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UNIVERSIDADE WUTIVI UNITIVA

CURSO DE DIREITO

Cadeira: Introdução ao Direito

Docente: Esmeraldo Matavele

Trabalho de Investigação Sobre Objecto da Relação Juridica

Discente: Élvio Elia Nhantumbo & Felicita Fátima Macário Timana

Maputo aos 31/05/2023

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Índice
Introdução..................................................................................................................................................... 2
Objectivos ....................................................................................................... Erro! Marcador não definido.
Geral .......................................................................................................................................................... 4
Específicos ................................................................................................................................................. 4
Metodologia .................................................................................................................................................. 4
Contextualização ........................................................................................................................................... 5
Conceito de relação jurídica. ........................................................................................................................ 5
Teoria de objecto da relação jurídica............................................................................................................ 8
Sujeitos da relação jurídica: .......................................................................................................................... 9
Elementos da relação jurídica ..................................................................................................................... 10
Classificação de Relação Jurídica ................................................................................................................ 11
Modalidades de objecto da relação jurídica. .............................................................................................. 12
Possíveis objectos da relação jurídica ......................................................................................................... 12
Personalidade Jurídica ................................................................................................................................ 13
Capacidade Jurídica..................................................................................................................................... 14
Conclusão .................................................................................................................................................... 15
Referências bibliográficas ........................................................................................................................... 16

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Introdução
As relações jurídicas, estão presentes diariamente e em praticamente cada acto de nossa vida
pessoal, profissional e social. Ao nos relacionarmos com outras pessoas sejam físicas ou jurídicas
estamos mantendo consciente ou inconscientemente uma relação jurídica.
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da cadeira de Introdução ao Direito. O mesmo constitui
uma relevância sobre como e que o direito se coloca como verdadeiro anteparo das relações
jurídicas entre as pessoas diante da pluralidade da sociedade.
O objeto material do direito, é constituído pela vida social, ao reconhecer como legítima a
prossecução de interesses individuais ou coletivos e ao impor deveres correspondentes, a ordem
jurídica engloba nas malhas da sua regulamentação relações entre os homens. O objetivo geral
deste documento visa compreender a relação jurídica na sociedade, onde para a realização deste
objetivo usamos a metodologia com base na consulta de fontes bibliográficas e páginas de Internet
para o enriquecimento do mesmo, de forma mais detalhada conceituamos a relação jurídica de
acordo com diferentes autores, a origem de uma relação jurídica, identificamos os elementos de
uma relação jurídica, tipos de relações jurídicas e achamos relevante trazer neste documento para
melhor compreender a relação jurídica os conceitos de capacidade jurídica e personalidade jurídica.
Basicamente o trabalho se encontra estruturado desta forma.

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Objetivos
Geral
Compreender a relação jurídica na sociedade.

Específicos
Explicar o impacto de relação jurídica;
Descrever os elementos da relação jurídica;
Identificar tipos da relação jurídica.
Apresentar noções sobre a teoria de objeto da relação jurídica.

Metodologia
O método adotado pelo grupo para alcançar os objetivos propostos por este trabalho, foi a obtenção
de informação ou dados através da utilização e dois procedimentos: a pesquisa documental, a
pesquisa bibliográfica, os quais são de importância crucial para efetivação do trabalho segundo o
tema que nos foi atribuído.

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Contextualização

Historicamente, o ordenamento jurídico baseava-se no enquadramento dos sujeitos titulares de


