Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Criminologia
Apostila Criminologia
Aula 01
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
AULA òNICA
TîPICOS DE CRIMINOLOGIA
SUMçRIO
1 CRIMINOLOGIA: FUNDAMENTOS. VITIMOLOGIA. PROCESSOS DE
CRIMINALIZA‚ÌO. ...................................................................................................... 4
1.1 Fundamentos te—ricos .................................................................................... 4
1.1.1 Conceito ....................................................................................................... 4
1.1.2 Objeto de estudo ........................................................................................... 5
1.2 Vitimologia..................................................................................................... 6
1.2.1 Conceito e classifica•‹o................................................................................... 6
1.2.2 Processos de vitimiza•‹o ................................................................................. 8
1.3 Processos de criminaliza•‹o......................................................................... 10
1.3.1 Criminaliza•‹o prim‡ria ................................................................................ 10
1.3.2 Criminaliza•‹o secund‡ria ............................................................................. 10
2 MODELOS TEîRICOS........................................................................................... 10
2.1 Criminologia cient’fica e seus modelos te—ricos ........................................... 10
2.2 Teorias bioantropol—gicas, psicodin‰micas e psicopsicol—gicas. O homem
delinquente ............................................................................................................... 12
2.3 Teorias sociol—gicas ..................................................................................... 16
2.3.1 Criminologia do consenso .............................................................................. 16
2.3.1.1 Escola de Chicago .................................................................................. 16
2.3.1.2 Teoria da associa•‹o diferencial (aprendizagem social ou social learning) ...... 18
2.3.1.3 Teoria das subculturas delinquentes ......................................................... 18
2.3.1.4 Teoria da anomia .................................................................................. 19
2.3.2 Criminologia do conflito ................................................................................ 20
2.3.2.1 Teoria do etiquetamento ou labeling approach ........................................... 20
2.3.2.2 Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal ........................................ 21
2.3.3 Criminologia ambiental ................................................................................. 24
3 SISTEMA PENAL E CONTROLE SOCIAL. POLêTICA CRIMINAL NO BRASIL Ð A
PREVEN‚ÌO DA INFRA‚ÌO PENAL NO ESTADO DEMOCRçTICO DE DIREITO .............. 26
3.1 Sistema penal e controle social .................................................................... 26
3.1.1 Conceito e Institui•›es .................................................................................. 26
3.1.2 Discrep‰ncia entre discurso e realidade ........................................................... 26
3.2 A preven•‹o penal no Estado Democr‡tico de Direito................................... 27
3.2.1 Preven•‹o prim‡ria ...................................................................................... 28
3.2.2 Preven•‹o secund‡ria ................................................................................... 28
3.2.3 Preven•‹o terci‡ria....................................................................................... 29
3.2.3.1 Teoria absoluta da pena ......................................................................... 29
3.2.3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................ 29
3.2.3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclŽtica ou unit‡ria) e sua dupla finalidade ........ 30
3.2.4 Programas de preven•‹o de infra•›es penais ................................................... 30
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
4 CRIMINOLOGIA E POLêTICA CRIMINAL. CRIMINOLOGIA E CIæNCIAS CRIMINAIS
33
4.1 MODELOS DE REA‚ÌO AO CRIME .................................................................. 33
4.1.1 Cl‡ssico ou dissuas—rio ................................................................................. 33
4.1.2 Ressocializador ............................................................................................ 34
4.1.3 Restaurador ................................................................................................ 34
5 RESUMO .............................................................................................................. 34
6 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 44
7 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 59
8 GABARITO .......................................................................................................... 87
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS Ð CARREIRAS JURêDICAS, tendo a oportunidade de poder
contribuir para a aprova•‹o de voc•s no concurso da PC-MG. N—s vamos estudar
teoria e comentar exerc’cios sobre CRIMINOLOGIA, para o cargo de
DELEGADO DE POLêCIA.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital acabou de ser publicado! S‹o 76 vagas para Delegado de
Pol’cia Substituto, para provimento imediato, mais cadastro de reserva.
O concurso ser‡ realizado pela FUMARC, com provas objetivas em 17/6 e
provas discursivas em 12/8.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da PC-MG. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Bom, neste curso estudaremos todo o conteœdo de CRIMINOLOGIA
previsto no edital. Nosso curso ser‡ curto, contando apenas com esta aula.
Com rela•‹o ˆs quest›es, vamos dar prefer•ncia ˆquelas que tenham
sido cobradas em concursos de n’vel superior na ‡rea jur’dica
(Magistratura, Defensoria Pœblica, MP, etc.).
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMO Ð Nossa aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
indo direto ao ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para
quem est‡ sem muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva (respons‡vel pelo f—rum),
que ir‡ responder seus questionamentos no f—rum de dœvidas
exclusivo para os alunos do curso.
E-mail: profrenanaraujo@gmail.com
Periscope: @profrenanaraujo
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
1.1.1!Conceito
Inicialmente, devemos analisar a criminologia por seu conceito.
A criminologia pode ser conceituada como a ci•ncia emp’rica (humana e
social) que busca estudar o crime, o criminoso, a v’tima, o controle
social, bem como todas as circunst‰ncias que envolvem o fen™meno do
crime.
Na defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA1, Ò(...) trata-se de uma ci•ncia
emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da v’tima e do controle social do comportamento delitivo(...).Ó
Inicialmente, a palavra CRIMINOLOGIA fora utilizada por RAFFAELE
GAROFALO. PorŽm, h‡ ind’cios de que esta palavra j‡ teria sido utilizada
anteriormente, por TOPINARD.
Diz-se que a criminologia Ž uma ci•ncia emp’rica porque ela trabalha sobre
bases concretas, atravŽs da an‡lise dos acontecimentos no mundo real, e n‹o
meramente abstratos, utilizando-se, portanto, do mŽtodo da observa•‹o e da
experimenta•‹o.
Entende-se a criminologia, ainda, como uma ci•ncia INTERDISCIPLINAR,
eis que como seu objeto de estudo Ž por demais amplo, ela necessariamente se
vale de outros ramos da ci•ncia como forma de aux’lio (Dentre elas a psicologia,
a sociologia, a antropologia, etc.).
Embora seja reconhecida pela maioria da Doutrina como uma ci•ncia
aut™noma em rela•‹o ao Direito Penal, h‡ quem defenda sua vincula•‹o ao
Direito Penal.
Contudo, prevalece, com acerto, a separa•‹o entre ambos.
O Direito Penal Ž uma ci•ncia meramente NORMATIVA, que analisa o
fen™meno do crime do ponto de vista da transgress‹o da norma pura e
simplesmente, e as consequ•ncias que dessa transgress‹o advir‹o.
A Criminologia, por sua vez, Ž uma ci•ncia CAUSAL-EXPLICATIVA, ou
seja, busca explicar o delito n‹o como mera viola•‹o ˆ norma, mas tendo em
conta todas as suas causas (sejam elas psicol—gicas, biol—gicas, sociais, etc.),
1
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
bem como se volta ˆ an‡lise do delinquente numa perspectiva ressocializadora
(PREVEN‚ÌO ESPECIAL).
Assim, ambos analisam o CRIME, s— que cada um analisa por um prisma
pr—prio. Assim:
CRIME
PRISMA
PRISMA
EXPLICATIVO-
NORMATIVO
CAUSAL
1.1.2!Objeto de estudo
Como dissemos anteriormente, n‹o s— do crime vive a criminologia, ela
tambŽm se ocupa:
⇒! DO CRIMINOSO Ð A criminologia, enquanto ci•ncia causal-explicativa,
est‡ sempre em busca de entender o delinquente, a estrutura social
que o cerca, bem como todos os fatores internos e externos que o
levaram a delinquir.
⇒! DA VêTIMA Ð Antigamente n‹o se dava muita import‰ncia para o papel
da v’tima no estudo do fen™meno conhecido como ÒcrimeÓ, relegando-
a a um papel meramente secund‡rio. Curioso que, nos dias atuais, a
v’tima n‹o s— ganhou mais espa•o, como recebeu aten•‹o destacada,
tendo sido criado um sub-ramo espec’fico para seu estudo (A
VITIMOLOGIA).
⇒! DO CONTROLE SOCIAL Ð Como diria Hobbes, o ÒHomem Ž lobo do
HomemÓ. Partindo desta premissa, podemos concluir que o ser humano
Ž incapaz de viver em sociedade sem que haja algum aparato de
controle, cuja finalidade Ž estabelecer um conjunto normativo apto a
reger as rela•›es interpessoais, sob pena de estabelecimento do caos.
