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Livro Eletrônico

Aula 01

Criminologia p/ PC-MG (Delegado) Pós-Edital


Professor: Renan Araujo

00000000000 - DEMO
CRIMINOLOGIA Ð PC-MG (2018) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula òNICA Ð Prof. Renan Araujo

AULA òNICA
TîPICOS DE CRIMINOLOGIA
SUMçRIO
1 CRIMINOLOGIA: FUNDAMENTOS. VITIMOLOGIA. PROCESSOS DE
CRIMINALIZA‚ÌO. ...................................................................................................... 4
1.1 Fundamentos te—ricos .................................................................................... 4
1.1.1 Conceito ....................................................................................................... 4
1.1.2 Objeto de estudo ........................................................................................... 5
1.2 Vitimologia..................................................................................................... 6
1.2.1 Conceito e classifica•‹o................................................................................... 6
1.2.2 Processos de vitimiza•‹o ................................................................................. 8
1.3 Processos de criminaliza•‹o......................................................................... 10
1.3.1 Criminaliza•‹o prim‡ria ................................................................................ 10
1.3.2 Criminaliza•‹o secund‡ria ............................................................................. 10
2 MODELOS TEîRICOS........................................................................................... 10
2.1 Criminologia cient’fica e seus modelos te—ricos ........................................... 10
2.2 Teorias bioantropol—gicas, psicodin‰micas e psicopsicol—gicas. O homem
delinquente ............................................................................................................... 12
2.3 Teorias sociol—gicas ..................................................................................... 16
2.3.1 Criminologia do consenso .............................................................................. 16
2.3.1.1 Escola de Chicago .................................................................................. 16
2.3.1.2 Teoria da associa•‹o diferencial (aprendizagem social ou social learning) ...... 18
2.3.1.3 Teoria das subculturas delinquentes ......................................................... 18
2.3.1.4 Teoria da anomia .................................................................................. 19
2.3.2 Criminologia do conflito ................................................................................ 20
2.3.2.1 Teoria do etiquetamento ou labeling approach ........................................... 20
2.3.2.2 Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal ........................................ 21
2.3.3 Criminologia ambiental ................................................................................. 24
3 SISTEMA PENAL E CONTROLE SOCIAL. POLêTICA CRIMINAL NO BRASIL Ð A
PREVEN‚ÌO DA INFRA‚ÌO PENAL NO ESTADO DEMOCRçTICO DE DIREITO .............. 26
3.1 Sistema penal e controle social .................................................................... 26
3.1.1 Conceito e Institui•›es .................................................................................. 26
3.1.2 Discrep‰ncia entre discurso e realidade ........................................................... 26
3.2 A preven•‹o penal no Estado Democr‡tico de Direito................................... 27
3.2.1 Preven•‹o prim‡ria ...................................................................................... 28
3.2.2 Preven•‹o secund‡ria ................................................................................... 28
3.2.3 Preven•‹o terci‡ria....................................................................................... 29
3.2.3.1 Teoria absoluta da pena ......................................................................... 29
3.2.3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................ 29
3.2.3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclŽtica ou unit‡ria) e sua dupla finalidade ........ 30
3.2.4 Programas de preven•‹o de infra•›es penais ................................................... 30

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Teoria e quest›es
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4 CRIMINOLOGIA E POLêTICA CRIMINAL. CRIMINOLOGIA E CIæNCIAS CRIMINAIS
33
4.1 MODELOS DE REA‚ÌO AO CRIME .................................................................. 33
4.1.1 Cl‡ssico ou dissuas—rio ................................................................................. 33
4.1.2 Ressocializador ............................................................................................ 34
4.1.3 Restaurador ................................................................................................ 34
5 RESUMO .............................................................................................................. 34
6 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 44
7 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 59
8 GABARITO .......................................................................................................... 87

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS Ð CARREIRAS JURêDICAS, tendo a oportunidade de poder
contribuir para a aprova•‹o de voc•s no concurso da PC-MG. N—s vamos estudar
teoria e comentar exerc’cios sobre CRIMINOLOGIA, para o cargo de
DELEGADO DE POLêCIA.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital acabou de ser publicado! S‹o 76 vagas para Delegado de
Pol’cia Substituto, para provimento imediato, mais cadastro de reserva.
O concurso ser‡ realizado pela FUMARC, com provas objetivas em 17/6 e
provas discursivas em 12/8.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!

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Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da PC-MG. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Bom, neste curso estudaremos todo o conteœdo de CRIMINOLOGIA
previsto no edital. Nosso curso ser‡ curto, contando apenas com esta aula.
Com rela•‹o ˆs quest›es, vamos dar prefer•ncia ˆquelas que tenham
sido cobradas em concursos de n’vel superior na ‡rea jur’dica
(Magistratura, Defensoria Pœblica, MP, etc.).
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMO Ð Nossa aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
indo direto ao ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para
quem est‡ sem muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva (respons‡vel pelo f—rum),
que ir‡ responder seus questionamentos no f—rum de dœvidas
exclusivo para os alunos do curso.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

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Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

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professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

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1! CRIMINOLOGIA: FUNDAMENTOS. VITIMOLOGIA.


PROCESSOS DE CRIMINALIZA‚ÌO.
1.1!Fundamentos te—ricos

1.1.1!Conceito
Inicialmente, devemos analisar a criminologia por seu conceito.
A criminologia pode ser conceituada como a ci•ncia emp’rica (humana e
social) que busca estudar o crime, o criminoso, a v’tima, o controle
social, bem como todas as circunst‰ncias que envolvem o fen™meno do
crime.
Na defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA1, Ò(...) trata-se de uma ci•ncia
emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da v’tima e do controle social do comportamento delitivo(...).Ó
Inicialmente, a palavra CRIMINOLOGIA fora utilizada por RAFFAELE
GAROFALO. PorŽm, h‡ ind’cios de que esta palavra j‡ teria sido utilizada
anteriormente, por TOPINARD.
Diz-se que a criminologia Ž uma ci•ncia emp’rica porque ela trabalha sobre
bases concretas, atravŽs da an‡lise dos acontecimentos no mundo real, e n‹o
meramente abstratos, utilizando-se, portanto, do mŽtodo da observa•‹o e da
experimenta•‹o.
Entende-se a criminologia, ainda, como uma ci•ncia INTERDISCIPLINAR,
eis que como seu objeto de estudo Ž por demais amplo, ela necessariamente se
vale de outros ramos da ci•ncia como forma de aux’lio (Dentre elas a psicologia,
a sociologia, a antropologia, etc.).
Embora seja reconhecida pela maioria da Doutrina como uma ci•ncia
aut™noma em rela•‹o ao Direito Penal, h‡ quem defenda sua vincula•‹o ao
Direito Penal.
Contudo, prevalece, com acerto, a separa•‹o entre ambos.
O Direito Penal Ž uma ci•ncia meramente NORMATIVA, que analisa o
fen™meno do crime do ponto de vista da transgress‹o da norma pura e
simplesmente, e as consequ•ncias que dessa transgress‹o advir‹o.
A Criminologia, por sua vez, Ž uma ci•ncia CAUSAL-EXPLICATIVA, ou
seja, busca explicar o delito n‹o como mera viola•‹o ˆ norma, mas tendo em
conta todas as suas causas (sejam elas psicol—gicas, biol—gicas, sociais, etc.),

1
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.

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bem como se volta ˆ an‡lise do delinquente numa perspectiva ressocializadora
(PREVEN‚ÌO ESPECIAL).
Assim, ambos analisam o CRIME, s— que cada um analisa por um prisma
pr—prio. Assim:

CRIME

DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA

PRISMA
PRISMA
EXPLICATIVO-
NORMATIVO
CAUSAL

1.1.2!Objeto de estudo
Como dissemos anteriormente, n‹o s— do crime vive a criminologia, ela
tambŽm se ocupa:
⇒! DO CRIMINOSO Ð A criminologia, enquanto ci•ncia causal-explicativa,
est‡ sempre em busca de entender o delinquente, a estrutura social
que o cerca, bem como todos os fatores internos e externos que o
levaram a delinquir.
⇒! DA VêTIMA Ð Antigamente n‹o se dava muita import‰ncia para o papel
da v’tima no estudo do fen™meno conhecido como ÒcrimeÓ, relegando-
a a um papel meramente secund‡rio. Curioso que, nos dias atuais, a
v’tima n‹o s— ganhou mais espa•o, como recebeu aten•‹o destacada,
tendo sido criado um sub-ramo espec’fico para seu estudo (A
VITIMOLOGIA).
⇒! DO CONTROLE SOCIAL Ð Como diria Hobbes, o ÒHomem Ž lobo do
HomemÓ. Partindo desta premissa, podemos concluir que o ser humano
Ž incapaz de viver em sociedade sem que haja algum aparato de
controle, cuja finalidade Ž estabelecer um conjunto normativo apto a
reger as rela•›es interpessoais, sob pena de estabelecimento do caos.
Um dos instrumentos de que se vale o Estado para o exerc’cio deste
controle Ž o DIREITO PENAL. Contudo, o controle social n‹o se d‡

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apenas pelo Estado, mas tambŽm por meio dele. Existem formas
de controle social n‹o vinculadas ao Estado, e inclusive prŽvia a ele,
como a fam’lia, a religi‹o, etc. Todas estas s‹o formas de controle
social, ainda que n‹o formais. Quando estas formas de controle social
se mostram deficit‡rias, o indiv’duo tende a desvirtuar-se e o Estado Ž
chamado a intervir a posteriori, por meio do seu instrumento de
repress‹o por excel•ncia: O DIREITO PENAL.

1.2!Vitimologia

1.2.1!Conceito e classifica•‹o
A vitimologia Ž, basicamente, o estudo da v’tima e sua import‰ncia no
fen™meno do crime.
Este sub-ramo da criminologia passou a ganhar relev‰ncia com a obra de
MENDELSOHN, que entendia que a v’tima n‹o poderia, de forma alguma,
continuar a ser analisada como mero coadjuvante.
Na classifica•‹o de MENDELSOHN, temos que a v’tima pode ser:
⇒! VêTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) Ð ƒ aquele
que n‹o contribui, em nada, para a ocorr•ncia do delito. EXEMPLO: Um
trabalhador que Ž assaltado e tem sua carteira roubada, sem que estivesse
ostentando qualquer bem ou, de alguma forma, chamando a aten•‹o.
⇒! VêTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORåNCIA) Ð
Trata-se da v’tima que contribui para a ocorr•ncia do delito, embora n‹o
haja um direcionamento doloso para isso. EXEMPLO: Rapaz que anda
sozinho ˆ noite na Linha Vermelha, ostentando um celular de R$ 4.000,00
e acaba sendo v’tima de roubo.
⇒! VêTIMA TÌO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTçRIA) Ð Trata-se da v’tima que contribui para o delito em grau
semelhante ao do pr—prio infrator. O exemplo cl‡ssico Ž o da roleta-russa.
⇒! VêTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR Ð Aqui n—s temos a
figura da v’tima que d‡ causa, que provoca a a•‹o do infrator. EXEMPLO:
A v’tima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele assassinada.
⇒! VêTIMA UNICAMENTE CULPADA Ð Classificam-se em: v’tima
infratora (aquela que se torna v’tima por ter praticado um delito prŽvio),
v’tima simuladora (aquela que simula a ocorr•ncia de um delito para gerar
uma acusa•‹o em face de alguŽm) e v’tima imagin‡ria (por um problema
psicol—gico, acredita que foi v’tima de crime, quando n‹o foi).

Podemos utilizar, portanto, o seguinte esquema:

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VÍTIMAS

TÃO CULPADA MAIS CULPADA


POR UNICAMENTE
IDEAL QUANTO O QUE O
IGNORÂNCIA CULPADA
INFRATOR INFRATOR

VÍTIMA
INFRATORA

VÍTIMA
SIMULADORA

VÍTIMA
IMAGINÁRIA

CUIDADO! Imprescind’vel que se compreenda o conceito de PERIGOSIDADE


VITIMAL. Perigosidade vitimal Ž o nome que se d‡ ao estado em que a v’tima
se coloca de forma a estimular sua vitimiza•‹o, de forma direta ou indireta.

H‡, ainda, outras classifica•›es menos utilizadas:


⇒! V’tima nata Ð Apresenta, desde seu nascimento, predisposi•‹o para
figurar como v’tima de crimes.
⇒! V’tima potencial Ð Apresenta comportamento ou estilo de vida que atrai
o criminoso.
⇒! V’tima eventual ou real Ð Aquela que n‹o contribui em nada para o
evento criminoso, Ž a v’tima ÒverdadeiraÓ.
⇒! V’tima simuladora (ou falsa) Ð Est‡ consciente de que n‹o foi v’tima de
delito algum, mas por alguma raz‹o imputa a alguŽm a pr‡tica de um crime
contra si.
⇒! V’tima volunt‡ria Ð Aquela que consente com o crime, exercendo algum
ÒpapelÓ na produ•‹o criminosa.
⇒! V’tima acidental Ð Aquela que Ž v’tima de sua pr—pria conduta,
geralmente por aus•ncia de observ‰ncia de um dever de cuidado.
⇒! V’tima ilhada Ð Aquela que se afasta das rela•›es sociais.

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SêNDROME DE ESTOCOLMO Ð A s’ndrome de Estocolmo nada mais Ž que


o desenvolvimento de la•os afetivos entre v’timas de crimes que
envolvam priva•‹o da liberdade (sequestro, c‡rcere privado, etc.) e
seus raptores.
Termo criado por NILS BEJEROT, a s’ndrome se desenvolve a partir de uma
tŽcnica de defesa, consistente na tentativa da v’tima em conquistar a simpatia
do infrator, mas acaba criando la•os de afeto.

1.2.2!Processos de vitimiza•‹o
AlŽm da classifica•‹o dos Òtipos de v’timaÓ, importante se mostra o estudo
dos PROCESSOS DE VITIMIZA‚ÌO.
A vitimiza•‹o ou processo vitimizat—rio Ž o processo pelo qual alguŽm se
torna v’tima, em defini•‹o livre.
Podemos defini-lo da seguinte forma:
⇒! VITIMIZA‚ÌO PRIMçRIA - ƒ aquela inerente ao pr—prio crime,
ˆ pr—pria conduta criminosa, como os danos causados pela pr‡tica da
conduta (les›es corporais, psicol—gicas, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO SECUNDçRIA - ƒ aquela provocada, direta ou
indiretamente, pelo Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de
controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por
provocar mais danos ˆ v’tima (normalmente psicol—gicos, por ter que
relembrar o fato, ter contato com o infrator, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO TERCIçRIA - Causada pela sociedade que
envolve a v’tima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos
familiares, dos amigos ou do c’rculo social da v’tima, de um modo geral.
Ocorre, com maior frequ•ncia, nos crimes que provocam efeitos
ÒestigmatizantesÓ, como o estupro.

Nesse sentido:

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VITIMIZAÇÃO

PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA

DECORRENTE DA OCORRE NO SEIO SOCIAL


DA VÍTIMA -
DECORRENTE DO ATUAÇÃO DAS
PRINCIPALMENTE NOS
PRÓPRIO FATO INSTÂNCIAS FORMAIS CRIMES
DE CONTROLE ESTIGMATIZANTES

Esse processo de REVITIMIZA‚ÌO tambŽm ocorre no plano interno, ou


seja, dentro da pr—pria v’tima, no que se chamou de AUTOVITIMIZA‚ÌO
SECUNDçRIA. Neste processo a v’tima passa a nutrir sentimentos negativos
contra si pr—pria, de culpa inconsciente pela ocorr•ncia do delito.2
A v’tima possui papel relevante, ainda, no CP.
O art. 59 assim estabelece:
Art. 59. "O juiz, atendendo ˆ culpabilidade, aos antecedentes, ˆ conduta social, ˆ
personalidade do agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e consequ•ncias do crime,
bem como o comportamento da v’tima, estabelecer‡, conforme seja necess‡rio e
suficiente para reprova•‹o e preven•‹o do crime".

Percebam, assim, que o Òtipo de v’timaÓ (na classifica•‹o de MENDENSOHN)


ir‡ influenciar no momento da fixa•‹o da pena base, podendo gerar, em alguns
casos, a atipicidade da conduta (nos crimes em que a discord‰ncia da v’tima Ž
exigida) ou a exclus‹o da ilicitude, dentre outros reflexos.
ATEN‚ÌO! Parte da Doutrina, ao analisar o papel da v’tima no campo
criminol—gico e o reflexo deste papel na responsabilidade penal do infrator e na
pena aplicada, entende que se est‡ diante de um ramo conhecido como
VITIMODOGMçTICA.

2
Todos estes processos de vitimiza•‹o, notadamente a vitimiza•‹o secund‡ria e a
terci‡ria (provocadas pelas ag•ncias de controle e pela sociedade, respectivamente),
colaboram para que a v’tima acabe se desestimulando no processo de busca pela puni•‹o
ao infrator, muitas vezes sequer levando o fato ˆ autoridade competente, ocasionando
as chamadas Òcifras negrasÓ, ou seja, infra•›es penais que n‹o entram nas
estat’sticas oficiais.

