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Legislação

dos benefícios
corporativos
Atualizada, comentada e com recomendações

Como reorganizar os benefícios em sua empresa e atender seus colaboradores com


segurança jurídica. O que pode e o que não pode.

Incluindo análise das MPs 1.108 (Lei 14.442/22) e 1.109 (Lei 14.437/22).
Entenda as mudanças da legislação nos benefícios refeição e alimentação.

Plataforma de Pedidos e Automação de Benefícios


SUMÁRIO
O que mostraremos neste ebook............................................................................................................................................................... 03
Plataforma de pedidos e Compartilhando experiência....................................................................................................................................................................... 05
automação de benefícios
Oportunidade de melhorar!......................................................................................................................................................................... 06
Um mundo em transformação................................................................................................................................................................... 07
Benefícios no Brasil..................................................................................................................................................................................... 08
Os impactos da pandemia.......................................................................................................................................................................... 09
Nunca mais foi igual a antes...................................................................................................................................................................... 10
Alguns princípios para reorganizar............................................................................................................ ................................................ 11
Nova palavra de ordem: Flexibilidade........................................................................................................................................................ 12
Mudanças nos benefícios já existentes.................................................................................................... ................................................ 13
Benefício nascido e popularizado na pandemia....................................................................................................................................... 16
Nem eram considerados benefícios, mas agora são............................................................................................................................... 17
A questão legal dos benefícios.................................................................................................................. ................................................ 23
Desmistificando: como deve ser e o que não pode.................................................................................................................................. 24
Desmistificando: Vale-transporte .............................................................................................................................................................. 27
Desmistificando: auxílios e benefícios de uso flexível............................................................................................................................. 29
Desmistificando: Premiação...................................................................................................................... ................................................ 30
Desmistificando: Vale-combustível e outros formatos de mobilidade .................................................................................................. 31
Desmistificando: Despesas decorrentes do teletrabalho ....................................................................... ................................................ 32
Desmistificando: ajudas de custo e reembolsos, bem-estar, educação e creche................................................................................. 34
Sobre a Beneo.............................................................................................................................................................................................. 36
O QUE MOSTRAREMOS NESTE E-BOOK

O que sua empresa precisa saber de mais relevante para adequar os benefícios
dos colaboradores aos novos modelos de trabalho e mudanças na legislação.

Este e-book aborda questões de interesse dos profissionais de RH e envolvidos


na gestão de beneficios corporativos. Seu propósito é facilitar o trabalho nas
empresas e melhorar a vida dos colaboradores.

Ele não é direcionado apenas às grandes organizações, nas quais já existe um


caminho pavimentado de políticas e programas estruturados de benefícios, mas
também aos líderes e proprietários de pequenos e médios negócios. Afinal, a
demanda por bons benefícios é necessidade de qualquer trabalhador,
independentemente do porte da empresa na qual trabalhe.

Mostraremos também como as mudanças nos formatos de trabalho impactaram


a gestão dos benefícios, primeiro com a adoção abrupta do home office e, depois,
com o movimento de retorno aos escritórios e surgimento de legislações
complementares para regular lacunas até então existentes em benefícios.

Legislação dos benefícios corporativos


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Não há aqui pretensão de esgotar o tema, mas apenas buscar reunir um breve
panorama consolidado e atualizado, além de incorporar experiências pessoais e
profissionais.

Também sem o intuito de escrever em pedra a melhor interpretação da legislação


ou jurisprudência, trazemos referências legais aplicáveis, buscando iluminar a
adoção de diferentes formatos de benefícios, tanto os tradicionais quanto os
surgidos mais recentemente.

A busca por um modelo estruturado de gestão dos benefícios já era uma


demanda de milhares de empresas pequenas, médias e grandes. Agora, então,
com tantas mudanças nos últimos anos, as dificuldades se acentuaram e é
nesse contexto que pretendemos dar nossa contribuição.

Com certeza, este e-book deve auxiliar bastante os profissionais que ainda têm
dúvidas e ajudará a trazer todos para a mesma página.

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COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIA
Busco aqui compartilhar um pouco da minha experiência e aprendizado lidando com
pessoas e com benefícios na forma como os conhecemos e que são adotados no Brasil.
Procuro enfocar tanto pela ótica do cliente como de empresário da indústria que está
sempre em busca de serviços inovadores que facilitem o trabalho dos profissionais
envolvidos. Tem sido assim ano após ano, e sempre com muita motivação.

Como contribuição importante para os gestores de benefícios, e buscando reduzir as


muitas perguntas e aumentar as nem tantas respostas, são apresentadas soluções que
devem ajudar a compreender melhor e até identificar oportunidades para reorganizar os
benefícios. De um lado os benefícios tradicionais, aqueles que são contratados pela
empresa para uso pelos colaboradores (créditos, vales e cartões transporte, refeição,
alimentação, combustível e premiação) e os novos formatos aos quais fomos
apresentados (cartões multibenefícios flexíveis para uso como, além de refeição e
alimentação, também como mobilidade, bem-estar e qualidade de vida e outros), assim
como os auxílios financeiros, tal como o “auxílio-home office”, benefício que surgiu e se
popularizou durante a pandemia. Nesse sentido, serão encontradas também aqui análises
de outros benefícios (saúde, educação, ajudas de custo, premiação e outros), na forma
como são apresentados pela legislação trabalhista.

Não buscamos aqui meramente personalizar conceitos e evidenciar dores que façam de
certos serviços e produtos soluções sob medida. Há no mercado empresas inovadoras e
experientes e cada gestor ou decisor saberá optar pela que for mais aplicável ao seu
contexto. De forma imparcial, a análise mergulhou fundo na legislação, procurando trazer
à tona o que pode ser considerado mais relevante para ajudar em decisões seguras sobre Legislação dos benefícios corporativos
a contratação e uso dos benefícios. 2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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OPORTUNIDADES PARA MELHORAR!