Um dos instrumentos de que se vale o Estado para o exerc’cio deste
controle Ž o DIREITO PENAL. Contudo, o controle social n‹o se d‡
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
apenas pelo Estado, mas tambŽm por meio dele. Existem formas
de controle social n‹o vinculadas ao Estado, e inclusive prŽvia a ele,
como a fam’lia, a religi‹o, etc. Todas estas s‹o formas de controle
social, ainda que n‹o formais. Quando estas formas de controle social
se mostram deficit‡rias, o indiv’duo tende a desvirtuar-se e o Estado Ž
chamado a intervir a posteriori, por meio do seu instrumento de
repress‹o por excel•ncia: O DIREITO PENAL.
1.2!Vitimologia
1.2.1!Conceito e classifica•‹o
A vitimologia Ž, basicamente, o estudo da v’tima e sua import‰ncia no
fen™meno do crime.
Este sub-ramo da criminologia passou a ganhar relev‰ncia com a obra de
MENDELSOHN, que entendia que a v’tima n‹o poderia, de forma alguma,
continuar a ser analisada como mero coadjuvante.
Na classifica•‹o de MENDELSOHN, temos que a v’tima pode ser:
⇒! VêTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) Ð ƒ aquele
que n‹o contribui, em nada, para a ocorr•ncia do delito. EXEMPLO: Um
trabalhador que Ž assaltado e tem sua carteira roubada, sem que estivesse
ostentando qualquer bem ou, de alguma forma, chamando a aten•‹o.
⇒! VêTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORåNCIA) Ð
Trata-se da v’tima que contribui para a ocorr•ncia do delito, embora n‹o
haja um direcionamento doloso para isso. EXEMPLO: Rapaz que anda
sozinho ˆ noite na Linha Vermelha, ostentando um celular de R$ 4.000,00
e acaba sendo v’tima de roubo.
⇒! VêTIMA TÌO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTçRIA) Ð Trata-se da v’tima que contribui para o delito em grau
semelhante ao do pr—prio infrator. O exemplo cl‡ssico Ž o da roleta-russa.
⇒! VêTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR Ð Aqui n—s temos a
figura da v’tima que d‡ causa, que provoca a a•‹o do infrator. EXEMPLO:
A v’tima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele assassinada.
⇒! VêTIMA UNICAMENTE CULPADA Ð Classificam-se em: v’tima
infratora (aquela que se torna v’tima por ter praticado um delito prŽvio),
v’tima simuladora (aquela que simula a ocorr•ncia de um delito para gerar
uma acusa•‹o em face de alguŽm) e v’tima imagin‡ria (por um problema
psicol—gico, acredita que foi v’tima de crime, quando n‹o foi).
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
VÍTIMAS
VÍTIMA
INFRATORA
VÍTIMA
SIMULADORA
VÍTIMA
IMAGINÁRIA
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
1.2.2!Processos de vitimiza•‹o
AlŽm da classifica•‹o dos Òtipos de v’timaÓ, importante se mostra o estudo
dos PROCESSOS DE VITIMIZA‚ÌO.
A vitimiza•‹o ou processo vitimizat—rio Ž o processo pelo qual alguŽm se
torna v’tima, em defini•‹o livre.
Podemos defini-lo da seguinte forma:
⇒! VITIMIZA‚ÌO PRIMçRIA - ƒ aquela inerente ao pr—prio crime,
ˆ pr—pria conduta criminosa, como os danos causados pela pr‡tica da
conduta (les›es corporais, psicol—gicas, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO SECUNDçRIA - ƒ aquela provocada, direta ou
indiretamente, pelo Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de
controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por
provocar mais danos ˆ v’tima (normalmente psicol—gicos, por ter que
relembrar o fato, ter contato com o infrator, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO TERCIçRIA - Causada pela sociedade que
envolve a v’tima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos
familiares, dos amigos ou do c’rculo social da v’tima, de um modo geral.
Ocorre, com maior frequ•ncia, nos crimes que provocam efeitos
ÒestigmatizantesÓ, como o estupro.
Nesse sentido:
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
VITIMIZAÇÃO
2
Todos estes processos de vitimiza•‹o, notadamente a vitimiza•‹o secund‡ria e a
terci‡ria (provocadas pelas ag•ncias de controle e pela sociedade, respectivamente),
colaboram para que a v’tima acabe se desestimulando no processo de busca pela puni•‹o
ao infrator, muitas vezes sequer levando o fato ˆ autoridade competente, ocasionando
as chamadas Òcifras negrasÓ, ou seja, infra•›es penais que n‹o entram nas
estat’sticas oficiais.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Entretanto, as v’timas nem sempre foram compreendidas da mesma
maneira no campo criminol—gico.
GARCêA-PABLOS DE MOLINA descreve tr•s fases na evolu•‹o hist—rica da
compreens‹o da v’tima e seu papel:
⇒! PROTAGONISMO Ð Deu-se no per’odo da vingan•a privada. Neste
momento hist—rico a v’tima recebe a incumb•ncia de fazer, ela
pr—pria, a Justi•a.
⇒! NEUTRALIZA‚ÌO Ð Puni•‹o com viŽs imparcial e preventivo, sem
grande preocupa•‹o com a figura da v’tima e a necessidade de
repara•‹o dos danos sofridos.
⇒! REDESCOBRIMENTO Ð Surgiu no segundo p—s-guerra, como
resposta ao processo de vitimiza•‹o de minorias que atingiu diversos
grupos vulner‡veis, como os judeus, por exemplo.
1.3!Processos de criminaliza•‹o
1.3.1!Criminaliza•‹o prim‡ria
O processo de criminaliza•‹o pode ser dividido em fases, no qual temos
como fase prim‡ria o momento de sele•‹o do bem jur’dico-penal que se
pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada
criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.
1.3.2!Criminaliza•‹o secund‡ria
J‡ a criminaliza•‹o secund‡ria n‹o ocorre no plano legislativo, mas
no plano concreto, quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es
do Estado (MP, Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Assim, a criminaliza•‹o prim‡ria Ž abstrata e anterior ao fato criminoso,
enquanto a criminaliza•‹o secund‡ria Ž concreta e posterior ao fato criminoso.
2! MODELOS TEîRICOS
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
3
ÒQuando se tem dœvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feioÓ (VIANA, Eduardo.
CRIMINOLOGIA, 2¼ ed. 2014. Ed. Juspodivm. P‡g. 24.)
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Seus PRINCIPAIS MODELOS TEîRICOS FORAM:
CRIMINOLOGIA Tinham como ponto central de seu trabalho o LIVRE
CLçSSICA E ARBêTRIO. Para este modelo, o homem Ž LIVRE para
NEOCLçSSICA fazer suas escolhas, inclusive para cometer delitos.
Nega completamente a influ•ncia de fatores
externos, como a condi•‹o econ™mico-social, etc.
CRIMINOLOGIA Rompe com a ideia de que o homem ÒdelinqueÓ
POSITIVISTA porque quer delinquir. Para este modelo te—rico,
compreender o fen™meno criminal Ž uma tarefa que
demanda a an‡lise de fatores causais-explicativos,
ou seja, deve-se buscar as causas do delito (o que
se pode chamar de Òparadigma etiol—gicoÓ).
Contudo, as ÒcausasÓ do delito poderiam se de
diversas ordens (biol—gicas, psicol—gicas, sociais,
etc.).
SOCIOLOGIA Enquanto a criminologia positivista v• o crime como
CRIMINAL uma consequ•ncia de determinados fatores
(diversos), a sociologia criminal rompe com a ideia
de Òcausas do crimeÓ e parte para a ideia da teoria
da criminaliza•‹o. Com uma forte influ•ncia
marxista, tal modelo entende que n‹o importa tanto
a ÒcausaÓ de determinado comportamento
criminoso, e mais o Òporqu•Ó de se considerar
criminoso determinado comportamento, ou seja,
quais os interesses est‹o por tr‡s da criminaliza•‹o
de determinadas condutas. A teoria da REA‚ÌO
SOCIAL Ž o principal marco deste modelo. TambŽm
Ž conhecida como teoria da rotula•‹o social ou do
etiquetamento (labelling aproach).
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Vamos estudar as principais classifica•›es do Òhomem delinquenteÓ:
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Classifica•‹o de GARîFALO
ASSASSINOS S‹o instintivos, ego’stas, aproximando-se dos seres
selvagens e das crian•as.
ENƒRGICOS OU Possuem senso moral, mas lhes falta compaix‹o.
