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Informações básicas
Bibliografia:
Valério Mazzuoli. Curso de Direito Internacional Público.
Paulo H. Gonçalves Portela. Direito Internacional Público e Privado.

Informações básicas
 Temas mais cobrados
22% Condição jurídica do estrangeiro
26,7% Conflito de leis no espaço
8,89% Competência Internacional
6,67% Imunidade de jurisdição
6,67% Nacionalidade

Informações básicas
 Plantão de dúvidas online.
 Dicas em áudio (Pod Cast) – através do aplicativo CERS no bolso.
 Realização de 04 simulados.

Fundamentos do Direito Internacional

I Teoria voluntarista
Fundamenta a existência do Direito Internacional na vontade dos Estados.
II Teoria objetivista
O Direito Internacional tem suas próprias regras, princípios e costumes que são independentes da vontade dos
Estados.

Fontes do Direito Internacional Público (Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 – Art. 38)

 I Primárias
• Tratados internacionais
• Costumes
• Princípios gerais de direito

 II Auxiliares
• Doutrina e Jurisprudência
• Equidade
• Resoluções de Organizações Internacionais*
• Atos jurídicos Unilaterais*
* Fontes do Direito Internacional Público não elencadas no Art. 38, ECIJ.

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O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 foi criado para servir de roteiro dos seus traba-
lhos. Um artigo de conteúdo exemplificado e não exaustivo.

O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 não estabelece nenhum tipo de hierarquia. Ou
seja, não existe uma hierarquia entre tratados internacionais, costumes internacionais ou pricípios internacionais
do direito.

Tratados internacionais

I Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969 (ratificada em 14/12/2009).


II Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organi-
zações Internacionais de 1986.

Princípios norteadores

- Livre consentimento;
- Boa-fé;
- Pacta sunt servanda.

Convenção de Viena de 1969 sobre o Direito dos Tratados: Art. 26 – todo tratado em vigor obriga as partes e
deve ser cumprido por elas de boa-fé.

Estrutura dos tratados

a) Título
b) Preâmbulo ou exórdio
c) Considerandos
d) Articulado
e) Fecho
f) Assinatura
g) Anexos ou apêndices

a) Título: indica a matéria tratada pelo acordo ou, mais amplamente, o assunto nele versado;
b) Preâmbulo ou exórdio: indica as partes contratantes, é dizer, os sujeitos de Direito Internacional Público que
concluem o tratado;
c) Considerandos: indicam as intenções, vinculações e motivos das Partes em relação a celebração do acordo.
d) Articulado: principal elemento do instrumento convencional, composto por uma sequência de numerados, onde
se estabelecem todas as cláusulas de operatividade do acordo.
e) Fecho: especifica o local e a data da celebração do tratado, o idioma em que o mesmo será redigido e o núme-
ro de exemplares originais.

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f) Assinatura: Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores, ou de outra autoridade que represente o Presi-
dente da República na celebração do instrumento.
g) Anexos ou apêndices: instrumentos com natureza de norma jurídica convencional.

Requisitos de validade

a) Capacidade das partes


b) Habilitação dos agentes signatários
c) Consentimento mútuo
d) Objeto lícito e possível

- Agente plenipotenciário: Ministro das Relações Exteriores.


- Carta de Plenos Poderes

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I Fase (âmbito internacional). Negociação e assinatura
a) Requisitos de validade do tratado (capacidade das Partes, habilitação dos agentes signatários; consentimento
mútuo e objeto lícito e possível).

b) Competência: privativa do Presidente da República (Art. 84, VIII da CR/88).


CR/88, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Dica quente! As Convenções Internacionais do Trabalho, concluídas no âmbito da OIT, obrigam a sua submissão
à aprovação parlamentar.

II Fase (âmbito interno). Referendo parlamentar


Competência: Congresso Nacional (Art. 49, I, da CF/88). Decreto Legislativo (Art. 59, VI, CF/88).
CR/88. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromis-
sos gravosos ao patrimônio nacional;

CR/88. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


VI - decretos legislativos;

Dica quente! O Congresso não ratifica o tratado, ele o referenda (aprova) ou rejeita. Quem ratifica é o Presidente
da República.

