Você está na página 1de 14

VOLUME 15, NÚMERO 2

Julho- Dezembro 2019

REEDUCAÇÃO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA COMO TRATAMENTO NÃO


MEDICAMENTOSO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

Food reeducation and physical activity as non-medication treatment of obesity in


adolescents

Reeducación alimentaria y actividad física como tratamento no medicinal de la


obesidade adolescente

Aline Alves Pastor¹, Robson Domingos Estrela de Souza², Gustavo Marques Porto Cardoso³

¹ Bacharel em Nutrição (FAN/BA)

² Mestrando em Ciências de la Motricidad Humana (UPV-CHILE). Docente do Bacharelado


em Educação Física da Faculdade Nobre de Feira de Santana (FAN/BA)
.
³ Mestre em Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade (IHAC-UFBA). Docente do
Bacharelado em Educação Física da Faculdade Nobre de Feira de Santana (FAN/BA)

Correspondência para: gugampc@hotmail.com

SUBMETIDO EM: 18 de novermbro de 2018


Primeira avaliação: 25 de fevereiro de 2019
Resultado final: 10 de julho 2019

RESUMO: A obesidade é um problema que se apresenta relevante em todas as etapas da


vida, porém vem se agravando de forma significativa na adolescência, tomando características
de pandemia. Sendo que adolescentes com dietas não balanceadas e inativos fisicamente
gerarão adultos obesos, o que desencadeia um problema ainda maior de saúde pública. Este
estudo de revisão narrativa de literatura tem por objetivo identificar a relação da reeducação
alimentar e da atividade física como tratamento da obesidade na adolescência. Pode-se
considerar que a obesidade na adolescência é um importante fator de risco para o
aparecimento de comorbidades associadas, sendo de grande significância a prevenção desta
patologia por meio de tratamentos não farmacológico, como a aquisição de hábitos
alimentares saudáveis e a adesão da prática de atividades físicas. Conclui-se que o

143
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

aprofundamento e continuidade da discussão desta temática propicie maior fundamentação


para o aumento da prática de atividades físicas nos adolescentes, em consonância maior
promoção de hábitos alimentares saudáveis, consequentemente, diminuição de prejuízos
futuros.

Palavras-chave: Obesidade na Adolescência. Atividade Física. Reeducação Alimentar.

ABSTRACT: Obesity is a problem that is relevant at all stages of life, but it is becoming
significantly worse in adolescence, taking on characteristics of a pandemic. Being that
adolescents with unbalanced and inactive diets will physically generate obese adults, which
triggers an even greater problem of public health. This study of literature narrative review
aims to identify the relationship of dietary reeducation and physical activity as a treatment of
obesity in adolescence. Adolescent obesity can be considered an important risk factor for the
development of associated comorbidities. The prevention of this pathology through non-
pharmacological treatments, such as the acquisition of healthy eating habits and adherence to
physical activities. It is concluded that the deepening and continuity of the discussion of this
theme provides a greater basis for the increase of the practice of physical activities in
adolescents, in consonance greater promotion of healthy eating habits, consequently, decrease
of future losses.

Key Words: Obesity in Adolescence. Physical Activity. Nutritional Education.

RESUMEN: La obesidad es un problema que es relevante en todas las etapas de la vida, pero
que ha empeorado significativamente en la adolescencia, tomando características pandémicas.
Dado que los adolescentes con dietas desequilibradas y físicamente inactivas generarán
adultos obesos, lo que desencadena un problema de salud pública aún mayor. Este estudio de
revisión de literatura narrativa tiene como objetivo identificar la relación entre la reeducación
dietética y la actividad física como tratamiento para la obesidad en la adolescencia. Se puede
considerar que la obesidad en la adolescencia es un factor de riesgo importante para la
aparición de comorbilidades asociadas, siendo de gran importancia la prevención de esta
patología a través de tratamientos no farmacológicos, como la adquisición de hábitos
alimenticios saludables y la adhesión a la práctica de actividades físicas. Se concluye que la
profundización y la continuidad de la discusión de este tema proporciona una mayor base para
el aumento de la práctica de actividades físicas en adolescentes, en consonancia con una
mayor promoción de hábitos alimenticios saludables, en consecuencia, la reducción de
pérdidas futuras.