VIOLENTOS
LADRÍES OU Falta a estes criminosos a ideia de honestidade, de
NEURASTæNICOS probidade, embora n‹o lhes falte o senso moral.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
2.3!Teorias sociol—gicas
Sociedade crimin—gena Ž, por defini•‹o, uma sociedade que PRODUZ
CRIME.
Essa ideia de que a sociedade produz o criminoso e, por consequ•ncia, o
crime, possibilitou o surgimento de diversas teorias calcadas na ideia de que o
centro da an‡lise do fen™meno delitivo n‹o Ž o criminoso, e sim a
sociedade (embora aquele tambŽm mere•a aten•‹o).
Assim, desloca-se o centro do estudo para o meio (a sociedade),
criando-se o que se convencionou chamar de SOCIOLOGIA CRIMINAL.
Dentro deste quadro sociol—gico, dois grandes grupos te—ricos se
desenvolveram: A TEORIA DO CONSENSO e a TEORIA DO CONFLITO.
A teoria do consenso ou Òcriminologia do consensoÓ parte da premissa
de que a sociedade Ž formada por uma sŽria de valores fundamentais
consensuais, que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito
Penal nada mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns
a todos os indiv’duos.
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO,
ANOMIA E ASSOCIA‚ÌO DIFERENCIAL.
A criminologia do conflito, por sua vez, verifica a sociedade n‹o como um
todo coeso e harm™nico, fundado em valores comuns a todos os indiv’duos, e sim
um campo de batalha entre classe dominante e dominada. Partindo deste viŽs
marxista, as teorias decorrentes desta ideia v‹o estabelecer que o Direito Penal
nada mais Ž que uma ferramenta a servi•o da classe dominante, de forma a
garantir a manuten•‹o do status quo, coagindo a classe dominada a Òandar na
linhaÓ. Para tanto, o Direito Penal seria absolutamente seletivo na escolha
das condutas que seriam criminalizadas, optando por uma criminaliza•‹o
prim‡ria voltada ˆs condutas geralmente praticadas pelos indiv’duos
pertencentes ˆ classe dominada (furto seria mais grave que condutas lesivas ˆ
ordem econ™mica, por exemplo).
Feita essa distin•‹o, vamos ˆ an‡lise das principais teorias relativas ˆ
sociologia criminal.
2.3.1!Criminologia do consenso
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
estava relacionado diretamente ao conglomerado urbano e suas caracter’sticas
(multiculturais, Žtnicas, etc.).
Assim, a CIDADE (mais especificamente do que a ÒsociedadeÓ genericamente
considerada) seria o foco principal da aten•‹o da criminologia. Para os te—ricos
desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano produz a criminalidade
(crescimento populacional, crescimento desordenado, etc.).
A Escola de Chicago tambŽm chegou ˆ conclus‹o de que a delinqu•ncia era
mais concentrada em determinadas ‡reas, e tal concentra•‹o seria fruto, dentre
outras coisas, da desorganiza•‹o social destas ‡reas.
S‹o oriundas da Escola de Chicago as teorias ECOLîGICA, ESPACIAL,
DAS JANELAS QUEBRADAS e DA TOLERåNCIA ZERO.
Vejamos sinteticamente cada uma delas:
4
GARCêA ÐPABLOS DE MOLINA, Antonio. GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Ed. Revista dos Tribunais. 8¼
ed. P. 344.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
a sensa•‹o de que Òtudo Ž permitidoÓ, estimulando a
pr‡tica de delitos.
TOLERåNCIA ZERO A teoria da toler‰ncia zero (neorretribucionismo)
decorre naturalmente da ideia defendida pela teoria das
janelas quebradas. Trata-se de uma pol’tica
criminal de repress‹o a toda e qualquer conduta
desviante, por menor que seja, como forma de
reafirmar o poder do Estado e a necessidade de respeito
ˆ Lei. Surgiu em Nova York, no come•o dos anos 90.
Trata-se de decorr•ncia do como ÒMovimento Lei e
OrdemÓ (Law and Order), que pugna pela
expans‹o do Direito Penal, um seja, um
incremento da resposta formal do Estado.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Assim, a exist•ncia de subculturas corresponde, naturalmente, ˆ exist•ncia
de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante.
Desta forma, Ž poss’vel que algumas destas subculturas possuam valores
que se contraponham aos valores da cultura dominante e, em raz‹o disso, o
delito n‹o derivaria de uma predisposi•‹o ˆ viola•‹o da Lei, e sim um
mero reflexo destas diferen•as culturais.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Por fim, h‡ o modelo da rebeli‹o. Aqui o indiv’duo rejeita completamente as
metas culturais e os meios ˆ sua disposi•‹o (institucionalmente falando). Este
indiv’duo passa a se dedicar ˆ luta pela cria•‹o de novos paradigmas sociais, de
uma nova ordem.
2.3.2!Criminologia do conflito
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Vejam, assim, que a conduta de Òapropriar-se de coisa achadaÓ n‹o Ž, por
si s—, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim estabelece.
Qual Ž a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de
criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele que
furta. Se amanh‹ surgir nova lei dizendo que furto n‹o Ž crime, aquela pessoa
Òdeixaria de ser criminosoÓ e todos os estudos referentes ao crime e suas causas
iriam por ‡gua abaixo.
AlŽm disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do
etiquetamento entende que o Direito Penal procede ˆ Òrotula•‹oÓ de condutas
n‹o em raz‹o da persecu•‹o de um fim leg’timo e a defesa de valores comuns
aos cidad‹os, mas tendo como objetivo supremo a perpetua•‹o da estrutura
social dividida em classes.
Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como
ÒcriminosasÓ as condutas praticadas com maior frequ•ncia pelos membros das
classes mais baixas, bem como imp›e a elas penas mais severas. Com rela•‹o
ˆs condutas praticadas com maior frequ•ncia pelas classes altas, ou n‹o s‹o
rotuladas como criminosas ou, quando o s‹o, recebem penas brandas.
Para esta teoria, portanto, o crime n‹o seria um fen™meno social, mas um
fen™meno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, n‹o existiria
um crime Òpor naturezaÓ, mas apenas ÒcondutasÓ, que recebem o r—tulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior prote•‹o aos bens de interesse da classe dominante).5
AlŽm disso, n‹o seriam apenas as condutas (isoladamente consideradas) que
influenciariam na resposta do Estado, mas tambŽm a pessoa do indiv’duo e sua
posi•‹o social.
Portanto, ao desviar o foco do desviante para o processo de criminaliza•‹o
(e suas seletivas escolhas), a teoria da rea•‹o social coloca em xeque os
repressores, ao argumento de que o desviante Ž mero produto das inst‰ncias
formais de controle na sociedade punitiva.
Teve como principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.
5
HASSEMER, Winfried. MU„OZ CONDE, Francisco. Introduci—n a la Criminologia y al Derecho Penal. Ed.
Tirant lo blanch. Val•ncia, 1989, p. 18
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
FERRAJOLI6 foi o maior expoente do Garantismo penal, que para ele pode
ser definido segundo tr•s prismas:
¥! Modelo normativo
¥! Teoria Jur’dica
¥! Filosofia Pol’tica
6
O Garantismo penal foi bem desenvolvido por FERRAJOLI, professor da Universidade de Camerino, na
It‡lia. Para um aprofundamento maior: FERRAJOLI, LUIGI. Direito e raz‹o: teoria do garantismo penal. S‹o
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 683 e seguintes.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Mas o que seria o ÒDireito Penal do InimigoÓ? Trata-se de um modelo
que pressup›e a exist•ncia de um Direito Penal que mitigue as garantias
constitucionais aos criminosos considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que
fazem do crime seu meio de vida.7
Assim, haveria um ÒDireito Penal do Cidad‹oÓ (garantista), no qual s‹o
observados os direitos e garantias fundamentais do acusado, e um ÒDireito Penal
do InimigoÓ, no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, j‡
que n‹o se estaria diante de alguŽm que merecesse qualquer considera•‹o por
parte do Estado.
Este tipo de teoria Ž inadmiss’vel num Estado Democr‡tico de Direito
por, inicialmente, violar o princ’pio da isonomia. Num segundo plano, n‹o menos
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo
que elas FAZEM e n‹o pelo que elas SÌO.
Da mesma forma, num Estado Democr‡tico de Direito o ser humano Ž o
centro, o fim œltimo de toda e qualquer a•‹o do Estado. Desta maneira, a pena
deve ter por finalidade n‹o apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a
uma esperada Òpreven•‹o especialÓ, mas tambŽm, e principalmente, ressocializar
o infrator.