Isso inclui o impacto que as recentes mudanças na legislação determinaram sobre o Nosso agradecimento pelo esforço dos escritórios jurídicos parceiros para chegar a esse
uso, a partir de agora, dos benefícios vales e auxílios refeição e alimentação e as resultado. Conforme dito, não lhes cabe, nem a nós, claro, a responsabilidade pelo que
penalidades previstas em caso de desvirtuamento do seu propósito de alimentação do cada empresa irá adotar.
trabalhador.
Mas fica como nossa contribuição este material único, que traz uma pavimentação inicial

"Mas interpretar a legislação é trabalho do jurídico!". Sem dúvida, mas a busca por suficiente para que cada gestor tire o melhor proveito e o utilize como achar mais
segurança jurídica tem sido um tema recorrente na gestão dos benefícios e o cenário apropriado para sua empresa e colaboradores.
de mudanças exige reflexão. Por exemplo, não faz muito tempo soluções de benefícios
Nesse momento, em que nos acostumamos à vida como ela se tornou após a pandemia
flexíveis têm sido apresentadas aos empregadores como um Santo Graal que irá
que afetou a todos, nossa intenção é trazer à tona alguns temas:
relegar a velho tudo o que adotamos como benefícios para nossos colaboradores. Isto
não parece fazer sentido e sabemos que, quanto mais flexível, mais pantanoso o • Estamos juntando cacos dos velhos modelos e aprendendo a organizar os novos
terreno que o jurídico irá encarar para propor suas recomendações. Para ajudar nisso, formatos de trabalho.
apontamos aqui as fontes legais e também sua interpretação, em linguagem simples,
demonstrando como trazer para a prática a legislação em favor da gestão dos
• O contexto exige reorganizar os benefícios tradicionais e encontrar novas soluções
benefícios, inclusive os flexíveis!
para as necessidades que surgiram.

Mas assim como há na lei riscos que exigem o cuidado necessário para evitar erros e
• Há oportunidades para melhorar a oferta de benefícios e seu valor percebido pelos
suas potenciais consequências, há também oportunidades para adotar soluções
colaboradores e, como consequência, aumentar a retenção de talentos.
simplificadas e de entendimento cristalino, principalmente as trazidas pela Reforma
Trabalhista de 2017 e recentes mudanças que geraram modernização no PAT
(Programa de Alimentação do Trabalhador), dentre elas o combate ao desvirtuamento
do seu uso como alimentação, princípio agora também estendido ao auxílio-
alimentação previsto na CLT.
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UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

Esse é um momento único de transformação em que a demanda explosiva por Esse será o combustível que impulsionará um processo de evolução contínua, até
serviços digitais e a conectividade definitivamente se incorporam aos novos que seja encontrado o formato de gestão do trabalho e de concessão de benefícios
formatos de trabalho - remoto, híbrido, assíncrono e até por produtividade, tal ideal ao perfil de cada empresa e de seus colaboradores.
como nos apresenta a recente legislação complementar sobre o teletrabalho.
Esperamos que seja útil.
Além disso, estamos diante de novas tecnologias e inteligência artificial
influenciando o trabalho. Tendências e mudanças que precisamos acompanhar Armando Ribeiro é fundador e CEO da Arista, empresa que cria e gere negócios
para tirar proveito como novas oportunidades para melhorar a vida dos nossos digitais, dentre eles a Beneo, startup HRTech de pedidos e automação de
colaboradores. benefícios.

Enquanto isso, mais do que nunca é necessário estreitar processos de


comunicação fluídos e obter continuamente feedbacks dos colaboradores, para
buscar atender às suas necessidades e propiciar a eles ambientes de trabalho
motivadores e percebidos como desafiadores para seu desenvolvimento
profissional.

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BENEFÍCIOS NO BRASIL

A política de benefícios por décadas foi considerada parte importante da estratégia


de Recursos Humanos para atrair, valorizar e reter talentos nas empresas e o
desafio maior sempre foi a busca da percepção de valor pelos colaboradores.

Ao longo do tempo, o leque de opções de benefícios ofertados seguiu a evolução


dos hábitos, necessidades e comportamento dos colaboradores e da chegada das
novas gerações ao mercado de trabalho. As facilidades propiciadas pelas novas
tecnologias também ajudaram a moldar os formatos, inclusive de escolha e uso
flexível dos benefícios.

O trabalho dos profissionais da área sedimentou modelos sofisticados, milhares de


empresas criaram cases de sucesso e, sem dúvida, os benefícios tornaram-se
protagonistas na busca do reconhecimento de empresas por colaboradores como
os melhores lugares para se trabalhar.

Esse era até pouco tempo o cenário predominante e que deu o tom das opções e
forma como os benefícios eram contratados pelas empresas e concedidos aos
usuários.

Mas os cenários mudam. E trazem consequências!

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OS IMPACTOS DA PANDEMIA

Uma pequena viagem no tempo, março de 2020. Parecia o fim do mundo e nas
empresas não foi diferente. Uma correria para gerir um caos jamais imaginado,
primeiro para proteger os colaboradores nos escritórios, fábricas, comércios e, ao
mesmo tempo, manter as atividades da empresa em ambiente remoto, quando isso
fosse possível.

“Tem que mandar todo mundo pra casa!”, era a frase certamente mais ouvida em
empresas de qualquer parte do mundo. Mas vamos nos restringir aos nossos
desafios por aqui.

No fim, e por falta de plano B, todo mundo teve que se adaptar à nova realidade do Assim, o vale-transporte não precisava para quem não ia para a empresa, o vale-
distanciamento social e aprender a trabalhar longe uns dos outros. Aos poucos, os refeição precisou ser substituído por alimentação, pois os restaurantes estavam
Zooms e Teams foram reaproximando todos e a vida no trabalho remoto foi se fechados ou a refeição passou a ser feita em casa. Foi preciso ajudar a pagar a conta
tornando parte do cotidiano, trazendo junto muitos desafios. Aquilo que parecia ser da internet e do celular, que acabou virando ferramenta de trabalho do colaborador
coisa para algumas semanas, talvez poucos meses (era isso que a gente achava e para conectar o atendimento virtual em casa. E a conta de energia que aumentou? A
queria), permaneceu por dois anos. cadeira de casa não servia pra ficar o dia todo sentado. Uma confusão!

O desafio inicial de propiciar o acesso aos sistemas e atendimento da empresa, em


muitos casos até enviando mobiliário e equipamento à casa das pessoas, veio
acompanhado de uma sensível mudança na demanda dos colaboradores em
relação aos benefícios que até então recebiam. Uma coisa levou à outra.

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NUNCA MAIS FOI IGUAL A ANTES
Os profissionais de RH e benefícios e os gestores das empresas foram se ajustando e
aprendendo a lidar com as novas demandas. Altera pedido daqui, adita contrato de
serviços dali, pede ajuda para um fornecedor para corrigir algo que passou a não
funcionar bem, contrata outro com uma solução nova de benefício flexível, e vamos
que vamos! “Quando a gente voltar, tudo se resolve”, pensavam alguns mais otimistas.

Mas, agora, mais de três anos depois, e após os desafios para trazer de volta as
pessoas ao trabalho presencial, a coisa se mostrou um pouquinho mais complexa em
um momento em que a empresa se vê no desafio de ter que reorganizar os
benefícios.

Bem, parece que só precisa voltar o vale-transporte, o refeição em lugar do


alimentação e creditar novamente o combustível, além de acabar com o auxílio-home
office, certo? Errado! Na verdade, o trabalho não é mais presencial como o
conhecíamos, é híbrido. É assim que passamos a chamar o modelo.

