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Reeducação Alimentar e Atividade Física Como Tratamento Não Medicamentoso Da Obesidade em Adolescentes (Pastor, Souza, Cardoso, 2019)
Reeducação Alimentar e Atividade Física Como Tratamento Não Medicamentoso Da Obesidade em Adolescentes (Pastor, Souza, Cardoso, 2019)
Aline Alves Pastor¹, Robson Domingos Estrela de Souza², Gustavo Marques Porto Cardoso³
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Pastor, Souza & Cardoso; ARQUIVOS em MOVIMENTO, v.15, n.2, p.143-156, JUL- DEZ 2019
ABSTRACT: Obesity is a problem that is relevant at all stages of life, but it is becoming
significantly worse in adolescence, taking on characteristics of a pandemic. Being that
adolescents with unbalanced and inactive diets will physically generate obese adults, which
triggers an even greater problem of public health. This study of literature narrative review
aims to identify the relationship of dietary reeducation and physical activity as a treatment of
obesity in adolescence. Adolescent obesity can be considered an important risk factor for the
development of associated comorbidities. The prevention of this pathology through non-
pharmacological treatments, such as the acquisition of healthy eating habits and adherence to
physical activities. It is concluded that the deepening and continuity of the discussion of this
theme provides a greater basis for the increase of the practice of physical activities in
adolescents, in consonance greater promotion of healthy eating habits, consequently, decrease
of future losses.
RESUMEN: La obesidad es un problema que es relevante en todas las etapas de la vida, pero
que ha empeorado significativamente en la adolescencia, tomando características pandémicas.
Dado que los adolescentes con dietas desequilibradas y físicamente inactivas generarán
adultos obesos, lo que desencadena un problema de salud pública aún mayor. Este estudio de
revisión de literatura narrativa tiene como objetivo identificar la relación entre la reeducación
dietética y la actividad física como tratamiento para la obesidad en la adolescencia. Se puede
considerar que la obesidad en la adolescencia es un factor de riesgo importante para la
aparición de comorbilidades asociadas, siendo de gran importancia la prevención de esta
patología a través de tratamientos no farmacológicos, como la adquisición de hábitos
alimenticios saludables y la adhesión a la práctica de actividades físicas. Se concluye que la
profundización y la continuidad de la discusión de este tema proporciona una mayor base para
el aumento de la práctica de actividades físicas en adolescentes, en consonancia con una
mayor promoción de hábitos alimenticios saludables, en consecuencia, la reducción de
pérdidas futuras.
INTRODUÇÃO
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ciclo da vida, visto que a aderência as práticas de atividade física e reeducação alimentar são
de mais fácil inserção devido a este indivíduo ainda estar em fase de construção enquanto
sujeito inserido em uma sociedade (CELESTRINO e COSTA, 2006).
A alimentação exerce uma função definitiva na regulação energética, e é a principal
razão do descontrole entre a entrada e o gasto energético. É cada vez mais constante o
consumo de refeições industrializadas, de elevado conteúdo energético, a base de gordura
saturada e colesterol. Não só a quantidade consumida, como também a composição da
alimentação pode influenciar no progresso do sobrepeso e, consequentemente, a obesidade. A
maneira de preparação dos alimentos, também faz com que seja realizado um consumo maior
do que o necessário de nutrientes em uma dieta diária, gerando um aumento de peso
(SIGULEM et al., 2002).
A reeducação alimentar relaciona-se à prática dos princípios básicos da alimentação,
como a porção e a qualidade dos alimentos certos para todas as refeições. A atividade física
propicia grande vantagem na qualidade de vida do adolescente, como a diminuição da gordura
corporal sem intervenção no metabolismo basal (CELESTRINO e COSTA, 2006).
A prática de atividade física é recomendada para o tratamento não medicamentoso da
obesidade e dos fatores de risco a ela associados (DIAS; MONTENEGRO e MONTEIRO,
2014). Sendo esta grande geradora de um aumento no gasto energético (PIAIA; ROCHA e
VALE, 2007).