O MINIMALISMO penal, por sua vez, prega a redu•‹o do raio de
abrang•ncia do Direito Penal, que deve ser reservado apenas ˆquelas condutas
absolutamente incompat’veis com a vida em sociedade, e apenas para a prote•‹o
dos bens jur’dicos mais valiosos (Direito Penal m’nimo).
O minimalismo tem em FERRAJOLI e BARATTA dois de seus maiores
expoentes. A l—gica do minimalismo Ž clara: se o Direito Penal Ž o instrumento
mais invasivo de regula•‹o social, s— deve ser utilizado em œltimo caso (ultima
ratio).
AlŽm da redu•‹o do raio de abrang•ncia do Direito Penal, o minimalismo
prega, ainda a redu•‹o da aplica•‹o da pena privativa de liberdade, que deve,
sempre que poss’vel, ser substitu’da por san•›es alternativas.
Por fim, o ABOLICIONISMO PENAL prega a supress‹o do Sistema Penal,
seja porque se nega legitimidade Žtico-pol’tica a essa forma de controle
social, desde seu surgimento, seja porque Ž visto, na pr‡tica, como mais
danoso que vantajoso. Os fundamentos do abolicionismo s‹o:
⇒! Anomia do sistema penal Ð Apesar de existir, o Direito Penal n‹o
consegue regular a vida em sociedade.
⇒! Seletividade do sistema penal Ð O Direito penal n‹o tutela de maneira
uniforme a vida em sociedade, mas seleciona, cuidadosamente, os
destinat‡rios de sua atua•‹o.
⇒! O Direito Penal estigmatiza o condenado Ð Ao invŽs de ressocializar o
apenado, o Direito Penal funciona como uma marca negativa para aqueles
7
Este termo foi desenvolvido de maneira aprofundada pelo professor alem‹o, da Universidade de Bonn,
GŸnther Jakobs. JAKOBS, GŸnther. La normativizaci—n de la dogm‡tica jur’dico-penal. Trad. Manuel Cancio
Meli‡ e Bernardo Feij— S‡nchez. 1. ed. Madrid: Ed. Thomson Civitas, 2003, p. 57 e seguintes.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
que foram condenados, privando-os, perpetuamente, do retorno ˆ vida
social.
⇒! O Direito Penal marginaliza a v’tima Ð O Estado, por meio do Direito
Penal, expropria o problema (que, a princ’pio, se d‡ entre dois indiv’duos),
castiga o infrator (quando consegue), mas n‹o se preocupa com a v’tima.
2.3.3!Criminologia ambiental
V‡rios s‹o os fatores crimin—genos, ou seja, o crime Ž um fen™meno que
deriva de uma sŽrie de fatores, como a personalidade do agente, o meio social
no qual est‡ inserido, etc.
Esta ideia de que a conduta criminosa Ž influenciada pelo ambiente em que
se insere o criminoso Ž o principal fundamento da chamada Òcriminologia
ambientalÓ. Assim, o ambiente que cerca o infrator no momento do crime
pode e deve ser considerado um fator crimin—geno.
A criminologia ambiental, portanto, estuda os eventos criminosos n‹o sob a
perspectiva do infrator como um ser isolado, mas sob a perspectiva de um
indiv’duo cercado por um determinado contexto.
Garofalo, j‡ em 1914, dizia que o estilo de vida de uma pessoa era um fator
capaz de determinar sua maior ou menor propens‹o a sofrer um delito. Isto parte
da ideia de Òteoria da oportunidadeÓ.
As Òteorias da oportunidadeÓ foram melhor desenvolvidas por CLARKE e
FELSON, e se fundamentam na ideia de que o comportamento criminoso Ž
produto de da intera•‹o de tr•s fatores: um infrator inclinado a praticar o
delito, uma v’tima prop’cia e a aus•ncia de controle.
Assim, a ÒoportunidadeÓ para delinquir seria, em determinados casos, um
fator determinante para a ocorr•ncia do delito.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
3.1.1!Conceito e Institui•›es
O sistema penal Ž uma das formas de controle social, atuando atravŽs
da aplica•‹o do Direito Penal, o mŽtodo mais invasivo de regulamenta•‹o da vida
em sociedade, eis que imp›e a mais grave das san•›es (no Brasil, a pena
privativa de liberdade).
Divide-se, em s’ntese, em tr•s grupos de Institui•›es8:
⇒! Policial Ð Respons‡vel pela apura•‹o (investiga•‹o) da infra•‹o penal.
O MP, a despeito de n‹o integrar a Pol’cia, atua como Institui•‹o de
investiga•‹o e acusa•‹o.
⇒! Judici‡rio Ð Trata-se da Institui•‹o respons‡vel pela efetiva aplica•‹o
da Lei.
⇒! Penitenci‡ria Ð Esta Ž a Institui•‹o respons‡vel por executar a pena
efetivamente aplicada pelo Judici‡rio.
8
Zaffaroni inclui, ainda, dois outros ÒsujeitosÓ: o legislador e o pœblico. O primeiro Ž respons‡vel
pela parte de cria•‹o da norma, possibilitando a atua•‹o do sistema. O segundo atuaria de duas
formas: como delator (denœncia an™nima, etc.) e como opini‹o pœblica (capaz de influenciar a
produ•‹o da norma).
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
9
A teoria do Direito Penal do inimigo foi melhor desenvolvida por GŸnther Jakobs. Para o
autor, o Direito Penal deve separar as pessoas dos inimigos. As pessoas seriam aquelas que,
eventualmente, cometeram algum delito, mas que n‹o se dedicam a atividades criminosas. Para
estes, o Direito Penal preservaria toda o sistema de garantias processuais. De outro lado, aqueles
que praticam crimes de forma reiterada perderiam a condi•‹o de ÒpessoaÓ, sendo considerados
inimigos da sociedade e, portanto, estaria autorizada uma flexibiliza•‹o no sistema de garantias.
(JAKOBS, GŸnther. La normativizaci—n de la dogm‡tica jur’dico-penal. Trad. Manuel Cancio Meli‡
e Bernardo Feij—o S‡nchez. Ed. Thomson civitas, primera edici—n. Madrid, 2003, p. 57-59)
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos
considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio
de vida.
Assim, haveria um ÒDireito Penal do Cidad‹oÓ, no qual s‹o observados os
direitos e garantias fundamentais do acusado, e um ÒDireito Penal do InimigoÓ,
no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, j‡ que n‹o se
estaria diante de alguŽm que merecesse qualquer considera•‹o por parte do
Estado.
Este tipo de teoria Ž inadmiss’vel num Estado Democr‡tico de Direito por,
inicialmente, violar o princ’pio da isonomia. Num segundo plano, n‹o menos
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo
que elas FAZEM e n‹o pelo que elas SÌO.
Da mesma forma, num Estado Democr‡tico de Direito o ser humano Ž o
centro, o fim œltimo de toda e qualquer a•‹o do Estado. Desta maneira, a pena
deve ter por finalidade n‹o apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a
uma esperada Òpreven•‹o especialÓ, mas tambŽm, e principalmente, ressocializar
o infrator.
Mais especificamente no que tange ˆ preven•‹o, podemos estabelecer a
preven•‹o do delito, no Estado Democr‡tico de Direito, como:
¥! MEDIDAS DIRETAS DE PREVEN‚ÌO Ð Atuam diretamente sobre o
delito, como a pena, a tipifica•‹o de condutas, etc.
¥! MEDIDAS INDIRETAS DE PREVEN‚ÌO DE DELITOS Ð Atuam nas
causas da criminalidade (melhorias na condi•‹o de vida da
popula•‹o, educa•‹o, saœde, emprego, moradia, etc.).
3.2.1!Preven•‹o prim‡ria
Programas cuja finalidade Ž atacar a causa da criminalidade, ou seja, a
origem do problema (desigualdade social, pobreza, desemprego, etc.). Trata-se,
portanto, de uma forma de preven•‹o que busca atingir as estruturas do sistema.
Temos, aqui, os mŽtodos preventivos com resultado de mŽdio a longo prazo.
3.2.2!Preven•‹o secund‡ria
Momento posterior ao delito ou na imin•ncia de sua ocorr•ncia. Aqui
o foco da preven•‹o recai sobre os setores sociais em que a criminalidade mais
se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que apresentam determinadas
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
caracter’sticas que os tornam mais propensos a praticar ou sofrer delitos.
Apresentam resultados de curto a mŽdio prazo.