Então, tem que manter o auxílio-home office, certo? Mas e o auxílio-academia online?
Esse não pode tirar porque voltou ao presencial. Então, já que será meio remoto daqui
por diante, além de ajustar os benefícios, precisamos então contratar aquela solução
para melhorar a comunicação interna. Definitivamente, não é igual ao que era. É
diferente!
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ALGUNS PRINCÍPIOS PARA REORGANIZAR

Apesar de diferente, a vida voltou ao normal, mas o momento pode ser • Garantir que as mudanças sejam amparadas pelas possibilidades previstas na
considerado ainda de transição. Seguramente é um momento para reorganizar: legislação trabalhista e previdenciária e não permitir que ocorra o impedimento
colocar de volta no eixo algo que ficou torto por conta da pandemia, melhorar o ou interrupção da concessão de benefícios obrigatórios, nem artifícios que
que já existia e trazer coisas novas. É um plano que provavelmente envolverá possam ser interpretados como descumprimento da norma legal, em relação a
todos os colaboradores e, por isso, é recomendável levar em conta alguns benefícios.
princípios, visando alinhamento de expectativas e obtenção de segurança
jurídica: • E não esquecer de conferir os acordos e convenções coletivos. Se necessário,
propor ajustes nas convenções, afinal, a reforma trabalhista de 2017 trouxe a
• Dar transparência ao colaborador das regras e opções de benefícios novidade da possibilidade da predominância dos acordos em diversos temas.
disponíveis, deixar claro ser necessário o compromisso de cada um em usar
os benefícios de acordo com as regras da empresa e seguindo a legislação • E, por fim, ao fazer um voo panorâmico sobre os benefícios, seus formatos e até
aplicável. Se a empresa achar melhor, pode tornar isso um acordo por escrito. em alguns fornecedores, não perder a oportunidade para automatizar o que for
possível. Quanto mais simples se tornar, mais tempo para novas iniciativas para
• Se for substituição ou alteração de benefício já recebido, é necessário que melhorar as coisas na empresa. Quem sabe agora dá para retomar aquele
essa mudança não acarrete prejuízo ao beneficiário sob pena de ser projeto parado desde o meio da pandemia?
considerada irregular.

• Ocorrendo a adesão, o ideal é que seja mantida a equivalência financeira


entre o benefício anterior e atual, além de clareza de não haver perda de
benefícios.

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NOVA PALAVRA DE ORDEM: FLEXIBILIDADE

Para obter o melhor na gestão de benefícios é preciso, sempre que possível,


personalizar. Manter o colaborador conectado, fazer pesquisas para buscar feedbacks
de avaliação dos benefícios, ranquear e substituir os que não forem considerados
relevantes. Flexibilidade para fazer opções (não só de benefícios, mas relacionadas ao
trabalho) propiciará que o colaborador escolha o que for melhor para ele, mas
garantindo o alinhamento com as possibilidades previstas na legislação e acordos
coletivos. Será necessárrio também levar em conta os perfis sociais e faixa etária
predominantes e implementar processos automatizados.

Esse momento de transição, comum a todos, é único e traz oportunidades para testar
modelos e aprender. O profissional de RH e as lideranças das empresas poderão se
aproveitar dele para estruturar um programa de benefícios que seja altamente
valorizado por seus colaboradores atuais e atrair futuros talentos.

E mais, com o avanço acelerado da transformação digital por conta da pandemia,


seguramente será mais fácil agora identificar e implementar novos processos e
tecnologias que simplifiquem o trabalho de contratação, pedidos e uso dos benefícios.

A seguir, vamos nos dedicar a entender as recentes mudanças ocorridas nos


benefícios e os novos formatos de sua utilização.

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MUDANÇAS NOS BENEFÍCIOS JÁ EXISTENTES

Benefício Antes Agora Novas flexibilidades

A empresa ou a convenção A empresa ou a convenção Dar liberdade ao colaborador para


Vale-Refeição e coletiva determinam o valor a coletiva continuam eleger valores entre um e outro, ou
conceder. determinando o valor, mas substituir por outros de uso mais
Alimentação agora, as necessidades alinhado com as demandas pessoais,
individuais do empregado e mas levando em conta o
seu modelo de trabalho são cumprimento da lei e norma coletiva
levados em conta. aplicável.

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Benefício Antes Agora Novas flexibilidades

Vale-Transporte Uso para ir e voltar do Os dias em home office É necessário adequar a concessão à
trabalho em transporte alteram a necessidade de uso jornada presencial. Dependendo da
coletivo público, urbano, do transporte público e o seu necessidade do colaborador, pode ser
intermunicipal ou consequente pagamento substituíído por vale-combustível ou
interestadual. proporcional. A necessidade crédito de aplicativo de transporte,
evoluiu para outros modais estacionamento, bike, zona azul, pedágio,
de mobilidade. ou mesmo migrar parte para auxílio-home
office.

Os benefícios para mobilidade devem ser


utilizados na atividade do empregado,
caso contrário poderão ser considerados
equiparados a parte do salário, com as
consequentes incidências.

Adequação dos Benefícios Corporativos aos Novos Formatos de Trabalho


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Benefício Antes Agora Novas flexibilidades

Combustível Valor praticamente fixo e A necessidade depende da Permitir ao colaborador alterar valores
fornecido aos empregados jornada presencial (no ou migrar para outros que atendam
que não se utilizavam escritóro ou em atividades melhor sua demanda, mas atrelado ao
transporte coletivo público, externas). Também pode ter uso do veículo para o trabalho.
mas precisavam do veículo sido alterada pelos novos
para o trabalho. formatos de contato externo
com clientes e outros.

Adequação dos Benefícios Corporativos aos Novos Formatos de Trabalho


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BENEFÍCIO NASCIDO E POPULARIZADO NA PANDEMIA

Benefício Antes Agora Novas flexibilidades

Auxílio para Inexistente para empresas A lei autoriza que as partes Conceder auxílios ou fazer
que não tinham modelos de negociem a responsabilidades reembolsos ao empregado como
despesas com o home office e, mesmo para pelas despesas e equipamentos contrapartida aos custos inerentes ao
trabalho em casa as que já tinham, era de de trabalho, mas primariamente teletrabalho.
pouca aplicação prática. é responsabilidade do Importante formalizar em documento
(auxílio-home empregador os custos do próprio, incluindo a eventual não
office) negócio, portanto, arcar com o concessão.
aumento das despesas
decorrentes do trabalho em
casa, como: telefone, internet,
contas de consumo, compra e
manutenção de equipamentos e
mobiliário de trabalho e até
material de escritório.