PALAVRAS CLAVES: Obesidad em la adolescencia. Actividad física. Reeducacion


alimentaria

INTRODUÇÃO

A obesidade é uma patologia multifatorial caracterizada pelo acúmulo em excesso, de


gordura corpórea, consequência do balanço energético positivo que pode acarretar danos à
saúde e minimizar a qualidade de vida (ABESO, 2016; WHO, 2018). Os aspectos
relacionados a esta problemática, são as mudanças nos hábitos alimentares, onde tem-se

144
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

observado um elevado fornecimento de energia, junto a uma redução na prática de atividade


física, além de fatores econômico e sociais (MENDONÇA e ANJOS, 2004; STURM e
RUOPENG, 2014).
Sendo considerada um relevante problema de saúde pública na sociedade moderna, por
se tratar de uma doença que acarreta grande parcela da população e está em crescente
prevalência. É considerado obeso, o indivíduo cujo a quantidade de gordura relativa à massa
corporal é igual ou excede a 30% no sexo feminino e a 25% no sexo masculino, sendo a
obesidade considerada grave quando caracterizada quando a gordura corporal é maior que
40% no sexo feminino e 35% no sexo masculino (SABIA; SANTOS e RIBEIRO, 2004).
A adolescência é o período de passagem da infância para a vida adulta, e é definido
por impulsos do desenvolvimento físico, social, mental, sexual e emocional. Esse período de
transformação refere-se ao intervalo dos 10 aos 19 anos, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS). Ao longo do processo de crescimento e maturação, as capacidades corporais, a
massa óssea e a relação entre o tecido gorduroso e o muscular, passam por variações de
diversas relevâncias e velocidades. Por preceder a idade adulta, a adolescência é de grande
importância para que se determinem condutas que controlem riscos futuros (EISENSTEIN,
2005)
A obesidade iniciada na infância é gravemente aumentada na adolescência (MULLER,
2001). Ao longo dos anos, a obesidade vem aumentando na fase da adolescência, onde faz-se
necessário a prevenção e tratamento dessa patologia, para que suas complicações não sejam
estendidas para a fase adulta, diminuindo a sua possibilidade de prevenção com métodos não
farmacológicos (CELESTRINO e COSTA, 2006). Foi demonstrado, em um estudo realizado
por Miranda et al. (2015), na cidade de São Paulo, uma prevalência de 45,1% de sobrepeso
em estudantes da escola privada e 14,8% estudantes da escola pública, um total de 59,90%
dos adolescentes. Estudos mais recentes como o de Bruscrato et al. (2016) e Machado et al.
(2018) corroboram com os altos índices de sobrepeso em adolescentes.
Quando a obesidade ocorre de forma significativa no período da adolescência,
favorece uma autoimagem negativa, comportamento indiferente, isolamento da sociedade que
são acentuados pela insuficiente aceitação de si próprio e aceitação social. Consequentemente,
se não tiver uma adequada interferência aos fatores preventivos e de promoção da saúde ainda
nesta fase da vida, tendem a ser transportados para a fase adulta (MULLER, 2001).
A obesidade e o sobrepeso dispõem ao adolescente inúmeras complicações fisiológicas
e psicossociais e por essa razão, a prevenção dessa patologia deve ser feita ainda nesta fase do