direitos e obrigações à legislação, como pode ser observado no direito romano.
No entanto, no séc. XIX surgiu na Alemanha a denominada Escola das Pandectas. Tal Escola
baseava-se na interpretação da norma jurídica buscando a finalidade almejada pelo legislador no
momento de tipificação e regulamentação do fato social. Foi por meio desta filosofia que surgiu o
conceito de relação jurídica (COSTA, 1994).
O Código Civil Alemão de 1900 – BGB passou a incorporar a relação jurídica como fonte de
observação do Direito, separando em uma parte geral sua constituição, seus efeitos e suas
vicissitudes, abordando o Direito como mediador social e instrumento do bem comum. A partir
daí, portanto, o Direito passou a ser observado sob o prisma da relação jurídica como meio de
formação de direitos e deveres entre sujeitos.
Em contraposição, surgem as teorias normativas objetivistas. A primeira é fundada na ideia de que
a relação jurídica consiste na necessidade de determinado comportamento a partir da existência de
um fato que produza efeitos jurídicos, indispensável à concretização de cada relação. Ou seja, é a
relação do sujeito com a norma jurídica, a concretização da relação de fato pelo liame jurídico da
norma. Desta forma, os contratos veiculam duas relações jurídicas para cada sujeito envolvido
(COSTA, 1994).
Já a teoria objetivista pauta-se na indeterminação do sujeito passivo. A relação jurídica não
envolve somente sujeitos, mas tem carácter genérico para que possa abarcar o liame jurídico entre
pessoas, pessoas e coisas e pessoas e lugares. (COSTA, 1994).

Conceito de relação jurídica.


A doutrina das relações jurídicas teve início a partir dos estudos formulados por Savigny no século
XIX. De uma forma clara e precisa, o jurista alemão definiu relação jurídica como ‘’vínculo entre
pessoas, em virtude do qual uma delas pode proteger algo a que a outra está obrigada’’ (Nader,
2014).

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De acordo com BEM (2004, p. 16), a relação jurídica é a ligação entre dois ou mais sujeitos, em
razão de um facto previsto no ordenamento jurídico em que um dos sujeitos tem o direito de exigir
uma prestação e o outro, o dever de cumpri-las. Assim, vê-se que a existência de uma relação
jurídica pressupõe o posicionamento de duas ou mais pessoas dotadas de poderes e deveres
resultantes das normas jurídicas, dai porque só interessam ao direito as relações que estejam, de
alguma forma, previstas num modelo jurídico.

Segundo CARVALHO, (1969), Relação jurídica é o vínculo intersubjetivo concretizado pela


ocorrência de um facto cujos efeitos são veiculados pela lei, denominado fato jurídico. Trata-se,
portanto de relação social específica tipificada por uma norma jurídica.

A relação jurídica é uma forma de pensamento científico-jurídico que representa a síntese


intelectual de uma realidade complexa e viva. A cada passo teórico e prático fala-se de relação
jurídica, é preciso saber em que consiste este conceito, que pode de certo modo dizer-se um
conceito universal. TELES (2004 P. 149)

A relação jurídica não consiste em vínculo entre pessoas, mas entre dois factos enlaçados em
norma jurídicas. Como por exemplo, figurou a hipótese de uma relação entre um credor e um
devedor, afirmando que a relação jurídica ‘’significa que uma determinada conduta do credor e
uma determinada conduta do devedor estão enlaçadas de um modo específico em uma norma
de Direito.’’

São definidas como relação social disciplinada pelo direito e, concretamente, é uma relação entre
sujeitos, um titular de um poder, outro, de um dever.

A relação jurídica estabelece um vínculo entre pessoas, do qual derivam consequências


obrigatórias, por corresponder a uma hipótese normativa.

Vê se definida relação jurídica como relação social regulada pelo direito. Os homens são seres
sociais. Está sociabilidade resulta do seu forte instituto para se aproximarem uns dos outros e

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traduz-se nas relações estreitas. Tais relações são disciplinadas pelo direito que existe juntamente
para instituir essa disciplina.

Na relação jurídica cumpre na verdade distinguir matéria e forma, uma representada pela relação
humana, a outra pelo direito que transforma e plasma a relação humana imprimindo-lhe eficácia.

Nem toda relação social juridicamente regulada merece o qualificativo de relação jurídica no
sentido mais próprio desta expressão.

A relação jurídica não apresenta mais do que a expressão jurídica de um conflito de interesses.
Tem por isso estrutura bilateral, comportando dois lados: um ativo, constituído pelo direito, o outro
passivo representado pela obrigação. O direito e a obrigação são correlativos de modo que nenhum
deles é em face do outro, lógica ou cronologicamente anterior.