Adequação dos Benefícios Corporativos aos Novos Formatos de Trabalho


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NEM ERAM CONSIDERADOS BENEFÍCIOS, MAS AGORA SÃO...

Conceito Antes Agora

Jornada e formato De modo geral, fixa e Necessariamente


de trabalho presencial será flexível

Novas flexibilidades
Mudança muito sensível. O isolamento, o trabalho remoto e questões de saúde durante a pandemia alteraram hábitos, locais de moradia e estrutura das famílias.
Parte dos novos colaboradores já foi contratada trazendo junto sua situação pessoal. Além disso, tornou-se senso comum ser mais fácil para as pessoas
demonstrarem suas prioridades e aspirações de equilíbrio entre vida pessoal, família e trabalho.

Tudo isso inviabiliza que as empresas simplesmente deixem de levar em conta essa nova realidade em que parte das pessoas não pode ou não quer o trabalho
presencial integral ou mesmo preferem o remoto em definitivo. Esse fenômeno tem dado muita dor de cabeça aos gestores, exigindo deles criatividade em
promover ações de engajamento e endomarketing para mobilizar as equipes a frequentar o trabalho presencial.

Já existe até a possibilidade de avaliar a produtividade pelo resultado e não pelas horas trabalhadas, modelo previsto desde a Reforma Trabalhista de 2017 e agora
com legislação atualizada pelas MPs 1.108/22 e 1.109/22 (leis 14.442/22 e 14.437/22, respectivamente).

Cada empresa deverá avaliar qual modelo, jornada e seu eventual controle serão aplicáveis. Já há também a possibilidade de controle eletrônico de jornada sem
anuência do sindicato, ou ponto por exceção, formatos que antes não eram reconhecidos.
Por certo, a flexibilidade do modelo, da jornada e do local de trabalho passam a ser reconhecidos como benefícios tangíveis e parte do rol de opções.

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Conceito Antes Agora

Saúde emocional e A empresa concede o plano de Os desafios da pandemia


saúde e o cuidado com afetaram a maioria. O novo
psicológica preservação da saúde emocional momento exigirá uma maior
é uma questão pessoal do atenção da empresa na
colaborador. A empresa atua preservação da saúde mental
predominantemente através de individual e coletiva.
política geral e, quando
necessário, com assistência
pontual.

Novas flexibilidades
Muita gente passou a trabalhar mais no modelo remoto, enquanto aprendia a estabelecer limites entre pessoal e trabalho, evitar jornadas extenuantes e lidar com a
necessidade de períodos de desconexão e privacidade.

A conta acabou chegando. A Síndrome de Burnout, stress intenso e esgotamento relacionados ao trabalho, já reconhecido como doença pela Organização Mundial
de Saúde, é só a ponta mais visível desse problema. O benefício aqui transcende adotar a assistência médica da empresa como solução de saúde para isso.

Nesse contexto, destacam-se como benefícios diretos os convênios para uso de academias de atividade física e serviços ligados à saúde emocional, auxílio
psicológico e similares.

O cuidado do RH incluirá também manter canais de feedback ativos que propiciem identificar dificuldades pessoais e coletivas e adotar medidas preventivas e de
assistência, tais como apoio psicológico personalizado, quando possível, ou auxílio financeiro para terapia, mesmo que provisório.

A gestão eficiente desse assunto deverá ser reconhecida pelos colaboradores como um novo benefício tangível, especialmente para os que se sentirem assistidos.

18
Conceito Antes Agora
Bem-estar e Muito mais ligados aos O assunto foi trazido ao
objetivos pessoais e geridos contexto da organização,
qualidade de vida pelo próprio colaborador. principalmente como
decorrência do trabalho em
casa e dos hábitos das novas
gerações.

Novas flexibilidades
Assim como já é demanda do RH criar modelos que se adequem à preferência coletiva em relação à jornada e formato de trabalho, é preciso reconhecer que as
pessoas querem e precisam de tempo para seus propósitos pessoais, família, entretenimento. Já se debate até a semana de quatro dias e as sextas-feiras de
escritório vazio chegam a parecer um exercício de futurologia.

Certamente isso se cristalizará com o tempo, mas reconheçamos, já seria um benefício tangível para o colaborador ter a opção de receber ou escolher benefícios
que atendam a uma parcela dessa demanda pessoal. A empresa pode se apropriar disso e transformar em benefício percebido aquilo que o próprio colaborador
pagaria, mesmo de valor baixo, como, por exemplo, serviços e produtos de cuidados pessoais, serviços de música e streaming e outros mimos, mas que certamente
valorizará, se receber da empresa.
Neste contexto, a cada empresa deverá avaliar aplicação e se orientar, de acordo com a base legal pertinente.

19
Conceito Antes Agora

Comunicação Comunicação interna sempre A comunicação, quando não


foi importante, mas eficiente para a convivência
como ferramenta deficiências eram remota, distancia e isola as
de engajamento e minimizadas pela pessoas. Durante a pandemia
proximidade presencial das surgiu a percepção de que o
cultura equipes. distanciamento pode
ocasionar perda gradativa da
A evolução e manutenção da cultura da empresa.
cultura organizacional
sempre foram muito
relacionadas às interações
sociais no trabalho.

Novas flexibilidades
Talvez os processos de comunicação existentes não sejam suficientes para a transição na gestão dos benefícios ou para os novos formatos de trabalho. Se
durante a pandemia tornou-se um desafio evitar o isolamento, procurar manter as equipes conectadas e engajadas e obter feedbacks, o momento é de fortalecer a
cultura e impedir que ela se distorça ou se perca.

A percepção de uma cultura positiva da empresa é altamente valorizada pelos colaboradores, portanto lhes gera benefício ligado à satisfação. Então, é um item a
ser considerado para reter talentos e o papel das lideranças será valiosíssimo nesse contexto.

A comunicação ajudará também a difundir os objetivos e resultados esperados e seguir em frente. Afinal, independentemente do formato de trabalho adotado, a
vida continua e é preciso resgatar o mercado eventualmente perdido na crise, crescer, inovar e gerar resultados.

Portanto, se o modelo existente de comunicação e engajamento não atende plenamente, é preciso que o RH adote ferramentas complementares ou mesmo
substitua as existentes por outras.

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Conceito Antes Agora

Estrutura do home- Atribuição inexistente nas O colaborador, ao trabalhar


empresas ou insuficiente, em casa, passou a ser um
office mesmo até nas que ainda "fornecedor" de infraestrutura
não adotavam o teletrabalho. para a empresa e, ao mesmo
tempo, um cliente exigente de
estrutura de trabalho.

