Você está na página 1de 41

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES

CAMPUS CENTRO SERRANO

BIONDA VERVLOET HERZOG

FATORES QUE INFLUENCIAM O NÍVEL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS


DISCENTES DE ADMINISTRAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE
SANTA MARIA DE JETIBÁ- ES

SANTA MARIA DE JETIBÁ - ES


2022
BIONDA VERVLOET HERZOG

FATORES QUE INFLUENCIAM O NÍVEL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS


DISCENTES DE ADMINISTRAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE
SANTA MARIA DE JETIBÁ- ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no


Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Centro
Serrano como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Administração.

Orientador (a): Me. Ricardo André da Costa

SANTA MARIA DE JETIBÁ - ES


2022
(Biblioteca do Campus Centro-Serrano)

H582f Herzog, Bionda Vervloet.

Fatores que influenciam o nível de educação financeira dos discentes de


Administração de uma instituição pública de Santa Maria de Jetibá - ES /
Bionda Vervloet Herzog. - 2022.
42 f. : il.

Orientador: Ricardo André da Costa

TCC (Graduação) Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Centro


Serrano, Administração, 2022.

1. Educação financeira. 2. Finanças pessoais. 3. Planejamento financeiro.


I. Costa, Ricardo André da. II.Título III. Instituto Federal do Espírito Santo.

CDD: 332.024
Bibliotecário/a: Gabriela de Oliveira Gobbi CRB6-ES nº 825
BIONDA VERVLOET HERZOG

Curso de Bacharelado em Administração


IFES Centro-Serrano

Fatores que influenciam o nível de educação financeira dos discentes de


Administração de uma instituição pública de Santa Maria de Jetibá - ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e


aprovado no curso de Bacharelado em Administração
do Instituto Federal do Espírito Santo, campus
Centro-Serrano, como requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Administração, sob orientação
do (a) Prof. Me. Ricardo André da Costa.

Aprovado em 06 de Dezembro de 2022.


Banca Examinadora:

Prof. Me. Ricardo André da Costa (orientador)

Prof. Me. Jordana Coelho

Prof. Esp. Aramis da Silva Monteiro Ponath

Santa Maria de Jetibá, 06 de dezembro de 2022.


AGRADECIMENTO

Agradeço, primeiramente, a Deus, pelas oportunidades e desafios enfrentados ao


longo do curso.

Aos meus pais e amigos, por me auxiliaram e incentivaram em momentos difíceis e


compreenderam o meu afastamento temporário enquanto eu me dedicava a este
trabalho.

Agradeço aos professores por terem me ajudado em várias questões ao longo do


curso e ao meu orientador, Ricardo, que me acompanhou durante esses meses e
auxiliou durante toda a realização do trabalho.

Por fim, sou grata a todos os alunos do curso de Bacharelado em Administração por
terem colaborado com as pesquisas.
.
RESUMO

A educação financeira tem ganhado cada vez mais importância diante os órgãos
governamentais, universidades e institutos de pesquisa, a partir da compreensão do
tema os indivíduos são capazes de tomarem decisões mais assertivas sobre onde
direcionar o seu dinheiro. Pensando nisso, o presente estudo visa contribuir para a
literatura e identificar o índice de educação financeira dos discentes dos cursos de
bacharelado em administração em uma instituição pública de nível superior de Santa
Maria de Jetibá - ES. A partir de uma pesquisa de campo, por meio da aplicação de
um questionário, foi possível mensurar o nível de alfabetização financeira dos
estudantes. Dentre os resultados, constatou-se que, apesar de terem algum
conhecimento de finanças, os discentes ainda apresentam índice baixo de
alfabetização financeira, o que indica necessidade de aperfeiçoamento e ações de
intervenção para auxílio dos mesmos. Importante ressaltar que os alunos em
períodos mais avançados apresentam conhecimento mais elevado do assunto.

Palavras-chave: Educação financeira; Alfabetização financeira; Planejamento.

1
ABSTRACT

Financial education has gained more and more importance before government
agencies, universities and research institutes, from the understanding of the subject
individuals are able to make more assertive decisions about where to direct their
money. With that in mind, the present study aims to contribute to the literature and
identify the financial education index of students of bachelor's degree courses in
administration at a higher education institution in Santa Maria de Jetibá - ES. From a
field research, through the application of a questionnaire, it was possible to measure
the financial literacy level of the students. Among the results, it was found that,
despite having some knowledge of finance, the students still have a low level of
financial literacy, which indicates a need for improvement and intervention actions to
help them. It is important to emphasize that students in more advanced periods have
greater knowledge of the subject.

Keywords: Financial education; Financial literacy; Planning.

2
SUMÁRIO

RESUMO 1

ABSTRACT 2

LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES 4

LISTA DE QUADROS E TABELAS 4

1. INTRODUÇÃO 5
1.1 Considerações iniciais 5
1.2 Problema e sua importância 6
1.3 Objetivos 7
1.4.1 Objetivo Geral 7
1.3.2 Objetivos específicos 7

2. REFERENCIAL TEÓRICO 8
2.1 Educação Financeira 8
2.2 Alfabetização Financeira 9
2.3 Finanças pessoais 10
2.4 Planejamento Financeiro 11

3. METODOLOGIA 12
3.1 Primeira etapa: elaboração e aplicação de questionário para obtenção de dados
previstos na literatura 12
3.2 Segunda etapa: análise descritiva e de correlação dos dados obtidos das entrevistas 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 16
4.1 Caracterização dos discentes 16
4.2 Conhecimento financeiro 20
4.3 Atitude financeira 23
4.4 Comportamento financeiro 24
4.5 Índice da alfabetização financeira 24
4.6 Fatores socioeconômicos 25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 28

REFERÊNCIAS 29

ANEXOS

31

3
LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Gráfico do gênero dos entrevistados 17


FIGURA 2 - Gráfico da faixa etária dos discentes 18
FIGURA 3 - Gráfico referente à experiência profissional 19
FIGURA 4 - Gráfico relacionado a fonte de renda dos entrevistados 19
FIGURA 5 - Gráfico relacionado à renda mensal pessoal dos discentes 20
FIGURA 6 - Gráfico da auto análise de conhecimento financeiro 20
FIGURA 7 - Perguntas respondidas corretamente 21
FIGURA 8 - Gráfico do poder de compra dos discentes da instituição pública 21
FIGURA 9 - Verificando conhecimento entre ações e fundos de investimento 22
FIGURA 10 - conhecimento dos discentes sobre taxa de juros 23
FIGURA 11 - Gráfico do maior retorno de uma ativo financeiro na visão dos discentes da
instituição pública 23
FIGURA 12 - Respostas das atitudes dos discentes 24
FIGURA 13 - Resposta dos discentes em relação ao comportamento financeiro. 25

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Escala de pontos do Índice de Alfabetização Financeira 16