A preven•‹o secund‡ria ocorre, por exemplo, por meio da criminaliza•‹o de
condutas, da a•‹o policial, etc.
3.2.3!Preven•‹o terci‡ria
Aqui a preven•‹o recai sobre o condenado, ou seja, visa a evitar a
reincid•ncia. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada, pela
progress‹o de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso com a
sociedade, etc.
A preven•‹o terci‡ria Ž materializada por meio da pena, ou seja, a pena Ž o
instrumento utilizado pelo Estado para alcan•ar preven•‹o terci‡ria, de forma a
evitar a reincid•ncia.
Para a melhor compreens‹o do tema, necess‡ria se faz uma breve s’ntese
das finalidades atribu’das ˆ pena criminal, de acordo com as diversas teorias:
10
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n.
Bogot‡, 1996, p. 12
11
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
12
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
favorecem o comportamento criminoso, existente em certos espa•os.
Somente desloca o delito para outras ‡reas menos protegidas, mas
n‹o atinge as bases do problema criminal.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
No mesmo sentido, a v’tima tambŽm contribui para a impunidade e,
neste particular, para a cifra negra, ao n‹o proceder ˆ comunica•‹o da ocorr•ncia
do delito (notitia criminis).
A Pol’cia, por sua vez, contribuiria para a impunidade ao n‹o proceder ˆ
abertura da investiga•‹o (por falta de estrutura, conhecimentos tŽcnicos,
corrup•‹o, etc.), bem como ao proceder a uma investiga•‹o deficiente,
defeituosa.
O MP contribuiria quando n‹o procede ˆ abertura dos processos, seja porque
oferece denœncia inepta, seja porque requer o arquivamento, etc.
O Judici‡rio tambŽm seria um fator determinante, quando:
¥! Apresenta falhas na comprova•‹o do delito
¥! Quando n‹o se obtŽm prova cabal para a condena•‹o, devendo ser
aplicado o princ’pio do in dubio pro reo.
¥! Quando a morosidade do Judici‡rio conduz ˆ prescri•‹o.
¥! Quando falha na efetiva execu•‹o da pena
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
4.1.1!Cl‡ssico ou dissuas—rio
Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente (ou o potencial
delinquente), por meio da amea•a da pena, de forma que pratique a conduta
delituosa ou, caso tenha praticado, n‹o torne a delinquir
Este modelo se vale da finalidade de preven•‹o negativa da pena, ou seja,
a preven•‹o do delito por meio a amea•a, de maneira que depender‡,
naturalmente, de diversos fatores, como a gravidade da san•‹o prevista, a maior
ou menor probabilidade de sua imposi•‹o, etc.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
O problema deste modelo Ž que ele pressup›e que o potencial criminoso ir‡
refletir seriamente antes de praticar o delito e, ap—s muita discuss‹o interna,
adotar‡ a conduta que tenha o melhor custo-benef’cio, de forma que a pena deve
ser severa, a fim de que nesse racioc’nio o potencial criminoso chegue ˆ conclus‹o
de que o Òcrime n‹o compensaÓ.
4.1.2!Ressocializador
De car‡ter mais ÒhumanizadoÓ, busca interferir na vida do delinquente,
promovendo sua reinser•‹o social.
Assim, o modelo ressocializar est‡ calcado numa finalidade de preven•‹o
positiva da pena, ou seja, a pena como instrumento de transforma•‹o social.
4.1.3!Restaurador
ƒ considerado um modelo integrador, pois busca reparar o dano causado
ˆ v’tima, restabelecendo o status quo ante, bem como reparar o Òdano socialÓ
causado pelo delito.
N‹o se preocupa tanto com o castigo, nem com a transforma•‹o do infrator,
mas volta sua vis‹o para a figura da v’tima, de forma que o dano a ela provocado
seja reparado, j‡ que os dois modelos anteriores acabam por negligenciar a figura
do ofendido.
5! RESUMO
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informa•‹o, n‹o deixem de retornar ˆ
aula.
Conceito de criminologia - A ci•ncia emp’rica (humana e social) que busca
estudar o crime, o criminoso, a v’tima, o controle social, bem como todas as
circunst‰ncias que envolvem o fen™meno do crime.
Criminologia x Direito Penal - Embora seja reconhecida pela maioria da
Doutrina como uma ci•ncia aut™noma em rela•‹o ao Direito Penal, h‡ quem
defenda sua vincula•‹o ao Direito Penal.
Objeto de estudo da criminologia
⇒! CRIMINOSO
⇒! VêTIMA
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
⇒! CONTROLE SOCIAL
Processos de vitimiza•‹o
⇒! VITIMIZA‚ÌO PRIMçRIA - ƒ aquela inerente ao pr—prio crime,
ˆ pr—pria conduta criminosa, como os danos causados pela pr‡tica da
conduta (les›es corporais, psicol—gicas, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO SECUNDçRIA - ƒ aquela provocada, direta ou
indiretamente, pelo Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de
controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por
provocar mais danos ˆ v’tima (normalmente psicol—gicos, por ter que
relembrar o fato, ter contato com o infrator, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO TERCIçRIA - Causada pela sociedade que
envolve a v’tima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos
familiares, dos amigos ou do c’rculo social da v’tima, de um modo geral.
Ocorre, com maior frequ•ncia, nos crimes que provocam efeitos
ÒestigmatizantesÓ, como o estupro.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
⇒! PROTAGONISMO Ð Deu-se no per’odo da vingan•a privada. Neste
momento hist—rico a v’tima recebe a incumb•ncia de fazer, ela
pr—pria, a Justi•a.
⇒! NEUTRALIZA‚ÌO Ð Puni•‹o com viŽs imparcial e preventivo, sem
grande preocupa•‹o com a figura da v’tima e a necessidade de
repara•‹o dos danos sofridos.
⇒! REDESCOBRIMENTO Ð Surgiu no segundo p—s-guerra, como
resposta ao processo de vitimiza•‹o de minorias que atingiu diversos
grupos vulner‡veis, como os judeus, por exemplo.
Processos de criminaliza•‹o
⇒! Prim‡ria - O momento de sele•‹o do bem jur’dico-penal que se pretende
tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada
criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.
⇒! Secund‡ria - N‹o ocorre no plano legislativo, mas no plano concreto,
quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es do Estado (MP,
Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Sistema penal informal - Composto pela fam’lia, pela escola, pela opini‹o
pœblica, etc., todos eles contribuindo, de alguma forma, para o modo pelo qual o
sistema penal ir‡ se desenvolver.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Preven•‹o do delito no Estado Democr‡tico de Direito
⇒! Preven•‹o prim‡ria - Programas cuja finalidade Ž atacar a causa da
criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade social,
pobreza, desemprego, etc.). Trata-se, portanto, de uma forma de
preven•‹o que busca atingir as estruturas do sistema.
⇒! Preven•‹o secund‡ria - Momento posterior ao delito ou na imin•ncia de
sua ocorr•ncia. Aqui o foco da preven•‹o recai sobre os setores sociais em
que a criminalidade mais se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que
apresentam determinadas caracter’sticas que os tornam mais propensos a
praticar ou sofrer delitos.
⇒! Preven•‹o terci‡ria - Aqui a preven•‹o recai sobre o condenado, ou seja,
visa a evitar a reincid•ncia. Pode se dar por meio da escolha da pena mais
apropriada, pela progress‹o de regime, que possibilita o reencontro
paulatino do preso com a sociedade, etc.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
evitar sua nova ocorr•ncia. Na verdade, estes programas est‹o mais
relacionados ˆ interven•‹o (sobre o delinquente) do que ˆ preven•‹o (para
evitar que haja delinqu•ncia).
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
⇒! Restaurador - ƒ considerado um modelo integrador, pois busca reparar
o dano causado ˆ v’tima, restabelecendo o status quo ante, bem como
reparar o Òdano socialÓ causado pelo delito.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
comportamento, ou seja, quais os interesses est‹o por tr‡s da criminaliza•‹o de
determinadas condutas
Teoria sociol—gicas
Sociedade crimin—gena - Uma sociedade que PRODUZ CRIME.
Teoria do consenso ou Òcriminologia do consensoÓ - Parte da premissa de
que a sociedade Ž formada por uma sŽria de valores fundamentais consensuais,
que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada
mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os
indiv’duos.