Novas flexibilidades
O assunto já evoluiu bastante desde o início da pandemia. As empresas aprenderam a se ajustar às demandas individuais e, agora, na iminência da pavimentação do
modelo preponderante de trabalho, será necessário garantir aos que estejam em home-office conforto, ergonomia, conectividade, facilidade para acesso a suprimentos
e materiais de trabalho, computador, celular, sistemas, enfim, tudo o que for necessário para o trabalho produtivo. Não significa replicar o escritório da empresa na casa
das pessoas, mas buscar a medida certa, porque ninguém vai lidar bem com desconfortos ou inconveniências.

É também obrigação da empresa custear os gastos do empregado decorrentes da realização do trabalho, concedendo auxílio financeiro para esta finalidade.

A gestão eficiente deste quesito deverá gerar o reconhecimento de um benefício real. Aqui pode ser também o contrário: há pessoas que trabalham em casa não por
opção, mas por modelo imposto pela empresa. Quem não receber condições mínimas para trabalhar em casa poderá preferir migrar para um trabalho presencial em
outra empresa.

A segurança jurídica necessária foi proporcionada pela legislação surgida durante a pandemia e complementada pela MP 1.109/22, já transformada em legislação.

21
Conceito Antes Agora
As pessoas normalmente É necessário ressaltar
conhecem os benefícios continuamente o valor
Percepção dos quando estão entrando na percebido dos benefícios já
beneficios pelos empresa, ou antes, para existentes, obter feedbacks,
comparar com o que têm ou identificar as demandas e
colaboradores precisam. Depois, há atendê-las com revisões
tendência de esquecimento. constantes do rol de opções.

Novas flexibilidades

Esse é um trabalho contínuo de uso de ferramentas de comunicação e plataformas que permitam aos colaboradores visualizar e consultar seus benefícios, tirar
dúvidas e até fazer opções e utilizar alguns deles de forma digital pelo celular ou computador.

Os ajustes nos benefícios precisam levar em conta os custos envolvidos, o perfil dos colaboradores e os impactos positivos esperados com sua adoção. Além
disso, não parece ser sensato ter um menu ilimitado de benefícios, pois, além de ser caro, nem tudo é valorizado pelos colaboradores.

Legislação dos benefícios corporativos


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A QUESTÃO LEGAL DOS BENEFÍCIOS
• Prêmios e bonificações por desempenho ou liberalidade.
A legislação já contempla a possibilidade de
concessão de auxílios, ajudas de custo e reembolsos. • Auxílio-educação, incluindo material e matrícula.

A legislação trabalhista e previdenciária propicia, em limites estabelecidos, a • Auxílio-medicamentos.


concessão de auxílios e ajudas de custo, sem incidência de encargos e sem
incorporação ao salário, devendo em certos casos haver a comprovação da • Ajudas de custo, viabilizando complementação, como benefícios de forma
despesa pelo colaborador. flexível, para várias finalidades, como bem-estar e qualidade de vida, por
exemplo.
Após a Reforma Trabalhista de 2017, esses mecanismos têm sido considerados
uma plataforma legal segura para adoção na forma de benefícios, especialmente No entanto, o pagamento desses benefícios não deve ser utilizado na forma de
para atender às novas demandas. Quem souber utilizar bem terá êxito em gerar complemento de salário ou de verbas salariais recorrentes, mas efetivamente na
benefícios de qualidade para seus colaboradores. Exemplos: finalidade estabelecida na lei para cada modalidade, sem favorecer o
desvirtuamento do uso.
• Auxílio para trabalho home office, que pode incluir internet, telefonia, energia e
material de trabalho, entre outros. Assim, apesar de a legislação viabilizar flexibilidade para as empresas
complementarem seus programas de benefícios com novas opções, não significa
• Auxílio-saúde, incluindo despesas médicas, hospitalares, odontológicas, que qualquer benefício já existente deva ser incluído na mesma categoria de
próteses, e óculos, entre outros. O conceito pode abranger a saúde física e auxílios e ajudas de custo. Há benefícios já regulamentados com lei específica,
mental (psicologia, condicionamento físico, terapias de saúde). como o vale-refeição e alimentação (PAT) e o vale-transporte. Esses são
consagrados e já têm vida distinta e regras próprias há anos e não precisam se
• Auxílio por uso de carro próprio, incluindo estacionamento, combustível, seguros valer de nenhuma outra interpretação legal para sua concessão e utilização.
e serviços automotivos, em especial para os colaboradores que precisem do
veículo para o trabalho. Adequação dos Benefícios Corporativos aos Novos Formatos de Trabalho
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DESMISTIFICANDO: COMO DEVE SER E O QUE NÃO PODE

Benefícios refeição e alimentação (Programa de Alimentação


do Trabalhador) e auxílio-alimentação (CLT).

ANTES:
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado pela lei nº 6.321/76, é
uma iniciativa de grande impacto na alimentação e nutrição dos trabalhadores.

Há quase 50 anos, o sucesso do programa é em grande parte sustentado pelo


combate ao desvirtuamento do uso dos benefícios. Para isso, especificamente na
modalidade do PAT que prevê o fornecimento de alimentação através de
restaurantes e supermercados conveniados, a lei estabeleceu diversos requisitos,
incluindo o uso restrito dos benefícios como alimentação e refeição.

Outro efeito prático do programa foi de geração de um benefício fiscal sobre os


seus custos, de modo a estimular os empregadores a adotá-lo.

Este modelo permaneceu sedimentado por décadas até que, por impulsão das
novas tecnologias e arranjos de meios de pagamento, e também por conta da
desorganização gerada pela pandemia no uso de parte dos benefícios existentes,
surgiram formatos de pagamento "multibenefícios em único cartão", percebidos
como uma solução inovadora para o novo cenário, mas, pela sua natureza,
trazendo riscos de desvirtuamento no uso pelos beneficiários. Essa matéria foi
recentemente objeto de revisão da legislação, do PAT, que modernizou vários
Legislação dos benefícios corporativos
pontos e, complementarmente, impôs penalidades em caso de uso indevido. 2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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AGORA: Assim, ficou determinado que tanto o auxílio-alimentação (não regulado pelo PAT)
quanto os benefícios refeição e alimentação (previstos no PAT), só podem ser
Com relação ao PAT, o decreto nº 10.854, publicado em 10/11/2021, assim como a
utilizados para pagamento de refeições e alimentos. No primeiro caso, sob pena de
Portaria nº 672/2021, trouxeram, dentre outras medidas, regulação complementar:
que o valor seja considerado salário e com incidência de multas para empresas,
estabelecimentos e quem os credenciou e, no segundo caso, sob pena de
• Para reforçar o combate ao desvirtuamento, determinou que os saldos dos descredenciamento do registro no PAT, tanto da empresa emissora do benefício
benefícios (PAT) sejam mantidos separados e utilizados estritamente como quanto da empregadora, além de multas por infrações a ambos e estensivas aos
refeição e alimentação (art. 174, inciso I, alíneas “a” e “b” do Decreto). estabelecimentos.