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Entretanto, as v’timas nem sempre foram compreendidas da mesma
maneira no campo criminol—gico.
GARCêA-PABLOS DE MOLINA descreve tr•s fases na evolu•‹o hist—rica da
compreens‹o da v’tima e seu papel:
⇒! PROTAGONISMO Ð Deu-se no per’odo da vingan•a privada. Neste
momento hist—rico a v’tima recebe a incumb•ncia de fazer, ela
pr—pria, a Justi•a.
⇒! NEUTRALIZA‚ÌO Ð Puni•‹o com viŽs imparcial e preventivo, sem
grande preocupa•‹o com a figura da v’tima e a necessidade de
repara•‹o dos danos sofridos.
⇒! REDESCOBRIMENTO Ð Surgiu no segundo p—s-guerra, como
resposta ao processo de vitimiza•‹o de minorias que atingiu diversos
grupos vulner‡veis, como os judeus, por exemplo.

1.3!Processos de criminaliza•‹o
1.3.1!Criminaliza•‹o prim‡ria
O processo de criminaliza•‹o pode ser dividido em fases, no qual temos
como fase prim‡ria o momento de sele•‹o do bem jur’dico-penal que se
pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada
criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.

1.3.2!Criminaliza•‹o secund‡ria
J‡ a criminaliza•‹o secund‡ria n‹o ocorre no plano legislativo, mas
no plano concreto, quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es
do Estado (MP, Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Assim, a criminaliza•‹o prim‡ria Ž abstrata e anterior ao fato criminoso,
enquanto a criminaliza•‹o secund‡ria Ž concreta e posterior ao fato criminoso.

2! MODELOS TEîRICOS

2.1!Criminologia cient’fica e seus modelos te—ricos


A criminologia enquanto ci•ncia s— surge no final do sŽculo XIX, e apesar de
romper com o modelo criminol—gico prŽ-cient’fico, se valeu de algumas
contribui•›es destas Òpseudoci•nciasÓ para seu desenvolvimento.
PrŽ-cientificamente podemos citar a:

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DEMONOLOGIA Explica o crime por meio da exist•ncia do dem™nio.


Focava muito nos doentes mentais, pois eram
confundidos com possu’dos e endemoniados
FISIONOMIA Foi a pseudoci•ncia que mais se aproximou da
criminologia positivista (ou positivismo criminol—gico)
do final do sŽculo XIX. Busca explicar o crime com base
na apar•ncia do indiv’duo, na sua fisionomia, fazendo
uma liga•‹o entre o f’sico e o ps’quico. Por meio das
caracter’sticas f’sicas seria poss’vel determinar se o
indiv’duo era ÒbomÓ ou ÒmalÓ e, portanto, menos ou
mais propenso ˆ pr‡tica de delitos. Tem em DELLA
PORTA o seu maior expoente (embora o precursor mais
rudimentar tenha sido SÌO JERïNIMO). Curiosamente,
a repercuss‹o de tal pseudoci•ncia foi t‹o grande que
chegou-se atŽ mesmo ao conhecido ÒƒDITO DE
VALƒRIOÓ3.
FRENOLOGIA Os fren—logos se valem da contribui•‹o da
fisionomia para desenvolver sua teoria. Contudo, para
esta teoria, o comportamento delitivo poderia ser
explicado por meio da an‡lise do cr‰nio,
especificamente. Foi fundada e difundida por FRAN‚OIS
JOSEPH GALL. Para GALL o formato do cr‰nio ir‡
influenciar a atividade cerebral, podendo, pela an‡lise
externa da caixa craniana, saber quais faculdades
cerebrais s‹o mais ou menos desenvolvidas e, assim,
determinar as caracter’sticas psicol—gicas da pessoa
(agressividade, coragem, etc.), o que culmina na
possibilidade de afirmar a propens‹o ˆ pr‡tica de
delitos.
PSIQUIATRIA Surge com o franc•s PHILIPPE PINEL. Sua grande
contribui•‹o foi a diferencia•‹o entre criminoso e
enfermo mental.
Tal diferencia•‹o possibilitou o desenvolvimento da
ideia de imputabilidade penal e de cria•‹o de
estabelecimentos distintos para cada um (doente
mental e criminoso).

Ultrapassada esta fase prŽ-cient’fica, a criminologia passa a tentar explicar


o fen™meno do crime e o comportamento criminal de forma mais cient’fica,
utilizando-se do empirismo como ponto de partida.

3
ÒQuando se tem dœvida entre dois presumidos culpados, condena-se o mais feioÓ (VIANA, Eduardo.
CRIMINOLOGIA, 2¼ ed. 2014. Ed. Juspodivm. P‡g. 24.)

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Seus PRINCIPAIS MODELOS TEîRICOS FORAM:
CRIMINOLOGIA Tinham como ponto central de seu trabalho o LIVRE
CLçSSICA E ARBêTRIO. Para este modelo, o homem Ž LIVRE para
NEOCLçSSICA fazer suas escolhas, inclusive para cometer delitos.
Nega completamente a influ•ncia de fatores
externos, como a condi•‹o econ™mico-social, etc.
CRIMINOLOGIA Rompe com a ideia de que o homem ÒdelinqueÓ
POSITIVISTA porque quer delinquir. Para este modelo te—rico,
compreender o fen™meno criminal Ž uma tarefa que
demanda a an‡lise de fatores causais-explicativos,
ou seja, deve-se buscar as causas do delito (o que
se pode chamar de Òparadigma etiol—gicoÓ).
Contudo, as ÒcausasÓ do delito poderiam se de
diversas ordens (biol—gicas, psicol—gicas, sociais,
etc.).
SOCIOLOGIA Enquanto a criminologia positivista v• o crime como
CRIMINAL uma consequ•ncia de determinados fatores
(diversos), a sociologia criminal rompe com a ideia
de Òcausas do crimeÓ e parte para a ideia da teoria
da criminaliza•‹o. Com uma forte influ•ncia
marxista, tal modelo entende que n‹o importa tanto
a ÒcausaÓ de determinado comportamento
criminoso, e mais o Òporqu•Ó de se considerar
criminoso determinado comportamento, ou seja,
quais os interesses est‹o por tr‡s da criminaliza•‹o
de determinadas condutas. A teoria da REA‚ÌO
SOCIAL Ž o principal marco deste modelo. TambŽm
Ž conhecida como teoria da rotula•‹o social ou do
etiquetamento (labelling aproach).

LUIZ FLAVIO GOMES e ANTONIO GARCêA-PABLOS DE MOLINA ainda


acrescentam um QUARTO modelo te—rico, que seria representado por diversas
correntes criminol—gicas contempor‰neas (como a teoria do curso da vida, a
teoria das trajet—rias criminais, etc.), que tentam explicar o fen™meno delituoso
por meio de uma an‡lise din‰mica dos padr›es de comportamento do indiv’duo
ao longo da vida (e suas diversas vari‡veis).

2.2!Teorias bioantropol—gicas, psicodin‰micas e


psicopsicol—gicas. O homem delinquente
Embora na atualidade a classifica•‹o dos criminosos em determinados
ÒgruposÓ, de acordo com suas caracter’sticas biol—gicas, psicol—gicas, etc., tenha
perdido bastante de sua relev‰ncia, ainda gozam de algum prest’gio em
determinados setores.

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Vamos estudar as principais classifica•›es do Òhomem delinquenteÓ:

Classifica•‹o de HILçRIO VEIGA DE CARVALHO


BIOCRIMINOSOS PUROS S‹o criminosos apenas por fatores
(pseudocriminosos) biol—gicos, de forma que se nega a estes o
livre arb’trio (Ž o caso dos doentes mentais)
BIOCRIMINOSOS Possuem uma tend•ncia biol—gica ao delito,
PREPONDERANTES e acabam por delinquir ao ceder a est’mulos
(criminosos de dif’cil externos. Aqui h‡ alguma dose de livre
corre•‹o) arb’trio.
BIOMESOCRIMINOSOS Sofrem influ•ncias de fatores biol—gicos e
(criminosos de corre•‹o externos, n‹o sendo poss’vel definir qual
poss’vel) destes fatores prepondera. A reincid•ncia,
aqui, Ž ocasional.
MESOCRIMINOSOS Possuem personalidade fraca, sofrendo
(criminosos de corre•‹o grande influ•ncia do meio. S‹o os cl‡ssicos
prov‡vel ou esperada) ÒMaria vai com as outrasÓ, nas palavras do
pr—prio mestre HILçRIO.
MESOCRIMINOSOS PUROS S‹o considerados Òv’timasÓ do meio. Agem
(criminosos ambientais) de forma antissocial apenas em raz‹o de
fatores externos. ƒ o caso do holand•s que
vem ao Brasil e acende um cigarro de
maconha. Em seu seio social tal conduta Ž
permitida. No Brasil, trata-se de conduta
criminosa (posse de droga para uso
pr—prio).

Para esta classifica•‹o os ÒPUROSÓ (mesocriminosos puros e biocriminosos


puros) s‹o considerados ÒpseudocriminososÓ, pois n‹o possuem todos os
elementos necess‡rios ao delito.
Em rela•‹o aos œltimos faltaria a consci•ncia da ilicitude, n‹o possuindo a
inten•‹o de violar a Lei. Em rela•‹o aos primeiros faltaria a possibilidade de
autodetermina•‹o.

Classifica•‹o segundo LOMBROSO, FERRI e GAROFALO


Classifica•‹o de LOMBROSO
NATOS Um degenerado, por fatores biol—gicos (cabe•a
pequena ou deformada, sobrancelhas salientes,
etc.). Um selvagem sem corre•‹o.

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LOUCOS Perverso, louco moral, alienado mental. Deve


permanecer fora da sociedade, segregado em
manic™mio ou similar.
DE OCASIÌO Possuem predisposi•‹o heredit‡ria e s‹o
influenciados pelo meio, ou seja, s‹o criminosos em
raz‹o das circunst‰ncias (ÒA ocasi‹o faz o ladr‹oÓ.
POR PAIXÌO S‹o inconsequentes, irrefletidos, impulsivos,
exaltados.

Classifica•‹o de ENRICO FERRI


NATO Possui as mesmas caracter’sticas do criminoso nato de
LOMBROSO.
LOUCO Inclui, alŽm dos alienados completos, os semiloucos
(ou fronteiri•os).
OCASIONAL O indiv’duo que n‹o se dedica ao crime habitualmente,
mas acaba por cometer delitos de forma ocasional,
inclusive em raz‹o das circunst‰ncias moment‰neas.
Pode ser associado ao criminoso Òde ocasi‹oÓ de
LOMBROSO.
HABITUAL Faz do crime seu meio de vida. Poderia come•ar como
ocasional e Òse desenvolverÓ para o criminoso
habitual.
PASSIONAL Semelhante ao criminoso Òpor paix‹oÓ de LOMBROSO.
ƒ impetuoso, inconsequente, etc.

Classifica•‹o de GARîFALO
ASSASSINOS S‹o instintivos, ego’stas, aproximando-se dos seres
selvagens e das crian•as.
ENƒRGICOS OU Possuem senso moral, mas lhes falta compaix‹o.
VIOLENTOS
LADRÍES OU Falta a estes criminosos a ideia de honestidade, de
NEURASTæNICOS probidade, embora n‹o lhes falte o senso moral.

Percebam que as classifica•›es destes tr•s expoentes do


POSITIVISMO criminol—gico s‹o bem semelhantes. As classifica•›es de
FERRI e LOMBROSO, ent‹o, s‹o praticamente id•nticas.

Classifica•‹o de ODON RAMOS MARANHÌO

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OCASIONAL Sua personalidade Ž normal, mas em decorr•ncia de


algum fator poderoso (externo ou interno) h‡ um
rompimento transit—rio dos mecanismos de
conten•‹o impulsos.
SINTOMçTICO Seus atos est‹o mais vinculados ˆ predisposi•‹o
criminosa decorrente de uma doen•a do que ˆ
exist•ncia de um fato desencadeante.
CARACTEROLîGICO A delinqu•ncia, aqui, deriva de falha na forma•‹o do
car‡ter, havendo pouca ou nenhuma influ•ncia de
um fator desencadeante.

Classifica•‹o para GUIDO ARTURO PALOMBA


IMPETUOSOS Seus atos s‹o frutos de ÒamnŽsia moment‰nea do
senso cr’ticoÓ. S‹o similares aos criminosos
passionais de FERRI.
OCASIONAIS N‹o se dedicam ˆ atividade criminosa, cometendo
crimes esporadicamente, em raz‹o de fatores
internos e externos.
HABITUAIS Segundo o professor, s‹o Òincapazes de readquirir
uma exist•ncia honestaÓ. Fazem do crime seu meio
de vida. ƒ o chamado Òcriminosos contumazÓ.
FRONTEIRI‚OS Apresentam deformidades permanentes em seu
senso moral, com distœrbios de afeto e sensibilidade.
Tais altera•›es ps’quicas os conduzem ao crime.
LOUCOS CRIMINOSOS Dois tipos: (i) Agem mediante um processo lento e
reflexivo; (ii) Agem por impulso.

Como voc•s podem perceber, a bem da verdade, existem diversas


classifica•›es que acabam por dizer, se n‹o a mesma coisa, quase a mesma coisa,
com pequenas vari‡veis.
Assim, podemos resumir as teorias BIOANTROPOLîGICAS como aquelas
que buscam explicar o criminoso com base em fatores biol—gicos. Para
esta teoria, existe o ÒcriminosoÓ e Òn‹o criminosoÓ.
As teorias PSICODINåMICAS tambŽm entendem haver o ÒcriminosoÓ
e o Òn‹o criminosoÓ, mas ao invŽs de considerar tal distin•‹o com base em
fatores biol—gicos, enxergam a diferen•a entre eles como decorr•ncia de
falhas no processo de aprendizado e socializa•‹o do indiv’duo.
Por fim, as teorias PSICOSOCIOLîGICAS verificam a exist•ncia de
predomin‰ncia dos fatores sociais sobre o fen™meno do crime, em
detrimento de fatores ligados ˆ personalidade do criminoso.

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2.3!Teorias sociol—gicas
Sociedade crimin—gena Ž, por defini•‹o, uma sociedade que PRODUZ
CRIME.
Essa ideia de que a sociedade produz o criminoso e, por consequ•ncia, o
crime, possibilitou o surgimento de diversas teorias calcadas na ideia de que o
centro da an‡lise do fen™meno delitivo n‹o Ž o criminoso, e sim a
sociedade (embora aquele tambŽm mere•a aten•‹o).
Assim, desloca-se o centro do estudo para o meio (a sociedade),
criando-se o que se convencionou chamar de SOCIOLOGIA CRIMINAL.
Dentro deste quadro sociol—gico, dois grandes grupos te—ricos se
desenvolveram: A TEORIA DO CONSENSO e a TEORIA DO CONFLITO.
A teoria do consenso ou Òcriminologia do consensoÓ parte da premissa
de que a sociedade Ž formada por uma sŽria de valores fundamentais
consensuais, que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito
Penal nada mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns
a todos os indiv’duos.
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO,
ANOMIA E ASSOCIA‚ÌO DIFERENCIAL.
A criminologia do conflito, por sua vez, verifica a sociedade n‹o como um
todo coeso e harm™nico, fundado em valores comuns a todos os indiv’duos, e sim
um campo de batalha entre classe dominante e dominada. Partindo deste viŽs
marxista, as teorias decorrentes desta ideia v‹o estabelecer que o Direito Penal
nada mais Ž que uma ferramenta a servi•o da classe dominante, de forma a
garantir a manuten•‹o do status quo, coagindo a classe dominada a Òandar na
linhaÓ. Para tanto, o Direito Penal seria absolutamente seletivo na escolha
das condutas que seriam criminalizadas, optando por uma criminaliza•‹o
prim‡ria voltada ˆs condutas geralmente praticadas pelos indiv’duos
pertencentes ˆ classe dominada (furto seria mais grave que condutas lesivas ˆ
ordem econ™mica, por exemplo).
Feita essa distin•‹o, vamos ˆ an‡lise das principais teorias relativas ˆ
sociologia criminal.

2.3.1!Criminologia do consenso

2.3.1.1! Escola de Chicago


A Escola de CHICAGO e sua explica•‹o ECOLîGICA do crime talvez seja
a principal escola criminol—gica moderna.
PARK foi o principal expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento
populacional na cidade de Chicago no come•o do sŽculo XX e, com suas
observa•›es, a Escola de Chicago chegou ˆ conclus‹o de que o fen™meno delitivo

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estava relacionado diretamente ao conglomerado urbano e suas caracter’sticas
(multiculturais, Žtnicas, etc.).
Assim, a CIDADE (mais especificamente do que a ÒsociedadeÓ genericamente
considerada) seria o foco principal da aten•‹o da criminologia. Para os te—ricos
desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano produz a criminalidade
(crescimento populacional, crescimento desordenado, etc.).
A Escola de Chicago tambŽm chegou ˆ conclus‹o de que a delinqu•ncia era
mais concentrada em determinadas ‡reas, e tal concentra•‹o seria fruto, dentre
outras coisas, da desorganiza•‹o social destas ‡reas.
S‹o oriundas da Escola de Chicago as teorias ECOLîGICA, ESPACIAL,
DAS JANELAS QUEBRADAS e DA TOLERåNCIA ZERO.
Vejamos sinteticamente cada uma delas:

ECOLîGICA Para esta teoria o progresso leva a criminalidade aos


(DESORGANIZA‚ÌO grandes centros urbanos. Prop›e que a estabilidade e a
SOCIAL) integra•‹o contribuem para a ordem social, enquanto a
desordem social e a aus•ncia de integra•‹o entre os
indiv’duos contribuem para ’ndices mais elevados de
criminalidade. A deteriora•‹o de nœcleos prim‡rios
(fam’lia, igreja, etc.), a superficializa•‹o das rela•›es
sociais, tudo isso cria um meio desorganizado e
potencialmente crimin—geno4.
ESPACIAL Defendia a reestrutura•‹o arquitet™nica das cidades
como forma de preven•‹o do delito, inclusive como
forma de permitir maior controle sobre as pessoas.
Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente.
JANELAS Tem suas ra’zes na obra dos estadunidenses JAMES
QUEBRADAS WILSON e GEORGE KELLING. Para esta teoria a
repress‹o dos menores delitos Ž ABSOLUTAMENTE
INDISPENSçVEL para inibir a pr‡tica dos delitos mais
graves. Tem este nome em raz‹o de um experimento
de PHILIP ZIMBARDO. O citado psic—logo deixou um
carro estacionado na rua em um bairro de classe alta
da cidade de Palo Alto, Calif—rnia. Durante a primeira
semana, o carro permaneceu intacto. Ap—s, o
pesquisador quebrou uma das janelas do ve’culo e o
deixou mais uma semana parado na rua. Ao final desta
segunda semana o ve’culo foi completamente destru’do
e furtado por v‰ndalos. Da’ a ideia de que um
ÒpequenoÓ dano ˆ sociedade, se n‹o consertado, gera

4
GARCêA ÐPABLOS DE MOLINA, Antonio. GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Ed. Revista dos Tribunais. 8¼
ed. P. 344.

