflexão e no debate sobre a qualidade da edtura abilidade da amília com a educação. Esses
prin-
cão e do ensino, os educadores têm caracterizado o ermo respo
respon
arrir
partir da
da década de 1920, chocavam-se com os
ípios, a
"qualidade" com os adjetivos social e cidadã - Isto princípios liberais dos escolanovistas que publicaram,
é, 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educaço Nova, pro-
qualidade social, qualidade cidad -, para diferenciar a cm
sentido que as políticas oficiais dão ao termo. Qualidade pondo novas ases pedagógicas e a ormulação da polí-
evasão e da repetência, como entendem os neoliberais, A Constituição de l954 absorveu apenas parte des-
escola deve promover. Ser cidacdão significa ser controle e na promoção educação pública. Essa
da
partícipe
ensino primário obrigatório e
da vida social e política do país, e a escola constitui espa- Constituição instituiu o
ço privilegiado para esse aprendizado, e não apenas para gratuito, criou o concurso püblico para o magistério,
ensinar a ler, escrever e contar, habilidades importantes, conferiu ao Estado o poder fiscalizador e regulador de
mas insuficientes para a promoção da cidadania. Além instituições de ensino públicas e particulares e fixou
disso, a qualidade social da educação precisa considerar percentuais mínimos para a educação.
Os católicos, porém, não foram totalmente tirados
tanto os fatores externos (sociais, econômicos, culturais,
institucionais, legais) quanto os fatores intraescolares, de cena.educação religiosa tornou-se obrigatória na
A
lai-
que afetam o processo de ensino-aprendizagem, articu- escola pública, contrariando o princípio liberal da
lados em função da universalização de uma educagão Cidade, os estabelecimentos privados foram reconheci
básica de qualidade para todos. dos e legitimou-se o papel educativo da família e a
entre os defensores da
escola pública e as forças privat consolidar o ensino público e gratuito tarefa como
as
públicos unicamente nas escolas P neidade em nenhuma das redes
n há boas e más
escolas
fiscalização estatal para as escolas privaclas.
e a -
168 em am
Como demonstram as análises doSistema 169
2 PARTE A s rotinCAS tDUCACIONAIS, As REFORMAS DE ENSINO E OS PLANOS E DIRETRIZES
FLEMENTos PARA UMA ANALSE
CXInCO-COMPREENSIVA DAS
POÍTICAS EDAE Ae
de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Além disc Gráfico 1 Evolug do número de matriculas na
Educação Básica por
Administrativa Dependéncia
nas escolas públicas que se encontram os
segmente
ntos 000 5 6 203.383 55 317.747 1/4997
Brasil- 2002 2010
56471622
a
942 047
economicamente menos favorecidos da sociedad 00
$3028 923 332364 52 520 452
15An 3a
Conformeo Censo Escolar da Educação Básica de 2010 so.000.000
196 394
Desde os anos 1990 49019.486 48369.509 49040.519 12595.344
(Tabela 1 e Gráfico 1): 40 000.000 16643.406 6131325 5270719
vem sendo criados e 358s so7
aplicados cxams cm 30 000 000
Tabea 1 Número de matnculas ideia do público não estatal. Público passou a ser en-
na Educaçáo Basica porDependéncia Administrativa Brasil 2002-2010
Matricula
tendido como tudo o que se faz na sociedade e nela
na
Educação Basica
Toa Geral
Pubica interfere. Nessa perspectiva, haveria o público estatal
Privada
Total Federal Estadual co público privado, definindo a gratuidade do ensino
Municipal
o
2002 56.203.383 49.019 486 185 981 7.183.897 P e s em estabelecimentos oficiais, como assegurd
2003 56 317 747
24661.545 24.171 960
6.948 238
48369.509 1054469 23.528 267 24.735.773 art. 206 da
2004 56.174.997 49186.394 6 087 24 172 326 24 927.981
6 978 603 Constituição Federal de 1988.
2005
2006
56471.622
56.942047
49.040.519 182 499 23 571 777 25.286.243
7.431. 103
roliberal, que
dconcepção deve-se à política neoliberal,
que
48.595 844 177 121 23 175.567 25 243. 156 7.346203 a
2007 53.028.928 46.643400 185095 21 927 300 24 531011
6 385 522
4 O
Estado mínimo, incluindo até mesmo priva
2008 53.232 868 46.131.825 7.101.043
soCiais.
serviços
minimização da oferta de
1975532
2009 52.560 462
21 433441
24.500 852 7 309 742
u a
2010
45270.710 217 736 20 737 663 24 315 309
Na por orga
até
educação básica,
mesmo
7 560 382
1.549.8899
43.969.507 2351108 20 031 988 23.722 411
orientado
Esta-
Fonte MECAnep/DEED Mundial, o
Notas 1) Não
inclui
matriculas em turmas de atendeneno
umgermentar
nismos internaci
C1onais como o Banco
2) O mesmo aluno esse
pode ter
mais de uma maticuta O vez que 171
deveria atender o ensino público,
uma
170
ENSUNO os PLANOSs
RIORMAS D
AS
EDUCACONAS,
PARTIAs mxncA
2
nivel de educação
é considerado
gestäão da
to Capítulo
ciativa privada e do mercado, tais como diversifica ini
competitividade, seletividade, cticiencia e qualidaade
172