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Estruturas

Metálicas
Prof.ª Karina Taiza Tomé
Características do aço
• Na área da construção civil os metais ferrosos de maior interesse são o aço,
o ferro fundido e o ferro forjado (ou laminado);
• Ferro fundido foi o primeiro material metálico ferroso empregado;
• Ferro forjado usado apenas no século XVIII;
• Caracteriza-se pela elevada resistência em relação ao seu peso próprio;
• Reaproveitamento da estrutura;
• Rapidez na execução.
Classificação química dos
aços

Os aços estruturais são divididos em dois grupos:

a) Aço-carbono;

b) Aço de baixa liga.


Aço-carbono
Possuem em sua composição quantidades limitadas de Carbono (0.1 a 2%),
Manganês, Silício, Enxofre e Fósforo. Outros elementos químicos existem em
quantidades residuais. Em função do teor de Carbono (%) são classificados
em:

a) Aço de baixo carbono;

b) Aço de médio carbono;

c) Aço de alto carbono.


Aço de baixo carbono

• Teor de Carbono C<=0.3%;

• Grande ductilidade e soldabilidade;

• Construção de pontes e edifícios;

• O aço MR250 (também corresponde ao aço ASTM


A36) é o aço (de baixo Carbono) mais utilizado
atualmente em estruturas.
Aço-carbono
Aço de médio Carbono: 0.3<C<0.6%
• Boa tenacidade e resistência;
• Engrenagens e bielas.

Aço de alto Carbono: 0.6<C<2.0%


• Elevada dureza e resistência;
• Molas, componentes agrícolas, trilhos ferroviários.
Aço de baixa liga
• Aço-Carbono acrescido de elementos de liga (Cromo, Cobre, Manganês,
Molibidênio, Níquel, Fósforo, Vanádio, Zircônio, Nióbio), os quais melhoram suas
propriedades mecânicas.

• Maior resistência mecânica que aços de baixo Carbono, considerando um teor de


Carbono (%) idêntico, mantendo a ductilidade e a soldabilidade;
Aço estrutural no Brasil
Muito utilizados no Brasil são os aços de baixa liga, média e alta resistência mecânica.
• A36 : aço de baixo carbono e média resistência;
• A572: aço de baixa liga e alta resistência;
• A588: aço de baixa liga e alta resistência à corrosão.
Aço estrutural – padronização ABNT
Perfis estruturais
Os perfis estruturais podem ser classificados em três grupos em razão do seu processo de
fabricação:

• Perfis formados a frio;

• Perfis laminados (padrão americano e padrão europeu ou de abas planas/ paralelas);

• Perfis soldados.

* As barras de aço e chapas são produtos laminados.


Perfis formados a frio
Estes perfis são obtidos por dobragem (conformação) de chapas planas;
Perfis formados a frio
• Apresentam grande relação inércia/peso produzindo estruturas leves;

• Oferecem grande liberdade de forma e dimensões;

• Por serem fabricados a partir de chapas de pequena espessura (de 1.5 a 6.3 mm) são
mais sensíveis à flambagem local e perda da seção por corrosão;

• Aplicados em estruturas de pequeno porte ou elementos secundários;

• Os critérios de dimensionamento são estabelecidos pela NBR14762:2001 e não fazem


parte do escopo do curso.
Perfis Laminados

• O aço pré-aquecido passa por sucessivos laminadores que lhe


conferem a seção desejada.

• Perfis em forma de H, I, C e L.

• Os perfis C são correntemente chamados de perfis U.

• Os perfis L (cantoneiras) podem ser de abas iguais ou desiguais.


Perfis laminados
Perfis Soldados
• Estes perfis são obtidos pela soldagem de
chapas planas , principalmente em seção do
tipo I;

• Seu uso no Brasil ocorreu em função da


baixa oferta no mercado de perfis
laminados do tipo europeu, sobretudo para
edifícios.
Perfis Tubulares
• Estes perfis são obtidos por laminadores especiais (tubos sem costura) ou a partir de
chapas dobradas e soldadas (tubos com costura);
• São produtos ocos de seção circular, retangular ou quadrada;
• São frequentemente especificados pelo diâmetro externo e espessura da parede.
Propriedades físicas e mecânicas
dos aços estruturais