Tabela 1 - Correlação entre os fatores socioeconômicos 26

4
1. INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais

De acordo com os dados de abril de 2022, da Pesquisa de Endividamento e


Inadimplência do Consumidor (PEIC), o percentual das famílias brasileiras com
dívidas aumentou, sendo a maior proporção da série histórica da pesquisa. Cerca de
77% das famílias relataram ter dívidas, o que culminou num recorde histórico, com o
aumento de 0,2 ponto percentual ao mês e 10,2 ponto percentual, quando
comparados com os 67,5% em relação a abril de 2021.
Se atentarmos para a proposta de Savoia, Saito e Santana (2007), nota-se
que, de maneira geral, os brasileiros passaram a controlar despreocupadamente e
sem nenhum planejamento às finanças pessoais, o que levou às famílias brasileiras
a demonstrarem um consumo exagerado, provocando o endividamento. Nesse
sentido, a educação financeira e a alfabetização financeira se apresentam como
conceitos importantes, por poderem ser utilizadas como formas de prevenção a essa
atitude de endividamento.
Segundo as Estratégias Nacional de Educação Financeira (ENEF, 2005) “a
educação financeira trata-se do processo no qual os indivíduos melhoram a sua
compreensão em relação ao dinheiro e produtos com informação, formação e
orientação.” Então, a educação financeira é importante para auxiliar a população a
planejar e administrar sua renda, investindo e controlando os gastos, garantindo
assim uma vida financeira mais estável, sem correr o risco de se endividar. Ainda
nessa linha de pensamento, Sousa (2013) esclarece que a educação financeira é
uma ferramenta que oferece os conhecimentos e informações sobre
comportamentos básicos capazes de contribuir para uma melhora da qualidade de
vida das pessoas e das suas famílias.
Por sua vez, a Organisation for Economic Cooperation and Development
(OECD, 2013) define a alfabetização financeira como “uma combinação de
consciência, conhecimento, habilidades, atitudes e comportamentos necessários
para tomar decisões financeiras sólidas e, em última instância, alcançar o bem-estar
financeiro individual”. Adicionalmente, Remund (2010) explica que a alfabetização
financeira auxilia na capacidade das pessoas de realizar várias tarefas relacionadas
ao dinheiro, incluindo ganhar, proteger e gastar.

5
Apesar de o tema sobre finanças pessoais e endividamento estar presente
em discussões do dia a dia, segundo Braido (2014), uma parcela considerável da
população ainda não detém um conhecimento suficiente sobre a temática e acaba
comprometendo sua renda com dívidas e não será um indivíduo bem sucedido.
Ademais, um importante aspecto relacionado à alfabetização financeira é a
identificação da relação com variáveis demográficas e socioeconômicas.
Logo, refletir sobre educação e alfabetização financeira e promover debates,
de maneira a auxiliar e conduzir a sociedade numa direção mais consciente quanto
ao uso do dinheiro e suas responsabilidades, constitui fator essencial para uma
dinâmica socioeconômica saudável e efetiva.

1.2 Problema e sua importância

Diante da necessidade de se discutir sobre a saúde financeira e, portanto,


promover debates acerca da educação e alfabetização financeira, o presente
trabalho se propõe a contribuir com a literatura ao identificar qual o índice de
educação financeira dos discentes de cursos Superiores em Administração. Nesse
sentido, toma-se como objeto de estudo uma instituição de ensino superior do
município de Santa Maria de Jetibá - ES, analisando quais fatores socioeconômicos
exercem alguma influência em tal índice.
A escolha do município supracitado como objeto de análise ocorreu pelo fato
de que, segundo informações do IBGE (2020), Santa Maria de Jetibá apresenta o
total de 41.015 mil habitantes, com o maior índice de jovens em relação aos idosos,
sendo cerca de 65% da população jovem entre 14 a 65 anos. Além disso, conforme
dados do governo do estado do Espírito Santo, o potencial empreendedor no
município entre o público jovem é crescente, como é o caso do programa
Nossocrédito, que auxilia novos empreendimentos por meio do microcrédito
produtivo orientado.
A metodologia de análise escolhida para este trabalho é a pesquisa
descritiva, que tem como finalidade principal a descrição das características de
educação financeira dos discentes dos cursos de bacharelado em administração do
município supracitado. O método de investigação será o qualitativo e quantitativo e
será aplicado um questionário para se obter respostas.
Acredita-se que alguns fatores socioeconômicos podem influenciar o nível de
educação financeira dos estudantes. De acordo com Gudmunson et al (2015) e
6
Klapper, Lusardi e Panos (2013), os jovens adultos quando entram no mercado de
trabalho estão enfrentando um momento importante de suas vidas e necessitam de
preparo para com seus recursos, ferramentas e com um ótimo nível de alfabetização
financeira a fim de se alcançar decisões financeiras assertivas e de sucesso. Por
isso, a educação financeira é o meio de prover conhecimentos e informações sobre
comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das
pessoas e de suas comunidades (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).
Nesse sentido, esta pesquisa justifica-se pela importância do conhecimento
financeiro dos discentes em Administração, pois como acontecem constantes
mudanças no mercado financeiro e há aumento de produtos e serviços no setor,
esses fatores condicionam a necessidade de uma população mais alfabetizada
financeiramente. Principalmente, em se tratando dos jovens que estão ingressando
no mercado de trabalho, haja vista que com o auxílio da educação financeira é
possível ter noção deste mercado e a partir daí tomar decisões otimizadoras para
direcionar a renda, sabendo como e onde gastar e investir o dinheiro.

1.3 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar o nível de alfabetização financeira dos alunos de graduação em


Administração de uma instituição pública de Santa Maria de Jetibá.

1.3.2 Objetivos específicos

Especificamente, pretende-se:
a) Obter o índice de alfabetização financeira (IAF) dos discentes;
b) Avaliar a percepção de educação financeira dos discentes;
c) Comparar o grau de compreensão de educação financeira dos discentes, de
acordo com fatores socioeconômicos.

7
2. REFERENCIAL TEÓRICO

Assim como a Administração, a Economia ganha força no período da


Revolução Industrial, onde o capitalismo comercial e o industrial floresciam. Num
cenário mais contemporâneo, a economia ganha destaque devido aos fatores que
proporcionaram o desenvolvimento do capitalismo financeiro e informacional. É
nesse momento que surge a área de Administração Financeira, com o objetivo de
auxiliar os agentes econômicos a se comportarem de forma mais efetiva,
proporcionando maiores ganhos financeiros no mercado (AGARWAL et aI, 2009).
Dentre as funções da administração financeira destacam-se: analisar os
resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias,
negociando a captação e aplicação dos recursos financeiros; bem como avaliar a
concessão de crédito e controle de caixa. Um bom planejamento financeiro consiste
em projetar receitas e despesas, acompanhando as movimentações financeiras e
gastos que podem ser cortados, o que permite fazer previsões com diferentes
cenários, objetivos e ações futuras. Isso se aplica tanto às discussões das finanças
corporativas, quanto às finanças pessoais, o que é evidenciado por diversos autores,
como: Chen e Volpe, (1998); Research (2003); Lusardi e Volpe (2009); Agarwal et aI
(2009); Lusardi e Mitchell (2014); Potrich, Vieira e Kirch (2016); e Silva (2018).
De forma a proporcionar melhor entendimento acerca do tema, serão
introduzidos alguns conceitos importantes para esta pesquisa nas próximas seções.
São eles: o conceito de educação financeira, alfabetização financeira, finanças
pessoais e planejamento financeiro. Esses conceitos são fundamentos-base para
escolha e aplicação da metodologia deste trabalho, bem como para a discussão dos
resultados a serem apresentados mais à frente.

