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TERAPIA-COGNITIVO-COMPORTAMENTAL-DE-CASAL-E-FAMÍLIA - Docx 11
TERAPIA-COGNITIVO-COMPORTAMENTAL-DE-CASAL-E-FAMÍLIA - Docx 11
CASAL E FAMÍLIA
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
Introdução ................................................................................................ 3
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 28
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Introdução
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exagerada. Por exemplo, uma esposa que não recebe atenção de seu marido,
quando expõe um problema em seu trabalho, pode sentir raiva e começar a
hostilizar seu companheiro. Outros indivíduos apresentam déficits na percepção
de suas próprias emoções, podem negligenciá-las e, em conseqüência disso,
não expressá-las de forma funcional Esses fatores podem derivar do modelo
educacional recebido em cada contexto familiar original de ambos os parceiros.
Cognições e comportamentos
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• Atribuições: Inferências sobre os motivos das ações do parceiro,
responsabilizando-o pelos acontecimentos. Casais clínicos fazem atribuições de
forma maciça sobre o outro ser o culpado pelo conflito. Por exemplo: concluir
que o parceiro não ama ou não se interessa pelo relacionamento porque não lhe
enviou nenhuma mensagem ao longo do dia.
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A necessidade do laço afetivo
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aos cuidadores primários, na vida adulta são redirecionados aos companheiros”
(Hazan, 2012, p.48).
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e crítica. Fábio, ao se perceber exigido e criticado, fazia o contrário do que Josie
desejava: se afastava para proteger-se da crítica. As atitudes de um suscitavam
as atitudes do outro, gerando ciclos de interações emocionais negativos e, por
consequência, a perda da conexão emocional entre eles.
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Doss, Simpson e Christensen (2004), em uma pesquisa com 147 casais
questionados sobre os motivos que os levaram à terapia, identificaram que as
razões mais comuns eram comunicação problemática e a falta de afeto. Então,
a distância emocional é fator decisivo para busca de tratamento. A emoção
envolve complexas camadas de processos em constante interação com o meio
e estas interações englobam os processos cognitivos, “[a emoção] reflete
fundamentalmente o valor que a mente atribui aos eventos externos e internos
e, então, direciona a alocação dos recursos para promover o processamento
dessas informações” (Dattilio, 2011, p. 56).
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componente do processo de experimentar uma emoção é a interpretação e a
avaliação desse sentimento junto com o uso de estratégias adaptativas ou
desadaptativas para sua regulação” (Leahy, 2016, p.18). O autor distingue
esse seu modelo do esquema emocional do modelo de terapia focada no
esquema de Young et al. (2003). O primeiro modelo centra-se nas crenças sobre
as emoções e nas estratégias para lidar com as mesmas. Por outro lado,
segundo Leahy (2016, p. 20):
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importantes e das emoções, tanto as difíceis, como as agradáveis,
desconstruindo crenças inflexíveis sobre o conteúdo de emoções.
Por exemplo, avaliar uma emoção como desnecessária, inútil, que deve
ser suprimida, só aumenta as interações problemáticas no caso de
relacionamentos amorosos, porque fere os propósitos de apoio, validação e
intimidade. Por outra via, Avigail e McKay (2017) contribuem ao proporem a
integração do trabalho com esquemas à perspectiva da ACT, o que
corresponderia a identificar padrões de aprendizagem que são acionados em
interações problemáticas e ajudar a cultivar a flexibilidade psicológica e
comportamental para que façam escolhas guiadas por valores pessoais, em vez
de ativadas por esquemas desadaptativos.
Aceitação e tolerância
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Doss, & Jacobson, 2014). Os autores identificam três tipos de reações negativas
ante as incompatibilidades: a coerção, a difamação e a polarização.
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A estrutura da prática clínica com casais: integrando
abordagens das TCCs
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O foco não é no evento em si, mas no que aconteceu com o casal diante
do evento. Entrar no conteúdo dos eventos é uma armadilha para o terapeuta,
uma vez que, via de regra, buscam um juiz que avalie quem está certo e quem
está errado. O processo terapêutico ocorre em movimentos sinuosos, porém,
para fins de apresentação, são demarcadas quatro fases.
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parceiros são responsáveis por essa terceira identidade, formada por partes de
cada um, mas que é singular. Após obter uma visão abrangente do
relacionamento como se estivéssemos fazendo um voo panorâmico de
helicóptero e visualizado todo o conjunto da paisagem, faremos aproximação e
pouso na situação-problema que os levou à terapia.
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Identificando as experiências pessoais geradoras de gatilhos no
vínculo amoroso
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Sob a perspectiva da abordagem dos esquemas de Young (2003), a
escolha se fundamenta nas representações mentais de cada parceiro, as quais
oferecem a base para estruturação dos esquemas. Os esquemas podem estar
latentes ou ativos e podem ser adaptativos ou desadaptativos. Nos
relacionamentos amorosos, dado o grau de envolvimento dos parceiros, os
esquemas são acionados de forma intensa e influenciam a escolha do parceiro,
assim como os temas de estresse no relacionamento.