III Fase (âmbito internacional). Ratificação e Adesão


a) Ratificação: Estado estabelece no plano internacional formalmente a sua anuência em relação ao acordo que
foi negociado.
b) Adesão: no caso de acordo já em vigor, os Estados realizarão a adesão.

IV Fase (âmbito interno). Promulgação e Publicação


Promulgação: o Presidente da República promulga por meio de um Decreto Presidencial (exigência do Supremo
Tribunal Federal).
Publicação: uma vez publicado o Tratado, a todos é dado conhecimento de seus termos e do início de sua vigên-
cia.

V Fase (âmbito internacional). Entrada em vigor (Convenção de Viena (1969), art. 24, § 1 e § 2).
VI Fase (âmbito internacional). Registro e Publicação (Carta das Nações Unidas, art. 102, §1).

A hierarquia dos tratados internacionais dentro do ordenamento jurídico brasileiro

Regra geral
Paridade normativa segundo o STF. Os Tratados internacionais tem status de lei ordinária federal.

Exceções
I Código Tributário Nacional (Art. 98)
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão obser-
vados pela que lhes sobrevenha.

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I Doutrina tributarista defende a aplicação moderada desse dispositivo legal.
II Doutrina internacionalista defende a aplicação na íntegra do presente dispositivo.

Segunda e terceira exceções – Direitos Humanos


II. Emenda Constitucional 45/2004 – Reforma do Judiciário (Art. 5, § 3, CF/88).

CR/88 – Art. 5º
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Emenda Constitucional 45/2004).

Tratados Direitos Humanos - com força de Emenda Constitucional


1 e 2. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.
3. **Atenção! Aprovado pelo Congresso o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas
para Pessoas Cegas de 2013 – **Atenção AINDA AGUARDANDO PUBLICAÇÃO DO DECRETO EXECUTIVO
PARA ENTRAR EM VIGOR NO BRASIL!!!!!!**

III. Norma supralegal (abaixo da Constituição, porém acima de toda legislação infraconstitucional).

Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Interamericana de Direitos Humanos, 1969). Trata da proibição da
prisão do depositário infiel (Art. 5, LXVII, CF/88).
Súmula Vinculante 25.

Denúncia de tratados de direitos humanos em face dos direito brasileiro

Denúncia: ato unilateral pelo qual o Estado manifesta sua intenção de não mais fazer parte do compromisso.
Competência interna: Chefe do Estado e não precisa de autorização parlamentar (regra geral!)

Tratados de Direitos humanos com hierarquia de emenda constitucional = rol de direitos fundamentais = cláusulas
pétreas.
Doutrina: possibilidade de denunciar um tratado de Diretos humanos apenas para sua substituição por outro que
amplie (P.H.G. Portela).

Jurisprudência: julgamento ADI 1625 (em curso), orientação para a impossibilidade do Presidente denunciar trata-
dos sem o consentimento do Congresso Nacional – voto Min. Joaquim Barbosa.

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Ex. vedação ao uso da força no plano internacional. Os Estados em regra não recorrem ao uso da força armada
contra outros.
Aquele que o invoca tem que prová-lo.
Costume internacional = Elemento Objetivo + Elemento Subjetivo

Não há um número mínimo e máximo de participantes, assim como o tempo de prática.


Quanto a extensão geográfica da prática costumeira, pode-se dar nos seguintes contextos:
- Universal (Costume Internacional Universal);
- Regional (Costume Internacional Particular);
- Local (Costume Internacional Particular).

Extinção do costume
a) tratado mais recente que o codifica ou revoga
b) quando deixa de ser aplicado
c) por um novo costume

Princípios gerais de direito

Art. 53 da Convenção de Viena (1969).


Princípio da boa-fé; não agressão; da solução pacífica de controvérsia; etc.