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a sensa•‹o de que Òtudo Ž permitidoÓ, estimulando a
pr‡tica de delitos.
TOLERåNCIA ZERO A teoria da toler‰ncia zero (neorretribucionismo)
decorre naturalmente da ideia defendida pela teoria das
janelas quebradas. Trata-se de uma pol’tica
criminal de repress‹o a toda e qualquer conduta
desviante, por menor que seja, como forma de
reafirmar o poder do Estado e a necessidade de respeito
ˆ Lei. Surgiu em Nova York, no come•o dos anos 90.
Trata-se de decorr•ncia do como ÒMovimento Lei e
OrdemÓ (Law and Order), que pugna pela
expans‹o do Direito Penal, um seja, um
incremento da resposta formal do Estado.

2.3.1.2! Teoria da associa•‹o diferencial (aprendizagem social ou social


learning)
Difundida por Edwin Sutherland, tendo como base as ideias de Gabriel
TARDE (e suas ÒLeis da Imita•‹oÓ).
SUTHERLAND focou seus estudos sobre os crimes de colarinho
Branco, nos Estados Unidos da AmŽrica, mais especificamente em Chicago.
Para Sutherland, as explica•›es fornecidas pelas diversas teorias
criminol—gicas atŽ ent‹o n‹o seriam capazes de responder de forma
adequada ˆ quest‹o dos crimes de colarinho branco, j‡ que todas (ou quase
todas) viam nas mazelas sociais (desorganiza•‹o social, pobreza, etc.) a g•nese
do crime, de forma que se distanciavam da realidade dos crimes de colarinho
branco (White colar crimes).
Para Sutherland, ninguŽm nasce criminoso, mas APRENDE a se tornar um,
ou seja, o crime Ž mero resultado de um processo inadequado ou falho de
socializa•‹o do indiv’duo.
Segundo esta teoria o indiv’duo se tornaria criminoso ao observar outras
condutas criminosas e INTERAGIR com outras pessoas, notadamente aquelas que
se dedicam ao delito.
Assim, a pessoa se tornaria delinquente por estar mais submetida a modelos
de comportamento delitivo do que a modelos de comportamento n‹o delitivos. A
cultura criminosa existe e, a depender do n’vel de atua•‹o do Estado em
determinados grupos sociais, ela predomina em rela•‹o ˆ cultura legal.

2.3.1.3! Teoria das subculturas delinquentes


Tal teoria acaba defende que a conduta delitiva n‹o seria um reflexo negativo
da desorganiza•‹o social e outras mazelas da sociedade contempor‰nea. Para
esta teoria todo agrupamento humano Ž dotado de subculturas, com uma filosofia
de vida e regras pr—prias.

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Assim, a exist•ncia de subculturas corresponde, naturalmente, ˆ exist•ncia
de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante.
Desta forma, Ž poss’vel que algumas destas subculturas possuam valores
que se contraponham aos valores da cultura dominante e, em raz‹o disso, o
delito n‹o derivaria de uma predisposi•‹o ˆ viola•‹o da Lei, e sim um
mero reflexo destas diferen•as culturais.

2.3.1.4! Teoria da anomia


Denominada por alguns de Òestrutural-funcionalistaÓ, teve como principais
expoentes ROBERT MERTON e TALCOTT PARSONS, que se valeu das ideias de
DURKHEIN, para desenvolver sua teoria.
Para esta teoria, o crime Ž um fen™meno ÒnaturalÓ, inerente ˆ sociedade, de
forma que seriam inv‡lidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as
tentativas de explicar o crime com base0 em aspectos sociol—gicos.
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era
algo ÒnormalÓ na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria absolutamente
invi‡vel, e que patologia social n‹o seria a exist•ncia de crime, mas a sua
aus•ncia.
Para DURKHEIM, o crime era o fen™meno o social que permitia a reafirma•‹o
da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado surgia a possibilidade
de reafirma•‹o e legitima•‹o dos v’nculos estruturais e estruturantes da
sociedade.
Tal Teoria n‹o prega a desvincula•‹o entre crime e ambiente social, apenas
entende que o crime Ž decorr•ncia natural do meio social, e n‹o uma
anormalidade.
Para esta teoria a sociedade imp›e objetivos e metas inalcan•‡veis
para a maioria dos indiv’duos (sucesso, poder, status), e como tais metas
s‹o inating’veis, a dissocia•‹o entre os objetivos e os instrumentos para
seu alcance geraria a ANOMIA, que seria uma situa•‹o de renœncia ˆs normas
sociais.
Esta teoria elenca diversos modelos de adapta•‹o do indiv’duo ˆ sociedade.
Primeiro temos o indiv’duo que aceita as metas sociais e os meios ˆ sua
disposi•‹o.
Depois temos o indiv’duo que, ao perceber que os meios n‹o s‹o h‡beis ˆ
obten•‹o das finalidades, continua aceitando as metas sociais, mas n‹o os meios
colocados ˆ sua disposi•‹o. Ou seja, aqui ele passa a buscar um ÒatalhoÓ para
alcan•ar as metas sociais.
Outro modelo Ž o do ritualismo. O indiv’duo renuncia ˆs metas sociais, aos
objetivos culturais, mas permanece apegado ˆs normas da sociedade.
H‡, tambŽm, o modelo evasivo (retraimento). Neste grupo se incluem os
b•bados habituais, mendigos, drogados cr™nicos, etc. Tais indiv’duos se
conformam e buscam mecanismos de fuga.

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Por fim, h‡ o modelo da rebeli‹o. Aqui o indiv’duo rejeita completamente as
metas culturais e os meios ˆ sua disposi•‹o (institucionalmente falando). Este
indiv’duo passa a se dedicar ˆ luta pela cria•‹o de novos paradigmas sociais, de
uma nova ordem.

2.3.2!Criminologia do conflito

2.3.2.1! Teoria do etiquetamento ou labeling approach


No seio da criminologia cr’tica, surge a TEORIA DO LABELING
APPROACH, ou ÒTeoria do EtiquetamentoÓ.
A teoria do etiquetamento vai dizer, basicamente, que o crime n‹o Ž um
dado ontol—gico, ou seja, n‹o existem condutas que s‹o, por sua pr—pria
natureza, criminosas.
O que existem s‹o condutas, simplesmente, condutas.
A qualidade de ÒcriminosaÓ a uma conduta Ž o que revela o car‡ter
de ÒetiquetamentoÓ do Direito Penal, ou seja, as condutas, em seu estado
natural, n‹o s‹o criminosas, atŽ que surge um dado novo, de cunho
normativo, que lhes confere tal ÒestigmaÓ.
Tal teoria tem, em grande parte, fundamento na ideia de Òinteracionismo
simb—licoÓ. A express‹o Òintera•‹o simb—licaÓ se refere aos processos de
relacionamento interpessoal entre os indiv’duos, de forma que a no•‹o de crime
surge da rela•‹o entre os indiv’duos e da elei•‹o dos valores que devem
ser protegidos, ou seja, o r—tulo de ÒcrimeÓ a uma conduta Ž dado pela
sociedade, e n‹o pela natureza.
Isto posto, temos uma corrente criminol—gica que sustenta que n‹o se deve
buscar entender por que alguŽm vira criminoso, mas porque a sociedade rotula
tal conduta cromo criminosa (ou tal pessoa como criminosa).

EXEMPLO: A conduta criminosa prevista no art. 169, ¤ œnico, II do CP, que


estabelece o crime de Òapropria•‹o de coisa achadaÓ. Vejamos a reda•‹o:
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre:
(...)
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

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Vejam, assim, que a conduta de Òapropriar-se de coisa achadaÓ n‹o Ž, por
si s—, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim estabelece.
Qual Ž a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de
criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele que
furta. Se amanh‹ surgir nova lei dizendo que furto n‹o Ž crime, aquela pessoa
Òdeixaria de ser criminosoÓ e todos os estudos referentes ao crime e suas causas
iriam por ‡gua abaixo.
AlŽm disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do
etiquetamento entende que o Direito Penal procede ˆ Òrotula•‹oÓ de condutas
n‹o em raz‹o da persecu•‹o de um fim leg’timo e a defesa de valores comuns
aos cidad‹os, mas tendo como objetivo supremo a perpetua•‹o da estrutura
social dividida em classes.
Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como
ÒcriminosasÓ as condutas praticadas com maior frequ•ncia pelos membros das
classes mais baixas, bem como imp›e a elas penas mais severas. Com rela•‹o
ˆs condutas praticadas com maior frequ•ncia pelas classes altas, ou n‹o s‹o
rotuladas como criminosas ou, quando o s‹o, recebem penas brandas.

Para esta teoria, portanto, o crime n‹o seria um fen™meno social, mas um
fen™meno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, n‹o existiria
um crime Òpor naturezaÓ, mas apenas ÒcondutasÓ, que recebem o r—tulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior prote•‹o aos bens de interesse da classe dominante).5
AlŽm disso, n‹o seriam apenas as condutas (isoladamente consideradas) que
influenciariam na resposta do Estado, mas tambŽm a pessoa do indiv’duo e sua
posi•‹o social.
Portanto, ao desviar o foco do desviante para o processo de criminaliza•‹o
(e suas seletivas escolhas), a teoria da rea•‹o social coloca em xeque os
repressores, ao argumento de que o desviante Ž mero produto das inst‰ncias
formais de controle na sociedade punitiva.
Teve como principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.

2.3.2.2! Garantismo, minimalismo e abolicionismo penal


O principal papel da criminologia num Estado Democr‡tico de Direito Ž
pugnar pelo desenvolvimento de um sistema jur’dico-penal que respeite
os direitos e garantias fundamentais. Um modelo, portanto,
GARANTISTA.

5
HASSEMER, Winfried. MU„OZ CONDE, Francisco. Introduci—n a la Criminologia y al Derecho Penal. Ed.
Tirant lo blanch. Val•ncia, 1989, p. 18

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FERRAJOLI6 foi o maior expoente do Garantismo penal, que para ele pode
ser definido segundo tr•s prismas:
¥! Modelo normativo
¥! Teoria Jur’dica
¥! Filosofia Pol’tica

Nas palavras de FERRAJOLI:


ÒSegundo um primeiro significado, "garantismo" designa um modelo normativo de
direito: precisamente, no que diz respeito ao direito penal, o modelo de "estrita
legalidade, pr—prio do Estado de direito, que sob o plano epistemol—gico se caracteriza
como um sistema cognitivo ou de poder m’nimo, sob o plano pol’tico se caracteriza
como uma tŽcnica de tutela id™nea a minimizar a viol•ncia e a m‡xima liberdade e,
sob o plano jur’dico, como um sistema de v’nculos impostos ˆ funç‹o punitiva do
Estado em garantia dos direitos dos cidad‹os. ƒ, consequentemente, "garantista" todo
sistema penal que se conforma normativamente com tal modelo e que o satisfaz
efetivamente.
(...)
Em um segundo significado, "garantismo" designa uma teoria jur’dica da "validade"
e da "efetividade" como categorias distintas n‹o s— entre si mas, tambŽm, pela
"exist•ncia" ou "vigor" das normas. Neste sentido, a palavra garantismo exprime uma
aproximaç‹o te—rica que mantŽm separados o "ser" e o "dever ser" no direito; e, ali‡s,
p›e como quest‹o te—rica central, a divergência existente nos ordenamentos
complexos entre modelos normativos (tendentemente garantistas) e pr‡ticas
operacionais (tendentemente antigarantistas), interpretando-a com a antinomia -
dentro de certos limites fisiol—gica e fora destes patol—gica - que subsiste entre
validade (e n‹o efetividade) dos primeiros e efetividade (e invalidade) das segundas.
(...)
Segundo um terceiro significado, por fim, "garantismo" designa uma filosofia
pol’tica que requer do direito e do Estado o ônus da justificaç‹o externa com base nos
bens e nos interesses dos quais a tutela ou a garantia constituem a finalidade. Neste
œltimo sentido o Garantismo (pressup›e) a doutrina laica da separa•‹o entre direito e
moral, entre validade e justiça, entre ponto de vista interno e ponto de vista externo
na valora•‹o do ordenamento, ou mesmo entre o "ser" e o "dever serÓ do direito. E
equivale ˆ assun•‹o, para os fins da legitimaç‹o e da perda da legitimaç‹o Žtico-
pol’tica do direito e do Estado, do ponto de vista exclusivamente externo.

Um Estado democr‡tico de Direito deve, portanto, buscar a ado•‹o


de um sistema penal garantista, n‹o apenas no que tange ˆs previs›es
normativas, mas tambŽm no que se refere ao efetivo respeito ao modelo
normativamente adotado, a fim de que seja respeitado pelas inst‰ncias de
controle (Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Assim, um modelo baseado no ÒDireito Penal do InimigoÓ, por exemplo,
n‹o pode, de forma alguma, ser admitido num Estado democr‡tico de Direito.

6
O Garantismo penal foi bem desenvolvido por FERRAJOLI, professor da Universidade de Camerino, na
It‡lia. Para um aprofundamento maior: FERRAJOLI, LUIGI. Direito e raz‹o: teoria do garantismo penal. S‹o
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 683 e seguintes.

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Mas o que seria o ÒDireito Penal do InimigoÓ? Trata-se de um modelo
que pressup›e a exist•ncia de um Direito Penal que mitigue as garantias
constitucionais aos criminosos considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que
fazem do crime seu meio de vida.7
Assim, haveria um ÒDireito Penal do Cidad‹oÓ (garantista), no qual s‹o
observados os direitos e garantias fundamentais do acusado, e um ÒDireito Penal
do InimigoÓ, no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, j‡
que n‹o se estaria diante de alguŽm que merecesse qualquer considera•‹o por
parte do Estado.
Este tipo de teoria Ž inadmiss’vel num Estado Democr‡tico de Direito
por, inicialmente, violar o princ’pio da isonomia. Num segundo plano, n‹o menos
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo
que elas FAZEM e n‹o pelo que elas SÌO.
Da mesma forma, num Estado Democr‡tico de Direito o ser humano Ž o
centro, o fim œltimo de toda e qualquer a•‹o do Estado. Desta maneira, a pena
deve ter por finalidade n‹o apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a
uma esperada Òpreven•‹o especialÓ, mas tambŽm, e principalmente, ressocializar
o infrator.
O MINIMALISMO penal, por sua vez, prega a redu•‹o do raio de
abrang•ncia do Direito Penal, que deve ser reservado apenas ˆquelas condutas
absolutamente incompat’veis com a vida em sociedade, e apenas para a prote•‹o
dos bens jur’dicos mais valiosos (Direito Penal m’nimo).
O minimalismo tem em FERRAJOLI e BARATTA dois de seus maiores
expoentes. A l—gica do minimalismo Ž clara: se o Direito Penal Ž o instrumento
mais invasivo de regula•‹o social, s— deve ser utilizado em œltimo caso (ultima
ratio).
AlŽm da redu•‹o do raio de abrang•ncia do Direito Penal, o minimalismo
prega, ainda a redu•‹o da aplica•‹o da pena privativa de liberdade, que deve,
sempre que poss’vel, ser substitu’da por san•›es alternativas.
Por fim, o ABOLICIONISMO PENAL prega a supress‹o do Sistema Penal,
seja porque se nega legitimidade Žtico-pol’tica a essa forma de controle
social, desde seu surgimento, seja porque Ž visto, na pr‡tica, como mais
danoso que vantajoso. Os fundamentos do abolicionismo s‹o:
⇒! Anomia do sistema penal Ð Apesar de existir, o Direito Penal n‹o
consegue regular a vida em sociedade.
⇒! Seletividade do sistema penal Ð O Direito penal n‹o tutela de maneira
uniforme a vida em sociedade, mas seleciona, cuidadosamente, os
destinat‡rios de sua atua•‹o.
⇒! O Direito Penal estigmatiza o condenado Ð Ao invŽs de ressocializar o
apenado, o Direito Penal funciona como uma marca negativa para aqueles

7
Este termo foi desenvolvido de maneira aprofundada pelo professor alem‹o, da Universidade de Bonn,
GŸnther Jakobs. JAKOBS, GŸnther. La normativizaci—n de la dogm‡tica jur’dico-penal. Trad. Manuel Cancio
Meli‡ e Bernardo Feij— S‡nchez. 1. ed. Madrid: Ed. Thomson Civitas, 2003, p. 57 e seguintes.

