Você está na página 1de 5

João Paulo, residente na cidade do Rio de Janeiro, ao tentar comprar um eletrodoméstico, foi informado pelo

estabelecimento vendedor que não seria possível aceitar o pagamento financiado, em virtude de uma
negativação de seu nome junto aos cadastros restritivos de crédito pelo Banco XYZ, sediado no Rio de Janeiro.
João Paulo ficou surpreso, tendo em vista que nunca contratou com tal banco. Diante do ocorrido, João Paulo
buscou informações e verificou que a dívida, origem da negativação, era referente a um contrato de empréstimo
de R$ 10.000,00 que ele nunca celebrou, sendo, portanto, fruto de alguma fraude com seu nome. João Paulo
dirigiu-se ao banco, pedindo a imediata exclusão de seu nome do cadastro restritivo de crédito, o que foi negado
pelo Banco XYZ.

Diante desse cenário, João Paulo entra em contato com você, como advogado(a), pois pretende a retirada
imediata de seu nome dos cadastros restritivos de crédito, já que nunca contraiu a dívida apontada, além de
indenização por danos morais no equivalente a R$ 30.000,00.

AÇÃO PELO RITO ORDINÁRIO

EXMO (A). SR (A). DR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL _______ DA
COMARCA E ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

João Paulo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade


RG nº XXXXXXXX, inscrito no CPF/MF sob nº xxxxxxxx, residente na Cidade do Rio
de Janeiro-RJ, com endereço eletrônico: XXXXXXX, por intermédio de sua advogada
regularmente constituída nos termos de sua procuração, vem, perante V. Exa. propor
AÇÃO PELO RITO ORDINÁRIO, em face do Banco XYZ, inscrito no CNPJ sob o nº
XXXXXXXX, com sede na Cidade e Estado do Rio de Janeiro; pelos fatos, motivos e
fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS

O autor aqui qualificado, na data de ______, interessou-se em


adquirir eletrodomésticos para a sua residência, ao tentar efetuar a
compra em uma das lojas, foi informado pelo estabelecimento
vendedor que não seria possível aceitar o pagamento financiado,
em virtude de uma negativação de seu nome junto aos cadastros
restritivos de crédito pelo Banco XYZ, aqui réu.

Surpreso com o fato apontado tendo em vista que nunca contratou


com tal banco, o autor buscou informações e verificou que a dívida
que lhe foi atribuída era referente a um contrato de empréstimo de
R$ 10.000,00 que ele jamais celebrou.

Assim, o autor procurou a Instituição Financeira para solicitar a


imediata exclusão de seu nome do cadastro restritivo de crédito, o
que foi negado pelo réu.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Por se tratar de relação de consumo por equiparação, amparada pela Lei n. 8.078/90,
observando o disposto que o consumidor é a parte mais vulnerável na relação de
consumo, e no que concerne a matéria probatória, a legislação faculta ao magistrado
determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, conforme o art. 6º,
VIII.
Assim, cabe a ré, demonstrar provas da existência do débito, contrário ao que foi
exposto pelo autor.

Em decorrência dos fatos alegados, pode-se concluir que houve inclusão indevida do
mesmo em cadastro restritivo de crédito, ocorrendo ilícito em contrato fraudulento,
levando a dano moral in re ipsa, nos termos dos art. 14, § 1º do CDC.

A empresa ré está agindo com descaso com o autor, o cadastrando em órgãos de


proteção, se negando a apresentar o contrato supostamente assinado e a lhe oferecer
o devido auxilio.

O Doutrinador Carlos Alberto Bittar, assevera que: "Havendo dano, produzido


injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de reparação, como imposição
natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua própria existência e o
desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente personalizado. É que
investidas ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de valores alheios perturbam o
fluxo tranqüilo das relações sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o
Direito engendra e formula para a restauração do equilíbrio rompido.”

III. – DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO

O credor pode inscrever o devedor inadimplente nos órgãos de proteção ao crédito,


estando no exercício regular do seu direito de receber, entretanto, tamanha as
conseqüências deste ato, o credor deve ter absoluta certeza de que existe uma dívida
de fato não paga, tal cautela foi negligenciada pela empresa, evidenciado ao ser
ignorado o comprovante de pagamento por ele enviado, a ré foi contra todos os
princípios do Código de Defesa do Consumidor.

Sabe-se que se esta cobrança é indevida, uma vez que não há evidências da
celebração do contrato de empréstimo, o credor é responsabilizado civilmente, sujeito
à reparação dos prejuízos causados, inclusive quanto ao dano moral.

IV – DOS DANOS MORAIS


Claramente a conduta da ré causou danos a imagem, a honra e reputação do autor,
que se encontra com a imagem de mau pagador, e ainda foi prejudicado pela ausência
da compra. Nesse sentido, a moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos
mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc.
V da Carta Magna/1988:

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

No mesmo sentido, vem disciplinando o art. 186 e o art. 927, do Código Civil

E por fim, o mais plausível dentro desta relação de consumo, o Código de Defesa do
Consumidor a fim de reparar o dano ao consumidor, dispõe em seu art. 6º, VI, que
deve existir a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;

VI – DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Preceitua o artigo 300, do Código de Processo Civil que:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

Observa-se que o autor preenche os requisitos necessários uma vez que existe prova
concreta do direito existir, sendo assim, para a concessão da tutela de urgência, sendo
assim, pelo também, fundado receio de dano de difícil reparação.

Isto se dá porque a atitude da ré resulta no fato de que, não concedida a tutela


requerida, ao autor serão atribuídos sérios prejuízos. Visto que, além de ter a sua
moral danificada por culpa da ré, não consegue efetuar compras a prazo.
Ressalte-se que o autor nada deve, razão pela qual a negativação de seu nome é
totalmente descabida.

VII – DOS PEDIDOS FINAIS:

Diante o exposto, requer a TOTAL PROCEDÊNCIA dos pedidos iniciais, bem como:

a) A antecipação dos efeitos da tutela, com fulcro no art. 300 do NCPC, no sentido de
excluir os dados pessoais do autor dos sistemas de proteção de crédito ou outro órgão
semelhante;

b) A citação da requerida, para, no prazo legal, querendo, responder ao feito, sob as


penas da revelia;

c) A condenação da requerida ao pagamento de indenização, de cunho compensatório


e punitivo, pelos danos morais causados ao autor, em valor pecuniário de R$30.000
(trinta mil reais);

d) A designação de audiência de conciliação para tentativa de acordo, nos termos do


art. 334 do Código de Processo Civil/2015;

e) A declaração da inexistência do débito;

f) A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º da lei 8.078/90;

g) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

h) Atribui-se à causa o valor de R$30.000,00 (trinta mil reais)

i) Condenação em custas e honorários sucumbenciais;

Nestes termos, pede deferimento.

27 de abril de 2023.

São Paulo/SP

Nome do Advogado

OAB/SP nº ________.

Você também pode gostar