Fontes secundárias

1 Atos Unilaterais
Manifestação volitiva unilateral do Estado capaz de produzir efeitos jurídicos de alcance internacional.
Ex. a notificação, reconhecimento, renúncia, etc.

2 Decisões das Organizações Internacionais


Resoluções, recomendações, diretrizes, etc.

3 Jurisprudência e Doutrina
Jurisprudência internacional, decisões arbitrárias, os pareceres proferidos pela Corte da Haia.
Divergência doutrinária;

4 Analogia e equidade
Meios para compensar, seja a inexistência de uma norma, seja sua evidente falta de préstimo para proporcionar
ao caso concreto um deslinde minimamente justo.
Métodos de raciocínio jurídico.

Analogia: fazer valer para determinada situação de fato, a norma jurídica concebida para aplicar-se a uma situa-
ção semelhante, na falta de regra que se ajuste ao exato contorno do caso posto ante o intérprete.
Ex. definir as competências das Organizações Internacionais.

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Equidade: Cuida-se de decidir à luz de normas outras – mais comumente princípios – que preencham o vazio
eventual.

Sujeitos do Direito Internacional

I Estado
II Organizações Internacionais
III Beligerantes
IV Insurgentes
V Santa Sé
VI Palestina
VII Indivíduos: minoria da doutrina

Empresas Privadas e Organizações Não Governamentais, não são sujeitos do Direito Internacional.

Imunidade de Jurisdição dos Estados (relativização)

a) Atos de império: atos públicos, atos de Estado, imunidade total de jurisdição

b) Atos de gestão: atos privado, não faz jus a imunidade de jurisdição. Trata-se de uma imunidade de jurisdição
relativa. Em matéria trabalhista não há imunidade de jurisdição.

Competência: justiça do trabalho EC 45/2004.

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Imunidade de execução dos Estados

Imunidade absoluta. Exceto:


Renúncia, por parte do Estado estrangeiro;

Posição minoritária: quando existir, em território brasileiro, bens, que, embora pertencentes ao Estado estrangeiro,
sejam estranhos, quanto à sua destinação ou utilização.

Imunidade de jurisdição das Organizações Internacionais

Fundamentação da imunidade está nos Tratados internacionais assinados com os Estados.


Organismos internacionais diferem juridicamente dos Estados:

a) organismos não possuem território, nem governo;


b) os Estados a eles se associam por espontânea vontade.

A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -
PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente a causas trabalhistas (RE 597368 – Recur-
so Extraordinário. Min. Ellen Gracie - 05.2013).

Imunidade de jurisdição absoluta de ONU/PNUD e a incompetência da Justiça do Trabalho brasileira para a maté-
ria.

Em maio de 2015, a 8 Turma do TST – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) tem imunidade absoluta de jurisdição, de acordo com a Convenção sobre Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas (Convenção de Londres), ratificada no Brasil pelo Decreto 27.784/50.

Imunidades de jurisdição do agente diplomático

1 Marco jurídico
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas de 1961.

2 Conceitos
a) Agente Diplomático: é o Chefe da Missão ou um membro do pessoal diplomático da Missão.
b) Estado acreditante: aquele que envia o seu agente.
c) Estado acreditado: aquele que recebe o agente.

3 Imunidades de jurisdição no estado acreditado – Art. 31 da Convenção: Penal, Civil e administrativa, salvo nos
casos:

a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o
possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão.

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b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como
executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário.
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no
Estado acreditado fora de suas funções oficiais.

4 Imunidade quanto ao depoimento como testemunha


O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.

5 Renúncia a imunidade de jurisdição e execução – Art. 32


a) Capacidade: Estado acreditante.
b) Formalidade: ser sempre expressa.
c) Proibição do agente invocar a imunidade de jurisdição no tocante a uma reconvenção.
d) Necessidade de uma nova renúncia para a execução.