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que foram condenados, privando-os, perpetuamente, do retorno ˆ vida
social.
⇒! O Direito Penal marginaliza a v’tima Ð O Estado, por meio do Direito
Penal, expropria o problema (que, a princ’pio, se d‡ entre dois indiv’duos),
castiga o infrator (quando consegue), mas n‹o se preocupa com a v’tima.

H‡, basicamente, duas grandes vertentes abolicionistas:


⇒! Abolicionismo imediato Ð Defendido, dentre outros, por LOUCK
HULSMAN, prega a imediata supress‹o do Direito Penal. Isso n‹o significa
que esses doutrinadores pregam a aus•ncia total de controle formal do
Estado sobre as condutas lesivas ˆ sociedade, mas a substitui•‹o imediata
do Direito Penal por outros mŽtodos de solu•‹o de conflitos (composi•‹o
civil dos danos, etc.).
⇒! Abolicionismo mediato Ð TambŽm conhecido como minimalismo radical,
prega que o ideal seria a aboli•‹o do Direito Penal, mas a realidade imp›e
a manuten•‹o de tal sistema, j‡ que seria imposs’vel sua supress‹o sem
que houvesse um abalo social consider‡vel, com poss’vel transmuta•‹o da
viol•ncia estatal para a vingan•a privada sem qualquer regulamenta•‹o
estatal.

Dentre os defensores do Abolicionismo mediato podemos citar THOMAS


MATHIESEN como o principal expoente.

2.3.3!Criminologia ambiental
V‡rios s‹o os fatores crimin—genos, ou seja, o crime Ž um fen™meno que
deriva de uma sŽrie de fatores, como a personalidade do agente, o meio social
no qual est‡ inserido, etc.
Esta ideia de que a conduta criminosa Ž influenciada pelo ambiente em que
se insere o criminoso Ž o principal fundamento da chamada Òcriminologia
ambientalÓ. Assim, o ambiente que cerca o infrator no momento do crime
pode e deve ser considerado um fator crimin—geno.
A criminologia ambiental, portanto, estuda os eventos criminosos n‹o sob a
perspectiva do infrator como um ser isolado, mas sob a perspectiva de um
indiv’duo cercado por um determinado contexto.
Garofalo, j‡ em 1914, dizia que o estilo de vida de uma pessoa era um fator
capaz de determinar sua maior ou menor propens‹o a sofrer um delito. Isto parte
da ideia de Òteoria da oportunidadeÓ.
As Òteorias da oportunidadeÓ foram melhor desenvolvidas por CLARKE e
FELSON, e se fundamentam na ideia de que o comportamento criminoso Ž
produto de da intera•‹o de tr•s fatores: um infrator inclinado a praticar o
delito, uma v’tima prop’cia e a aus•ncia de controle.
Assim, a ÒoportunidadeÓ para delinquir seria, em determinados casos, um
fator determinante para a ocorr•ncia do delito.

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EXEMPLO: JosŽ Ž uma pessoa comum, trabalhadora, n‹o inclinada, em regra, ˆ


pr‡tica de delitos. Certo dia, um caminh‹o-frigor’fico tombou pr—ximo ˆ sua casa,
espalhando quilos de carne pela estrada. Como n‹o havia policiamento, v‡rias
pessoas come•aram a saquear a carga. JosŽ, percebendo a oportunidade e a
aus•ncia de controle, resolveu furtar tambŽm 01 quilo de carne.

Percebam que JosŽ, possivelmente, n‹o furtaria 01 quilo de carne no


a•ougue da esquina, ou no supermercado, em condi•›es normais. Todavia, as
circunst‰ncias relatadas formaram um cen‡rio ideal para a pr‡tica do delito.

Um outro exemplo pode ajudar a esclarecer:


EXEMPLO: Imaginem que torcedores de times rivais frequentam o est‡dio sem
entrar em confronto, j‡ que ambos possuem um nœmero de integrantes
semelhante e h‡ bastante policiamento. Todavia, em determinado Òcl‡ssicoÓ,
uma das torcidas organizadas comparece com apenas 20 integrantes, enquanto
outra comparece com cerca de 500 integrantes. Neste mesmo dia, a pol’cia militar
enviou efetivo extremamente reduzido para acompanhar a partida. Assim, os
integrantes da torcida organizada que estava em maior nœmero, resolveram
armar uma emboscada, para agredir os torcedores rivais.

Percebam, assim, que no œltimo exemplo a torcida organizada que praticou


o delito encontrou um cen‡rio ideal para a pr‡tica do delito: uma v’tima
perfeita (uma torcida em menor nœmero) e a aus•ncia de controle. Tudo isto,
aliado ˆ inclina•‹o daqueles indiv’duos ˆ pr‡tica delitiva, gerou o fato criminoso.

Assim, a ideia de que o contexto ajuda a maximizar ou minimizar a


ocorr•ncia de um evento criminoso Ž fundamental para que se possa combater a
criminalidade. AtravŽs de dados estat’sticos Ž poss’vel determinar quais locais e
situa•›es criam Òoportunidades delitivasÓ, de maneira que o aparato estatal possa
intervir para fazer desaparecer tais oportunidades ou, ao menos, reduzi-
las ao m’nimo poss’vel.

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3! SISTEMA PENAL E CONTROLE SOCIAL. POLêTICA


CRIMINAL NO BRASIL Ð A PREVEN‚ÌO DA
INFRA‚ÌO PENAL NO ESTADO DEMOCRçTICO DE
DIREITO
3.1!Sistema penal e controle social

3.1.1!Conceito e Institui•›es
O sistema penal Ž uma das formas de controle social, atuando atravŽs
da aplica•‹o do Direito Penal, o mŽtodo mais invasivo de regulamenta•‹o da vida
em sociedade, eis que imp›e a mais grave das san•›es (no Brasil, a pena
privativa de liberdade).
Divide-se, em s’ntese, em tr•s grupos de Institui•›es8:
⇒! Policial Ð Respons‡vel pela apura•‹o (investiga•‹o) da infra•‹o penal.
O MP, a despeito de n‹o integrar a Pol’cia, atua como Institui•‹o de
investiga•‹o e acusa•‹o.
⇒! Judici‡rio Ð Trata-se da Institui•‹o respons‡vel pela efetiva aplica•‹o
da Lei.
⇒! Penitenci‡ria Ð Esta Ž a Institui•‹o respons‡vel por executar a pena
efetivamente aplicada pelo Judici‡rio.

Essas, porŽm, s‹o as inst‰ncias formais de controle, que comp›em o sistema


penal forma. H‡, ainda, o sistema penal informal, composto pela fam’lia, pela
escola, pela opini‹o pœblica, etc., todos eles contribuindo, de alguma forma, para
o modo pelo qual o sistema penal ir‡ se desenvolver.
EXEMPLO: Em sociedades muito fechadas, em que o estupro Ž uma desonra
para a fam’lia, essa Institui•‹o (fam’lia) pode desempenhar um papel importante
na puni•‹o destes crimes (desestimulando a v’tima, etc.).

3.1.2!Discrep‰ncia entre discurso e realidade


A despeito do belo discurso (alguŽm descumpre a norma e recebe a pena
justa), a realidade da operacionaliza•‹o do sistema penal Ž alvo de cr’ticas
severas por parte da Doutrina especializada.
O discurso oficial Ž calcado sobre dois pilares aparentemente irrefut‡veis:
⇒! Retribui•‹o Ð Quem comete crime deve pagar por isso.
⇒! Ressocializa•‹o Ð Quem comete crime deve ser trabalhado e
reintegrado ˆ sociedade.

8
Zaffaroni inclui, ainda, dois outros ÒsujeitosÓ: o legislador e o pœblico. O primeiro Ž respons‡vel
pela parte de cria•‹o da norma, possibilitando a atua•‹o do sistema. O segundo atuaria de duas
formas: como delator (denœncia an™nima, etc.) e como opini‹o pœblica (capaz de influenciar a
produ•‹o da norma).

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Contudo, partindo-se de um viŽs cr’tico, Ž poss’vel verificar que o sistema


penal busca, na verdade, perpetuar as rela•›es de poder j‡ existentes na
sociedade, objetivando a manuten•‹o do status quo, por meio da pena (e da
amea•a de pena).
EXEMPLO: O furto (furto, n‹o roubo) Ž um crime, eminentemente, Òde
pobreÓ. A pena para este delito, se qualificado, varia de 02 a 08 anos
de reclus‹o (art. 155 do CP). Vejamos, agora, o crime de redu•‹o ˆ
condi•‹o an‡loga ˆ de escravo (em s’ntese, tratar alguŽm como
escravo). Este delito tem a mesma pena que o delito de furto
qualificado. N‹o parece razo‡vel que essas duas condutas recebam a
mesma pena. Contudo, este œltimo Ž um crime eminentemente Òde
ricoÓ. N‹o satisfeitos? Vejamos o crime de homic’dio culposo na dire•‹o
de ve’culo automotor. Outro crime Òde ricoÓ. A pena? Varia de 02 a 04
anos de deten•‹o (art. 302 do CTB).

Esses s‹o apenas alguns exemplos capazes de pulverizar a tese de que a


finalidade real do sistema penal seja a prote•‹o da sociedade, embora seja
poss’vel reconhecer que, em alguns casos, a priva•‹o da liberdade de
determinadas pessoas acaba por proteger a sociedade (man’acos, estupradores,
etc.).
AlŽm desse aspecto legislativo, a discrep‰ncia no tratamento entre ricos e
pobres continua nas inst‰ncias formais de controle, com tratamento
evidentemente diferenciado para os reais destinat‡rios do sistema penal (os
pobres) e os eventuais destinat‡rios do sistema (os ricos).
Essa, portanto, Ž a cr’tica mais feroz que se pode fazer em rela•‹o ao
Sistema Penal, ou seja, a discrep‰ncia entre o discurso e a realidade.

3.2!A preven•‹o penal no Estado Democr‡tico de Direito


O principal papel da criminologia num Estado Democr‡tico de Direito Ž
pugnar pelo desenvolvimento de um sistema jur’dico-penal que respeite
os direitos e garantias fundamentais.
Assim, um modelo criminol—gico baseado no ÒDireito Penal do InimigoÓ9,
por exemplo, n‹o pode ser admitido, j‡ que pressup›e a exist•ncia de um

9
A teoria do Direito Penal do inimigo foi melhor desenvolvida por GŸnther Jakobs. Para o
autor, o Direito Penal deve separar as pessoas dos inimigos. As pessoas seriam aquelas que,
eventualmente, cometeram algum delito, mas que n‹o se dedicam a atividades criminosas. Para
estes, o Direito Penal preservaria toda o sistema de garantias processuais. De outro lado, aqueles
que praticam crimes de forma reiterada perderiam a condi•‹o de ÒpessoaÓ, sendo considerados
inimigos da sociedade e, portanto, estaria autorizada uma flexibiliza•‹o no sistema de garantias.
(JAKOBS, GŸnther. La normativizaci—n de la dogm‡tica jur’dico-penal. Trad. Manuel Cancio Meli‡
e Bernardo Feij—o S‡nchez. Ed. Thomson civitas, primera edici—n. Madrid, 2003, p. 57-59)

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Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos
considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio
de vida.
Assim, haveria um ÒDireito Penal do Cidad‹oÓ, no qual s‹o observados os
direitos e garantias fundamentais do acusado, e um ÒDireito Penal do InimigoÓ,
no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, j‡ que n‹o se
estaria diante de alguŽm que merecesse qualquer considera•‹o por parte do
Estado.
Este tipo de teoria Ž inadmiss’vel num Estado Democr‡tico de Direito por,
inicialmente, violar o princ’pio da isonomia. Num segundo plano, n‹o menos
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo
que elas FAZEM e n‹o pelo que elas SÌO.
Da mesma forma, num Estado Democr‡tico de Direito o ser humano Ž o
centro, o fim œltimo de toda e qualquer a•‹o do Estado. Desta maneira, a pena
deve ter por finalidade n‹o apenas castigar o infrator, tampouco servir apenas a
uma esperada Òpreven•‹o especialÓ, mas tambŽm, e principalmente, ressocializar
o infrator.
Mais especificamente no que tange ˆ preven•‹o, podemos estabelecer a
preven•‹o do delito, no Estado Democr‡tico de Direito, como:
¥! MEDIDAS DIRETAS DE PREVEN‚ÌO Ð Atuam diretamente sobre o
delito, como a pena, a tipifica•‹o de condutas, etc.
¥! MEDIDAS INDIRETAS DE PREVEN‚ÌO DE DELITOS Ð Atuam nas
causas da criminalidade (melhorias na condi•‹o de vida da
popula•‹o, educa•‹o, saœde, emprego, moradia, etc.).

Por outra classifica•‹o, podemos ter a preven•‹o nos seguintes moldes:


¥! Preven•‹o prim‡ria
¥! Preven•‹o secund‡ria
¥! Preven•‹o terci‡ria

Vejamos cada uma delas:

3.2.1!Preven•‹o prim‡ria
Programas cuja finalidade Ž atacar a causa da criminalidade, ou seja, a
origem do problema (desigualdade social, pobreza, desemprego, etc.). Trata-se,
portanto, de uma forma de preven•‹o que busca atingir as estruturas do sistema.
Temos, aqui, os mŽtodos preventivos com resultado de mŽdio a longo prazo.

3.2.2!Preven•‹o secund‡ria
Momento posterior ao delito ou na imin•ncia de sua ocorr•ncia. Aqui
o foco da preven•‹o recai sobre os setores sociais em que a criminalidade mais
se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que apresentam determinadas

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caracter’sticas que os tornam mais propensos a praticar ou sofrer delitos.
Apresentam resultados de curto a mŽdio prazo.
A preven•‹o secund‡ria ocorre, por exemplo, por meio da criminaliza•‹o de
condutas, da a•‹o policial, etc.

3.2.3!Preven•‹o terci‡ria
Aqui a preven•‹o recai sobre o condenado, ou seja, visa a evitar a
reincid•ncia. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada, pela
progress‹o de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso com a
sociedade, etc.
A preven•‹o terci‡ria Ž materializada por meio da pena, ou seja, a pena Ž o
instrumento utilizado pelo Estado para alcan•ar preven•‹o terci‡ria, de forma a
evitar a reincid•ncia.
Para a melhor compreens‹o do tema, necess‡ria se faz uma breve s’ntese
das finalidades atribu’das ˆ pena criminal, de acordo com as diversas teorias:

3.2.3.1! Teoria absoluta da pena


Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma
transgress‹o ˆ ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. N‹o h‡
nenhuma finalidade educacional de reinser•‹o do indiv’duo ˆ vida social. A pena
Ž mero instrumento para a realiza•‹o da vingan•a estatal. Trata-se de um
imperativo categ—rico de Justi•a ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido,
independentemente de qualquer outra finalidade).10

3.2.3.2! Teoria relativa e sua finalidade preventiva


Pune-se o agente n‹o para castig‡-lo, mas para prevenir a pr‡tica de novos
crimes. Essa preven•‹o pode ser:
Preven•‹o Geral Ð Busca controlar a viol•ncia social, de forma a despertar
na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa11,
quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, ou positiva,
quando simplesmente se busca reafirmar a vig•ncia da Lei penal.
Preven•‹o especial Ð N‹o se destina ˆ sociedade, mas ao infrator, de
forma a prevenir a pr‡tica da reincid•ncia. TambŽm pode ser negativa, quando
busca intimidar o condenado, de forma a que ele n‹o cometa novos delitos por
medo, ou positiva, quando a preocupa•‹o est‡ voltada ˆ ressocializa•‹o do
condenado (Infelizmente, n‹o h‡ uma preocupa•‹o com isto na pr‡tica).

10
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressi—n.
Bogot‡, 1996, p. 12
11
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.

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IMPORTANTE! FRANZ VON LISZT foi um dos mais conceituados expoentes


da ÒEscola Moderna Alem‹Ó. Buscou enxergar a pena como meio de
ressocializa•‹o do indiv’dio, muito alŽm da mera puni•‹o pelo ato cometido.
Para tanto, defendia que a pena deveria ter finalidade preventiva, mas apenas
em rela•‹o aos criminosos corrig’veis. Para ele, os criminosos poderiam ser
divididos em:
⇒! Habituais Ð Sem chance de ressocializa•‹o. A pena n‹o teria, aqui,
finalidade preventiva especial.
⇒! Iniciantes Ð Estes poderiam ser ressocializados, de maneira que a pena
teria, em rela•‹o a estes, finalidade preventiva especial.
⇒! Ocasionais Ð Estes n‹o necessitariam de ressocializa•‹o, pois apenas
cometeram um desvio pontual.
Tais pensamentos ficaram conhecidos como ÒPrograma de MarburgoÓ.

3.2.3.3! Teoria Mista (unificadora ou eclŽtica ou unit‡ria) e sua dupla


finalidade
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (puni•‹o) ao infrator,
mas tambŽm como medida de preven•‹o, tanto em rela•‹o ˆ sociedade quanto
ao pr—prio infrator (preven•‹o geral e especial). AlŽm de consagrada na maioria
dos pa’ses ocidentais12, foi a adotada pelo art. 59 do CP.13

3.2.4!Programas de preven•‹o de infra•›es penais


Podemos elencar como principais programas os seguintes:
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO SOBRE DETERMINADAS ÒçREAS
GEOGRçFICASÓ Ð Trata-se da preven•‹o ÒdirigidaÓ. Tem como premissa
a exist•ncia de um determinado espa•o, geogr‡fica e socialmente
delimitado, em praticamente todos os centros urbanos, que concentra os
mais elevados ’ndices de criminalidade. S‹o ‡reas geralmente muito
pobres, deterioradas, esquecidas pelo Poder Pœblico e com alta
desorganiza•‹o social.