Teoria do conflito ou Òcriminologia do conflitoÓ - A criminologia do
conflito, por sua vez, verifica a sociedade n‹o como um todo coeso e harm™nico,
fundado em valores comuns a todos os indiv’duos, e sim um campo de batalha
entre classe dominante e dominada. Partindo deste viŽs marxista, as teorias
decorrentes desta ideia v‹o estabelecer que o Direito Penal nada mais Ž que uma
ferramenta a servi•o da classe dominante, de forma a garantir a manuten•‹o do
status quo, coagindo a classe dominada a Òandar na linhaÓ. Denuncia a
seletividade do Sistema Penal.
CRIMINOLOGIA DO CONSENSO
Escola de Chicago - A Escola de CHICAGO e sua explica•‹o ECOLîGICA
do crime talvez seja a principal escola criminol—gica moderna. PARK foi o principal
expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento populacional na cidade
de Chicago no come•o do sŽculo XX e, com suas observa•›es, a Escola de Chicago
chegou ˆ conclus‹o de que o fen™meno delitivo estava relacionado diretamente
ao conglomerado urbano e suas caracter’sticas (multiculturais, Žtnicas, etc.).
TambŽm se chegou ˆ conclus‹o de que a delinqu•ncia era mais concentrada em
determinadas ‡reas, e tal concentra•‹o seria fruto, dentre outras coisas, da
desorganiza•‹o social destas ‡reas.
Escolas que derivam da Escola de Chicago:
⇒! ECOLîGICA (DESORGANIZA‚ÌO SOCIAL) - Para esta teoria o
progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. Prop›e que a
estabilidade e a integra•‹o contribuem para a ordem social, enquanto a
desordem social e a aus•ncia de integra•‹o entre os indiv’duos contribuem
para ’ndices mais elevados de criminalidade
⇒! ESPACIAL - Defendia a reestrutura•‹o arquitet™nica das cidades como
forma de preven•‹o do delito, inclusive como forma de permitir maior
controle sobre as pessoas. Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente.
⇒! JANELAS QUEBRADAS - Para esta teoria a repress‹o dos menores delitos
Ž ABSOLUTAMENTE INDISPENSçVEL para inibir a pr‡tica dos delitos mais
graves.
⇒! TOLERåNCIA ZERO - A teoria da toler‰ncia zero decorre naturalmente
da ideia defendida pela teoria das janelas quebradas. Trata-se de uma
pol’tica criminal de repress‹o a toda e qualquer conduta desviante, por
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
menor que seja, como forma de reafirmar o poder do Estado e a
necessidade de respeito ˆ Lei.
Teoria das subculturas delinquentes - Tal teoria acaba defende que a conduta
delitiva n‹o seria um reflexo negativo da desorganiza•‹o social e outras mazelas
da sociedade contempor‰nea. Para esta teoria todo agrupamento humano Ž
dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras pr—prias. Desta forma,
Ž poss’vel que algumas destas subculturas possuam valores que se
contraponham aos valores da cultura dominante e, em raz‹o disso, o delito n‹o
derivaria de uma predisposi•‹o ˆ viola•‹o da Lei, e sim um mero reflexo
destas diferen•as culturais.
CRIMINOLOGIA DO CONFLITO
Teoria do etiquetamento ou labeling approach - Para esta teoria, tambŽm
chamada de Òteoria da rea•‹o socialÓ, o crime n‹o seria um fen™meno social, mas
um fen™meno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, n‹o existiria
um crime Òpor naturezaÓ, mas apenas ÒcondutasÓ, que recebem o r—tulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior prote•‹o aos bens de interesse da classe dominante). Teve como
principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.
14
Este t—pico foi inspirado na disserta•‹o de mestrado do pr—prio Prof. Renan Araujo: SOUZA, Renan de
Araujo. A tutela penal dos discursos potencialmente ofensivos. 2015. 160f. Disserta•‹o (Mestrado em Direito
Penal) Ð Faculdade de Direito, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Racismo
⇒! Legislativo - Tratamento mais gravoso dispensado aos crimes
habitualmente praticados por indiv’duos das classes mais baixas
(predominantemente homens negros)
⇒! Ag•ncias de controle - Tratamento n‹o raras vezes preconceituoso
dispensado aos negros (abordagens policiais truculentas em zonas
perifŽricas dos grandes centros urbanos, etc.).
G•nero:
⇒! Ainda incipiente pol’tica criminal voltada ˆ equaliza•‹o dos g•neros,
considerando a maior vulnerabilidade social da mulher
⇒! Aus•ncia de ag•ncias de controle devidamente preparadas para
acolher e compreender a mulher v’tima de crime, sem que ocorra o
odioso processo de revitimiza•‹o.
OBS.: Isso faz com que a mulher, j‡ vitimada pelo crime (em boa parte dos
casos, relacionados ˆ quest‹o de g•nero, como viol•ncia domŽstica e estupro),
acabe desistindo de levar o fato ao conhecimento das autoridades (gerando as
cifras negras) ou, quando o faz, acabe sendo revitimizada (ante a aus•ncia de
tratamento adequado, desconfian•a infundada quanto ˆ veracidade das
alega•›es, etc.).
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
apenas no plano normativo, mas tambŽm seja verificado quando da
operacionaliza•‹o do sistema.
¥! Filosofia Pol’tica Ð Limites materiais ˆ atua•‹o punitiva do Estado,
que deve saber separar direito e moral, criminalizando apenas aquilo
que for capaz de atentar seriamente contra a vida em sociedade.
Direito Penal do Inimigo - Trata-se de um modelo que pressup›e a exist•ncia
de um Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos
considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio de
vida.
aplica•‹o da pena privativa de liberdade, que deve, sempre que poss’vel, ser
substitu’da por san•›es alternativas.
Vertentes abolicionistas:
⇒! Abolicionismo imediato Ð Defendido, dentre outros, por LOUCK
HULSMAN, prega a imediata supress‹o do Direito Penal e sua substitui•‹o
imediata do Direito Penal por outros mŽtodos de solu•‹o de conflitos
(composi•‹o civil dos danos, etc.).
⇒! Abolicionismo mediato Ð TambŽm conhecido como minimalismo radical,
prega que o ideal seria a aboli•‹o do Direito Penal, mas a realidade imp›e
a manuten•‹o de tal sistema, j‡ que seria imposs’vel sua supress‹o sem
que houvesse um abalo social consider‡vel, com poss’vel transmuta•‹o da
viol•ncia estatal para a vingan•a privada sem qualquer regulamenta•‹o
estatal (THOMAS MATHIESEN Ž um dos principais defensores).
___________
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
6! EXERCêCIOS DA AULA
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
E) v’tima de culpabilidade menor.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
08.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)
O comportamento inadequado da v’tima que de certo modo facilita, instiga ou
provoca a a•‹o de seu verdugo Ž denominado
a) vitimiza•‹o terci‡ria.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimiza•‹o prim‡ria.
e) vitimologia.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
B) sociol—gico ... experimental
C) f’sico ... social
D) filos—fico ... humana
e) psicol—gico ... normativa
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
levou em conta a participa•‹o ou provoca•‹o das v’timas nos crimes. O autor
dessa classifica•‹o foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Em rela•‹o aos preceitos da criminologia contempor‰nea e a aspectos relevantes
sobre a justi•a criminal, o sistema penal e a estrutura social, julgue o item que
se segue.
Na criminologia contempor‰nea, n‹o se consideram os protagonistas do crime Ñ
v’tima, infrator e comunidade Ñ nem o desenvolvimento de tŽcnicas de
interven•‹o e controle, pois essas matŽrias devem ser objeto de pol’ticas pœblicas
de seguran•a pœblica e n‹o da ci•ncia criminol—gica.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
d) Ž uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, f‡tica do ÒserÓ É Ž uma ci•ncia
jur’dica, cultural e normativa, do Òdever serÓ
e) Ž considerada uma ci•ncia jur’dica, por tratar o delito como um conceito
formal, normativo, do Òdever serÓ É n‹o Ž considerado uma ci•ncia, pois encara
o delito como um fen™meno social, do ÒserÓ
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
E) cifras cinza
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
No tocante ˆ tem‡tica da preven•‹o da infra•‹o ˆ lei penal, Ž correto afirmar que
a preven•‹o
(A) secund‡ria consiste em, dentre outras, pol’ticas criminais voltadas
exclusivamente ˆ reintegra•‹o do preso na sociedade.
(B) terci‡ria consiste em pol’ticas pœblicas de conscientiza•‹o de todos os
cidad‹os quanto ˆ import‰ncia de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento
de servi•os pœblicos de qualidade, tais como saœde, educa•‹o e seguran•a.
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indiv’duos propensos a delinquir,
inibindo-os de transgredir a lei penal.
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeduca•‹o e a ressocializa•‹o do
criminoso.