A relação jurídica pode assim definir-se como a relação social tutelada pelo direito mediante a
atribuição de um poder a um dos sujeitos e a imposição de um correspondente dever ao outro. As
outras relações da vida social que não são reguladas nos termos expostos, não envolvendo um
direito e uma obrigação, podem também chamar-se relações jurídicas, mas só em sentido muito
geral e impróprio. É o caso de parentesco, ou seja, do vínculo que une duas pessoas em razão de
uma descender da outra (filho e pai, neto e avô) ou de ambas procederem de um progenitor comum
(irmãos, primos, sobrinhos e tios). A lei toma em consideração esse vínculo, mas ao regulá-lo
definindo a sua estrutura, o seu modo de contagem e os limites da sua eficácia, não lhe associa
sem mais, direitos e obrigações. Para que tais direitos e obrigações surjam, como matéria de uma
relação jurídica propriamente dita, será necessário que o legislador se pronuncie nesse sentido,
normalmente em consequência doutro facto que cai sobre este terreno como semente fecunda.

A relação jurídica é a ligação entre dois ou mais sujeitos, em razão de um facto previsto no
ordenamento jurídico em que um dos sujeitos tem o direito de exigir uma prestação e outro, o
dever de cumpri-la. Assim, vê-se que a existência de uma relação jurídica pressupõe o
posicionamento de duas ou mais pessoas dotadas de poderes e deveres resultantes das normas
jurídicas, daí porque só interessam ao Direito as relações que estejam, de alguma forma, previstas
num modelo jurídico.

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Portanto, relação jurídica são relações que produzem efeito jurídico e se estabelecem com dois ou
mais sujeitos com capacidade jurídica.

Teoria de objeto da relação jurídica.

A relação jurídica é constituída pelo direito, entre dois sujeitos, com referência a um objeto, sendo
este um dos elementos essenciais da relação jurídica, o qual pode ser definido como um bem ou
prestação sobre o qual incide o poder jurídico do sujeito ativo ( BEM, 2004, p. 115).
Bens são valores materiais ou imateriais que servem de objeto a uma relação jurídica." Assim,
presume-se que uma relação jurídica só pode existir em função de um objeto e este deve apresentar
características próprias como estimativa económica, disponibilização, ser apropriável
pessoalmente, ser passível de titularidade de posse e de transferência por atos inter vivos.
Em toda relação jurídica há um bem imediato, que é a posição ativa e passiva do sujeito, isso é, os
direitos e deveres de titularidade dos sujeitos na relação, é um bem mediato que é o bem jurídico
sobre o qual incidem os poderes em uma relação.
O objeto mediato é formado por bens jurídicos que correspondam a qualquer bem voltado para a
satisfação dos interesses humanos tutelados pelo direito.
Os bens considerados em sua individualidade são os bens imoveis e móveis. "Os bens imóveis ou
bens de raiz são os que absolutamente não se podem transportar sem alteração de sua essência."
Os bens móveis, são bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia sem
alteração da substância ou da destinação económica social.
Os bens reciprocamente considerados se subdividem em principais, pertenças e bens acessórios:
Os bens principais possuem uma parte integrante essencial que integra a própria constituição do
objeito, a qual sendo retirada, o bem se destrói; são bens que tem existência jurídica própria,
autónoma e soberana, não dependendo do outro objeto, ressaltando-se que estes bens não podem
ser objeto de relação jurídica autónomas.
Pertenças são bens jurídicos auxiliares do bem principal e são definidos como bens que, não
constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao
aformoseamento do outro. Convém salientar que a relação entre as pertenças e o bem principal se
dá num vinculo funcional (BEM, 2004 p. 129).