2.1 Educação Financeira

Para compreender sobre a importância da educação financeira é


imprescindível ter uma clara definição. Segundo a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2005), educação financeira é:
“o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a
sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de
maneira que, com informação, formação e orientação, possam
desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem
mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então,
poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e

8
adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem
contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e
sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro". (OCDE, 2005)

Diante disso, é possível entender que a educação financeira é obtida e


constantemente aprimorada durante os anos mediante as informações absorvidas,
formação acadêmica e as orientações do mercado. Pode-se perceber, também, que
o conceito está ligado à capacidade de se obter conhecimento financeiro e aplicá-lo
no dia a dia a fim de se ter uma excelente tomada de decisões.
Ainda segundo a OCDE (2005), a educação financeira beneficia todos os
indivíduos, independente da quantidade de renda obtida. A OCDE salienta que é
uma ferramenta de extrema importância para os jovens que estão ingressando no
mercado de trabalho. A partir da educação financeira é possível ter um planejamento
para controlar as despesas e direcionar os investimentos.
Conforme Anderson e Vandone (2010), a educação financeira auxilia os
indivíduos a compreenderem situações financeiras do cotidiano e permite que eles
gerenciem as finanças pessoais, tendo um equilíbrio para obter tomadas de
decisões que evitem o endividamento. Contudo, notamos que a educação financeira
é essencial para a base da finança pessoal e a alfabetização financeira.

2.2 Alfabetização Financeira

De acordo com Remund (2010, p. 279), no início do século XIX surgiu o


conceito básico de alfabetização financeira e começou a ser utilizado como “ a
competência de um indivíduo para administrar dinheiro”, ou seja, a alfabetização
financeira é a capacidade que o indivíduo possui para gerenciar, e controlar as
dívidas e investimentos feitos através da sua renda.
Huston (2010) explica que a alfabetização financeira é dividida em 2 partes: o
entendimento que é definido pelo conhecimento financeiro ou pela educação
financeira; e a sua utilização, que é a aplicação na prática dos conhecimentos.
Concluindo, assim, que para ter uma alfabetização financeira o indivíduo deve
entender e possuir a educação financeira e aplicar esses conhecimentos no seu
cotidiano.
A palavra alfabetização, conforme explicita Nidar e Bestari (2012), é a
capacidade de ler, interpretar e escrever. Por sua vez, a nomenclatura ligada à
palavra “financeira” está vinculada com o dinheiro na área de finanças dos

9
indivíduos, sendo compreendido como a capacidade de gerir a renda (NIDAR e
BESTARI, 2012). Logo, para uma pessoa ser financeiramente alfabetizada, segundo
Huston (2010), ela precisa demonstrar conhecimentos e habilidades para ter uma
excelente tomada de decisão no mundo financeiro que toda população vive.
Na esfera acadêmica, em um estudo realizado nos EUA, por Chen e Volpe
(1998) é destacado a extrema importância dos estudantes aprimorarem o seu
conhecimento financeiro, porque a falta desse conhecimento deixa-os propensos a
cometer erros nas situações do dia a dia, afetando assim, as futuras tomadas de
decisões assertivas.

2.3 Finanças pessoais

Gitman (2012, p. 03) afirma que o termo fianças pode ser definido como “ a
arte e a ciência de administrar o dinheiro”. Todos os indivíduos ganham, gastam e
investem algum recurso financeiro e o termo finanças se refere ao processo de
circulação do dinheiro entre as pessoas. Assim, saber gerir esse processo pode
beneficiar os indivíduos com uma maior segurança na hora de tomar algumas
decisões.
De acordo com Cherobim e Espejo (2011), finanças pessoais é:
“a ciência que estuda a aplicação de conceitos financeiros nas decisões
financeiras de uma pessoa ou família. Em finanças pessoais são
considerados os eventos financeiros de cada indivíduo, bem como sua
fase de vida para auxiliar no planejamento financeiro.” (CHEROBIM e
ESPEJO, p. 11, 2011)

Não obstante ao supracitado, Cerbasi (2005) alega que finanças pessoais é ter o
controle do que se pode gastar para viver bem o presente sem comprometer os dias
futuros, mesmo que isso gere o atraso de um sonho. Já Serasa (2011), afirma que o
planejamento financeiro pessoal significa controlar a vida financeira, a fim de que
seja possível ter reservas financeiras para eventualidades durante a rotina das
pessoas. Além disso, segundo o autor, é necessário o planejamento para se
construir um patrimônio que garanta reservas suficientes como requisitos de uma
vida tranquila e confortável.
No mesmo sentido, conforme explanam Leal e Melo (2008), se os indivíduos
possuírem um ótimo planejamento financeiro, é possível que eles analisem e
gerenciem seus gastos e investimentos de maneira que melhore ou até evite os
problemas financeiros. Podendo se inferir que, a falta de informação, falta de

10
planejamento financeiro e até a falta do controle das finanças pessoais são
elementos que influenciam a vida financeira dos indivíduos.
Ainda, na perspectiva de analisar a educação e alfabetização financeira, bem
como o nível de entendimento sobre finanças pessoais dentro das instituições
públicas, Silva (2018) elaborou e aplicou um questionário, onde obteve resultados e
observou que os fatores socioeconômicos influenciam o nível de alfabetização
financeira. Concluiu, por exemplo, que os discentes do gênero masculino possuíam
um melhor desempenho no IAF do que as do gênero feminino. O trabalho do autor
supracitado serve, inclusive, de referência para a metodologia e estratégia empírica
da atual pesquisa.

2.4 Planejamento Financeiro

O processo de planejamento financeiro consiste em estimar as receitas e as


despesas do período. Para isso, pode-se utilizar sua rotina passada, elencando as
receitas e as despesas passadas e usando-as como base para prever as receitas e
as despesas futuras (Banco Central do Brasil - BACEN, 2013). Dessa forma, a partir
do planejamento financeiro o indivíduo pode tomar decisões mais assertivas de
como alocar o seu dinheiro, afinal, não consiste em apenas definir onde e como
gastar, antes, possibilita analisar as opções de investimentos.
Nas palavras de Gitman (2012, p. 434): “O planejamento financeiro pessoal é um
aspecto importante das operações nas empresas e famílias, pois ele mapeia os
caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações das empresas e das famílias
para atingir seus objetivos”. Assim, pode-se entender que o planejamento financeiro
é importante para toda a sociedade, dado que norteia as tomadas de decisões de
forma mais assertiva e, ainda, auxilia os indivíduos a utilizarem seu recurso de modo
eficaz.
O processo de planejamento financeiro não significa deixar de comprar e
restringir gastos, trata-se de planejar onde é melhor investir o dinheiro e com o que é
melhor gastar. De acordo com o BACEN: “o planejamento financeiro possibilita
consumir mais e melhor. Consumir ‘mais’ por meio da potencialização do dinheiro e
‘melhor’ via eliminação de desperdícios” (BACEN, 2013).