(E) prim‡ria consiste em, dentre outras, a•›es policiais de repress‹o ˆs pr‡ticas
delituosas.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
32.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)
O conceito de preven•‹o delitiva, no Estado Democr‡tico de Direito, e as medidas
adotadas para alcan•‡-la s‹o.
A) o conjunto de a•›es que visam evitar a ocorr•ncia do delito, atingindo direta
e indiretamente o delito.
B) o conjunto de a•›es que visam estudar o delito, atingindo direta e
indiretamente o criminoso
C) o conjunto de a•›es adotadas pela v’tima que visam evitar o delito, atingindo
o delinquente direta e indiretamente.
D) o conjunto de a•›es que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo
direta e indiretamente.
E) o conjunto de a•›es que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta
e indiretamente.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
a) prim‡ria.
b) individual.
c) secund‡ria.
d) estrutural.
e) terci‡ria.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
OrdemÓ, que reconhecia no direito penal m‡ximo o instrumento primordial ˆ
resolu•‹o dos problemas que afligem a sociedade.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
A) surgiu na Europa, no sŽculo passado, baseada na teoria do consenso, tem
como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, o que inibiria
os crimes menos graves.
B) surgiu na It‡lia, na dŽcada de sessenta, Ž uma das mais importantes teorias
do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade n‹o Ž resultante somente da
conduta humana, mas a consequ•ncia de um processo em que se atribui uma
qualidade ˆ pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a
denomina•‹o Òlei e ordemÓ ou Òtoler‰ncia zeroÓ, decorrente da teoria das janelas
quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que inibiria os mais
graves
D) surgiu na Alemanha, no sŽculo XIX, defende que o comportamento do
criminoso Ž aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo,
tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o criminoso para servir de
exemplo, a chamada preven•‹o geral.
E) surgiu na Inglaterra, est‡ baseada na teoria da sub- cultura delinquente, ou
seja, o comportamento criminoso Ž um sintoma de dissocia•‹o entre as
aspira•›es socioculturais e os meios desenvolvidos para alcan•ar essas
aspira•›es.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
O mŽtodo de estudo da Criminologia reœne as seguintes caracter’sticas:
a) silogismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
b) empirismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
c) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
d) empirismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
e) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o dedutiva da realidade.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
e) cifras douradas.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
7! EXERCêCIOS COMENTADOS
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
02.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)
Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia.
A) O comportamento da v’tima em nada contribui para a ocorr•ncia do
crime contra si praticado.
B) A Vitimologia estuda o papel da v’tima no epis—dio danoso, o modo
pelo qual participa, bem como sua contribui•‹o na ocorr•ncia do delito.
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ci•ncias jur’dicas, por conta das
observa•›es feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da
v’tima perante o ordenamento jur’dico em vigor.
D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio
da obra ÒO Homem DelinquenteÓ, de Cesare Lombroso.
E) O comportamento da v’tima sempre contribui para a ocorr•ncia do
crime contra si praticado.
COMENTçRIOS: A Vitimologia Ž o ramo da criminologia focado na v’tima,
analisando seu comportamento, ou seja, seu papel no evento criminoso.
O comportamento da v’tima pode possuir relev‰ncia penal, conduzindo, em
alguns casos, ˆ pr—pria atipicidade da conduta, pelo que se chama de
Òconsentimento do ofendidoÓ. Em determinados casos, pode reduzir a pena do
condenado ou excluir a ilicitude.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
exercida por ag•ncias estatais como o MinistŽrio Pœblico, Pol’cia e Poder
Judici‡rio, consistente na a•‹o punitiva exercida sobre pessoas
concretas, que acontece quando Ž detectado uma pessoa que se sup›e
tenha praticado certo ato criminalizado primariamente.
COMENTçRIOS: De fato, o processo de criminaliza•‹o pode ser dividido em
fases, no qual temos como fase prim‡ria o momento de sele•‹o do bem jur’dico-
penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com
determinada criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.
J‡ a criminaliza•‹o secund‡ria n‹o ocorre no plano legislativo, mas no plano
concreto, quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es do Estado
(MP, Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
EXEMPLO: A v’tima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele
assassinada.
⇒! VêTIMA UNICAMENTE CULPADA Ð Classificam-se em: v’tima
infratora (aquela que se torna v’tima por ter praticado um delito
prŽvio), v’tima simuladora (aquela que simula a ocorr•ncia de um
delito para gerar uma acusa•‹o em face de alguŽm) e v’tima
imagin‡ria (por um problema psicol—gico, acredita que foi v’tima de
crime, quando n‹o foi).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
O comportamento inadequado da v’tima que de certo modo facilita,
instiga ou provoca a a•‹o de seu verdugo Ž denominado
a) vitimiza•‹o terci‡ria.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimiza•‹o prim‡ria.
e) vitimologia.
COMENTçRIOS: O comportamento inadequado da v’tima, que de alguma forma
contribui para o delito, Ž denominado de Òpericulosidade vitimalÓ, ou
Òperigosidade vitimalÓ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
(B) que n‹o concorreu, de forma alguma, para a ocorr•ncia do crime.
(C) que, de modo volunt‡rio ou imprudente, colabora com o ‰nimo
criminoso do agente.
(D) que ocorre no meio social em que vive a v’tima e Ž causada pela
fam’lia, por grupo de amigos etc.
(E) causada pelos —rg‹os formais de controle social, ao longo do
processo de registro e apura•‹o do delito, mediante o sofrimento
adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecu•‹o criminal.
COMENTçRIOS: Segundo a Doutrina criminol—gica, sobrevitimiza•‹o ou
vitimiza•‹o secund‡ria Ž o fen™meno do sofrimento adicional imputado ˆ v’tima
pelos —rg‹os de controle social, ao longo do processo, em raz‹o do pr—prio
funcionamento do sistema de persecu•‹o penal, como a necessidade de que a
v’tima tenha que relembrar os fatos, ter contato com o infrator, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: A criminologia moderna estuda o crime, o criminoso, a v’tima
e o controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
ÒV’tima inocente, v’tima provocadora e v’tima agressora, simuladora ou
imagin‡riaÓ. Essa foi uma das primeiras classifica•›es, de forma
sintetizada, que levou em conta a participa•‹o ou provoca•‹o das v’timas
nos crimes. O autor dessa classifica•‹o foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria
COMENTçRIOS: O autor da classifica•‹o trazida no enunciado da quest‹o foi
Benjamim Mendelsohn.
Lembrando que esta defini•‹o Ž uma s’ntese daquilo que originalmente
Mendelsohn estabeleceu, j‡ que Òv’tima provocadoraÓ englobaria as v’timas
menos, t‹o e mais culpadas que o infrator.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
15
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
a) vitimiza•‹o estatal ou oficial.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) vitimiza•‹o terci‡ria.
d) vitimiza•‹o quatern‡ria.
e) vitimiza•‹o prim‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso temos o que os Doutrinadores chamam de
Òvitimiza•‹o secund‡riaÓ. ƒ aquela provocada, direta ou indiretamente, pelo
Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de controle social", quando, na
tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos ˆ v’tima.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
16
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.
1.1.1.!
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
da pessoa do infrator, da v’tima e do controle social do comportamento
delitivo(...).Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
17
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.
1.1.2.!
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Na verdade, n‹o Ž somente o temor da repres‡lia que gera a cifra negra, mas
inœmeros fatores.
O temor da repres‡lia Ž um fator determinante em rela•‹o aos delitos praticados
pelos pr—prios agentes da estrutura policial, e neste caso ter’amos Òcifras
amarelasÓ. Assim, entendo que a quest‹o foi mal formulada e poderia ter sido
anulada, mas n‹o o foi.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Podemos perceber que o nosso ordenamento jur’dico adotou a
teoria mista das fun•›es da pena, j‡ que pela leitura do art. 59 do CP fica claro
que se pretende tenha a pena um viŽs retributivo (castigo ao infrator) e um viŽs
preventivo (preven•‹o geral e especial).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
(E) prim‡ria consiste em, dentre outras, a•›es policiais de repress‹o ˆs
pr‡ticas delituosas.
COMENTçRIOS: A preven•‹o, enquanto finalidade da pena, pode ser geral ou
especial. Ser‡ geral quando tiver por finalidade desestimular os demais membros
da sociedade, a fim de que n‹o pratiquem crimes, utilizando-se da ideia de
ÒexemploÓ.
A preven•‹o especial, por sua vez, se destina ao pr—prio infrator, ou seja, a pena
tem a finalidade de evitar que aquele infrator volte a delinquir.