No decorrer da adolescência, exclusivamente, existem comprovações de que a
atividade física conduz a benefícios relacionados à saúde esquelética (conteúdo mineral e
densidade óssea), ao equilíbrio da pressão sanguínea e da obesidade. Além das vantagens
diretas, estudos que analisaram o rastreamento da atividade física corroboram que o
desenvolvimento da inatividade física, quando começado na infância ou adolescência, se torna
mais constante na fase adulta, dificultando a realização de mudanças (TASSITANO et al.,
2007).
Segundo Vieira, Priore e Fisberg (2002), paralelo a uma boa alimentação, a atividade
física pode ser uma alternativa relevante para o crescimento e desenvolvimento normal
durante a adolescência, sobretudo para a diminuição dos ricos de comorbidades ou
adoecimento no futuro.
Sabia, Santos e Ribeiro (2004) relatam que a obesidade na adolescência pode ser
possivelmente mantida na fase adulta. Nas idades menores o índice de morbidade não é tão
frequente, porém na fase adulta há um aumento significativos destes riscos, por associação a
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METODOLOGIA
Trata-se de uma Revisão Narrativa de Literatura realizada nas bases de dados, Google
Acadêmico, SciELO e LILACS, utilizando como palavras chaves “obesidade na
adolescência”, “atividade física” e “reeducação alimentar” em conjunto. Os artigos foram
selecionados de acordo com o ano de publicação, de 2002 a 2016. Artigos que fugiram da
proposta temática foram excluídos da seleção da presente pesquisa.
Segundo Bento (2012), a revisão de literatura envolve localização, análise,
interpretação e síntese de revistas científicas, livros, resumos, artigos e etc., para realização de
um processo de investigação de trabalhos já publicados sobre o tema escolhido.
A Revisão Narrativa de Literatura segundo Rother (2007, p. 5),
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Porém, para que os critérios para análise deste estudo fossem de forma mais
delimitada, os autores propõem simples critérios de inclusão e exclusão de literatura, para que
não se fuja do foco da pesquisa, levando o leitor a uma melhor leitura e entendimento do que
se propõe a discutir.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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O adolescente passa por vários processos de maturação, dentre eles estão a maturação
cognitiva, biológica e psicossocial. A definição da própria identidade, busca por autonomia,
questionamento de modelos familiares ocorre na fase psicossocial. O sujeito quando
adolescente, se torna o resultado de uma comunicação entre padrões herdados da família e o
ambiente onde vive. Essa interação é responsável pelo desenvolvimento de hábitos
alimentares, junto com transformações hormonais e sociais e as mudanças corporais mostram
ser de grande relevância durante essa fase (FREITAS et. al., 2009).
A consequência de fatores sociais, influências socioculturais e da mídia, causam uma
distorção da percepção da imagem corporal em adolescentes, além da vontade de ter um corpo
perfeito e ideal segundo padrões o que gera uma grande decepção nessa fase (FREITAS et.
al., 2009). A reprovação da sociedade com pessoas que estão com o peso elevado e a pressão
da mídia com padrões de beleza, fazem com que os adolescentes tenham o desejo de serem
cada vez mais magros, e utilizarem de técnicas não saudáveis para o controle de peso,
podendo desenvolver transtornos alimentares (TA) como anorexia nervosa e bulimia nervosa
(DUNKER; FERNANDES e CARREIRA FILHO, 2009).
Em um estudo realizado por Dunker, Fernandes e Carreira Filho (2009) mostrou que
os adolescentes que realizam dietas são adolescentes geralmente de escolas particulares.
Acredita-se que os TA se iniciam com uma redução de peso, sendo o resultado de uma doença
física ou de dietas rigorosas, em razão do peso ideal ou imaginário. A restrição calórica,
objetivando a redução do peso se associa com a obsessão pela comida, ansiedade com
alimentação, interferência na regulação natural da fome, hábitos de esconder alimentos e
desnutrição.
Segundo Dias, Monteiro e Monteiro (2014) a atividade física se destaca como um
importante fator para o emagrecimento, pois ela aumenta o gasto energético do indivíduo,
sendo usada para o tratamento não medicamentoso da obesidade. Logo, a prática regular de
atividade física proporciona redução no peso corporal e melhora doenças crônicas (LUCIANO
et. al., 2016).