11
3. METODOLOGIA

O presente estudo possui como natureza a pesquisa descritiva que, conforme


Gil (2008, p. 28), tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. Destaca-se, ainda, que esse tipo de pesquisa tem a finalidade de estudar
as características de um grupo, tais como: sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, nível de renda, entre outras. Desse modo, é
possível observar, registrar, analisar e ordenar dados, sem manipulá-los, isto é, sem
a interferência do pesquisador (MORESI, 2003; PRODANOV E FREITAS, 2013),
mas utilizando técnicas padronizadas e processos sistematizados para coletar dados
(GIL, 2002).
Pensando nisso, o presente estudo busca identificar características dos
indivíduos, assim como tentar relacionar as semelhanças e diferenças
socioeconômicas com relação ao nível de alfabetização financeira. Para tanto,
adotou-se estratégia semelhante ao realizado por Silva (2018), onde foi elaborado e
aplicado questionário sobre o perfil socioeconômico e conhecimento financeiro de
discentes de curso Superior entrevistados na Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.
O método de investigação que será utilizado pelo trabalho tem abordagem
qualitativa e quantitativa, porque para a investigação será utilizada uma análise de
dados estatísticos e a interpretação das informações não numéricas. Um dos
principais instrumentos para a coleta de dados é o questionário, o qual é uma
ferramenta para a coleta de dados primários e que, conforme Moresi (2003),
constitui-se de uma série de perguntas, apresentadas de forma sistemática e
sequencial e dispostas em categorias específicas.
Diante do exposto e para melhor organização das informações e
interpretação, algumas etapas foram seguidas, conforme descrito a seguir.

3.1 Primeira etapa: elaboração e aplicação de questionário para obtenção de


dados previstos na literatura
Ao longo dos últimos anos o mercado financeiro sofreu um aumento na
quantidade de produtos e serviços (HOGARTH e HILGERT, 2002; MANDELL e
KLEIN, 2007). Por isso, a importância dos indivíduos estarem alfabetizados
12
financeiramente, para ter consciência das decisões que eles escolherem. A partir do
questionário aplicado, espera-se encontrar variáveis sobre fatores que interferem no
nível da alfabetização financeira dos discentes e como isso afeta o desempenho na
vida da população jovem e discente do município de Santa Maria de Jetibá - ES.
Diante disso, com base no questionário elaborado por Silva (2018), foi
reaplicado o questionário com algumas alterações. O questionário contou com 24
questões, sendo questões optativas fechadas com respostas únicas e questões de
escala Likert. Ele foi subdividido em 4 partes, sendo elas: (1) perfil do discente; (2)
conhecimento financeiro do discente; (3) atitudes financeiras e (4) comportamento
financeiro.
A primeira parte do questionário é direcionada com base na literatura
científica, a identificar qual é o perfil do discente, levando em conta suas
características socioeconômicas através de 9 questões sobre idade, gênero, renda
mensal, estado civil, período frequentado e também uma autoanálise sobre a
educação financeira.
A segunda parte é para medir o conhecimento financeiro dos alunos. São 6
questões optativas, contendo apenas uma alternativa correta. Elas tratam questões
como: empréstimos,inflação, diversificação de risco, taxa de juros entre outros. Já na
3 parte está relacionada com a atitude financeira. São 4 afirmações da escala Likert,
que visa medir o grau de importância pessoal, às questões contam com 6 opções,
onde 0 é “nada importante” e o 5 é “muito importante”.
E, por último a 4 parte que são questões direcionadas ao comportamento
financeiro em relação às finanças pessoais. Constam 5 indagações da escala Likert,
contendo cada uma 6 opções, onde o 0 significa “nunca” e o 5 significa “ sempre”.
O questionário foi aplicado via Google Forms1, em uma instituição pública do
município de Santa Maria de Jetibá - ES. A coleta de dados ocorreu entre o dia 01
de outubro a 10 de de novembro de 2022. Foram coletadas 51 respostas dos
discentes, o que corresponde a 68% do total de alunos do Curso de Bacharelado em
Administração, que conta com cerca de 75 alunos distribuídos em quatro turmas (2°,
4°, 6° e 8° períodos).

1
As perguntas do questionário estão no anexo deste trabalho.
13
3.2 Segunda etapa: análise descritiva e de correlação dos dados obtidos das
entrevistas

Após a coleta de dados, foi realizado o tratamento e análise das informações


obtidas. Para Gil (2002, p. 125) “este processo envolve alguns procedimentos, como
a tabulação dos dados e cálculos estatísticos." Por isso, a análise será a partir dos
meios de avaliação quantitativo e qualitativo, onde é preciso destacar e comparar os
dados, aplicando meios estatísticos para se obter um nível de confiança dos
resultados. Exemplo disso, é o uso do cálculo de correlação para analisar a relação
entre variáveis socioeconômicas e o IAF calculado neste trabalho.
Em posse dos dados, foi possível calcular o índice de alfabetização global.
Esse índice, conforme Huston (2010), Ansong (2011) e Kiliyanni e Sivaraman (2016)
para o indivíduo ser considerado alfabetizado financeiramente, a média mínima
necessária é de 60%. Chen e Volpe (1998; 2002) consideram 60% o valor mínimo
para o indivíduo ser classificado como alfabetizado financeiramente, destaca ainda
que, se o índice for entre 60% e 79% o indivíduo possui um nível mediano, e se for
maior que 80% é um alto nível de IAF.
Em sequência, a fim de obter o nível do índice de Alfabetização Financeira
(IAF), foram analisados os resultados dos grupos de conhecimento, comportamento
e atitude financeira dos discentes segundo o questionário aplicado. Para concluir a
mensuração do índice de alfabetização financeira, foi utilizado o estudo realizado
pela OECD (2016) e Silva (2018), como base metodológica, pois são fundamentais
para uma análise mais padronizada, consistente e comparativa.
As respostas das perguntas são classificadas em uma escala de pontuação.
Para cada entrevistado é apurado um índice que resulta a soma aritmética da
pontuação das respostas, dividido pelo número de questões que englobam o índice.
A partir disso, é possível calcular o índice parcial de cada grupo, e o índice global
dos discentes.
Foram utilizadas 14 perguntas dos grupos II, III e IV, para compor o IAF.
Sendo: 5 referentes ao conhecimento financeiro, 4 questões referentes às atitudes e
5 questões referentes ao comportamento. A pontuação varia numa escala de 0 a 1,
sendo no grupo II que são questões fechadas, onde a resposta correta corresponde
a 1 ponto e a resposta incorreta 0. Já nos grupos III e IV onde as questões são da

14
escala Likert varia de acordo com a alternativa relacionada. O Quadro 01 detalha os
grupos e pontuações.

Quadro 01 - Escala de pontos do Índice de Alfabetização Financeira

Grupo Questão Pontos

Conhecimento Todas questões Resposta correta: 1


Outras respostas: 0

Muito importante: 1
Importante: 1
Atitudes Todas questões Não sei: 0
Pouco importante: 0
Nada importante: 0

Sempre: 1
Quase sempre: 1
Comportamento Todas questões Às vezes: 0
Quase nunca: 0
Nunca: 0
Fonte: elaboração própria com base no trabalho de Silva (2018).