• Para evitar aumento do custo da alimentação para o trabalhador no


estabelecimento, vetou a concessão de descontos ou deságio às empresas EM RESUMO:
contratantes dos benefícios e estabeleceu que a contratação na aquisição seja
pré-paga (artigo 175 do Decreto).
Uso dos benefícios pelo colaborador:

• Também para combater o mau uso, não permite o saque deste saldo (artigo 174,
Os cartões e os créditos adquiridos pelos empregadores, na forma dos benefícios
II, ‘a’ do Decreto).
PAT ou auxílio-alimentação (CLT), devem ser utilizados estritamente no pagamento
de refeições e aquisição de alimentos e para nenhuma outra finalidade.
• O valor do benefício pode será ser integralmente utilizado pelo empregado,
mesmo após a rescisão do contrato (artigo 174, III do Decreto).
Recomendações:

O Decreto nº 10.854 havia deixado de fora o “auxílio-alimentação”, benefício previsto


Benefícios refeição e alimentação do PAT já têm seus próprios cartões de uso
no parágrafo 2º do art. 457 da CLT, cuja adoção é franqueada aos empregadores,
limitado a restaurantes e supermercados e com mecanismos de proteção contra
mas não alcança os benefícios fiscais e regras do PAT.
sua utilização em outros tipos de estabelecimentos.

Em 25/03/22 foi publicada a Medida Provisória nº 1.108 (posteriormente ratificada


Este é um modelo mais conservador que o de adquirir esses benefícios contidos
na forma da Lei 14.442/22) estendendo também ao auxílio-alimentação algumas das
em cartões de modalidade “multibenefícios”, aqueles que permitam pagar outros
mesmas regras do PAT voltadas ao combate ao desvirtuamento e proteção da
tipos de benefícios ou serviços e que, por consequência, não contenham proteção
alimentação do trabalhador, em especial: a) o uso apenas em restaurantes,
total contra o desvirtuamento do uso; ou cujas formas de uso e aceitação sejam
supermercados e afins; b) vedação de desconto ou deságio na contratação pela
tão amplos que favoreçam a ocorrência de falhas que resultem no seu uso
empresa usuária; e c) a caracterização da sua natureza como pré-paga.
indevido.
Legislação dos benefícios corporativos
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Pagamento do benefício pela empresa adquirente:

O benefícios devem ser adquiridos em modalidade pré-paga e sem descontos. Os


contratos previamente assinados permanecem em vigor por até 18 meses, a partir
de 10/11/2021, para contratos PAT, e por até 14 meses contados desde
28/03/2022 para contratos auxílio-alimentação, o que ocorrer primeiro, conforme
previsto no Decreto de novembro e na recente MP.

Não pode haver vantagens ou contrapartidas para as empresas usuárias que não
sejam voltadas à saúde e alimentação do trabalhador.

Opção por Alimentação ou Refeição pelo beneficiário:

Ambas as modalidades estão previstas no PAT como opções de alimentação ao


trabalhador, deixando a definição a cargo do empregador ou das convenções
coletivas e, agora, com influência das necessidades dos usuários. A CLT trata
meramente de “auxilio alimentação”, sem direcionar seu uso para refeições ou
compra de alimentos. A tendência observada junto aos colaboradores é de deixar
que cada um escolha o que melhor se adapte às suas necessidades.

Aplicação integral da nova legislação


A partir do início de maio de 2023, as novas regras do PAT passaram a ter uma
aplicação plena, especialmente no tocante à vedação do deságio na contratação
pela empregadora exigência do pré-pagamento para atendimento dos pedidos.

Alguns pontos ainda ficaram pendentes de regulamentação, dentre eles a


portabilidade, criada para permitir que o colaborador escolha a bandeira do seu
cartão VR/VA, mediante vantagens oferecidas pela empresa fornecedora, sempre
vinculadas à alimentação e saúde do trabalhador.

A Medida Provisória (MP) 1.173/23, publicada em 01/05/23, prorrogou para


01/05/24 tanto o início da portabilidade quanto a obrigatoriedade de
interoperabilidade da rede credenciada de estabelecimentos (aceitação de todas Legislação dos benefícios corporativos
as bandeiras). 2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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DESMISTIFICANDO: VALE-TRANSPORTE

ANTES:
Assim como o PAT revolucionou o acesso à alimentação e nutrição ao
trabalhador, a Lei do Vale-Transporte (lei nº 7.418/85) assegurou aos
empregados, notadamente dos centros urbanos, o custeio do transporte de ida e
volta ao trabalho, ampliando as possibilidades de mobilidade e empregabilidade.
O vale-transporte é sem dúvida um programa social de alto impacto e que
merece ser categorizado como benefício, apesar de se tratar de uma obrigação
legal.

O vale-transporte abrange o uso de transporte público, podendo o empregado


contribuir com até 6% e gerar benefício fiscal, dependendo do regime fiscal da
empregadora. Deve ser adquirido junto ao órgão emissor/operador do
transporte público, na localidade em que for utilizado, e ser concedido
antecipadamente aos empregados. Por contemplar incentivos fiscais, o
programa traz também como princípio medidas para evitar o desvirtuamento do
seu uso.

Por conta da pandemia, esse benefício deixou de ser concedido para os


empregados em home office e, em alguns casos, foi substituído
temporariamente por outros formatos.
Legislação dos benefícios corporativos
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AGORA: EM RESUMO:
O Decreto nº 10.854, publicado em 10/11/2021, complementou algumas lacunas O benefício é obrigatório para os deslocamentos residência x trabalho x residência
e só é possível concedê-lo através de crédito feito no cartão emitido pelo
da regulamentação do vale-transporte, mas não alterou o formato já vigente de transporte público (ou outro formato não digital ainda existente), nunca em
emissão e aquisição, em resumo: dinheiro.