Nacionalidade

1 Definição
É um vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o indivíduo.

2 Espécies

a) Primaria ou originaria
I Critério ius sanguinis
II Critério ius solis ou territorialidade
III Critério misto: combina o ius solis e o ius sanguinis.
b) Secundária: naturalização

3 Conflito de nacionalidade

a) Positivo: polipátrida (aquele que tem mais de uma nacionalidade)

b) Negativo: apátrida, intolerável pelo art. XV da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que assegu-
ra que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, proibindo que seja arbitrariamente dela privada, ou impedida
de mudá-la.

4 Brasileiro Nato

Art. 12, I, a - ius solis.


Também admite o critério ius sanguinis para os seguintes casos:
- Art. 12, I, b), serviço do país.
- Art. 12, I, c), 1º Parte, registro.
- Art. 12, I, c), 2º Parte, opção confirmativa.

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

5 Brasileiro Naturalizado

a) Ordinária (Art. 12, II, a), CF/88)


b) Extraordinária (Art. 12, II, b), CF/88)
Portugueses e a reciprocidade (Art. 12, § 1º, CF/88)

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II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portu-
guesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze


anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, se-
rão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

6 Brasileiros natos vs. Naturalizados

Princípio da igualdade adotado pela CF/88.


Casos previstos pela CF/88: Art. 5º, LI; Art. 12, § 3º; Art. 12, § 4º, I; Art. 89, VII; Art. 222.
Art. 5, CR/88:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da natura-
lização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

7 Perda da Nacionalidade (Art. 12, § 4º, I e II, CF/88)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:


a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Processo de naturalização
Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) - Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao
pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja co-
minada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano;
VIII - boa saúde.

Pedido de naturalização
Apresentação: Departamento de Estrangeiros da Polícia Federal.
Competência: Ministério da Justiça.

Condição jurídica do estrangeiro

Todo ser humano que se ausenta do Estado do qual é nacional assume o status de estrangeiro.

Condição jurídica do estrangeiro

1 Entrada do estrangeiro
Ian Brownlie: “Um Estado pode decidir não admitir estrangeiros ou pode impor condições à sua entrada”.
No Brasil: Lei 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro.

1.1 Entrada do estrangeiro no Brasil

A entrada e permanência do estrangeiro no Brasil está baseada na seguinte filosofia (Art. 2):
- Segurança nacional;

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- Organização institucional;
- Interesses políticos, socioeconômicos e culturais;
- Defesa do trabalhador nacional;

1.2 Visto de entrada

O passaporte é o documento oficial de identidade.


O visto não é um direito, porém uma mera cortesia. Uma expectativa de direito para a entrada ou estada do es-
trangeiro.

1.3 Tipos de visto (Art. 4, Lei 6.815/80)

I Trânsito
II Turista: validade máxima de 5 anos, permitindo estadas de 90 dias (admite-se prorroga ou redução pelo Ministro
da Justiça.

III Temporário: concedido para missão de estudos, negócios, como artista ou desportistas, cientistas ou professor,
correspondente de jornal ou de revista ou como ministro religioso.
Exige-se provas de meio de subsistência e atestado de antecedentes penais. Validade de 90 dias a 4 anos.

IV Permanente: destinado a estrangeiro que pretenda fixar-se definitivamente no Brasil.

V Cortesia: concedido pelo Ministério das Relações Exteriores a pessoas amigas e de reconhecido valor.

VI Oficial: concedido pelo Ministério das Relações Exteriores aos estrangeiros em missão oficial

VII Diplomático: concedido pelo Ministério de Relações Exteriores, destina-se aos diplomatas e funcionários com
status diplomático e aos chefes de escritórios de organismos internacionais

2 Permanência do estrangeiro

O status jurídico concedido aos estrangeiros não pode ficar abaixo de um certo standard mínimo de civilização.

Direito do estrangeiro no Brasil


Consagração do Princípio constitucional da igualdade, Art. 5º, CF/88.
A residência no país não é condição para o recurso ao Judiciário, que dá sua prestação jurisdicional mesmos aos
estrangeiros residentes no exterior. Conforme decisão do STF:

“Na defesa de direitos líquidos e certos, o remédio do Mandato de Segurança pode ser usado por brasileiro ou
estrangeiro não residente no país”. (Recurso Ordinário em Mandato de Segurança nº 8.844 decidido em
22/01/1962).