Perante o exposto, considerando o total das respostas, a pontuação máxima


dos discentes corresponde a 14 pontos e a mínima 0 pontos. A pontuação final foi
transformada proporcionalmente em uma escala de 0 a 100 para facilitar a
compreensão e interpretação dos resultados.

15
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essa seção apresenta os resultados obtidos através da pesquisa, que foi realizada
na instituição pública e na instituição privada de faculdades de Administração de
Santa Maria de Jetibá - ES. Ficou divida em seis partes: caracterização dos
discentes; conhecimento financeiro; atitudes financeiras; comportamento; índice de
alfabetização financeira; e fatores socioeconômicos.

4.1 Caracterização dos discentes

A primeira parte do questionário foi realizada com o intuito de identificar


informações e perfil dos discentes do curso abordado, conforme exposições a
seguir.
De início, temos a distinção gênero do indivíduo (Figura 1).

FIGURA 1 - Gráfico do gênero dos entrevistados


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Conforme podemos observar na Figura 1, a maioria dos respondentes, cerca


de 62,7% dos entrevistados são do gênero feminino e 37,3% 19 alunos são do
gênero masculino. Em pesquisas anteriores, Lusardi e Mitchell (2011) apontam que
pessoas do gênero feminino, quando se deparam com questões financeiras, tendem
a responder perguntas incorretas ou respondem que não sabem a resposta.
A idade dos respondentes é outro fator que interfere e cria variações no nível
de alfabetização financeira, por isso, a questão 2 aborda a faixa etária dos discentes
(Figura 2).

16
FIGURA 2 - Gráfico da faixa etária dos discentes
Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

A Figura 2 tenta captar o efeito observado em Research (2003) e Agarwal et


aI (2009), cujas principais pesquisas sugerem que a alfabetização financeira tende a
ser menor entre os jovens e os idosos. Podemos notar que a maioria dos
respondentes, cerca de 82,4%, isto é, 42 alunos têm idade entre 18 a 22 anos. Essa
faixa etária se justifica pelo fato de a amostra ser composta por estudantes de
graduação e estarem situados na fase jovens-adultos.
No questionário, também, foi verificado o estado civil dos discentes. Potrich,
Vieira e Kirch (2016) trazem a ideia de que o nível de alfabetização financeira é
influenciado pelo estado civil do indivíduo. Para os autores, ser casado demonstra
uma necessidade de administrar as finanças pessoais e a de outros dependentes,
enquanto o indivíduo solteiro, não tem muitas responsabilidades de lidar com
finanças de uma família. Na nossa amostra, 100% dos respondentes são solteiros.
Podemos concluir assim, que a princípio os estudantes não têm responsabilidades
financeiras com outros agregados.
Em outra questão do questionário, buscou-se identificar quanto tempo os
entrevistados possuem experiência profissional. A experiência profissional também é
um excelente índice para medir a IAF. Conforme observado em alguns autores
(Chen e Volpe, 1998; Lusardi e Volpe, 2009; Lusardi e Mitchell, 2014), pessoas que
possuem maior experiência profissional acabam tendo um IAF superior à dos
indivíduos que não tiveram nenhuma experiência profissional. Na tentativa de
mensurar essa afirmação foi questionado sobre os anos de experiência profissional
dos indivíduos abordados, o que se verifica na Figura 3.

17
FIGURA 3 - Gráfico referente à experiência profissional
Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Segundo a Figura 3 é possível verificar que existe uma divisão entre os anos
de experiência profissional. Porém, é infere-se que, a maioria dos estudantes, cerca
de 80,4%, possuem mais de 1 ano de experiência. E que 19,6% possuem mais de 4
anos trabalhados. Visto que o curso de graduação é ofertado no turno noturno,
entende-se que os estudantes trabalham ao longo do dia.
Em seguida, visando complementar essa pergunta, foi questionado ao
discente qual a principal fonte de rendimento, que pode ser apurado na Figura 4.

FIGURA 4 - Gráfico relacionado a fonte de renda dos entrevistados


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Pela Figura 4 nota-se que a maior parte dos estudantes, 86,3% tem o
trabalho como a principal fonte de renda. Além disso, 9,8% tem uma renda através
de mesada, 2%recebem através de bolsa e auxílio e 2% não possui renda.
Complementando a análise do perfil socioeconômico dos estudantes, temos
na questão evidenciada na Figura 5 a avaliação do valor mensal que cada estudante

18
recebe, pois a renda também é um instrumento que pode influenciar no nível de
alfabetização financeira, conforme previsto na literatura já discutida no referencial
teórico deste trabalho.

FIGURA 5 - Gráfico relacionado à renda mensal pessoal dos discentes


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Conforme a Figura 5, percebe-se que a maioria dos estudantes recebem mais


de 01 salário mínimo. Cerca de 41,2% recebe entre 1 e 2 salários mínimos.
Fechando a primeira parte do questionário, foi questionado ao discente uma
autoanálise do seu conhecimento pessoal, que pode ser observado na Figura 6.

FIGURA 6 - Gráfico da auto análise de conhecimento financeiro


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

De acordo com a Figura 6 , a maioria dos jovens, cerca de 43,1% sabem


“Razoavelmente” gerir suas finanças pessoais, 31,4% consideram o conhecimento
financeiro como “Bom”, 7,8% consideram “muito bom”,11,8% sabem gerir pouco, e
apenas 5,9% consideram saber “Muito pouco”.

19
4.2 Conhecimento financeiro

Nesta segunda parte do questionário, verificou-se sobre o conhecimento


financeiro dos discentes a partir de questões do grupo II. São cinco questões dentro
desse grupo que visa analisar vários aspectos relacionados ao conhecimento
econômico. A seguir são apresentadas algumas questões, dentre as que tiveram
mais acertos, mais respostas como “não sei” e duas questões que tiveram o maior
número de respostas erradas. Na Figura 7, é possível observar a quantidade de
questões que cada indivíduo acertou.

FIGURA 7 - Perguntas respondidas corretamente


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Podemos perceber que a maioria, cerca de 54,9% dos discentes, acertou


entre 2 a 3 questões desta segunda parte do questionário. A questão que mais
houve respostas corretas foi a questão que está relacionada com a inflação (Figura
8).

FIGURA 8 - Gráfico do poder de compra dos discentes da instituição pública


Fonte: elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa

20
Essa questão evidenciada na Figura 8 teve o intuito de descobrir se caso a
renda do consumidor e os preços dobrasse durante um ano, como seria o poder de
compra dos indivíduos. 84,4% dos discentes acertaram a questão, marcando a
opção “exatamente o mesmo que hoje”.
Houve no questionário uma questão sobre fundo de investimento, onde o
número de respostas “não sei” foi o maior dentre todas as questões, isso está
explícito na Figura 9.

