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Os Modernistas
Os Modernistas
1. Anita Malfatti
Pintora expressionista, desenhista e professora.
Em 1902, com a morte prematura do pai de Anita, sua mãe, Betty, começa atividade
profissional como professora de línguas e pintura. Anita iniciou-se na técnica de
pintura com sua mãe. Seu gosto pela arte também foi influenciado por seu tio e
padrinho, o engenheiro Jorge Krug.[1][7]
Nutria o sonho de estudar em Paris, todavia, embarcou para Berlim, em 1910, com o
financiamento de seu padrinho.[3]
Com a instabilidade política e social causada por uma guerra que se mostrava iminente,
Anita Malfatti resolve deixar Berlim e, passando rapidamente por Paris, retorna ao
Brasil.
A Boba, 1915
Anita Malfatti
Óleo sobre tela, c.i.e.
61,00 cm x 50,60 cm
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (SP)
Realizou uma exposição, em dezembro de 1917, na rua Líbero Badaró, centro de São
Paulo. Buscando maior compreensão da sociedade paulista, que na época era ainda
mais conservadora, a artista trouxe novamente suas telas com forte influência do
modernismo, mas a reação foi diferente do que esperava.
De todas as críticas, a mais controversa e repercutida foi a de Monteiro Lobato, que
dedicou um artigo no jornal O Estado de S.Paulo, intitulado ‘A propósito da exposição
Malfatti’, mais tarde conhecido como ‘Paranoia ou Mistificação?”
A crítica de Lobato à Malfatti O escritor brasileiro, famoso por muitas obras, entre elas
o Sítio do Picapau Amarelo, visitou a exposição de Anita e não compreendeu o estilo
artístico dela, comparando seus quadros aos desenhos “que ornam as paredes internas
dos manicômios” e ainda a uma “arte anormal”
A crítica de Lobato aproximou Malfatti de outros pintores, aqueles que a defenderam
publicamente e que admiravam sua autenticidade, como Tarsila do Amaral, Oswald de
Andrade e Pedro Alexandrino Borges.
2. Mário de Andrade
Seu estilo literário foi inovador e marcou a primeira fase modernista no Brasil,
sobretudo, pela valorização da identidade e cultura brasileira.
Nesse mesmo ano, com apenas 24 anos, publica seu primeiro livro intitulado “Há uma
Gota de Sangue em cada Poema”.
Mais tarde, em 1922, publica a obra de poesias “Paulicéia Desvairada” e torna-se
Catedrático de História da Música, no “Conservatório Dramático e Musical de São
Paulo”.
3. Oswald de Andrade
"Oswald de Andrade era poeta, romancista, dramaturgo, jornalista e professor. Ele foi
um dos precursores do modernismo brasileiro. Teve contato direto com as vanguardas
europeias do início do século XX, em Paris, assimilando em sua obra várias das
novidades que fervilhavam no mundo das artes europeu e trazendo ao Brasil novos
horizontes culturais.
Nasceu em São Paulo, em 11 de janeiro de 1890, em uma família de posses. Foi esse
patrimônio familiar que o possibilitou, ainda muito jovem, em 1912, passar uma
temporada na Europa, onde teve contato com a boemia estudantil parisiense e com o
futurismo ítalo-francês."
Casou-se com a pintora Tarsila do Amaral em 1926, com quem viajou diversas vezes à
Europa, sempre imerso nos círculos artísticos e intelectuais parisienses. Contudo, a
Grande Depressão de 1929 e a chegada de Vargas ao poder em 1930 levaram Oswald a
perder boa parte de seus bens."
"À luz da agitação política do período, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), à
época Partido Comunista do Brasil. Seu trabalho literário tornou-se, então, mais
diretamente relacionado com as questões sociais, com a luta antifascista e
anticapitalista e com as pautas da esquerda de forma geral."
O poema "Canto de regresso à pátria" foi escrito pelo poeta, dramaturgo e ensaísta
brasileiro Oswald de Andrade em 1924, primeiramente publicado na revista "Pau-
Brasil". O poeta era pertencente à primeira geração modernista da literatura brasileira,
foi um expoente e produtor da semana de arte moderna de São Paulo em 1922, ele
era considerado o mais rebelde escritor daquela época. Como outros poetas do
modernismo, Oswald de Andrade procurava escrever com a espontaneidade da
linguagem, e vocabulário simplificado, rompendo de vez e fazendo duras críticas à
linguagem rebuscada da escola parnasiana. (FARACO & MOURA, 1998, p. 253-263).
Característica marcante do modernismo eram as críticas ao tradicionalismo, as obras
literárias deste período eram irreverentes, polêmicas, e possuíam tons humorísticos.
No modernismo havia também, a incorporação do presente, do progresso, da
máquina, do novo ritmo da vida moderna em muitas criações literárias daquela época.
A poesia modernista era ainda nacionalista, porém, fugindo do imaginário romântico.