⇒! PREVEN‚ÌO DO DELITO POR MEIO DO DESENHO ARQUITETïNICO


E URBANêSTICO Ð Visam a reestrutura•‹o urbana e se valem do desenho
arquitet™nico, de forma a neutralizar o elevado risco de influ•ncias que

12
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470

13Art. 59 - O juiz, atendendo ˆ culpabilidade, aos antecedentes, ˆ conduta social, ˆ personalidade


do agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e consequ•ncias do crime, bem como ao
comportamento da v’tima, estabelecer‡, conforme seja necess‡rio e suficiente para reprova•‹o
e preven•‹o do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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favorecem o comportamento criminoso, existente em certos espa•os.
Somente desloca o delito para outras ‡reas menos protegidas, mas
n‹o atinge as bases do problema criminal.

⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO VITIMAL - Orientada para as v’timas,


parte de uma perspectiva de que o risco de se tornar v’tima n‹o se distribuir
de forma ison™mica na popula•‹o nem Ž produto do acaso: O risco de se
tornar v’tima Ž poss’vel de ser calculado de forma estat’stica, tendo como
base inœmeras vari‡veis, todas relacionadas com a pr—pria v’tima (idade,
personalidade, classe social, etc.)

⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO POLêTICO-SOCIAL - S‹o programas de


preven•‹o Òprim‡riaÓ, aut•ntica preven•‹o. Uma sociedade que assegura a
todos os seus membros um acesso efetivo aos mecanismos para o alcance
dos fins que lhe s‹o exigidos, reduz, consequentemente, a possibilidade de
que o indiv’duo recorra a instrumentos paralelos para a obten•‹o destes
fins, o que contribui para a queda nas taxas de criminalidade.

⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO DA CRIMINALIDADE DE ORIENTA‚ÌO


COGNITIVA Ð Fundamenta-se na premissa de que a aquisi•‹o de
determinadas habilidades (positivas) Ž uma tŽcnica reintegradora com alto
potencial de sucesso, porque afasta o criminoso de influ•ncias negativas,
substituindo-as por boas influ•ncias, no que se pode conceber como um
ataque ˆs Òsubculturas criminaisÓ.
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO Ë REINCIDæNCIA Ð S‹o programas de
preven•‹o terci‡ria, pois aqui o crime j‡ ocorreu, de forma que se buscar‡
evitar sua nova ocorr•ncia. Na verdade, estes programas est‹o mais
relacionados ˆ interven•‹o (sobre o delinquente) do que ˆ preven•‹o (para
evitar que haja delinqu•ncia).

Um dos maiores problemas no que tange ˆ profilaxia criminal Ž a diferen•a


entre a criminalidade real e a criminalidade registrada pelas ag•ncias de controle,
a denominada de CIFRA NEGRA.
Assim, temos como Òcifra negraÓ o nœmero de delitos que, por qualquer
raz‹o, n‹o chegam ao conhecimento das ag•ncias formais de controle.
PILGRAN assevera que a exist•ncia de Òcifra negraÓ, bem como da
impunidade, decorre de um processo de filtragem que envolve as v’timas, as
testemunhas, o Judici‡rio, a Pol’cia, o legislador e o MP.
Para ele, o legislador falha ao:
¥! N‹o criminalizar
¥! Criminalizar de forma lacunosa
¥! Criminalizar excessivamente

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No mesmo sentido, a v’tima tambŽm contribui para a impunidade e,
neste particular, para a cifra negra, ao n‹o proceder ˆ comunica•‹o da ocorr•ncia
do delito (notitia criminis).
A Pol’cia, por sua vez, contribuiria para a impunidade ao n‹o proceder ˆ
abertura da investiga•‹o (por falta de estrutura, conhecimentos tŽcnicos,
corrup•‹o, etc.), bem como ao proceder a uma investiga•‹o deficiente,
defeituosa.
O MP contribuiria quando n‹o procede ˆ abertura dos processos, seja porque
oferece denœncia inepta, seja porque requer o arquivamento, etc.
O Judici‡rio tambŽm seria um fator determinante, quando:
¥! Apresenta falhas na comprova•‹o do delito
¥! Quando n‹o se obtŽm prova cabal para a condena•‹o, devendo ser
aplicado o princ’pio do in dubio pro reo.
¥! Quando a morosidade do Judici‡rio conduz ˆ prescri•‹o.
¥! Quando falha na efetiva execu•‹o da pena

Por fim, importante destacar o que se convencionou chamar de cifra


dourada, cifra cinza e cifra amarela:

CIFRA DOURADA ƒ um subtipo da cifra negra. Contudo, est‡


atrelada aos crimes praticados pelas
consideradas ÒelitesÓ, como os crimes contra
a ordem tribut‡ria, sonega•‹o fiscal, crimes
contra o sistema financeiro, etc. ƒ a
chamada Òcriminalidade do colarinho
brancoÓ. Trata-se, aqui, de uma impunidade
ÒpropositalÓ, ou seja, o Estado Ž conivente
com tais pr‡ticas, notadamente em raz‹o da
influ•ncia do criminoso.
CIFRA CINZA Consiste nos delitos que s‹o registrados
perante os —rg‹os pœblicos, mas cuja
solu•‹o Ž encontrada na pr—pria delegacia,
n‹o havendo instaura•‹o de processo
judicial (Ex.: aus•ncia de representa•‹o nos
crimes de a•‹o penal pœblica).
CIFRA AMARELA A cifra amarela tambŽm Ž uma espŽcie de
cifra negra. Contudo, aqui estamos diante
de delitos praticados pela pr—pria pol’cia
contra o indiv’duo que, por medo de futuras
repres‡lias, acaba por n‹o registrar o fato.

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4! CRIMINOLOGIA E POLêTICA CRIMINAL.


CRIMINOLOGIA E CIæNCIAS CRIMINAIS
Inicialmente, devemos entender as diferen•as entre criminologia e suas
‡reas correlatas (pol’tica criminal e ci•ncias criminais).
A Criminologia Ž a ci•ncia que emp’rica, interdisciplinar, que se ocupa do
estudo do crime, do criminoso, da v’tima e da sociedade, conforme n—s j‡ vimos.
A Pol’tica Criminal, por sua vez, Ž o ramo que estuda os meios de
preven•‹o e repress‹o ˆ criminalidade. Ou seja, a pol’tica criminal se vale da
criminologia para tra•ar estratŽgias de controle penal, seja pela amplia•‹o ou
restri•‹o de condutas incriminadas, estabelecimento das penas adequadas, etc.
As ci•ncias criminais, por seu turno, englobam:
¥! CRIMINOLOGIA
¥! POLêTICA CRIMINAL
¥! DIREITO PENAL

Este œltimo Ž a materializa•‹o dos dois primeiros, por meio da convers‹o de


suas conclus›es em termos jur’dicos.
Com rela•‹o ao sistema de Justi•a Criminal, ele pode ser conceituado como
o aparato desenvolvido pelo Estado para que seja realizado o controle punitivo.
Voltando ao estudo da Pol’tica Criminal, n‹o podemos deixar de atrelar suas
proposi•›es ao Sistema de Justi•a Criminal, j‡ que este œltimo, ao fim e ao cabo,
tambŽm atua na preven•‹o e repress‹o ao delito. Embora a atua•‹o se d• com
muito maior •nfase na repress‹o ao delito, o car‡ter preventivo tambŽm Ž
encontrado quando entendemos que a pena tambŽm possui car‡ter preventivo.
Assim, qualquer atua•‹o do sistema de Justi•a Criminal sobre determinada
viola•‹o ˆ norma penal ser‡, ao mesmo tempo, repress‹o e preven•‹o, j‡ que
adotada a teoria eclŽtica da pena por nosso sistema jur’dico-penal.

4.1!MODELOS DE REA‚ÌO AO CRIME


A Doutrina elenca os chamados MODELOS DE REA‚ÌO AO CRIME, assim
definidos:

4.1.1!Cl‡ssico ou dissuas—rio
Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente (ou o potencial
delinquente), por meio da amea•a da pena, de forma que pratique a conduta
delituosa ou, caso tenha praticado, n‹o torne a delinquir
Este modelo se vale da finalidade de preven•‹o negativa da pena, ou seja,
a preven•‹o do delito por meio a amea•a, de maneira que depender‡,
naturalmente, de diversos fatores, como a gravidade da san•‹o prevista, a maior
ou menor probabilidade de sua imposi•‹o, etc.

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O problema deste modelo Ž que ele pressup›e que o potencial criminoso ir‡
refletir seriamente antes de praticar o delito e, ap—s muita discuss‹o interna,
adotar‡ a conduta que tenha o melhor custo-benef’cio, de forma que a pena deve
ser severa, a fim de que nesse racioc’nio o potencial criminoso chegue ˆ conclus‹o
de que o Òcrime n‹o compensaÓ.

4.1.2!Ressocializador
De car‡ter mais ÒhumanizadoÓ, busca interferir na vida do delinquente,
promovendo sua reinser•‹o social.
Assim, o modelo ressocializar est‡ calcado numa finalidade de preven•‹o
positiva da pena, ou seja, a pena como instrumento de transforma•‹o social.

4.1.3!Restaurador
ƒ considerado um modelo integrador, pois busca reparar o dano causado
ˆ v’tima, restabelecendo o status quo ante, bem como reparar o Òdano socialÓ
causado pelo delito.
N‹o se preocupa tanto com o castigo, nem com a transforma•‹o do infrator,
mas volta sua vis‹o para a figura da v’tima, de forma que o dano a ela provocado
seja reparado, j‡ que os dois modelos anteriores acabam por negligenciar a figura
do ofendido.

5! RESUMO
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informa•‹o, n‹o deixem de retornar ˆ
aula.
Conceito de criminologia - A ci•ncia emp’rica (humana e social) que busca
estudar o crime, o criminoso, a v’tima, o controle social, bem como todas as
circunst‰ncias que envolvem o fen™meno do crime.
Criminologia x Direito Penal - Embora seja reconhecida pela maioria da
Doutrina como uma ci•ncia aut™noma em rela•‹o ao Direito Penal, h‡ quem
defenda sua vincula•‹o ao Direito Penal.
Objeto de estudo da criminologia
⇒! CRIMINOSO
⇒! VêTIMA

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⇒! CONTROLE SOCIAL

Vitimologia - Basicamente, Ž o estudo da v’tima e sua import‰ncia no fen™meno


do crime.

Classifica•‹o das v’timas (classifica•‹o de MENDELSOHN)


⇒! VêTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) Ð ƒ aquele
que n‹o contribui, em nada, para a ocorr•ncia do delito.
⇒! VêTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORåNCIA) Ð
Trata-se da v’tima que contribui para a ocorr•ncia do delito, embora n‹o
haja um direcionamento doloso para isso.
⇒! VêTIMA TÌO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTçRIA) Ð Trata-se da v’tima que contribui para o delito em grau
semelhante ao do pr—prio infrator.
⇒! VêTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR Ð Aqui n—s temos a
figura da v’tima que d‡ causa, que provoca a a•‹o do infrator.
⇒! VêTIMA UNICAMENTE CULPADA Ð Classificam-se em: v’tima
infratora (aquela que se torna v’tima por ter praticado um delito prŽvio),
v’tima simuladora (aquela que simula a ocorr•ncia de um delito para gerar
uma acusa•‹o em face de alguŽm) e v’tima imagin‡ria (por um problema
psicol—gico, acredita que foi v’tima de crime, quando n‹o foi).
OBS.: Perigosidade vitimal Ž o nome que se d‡ ao estado em que a v’tima se
coloca de forma a estimular sua vitimiza•‹o, de forma direta ou indireta

Processos de vitimiza•‹o
⇒! VITIMIZA‚ÌO PRIMçRIA - ƒ aquela inerente ao pr—prio crime,
ˆ pr—pria conduta criminosa, como os danos causados pela pr‡tica da
conduta (les›es corporais, psicol—gicas, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO SECUNDçRIA - ƒ aquela provocada, direta ou
indiretamente, pelo Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de
controle social", quando, na tentativa de punir o crime, acabam por
provocar mais danos ˆ v’tima (normalmente psicol—gicos, por ter que
relembrar o fato, ter contato com o infrator, etc.);
⇒! VITIMIZA‚ÌO TERCIçRIA - Causada pela sociedade que
envolve a v’tima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos
familiares, dos amigos ou do c’rculo social da v’tima, de um modo geral.
Ocorre, com maior frequ•ncia, nos crimes que provocam efeitos
ÒestigmatizantesÓ, como o estupro.

AUTOVITIMIZA‚ÌO SECUNDçRIA - A v’tima passa a nutrir sentimentos


negativos contra si pr—pria, de culpa inconsciente pela ocorr•ncia do delito.
Evolu•‹o hist—rica da compreens‹o da v’tima e seu papel:

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⇒! PROTAGONISMO Ð Deu-se no per’odo da vingan•a privada. Neste
momento hist—rico a v’tima recebe a incumb•ncia de fazer, ela
pr—pria, a Justi•a.
⇒! NEUTRALIZA‚ÌO Ð Puni•‹o com viŽs imparcial e preventivo, sem
grande preocupa•‹o com a figura da v’tima e a necessidade de
repara•‹o dos danos sofridos.
⇒! REDESCOBRIMENTO Ð Surgiu no segundo p—s-guerra, como
resposta ao processo de vitimiza•‹o de minorias que atingiu diversos
grupos vulner‡veis, como os judeus, por exemplo.

Processos de criminaliza•‹o
⇒! Prim‡ria - O momento de sele•‹o do bem jur’dico-penal que se pretende
tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com determinada
criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.
⇒! Secund‡ria - N‹o ocorre no plano legislativo, mas no plano concreto,
quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es do Estado (MP,
Pol’cia, Judici‡rio, etc.).

Sistema penal e controle social


Institui•›es do Sistema Penal
⇒! Policial Ð Respons‡vel pela apura•‹o (investiga•‹o) da infra•‹o penal.
O MP, a despeito de n‹o integrar a Pol’cia, atua como Institui•‹o de
investiga•‹o e acusa•‹o.
⇒! Judici‡rio Ð Trata-se da Institui•‹o respons‡vel pela efetiva aplica•‹o
da Lei.
⇒! Penitenci‡ria Ð Esta Ž a Institui•‹o respons‡vel por executar a pena
efetivamente aplicada pelo Judici‡rio.

Sistema penal informal - Composto pela fam’lia, pela escola, pela opini‹o
pœblica, etc., todos eles contribuindo, de alguma forma, para o modo pelo qual o
sistema penal ir‡ se desenvolver.

Discurso oficial do Sistema Penal


⇒! Retribui•‹o Ð Quem comete crime deve pagar por isso.
⇒! Ressocializa•‹o Ð Quem comete crime deve ser trabalhado e
reintegrado ˆ sociedade.

Cr’tica - O sistema penal busca, na verdade, perpetuar as rela•›es de poder j‡


existentes na sociedade, objetivando a manuten•‹o do status quo, por meio da
pena (e da amea•a de pena).

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Preven•‹o do delito no Estado Democr‡tico de Direito
⇒! Preven•‹o prim‡ria - Programas cuja finalidade Ž atacar a causa da
criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade social,
pobreza, desemprego, etc.). Trata-se, portanto, de uma forma de
preven•‹o que busca atingir as estruturas do sistema.
⇒! Preven•‹o secund‡ria - Momento posterior ao delito ou na imin•ncia de
sua ocorr•ncia. Aqui o foco da preven•‹o recai sobre os setores sociais em
que a criminalidade mais se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que
apresentam determinadas caracter’sticas que os tornam mais propensos a
praticar ou sofrer delitos.
⇒! Preven•‹o terci‡ria - Aqui a preven•‹o recai sobre o condenado, ou seja,
visa a evitar a reincid•ncia. Pode se dar por meio da escolha da pena mais
apropriada, pela progress‹o de regime, que possibilita o reencontro
paulatino do preso com a sociedade, etc.

Programas de preven•‹o ˆ infra•‹o penal


⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO SOBRE DETERMINADAS ÒçREAS
GEOGRçFICASÓ Ð Trata-se da preven•‹o ÒdirigidaÓ. Tem como premissa
a exist•ncia de um determinado espa•o, geogr‡fica e socialmente
delimitado, em praticamente todos os centros urbanos, que concentra os
mais elevados ’ndices de criminalidade. S‹o ‡reas geralmente muito
pobres, deterioradas, esquecidas pelo Poder Pœblico e com alta
desorganiza•‹o social.
⇒! PREVEN‚ÌO DO DELITO POR MEIO DO DESENHO ARQUITETïNICO
E URBANêSTICO Ð Visam a reestrutura•‹o urbana e se valem do desenho
arquitet™nico, de forma a neutralizar o elevado risco de influ•ncias que
favorecem o comportamento criminoso, existente em certos espa•os.
Somente desloca o delito para outras ‡reas menos protegidas, mas
n‹o atinge as bases do problema criminal.
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO VITIMAL - Orientada para as v’timas,
parte de uma perspectiva de que o risco de se tornar v’tima n‹o se distribuir
de forma ison™mica na popula•‹o nem Ž produto do acaso.
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO POLêTICO-SOCIAL - S‹o programas de
preven•‹o Òprim‡riaÓ, aut•ntica preven•‹o. Uma sociedade que assegura a
todos os seus membros um acesso efetivo aos mecanismos para o alcance
dos fins que lhe s‹o exigidos, reduz, consequentemente, a possibilidade de
que o indiv’duo recorra a instrumentos paralelos para a obten•‹o destes
fins, o que contribui para a queda nas taxas de criminalidade.
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO DA CRIMINALIDADE DE ORIENTA‚ÌO
COGNITIVA Ð Fundamenta-se na premissa de que a aquisi•‹o de
determinadas habilidades (positivas) Ž uma tŽcnica reintegradora com alto
potencial de sucesso, porque afasta o criminoso de influ•ncias negativas,
substituindo-as por boas influ•ncias, no que se pode conceber como um
ataque ˆs Òsubculturas criminaisÓ.
⇒! PROGRAMAS DE PREVEN‚ÌO Ë REINCIDæNCIA Ð S‹o programas de
preven•‹o terci‡ria, pois aqui o crime j‡ ocorreu, de forma que se buscar‡

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evitar sua nova ocorr•ncia. Na verdade, estes programas est‹o mais
relacionados ˆ interven•‹o (sobre o delinquente) do que ˆ preven•‹o (para
evitar que haja delinqu•ncia).