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dentre outros. Assim, pode-se começar a vislumbrar um pequeno passo na
direção de uma ponte para a conexão afetiva.
As diferenças
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diferenças como tesouros que podem enriquecer a vida do casal incentiva outra
representação das mesmas, fomentando atitudes mais flexíveis diante delas.
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mudado: qual o efeito? Qual o custo? Não há caminho certo ou errado, pode-se
inclusive escolher ficar em um relacionamento tóxico, mas é importante que se
tenha clareza da escolha e que se observe o seu efeito. Porém, se o casal está
disposto a fazer algo para melhorar seu relacionamento, é hora de arregaçar as
mangas e botar a mão na massa.
3ª fase: intervenção
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respeito são normalmente desejados. A tarefa terapêutica centra-se em reunir
esforços para auxiliar casais a se aproximarem desses propósitos.
Já que você já sabe que tipo de parceiro você gostaria de ser, quais os
obstáculos para ir nessa direção? Vamos olhar cuidadosamente para o que o
está impedindo de alcançar valores tão fundamentais que você percebe que
tornaria o relacionamento mais gratificante. Apegar-se ao passado, às memórias
de eventos dolorosos mantém o casal em ciclos de interação negativos, como,
por exemplo: “Não adianta, vai dar tudo errado, já deu errado antes”; ou centrar-
se em julgamentos: “Ele(a) errou novamente, incompetente, faz tudo errado, é o
culpado(a)”. Os medos também impedem que se vá na direção dos valores (p.
ex.: medo de ser abandonado ou de ser controlado pelo parceiro). Então, você
pode dar um passo atrás e identificar como sua mente constrói histórias: “Lá vem
a história do parceiro malvado” ou “Lá vem a história de que serei
abandonado(a)”. Nossas histórias não são fatos, não são verdades absolutas,
mas, às vezes, nos fixamos nelas e as vivemos como tal. Isso leva à
inflexibilidade psicológica, o que pode distanciar você do parceiro que gostaria
de ser.
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O terapeuta, então, encoraja os cônjuges a construírem interações
consistentes com os valores que o próprio casal definiu como essenciais. Uma
vez identificados os valores, estes estarão presentes ao longo de todo o
processo terapêutico, buscando-se, em cada evento conflitivo trazido à sessão
pelo casal, os possíveis obstáculos para que se dirijam ao que verdadeiramente
é importante para eles.
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• Contato com o momento presente: Estar presente, enxergar o outro
mais diretamente e não com as lentes de suas crenças distorcidas. Casais têm
uma história e guardam ressentimentos quando não veem suas expectativas
satisfeitas por seus parceiros, é como guardarem um baú de mágoas sempre
aberto para que seu conteúdo seja usado como argumento para pensamentos
de desesperança e de julgamento: “Eu estou certo você está errado” ou “Você
errou mais naquela vez”. A terapia, ao mesmo tempo em que valida o sofrimento
de cada um pelas experiências vividas, questiona a funcionalidade em manter
essas lembranças no presente, uma vez que desejam construir um novo modelo
de relacionamento. Ao contrário, a terapia incentiva que desenvolvam
habilidades para permanecerem no momento presente em sintonia e conexão
com seu parceiro, fomentando respostas emocionais mais adaptativas.
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A comunicação é o componente inerente a todas as interações humanas,
sendo através dela que as relações se constroem, no contexto amoroso tende a
ativar emoções de forma muito intensa. Conforme Greenberg e Goldman (2008),
a comunicação revela sinais emocionais que, com a experiência interativa dos
parceiros, contribuirá para formar um padrão de interação.
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• Criar um ambiente seguro onde o terapeuta será modelo para
escuta empática, validando a expressão de sentimentos.
• Olhar nos olhos de quem fala, o que seria uma forma de mostrar
interesse.
Engajamento emocional
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mesmo, o terreno está preparado para focar no engajamento emocional entre os
parceiros. Reforçar o engajamento contribui para a solidificação dos avanços
alcançados. Quanto mais os parceiros se sentirem seguros para expressarem
seus sentimentos, porque confiam que serão acolhidos, maior será a intimidade
e, por consequência, maior o engajamento emocional no relacionamento
(Johnson, 2012b).
Tarefas de casa como identificar e implementar algo que, do seu ponto de
vista, agradaria o parceiro, tem como objetivo, por um lado, prestar atenção no
cônjuge e, por outro, perceber os sentimentos privados quando se dedicam ao
outro, assim como o efeito que gera no relacionamento. Encorajar os casais a
identificarem como se sentem diante dos eventos da vida em comum e a
expressarem suas emoções de uma forma não violenta, sendo respeitosos com
os sentimentos do outro, a cultivar a abertura, o estar presente com o parceiro e
o desapegar-se dos julgamentos e críticas é trabalhar em prol do engajamento
emocional (Harris, 2009). Esse cenário possibilitará que construam a base para
o novo modelo de interação com mais comprometimento emocional, o que
favorecerá o restabelecimento de um vínculo seguro e de conforto na relação
conjugal.
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4ª Fase: consolidação e finalização
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REFERÊNCIAS
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