FIGURA 9 - Verificando conhecimento entre ações e fundos de investimento


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

A questão evidenciada na Figura 9 está relacionada ao fato de “se comprar


uma ação traz mais retorno do que um fundo de investimento”. Para esta questão,
tivemos um acerto de 60,8% dos alunos. Porém, cerca de 23,5% não souberam
respondê-la, o que pode influenciar no IAF, visto que “ respondentes que optaram
pela alternativa “não sei” normalmente possuem baixos níveis de alfabetização
financeira” (LUSARDI, MITCHELL e CURTO, 2010). É preciso considerar, ainda, que
boa parte dos estudantes (2º Período) ainda não teve contato com disciplinas de
Finanças, que lidam com tais assuntos diferente dos alunos do 6º e 8º Períodos que,
em sua maioria, já cursaram componentes curriculares que envolviam tais conceitos.
Duas foram as questões em que houve mais respostas erradas, exatamente
15 ao todo. Uma delas refere-se à primeira questão, que trata da taxa de juros em
um investimento, conforme mostra a Figura 10.

21
FIGURA 10 - conhecimento dos discentes sobre taxa de juros
Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Assim como observado por Silva (2018), grande parte dos estudantes se
confundiram e tiveram dificuldade na hora de realizarem cálculos que envolvessem
retornos com base na taxa de juros. Contudo, a parcela dos estudantes de períodos
mais avançados, respondeu de forma correta.
Já a Figura 11 mostra a visão dos discentes sobre os ativos que eles acham
mais rentáveis ou que trazem maior retorno dentro dos seus conhecimentos de
finanças.

FIGURA 11 - Gráfico do maior retorno de uma ativo financeiro na visão dos


discentes da instituição pública
Fonte: elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa.

Conforme a figura 11, a maioria dos estudantes, cerca de 52,9% acertaram a


questão ao escolher ações como o ativo que traz mais retorno, demonstrando saber
sobre investimentos que envolvem esse tipo de ativo.

22
4.3 Atitude financeira
Nesta seção, são demonstrados os dados obtidos através da terceira parte do
questionário, que verifica a atitude financeira dos discentes. Contém quatro questões
de escala Likert, onde o grau de importância varia de 0 “nada importante” a 5 “muito
importante”. Os resultados encontrados na pesquisa, demonstram que as opções
mais utilizadas são “importante” e “ muito importante”. Isso indica um nível
considerado alto de IAF das atitudes financeiras. A Figura 12 apresenta esses dados
das quatro questões.

FIGURA 12 - Respostas das atitudes dos discentes


Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

Observa-se na Figura 12 que a alternativa “gastar menos do que ganha” teve


o maior número de respondentes, apresentando cerca de 66,70% que consideram
essa atitude “muito importante”. As alternativas “manter registros financeiros
adequados” e “planejar e implementar uma estratégia de investimento regular”
também tiveram um alto índice de marcação “importante” e “muito importante”,
aproximadamente, 95,5%. A alternativa de “manter uma cobertura de seguros
adequada" teve o maior número de respostas “pouco importante” dentre as demais.
Os resultados apontados nesse critério indicam que, apesar de falharem em
algumas questões, os estudantes têm conhecimento de um nível básico, ou seja,
manter as contas com saldo positivo é benéfico à saúde financeira, algo semelhante
é visto no trabalho de Silva (2018)

23
4.4 Comportamento financeiro

Nesta, quarta e última parte do questionário, buscou-se identificar o


comportamento financeiro dos discentes do curso de Administração. Foram
analisadas cinco questões de escala Likert, que variam de 0 a 5 pontos, visando
testar o comportamento financeiro dos discentes, conforme a Figura 13.

FIGURA 13 - Resposta dos discentes em relação ao comportamento


financeiro.
Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

É possível observar que os dados corroboram com a teoria econômica e


financeira, uma vez que, as pessoas tendem a poupar de acordo com sua renda
disponível. Segundo Varian (2015), quanto maior a renda disponível, maior a
propensão a poupar ou consumir, o que depende da aversão ao risco dos
indivíduos.
Em outras palavras, as pessoas poupam esperando retorno financeiro para
ser utilizado em período distinto do presente, é o que se observa na teoria dos ciclos
de consumo e de vida, previstos em J. M. Keynes, por exemplo.

4.5 Índice da alfabetização financeira

De acordo com a OECD (2016), a alfabetização financeira é um fenômeno


complexo, formado por uma combinação de conhecimentos, atitudes e
comportamentos dos indivíduos. Posto isso, após a análise descritiva dos resultados
foi possível obter o índice de alfabetização financeira individual de cada grupo dentro
do questionário, bem como o índice global entre os estudantes.
24
A elaboração do Índice de alfabetização financeira, foi realizado segundo a
OECD (2016) e Silva (2018), que classificam as questões corretas como 1 e
incorretas como 0 pontos. Assim, o IAF seria a soma aritmética das respostas dos
discentes, onde a pontuação máxima do questionário é 14 e a mínima 0. Para
facilitar o entendimento e compreensão dos resultados foi utilizado uma escala de 0
a 100, conforme citado na metodologia.
Com base nisso, foi possível obter o IAF global dos discentes em
administração, para o qual se obteve o valor de 58,43%. Segundo os autores Huston
(2010), Ansong (2011) e Kiliyanni e Sivaraman (2016), a média mínima necessária
para se considerar alfabetizado financeiramente corresponde a 60%. A partir disso,
é possível concluir que de acordo com a média mínima necessária, o nível do IAF
dos discentes do curso de Bacharelado em Administração de Santa Maria de Jetibá
analisado, é considerado insatisfatório, entretanto o resultado é próximo da média.

4.6 Fatores socioeconômicos

Durante a análise literária da pesquisa foi possível verificar que fatores


socioeconômicos interferem no índice de alfabetização financeira dos discentes. Por
isso, investigamos, via estatística de correlação entre variáveis, a influência dos
fatores socioeconômicos sobre o IAF e o resultado é visto na Tabela 1.

Tabela 1 - Correlação entre os fatores socioeconômicos


CORRELAÇÃO INTERFERÊNCIA
Correlação entre gênero e nº de acertos, em que ser Homem = 1 e 0,
Análise 1 0,34
caso contrário
Correlação entre faixa etária e nº de acertos, em que possuir idade
Análise 2 0,68
maior que 22 anos assume valor 1 e 0, caso contrário
Correlação entre período em que o aluno está matriculado e nº de
Análise 3 acertos, em que ser do 6 ou 8º período assume valor 1 e 0, caso 0,67
contrário
Correlação entre possuir experiência e o número de acertos, em que
Análise 4 possuir mais de dois anos experiência assume valor 1 e 0, caso 0,77
contrário
Correlação entre estar trabalhando e o nº de acertos, em que quem
Análise 5 0,54
trabalha recebe valor 1 e 0, caso contrário
Correlação entre quem recebe mais de um salário mínimo e o nº de
Análise 6 0,51
acertos, em que possuir mais de um salário é 1 e 0, caso contrário
Fonte: elaboração própria com base nos resultados da pesquisa.