• Ductilidade e fragilidade
• Resiliência e tenacidade
• Dureza
• Temperatura
• Fadiga
• Corrosão
Ductilidade e fragilidade
• Ductilidade é a capacidade do material em sofrer
deformações sobre ações de cargas;

• Faz com que o material se deforme antes de


ocorrer ruptura;

• Fragilidade é quando o material rompe de forma


brusca, sem que haja aviso prévio.
Resiliência e tenacidade

• A resiliência é a capacidade que o aço tem de


absorver energia mecânica em regime
elástico.;

• A tenacidade é a capacidade de absorver


energia total (elástica e plástica) até a sua
ruptura.
Dureza
Refere-se à resistência ao risco ou abrasão, ou seja, à resistência que a superfície
do material oferece à penetração de um material de maior dureza.
Temperatura

Quando o aço é exposto a temperaturas elevadas, ele passa por


modificações em suas propriedades físicas, sendo que ocorre a redução
da resistência ao escoamento e à ruptura, bem como do módulo de
elasticidade, além de provocar fluência nos aços.
Fadiga

• Ruptura pode ocorrer em tensões inferiores àquelas identificadas nos


ensaios dinâmicos;

• Quando submetidos a carregamento dinâmicos, como em pontes e


peças de equipamento.
Corrosão

Pode ser definida como um processo de reação do aço com alguns


elementos presentes no ambiente no qual se encontra, além de
ocasionar a perda de seção dos elementos de aço e,
consequentemente, da sua resistência, podendo conduzir a estrutura
ao colapso.
Tensões e deformações
Exemplo
• Pórticos simples com perfis de alma cheia;

• Pórticos simples com vigas e/ou colunas


Sistemas treliçadas;
estruturais em
• Pórticos com coluna central;
aço
• Pórticos com tirantes;

• Pórticos com cobertura em arco.


Pórticos simples com perfis de alma cheia
• Estruturas simples e simétricas;

• Perfis laminados ou soldados;

• Cobertura com duas águas inclinadas e


caimento de 5 a 20%;

• Vãos entre 10 a 45 m e altura de 4 a 12


m;

• Distância entre pórticos de 6 a 12m.


Pórticos simples com vigas e/ou pilares treliçados

• As vigas são compostas por perfis


menores, formando treliças, sendo
possível a construção de vãos maiores
sem aumentar o peso da estrutura;

• Os pilares treliçados aumentam a


resistência da estrutura à ação de cargas
horizontais.
Pórticos com coluna central

• Estrutura usada quando são


necessários

• Grandes vãos, da ordem de 30 m;


Pórticos com tirantes

• Utiliza de tirante para coberturas com


inclinação maior do que 15º;

• Reduzir deslocamentos horizontais e


momentos nos pilares;

• Aumento da rigidez do conjunto


estrutural.
Pórticos com cobertura em arco

• Normalmente utilizados em
função das necessidades
arquitetônicas;

• Grandes vãos.
Projeto estrutural

• Garantir segurança quanto ao colapso da estrutura;

• Bom desempenho em situação de uso, impedindo grandes


deslocamentos e vibrações;

• O dimensionamento é realizado de acordo com a NBR 8800 (ABNT,


2008);

• Método dos estados limites: últimos e de serviço.


Estados limites
Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos:

• Garantia da segurança estrutural;

• Garantia de bom desempenho da estrutura.

Os estados limites que devem ser considerados no dimensionamento de uma estrutura, de


acordo com a NBR 8800 (2008) são:

• Estado Limite Último (ELU);

• Estado Limite de Serviço (ELS).


Estado limite último (ELU)
Estado que, por sua ocorrência, pode levar ao colapso total ou parcial da estrutura. Portanto, está
relacionado à segurança estrutural para as combinações de ações mais desfavoráveis.

O esgotamento da capacidade de sustentação da estrutura ou de um componente estrutural pode


levar à:

• Ruptura de seções ou ligações;

• Plastificação total de um elemento;

• Perda de estabilidade;

• Ruptura por fadiga.


Estados limites de serviço (ELS)
Estados Limites de Serviço (ELS) ou utilização: aqueles que, por sua ocorrência,
repetição ou duração, causam efeitos estruturais que não respeitam as condições
especificadas para o uso normal da construção, ou que são indícios de
comprometimento de sua durabilidade.

Exemplos: deformações excessivas, vibração excessiva.