Outra classifica•‹o, menos utilizada Ž a que divide a preven•‹o em prim‡ria,
secund‡ria e terci‡ria:
A preven•‹o prim‡ria Ž a verdadeira preven•‹o, pois ela ataca a raiz do mal, ou
seja, as causas sociais do problema (desemprego, educa•‹o, etc.) Ela atua no
longo prazo e requer forte investimento estatal.
A preven•‹o secund‡ria, por sua vez, n‹o quer saber onde e quando conflito
criminal ocorre ou Ž gestado, mas onde se manifesta. Opera a curto e mŽdio
prazos e se destina seletivamente a determinados grupos sociais, notadamente
aqueles grupos e subgrupos que possuem maior risco de serem os protagonistas
no cen‡rio criminal, atŽ pela pr—pria seletividade do sistema, que
convenientemente escolhe os destinat‡rios da norma penal. Aqui, entram em
cena o legislador (para tipificar condutas), o sistema repressivo policial e
judici‡rio, bem como, inclusive, os meios de comunica•‹o.
A preven•‹o terci‡ria, por fim, tem como objeto o preso, ou o condenado, melhor
dizendo, com o objetivo de evitar a reincid•ncia, possuindo n’tido car‡ter
punitivo, utilizando-se da pena como forma de preven•‹o. Aqui surge a ideia de
preven•‹o especial e preven•‹o geral.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Originalmente desenvolveu-se a ideia de ÒCIFRAS NEGRASÓ,
para designar o conjunto de crimes que n‹o entravam nas estat’sticas oficiais, ou
que n‹o eram solucionados ou punidos (Geralmente a primeira defini•‹o).
Posteriormente, surgiu a express‹o Òcifra douradaÓ, para designar os crimes do
Òcolarinho brancoÓ, e que seriam uma espŽcie de Òcifra negraÓ dos ricos, ou seja,
as Òcifras negrasÓ das condutas criminosas praticadas pelas classes mais
elevadas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
E) o conjunto de a•›es que visam estudar o crime, atingindo o criminoso
direta e indiretamente.
COMENTçRIOS: No estado democr‡tico de Direito, entende-se como preven•‹o
delitiva o conjunto de a•›es que visam ˆ preven•‹o da ocorr•ncia do delito.
Em decorr•ncia deste conjunto de a•›es, o delito ser‡, naturalmente, atingido,
direta ou indiretamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
d) do nœmero de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o
narcotr‡fico.
e) dos crimes denominados de Òcolarinho brancoÓ.
COMENTçRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de
colarinho branco que n‹o s‹o reportados ou apurados pelas ag•ncias de controle,
normalmente em raz‹o do poder econ™mico dos infratores.
Assim, embora crime de colarinho branco n‹o seja sin™nimo de cifra dourada,
esta est‡ vinculada aos crimes de colarinho branco.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: Item correto, pois a Escola de Chicago sustenta que a forma
com a qual as cidades est‹o estruturadas Ž o grande problema que gera a
criminalidade. Para esta Teoria, a CIDADE (mais especificamente do que a
ÒsociedadeÓ genericamente considerada) seria o foco principal da aten•‹o da
criminologia. Para os te—ricos desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano
produz a criminalidade (crescimento populacional, crescimento desordenado,
forma•‹o de guetos, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
C) Òcl‡ssicaÓ
D) Òcidade limpaÓ
E) ÒdiferencialÓ.
COMENTçRIOS: A teoria das janelas quebradas, ou "Broken Windows Theory",
foi desenvolvida nos EUA, e tem como fundamento b‡sico o combate severo ao
crime, por menor que seja, pois segundo esta teoria a prolifera•‹o dos pequenos
delitos cria um ambiente prop’cio ao desenvolvimento de grandes delitos, sob a
alega•‹o de que a aparente inŽrcia do Estado produziria um efeito estimulante
em rela•‹o ˆ pr‡tica de delitos. Trata-se de uma espŽcie de pol’tica de toler‰ncia
zero.
A teoria do Òneo-retribucionismoÓ Ž uma das pol’ticas criminais contempor‰neas
que pregam uma maior repress‹o estatal, ou seja, uma aplica•‹o do sistema
punitivo do Estado.
Trata-se, na verdade, de um movimento de rea•‹o aos elevados ’ndices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a
ideia de que para diminuir a criminalidade Ž necess‡rio punir mais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
Trata-se, na verdade, de um movimento de rea•‹o aos elevados ’ndices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a
ideia de que para diminuir a criminalidade Ž necess‡rio punir mais.
De fato, esta teoria se vale, dentre outras, da conhecida Òteoria das janelas
quebradasÓ, segundo a qual a aus•ncia de puni•‹o dos delitos pequenos serviria
como est’mulo ˆ pr‡tica dos delitos mais graves, de maneira que o Estado deveria
aumentar, ainda mais, seu sistema punitivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
COMENTçRIOS: A etiologia criminal Ž uma disciplina que visa a explicar as
causas da criminalidade. Para tanto, se vale do empirismo, o mŽtodo cient’fico
da experimenta•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
53.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC-SP Ð AGENTE)
Os Òcrimes de colarinho brancoÓ s‹o delitos conhecidos na Criminologia
por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.
d) cifras amarelas.
e) cifras douradas.
COMENTçRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de
colarinho branco que n‹o s‹o reportados ou apurados pelas ag•ncias de controle,
normalmente em raz‹o do poder econ™mico dos infratores.
Assim, embora crime de colarinho branco n‹o seja sin™nimo de cifra dourada,
esta est‡ vinculada aos crimes de colarinho branco.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da
Teoria de Consenso:
a) a Teoria cr’tica.
b) a Teoria radical.
c) a Teoria das janelas quebradas.
d) a Teoria da associa•‹o diferencial.
e) a Teoria do conflito.
COMENTçRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o Direito
Penal n‹o Ž instrumento de domina•‹o de classes, mas instrumento em prol do
bem comum de uma sociedade cujos interesses s‹o homog•neos. A Teoria do
Conflito, por sua vez, entende que a sociedade n‹o possui interesses
homog•neos, j‡ que existe um conflito de classes, e que o Direito Penal nada
mais Ž que uma ferramenta para o exerc’cio da domina•‹o de uma classe pela
outra.
Dentre as alternativas, a teoria da associa•‹o diferencial Ž uma das que
representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer conduta
humana, Ž um aprendizado, uma apreens‹o de comportamentos desviantes, pela
Lei da Imita•‹o. Esta teoria n‹o enxerga a exist•ncia de um grupo prŽ-
determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela j‡ prŽ-estabelecida,
como entende a Teoria do Conflito Social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
sociais. Em seguida, a atribui•‹o a alguŽm da pecha de criminoso depende
novamente da atua•‹o seletiva das ag•ncias estatais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito entre
uma classe e outra, e n‹o um consenso entre elas contra um Òmal comumÓ.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA A.
8! GABARITO
1.! ALTERNATIVA B
2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA B
4.! CORRETA
5.! ALTERNATIVA B
6.! ALTERNATIVA E
7.! ALTERNATIVA A
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA E
10.! ALTERNATIVA E
11.! ALTERNATIVA B
12.! ALTERNATIVA E
13.! ALTERNATIVA C
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA D
16.! ALTERNATIVA E
17.! ALTERNATIVA B
18.! ALTERNATIVA A
19.! ERRADA
20.! ALTERNATIVA C
21.! ALTERNATIVA E
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA B
25.! ALTERNATIVA D
26.! ALTERNATIVA E
27.! ALTERNATIVA E
28.! ALTERNATIVA D
00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo
29.! ALTERNATIVA C
30.! ALTERNATIVA B
31.! ALTERNATIVA A
32.! ALTERNATIVA A
33.! ALTERNATIVA C
34.! ALTERNATIVA B
35.! ALTERNATIVA A
36.! ALTERNATIVA D
37.! ALTERNATIVA E
38.! CORRETA
39.! ERRADA
40.! ERRADA
41.! CORRETA
42.! CORRETA
43.! ALTERNATIVA A
44.! ALTERNATIVA B
45.! ALTERNATIVA C
46.! ALTERNATIVA E
47.! CORRETA
48.! CORRETA
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA E
51.! ALTERNATIVA B
52.! ERRADA
53.! ALTERNATIVA E
54.! ALTERNATIVA A
55.! ALTERNATIVA D
56.! ALTERNATIVA B
57.! ALTERNATIVA E
58.! ALTERNATIVA A
00000000000 - DEMO