145
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

ciclo da vida, visto que a aderência as práticas de atividade física e reeducação alimentar são
de mais fácil inserção devido a este indivíduo ainda estar em fase de construção enquanto
sujeito inserido em uma sociedade (CELESTRINO e COSTA, 2006).
A alimentação exerce uma função definitiva na regulação energética, e é a principal
razão do descontrole entre a entrada e o gasto energético. É cada vez mais constante o
consumo de refeições industrializadas, de elevado conteúdo energético, a base de gordura
saturada e colesterol. Não só a quantidade consumida, como também a composição da
alimentação pode influenciar no progresso do sobrepeso e, consequentemente, a obesidade. A
maneira de preparação dos alimentos, também faz com que seja realizado um consumo maior
do que o necessário de nutrientes em uma dieta diária, gerando um aumento de peso
(SIGULEM et al., 2002).
A reeducação alimentar relaciona-se à prática dos princípios básicos da alimentação,
como a porção e a qualidade dos alimentos certos para todas as refeições. A atividade física
propicia grande vantagem na qualidade de vida do adolescente, como a diminuição da gordura
corporal sem intervenção no metabolismo basal (CELESTRINO e COSTA, 2006).
A prática de atividade física é recomendada para o tratamento não medicamentoso da
obesidade e dos fatores de risco a ela associados (DIAS; MONTENEGRO e MONTEIRO,
2014). Sendo esta grande geradora de um aumento no gasto energético (PIAIA; ROCHA e
VALE, 2007).
No decorrer da adolescência, exclusivamente, existem comprovações de que a
atividade física conduz a benefícios relacionados à saúde esquelética (conteúdo mineral e
densidade óssea), ao equilíbrio da pressão sanguínea e da obesidade. Além das vantagens
diretas, estudos que analisaram o rastreamento da atividade física corroboram que o
desenvolvimento da inatividade física, quando começado na infância ou adolescência, se torna
mais constante na fase adulta, dificultando a realização de mudanças (TASSITANO et al.,
2007).
Segundo Vieira, Priore e Fisberg (2002), paralelo a uma boa alimentação, a atividade
física pode ser uma alternativa relevante para o crescimento e desenvolvimento normal
durante a adolescência, sobretudo para a diminuição dos ricos de comorbidades ou
adoecimento no futuro.
Sabia, Santos e Ribeiro (2004) relatam que a obesidade na adolescência pode ser
possivelmente mantida na fase adulta. Nas idades menores o índice de morbidade não é tão
frequente, porém na fase adulta há um aumento significativos destes riscos, por associação a

146
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

doença arteriosclerótica, hipertensão e alterações metabólicas. No adolescente acrescenta-se a


isso as alterações de transição a fase adulta, baixa autoestima, sedentarismo, lanches mal
balanceados e a propagação de propaganda consumista.
Principalmente para o adolescente a atividade física proporciona como vantagens o
estímulo a socialização, diminuem as possibilidades de vícios em drogas lícitas ou ilícitas,
reforça a autoestima, melhora no equilíbrio da ingestão alimentar e do gasto de calorias e leva
a uma menor predisposição a doenças (VIEIRA; PRIORE e FISBERG, 2002).
Ainda, o American College of Sports Medicine (ACSM, 2015) afirma que para todos
os indivíduos, assim como aos adolescentes, os benefícios da atividade física/exercício físico
regulares são: melhora nas funções cardiovascular e respiratória, redução dos fatores de
risco para doenças cardiovasculares, diminuição da morbidade e mortalidade, diminuição da
ansiedade e da depressão, aumento da função cognitiva. Recomendando a participação destes
indivíduos em atividades moderadas de no mínimo 30 min e 5 vezes na semana ou em
atividades vigorosas de 20 min e 3 vezes por semana.
O presente trabalho justifica-se por se tratar de um tema atual e bastante importante,
pouco discutido na literatura, principalmente com relação a abordagem nutricional e a
atividade física em conjunto como tratamento da obesidade na adolescência, onde esta pode
vir a causar diversas complicações na vida adulta se não tratada adequadamente. Tendo como
objetivo, identificar a relação da reeducação alimentar e da atividade física como tratamento
da obesidade na adolescência.

METODOLOGIA

Trata-se de uma Revisão Narrativa de Literatura realizada nas bases de dados, Google
Acadêmico, SciELO e LILACS, utilizando como palavras chaves “obesidade na
adolescência”, “atividade física” e “reeducação alimentar” em conjunto. Os artigos foram
selecionados de acordo com o ano de publicação, de 2002 a 2016. Artigos que fugiram da
proposta temática foram excluídos da seleção da presente pesquisa.
Segundo Bento (2012), a revisão de literatura envolve localização, análise,
interpretação e síntese de revistas científicas, livros, resumos, artigos e etc., para realização de
um processo de investigação de trabalhos já publicados sobre o tema escolhido.
A Revisão Narrativa de Literatura segundo Rother (2007, p. 5),

147
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

são publicações amplas, apropriadas para descrever e discutir o


desenvolvimento ou o "estado da arte" de um determinado assunto, sob
ponto de vista teórico ou contextual. As revisões narrativas não informam as
fontes de informação utilizadas, a metodologia para busca das referências,
nem os critérios utilizados na avaliação e seleção dos trabalhos. Constituem,
basicamente, de análise da literatura publicada em livros, artigos de revista
impressas e/ou eletrônicas na interpretação e análise crítica pessoal do autor.

