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TJSP 2021 - 189 Concurso - Espelho
TJSP 2021 - 189 Concurso - Espelho
Abordagem esperada:
Vistos.
9 – (CONTINUIDADE DELITIVA SIMPLES – VITIMA “E”): Comprovado nos autos que foram
diversas as vezes, ao longo de cerca de dois anos, que José manteve relações sexuais com a
vítima “E” mediante paga, deve ser reconhecida a continuidade delitiva simples (artigo 71,
“caput”, CP) mostrando-se mais favorável ao réu, porque não esclarecida a quantidade exata
de vezes, o acréscimo da pena em 1/6, chegando a pena pelo delito do artigo 218-B, § 2º, I, em
04 anos e 08 meses de reclusão, assim sedimentada, mantidas as penas pelos crimes da lei
especial em 01 ano de reclusão, mais 10 dias-multa, no valor unitário mínimo legal, já que
ausentes informações quanto à condição financeira do acusado.
(PRISÃO PREVENTIVA – Art. 387, § 1º, CPP): Considerando-se que o réu permaneceu preso
ao longo de toda a instrução processual, após ter sua prisão preventiva decretada porque
necessária à garantia da ordem pública em razão da gravidade dos atos que se estenderam
por vários anos, bem como da relação de parentesco com as vítimas e, em especial, o fato de
que os indícios demonstrados quando da prisão cautelar ficaram, agora, devidamente
comprovados o que, embora mantida a natureza cautelar da prisão, altera ou complementa
seus fundamentos, ficando mantidos os efeitos da prisão preventiva e, como consequência,
indeferido o pedido para recorrer em liberdade, por ser necessário o seu segregamento do
núcleo familiar e da sociedade como um todo, somando-se agora, a tudo isso, a longa pena à
cumprir no regime mais gravoso.
CUSTAS - (art. 804,CPP)
DATA E ASSINATURA (art. 381, VI, CPP).
A sentença penal, como sabido, é o ato final do processo onde analisado foi a imputação feita
ao processado, resultando na sua condenação ou absolvição. Ou seja, interfere diretamente na
vida do ser humano, na sua liberdade, com reflexos diretos no seu currículo familiar e social.
Daí porque ser exigida, nesse ato, a devida e cuidadosa análise de todas as circunstâncias, fatos
e teses submetidas ao processo, garantido a ampla defesa do processado e sua observância nos
termos da lei.
Na questão posta ao exame dos candidatos cuida-se, como se vê do enunciado, de crimes
diversos, de natureza sexual, praticados contra vítimas em épocas e locais diversos, conforme
minuciosamente posto na questão elaborada. Foi calcada em caso concreto e adaptada, por
óbvio, para seu debate em concurso público, exigindo assim do candidato sua análise frente a
legislação vigente e posições firmadas pelos Tribunais Superiores, tudo como detalhado no
espelho da resposta, feito pelo mínimo que se espera do candidato. Diga-se, ainda, que optou-
se por esse tema por estarem os crimes dessa natureza entre aqueles em que se constata
expressivo aumento na sua ocorrência, exigindo assim dos magistrados de primeira instância
conhecimento e preparo para seu enfrentamento.
E de acordo com esse mínimo exigido é que será observada a distribuição da pontuação,
excluída desse contexto tão somente o relatório da sentença por ter sido expressamente
dispensado na formulação da questão, visto que suprido pelo enunciado. No mais, deve haver
a análise pontual de todos os requisitos de uma sentença e o que dela se espera no caso
submetido à análise dos candidatos.
Assim, o conteúdo da resposta deve ser analisado verificando se houve o enfrentamento de
todas as teses expostas pela pergunta, observado o espelho. E como dele se vê exige-se o
enfrentamento das 07 (sete) teses apresentadas pela defesa, esperando-se a rejeição de todas
elas, com a consequente condenação do réu.
A fundamentação (critério jurídico) será analisada pelo teor das respostas em observância a
legislação aplicada, em confronto com o espelho e será objeto de pontuação maior diante da
sua finalidade principal.
Na sequência, observado deve ser a dosimetria das penas, com especificação de todas as suas
fases destacando, aqui, que o caráter subjetivo na fixação do montante da pena não impedirá
o acolhimento de quantificação diversa daquela fixada no espelho, desde que devidamente
fundamentada, sem apresentar ilegalidade ou teratologia na sua fixação o que, em assim
ocorrendo, autorizará o reconhecimento e erro na proposta apresentada. E no contexto
apresentado, em se tratando de diversos fatos e vítimas, necessário a apreciação individual de
todos os crimes ao réu imputado, sendo vedado ao magistrado pular etapas ou fazer análise
única dessa acusação, garantindo assim, à defesa, o questionamento até mesmo parcial da
pena correspondente ou eventual prescrição, mesmo que parcial.
O dispositivo final, conclusão da análise até então feita, merece atenção especial dos
magistrados para se evitar conflito, confronto ou contradição com a análise até então feita e,
por isso, é analisado com pontuação em separado.
Por fim deve ser analisado se presentes estão todos aspectos formais que dizem respeito ao
processo e ao processado, mas que estão excluídos da análise dos fatos, como sua situação
processual (preventiva), direito de recorrer ou não em liberdade, custas, data e assinatura, tudo
conforme exigido pelo artigo 381, do Código de Processo Penal.
Diante do exposto, e em conformidade com os tópicos analisados, a distribuição da pontuação
será feita individualmente com relação a fundamentação de cada um deles (teses prejudiciais
-0,00/0,60; teses de mérito -0,00/2,00; considerações complementares -0,00/1,00; tipificação
dos crimes -0,00/1,60- dosimetria e suas fases -0,00/1,10; continuidade delitiva simples -
0,00/1,00; continuidade delitiva especial -0,00/1,00; regime prisional -0,00/0,20; dispositivo
final -0,00/0,50 e os aspectos formais da decisão -0,00/1,00) com distribuição de pontos
diferenciados em atenção a especificidade de cada um dos tópicos destacados.