25
Podemos perceber que na primeira correlação evidenciada na Tabela 1, que
faz análise de gênero e o número de acertos, devido ao número de mulheres ser
maior do que ao número de respondentes do gênero masculino, nota-se a
possibilidade de ter mais mulheres acertando as questões do que os homens. Isso
vai de encontro ao resultado dos estudos como o de Silva (2018), onde indivíduos
do gênero masculino tiveram mais acertos nas questões desse tipo.
A segunda correlação está relacionada à faixa etária dos estudantes com o
número de acertos. É possível verificar que o índice de correlação é de 68%, o que
significa que quanto maior for a faixa etária do estudante maior tende a ser a
quantidade de acertos e, consequentemente, seu conhecimento financeiro. Isso se
alinha à terceira correlação, que analisa o número de respostas corretas com o
período cursado. Normalmente indivíduos que estão nos períodos finais da
faculdade possuem um grau mais elevado de IAF do que aqueles que estão no
início, como observado em autores como: Chen e Volpe (1998); Peng et al (2007);
Lusardi e Mitchell (2014); Kiliyanni e Sivaraman (2016); Potrich, Vieira e Kirch
(2016); e Silva (2018). De acordo com o resultado das correlações da Tabela 1, foi
possível perceber um índice de correlação de 67% entre discentes finalistas (6° e 8°
períodos) e o número de acertos das questões contra 33% dos demais períodos
para com o número de acertos. Vale destacar que os períodos finalistas já tiveram
contato com disciplinas de finanças, matemática financeira, contabilidade e
economia, o que pode contribuir com esse resultado.
A quarta correlação exibe um índice de 77% de interferência em relação à
experiência profissional com o número de acertos. Estudantes com mais de 02 anos
de experiência profissional tendem a acertar mais questões em relação aos
discentes com menos experiência. Essa correlação também foi observada em
estudos passados como o de Chen e Volpe (1998), cuja conclusão é de que
pessoas com mais tempo de experiência profissional passam por vivências
financeiras, adquirindo, assim, mais conhecimentos. Essa experiência, segundo os
autores, colabora na análise de informações complexas e fornece embasamento
para a tomada de decisão.
A quinta correlação diz respeito à principal fonte de renda dos discentes, onde
o trabalho tem uma interferência de 54% nos acertos das questões. E por fim, a
sexta correlação é da quantidade de salários mínimos em relação às questões
acertadas, em que se verificou a existência de 51% de correlação entre esses dois
26
fatores. Importante ressaltar que essa quantidade de um salário mínimo se justifica
por serem estudantes de graduação e muitos, ainda, não terem um emprego fixo.
Tanto a fonte de renda quanto o valor de remuneração explicam os níveis de
alfabetização financeira, o que confirma a literatura revisitada neste trabalho.

27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado ao longo deste trabalho, tanto a educação quanto a


alfabetização financeira são componentes essenciais para uma vida bem sucedida,
por isso, a aprendizagem de finanças é de extrema importância e auxilia ao
indivíduo a ter o conhecimento, atitude e saber se comportar financeiramente. Nas
palavras da OECD (2016), a alfabetização financeira é muito complexa e é medida
por uma combinação do conhecimento, atitude e comportamento dos indivíduos.
Diante disto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de
alfabetização financeira dos alunos de graduação em Administração de uma
instituição pública de Santa Maria de Jetibá e identificar quais as características
socioeconômicas podem influenciar o índice de alfabetização financeira dos
discentes.
Analisando o perfil dos entrevistados, podemos perceber que a maioria deles
são do gênero feminino e possuem idade entre 18 a 22 anos, sendo considerado um
público jovem. Todos os entrevistados possuem o estado civil como solteiros e boa
parte têm renda salarial maior que um salário mínimo.
Após a análise das respostas, foi possível identificar, o IAF global dos
discentes que foi de 58,43%, o que considera o IAF dos discentes do curso de
bacharelado de administração insatisfatório, resultado que corrobora com estudos
anteriores, onde são encontrados baixos níveis de alfabetização financeira.
Constatou-se também, que existem alguns fatores socioeconômicos que
apresentam diferença significativa estatística, como o gênero, idade, período
cursado, renda e tempo de experiência.
Dessa forma, pode-se dizer, que tanto a hipótese quanto os objetivos
propostos foram alcançados neste trabalho. Contudo, as contribuições deste estudo
estão subordinadas a algumas restrições, como a escolha das variáveis e o método
utilizado. A falta de padronização nos estudos acabou sendo um desafio na
mensuração e comparação dos resultados com os demais estudos.
Como sugestões para futuras pesquisas, propõe-se criar um modelo
padronizado de questionário relacionado a este tema e aplicá-lo a outros públicos ou
demais instituições. Fica indicado, ainda, avaliar as diferenças entre instituições
públicas e privadas, para mensurar as distâncias e realidades dos indivíduos.

28
REFERÊNCIAS

ANDERLONI, Luisa; VANDONE, Daniela. Risk of over-indebtedness and


behavioural factors. In: Risk tolerance in financial decision making. Palgrave
Macmillan, London, 2011. p. 113-1.

ANSONG, Abraham. Level of knowledge in personal finance by university freshmen


business students. African Journal of Business Management, v. 5, n. 22, p.
8933, 2011.

CERBASI, Gustavo P. Dinheiro – Os segredos de quem têm: como conquistar e


manter sua independência financeira. São Paulo: Gente, 2005.

CHEN, Haiyang; VOLPE, Ronald P. An analysis of personal financial literacy among


college students. Financial services review, v. 7, n. 2, p. 107-128, 1998.

CHEROBIM, A. P. M. S.; ESPEJO, M. M. dos S. B. (Org.) Finanças Pessoais:


Conhecer para enriquecer. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2011.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo:


Pearson Prentice hall, 2012.

HOGARTH, Jeanne M.; HILGERT, Marianne A. Financial knowledge, experience


and learning preferences: Preliminary results from a new survey on
financial literacy. Consumer Interest Annual, v. 48, n. 1, p. 1-7

HUSTON, Sandra J. Measuring financial literacy. Journal of Consumer Affairs, v.


44, n. 2, p. 296-316, 2010.

LEAL, Douglas Tavares Borges; MELO, Sheila de. A contribuição da educação


financeira para a formação de investidores. In: 2o Congresso UFSC de
Controladoria e Finanças & Iniciação Científica em Contabilidade, 2008,
Florianópolis. Anais Eletrônicos... Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina, 2008. Disponível em:
<http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/2CCF/20080809113500.pdf>.

Lusardi, A., & Mitchell, O. S. (2011). Financial literacy and retirement planning in
the United States. Journal of Pension Economics and Finance10(4), 509-525.

LUSARDI, Annamaria; MITCHELL, Olivia S.; CURTO, Vilsa. Financial literacy


among the young. Journal of consumer affairs, v. 44, n. 2, p. 358-380, 2010.

29
KILIYANNI, Abdul Latheef; SIVARAMAN, Sunitha. The perception-reality gap in
financial literacy: Evidence from the most literate state in India. International
Review of Economics Education, v. 23, p. 47-64, 2016.

NIDAR, Sulaeman Rahman; BESTARI, Sandi. Personal financial literacy among


university students (case study at Padjadjaran University students,
Bandung, Indonesia). World Journal of Social Sciences, v. 2, n. 4, p. 162-171,
2012.