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gordura, comparado ao EA, porém, existem diferenças nas respostas hormonais e no melhor
balanço proteico muscular. Os programas de ER supervisionados, e bem elaborados podem
ser mais seguros que alguns esportes, por isso o treinamento de força está sendo incluído
como componente essencial de aptidão física. Crianças e adolescentes, tem mostrado
alterações positivas em seus perfis metabólicos, perda de peso e melhoria da composição
corporal com exercícios aeróbicos associados ao exercício resistido (DIAS; MONTENEGRO
e MONTEIRO, 2014). Piaia, Rocha e Vale (2016) acreditam que os adolescentes tendem a
recuperar o peso, quando interrompem com o programa de exercício físico.
Estudo realizado por Piaia, Rocha e Vale (2007) demonstra que indivíduos com
obesidade tendem a um aumento de peso por consumirem uma elevada quantidade de
carboidratos, juntamente com uma elevada concentração de alimentos gordurosos. Para o
tratamento desta patologia, é necessária uma redução na quantidade de calorias da dieta,
evitando acúmulo de gordura, desta forma a transformação do estilo de vida, através da
reeducação alimentar, é um tratamento bastante eficaz em pacientes adolescentes. O consumo
de dietas pobres em gorduras, e ricas em vegetais e cereais integrais, verduras e frutas, ajudam
na redução do peso corporal e no controle de diversas doenças causadas pelo sobrepeso ou
obesidade (NEUTZLING et. al., 2007).
Estratégias educativas, como a redução do consumo de doces em elevadas
quantidades, bebidas com adição de açúcar e refrigerantes, e uma dieta balanceada e
equilibrada, ajudam na redução de sobrepeso e obesidade de indivíduos adolescentes e
contribui para a qualidade de vida dos mesmos auxiliando a prevenção de agravos à saúde na
vida adulta (CARMO et. al., 2006).
Conforme Apetito et al. (2010) dietas consideradas não seguras, e sem
acompanhamento de profissional capacitado, vem sendo praticadas por diversos adolescentes,
que pretendem uma perda de peso rápida, dietas essas que oferecem uma restrição alimentar
muito grande como o uso de shakes, dietas sem carboidratos e com elevado índice de
alimentos dietéticos, podem causar a curto prazo, danos à saúde, alterações corporais e até
mesmo um transtorno alimentar.
Porém, Santos (2010, p. 472) afirma que:
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A perda de peso considerada segura, é aquela que acontece a longo prazo, pois
realizar uma restrição energética excessiva pode acarretar em perda de massa magra, fraqueza,
anormalidades hepáticas, e consequências metabólicas significativas, por isso faz se
necessário uma reeducação alimentar, para que esses danos venham a ser evitados, e para que
o peso seja recuperado (APETITO et. al., 2010).
As mudanças no consumo alimentar, como a redução do consumo de lanches
gordurosos e doces, assim como o hábito de comer devagar, e realizar uma refeição variada
com o consumo elevado de fibras, proteínas como peixes e ovos, verduras, frutas e cereais
integrais e também aumentar o fracionamento das refeições e diminuir a quantidade
consumida, como uma prática contínua e a longo prazo, ajuda o adolescente reduzir gordura
corporal e evitar complicações metabólicas e riscos à saúde na fase adulta (SILVEIRA et. al.,
2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
CARMO, M. B. et al. Consumo de doces, refrigerantes e bebidas com adição de açúcar entre
adolescentes da rede pública de ensino de Piracicaba, São Paulo. Revista Brasileira de
Epidemiologia, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 121-130, 2006. Disponível em: <
https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2006.v9n1/121-130/pt >. Acesso em: 28 de outubro de
2016.
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STURM, R.; AN, R. Obesity and economic environments. CA: a cancer journal for
clinicians, v. 64, n. 5, p. 337-350, sep./oct. 2014. Disponível em: <
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.3322/caac.21237>. Acesso em: 27 de janeiro de
2019.
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WHO. World Health Organization. Obesity and Overweight. Genebra, 16 fev. 2018.
Disponível em: < https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-
overweight>. Acesso em: 27 de janeiro de 2019.
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