Porém, para que os critérios para análise deste estudo fossem de forma mais
delimitada, os autores propõem simples critérios de inclusão e exclusão de literatura, para que
não se fuja do foco da pesquisa, levando o leitor a uma melhor leitura e entendimento do que
se propõe a discutir.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Obesidade na adolescência e seus fatores influenciadores

A obesidade em pacientes adolescentes é um fator importante para o desenvolvimento


de doenças metabólicas. O excesso de gordura corporal, principalmente gordura acumulada na
região abdominal, em pacientes adolescentes, está diretamente associado a complicações
como: aumento da pressão arterial, alterações no perfil lipídico, hipersinsulinemia, diabetes
melito tipo II e doenças cardiovasculares (OLIVEIRA et. al., 2004).
Segundo Celestrino e Costa (2006) o uso de equipamentos eletrônicos ajudam a
contribuir para a obesidade, em especial a televisão, pois, as propagandas de alimentos,
induzem ao consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, e aumentam o
sedentarismo, pois levam esses adolescentes ao abandono das atividades físicas como
brincadeiras ou jogos tradicionais, minimizando os níveis de atividade física.
Em um estudo realizado por Carmo et al. (2006) foi realizada uma avaliação do
consumo alimentar de adolescentes, onde apenas 6,2% dos adolescentes estudados,
realizavam ingestão energética de acordo com as necessidades, 83,8% apresentaram um
consumo energético acima dos valores recomendados. Destacou-se um elevado consumo de
alimentos ricos em de gorduras em cerca de 36,7% dos adolescentes, e um consumo elevado
de doces, onde cerca de 78,2% consumiam 3,8 porções diárias que ultrapassavam a
recomendação de no máximo 2 porções diárias, um consumo médio diário de refrigerantes e
bebidas açucaradas (cerca de 230-550ml) o que aumentava o índice de obesidade.

148
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

O elevado consumo de alimentos ricos em gorduras e pobres em fibras, ajudam no


desenvolvimento da obesidade em pacientes adolescentes (NEUTZLING et. al., 2006).

Emagrecimento como tratamento não farmacológico

O adolescente passa por vários processos de maturação, dentre eles estão a maturação
cognitiva, biológica e psicossocial. A definição da própria identidade, busca por autonomia,
questionamento de modelos familiares ocorre na fase psicossocial. O sujeito quando
adolescente, se torna o resultado de uma comunicação entre padrões herdados da família e o
ambiente onde vive. Essa interação é responsável pelo desenvolvimento de hábitos
alimentares, junto com transformações hormonais e sociais e as mudanças corporais mostram
ser de grande relevância durante essa fase (FREITAS et. al., 2009).
A consequência de fatores sociais, influências socioculturais e da mídia, causam uma
distorção da percepção da imagem corporal em adolescentes, além da vontade de ter um corpo
perfeito e ideal segundo padrões o que gera uma grande decepção nessa fase (FREITAS et.
al., 2009). A reprovação da sociedade com pessoas que estão com o peso elevado e a pressão
da mídia com padrões de beleza, fazem com que os adolescentes tenham o desejo de serem
cada vez mais magros, e utilizarem de técnicas não saudáveis para o controle de peso,
podendo desenvolver transtornos alimentares (TA) como anorexia nervosa e bulimia nervosa
(DUNKER; FERNANDES e CARREIRA FILHO, 2009).
Em um estudo realizado por Dunker, Fernandes e Carreira Filho (2009) mostrou que
os adolescentes que realizam dietas são adolescentes geralmente de escolas particulares.
Acredita-se que os TA se iniciam com uma redução de peso, sendo o resultado de uma doença
física ou de dietas rigorosas, em razão do peso ideal ou imaginário. A restrição calórica,
objetivando a redução do peso se associa com a obsessão pela comida, ansiedade com
alimentação, interferência na regulação natural da fome, hábitos de esconder alimentos e
desnutrição.
Segundo Dias, Monteiro e Monteiro (2014) a atividade física se destaca como um
importante fator para o emagrecimento, pois ela aumenta o gasto energético do indivíduo,
sendo usada para o tratamento não medicamentoso da obesidade. Logo, a prática regular de
atividade física proporciona redução no peso corporal e melhora doenças crônicas (LUCIANO
et. al., 2016).