OECD - Organisation for Economic Co-Operation and Development. Financial


literacy and inclusion: Results of OECD/INFE survey across countries and
by gender. OECD Centre, Paris, France. 2013.

GRIGION POTRICH, ANI CAROLINE; MENDES VIEIRA, KELMARA; KIRCH,


GUILHERME. Você é alfabetizado financeiramente? Descubra no
termômetro de alfabetização financeira. Revista Base (Administração e
Contabilidade) da UNISINOS, v. 13, n. 2, 2016

REMUND, David L. Financial literacy explicated: The case for a clearer


definition in an increasingly complex economy. Journal of consumer affairs,
v. 44, n. 2, p. 276-295, 2010.

SAVOIA, José Roberto Ferreira; SAITO, André Taue; SANTANA, Flávia de


ANGELIS. Paradigmas da educação financeira no Brasil. Revista de
Administração Pública - RAP, vol. 41, núm. 6, noviembre-dicie, pp. 1121-1141.
2007.

SERASA. Guia: conteúdo. São Paulo. Disponível em:


http://www.serasa.com.br/guia/conteudo.htm. Acesso em: 13 Nov. 2011

SILVA, Bruno André N. Características socioeconômicas que influenciam o nível


de alfabetização financeira de discentes de ensino superior de
Contabilidade. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Pato Branco, PR. 2018.

30
ANEXOS

Anexo 1 - Questionário (PARTE 1)

1- Qual o seu gênero?

A) Feminino
B) Masculino
C) Outros

2- Qual a sua faixa etária ?

A) 18 - 22 anos
B) 23 - 29 anos
C) 30 - 39 anos
D) 40 ou mais

3- Qual o seu estado civil?

A) Solteiro
B) Casado
C) Viúvo
D) Divorciado / Separado

4- Você estuda em uma Instituição

A) Pública
B) Privada

5- Qual período está cursando?

A) 1° período
B) 2° período
C) 3° período
D) 4° período
E) 5° período
F) 6° período
G) 7° período
H) 8° período

6- Quantos anos de experiência profissional possui? Inclua experiências a tempo inteiro


(emprego formal), estágios, etc.

A) Nenhum
B) Menos de 1 ano

31
C) Entre 1 a 2 anos
D) Entre 2 a 4 anos
E) Mais do que 4 anos

7- Qual a principal fonte de renda pessoal?

A) Trabalho
B) Bolsa / Auxílio
C) Mesada
D) Não possuo renda
E) Outros

8- Qual é o valor mensal da sua renda pessoal? ( S. M. - Salário Mínimo)

A) Sem rendimento
B) Até 1 salário mínimo
C) Entre 1 e 2 S. M.
D) Entre 2 e 4 S. M.
E) Acima de 4 S. M.

9- Como classifica seu conhecimento para gerir suas finanças pessoais?

A) Muito Pouco
B) Pouco
C) Razoável
D) Bom
E) Muito Bom

32
Anexo 2 - Questionário (PARTE 2)

10- Você compra um produto cujo preço é de R$ 10.000,00. Para pagar este produto, são
oferecidas duas opções:

I) Pagar 12 parcelas mensais de R$ 1000,00 cada;

II) Fazer um empréstimo a uma taxa de juros de 20% ao ano, e pagar daqui um ano.

Qual é a opção mais vantajosa?

A) Opção I
B) Opção II
C) Ambas são exatamente iguais
D) Não sei

11- Se você investir hoje R$ 100,00 a uma taxa de 4% ao ano, o seu saldo dentro do
período de um ano será:

A) Maior se os juros forem compostos diariamente do que se for mensalmente


B) Maior se os juros forem compostos anualmente do que se for trimestralmente
C) R$ 140, independente de como são calculado os juros
D) R$100, independente de como são calculado os juros
E) Não sei

12- Se em 2023 o seu salário dobrar e os preços ao consumidor também dobrar, qual será o
seu poder de compra ?

A) Mais do que hoje


B) Exatamente o mesmo que hoje
C) Menos do que hoje
D) Não sei

13- A seguinte afirmação é?

"Comprar uma só ação de uma empresa, normalmente, proporciona um retorno mais


seguro do que comprar uma ação de um fundo de investimento"

A) Falsa
B) Verdadeira
C) Não sei

14- Ana e Pedro têm a mesma idade. Aos 25 anos, Pedro começou a aplicar R$ 1.000,00
por ano, enquanto Ana não poupava nada. Aos 50 anos, Ana percebeu que precisava de
dinheiro para sua aposentadoria e começou a aplicar R$ 2.000,00 por ano, enquanto Pedro
continuou aplicando seus R$ 1.000,00 por ano. Agora eles têm 75 anos. Quem tem mais
dinheiro para sua aposentadoria, se ambos fizeram o mesmo tipo de investimento?

33
A) Eles teriam o mesmo valor, já que na prática pouparam os mesmos valores
B) Ana, porque poupou mais a cada ano
C) Pedro, porque seu dinheiro rendeu por mais tempo a juros compostos
D) Não sei

15- Considerando-se um longo período de tempo (ex.: 10 anos), qual ativo, normalmente,
oferece maior retorno?

A) Conta Poupança
B) Ações
C) Títulos públicos
D) Não sei

34
Anexo 3 - Questionário (PARTE 3)

Classifique os itens abaixo de acordo com a seguinte escala relativa ao nível de importância
que lhes atribui:

16- Manter registros financeiros adequados.

I - Nada importante II - Pouco importante III- Não sei IV- Importante V- Muito Importante

17 -Gastar menos do que ganha

I - Nada importante II - Pouco importante III- Não sei IV- Importante V- Muito Importante

18- Manter uma cobertura de seguros adequada.

I - Nada importante II - Pouco importante III- Não sei IV- Importante V- Muito Importante

19- Planejar e implementar uma estratégia de investimento regular.

I - Nada importante II - Pouco importante III- Não sei IV- Importante V- Muito Importante

35
Anexo 4 - Questionário (PARTE 4)

Classifique as seguintes afirmações, de acordo com a escala apresentada:

20- Faço uma reserva de dinheiro que recebo mensalmente para uma necessidade futura

I) Nunca. (II) Quase nunca (III) Às vezes (IV) Quase sempre (V) Sempre

21- Guardo parte de meu rendimento todos os meses.

I) Nunca. (II) Quase nunca (III) Às vezes (IV) Quase sempre (V) Sempre

22- Guardo dinheiro regularmente para atingir objetivos financeiros de longo prazo como,
por exemplo, educação de meus filhos, aquisição de um imóvel, aposentadoria.

I) Nunca. (II) Quase nunca (III) Às vezes (IV) Quase sempre (V) Sempre

23- Passo a poupar mais quando recebo um aumento salarial

(I) Nunca. (II) Quase nunca (III) Às vezes (IV) Quase sempre (V) Sempre

24 - Nos últimos 12 meses tenho conseguido poupar dinheiro

(I) Nunca. (II) Quase nunca (III) Às vezes (IV) Quase sempre (V) Sempre

36

Você também pode gostar