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Os bens acessórios são aqueles que possuem vínculo com o principal e sua existência pressupõe a
do principal, esses bens podem ser objeto de relação jurídica autónoma, seguindo a mesma sorte
do bem principal, salvo se houver disposições contrária.
Os bens considerados em função da titularidade são subdivididos em público e privado. Os bens
públicos são aqueles que pertencem ao poder público e são disciplinados pelo direito
administrativo e constitucional, embora seu conceito seja dado pelo direito civil;
Os bens privados são de particulares e são regulados pelo diploma civil (BEM 2004 p. 135).
Os bens de família são aqueles que, mediante escritura ou testamento, são instituídos como bens
da família, tendo como características principais a impenhorabilidade e a inalienabilidade, essa
inalienabilidade pode ser removida, desde que haja aquiescência dos interessados.

Sujeitos da relação jurídica:


Na relação de homem para homem cada qual possui uma situação jurídica própria, consistente na
posição ocupada na relação jurídica como titular de direitos e deveres. A situação jurídica ativa
corresponde à posição de agente portador de direito subjetivo, enquanto a situação jurídica passiva,
a de possuidor de dever jurídico.

Sujeito ativo – é o credor da prestação ou obrigação principal ou o beneficiário principal da relação.


Titular do direito subjetivo.

Sujeito passivo – titular do dever jurídico, devedor da prestação principal.

Esses sujeitos terão obrigações que se dividem em dar, fazer e não fazer.

Todavia, há situações em que o sujeito de direito ainda não existe. Predomina a doutrina que aceita
a falta provisória de sujeito ou expectativa de direito.

Vínculo de atributividade – reconhecido juridicamente, entre os sujeitos. Pode ocorrer por meio
de lei, ou acordo de vontades, na figura dos contratos. A inexistência do vínculo acarreta a
inexistência da relação jurídica.

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Objeto – elemento motriz da relação, é a pessoa, a prestação ou a coisa sobre a qual recai o vínculo
de atributividade. A relação jurídica gira em torno do objeto.

Elementos da relação jurídica

O conceito da relação jurídica pressupõe um conjunto de elementos, cuja sistematização


tradicional é a seguinte: sujeito, objeto, facto e garantia. Deste modo, o titular ativo da relação
jurídica pode recorrer aos meios coercivos que a lei põe a sua disposição para obter a satisfação
do seu direito, no caso de violação ou ameaça de violação do mesmo. Numa relação jurídica todos
os elementos estão presentes: os sujeitos entre os quais se estabelece; o objeto, em vista do qual se
constitui é que forma a sua substância, dito doutro modo, a realidade sobre que incide; o facto que
a gera, dando-lhe vida e delineando a sua fisionomia; finalmente a garantia, que lhe confere valor
prático, imprimindo-lhe real eficiência na vida em sociedade. TELES (2004.P.153)

O sujeito, os seus sujeitos são sempre dois, o sujeito ativo e o sujeito passivo, diz-se sujeito ativo
a pessoa a quem são atribuídos os poderes jurídicos, pelo contrário, sujeito passivo é aquele que
fica adstrito a adoção de uma conduta.
O objeto da relação, Segundo elemento da relação jurídica, é constituído pelo poder do dever em
conjunto que não representam mais do que duas faces indissociáveis de uma realidade única. A
relação forma-se para conferir direitos e impor obrigações. Esses direitos e obrigações são o seu
objeto. A distinção justifica-se entre objeto imediato e objeto mediato. Objeto imediato e o direito
e a obrigação. Mas esse direito, essa obrigação tem por sua vez um objeto em que incidem e que
será o objeto mediato. Tem se direito a um "quid", esse "quid" é objeto do direito, portanto o objeto
mediato da relação jurídica. O bem que o direito assegura ao sujeito ativo e por intermédio do qual
se realiza o seu interesse, este bem constitui o objeto mediato da relação jurídica.
O facto jurídico, para se constituir uma relação jurídica, se torna a verificação
de certo evento juridicamente relevante que lhe dê origem, o facto jurídico, isto é, que constitui,
modifica ou extingue uma relação jurídica. As relações jurídicas não são de geração espontânea,
tira a sua origem de algum acontecimento que fica nela projetado e consubstanciado. Esse
acontecimento é a razão de ser da relação. A multiplicidade de factos constitutivos da relação