O crédito para uso como vale-transporte não pode estar associado a nenhum outro
• O artigo 107 desse decreto, que consolidou o texto final da lei, determina que o cartão que não tenha sido emitido pelo próprio transporte público, nem em
nenhuma outra forma recorrente que possa ser convertida em dinheiro,
empregador antecipará o benefício ao trabalhador e se destinará apenas para o modalidade vedada pela lei.
deslocamento ao trabalho e a volta.
Importante relembrar que a aquisição de “bilhete comum de passagem” feita pelo
próprio usuário e seu uso no transporte público não caracterizam a concessão do
• A concessão será na forma e conforme emitido pelo transporte público. vale-transporte na forma da lei, ou seja, compra feita diretamente pela empresa,
crédito ao usuário em cartão de modalidade específica vale-transporte,
contabilização do benefício como despesa e participação do empregado em parte
• O artigo 110 determina que é vedado substituir o benefício por dinheiro ou da despesa, dentre outros.
qualquer outra forma de pagamento.
Nos dias em que o colaborador trabalhar em home office, ou seja, não se deslocar
à empresa, não será necessário, claro, conceder esse benefício.
• Não possui natureza salarial.
Além disso, quando o perfil do colaborador não se adequar ao uso do vale-
transporte, seja porque ele tenha carro próprio ou utilize, mesmo que de forma não
• O empregado pode contribuir com até 6% do salário. recorrente, outros meios de deslocamento (transporte por aplicativo, taxi, bicicleta
ou outro), o empregado poderá firmar a não-opção pelo vale-transporte e a
empresa poderá avaliar a concessão de outros tipos de benefícios, tais como o
• O artigo 124 obriga o empregador irá adquirir o vale-transporte em quantidade e vale-combustível e auxílios financeiros para pagamento dos outros modais de
tipo que melhor se adequar ao deslocamento do beneficiário. deslocamento, cuja base legal está amparada pela CLT, desde que o deslocamento
se dê a trabalho.

Legislação dos benefícios corporativos


2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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DESMISTIFICANDO: AUXÍLIOS E
BENEFÍCIOS DE USO FLEXÍVEL
Até a Reforma Trabalhista de 2017 (lei nº 13.467/17), havia sensível insegurança
jurídica sobre a forma de tributação e riscos de incorporação à remuneração na
concessão de auxílios, ajudas de custo, prêmios e abonos, auxílio-alimentação e
saúde, dentre outros - que não fossem os formatos já consagrados, a exemplo das
leis do vale-transporte e PAT.

Era altíssimo o risco de caracterizar como salário e, por consequência, incorporar à


base de cálculo de incidência de contribuição de encargos previdenciários e
recolhimento de FGTS, além do potencial reflexo nas demais verbas (como férias e
13º salário, por exemplo).

Como resultado, a empresa estaria criando contingências que poderiam obrigá-la a


incorrer em ônus futuros com o fisco e a justiça trabalhista.

Mostraremos adiante uma análise dos auxílios que podem utilizados como
benefícios de uso flexível.

No entanto, fica a dica:

A flexibilização dos benefícios deve ter o objetivo de gerar melhores opções de


escolha para o colaborador, mas os benefícios ofertados precisam estar amparados
por legislação e convenções coletivas, senão voltam ao mesmo problema anterior: Legislação dos benefícios corporativos
risco de incorporação ao salário e incidência de encargos. 2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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DESMISTIFICANDO: PREMIAÇÃO
Legislação aplicável:

O artigo 457 da CLT é claro ao afirmar que “as importâncias, ainda que habituais,
pagas a título de (...) prêmios (...) não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.”

A mesma legislação conceitua como prêmio “as liberalidades concedidas pelo


empregador (...) a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades”, o que cria uma
condicionante que deve ser considerada pelo empregador ao premiar, no intuito de
evitar riscos e contingências.

Entendimento:

A empresa pode conceder premiações em vários formatos, sem a incidência de


encargos nem incorporação salarial.

Mas o conceito de premiação não pode ser aplicado a finalidades distintas da regra
legal (principalmente a superação do desempenho esperado), tais como
complementar verba de salário recorrente e pagar comissões de vendas, por
exemplo.

A recomendação é não incluir a promessa de premiação em contrato ou carta-oferta


de trabalho pela liberalidade da verba, mas pode ser contemplada em programa
específico ("campanha de premiação"), sendo crucial prever seu prazo de duração,
além de definir o que é “esperado” do empregado (metas e objetivos), estabelecer a
premiação e manter comprovações do que foi superado e o consequente
pagamento.

Existem no mercado plataformas de campanhas de premiação que automatizam


essas demandas com programa de pontos e catálogos de resgate, que propiciam
escolha de livre opções pelos colaboradores participantes.
Legislação dos benefícios corporativos
Premiação é diferente de bônus, o qual ainda não possui previsão legal, sendo
utilizada a jurisprudência como referência de regramentos. 2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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DESMISTIFICANDO: VALE-COMBUSTÍVEL E Entendimento:
OUTROS FORMATOS DE MOBILIDADE

Legislação aplicável: O vale-combustível é um benefício largamente utilizado em formato de cartão, mas esse
meio de pagamento não abrange satisfatoriamente os demais formatos de mobilidade.
O artigo 457 da CLT regula que ajudas de custo não integram a remuneração nem Por isso, a concessão de auxílios para pagamento das novas modalidades de mobilidade
incidem encargos trabalhistas e previdenciários: urbana (transporte por aplicativo, aluguel de bicicleta e outros) precisa ser feita em outro
formato que viabilize pagar pela viagem no modal de transporte.
• “As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-
alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e Não há legislação específica para o vale-combustível, mas a prática comum é sua
abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato concessão como ajuda de custo, ou mesmo como ressarcimento de despesas pelo uso
de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e de veículo do empregado, ambos previstos na CLT. O mesmo artigo da CLT viabiliza
previdenciário.” também, por opção da empresa, o reembolso de despesas pelo uso de veículo, o que
inclui, além do combustível, o pedágio, estacionamento, reembolso de quilometragem e o
O artigo 28 da lei nº 8.212 contempla, dentre outros itens, que “não são salário de que possa estar inserido em despesas de deslocamento.
contribuição”:
O valor da ajuda de custo ou qualquer outro benefício fixo deve ser razoável e compatível
• “O ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado.” com o custo médio de despesas, bem como sempre ser destinado a custear despesas
com o trabalho.
• “Os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela
empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante de sua Caso a empresa prefira um controle mais específico, a mecânica de reembolso funciona,
residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija lembrando que é preciso exigir os comprovantes das efetivas despesas e sendo essas
deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo relacionadas ao trabalho.
Ministério do Trabalho.”
Legislação dos benefícios corporativos
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DESMISTIFICANDO: DESPESAS
DECORRENTES DO TELETRABALHO
Legislação aplicável:

O artigo 75-D da CLT estabelece regras específicas para o teletrabalho, no qual se


inclui a modalidade home office:

"As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.

Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a


remuneração do empregado.”

A MP nº 1.109 de 24/03/22, artigo 3º (Lei 14.437/22) reforçou esta negociação e


exigiu que seja formalizado através de aditivo ou contrato específico.