3 Saída do estrangeiro do Brasil

I Voluntária
II Involuntária
a) Deportação
b) Expulsão
c) Extradição

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*ATENÇÃO Art. 66, Lei 6.815/80 vs. Decreto 3.477/2000
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da
expulsão ou de sua revogação.
O Presidente da República delegou a competência ao Ministro da Justiça para decidir sobre a expulsão de estran-
geiro do País e a sua revogação (Art. 1º do Decreto n.º 3.447/2000).
O exercício da competência legal de expulsão de estrangeiro não implica disposição da própria competência.” (HC
101.528, voto do Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 9-12-2010, Plenário, DJE de 22-3-2011.) Vide: HC 101.269,
Rel. Min.Cármen Lúcia, julgamento em 3-8-2010, Primeira Turma, DJE de 20-8-2010.

4 Regulamentação Lei 6815/80


I Deportação: Arts. 57 a 64.
Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção
monetária, das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época,
também corrigida.

II Expulsão: Arts. 65 a 75.


Art. 75. Não se procederá à expulsão:
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
II - quando o estrangeiro tiver:
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento
tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
[...] § 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efeti-
var-se a qualquer tempo.

III Extradição: Arts. 76 a 94

Art. 77. Não se concederá a extradição quando:


I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido.
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo
fato em que se fundar o pedido;
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
VII - o fato constituir crime político; e
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.

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1. Competência internacional
Determinam, de acordo com o direito interno, a extensão da jurisdição nacional frente àquela de outros Estados.
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro regula basicamente as questões referentes ao tema (arts. 7 ao
19, LINDB).

I Competência concorrente: Arts. 21 e 22, CPC/2015


Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangei-
ra que nele tiver agência, filial ou sucursal.

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção
de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

II Competência Exclusiva: Art. 23, CPC/2015


Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à parti-
lha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.

2 Regras de conexão
Direito aplicável as diversas situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal.
I. Classificar a situação ou relação jurídica dentre um rol de qualificações.

II. Localizar a sede jurídica desta situação ou relação.


III. Determinar a aplicação do direito vigente nesta sede.

I. Classificação
Estado ou a capacidade da pessoa, a situação de um bem, um ato ou fato jurídico.
- Estatuto pessoal e a capacidade do sujeito, art. 7 da LINDB.
- Estatuto real, art. 8 da LINDB.
- Atos jurídicos, art. 9 da LINDB (locus regit actum – local da Constituição).

II. Localização
O segundo momento, é a localização da sede jurídica da relação, uma vez que cada categoria dessa tem uma
sede diferente.

III. Aplicação direito vigente


O terceiro momento, uma vez localizada a sede jurídica, encontrado está o elemento de conexão, indica-se em
seguida a aplicação do direito vigente neste local, o que constitui a regra de conexão do DIPr.

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LINDB

Elemento pessoal
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e os direitos de família.

Elemento real
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estive-
rem situados.

Elemento formal
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

Homologação de sentença estrangeira


Competência: Superior Tribunal de Justiça (Art. 105, I, i, CF).
Depois de homologada a sentença será um título executivo judicial (art. 515, VIII, CPC/2015).
Execução: juiz federal de primeira instância.

São homologáveis: acórdãos, sentenças civis, penais, trabalhistas, comerciais, decisões de órgãos judicantes de
outros poderes ou, ainda, outros documentos que constituam sentença no sentido material.
Não são homologáveis: as decisões interlocutórias, e despachos de mero expediente.

Requisitos para homologação


a) Sentença proferida por juiz competente
b) Citação das partes ou ocorrência de revelia de acordo com a lei
c) Trânsito em julgado da sentença estrangeira
d) Autenticação da sentença por autoridade consular brasileira
e) Tradução da sentença por tradutor oficial ou juramentado no Brasil

Asilo

Tipos de Asilo
I diplomático (extraterritorial, interno ou político): acolhe-se o beneficiário em missões diplomáticas, navios de
guerra, aeronaves e acampamentos militares. Trata-se de um costume dos países da América Latina.
II territorial (externo ou internacional): acolhe-se o beneficiário no território do Estado.