149
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

Atividade Física e o controle do balanço energético

O entendimento dos elementos que influenciam o balanço energético é de grande


importância para a compreensão da regulação da massa corporal. O balanço energético
acontece através do acúmulo de energia e por outro lado, o gasto dessa energia. Esses fatores
podem levar ao acúmulo ou redução excessiva de energia armazenada endogenamente, como
gordura corporal e a obesidade acontece como o resultado do desequilíbrio entre o consumo e
o gasto de energia. O exercício físico demonstra um alto efeito termogênico, sendo este o
componente mais modificável do gasto energético total, ajudando na produção de um balanço
energético negativo, ainda controlando a ingestão alimentar (PIAIA; ROCHA e VALE, 2007).
A atividade física é primordial para o melhoramento e desenvolvimento do
adolescente, nos aspectos sociais, morfológicos e fisiológicos, melhorando seu desempenho
(VIEIRA; PRIORE e FISBERG, 2002).
Segundo Ramos (2002) a atividade física contribuí para estimular o aumento da
estatura, crescimento da espessura do osso, melhora o controle do peso corporal, adolescentes
ativos possuem um menor percentual de gordura corporal, quando compradas a adolescentes
inativos, a mesma, aumenta a força muscular, a flexibilidade, hipertrofia muscular, aumenta a
resistência cardiorrespiratória, diminui os níveis de colesterol e triglicerídeos no plasma, e
previne doenças cardiovasculares.
A aptidão física é o conjunto de atributos que o indivíduo adquire, podendo ser
mantida ou melhorada através do exercício físico e sendo medidos através de testes
específicos, a aptidão física é de suma importância para o crescimento e maturação de
crianças e jovens (FIGUEIREDO et. al., 2011).
Os exercícios aeróbicos (EA) são os mais eficazes para o tratamento da obesidade,
pois estes trazem um maior gasto de energia, porém o tratamento com o exercício resistido
(ER) exerce uma influência positiva sobre o tratamento. Sendo o EA comumente utilizado
para programas de emagrecimento, como tipo de exercício físico mais eficiente para a perda
de massa corporal, isso acontece devido ao aumento do déficit energético gerado pelo
exercício durante e após o final do mesmo. O aumento do consumo de oxigênio pós exercício
é um dos motivos positivos do exercício aeróbico em relação à perda, ou manutenção do peso
corporal (DIAS; MONTENEGRO e MONTEIRO, 2014).
O ER é pouco estudado como parte integrante de programas para o tratamento e
prevenção da obesidade, possivelmente pelo menor gasto energético e mobilização de

150
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

gordura, comparado ao EA, porém, existem diferenças nas respostas hormonais e no melhor
balanço proteico muscular. Os programas de ER supervisionados, e bem elaborados podem
ser mais seguros que alguns esportes, por isso o treinamento de força está sendo incluído
como componente essencial de aptidão física. Crianças e adolescentes, tem mostrado
alterações positivas em seus perfis metabólicos, perda de peso e melhoria da composição
corporal com exercícios aeróbicos associados ao exercício resistido (DIAS; MONTENEGRO
e MONTEIRO, 2014). Piaia, Rocha e Vale (2016) acreditam que os adolescentes tendem a
recuperar o peso, quando interrompem com o programa de exercício físico.