Desvios estat’sticos na preven•‹o do delito


CIFRA Nœmero de delitos que, por qualquer raz‹o, n‹o chegam ao
NEGRA conhecimento das ag•ncias formais de controle.
CIFRA ƒ um subtipo da cifra negra. Contudo, est‡ atrelada aos crimes
DOURADA praticados pelas consideradas ÒelitesÓ, como os crimes contra a
ordem tribut‡ria, sonega•‹o fiscal, crimes contra o sistema
financeiro, etc. (Impunidade proposital)
CIFRA Consiste nos delitos que s‹o registrados perante os —rg‹os
CINZA pœblicos, mas cuja solu•‹o Ž encontrada na pr—pria delegacia,
n‹o havendo instaura•‹o de processo judicial (Ex.: aus•ncia de
representa•‹o nos crimes de a•‹o penal pœblica).
CIFRA A cifra amarela tambŽm Ž uma espŽcie de cifra negra. Contudo,
AMARELA aqui estamos diante de delitos praticados pela pr—pria pol’cia
contra o indiv’duo que, por medo de futuras repres‡lias, acaba
por n‹o registrar o fato.

Criminologia e Pol’tica criminal. Criminologia e Ci•ncias criminais


Criminologia - ƒ a ci•ncia que emp’rica, interdisciplinar, que se ocupa do estudo
do crime, do criminoso, da v’tima e da sociedade.
Pol’tica Criminal - Ramo que estuda os meios de preven•‹o e repress‹o ˆ
criminalidade. Ou seja, a pol’tica criminal se vale da criminologia para tra•ar
estratŽgias de controle penal, seja pela amplia•‹o ou restri•‹o de condutas
incriminadas, estabelecimento das penas adequadas, etc.
Ci•ncias criminais Ð Englobam
⇒! CRIMINOLOGIA
⇒! POLêTICA CRIMINAL
⇒! DIREITO PENAL

Modelos de rea•‹o ao delito


⇒! Cl‡ssico (dissuas—rio) - Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente
(ou o potencial delinquente), por meio da amea•a da pena, de forma
que pratique a conduta delituosa ou, caso tenha praticado, n‹o torne a
delinquir

⇒! Ressocializador - De car‡ter mais ÒhumanizadoÓ, busca interferir na vida


do delinquente, promovendo sua reinser•‹o social.

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⇒! Restaurador - ƒ considerado um modelo integrador, pois busca reparar
o dano causado ˆ v’tima, restabelecendo o status quo ante, bem como
reparar o Òdano socialÓ causado pelo delito.

Panorama penitenci‡rio brasileiro


⇒! Superpopula•‹o carcer‡ria
⇒! Aumento exponencial do nœmero de presos, muito acima da mŽdia
mundial
⇒! Excessivo nœmero de presos provis—rios
⇒! Excessivo nœmero de presos por crimes cometidos sem viol•ncia ou
grave amea•a ˆ pessoa
⇒! Inexist•ncia de qualquer projeto ressocializador
⇒! Espetaculariza•‹o do sofrimento corporal como forma de
demonstra•‹o de poder
⇒! Sistema penitenci‡rio Ž pensado e constru’do para infligir dor, muito
alŽm da priva•‹o da liberdade

Criminologia cient’fica - A criminologia enquanto ci•ncia s— surge no final do


sŽculo XIX, e apesar de romper com o modelo criminol—gico prŽ-cient’fico, se
valeu de algumas contribui•›es destas Òpseudoci•nciasÓ para seu
desenvolvimento.
PrŽ-cientificamente:
⇒! DEMONOLOGIA
⇒! FISIONOMIA
⇒! FRENOLOGIA
⇒! PSIQUIATRIA

MŽtodo da criminologia cient’fica - A criminologia passa a tentar explicar o


fen™meno do crime e o comportamento criminal utilizando-se do empirismo
como ponto de partida.
Principais modelos te—ricos:
CRIMINOLOGIA CLçSSICA E NEOCLçSSICA - Tinham como ponto central de
seu trabalho o LIVRE ARBêTRIO. Para este modelo, o homem Ž LIVRE para fazer
suas escolhas, inclusive para cometer delitos.
CRIMINOLOGIA POSITIVISTA - Rompe com a ideia de que o homem
ÒdelinqueÓ porque quer delinquir. Para este modelo te—rico, compreender o
fen™meno criminal Ž uma tarefa que demanda a an‡lise de fatores causais-
explicativos, ou seja, deve-se buscar as causas do delito (paradigma etiol—gico).
SOCIOLOGIA CRIMINAL Ð Abandona a ideia de Òcausas do crimeÓ e parte para
a ideia da teoria da criminaliza•‹o. Com uma forte influ•ncia marxista, tal modelo
entende que n‹o importa tanto a ÒcausaÓ de determinado comportamento
criminoso, e mais o Òporqu•Ó de se considerar criminoso determinado

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comportamento, ou seja, quais os interesses est‹o por tr‡s da criminaliza•‹o de
determinadas condutas

Teoria sociol—gicas
Sociedade crimin—gena - Uma sociedade que PRODUZ CRIME.
Teoria do consenso ou Òcriminologia do consensoÓ - Parte da premissa de
que a sociedade Ž formada por uma sŽria de valores fundamentais consensuais,
que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada
mais seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os
indiv’duos.
Teoria do conflito ou Òcriminologia do conflitoÓ - A criminologia do
conflito, por sua vez, verifica a sociedade n‹o como um todo coeso e harm™nico,
fundado em valores comuns a todos os indiv’duos, e sim um campo de batalha
entre classe dominante e dominada. Partindo deste viŽs marxista, as teorias
decorrentes desta ideia v‹o estabelecer que o Direito Penal nada mais Ž que uma
ferramenta a servi•o da classe dominante, de forma a garantir a manuten•‹o do
status quo, coagindo a classe dominada a Òandar na linhaÓ. Denuncia a
seletividade do Sistema Penal.

CRIMINOLOGIA DO CONSENSO
Escola de Chicago - A Escola de CHICAGO e sua explica•‹o ECOLîGICA
do crime talvez seja a principal escola criminol—gica moderna. PARK foi o principal
expoente desta Escola. Este autor analisou o crescimento populacional na cidade
de Chicago no come•o do sŽculo XX e, com suas observa•›es, a Escola de Chicago
chegou ˆ conclus‹o de que o fen™meno delitivo estava relacionado diretamente
ao conglomerado urbano e suas caracter’sticas (multiculturais, Žtnicas, etc.).
TambŽm se chegou ˆ conclus‹o de que a delinqu•ncia era mais concentrada em
determinadas ‡reas, e tal concentra•‹o seria fruto, dentre outras coisas, da
desorganiza•‹o social destas ‡reas.
Escolas que derivam da Escola de Chicago:
⇒! ECOLîGICA (DESORGANIZA‚ÌO SOCIAL) - Para esta teoria o
progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. Prop›e que a
estabilidade e a integra•‹o contribuem para a ordem social, enquanto a
desordem social e a aus•ncia de integra•‹o entre os indiv’duos contribuem
para ’ndices mais elevados de criminalidade
⇒! ESPACIAL - Defendia a reestrutura•‹o arquitet™nica das cidades como
forma de preven•‹o do delito, inclusive como forma de permitir maior
controle sobre as pessoas. Teve em OSCAR NEWMAN seu maior expoente.
⇒! JANELAS QUEBRADAS - Para esta teoria a repress‹o dos menores delitos
Ž ABSOLUTAMENTE INDISPENSçVEL para inibir a pr‡tica dos delitos mais
graves.
⇒! TOLERåNCIA ZERO - A teoria da toler‰ncia zero decorre naturalmente
da ideia defendida pela teoria das janelas quebradas. Trata-se de uma
pol’tica criminal de repress‹o a toda e qualquer conduta desviante, por

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menor que seja, como forma de reafirmar o poder do Estado e a
necessidade de respeito ˆ Lei.

Teoria da associa•‹o diferencial (aprendizagem social ou social learning)


- Difundida por Edwin Sutherland, tendo como base as ideias de Gabriel TARDE
(e suas ÒLeis da Imita•‹oÓ). Para Sutherland, ninguŽm nasce criminoso, mas
APRENDE a se tornar um, ou seja, o crime Ž mero resultado de um processo
inadequado ou falho de socializa•‹o do indiv’duo. O indiv’duo se tornaria
criminoso ao observar outras condutas criminosas e INTERAGIR com outras
pessoas, notadamente aquelas que se dedicam ao delito.

Teoria das subculturas delinquentes - Tal teoria acaba defende que a conduta
delitiva n‹o seria um reflexo negativo da desorganiza•‹o social e outras mazelas
da sociedade contempor‰nea. Para esta teoria todo agrupamento humano Ž
dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras pr—prias. Desta forma,
Ž poss’vel que algumas destas subculturas possuam valores que se
contraponham aos valores da cultura dominante e, em raz‹o disso, o delito n‹o
derivaria de uma predisposi•‹o ˆ viola•‹o da Lei, e sim um mero reflexo
destas diferen•as culturais.

Teoria da anomia - Teve como principal expoente ROBERT MERTON, que se


valeu das ideias de DURKHEIN, para desenvolver sua teoria. Para esta teoria a
sociedade imp›e objetivos e metas inalcan•‡veis para a maioria dos
indiv’duos (sucesso, poder, status), e como tais metas s‹o inating’veis,
a dissocia•‹o entre os objetivos e os instrumentos para seu alcance
geraria a ANOMIA, que seria uma situa•‹o de renœncia ˆs normas sociais.

CRIMINOLOGIA DO CONFLITO
Teoria do etiquetamento ou labeling approach - Para esta teoria, tambŽm
chamada de Òteoria da rea•‹o socialÓ, o crime n‹o seria um fen™meno social, mas
um fen™meno normativo, ou seja, o Estado rotula como crime as condutas
que ele pretende sejam consideradas como criminosas. Assim, n‹o existiria
um crime Òpor naturezaÓ, mas apenas ÒcondutasÓ, que recebem o r—tulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre protegem
por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais, tendendo a conferir
maior prote•‹o aos bens de interesse da classe dominante). Teve como
principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.

Racismo e g•nero: rela•›es com o sistema penal14

14
Este t—pico foi inspirado na disserta•‹o de mestrado do pr—prio Prof. Renan Araujo: SOUZA, Renan de
Araujo. A tutela penal dos discursos potencialmente ofensivos. 2015. 160f. Disserta•‹o (Mestrado em Direito
Penal) Ð Faculdade de Direito, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

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Racismo
⇒! Legislativo - Tratamento mais gravoso dispensado aos crimes
habitualmente praticados por indiv’duos das classes mais baixas
(predominantemente homens negros)
⇒! Ag•ncias de controle - Tratamento n‹o raras vezes preconceituoso
dispensado aos negros (abordagens policiais truculentas em zonas
perifŽricas dos grandes centros urbanos, etc.).

G•nero:
⇒! Ainda incipiente pol’tica criminal voltada ˆ equaliza•‹o dos g•neros,
considerando a maior vulnerabilidade social da mulher
⇒! Aus•ncia de ag•ncias de controle devidamente preparadas para
acolher e compreender a mulher v’tima de crime, sem que ocorra o
odioso processo de revitimiza•‹o.
OBS.: Isso faz com que a mulher, j‡ vitimada pelo crime (em boa parte dos
casos, relacionados ˆ quest‹o de g•nero, como viol•ncia domŽstica e estupro),
acabe desistindo de levar o fato ao conhecimento das autoridades (gerando as
cifras negras) ou, quando o faz, acabe sendo revitimizada (ante a aus•ncia de
tratamento adequado, desconfian•a infundada quanto ˆ veracidade das
alega•›es, etc.).

M’dia e Autoritarismo: rela•‹o com o sistema penal - As m’dias de massa


contribuem para a cria•‹o da Òsociedade do medoÓ, pois fazem parecer
Òpr—ximosÓ eventos que s‹o, na verdade, distantes, gerando uma percep•‹o
equivocada da realidade. Essa sociedade insegura, portanto, tende a privilegiar a
restri•‹o da liberdade individual, dando margem ao surgimento de diversas
ÒfigurasÓ, notadamente no campo da pol’tica, pautadas por um discurso
autorit‡rio.

O realismo de esquerda e a esquerda punitiva - Movimento de esquerda que


defende a utiliza•‹o do Direito Penal em favor das minorias e contra a classe
dominante. Basicamente Ž: o Direito Penal n‹o vai deixar de proteger os
interesses da classe dominante, ent‹o fa•amos com que defenda, tambŽm os
interesses da classe dominada.

GARANTISMO, MINIMALISMO E ABOLICIONISMO PENAL


Garantismo - Sistema jur’dico-penal que respeite os direitos e garantias
fundamentais.
Tr•s prismas (Ferrajoli):
¥! Modelo normativo Ð Limites formais ˆ atua•‹o punitiva do Estado-
legislador.
¥! Teoria Jur’dica Ð Necessidade de que o garantismo, assim entendido
como o respeito aos direitos e garantias fundamentais, n‹o fique

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apenas no plano normativo, mas tambŽm seja verificado quando da
operacionaliza•‹o do sistema.
¥! Filosofia Pol’tica Ð Limites materiais ˆ atua•‹o punitiva do Estado,
que deve saber separar direito e moral, criminalizando apenas aquilo
que for capaz de atentar seriamente contra a vida em sociedade.
Direito Penal do Inimigo - Trata-se de um modelo que pressup›e a exist•ncia
de um Direito Penal que mitigue as garantias constitucionais aos criminosos
considerados ÒcontumazesÓ, ou seja, aqueles que fazem do crime seu meio de
vida.

MINIMALISMO PENAL Ð Prega a redu•‹o do raio de abrang•ncia do Direito


Penal, que deve ser reservado apenas ˆquelas condutas absolutamente
incompat’veis com a vida em sociedade, e apenas para a prote•‹o dos bens
jur’dicos mais valiosos (Direito Penal m’nimo). Prega, ainda a redu•‹o da
==0==

aplica•‹o da pena privativa de liberdade, que deve, sempre que poss’vel, ser
substitu’da por san•›es alternativas.

ABOLICIONISMO PENAL - Prega a supress‹o do Sistema Penal, seja porque


se nega legitimidade Žtico-pol’tica a essa forma de controle social, desde seu
surgimento, seja porque Ž visto, na pr‡tica, como mais danoso que
vantajoso.
Fundamentos do abolicionismo:
⇒! Anomia do sistema penal
⇒! Seletividade do sistema penal
⇒! O Direito Penal estigmatiza o condenado
⇒! O Direito Penal marginaliza a v’tima

Vertentes abolicionistas:
⇒! Abolicionismo imediato Ð Defendido, dentre outros, por LOUCK
HULSMAN, prega a imediata supress‹o do Direito Penal e sua substitui•‹o
imediata do Direito Penal por outros mŽtodos de solu•‹o de conflitos
(composi•‹o civil dos danos, etc.).
⇒! Abolicionismo mediato Ð TambŽm conhecido como minimalismo radical,
prega que o ideal seria a aboli•‹o do Direito Penal, mas a realidade imp›e
a manuten•‹o de tal sistema, j‡ que seria imposs’vel sua supress‹o sem
que houvesse um abalo social consider‡vel, com poss’vel transmuta•‹o da
viol•ncia estatal para a vingan•a privada sem qualquer regulamenta•‹o
estatal (THOMAS MATHIESEN Ž um dos principais defensores).
___________
Bons estudos!
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6! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (FCC Ð 2013 Ð TRT15 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Sobre a criminologia Ž INCORRETO afirmar:
a) estuda crimes socialmente relevantes, tendo interesse em estudar homic’dios
dolosos e roubos.
b) moderna tem como meta erradicar as causas do crime, pois desta forma
tambŽm se estar‡ eliminando os seus efeitos.
c) tem como um dos objetivos orientar a pol’tica criminal na preven•‹o especial
e direta dos crimes socialmente relevantes.
d) Ž uma ci•ncia que trata do delito, do delinquente e da pena.
e) Ž um conjunto de conhecimentos que estuda o fen™meno e as causas da
criminalidade, a personalidade do delinquente e sua conduta delituosa, incluindo
tambŽm a maneira de ressocializ‡-lo.