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jurídica torna-se evidente ao assinalar que integram esta categoria, tantos eventos da própria
natureza, como outros em que intervém o homem, nomeadamente através de uma manifestação da
sua vontade. Assim, fala-se em factos jurídicos naturais e humanos voluntários. Para os primeiros
reserva-se, em sentido próprio, a expressão facto jurídico, identificando-se os segundos como atos
jurídicos. Em sentido rigoroso, quando se considera um certo evento como elemento da relação
jurídica, este reporta-se ao facto constitutivo. Entretanto, com a relação jurídica interferem factos
jurídicos dotados de eficácia diversa, quer modificando uma relação já existente, quer extinguindo-
a. Para os identificar, em contraposição aos factos constitutivos, dizem-se
estes modificativos e extintivos;

A Garantia, consiste em termos gerais, na tutela específica que o Direito confere a uma relação
social, ou seja, abarca todos os meios coercitivos postos pelo sistema jurídico à disposição do
titular do poder, para ele obter a realização efetiva do seu interesse. A garantia existe assim em
estado latente na relação jurídica, apta a ser atuada quando o sujeito passivo não adote
voluntariamente a conduta a que se encontrava vinculado.

Classificação de Relação Jurídica


A relação jurídica pode ser simples, complexa, plùrima, pública ou privada e absoluta ou relativa,
respetivamente.
Simples, vincula somente um direito subjetivo, a relação jurídica por definição é simples porque
se esgota numa só obrigação, como o mútuo sem juros, que gera apenas a obrigação de restituição
do capital, na mesma fonte brota uma pluralidade de direitos, poderes, deveres, sujeições que
formam um aglomerado.
Complexa, vincula mais de um direito subjetivo, com titulares diversos, os direitos e obrigações
recaem sobre ambos os sujeitos da relação.
Plúrima, vincula mais de um direito subjetivo, oriundos de um único titular.
Pública ou Privada: dependendo do interesse público ou privado, respetivamente, acobertado pela
relação jurídico. Como espécies das relações privadas tem-se as relações

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Patrimoniais ou extrapatrimoniais, suscetíveis ou não de apreciação pecuniária. As relações
patrimoniais dizem respeito aos direitos reais e pessoais, enquanto as extrapatrimoniais, à
personalidade e à família.
Absoluta ou Relativa, as relações absolutas tratam de direito de imposição universal, o qual deve
ser respeitado por todos. Já as relativas tratam de direitos cuja eficácia é circunscrita a
determinadas pessoas.

Modalidades de objeto da relação jurídica.

A distinção entre objecto mediato e imediato nem sempre se verifica, pois nos direitos reais não
há intermediário entre o titular do direito e o bem. O proprietário está em contacto directo com o
objecto do seu direito. Porém a distinção verifica-se nas obrigações de prestação de coisa
determinada. Nestas, o objecto imediato do direito do credor é o comportamento do próprio
devedor, isto é, a prestação do devedor e o objecto mediático é a própria coisa.

Possíveis objetos da relação jurídica

Pessoas.
No direito moderno, as pessoas só podem ser objeto da relação jurídica nos determinados poderes-
deveres ou poderes funcionais, que são verdadeiros direitos subjetivos.

Prestação
Denomina-se prestação a conduta a que o devedor está obrigado. Por exemplo: nos direitos de
crédito, o objeto não é rigorosamente uma coisa, mas sim o comportamento do devedor.

Artigo 762̊ do código civil.


O devedor cumpre a obrigação quando realiza a prestação a que está vinculado.

Coisas corpóreas

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São as coisas físicas, isto é, aquelas que podem ser apreendidas pelos sentimentos.
Artigo 202 do código civil.
Diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas. Está neste caso, o objeto dos
chamados direitos reais, máxime o direito de propriedade.