Reeducação alimentar e o enfrentamento da obesidade

Estudo realizado por Piaia, Rocha e Vale (2007) demonstra que indivíduos com
obesidade tendem a um aumento de peso por consumirem uma elevada quantidade de
carboidratos, juntamente com uma elevada concentração de alimentos gordurosos. Para o
tratamento desta patologia, é necessária uma redução na quantidade de calorias da dieta,
evitando acúmulo de gordura, desta forma a transformação do estilo de vida, através da
reeducação alimentar, é um tratamento bastante eficaz em pacientes adolescentes. O consumo
de dietas pobres em gorduras, e ricas em vegetais e cereais integrais, verduras e frutas, ajudam
na redução do peso corporal e no controle de diversas doenças causadas pelo sobrepeso ou
obesidade (NEUTZLING et. al., 2007).
Estratégias educativas, como a redução do consumo de doces em elevadas
quantidades, bebidas com adição de açúcar e refrigerantes, e uma dieta balanceada e
equilibrada, ajudam na redução de sobrepeso e obesidade de indivíduos adolescentes e
contribui para a qualidade de vida dos mesmos auxiliando a prevenção de agravos à saúde na
vida adulta (CARMO et. al., 2006).
Conforme Apetito et al. (2010) dietas consideradas não seguras, e sem
acompanhamento de profissional capacitado, vem sendo praticadas por diversos adolescentes,
que pretendem uma perda de peso rápida, dietas essas que oferecem uma restrição alimentar
muito grande como o uso de shakes, dietas sem carboidratos e com elevado índice de
alimentos dietéticos, podem causar a curto prazo, danos à saúde, alterações corporais e até
mesmo um transtorno alimentar.
Porém, Santos (2010, p. 472) afirma que:

151
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

A reeducação alimentar também tem a característica de ser uma estratégia


proposta para todos os indivíduos e não para grupos específicos, embora
procurando respeitar suas individualidades. Todos, adultos e crianças,
mulheres e homens, ricos e pobres, estão sendo convocados para esta
empreitada de emagrecimento dos corpos, construindo, dentre outras coisas,
novos padrões alimentares. Tais mensagens estão cada vez mais presentes
nas nossas vidas, de tal forma que, embora alguns tenham uma suposta
liberdade de escolha, é muito difícil ficar imune a esta proposição.

A perda de peso considerada segura, é aquela que acontece a longo prazo, pois
realizar uma restrição energética excessiva pode acarretar em perda de massa magra, fraqueza,
anormalidades hepáticas, e consequências metabólicas significativas, por isso faz se
necessário uma reeducação alimentar, para que esses danos venham a ser evitados, e para que
o peso seja recuperado (APETITO et. al., 2010).
As mudanças no consumo alimentar, como a redução do consumo de lanches
gordurosos e doces, assim como o hábito de comer devagar, e realizar uma refeição variada
com o consumo elevado de fibras, proteínas como peixes e ovos, verduras, frutas e cereais
integrais e também aumentar o fracionamento das refeições e diminuir a quantidade
consumida, como uma prática contínua e a longo prazo, ajuda o adolescente reduzir gordura
corporal e evitar complicações metabólicas e riscos à saúde na fase adulta (SILVEIRA et. al.,
2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se considerar, que a obesidade na adolescência é um importante fator de risco


para o desenvolvimento de doenças, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, e até mesmo
transtornos alimentares. Desta maneira, os achados deste estudo mostram a necessidade de
mudanças para a prevenção e enfrentamento desse distúrbio nutricional que acomete os
adolescentes. Dentre os principais elementos, encontrados nos estudos analisados, para
enfrentar a obesidade e manter uma vida saudável, destacam-se a realização de atividade
física, com a implantação de programas de exercício físico, e incentivo à aquisição de hábitos
alimentares saudáveis como a reeducação alimentar.
A continuidade e o aperfeiçoamento desse tipo de estudo se fazem necessário para
proporcionar benefícios que fundamentem o aumento de atividade física na fase da
adolescência e a promoção de hábitos alimentares saudáveis, consequentemente evitando
prejuízos futuros.

152
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

REFERÊNCIAS

ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.


Diretrizes Brasileira de Obesidade. 4. ed. São Paulo: ABESO, 2016. Disponível em: <
http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/92/57fccc403e5da.pdf>. Acesso em: 27 de
janeiro de 2019.

ACSM. American College of Sports Medicine. Health-Related Physical Fitness Assessment


Manual. 4 ed. Baltimore: Lippincott Williams e Wilkins, 2013.

APETITO, L. et al. Prática de dietas de emagrecimento por escolares adolescentes. Journal


of Health Sciences Institute, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 329-333, out./dez. 2010. Disponível
em: <https://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2010/04_out-
dez/V28_n4_2010_p329-333.pdf>. Acesso em: 28 de outubro de 2016.