02.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)


Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia.
A) O comportamento da v’tima em nada contribui para a ocorr•ncia do crime
contra si praticado.
B) A Vitimologia estuda o papel da v’tima no epis—dio danoso, o modo pelo qual
participa, bem como sua contribui•‹o na ocorr•ncia do delito.
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ci•ncias jur’dicas, por conta das
observa•›es feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da v’tima
perante o ordenamento jur’dico em vigor.
D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio da obra
ÒO Homem DelinquenteÓ, de Cesare Lombroso.
E) O comportamento da v’tima sempre contribui para a ocorr•ncia do crime
contra si praticado.

03.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


Um indiv’duo que, ao abrir a porta de seu ve’culo automotor, a fim de sair do
estacionamento de um shopping center, Ž surpreendido por bandido armado que
estava homiziado em local pr—ximo, aguardando a primeira pessoa a quem
pudesse roubar, Ž
A) t‹o culpado quanto o criminoso.
B) v’tima ideal.
C) mais culpado que o criminoso.
D) exclusivamente culpado.

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E) v’tima de culpabilidade menor.

04.! (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTI‚A - MANHÌ)


A criminaliza•‹o prim‡ria, realizada pelos legisladores, Ž o ato e o efeito de
sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a puni•‹o de
determinadas pessoas; enquanto a criminaliza•‹o secund‡ria, exercida por
ag•ncias estatais como o MinistŽrio Pœblico, Pol’cia e Poder Judici‡rio,
consistente na a•‹o punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece
quando Ž detectado uma pessoa que se sup›e tenha praticado certo ato
criminalizado primariamente.

05.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


De acordo com Benjamim Mendelsohn, as v’timas s‹o classificadas em:
a) v’timas prim‡rias, v’timas secund‡rias e v’timas terci‡rias.
b) v’timas ideais, v’timas menos culpadas que os criminosos, v’timas t‹o culpadas
quanto os criminosos, v’timas mais culpadas que os criminosos e v’timas como
œnicas culpadas.
c) v’timas desatentas, v’timas desinformadas, v’timas descuidadas, v’timas
inocentes, v’timas provocativas e v’timas participativas.
d) v’timas perfeitas, v’timas participativas, v’timas concorrentes, v’timas
imperfeitas e v’timas contumazes.
e) v’timas inocentes, v’timas conscientes e v’timas culpadas.

06.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)


ƒ correto afirmar que a Criminologia
a) Ž uma ci•ncia do dever-ser.
b) n‹o Ž uma ci•ncia interdisciplinar.
c) n‹o Ž uma ci•ncia multidisciplinar.
d) Ž uma ci•ncia normativa.
e) Ž uma ci•ncia emp’rica.

07.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)


ƒ correto afirmar que a Criminologia contempor‰nea tem por objetos
a) o delito, o delinquente, a v’tima e o controle social.
b) a tipifica•‹o do delito e a comina•‹o da pena.
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social.
d) apenas o delito e o delinquente.
e) apenas a v’tima e o controle social.

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08.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)
O comportamento inadequado da v’tima que de certo modo facilita, instiga ou
provoca a a•‹o de seu verdugo Ž denominado
a) vitimiza•‹o terci‡ria.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimiza•‹o prim‡ria.
e) vitimologia.

09.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


Sobre a Criminologia, Ž correto afirmar que
(A) ela n‹o Ž considerada uma ci•ncia para a maior parte dos autores.
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal.
(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas n‹o se ocupa do
estudo da v’tima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto
de interesse da Sociologia.
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas n‹o se ocupa do
estudo do delinquente e da v’tima, uma vez que tal assunto constitui objeto de
estudo da Psicologia.
(E) ela constitui um campo fŽrtil de pesquisas para psiquiatras, psic—logos,
soci—logos, antrop—logos e juristas.

10.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


Entende-se por vitimiza•‹o secund‡ria ou sobrevitimiza•‹o aquela
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos direitos
da v’tima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasi‹o do delito.
(B) que n‹o concorreu, de forma alguma, para a ocorr•ncia do crime.
(C) que, de modo volunt‡rio ou imprudente, colabora com o ‰nimo criminoso do
agente.
(D) que ocorre no meio social em que vive a v’tima e Ž causada pela fam’lia, por
grupo de amigos etc.
(E) causada pelos —rg‹os formais de controle social, ao longo do processo de
registro e apura•‹o do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo
funcionamento do sistema de persecu•‹o criminal.

11.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


O mŽtodo cient’fico utilizado pela Criminologia Ž o mŽtodo biol—gico e como
ci•ncia emp’rica ________e________que Ž.
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente:
A) experimental ... jur’dica

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B) sociol—gico ... experimental
C) f’sico ... social
D) filos—fico ... humana
e) psicol—gico ... normativa

12.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


S‹o objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o
criminoso,_________e o controle social.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as lacunas do
texto.
A) a desigualdade social ... o Estado
B) a conduta ... o castigo
C) o direito ... a ressocializa•‹o
D) a sociedade ... o bem jur’dico
E) o crime ... a v’tima

13.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experi•ncia e por ter mais de
um objeto de estudo, como uma ci•ncia.
A) abstrata e imensur‡vel.
B) biol—gica e indefinida.
C) emp’rica e interdisciplinar.
D) exata e mensur‡vel
E) humana e indefinida.

14.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Uma v’tima que, ao querer registrar uma ocorr•ncia, encontra resist•ncia ou
desamparo da fam’lia, dos colegas de trabalho e dos amigos, resultando num
desest’mulo para a formaliza•‹o do registro, ocasiona o que Ž chamado de Òcifra
negraÓ. Neste caso, estamos diante da vitimiza•‹o.
A) prim‡ria.
B) secund‡ria
C) quatern‡ria
D) quinten‡ria
E) terci‡ria.

15.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


ÒV’tima inocente, v’tima provocadora e v’tima agressora, simuladora ou
imagin‡riaÓ. Essa foi uma das primeiras classifica•›es, de forma sintetizada, que

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levou em conta a participa•‹o ou provoca•‹o das v’timas nos crimes. O autor
dessa classifica•‹o foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria

16.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO)


Os objetos de estudo da moderna criminologia est‹o divididos em
a) tr•s vertentes: justi•a criminal, delinquente e v’tima.
b) tr•s vertentes: pol’tica criminal, delito e delinquente.
c) tr•s vertentes: pol’tica criminal, delinquente e pena.
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justi•a criminal e pena.
e) quatro vertentes: delito, delinquente, v’tima e controle social.

17.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO)


Quando a v’tima, em decorr•ncia do crime sofrido, n‹o encontra amparo
adequado por parte dos —rg‹os oficiais do Estado, durante o processo de registro
e apura•‹o do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por um policial,
levando a v’tima a se sentir como um ÒobjetoÓ do direito e n‹o como sujeito de
direitos, caracteriza
a) vitimiza•‹o estatal ou oficial.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) vitimiza•‹o terci‡ria.
d) vitimiza•‹o quatern‡ria.
e) vitimiza•‹o prim‡ria.

18.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð ATENDENTE DE NECROTƒRIO POLICIAL)


Para a aproxima•‹o e verifica•‹o de seu objeto de estudo, a Criminologia dos
dias atuais vale-se de um conceito
a) emp’rico e interdisciplinar.
b) dedutivo e dogm‡tico.
c) dedutivo e interdisciplinar.
d) dogm‡tico e l—gico-abstrato.
e) emp’rico e l—gico-abstrato.

19.! (CESPE Ð 2015 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)

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Em rela•‹o aos preceitos da criminologia contempor‰nea e a aspectos relevantes
sobre a justi•a criminal, o sistema penal e a estrutura social, julgue o item que
se segue.
Na criminologia contempor‰nea, n‹o se consideram os protagonistas do crime Ñ
v’tima, infrator e comunidade Ñ nem o desenvolvimento de tŽcnicas de
interven•‹o e controle, pois essas matŽrias devem ser objeto de pol’ticas pœblicas
de seguran•a pœblica e n‹o da ci•ncia criminol—gica.

20.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal
a) Ž almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos do
segundo.
b) n‹o se concretiza, uma vez que a primeira n‹o Ž considerada ci•ncia, ao
contr‡rio do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo car‡ter cr’tico que a primeira desenvolve em
rela•‹o ao segundo.
d) n‹o se vislumbra na pr‡tica, uma vez que todos os conceitos da primeira s‹o
emprestados do segundo.
e) n‹o se efetiva, uma vez que ambos t•m o mesmo objeto e s‹o concretizados
pelo mesmo mŽtodo de estudo, qual seja, o emp’rico.

21.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð INVESTIGADOR DE POLêCIA)


A criminologia pode ser conceituada como uma ci•ncia ______, baseada na
observa•‹o e na experi•ncia, e ________ que tem por objeto de an‡lise o crime,
o criminoso, a v’tima e o controle social.
a) exata É multidisciplinar
b) objetiva É monodisciplinar
c) humana É unidisciplinar
d) biol—gica É transdisciplinar
e) emp’rica É interdisciplinar

22.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase: A
Criminologia__________ ; o Direito Penal __________.
a) n‹o Ž considerada uma ci•ncia, por tratar do Òdever serÓ É Ž uma ci•ncia
emp’rica e interdisciplinar, f‡tica do ÒserÓ
b) Ž uma ci•ncia normativa e multidisciplinar, do Òdever serÓ É Ž uma ci•ncia
emp’rica e f‡tica, do ÒserÓ
c) n‹o Ž considerada uma ci•ncia, por tratar do ÒserÓ É Ž uma ci•ncia jur’dica,
pois encara o delito como um fen™meno real, do Òdever serÓ

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d) Ž uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, f‡tica do ÒserÓ É Ž uma ci•ncia
jur’dica, cultural e normativa, do Òdever serÓ
e) Ž considerada uma ci•ncia jur’dica, por tratar o delito como um conceito
formal, normativo, do Òdever serÓ É n‹o Ž considerado uma ci•ncia, pois encara
o delito como um fen™meno social, do ÒserÓ

23.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð TƒCNICO DE LABORATîRIO)


A express‹o ÒCriminologiaÓ foi empregada pela primeira vez por
a) Adolphe Quetelet e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana, em
sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
b) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo, em
sua obra intitulada Criminologia.
c) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana, em sua
obra intitulada Dos delitos e das penas.
d) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Adolphe Quetelet, em
sua obra intitulada O homem mŽdio.
e) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo, em sua
obra intitulada Criminologia.

24.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð TƒCNICO DE LABORATîRIO)


ƒ correto afirmar que a Criminologia Ž uma
a) disciplina auxiliar das ci•ncias mŽdicas, voltada ˆs investiga•›es cl’nicas, por
meio de per’cia e exames laboratoriais.
b) ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que contribuem
para a ocorr•ncia do crime, dentre outros temas correlatos.
c) disciplina auxiliar das ci•ncias jur’dicas, voltada ˆs tŽcnicas de realiza•‹o de
per’cia e exames laboratoriais.
d) disciplina auxiliar das ci•ncias criminais, voltada ˆs investiga•›es por meio de
per’cia e exames laboratoriais.
e) ci•ncia dogm‡tico-normativa, fundada na Žtica e na filosofia, a qual estuda a
personalidade do preso, dentre outros temas correlatos.

25.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)


S‹o conhecidas por __________os crimes que n‹o s‹o registrados em —rg‹os
oficiais encarregados de sua repress‹o, em decorr•ncia de omiss‹o das v’timas,
por temor de repres‡lia.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
A) estat’sticas azuis
B) estat’sticas brancas
C) cifras douradas
D) cifras negras

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E) cifras cinza

26.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)


Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das caracter’sticas da
fun•‹o retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta.
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito.
B) Dura•‹o indeterminada: a dura•‹o da pena depender‡, dentre outros fatores,
do comportamento do apenado.
C) Infligibilidade: a pena consistir‡ em afli•‹o corporal.
D) Derrogabilidade: o delito ter‡, por consequ•ncia, uma puni•‹o, ainda que
injusta.
E) Responsabilidade penal individual: a pena n‹o passar‡ da pessoa do
condenado.

27.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


O legislador brasileiro, ao dispor sobre as fun•›es da reprimenda pela pr‡tica de
infra•‹o penal no artigo 59 do C—digo Penal Ð O juiz, atendendo ˆ culpabilidade,
aos antecedentes, ˆ personalidade do agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e
consequ•ncias do crime, bem como ao comportamento da v’tima, estabelecer‡,
conforme seja necess‡rio e suficiente para reprova•‹o e preven•‹o do crime...
Ð, adotou a teoria da
A) fun•‹o reeducativa da pena.
B) fun•‹o de preven•‹o especial da pena.
C) fun•‹o de preven•‹o geral da pena.
D) fun•‹o retributiva da pena.
E) fun•‹o mista ou unificadora da pena.

28.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Umas das formas que o Estado Democr‡tico de Direito possui para prevenir o
crime Ž a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas, estas t•m a
finalidade de
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso n‹o
estar‡ mais nas ruas.
c) retomar a tranquilidade e a paz pœblica.
d) preven•‹o geral e preven•‹o especial.
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.

29.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)

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No tocante ˆ tem‡tica da preven•‹o da infra•‹o ˆ lei penal, Ž correto afirmar que
a preven•‹o
(A) secund‡ria consiste em, dentre outras, pol’ticas criminais voltadas
exclusivamente ˆ reintegra•‹o do preso na sociedade.
(B) terci‡ria consiste em pol’ticas pœblicas de conscientiza•‹o de todos os
cidad‹os quanto ˆ import‰ncia de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento
de servi•os pœblicos de qualidade, tais como saœde, educa•‹o e seguran•a.
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indiv’duos propensos a delinquir,
inibindo-os de transgredir a lei penal.
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeduca•‹o e a ressocializa•‹o do
criminoso.
(E) prim‡ria consiste em, dentre outras, a•›es policiais de repress‹o ˆs pr‡ticas
delituosas.

30.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


A criminologia moderna estuda o fen™meno da criminalidade por meio da
estat’stica criminal. Nessa seara, a express‹o Òcifra douradaÓ designa.
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder pœblico que s‹o
elucidados.
B) as infra•›es penais praticadas pela elite, n‹o reveladas ou apuradas; trata-se
de um subtipo da Òcifra negraÓ, a exemplo do crime de sonega•‹o fiscal
C) as infra•›es penais de maior gravidade, como, por exemplo, o homic’dio, que,
ao ser elucidado, permite ao poder pœblico planejar melhor suas a•›es e alterar
a legisla•‹o
D) as infra•›es penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na Lei n.¼
9.099/95, a exemplo do delito de perturba•‹o do sossego alheio
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que n‹o chega
ao conhecimento do poder pœblico por falta de registro, e, portanto, n‹o s‹o
elucidados

31.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibi•‹o criminal
Ž a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo C—digo Penal
Brasileiro Ž a mista, de acordo com o artigo 59 do C—digo Penal, que tem como
finalidade a:
A) preven•‹o e a retribui•‹o
B) indeniza•‹o e a repreens‹o.
C) puni•‹o e a repara•‹o.
D) inibi•‹o e a reeduca•‹o.
E) concilia•‹o e o exemplo.

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32.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)
O conceito de preven•‹o delitiva, no Estado Democr‡tico de Direito, e as medidas
adotadas para alcan•‡-la s‹o.
A) o conjunto de a•›es que visam evitar a ocorr•ncia do delito, atingindo direta
e indiretamente o delito.
B) o conjunto de a•›es que visam estudar o delito, atingindo direta e
indiretamente o criminoso
C) o conjunto de a•›es adotadas pela v’tima que visam evitar o delito, atingindo
o delinquente direta e indiretamente.
D) o conjunto de a•›es que visam estudar o criminoso, atingindo o ato delitivo
direta e indiretamente.
E) o conjunto de a•›es que visam estudar o crime, atingindo o criminoso direta
e indiretamente.

33.! (UFPR Ð 2014 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Na Criminologia, Ž frequente o debate a respeito das fun•›es da pena. Segundo
a ideia de preven•‹o especial negativa, a pena teria a fun•‹o de:
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harm™nica integra•‹o social.
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito.
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindoo de cometer
novas infra•›es penais.
d) refor•ar a confian•a da coletividade na vig•ncia da norma, estimulando a
fidelidade ao Direito.
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham da
pr‡tica de infra•›es penais.

34.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


A express‹o Òcifra negraÓ, em Criminologia, corresponde ao nœmero de
a) erros judiciais (decis›es judiciais incompat’veis com a realidade dos fatos).
b) crimes ocorridos e n‹o reportados ˆ autoridade.
c) criminosos reincidentes.
d) pris›es efetuadas injustamente.
e) crimes ocorridos em ambientes pœblicos, mas cuja autoria permanece
ignorada.

35.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A preven•‹o criminal que est‡ voltada ˆ seguran•a e qualidade de vida, atuando
na ‡rea da educa•‹o, emprego, saœde e moradia, conhecida universalmente
como direitos sociais e que se manifesta a mŽdio e longo prazos, Ž chamada pela
Criminologia de preven•‹o

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a) prim‡ria.
b) individual.
c) secund‡ria.
d) estrutural.
e) terci‡ria.

36.! (PC-SP Ð 2011 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A preven•‹o terci‡ria da infra•‹o penal, no Estado Democr‡tico de Direito, est‡
relacionada
a) ao controle dos meios de comunica•‹o.
b) aos programas policiais de preven•‹o.
c) ˆ ordena•‹o urbana.
d) ˆ popula•‹o carcer‡ria.
e) ao surgimento de conflito.