Refúgio
Instituto humanitário com o objetivo de proteger o ser humano em razão de alguma perseguição.
Lei 9.474/97 – Estatuto dos Refugiados
Condição jurídica do refugiado: Arts. 4 a 6.

1 Refúgio
a) Provisório
b) Permanente

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Aplica-se o princípio da não devolução (non-refoulement): proteção ao perseguido para não ser devolvido ao Es-
tado perseguidor.

2 Procedimento para concessão


a) Solicitação a qualquer autoridade migratória com as razões do pedido (termo de declaração). Posteriormente, a
Polícia Federal emitirá um Protocolo e autorizará a estada até a decisão final.

b) Pedido encaminhado ao Conselho Nacional para os Refugiados (CONARE) para declarar ou não a condição de
refugiado – Notificação para o Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Indeferimento: cabe recurso ao Ministro da Justiça em 15 dias da data de notificação.

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Art. 3º Não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que:
I - já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição das Nações Unidas que não o
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - ACNUR;
II - sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações relacionados com a condição de nacional
brasileiro;
III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado
de atos terroristas ou tráfico de drogas;
IV - sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas.

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QUESTÕES

1) (XX EOU-BA/FGV) Thomas, nacional dos Estados Unidos, deseja passar as férias com a esposa Mary,
canadense, no Brasil. Para tanto, o casal obteve visto de turista, na forma da legislação brasileira aplicá-
vel. Após meses de expectativa, é chegado o tempo de embarcar para o Brasil.
A respeito da entrada e estada do casal no Brasil, assinale a afirmativa correta.

A) Caso desejem fixar residência no Brasil, Thomas e Mary poderão pleitear a conversão de seu visto para per-
manente.
Art. 38. É vedada a legalização da estada de clandestino e de irregular, e a transformação em permanente, dos
vistos de trânsito, de turista, temporário (artigo 13, itens I a IV e VI) e de cortesia.

B) Caso ultrapassem o prazo de estada no Brasil previsto em seus vistos, Thomas e Mary poderão ser expulsos
do Brasil.
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do territó-
rio nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação.

C) Thomas e Mary poderão solicitar ao Ministério da Justiça a prorrogação de sua estada no Brasil por até 1 ano.
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, fixado pelo Ministério das Relações Exterio-
res, dentro de critérios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes
a noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de cento e oitenta dias por ano.

D) Os vistos de turista concedidos a Thomas e a Mary configuram mera expectativa de direito, podendo sua en-
trada no território nacional ser obstada.
Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a
estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de
sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça.

2) (XX EOU/FGV) Em 2013, uma empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres, Reino
Unido, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o foro da co-
marca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. Dois anos de-
pois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no contrato e não conseguem
chegar a uma solução amigável.

A empresa de consultoria brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado do
Rio de Janeiro para rescindir o contrato. Com relação ao caso narrado acima, assinale a afirmativa correta.

A) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois
um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras.

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

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III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangei-
ra que nele tiver agência, filial ou sucursal.

Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção
de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil.
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

B) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões
em matéria contratual é necessariamente o do local em que o contrato foi assinado.
C) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação do Reino Unido,
pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.
D) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois, a litígios
envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-se a lex fori.

3) (XX EOU/FGV) Lúcia, brasileira, casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante cerimônia rea-
lizada no Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos Aires com seus três filhos menores. Por
diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende se divorciar de Mauro, ajuizando, para tanto, a competente ação
de divórcio, a fim de partilhar os bens do casal: um apartamento em Buenos Aires/Argentina e uma casa
de praia em Trancoso/Bahia. Mauro não se opõe à ação. Com relação à ação de divórcio, assinale a afirma-
tiva correta.

II Competência Exclusiva: Art. 23, CPC/2015


Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à parti-
lha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;

III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judici-
ária brasileira.