BENTO, A. V. Como fazer uma revisão da literatura: considerações teóricas e práticas.


Revista JA (Associação Académica da Universidade da Madeira), v. 7, n. 65, p. 42-44,
mai. 2012. Disponível em: < http://www3.uma.pt/bento/Repositorio/Revisaodaliteratura.pdf>.
Acesso em: 12 de agosto de 2016.

BRUSCATO, N. M. et al. A prevalência de obesidade na infância e adolescência é maior em


escolas públicas no sul do Brasil. Nutrición clínica y dietética hospitalaria, v. 36, n. 4, p.
59-64, dez. 2016. Disponível em: < http://revista.nutricion.org/PDF/SANTANA.pdf>. Acesso
em: 27 de janeiro de 2019.

CARMO, M. B. et al. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com adição de açúcar entre
adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Revista Brasileira de
Epidemiologia, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 121-130, 2006. Disponível em: <
https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2006.v9n1/121-130/pt >. Acesso em: 28 de outubro de
2016.

CELESTRINO, J. O; COSTA, A. S. A prática de atividade física entre escolares com


sobrepeso e obesidade. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 5
(especial), n. 3, p. 47-54, 2006. Disponível em: <
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1896/1368>. Acesso em: 14
de janeiro de 2017.

DIAS, I.; MONTENEGRO, R.; MONTEIRO, W. Exercícios físicos como estratégia de


prevenção e tratamento da obesidade: aspectos fisiológicos e metodológicos. Revista
Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 70-79, jan./mar. 2014.
Disponível em: < http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/9808/8770>. Acesso em: 30 outubro de
2016.

DUNKER, K. L. L.; FERNANDES, C. P. B.; CARREIRA FILHO, D. Influência do nível


socioeconômico sobre comportamentos de risco para transtornos alimentares em
adolescentes. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 58, n. 3, p. 156-61, 2009.

153
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v58n3/03.pdf>. Acesso em: 28 de outubro


de 2016.

EISENSTEIN, E. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência e Saúde, Rio


de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 6-7, abr./jun. 2005. Disponível em: <
https://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/sau2202/pdf/aula%201%20_leitura_adolesce
ncia_def_conc_criterios.pdf>. Acesso em: 14 de setembro de 2016.

FIGUEIREDO, C. et al. Obesidade e sobrepeso em adolescentes: relação com atividade física,


aptidão física, maturação biológica e “status” socioeconômico. Revista Brasileira de
Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 225-235, abr./jun. 2011. Disponível em:
< http://www.journals.usp.br/rbefe/article/view/16810/18523>. Acesso em: 13 de janeiro de
2017.

FREITAS, A. R. et al. Insatisfação da imagem corporal, práticas alimentares e de


emagrecimento em adolescentes do sexo feminino. Revista Brasileira de Nutrição Clínica,
Porto Alegre, v. 24, n. 3, p. 166-73, jul./set. 2009. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Novello_D/publication/263087340_Insatisfacao_da_im
agem_corporal_praticas_alimentares_e_de_emagrecimento_em_adolescentes_do_sexo_femin
ino/links/00b49539cb52c972f1000000/Insatisfacao-da-imagem-corporal-praticas-alimentares-
e-de-emagrecimento-em-adolescentes-do-sexo-feminino.pdf> Acesso em: 02 de novembro de
2016.

LUCIANO, A. P. et al. Nível de Atividade Física em Adolescentes Saudáveis. Revista


Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 191-194, mai./jun. 2016.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbme/v22n3/1517-8692-rbme-22-03-00191.pdf>.
Acesso em: 02 de novembro de 2016.

MACHADO, J. A. P. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças do ensino


fundamental I na cidade de Boa Viagem-CE. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e
Emagrecimento, São Paulo, v. 12, n. 70, p. 175-181, mar./abr. 2018. Disponível em: <
http://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/673/522>. Acesso em: 27 de janeiro
de 2019.

MENDONÇA, C. P.; ANJOS, L. A. dos. Aspectos das práticas alimentares e da atividade


física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, p. 698-709, mai./jun. 2004. Disponível em: <
https://www.scielosp.org/pdf/csp/2004.v20n3/698-709/pt>. Acesso em: 07 de dezembro de
2016.