Coisas incorpóreas
Não são mais do que valores da natureza que não podem ser apreendidas pelos sentidos. São
concebidos apenas pelo espírito. Assim o objeto de tais direitos é a respetiva obra na sua forma
ideal e não as coisas materiais que constituem a sua corporização exterior, como o livro, o filme.
Assim, apenas a obra na sua conceção ideal é o objeto do direito.

Personalidade Jurídica

Ė Privilégio de qualquer pessoa ser titular de relações jurídicas, ou seja, de direitos e obrigações.
A personalidade jurídica adquire-se no momento de nascimento completo com vida e cessa com a
morte. Portanto, todos os seres humanos têm a personalidade jurídica, como: o direito a vida e
integridade física, direito ao bom nome e reputação, etc.
Personalidade jurídica, é um atributo essencial para ser sujeito de direito. Para a teoria geral do
direito civil a personalidade jurídica é uma aptidão genética para titularizar direitos e contrair
obrigações. Em suma personalidade jurídica e a possibilidade de alguém ser titular de relações
jurídicas como forma de expressão da dignidade da pessoa humana, objeto de tutela privilegiada
pela ordem jurídica constitucional.

A personalidade jurídica traduz-se na possibilidade, traduz-se na aptidão para ser titular autónomo
de relações jurídica. Esta aptidão é nas pessoas singulares, uma exigência do direito ao respeito
das pessoas e da dignidade que se deve reconhecer a todos os indivíduos fala-se pois, de
personalidade para exprimir a qualidade ou condição jurídica do ente em causa : ente que pode ter
ou não ter personalidade.

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Capacidade Jurídica

É a faculdade que o ordenamento jurídico confere a uma pessoa para ser sujeito de quaisquer
direitos e obrigações desde que não sofra de qualquer incapacidade prevista na lei como a
menoridade ou anomalia psíquica.
Capacidade jurídica, e a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil que a
pessoa natural possui. Toda pessoa e dotada de personalidade, mas muitos deles não
apresentam condições necessárias para exercer, por si próprios, seus direitos.

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Conclusão
Ao longo deste trabalho, concluímos que viver em sociedade, é uma necessidade cada vez mais
complexa para o direito, sabido que neste modelo atual de direito, já não nos oferece mais total
cobertura frente as infinidades de relações que a moderna sociedade e capaz de gerar no seu meio.
Neste sentido, o direito precisa estar adequado a sociedade pluralista ou a chamada sociedade
aberta, entendida como o conjunto integral dos elementos sócias, económicos, culturais e políticos
que integram determinada comunidade, reconhecendo, a partir dai, as tensões que a caracterizam
e dimensionam seus conflitos. A relação jurídica tem como elementos sujeito ativo sujeito passivo,
vínculo de atribuitividade e objeto. Pessoa jurídica segundo Nader (2014), vai ser uma construção
elaborada pela ciência do Direito em decorrência da necessidade social de criação de entidades
capazes de realizar determinados fins não alçados normalmente pela atividade individual.

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Referências bibliográficas
AMARAL, Francisco. Direito Civil: Introdução. 2. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1998;

TELLES, Inocencio Galvao. Introdução ao estudo do direito. Volume III. 1ᵃ edição 2004. P 149-
156.
MENDES JOAO CASTRO. Introdução ao estudo do direito. 3 ed, Dat. Fab. 2010, Pag.145-155.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil. Parte geral, 3.ed, São Paulo: Atlas, 2003.

BEM, Leonardo Schmitt. Teoria da relação jurídica: análise da parte geral do código civil.
Curitiba: JM, 2004;

CARVALHO, Orlando de. Teoria Geral da Relação Jurídica. Coimbra, 1969.

COSTA, Wille Duarte. Relação Jurídica, conceito e estrutura. Colecção Momentos Jurídicos.
v.4. Ed. Del Rey. São Paulo, 1994.

LUIS, A. Carvalho Fernandes. Teoria Geral de Direito Civil, 6° edição, Volume 1, editora,
Lisboa. Universidade Católica, Edição, 2012.

NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 36ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014.
PP268-278

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