Verificação para o estado limite último (ELU)
• Um dos requisitos exigidos no dimensionamento da estrutura é que seja atendida a segurança
estrutural;

• A verificação da segurança estrutural consiste em comparar as solicitações e resistências.

• Se as resistências (Rd) são superiores às solicitações (Fd), a segurança é atendida.

𝑅𝑑 > 𝐹𝑑

• Solicitações de cálculo ou projeto : Fd

• Resistências de cálculo ou projeto : Rd


Verificação para o estado limite de serviço (ELS)
• Um dos requisitos exigidos no dimensionamento da estrutura é que esta atenda aos critérios para
o ELS.

𝑆𝑠𝑒𝑟 ≤ 𝑆𝑙𝑖𝑚

• 𝑆𝑠𝑒𝑟 : representa os valores dos efeitos estruturais de interesse (deslocamentos verticais (flechas)
e horizontais);

• 𝑆𝑙𝑖𝑚 : representa os valores-limites (deslocamento máximos) adotados para esses efeitos,


fornecidos na tabela C.1 do Anexo C.
Ações atuantes

Ações permanentes (diretas): Ações permanentes (indiretas):

• Peso próprio da estrutura; • Deformações impostas por

• Peso próprio dos elementos retração e fluência do

construtivos fixos e das instalações concreto;

permanentes; • Deslocamentos de apoio;

• Empuxos devido ao peso próprio • Imperfeições geométricas.

de terras não removíveis.


Ações variáveis

• Ação de cargas acidentais: utilização da estrutura ou sobrecarga de


utilização. Exemplo: sobrecarga de pessoas, em coberturas, objetos, etc.;

• Ação do vento;

• Ação da temperatura;

• Ações dinâmicas: vibrações;

• Ações excepcionais: explosões, incêndios, enchentes e sismos;


Carregamento e combinação de ações

• Um carregamento é um conjunto de ações com probabilidade não


desprezível de atuação simultânea;

• Ações devem ser combinadas objetivando determinar os efeitos mais


desfavoráveis para a estrutura;

• Combinações últimas normais, especiais e excepcionais;

• Combinações de utilização quase-permanente, frequente e rara.


Coeficientes das ações
Combinações das ações para o ELU
Ações permanentes: configuram
em todas as combinações.

Normais:

• Ações variáveis = Variável


principal (Fk);

• Variáveis secundárias (Ψ0·Fk).


Ações nas estruturas – NBR 8800: 2008
Ações nas estruturas – NBR 8800: 2008
Ações nas estruturas
– NBR 8800: 2008
Combinações das ações para o ELU
Combinações das ações para o ELS

Combinações quase permanentes de serviço: 𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟𝑣 = ෍ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ෍ 𝜓2,𝑗 ∗ 𝐹𝑄𝑗,𝑘

𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟𝑣
Combinações frequentes de serviço: = ෍ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝜓1 ∗ 𝐹𝑄1,𝑘 + ෍ 𝜓2,𝑗 ∗ 𝐹𝑄𝑗,𝑘

Combinações raras de serviço: 𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟𝑣 = ෍ 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄1,𝑘 + ෍ 𝜓1,𝑗 ∗ 𝐹𝑄𝑗,𝑘


Exemplo
Trabalho

• Entrega dia 09/11 como parte da nota da segunda prova;

• Grupo de até 3 pessoas;

• Cada grupo deverá escolher uma das construções para desenvolver o


trabalho;

• O trabalho deverá sem entregue no formado .pdf;

• Deve conter: introdução, desenvolvimento e conclusão;


O que deve conter no desenvolvimento

• Qual o sistema estrutural utilizado? (vigas, pórticos, vigas treliçadas...);

• Análise estrutural: descrever como os principais (viga, pilar ou pórtico)


elementos estão sendo solicitados;

• Execução da obra;

• Vantagem do uso desse sistema estrutural: descrever o motivo, caso seja


possível encontrar, do uso do aço na construção.
Cada grupo deve escolher uma construção
em aço:

1. Ponte no New River Gorge, West Virginia;


2. Ponte Golden Gate, Califórnia;
3. Ponte Millenium, Londres;
4. Ponte da Normandia, França.
Ponte no New River Gorge, West Virginia, EUA.
Ponte Golden Gate, São Francisco, EUA.
Ponte Millenium, Londres.
Ponte da Normandia, França.

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