Art. 961.
§ 5 A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação
pelo Superior Tribunal de Justiça.
CNJ – Provimento n 53 de 16 de maio de 2016:
Sentença estrangeira de divórcio consensual já pode ser averbada diretamente em cartório de Registro Civil das
Pessoas Naturais, sem a necessidade de homologação judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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ATENÇÃO! A nova regra vale apenas para divórcio consensual simples ou puro, que consiste exclusivamente na
dissolução do matrimônio. Havendo disposição sobre guarda de filhos, alimentos e/ou partilha de bens – o que
configura divórcio consensual qualificado –, continua sendo necessária a prévia homologação pelo STJ.

A) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi realizado em território brasileiro.
B) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá partilhar a casa de praia.
C) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil, deverá ser primeiramente homologada
pelo Superior Tribunal de Justiça.
D) Ação de divórcio, se consensual, poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto na Argentina, sendo ambos os
países competentes para decidir acerca da guarda das criança e da partilha dos bens.

4) (XIX EOU/FGV) Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em
seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar resi-
dência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos.
Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a sua extradição em razão
de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava cargo na federação sul-americana de
futebol. Essa extradição:

A) não poderá ser concedida, porque o Brasil não extradita seus nacionais.
Art. 5, LI, CR/88 - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for-
ma da lei;

B) não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência econômica.
Lei 6.815/80. Art. 75. Não se procederá à expulsão:
II - quando o estrangeiro tiver:
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
STF - SÚMULA 421 – 1964. Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira
ou ter filho brasileiro.

C) poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.


Art. 5, LI, CR/88.

D) poderá ser concedida se o país de origem do extraditando tiver tratado de extradição com a França.

5) (XVIII EOU/FGV) Ricardo, brasileiro naturalizado, mora na cidade do Rio de Janeiro há 9 (nove) anos. Em
visita a parentes italianos, conhece Giulia, residente em Roma, com quem passa a ter um relacionamento
amoroso. Após 3 (três) anos de namoro a distância, ficam noivos e celebram matrimônio em território itali-
ano. De comum acordo, o casal estabelece seu primeiro domicílio em São Paulo, onde ambos possuem
oportunidades de trabalho.

À luz das regras de Direito Internacional Privado, veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB), não havendo pacto antenupcial, assinale a opção que indica a legislação que irá reger
o regime de bens entre os cônjuges.

Art. 7
§ 3 Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio
conjugal.
§ 4 O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se
este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

A) Aplicável a Lei italiana, haja vista que nenhum dos cônjuges é brasileiro nato.
B) Aplicável a Lei italiana, em razão do local em que foi realizado o casamento.
C) Aplicável a Lei brasileira, em razão do domicílio do cônjuge varão.
D) Aplicável a Lei brasileira, porque aqui constituído o primeiro domicílio do casal.

Art. 7, § 4, LINDB.

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6) (XVII EOU/FGV) Carlos, brasileiro naturalizado, tendo renunciado à sua anterior nacionalidade, casou-se
com Tatiana, de nacionalidade alemã. Em razão do trabalho na iniciativa privada, Carlos foi transferido
para o Chile, indo residir lá com sua mulher. Em 15/07/2011, em território chileno, nasceu a primeira filha
do casal, Cláudia, que foi registrada na Repartição Consular do Brasil. A teor das regras contidas na Cons-
tituição Brasileira de 1988, assinale qual a situação de Cláudia quanto à sua nacionalidade.

A) Cláudia não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a nacionalidade brasileira de seu pai ter sido
adquirida de modo derivado e pelo fato de sua mãe ser estrangeira.
B) Cláudia é brasileira nata, pelo simples fato de o seu pai, brasileiro, ter se mudado por motivo de trabalho.
C) Cláudia somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção pela nacionalidade brasileira
após atingir a maioridade.
D) Cláudia é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de o seu pai ser brasileiro naturalizado e sua mãe, es-
trangeira.

Art. 12, I, c, CR/88.

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;

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