O recurso da paródia era utilizado para criticar visões tradicionalistas da literatura,
como por exemplo, a poesia parnasiana e a poesia romântica. (FARACO & MOURA,
1998, p. 262-263).
Isto posto, o poema de Gonçalves Dias foi a base para o surgimento do poema de
Oswald de Andrade, em que o escritor o transformou em uma "paródia forte e
extremamente crítica contra a alienação social, no Brasil" (CINTRÃO, 2003). Oswald de
Andrade acrescentou na releitura do poema romântico o humor, não saindo da
temática nacionalista, porém, com uma nova perspectiva, a crítica. Vale salientar que
essa crítica não se refere ao elemento nacional em si, mas sim à forma ufanista e
idealizada, típica do romantismo. Outro ponto do poema modernista é o fato de
Oswald ainda se referir com os mesmos advérbios "daqui" e "lá", porém o poeta não
se refere ao Brasil, como no poema gonçalvino, e sim à cidade de São Paulo, mais
precisamente à Rua 15 e ao progresso da cidade. (CINTRÃO, 2003).
A terceira estrofe do poema modernista confirma a ideia de Gonçalves dias "a súplica a
Deus para que não o deixe morrer sem voltar a sua terra" (CINTRÃO, 2003).
Evidenciado na última estrofe, onde reside uma grande diferença entre os dois
poemas, o referencial espacial, o poema romântico refere-se ao Brasil, o de Oswald de
Andrade refere-se à São Paulo, símbolo do progresso do país.
4. Tarsila do Amaral
Filha de família abastada, passou a infância e adolescência com seus pais e sete irmãos
na sua cidade natal. Sua família havia herdado fazendas de seu avô, José Estanislau do
Amaral, conhecido como “o milionário”. Morou em São Paulo, onde esteve
matriculada no Colégio de Freiras e no Colégio Sion. Mais tarde, mudou-se para
Barcelona, na Espanha, a fim de terminar seus estudos. Com apenas 16 anos, Tarsila
pinta seu primeiro quadro.
Quando retorna ao Brasil, casa-se com André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha,
Dulce. Mais tarde, em 1920, divorcia-se dele e vai para Paris, na França, estudar arte
na Academia Julian, escola de pintura e escultura.
Em 1922, ano da Semana de Arte Moderna, Tarsila participou do “Salão Oficial dos
Artistas da França”. Ao retornar, conheceu o escritor modernista Oswald de Andrade,
com quem iniciou um relacionamento que durou de 1926 a 1930. Em 1965, foi
submetida a uma cirurgia na coluna, entretanto, devido a um erro médico ficou
paralítica.
Fase Pau Brasil: marcada pelo uso de cores fortes e temas nacionais
(brasilidade);
Fase Antropofágica: inspirada nas vanguardas europeias, surrealismo e
cubismo, e sobretudo, ao conceito de antropofagia;
Fase da Pintura Social: focada nos temas cotidianos e sociais do país.
"Menotti del Picchia (Paulo Menotti del Picchia) nasceu em 20 de março de 1892, na
cidade de São Paulo. Ele fez faculdade de Direito e atuou como advogado, além de ter
sido deputado estadual e federal. O autor também foi um dos principais participantes
da Semana de Arte Moderna de 1922.
O escritor, que faleceu em 23 de agosto de 1988, em São Paulo, faz parte da primeira
geração modernista. Suas obras são caracterizadas, portanto, pela liberdade de
criação, além da presença do nacionalismo crítico. Tais elementos podem ser
observados em seu longo poema Juca Mulato."
"Juca Mulato é uma das obras mais conhecidas de Menotti del Picchia e consiste em
um longo poema, dividido em nove partes.
Juca Mulato – Logo na publicação, Juca Mulato recebeu os mais altos elogios de toda a
crítica nacional, conquistando posições aqui e no exterior. Os críticos reconhecem no
livro a técnica parnasiana e a simplicidade modernista, revelando a força e a beleza de
uma inspiração rara que se transformou em arte literária.
Juca Mulato e I-Juca Pirama – Entre I-Juca Pirama (poema indianista de Gonçalves Dias)
e Juca Mulato não há apenas a coincidência do nome “Juca”; os dois poemas contém a
mais vibrante brasilidade já experimentada em toda a nossa literatura.
Resumo: Publicado em 1917, conheceu até hoje numerosas edições. O entrecho
resume-se no seguinte: Juca Mulato era o caboclo feliz até o dia em que deitou o olhar
na filha da patroa.
Imerso agora num irreprimível sofrimento, procura num curandeiro o lenitivo. Em vão.
Acreditando que só na fuga encontraria o esquecimento, abraça-se à terra em
despedida, e ouve da alma das coisas uma imprecação contra seu gesto extremista.
Apaziguado, recobra o alento e volta ao mundo a que realmente pertence.