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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


ENGENHARIA ELÉTRICA

João Pedro Ferregato da Silva - RA 122468


Mario Lucas Lima de Souza Ribeiro - RA 118654

Relatório 08/03/22
6653/02 - Fı́sica Experimental IV

Professor: Marlon Valerio Cuadros

Maringá
2022
Tabela

h ± ∆h = 4,9 ± 0,05 (mm)


Meio Ar Água Álcool
D ± ∆ D (mm) 13 ± 5 27 ± 5 31 ± 5
n 0,999 1,463 1,529

Questão 01

Deduza as equações 55, 56, e 57.

Da Lei de Snell, equação (54) do manual, temos:

n2 senθ1
=
n1 senθ2

Dessa forma, para uma situação de refração, sendo o meio1 o vidro e o meio 2 podendo
ser ar, água ou álcool e θ2 = 90°, podemos reescrever a equação (54) da seguinte maneira:

n1 senθ1 = n2 senθ2 (1)

Sendo θ1 = θC = ângulo crı́tico, podemos fazer a substituição na equação (1):

n1 senθC = n2 sen90◦

n2
senθC =
n1

n2
θC = sen−1 (2)
n1

E assim, a equação (55) define a reflexão interna total, ou seja, quando a luz passa de
um meio mais refringente para um menos refringente.

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Agora, para o método de Pfund onde um feixe de luz se projeta na superfı́cie interior
de uma placa de vidro com espessura h, e para um ponto P, a luz é refletida para cima em
todas direções. Uma parte dessa luz é parcialmente transmitida e parcialmente refletida
ao incidir novamente na superfı́cie superior da placa de vidro, de ângulos menores. Já a
outra parte é totalmente refletida quando atinge a superfı́cie de ângulos superiores e o
ângulo crı́tico. Dessa forma, utilizando Pitágoras temos:

hip2 = cat1 2 + cat2 2

D 2
x2 = h2 + ( ) (3)
4

Sendo D o diâmetro do cı́rculo escuro formado. Voltando para a equação (3) podemos
ainda passar a potência de x como raiz:
s
D 2
x= h2 + ( )
4


16h2 + D2
n1 = x =
4

D
Retomando a equação (2) e sendo n2 = 4
, temos:

n2
senθC =
n1

D/4
senθC = √
16h2 +D2
4

D
senθC = √ (4)
16h2 + D2

Admitindo que a difusão dos feixes seja igual em todas as direções e que o ângulo de
incidência resulte em um ângulo de refração de 90 graus, temos:

senθi 1
=
senθr n

2
E assim:

1
senθi = (5)
n

Igualando (4) e (5), obtemos:

1 D
=√
n 16h2 + D2

Dessa forma:


16h2 + D2
n= (6)
D

E para uma camada de lı́quido sobre a placa de vidro, o ı́ndice de refração pode ser
calculado igualando a equação (2) e (4), assim:

n2 D
senθC = = senθC = √
n1 16h2 + D2

n2 D
=√
n1 16h2 + D2

Então, o ı́ndice do lı́quido é:

D · n1
nl = n2 = √ (7)
16h2 + D2

Questão 02

Com base nestas equações, e os dados da tabela (4), calcule o ı́ndice de refração dos
meios transparentes utilizados.

Utilizando a equação (6), descobrimos o valor do ı́ndice de refração do vidro:


1, 32 + 160, 492
nvidro = ≈ 1, 809
1, 3

3
Agora, para os fluidos usados no laboratório, é utilizada a equação (7). No experi-
mento, para o sistema ar-vidro, foi obtido D = 1,3 cm e h = 0,9 cm, sendo h o mesmo
para todos os sistemas. Assim:

1, 809 · 1, 3
nar = √ ≈ 0, 999
1, 32 + 160.492

Para a água, com D = 2,7 cm:

1, 809 · 2, 7
nágua = √ ≈ 1, 463
2, 72 + 160, 492

Por fim, obtivemos para o álcool, com D = 3,1 cm:

1, 809 · 3, 1
nálcool = √ 2 ≈ 1, 529
3, 1 + 160, 492

Questão 03

Compare os valores encontrados com aqueles apresentados nas referências[13, 16] e,


para cada caso, ache o desvio percentual. Comente as possı́veis fontes de erro.

De acordo com a referência [13] do manual:

Ar

O valor teórico é de 1,00029. O erro Dar foi de:

V alorteórico − V alorexperimental
D% = | | · 100% (8)
V alorteórico

1, 00029 − 0, 999
Dar = | | · 100% = 0, 128%
1, 00029

Água

O valor teórico a 20°C é de 1,33. O erro Dágua foi de:

4
1, 33 − 1, 463
Dágua = | |· = 100% = 10%
1, 33

Álcool

O valor teórico do álcool é de 1,36. O Dálcool foi de:

1, 36 − 1, 529
Dálcool = | | · 100% = 12, 42%
1, 36

Vidro

O valor teórico encontrado para o vidro é de 1,89 (vidro de altı́ssima dispersão). O


Dvidro foi de:

1, 89 − 1, 809
Dvidro = | | · 100% = 4, 47%
1, 89

Erro

A tabela teórica foi construı́da baseada em ondas com comprimento de 589 nm (luz
amarela) sendo que o feixe de luz do experimento era vermelho. Além disso, a medição
com a régua não foi tão precisa pois o cı́rculo formado pelo raio de luz não era regular.

Era necessário um instrumento de medida para escalas maiores que o centı́metro, algo
mais preciso em milı́metros para que os diâmetros fossem mais precisos.

Em especial para o sistema água-vidro, o ı́ndice teórico do lı́quido foi obtido a uma
temperatura de 20°C, temperatura diferente da ambiente do laboratório.

Portanto, todos esses fatores contribuı́ram para elevados erros para a água e para o
álcool.

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Questão 04

Porquê, na Parte 2, você observa dois cı́rculos escuros? De que depende o diâmetro
do cı́rculo escuro externo?

É possı́vel notar que durante a parte 2 do experimento, o feixe de luz que incide sobre
o vidro, que se encontra em meio lı́quido, é refletido de volta para o lı́quido, que por
sua vez reflete o feixe novamente. Isso se deve a dupla superfı́cie de vidro, e dessa forma
quando o feixe é refletido novamente, é possı́vel observar a formação de dois cı́rculos.

Questão 05

Utilizando a Eq.(55), encontre o ângulo crı́tico para o par de meios vidro e ar e vidro
e água.

Vamos utilizar a equação (55) do manual, (2) aqui do relatório. Sendo n1 o meio mais
refringente e n2 o meio menos refringente:

Ar-vidro

0, 999
θ = arcsen( ) = 33, 52◦
1, 809

Água-vidro

1, 463
θC = arcsen( ) = 53, 97◦
1, 809

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