MIRANDA, J. M. Q. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade infantil em instituições de


ensino: públicas vs. privadas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v.
21, n. 2, p. 104-107, mar./abr. 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86922015000200104&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 de janeiro de 2019.

MULLER, R. C. L. Obesidade na adolescência. Pediatria Moderna, São Paulo, v. 37, edição


especial, p. 45-48, mai. 2001.

154
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

NEUTZLING, M. B. et al. Frequência de consumo de dietas ricas em gordura e pobres em


fibra entre adolescentes. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 13, p. 336-342, jun.
2007. Disponível em: < https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2007.v41n3/336-342/pt>. Acesso
em: 23 novembro de 2016.

OLIVEIRA, C. L. et al. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Revista


de Nutrição, Campinas, v. 17, n. 2, p. 237-45, abr./jun. 2004. Disponível em: <
http://www.repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/2129/S1415-
52732004000200010.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 13 de fevereiro de 2017.

PIAIA, C. C.; ROCHA, F. Y.; VALE, G. D. B. F. G. Nutrição no exercício físico e controle


de peso corporal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 1, n. 4, p. 40-48,
jul./ago. 2007. Disponível em:
<http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/viewFile/37/36>. Acesso em: 28 de janeiro
de 2017.

RAMOS, A. T. Atividade Física: diabéticos, gestantes, terceira idade, crianças e obesos. 3


ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002. 109 p.

ROTHER, E. T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta paulista de enfermagem, São


Paulo, v. 20, n. 2 (editorial), p. v-vi, jun. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002007000200001>.
Acesso em: 12 agosto de 2016.

SABIA, R. V.; SANTOS, J. E.; RIBEIRO, R. P. P. Efeito da atividade física associada à


orientação alimentar em adolescentes obesos: comparação entre o exercício aeróbio e
anaeróbio. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 5, p. 349-55, set./out. 2004.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbme/v10n5/v10n5a02.pdf>. Disponível em
16 de janeiro de 2017.

SANTOS, L. A. S. Da dieta à reeducação alimentar: algumas notas sobre o comer


contemporâneo a partir dos programas de emagrecimento na Internet. Physis: Revista de
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 459-474, abr./jun. 2010. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/physis/v20n2/a07v20n2.pdf>. Acesso em: 28 de janeiro de 2017.

SIGULEM, D. M. et al., Obesidade na infância e na adolescência. Compacta Nutrição, v. 2,


n. 1, p. 7-18, 2001. Disponível em: < http://sweetlift.com.br/wp-
content/uploads/2013/04/Sweet-Lift-3.pdf>. Acesso em: 13 de dezembro de 2016.

SILVEIRA, A. M. et al. Efeito do atendimento multidisciplinar na modificação dos hábitos


alimentares e antropometria de crianças e adolescentes com excesso de peso. Revista Médica
de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 20, n. 3, p. 277-284, jul./set. 2010. Disponível em: <
http://rmmg.org/artigo/detalhes/350#>. Acesso em: 29 de outubro de 2016.

STURM, R.; AN, R. Obesity and economic environments. CA: a cancer journal for
clinicians, v. 64, n. 5, p. 337-350, sep./oct. 2014. Disponível em: <
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.3322/caac.21237>. Acesso em: 27 de janeiro de
2019.

155
Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019

TASSITANO R. M. et al. Atividade física em adolescentes brasileiros: uma revisão


sistemática. Revista Brasileira Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis,
v. 9, n. 1, p. 55-60, jan./mar. 2007. Disponível em: <
http://www.ceap.br/material/MAT23022012201228.pdf>. Acesso em: 13 de janeiro de 2017.

VIEIRA, V. C. R.; PRIORE, S. E.; FISBERG, M. A atividade física na


adolescência. Adolescência Latinoamericana, Porto Alegre, v. 3, n. 1, ago. 2002. Disponível
em: < http://www.jocelemsalgado.com.br/textoImpressao.aspx?idContent=794>. Acesso em:
28 de dezembro de 2016.

WHO. World Health Organization. Obesity and Overweight. Genebra, 16 fev. 2018.
Disponível em: < https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-
overweight>. Acesso em: 27 de janeiro de 2019.

156

Você também pode gostar