Na prática, a CLT já exige que a condição de teletrabalho seja objeto de contrato


específico. Porém, a Lei 14.437/22, visando diminuir os efeitos socioeconômicos,
retirou essa obrigatoriedade, mantendo apenas quando há negociação de custos e
equipamentos:

"§ 3º As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, pela manutenção


ou pelo fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária
e adequada à prestação de teletrabalho ou do trabalho remoto e as disposições
relativas ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado serão previstas em
contrato escrito, firmado previamente ou no prazo de trinta dias, contado da data da
mudança do regime de trabalho. Legislação dos benefícios corporativos
2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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§ 4º Na hipótese de o empregado não possuir os equipamentos tecnológicos ou a Não se observa restrição sobre o que pode ser reembolsado, portanto, será considerado
infraestrutura necessária e adequada à prestação de teletrabalho ou de trabalho pertinente tudo aquilo que envolva os custos no ambiente de trabalho remoto e que tenha
remoto: como finalidade a realização do trabalho, dentre eles:
- Contas de consumo: luz, energia, água, celular, internet.
I - o empregador poderá fornecer os equipamentos em regime de comodato e - Material e equipamentos de trabalho adquiridos pelo empregado.
custear os serviços de infraestrutura, que não caracterizarão verba de natureza - Compra e manutenção de acessórios e equipamentos.
salarial;"
A legislação obriga prever as regras e critérios em contrato de trabalho (isso poderá ser feito
Entendimento: mediante cláusula padrão, aplicável a todos os envolvidos com o trabalho remoto) e adota a
terminologia reembolso, o que demandaria a inconveniência de gasto prévio pelo empregado,
A CLT, através de texto inserido pela Reforma Trabalhista de 2017, já contemplava para posterior pedido de reembolso, além do armazenamento da prova dessa despesa para
a possiblidade do pagamento pela empresa de despesas arcadas pelo empregado. eventual futura fiscalização ou processo judicial, o que não parece ser o objetivo da lei.
Esse é o dispositivo que viabiliza a concessão do “auxílio-home office”,
popularizado durante a pandemia. Ao mesmo tempo, ao possibilitar a formalizacão de critérios entre as partes, parece ser
aceitável também estabelecer, individual ou coletivamente, valores ou tetos para cada item de
A Medida Provisória nº 1.109 (Lei 14.437/22) reforça essa possibilidade. custo e, assim, conceder um valor a título de "auxílio-home office".

Também aqui fica o alerta para que a empregadora não corra o risco de desvirtuamento dos
Não há regramento sobre quais são essas despesas ou equipamentos, tampouco o
limites da lei e tenha que futuramente ser obrigada a tributar e incorporar ao salário valores os
que poderia ser reembolsado e estabelece que a empresa fará o reembolso de
quais não possa comprovar seu uso.
despesas ao empregado do que for por ele arcado nesse formato de trabalho.

Portanto, uma melhor prevenção pode ser solicitar do colaborador a apresentação de

Legislação dos benefícios corporativos documentos que comprovem ou evidenciem a existência do custo no local de trabalho
2023 - Beneo - Direitos Protegidos. remoto.
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Legislação dos benefícios corporativos
DESMISTIFICANDO: AJUDAS DE CUSTO E
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REEMBOLSOS, BEM-ESTAR, EDUCAÇÃO E CRECHE
Legislação aplicável:

O artigo 457 da CLT, a partir da Reforma Trabalhista de 2017, estabelece que o A lei nº 8.212, artigo 28, define que "não são salário de contribuição:
pagamento de ajuda de custo não integra a remumeração nem incide encargos
trabalhistas e previdenciários: • O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio
da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com
"As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, (...) não integram a medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-
remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem hospitalares e outras similares.
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário."

• O valor correspondente ao vale-cultura


O artigo 458, parágrafo 2º da CLT, estabelece que "não serão consideradas como salário
as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (...) • O reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado
o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as
• Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os despsas realizadas.
valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático. (...)

• O valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica
• Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestadas diretamente ou mediante de empregados e seus dependentes, desde que vinculada às atividades
seguro-saúde, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados,
aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras nos termos da Lei, que não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do
similares, mesmo quando concedidos em diferentes modalidades de planos e segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do
coberturas." limite máximo mensal do salário de contribuição, o que for maior”..

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Entendimento:

Este conjunto de dispositivos da CLT e legislação previdenciária viabiliza, dentre outras finalidades:

• Adotar a modalidade de ajuda de custo como mecanismo de pagamento recorrente de benefícios pontuais, para atender às novas necessidades, tais como bem estar ,
entretenimento e qualidade de vida, desde que em percentuais mínimos razoáveis em relação ao salário do colaborador, para mitigar o entendimento de salário indireto.

• Viabilizar o pagamento de reembolsos de terapias psicológica e outras no suporte à saúde, com entendimento estendido a academias de ginástica.

• Reembolsar despesas de educação de empregados, nos limites previstos pela lei.

• Reembolsar o auxílio-creche nos limites da lei.

É preciso exigir os comprovantes das efetivas despesas.

Legislação dos benefícios corporativos


2023 - Beneo - Direitos Protegidos.
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Beneo é uma startup de tecnologia de benefícios que organiza a gestão dos
benefícios tradicionais e flexíveis em uma única plataforma e em
modalidades que atendem as necessidades de todos os colaboradores:
vales, cartões, vouchers, recargas e créditos, tudo de acordo com a
legislação.

A plataforma centraliza a gestão em um único pedido e único fornecedor,


eliminando o trabalho operacional dos profissionais envolvidos.

A solução Beneo incorpora o app RH Digital, que conecta e engaja a


empresa com os colaboradores no contexto dos benefícios.

Beneo é parte da Arista, que desenvolve e inova em vales-benefícios há


mais de 20 anos, tendo idealizado e implantado o pedido unificado de
vales-transporte e cartões benefícios pela internet, modelo ainda
predominante no mercado.
4003.4733 beneo.com.br

Este material foi desenvolvido pela Beneo para auxiliar profissionais e empresas usuárias na conceituação e embasamento legal na gestão de benefícios, ficando, no entanto,
a critério de cada empresa adotar ou ajustar o que julgar pertinente, estando ciente das implicações e impactos da legislação trabalhista e previdenciária nesse sentido, sendo
de sua total responsabilidade os eventuais riscos legais que possam estar envolvidos. Exceto mediante autorização, é vedado o uso ou reprodução deste material por
empresas que ofereçam serviços de gestão de benefícios similares aos ofertados pelo Beneo, sob pena de sua responsabilização no âmbito legal. Publicado em 17 de abril de
2022, domingo de Páscoa. Primeira revisão: 26/09/2022. Segunda revisão: 15/05/2023.

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