37.! (PC-SP Ð 2010 Ð PC-SP Ð ESCRIVÌO)


O termo cifra dourada Ž indicativo
a) dos crimes praticados por membros da realeza.
b) da viol•ncia domŽstica ocorrida nas classes altas e n‹o relatadas ˆ pol’cia.
c) dos crimes esclarecidos mediante ˆ oferta de uma recompensa.
d) do nœmero de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o narcotr‡fico.
e) dos crimes denominados de Òcolarinho brancoÓ.

38.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Entre os modelos te—ricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de
delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, o delito carece de
consist•ncia material, sendo um processo de rea•‹o social, arbitr‡rio e
discriminat—rio de sele•‹o do comportamento desviado.

39.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


No ‰mbito das teorias criminol—gicas, a teoria da subcultura delinquente,
originariamente conhecida como ÒEscola de ChicagoÓ, assevera que a
delinqu•ncia surge como resultado da estrutura das classes sociais, que faz com
que alguns grupos aceitem a viol•ncia como forma de resolver os conflitos sociais.

40.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


O minimalismo, enquanto movimento cr’tico ao sistema de justi•a penal, foi
concebido com a proposta de supress‹o integral do sistema penal por outras
inst‰ncias de controle social. Em sentido oposto, revelou-se o movimento ÒLei e

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OrdemÓ, que reconhecia no direito penal m‡ximo o instrumento primordial ˆ
resolu•‹o dos problemas que afligem a sociedade.

41.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Em sua obra "O Novo em Direito e Pol’tica", JosŽ Alceb’ades de Oliveira Jœnior
cita interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: "a sujei•‹o do juiz ˆ lei j‡
n‹o Ž de fato, como no velho paradigma juspositivista, sujei•‹o ˆ letra da lei,
qualquer que seja o seu significado, mas sim sujei•‹o ˆ lei somente enquanto
v‡lida, ou seja, coerente com a Constitui•‹o". A interpreta•‹o da frase em
destaque nos remete ao conteœdo do modelo garantista.

42.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO DE POLêCIA - ADAPTADA)


A Escola de Chicago, ao atentar para a muta•‹o social das grandes cidades na
an‡lise emp’rica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de
aprendizagem e transmiss‹o das culturas consideradas desviadas, por
reconhec•-las como fatores de criminalidade.

43.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos nos
anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard
Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.
B) Teoria da subcultura delinquente.
C) Teoria da desorganiza•‹o social.
D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas conc•ntricas.

44.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, tambŽm
conhecida por Òlei e ordemÓ ou Òtoler‰ncia zeroÓ, Ž decorrente da teoria.
A) ÒpositivaÓ
B) Òjanelas quebradasÓ
C) Òcl‡ssicaÓ
D) Òcidade limpaÓ
E) ÒdiferencialÓ.

45.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA


POLICIAL)
Quanto ˆ teoria neorretribucionista, Ž correto afirmar:

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A) surgiu na Europa, no sŽculo passado, baseada na teoria do consenso, tem
como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, o que inibiria
os crimes menos graves.
B) surgiu na It‡lia, na dŽcada de sessenta, Ž uma das mais importantes teorias
do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade n‹o Ž resultante somente da
conduta humana, mas a consequ•ncia de um processo em que se atribui uma
qualidade ˆ pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a
denomina•‹o Òlei e ordemÓ ou Òtoler‰ncia zeroÓ, decorrente da teoria das janelas
quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que inibiria os mais
graves
D) surgiu na Alemanha, no sŽculo XIX, defende que o comportamento do
criminoso Ž aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo,
tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o criminoso para servir de
exemplo, a chamada preven•‹o geral.
E) surgiu na Inglaterra, est‡ baseada na teoria da sub- cultura delinquente, ou
seja, o comportamento criminoso Ž um sintoma de dissocia•‹o entre as
aspira•›es socioculturais e os meios desenvolvidos para alcan•ar essas
aspira•›es.

46.! (UFPR Ð 2014 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Em rela•‹o ˆs distintas teorias criminol—gicas, a ideia de que o ÒdesvianteÓ Ž, na
verdade, alguŽm a quem o r—tulo social de criminoso foi aplicado com sucesso foi
desenvolvida pela Teoria
a) da anomia.
b) da associa•‹o diferencial.
c) da subcultura delinquente.
d) da ecologia criminal.
e) da rea•‹o social ou Labelling Approach.

47.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Contrariamente ao classicismo, que n‹o visualizou no criminoso nenhuma
anormalidade - e dele n‹o se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o centro
de suas an‡lises, apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade.

48.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


No paradigma etiol—gico, modelado segundo uma matriz positivista derivada Das
Ci•ncias Naturais, a Criminologia Ž definida como uma Ci•ncia causal-explicativa
da criminalidade, isto Ž, que investiga as causas da criminalidade (seu objeto)
segundo o mŽtodo experimental.

49.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)

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O mŽtodo de estudo da Criminologia reœne as seguintes caracter’sticas:
a) silogismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
b) empirismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
c) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
d) empirismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
e) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o dedutiva da realidade.

50.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto.
Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da Associa•‹o
Diferencial) est‹o principalmente ligados aos crimes de ________e tiveram como
foco ________ .
a) genoc’dio ... a Alemanha
b) organiza•›es criminosas ... a It‡lia
c) jogo ilegal ... a atual Rœssia (ex-URSS)
d) discrimina•‹o de g•nero ... pa’ses do Oriente MŽdio
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da AmŽrica

51.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A moderna Sociologia Criminal possui vis‹o bipartida do pensamento
criminol—gico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho
argumentativo. Trata-se das teorias
a) indutiva e dedutiva.
b) do consenso e do conflito.
c) absoluta e relativa.
d) moderna e contempor‰nea.
e) abstrata e concreta.

52.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


O movimento de pol’tica criminal denominado "lei e ordem" se deve ˆ constru•‹o
te—rica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do "labelling approach".

53.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC-SP Ð AGENTE)


Os Òcrimes de colarinho brancoÓ s‹o delitos conhecidos na Criminologia por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.
d) cifras amarelas.

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e) cifras douradas.

54.! (PC-SP Ð 2010 Ð PC-SP Ð ESCRIVÌO)


Dentre as alternativas, assinale a que Ž apontada como a menos compat’vel com
a dignidade da pessoa humana e o Estado Democr‡tico de Direito.
a) O Direito Penal do Inimigo.
b) O abolicionismo penal.
c) O Direito Penal M’nimo.
d) A ÒTerza ScuolaÓ.
e) A Lei da Satura•‹o Criminal

55.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da Teoria de
Consenso:
a) a Teoria cr’tica.
b) a Teoria radical.
c) a Teoria das janelas quebradas.
d) a Teoria da associa•‹o diferencial.
e) a Teoria do conflito.

56.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade n‹o Ž uma
qualidade da conduta humana, mas a consequ•ncia de um processo em que se
atribui tal estigmatiza•‹o, tambŽm Ž denominada teoria
(A) da desorganiza•‹o social.
(B) da rotula•‹o ou do etiquetamento.
(C) da neutraliza•‹o.
(D) da identifica•‹o diferencial.
(E) da anomia.

57.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Dentre os modelos sociol—gicos, as teorias da criminologia cr’tica, da rotula•‹o e
da criminologia radical s‹o exemplos da teoria.
A) do consenso
B) da apar•ncia
C) do descaso
D) da falsidade.
E) do conflito.

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58.! (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLêCIA)


Assinale a alternativa incorreta.
A Teoria do Etiquetamento
A) Ž considerada um dos marcos das teorias de consenso.
B) Ž conhecida como Teoria do Labelling Aproach.
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman.
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker.
E) surgiu nos Estados Unidos.

7! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (FCC Ð 2013 Ð TRT15 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Sobre a criminologia Ž INCORRETO afirmar:
a) estuda crimes socialmente relevantes, tendo interesse em estudar
homic’dios dolosos e roubos.
b) moderna tem como meta erradicar as causas do crime, pois desta
forma tambŽm se estar‡ eliminando os seus efeitos.
c) tem como um dos objetivos orientar a pol’tica criminal na preven•‹o
especial e direta dos crimes socialmente relevantes.
d) Ž uma ci•ncia que trata do delito, do delinquente e da pena.
e) Ž um conjunto de conhecimentos que estuda o fen™meno e as causas
da criminalidade, a personalidade do delinquente e sua conduta
delituosa, incluindo tambŽm a maneira de ressocializ‡-lo.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Apesar de n‹o se debru•ar apenas sobre estes delitos, a
criminologia tambŽm os t•m como objeto de estudo.
b) ERRADA: A criminologia n‹o tem como meta erradicar as causas do crime,
mas estud‡-las, de forma a orientar a profilaxia criminal.
c) CORRETA: Item correto, pois a criminologia tem como um de seus objetivos
orientar a profilaxia criminal (preven•‹o de delitos).
d) CORRETA: Item correto, pois modernamente se entende que a Criminologia
se ocupa do delito, do delinquente, da v’tima e do controle social. A pena acaba
sendo objeto da criminologia, na medida em que Ž resposta ao delito e, ao mesmo
tempo, mŽtodo de preven•‹o do delito.
e) CORRETA: Item correto, pois modernamente se entende que a Criminologia
se ocupa do delito, do delinquente, da v’tima e do controle social, englobando
todas estas vertentes.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA B.

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02.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)
Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia.
A) O comportamento da v’tima em nada contribui para a ocorr•ncia do
crime contra si praticado.
B) A Vitimologia estuda o papel da v’tima no epis—dio danoso, o modo
pelo qual participa, bem como sua contribui•‹o na ocorr•ncia do delito.
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ci•ncias jur’dicas, por conta das
observa•›es feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da
v’tima perante o ordenamento jur’dico em vigor.
D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio
da obra ÒO Homem DelinquenteÓ, de Cesare Lombroso.
E) O comportamento da v’tima sempre contribui para a ocorr•ncia do
crime contra si praticado.
COMENTçRIOS: A Vitimologia Ž o ramo da criminologia focado na v’tima,
analisando seu comportamento, ou seja, seu papel no evento criminoso.
O comportamento da v’tima pode possuir relev‰ncia penal, conduzindo, em
alguns casos, ˆ pr—pria atipicidade da conduta, pelo que se chama de
Òconsentimento do ofendidoÓ. Em determinados casos, pode reduzir a pena do
condenado ou excluir a ilicitude.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

03.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


Um indiv’duo que, ao abrir a porta de seu ve’culo automotor, a fim de
sair do estacionamento de um shopping center, Ž surpreendido por
bandido armado que estava homiziado em local pr—ximo, aguardando a
primeira pessoa a quem pudesse roubar, Ž
A) t‹o culpado quanto o criminoso.
B) v’tima ideal.
C) mais culpado que o criminoso.
D) exclusivamente culpado.
E) v’tima de culpabilidade menor.
COMENTçRIOS: No caso em tela, podemos identificar, sem maiores problemas,
que a v’tima EM NADA CONTRIBUIU para o evento criminoso, de forma que
podemos considera-la, na classifica•‹o tradicional, como v’tima ideal, ou v’tima
inocente, ou seja, aquela que n‹o possui qualquer culpa pelo fato criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

04.! (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTI‚A - MANHÌ)


A criminaliza•‹o prim‡ria, realizada pelos legisladores, Ž o ato e o efeito
de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a puni•‹o
de determinadas pessoas; enquanto a criminaliza•‹o secund‡ria,

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exercida por ag•ncias estatais como o MinistŽrio Pœblico, Pol’cia e Poder
Judici‡rio, consistente na a•‹o punitiva exercida sobre pessoas
concretas, que acontece quando Ž detectado uma pessoa que se sup›e
tenha praticado certo ato criminalizado primariamente.
COMENTçRIOS: De fato, o processo de criminaliza•‹o pode ser dividido em
fases, no qual temos como fase prim‡ria o momento de sele•‹o do bem jur’dico-
penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende atingir com
determinada criminaliza•‹o, ou seja, com a escolha das condutas que ser‹o
criminalizadas.
J‡ a criminaliza•‹o secund‡ria n‹o ocorre no plano legislativo, mas no plano
concreto, quando o delito j‡ praticado Ž reprimido pelas Institui•›es do Estado
(MP, Pol’cia, Judici‡rio, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

05.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


De acordo com Benjamim Mendelsohn, as v’timas s‹o classificadas em:
a) v’timas prim‡rias, v’timas secund‡rias e v’timas terci‡rias.
b) v’timas ideais, v’timas menos culpadas que os criminosos, v’timas t‹o
culpadas quanto os criminosos, v’timas mais culpadas que os criminosos
e v’timas como œnicas culpadas.
c) v’timas desatentas, v’timas desinformadas, v’timas descuidadas,
v’timas inocentes, v’timas provocativas e v’timas participativas.
d) v’timas perfeitas, v’timas participativas, v’timas concorrentes, v’timas
imperfeitas e v’timas contumazes.
e) v’timas inocentes, v’timas conscientes e v’timas culpadas.
COMENTçRIOS: De acordo com a cl‡ssica divis‹o de Mendelsohn, as v’timas
podem ser:
⇒! VêTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) Ð ƒ aquele que
n‹o contribui, em nada, para a ocorr•ncia do delito. EXEMPLO: Um
trabalhador que Ž assaltado e tem sua carteira roubada, sem que
estivesse ostentando qualquer bem ou, de alguma forma, chamando
a aten•‹o.
⇒! VêTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR IGNORåNCIA) Ð
Trata-se da v’tima que contribui para a ocorr•ncia do delito, embora
n‹o haja um direcionamento doloso para isso. EXEMPLO: Rapaz que
anda sozinho ˆ noite na Linha Vermelha, ostentando um celular de R$
4.000,00 e acaba sendo v’tima de roubo.
⇒! VêTIMA TÌO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTçRIA) Ð Trata-se da v’tima que contribui para o delito em
grau semelhante ao do pr—prio infrator. O exemplo cl‡ssico Ž o da
roleta-russa.
⇒! VêTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR Ð Aqui n—s temos a
figura da v’tima que d‡ causa, que provoca a a•‹o do infrator.

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EXEMPLO: A v’tima que mata o filho do vizinho e acaba sendo por ele
assassinada.
⇒! VêTIMA UNICAMENTE CULPADA Ð Classificam-se em: v’tima
infratora (aquela que se torna v’tima por ter praticado um delito
prŽvio), v’tima simuladora (aquela que simula a ocorr•ncia de um
delito para gerar uma acusa•‹o em face de alguŽm) e v’tima
imagin‡ria (por um problema psicol—gico, acredita que foi v’tima de
crime, quando n‹o foi).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

06.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)


ƒ correto afirmar que a Criminologia
a) Ž uma ci•ncia do dever-ser.
b) n‹o Ž uma ci•ncia interdisciplinar.
c) n‹o Ž uma ci•ncia multidisciplinar.
d) Ž uma ci•ncia normativa.
e) Ž uma ci•ncia emp’rica.
COMENTçRIOS: A criminologia Ž entendida como uma ci•ncia emp’rica,
interdisciplinar e multidisciplinar, que trabalha com a an‡lise de fatos concretos,
por meio da observa•‹o e experimenta•‹o, seja com foco sobre o delinquente
(aspecto cl’nico), seja com foco sobre o meio (aspecto sociol—gico).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

07.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)


ƒ correto afirmar que a Criminologia contempor‰nea tem por objetos
a) o delito, o delinquente, a v’tima e o controle social.
b) a tipifica•‹o do delito e a comina•‹o da pena.
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social.
d) apenas o delito e o delinquente.
e) apenas a v’tima e o controle social.
COMENTçRIOS: A criminologia moderna se ocupa do estudo do crime como
fen™meno social, analisando o pr—prio delito, o delinquente, a v’tima e o controle
social, em contraposi•‹o ˆ criminologia tradicional, que focava seu estudo apenas
sobre o delinquente. Desta maneira:
Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal.
Criminologia Moderna: Delinquente + delito + v’tima + controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

08.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð AGENTE)

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O comportamento inadequado da v’tima que de certo modo facilita,
instiga ou provoca a a•‹o de seu verdugo Ž denominado
a) vitimiza•‹o terci‡ria.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimiza•‹o prim‡ria.
e) vitimologia.
COMENTçRIOS: O comportamento inadequado da v’tima, que de alguma forma
contribui para o delito, Ž denominado de Òpericulosidade vitimalÓ, ou
Òperigosidade vitimalÓ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

09.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


Sobre a Criminologia, Ž correto afirmar que
(A) ela n‹o Ž considerada uma ci•ncia para a maior parte dos autores.
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito
Penal.
(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas n‹o se ocupa
do estudo da v’tima e do controle social, uma vez que tal assunto
constitui objeto de interesse da Sociologia.
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas n‹o se
ocupa do estudo do delinquente e da v’tima, uma vez que tal assunto
constitui objeto de estudo da Psicologia.
(E) ela constitui um campo fŽrtil de pesquisas para psiquiatras,
psic—logos, soci—logos, antrop—logos e juristas.
COMENTçRIOS: A Criminologia pode ser entendida como uma ci•ncia EMPêRICA
na medida em que trabalha com a an‡lise de fatos concretos, por meio da
observa•‹o e experimenta•‹o, seja com foco sobre o delinquente (aspecto
cl’nico), seja com foco sobre o meio (aspecto sociol—gico).
Pode ser considerada interdisciplinar j‡ que, naturalmente, n‹o est‡ isolada na
ci•ncia, de forma que utiliza o aux’lio da psicologia, da biologia, da sociologia, da
antropologia e outros ramos da ci•ncia.
Ou seja, ela Ž ci•ncia, n‹o est‡ subordinada ao Direito Penal, bem como se
ocupa do estudo do delito e do delinquente, da v’tima e do controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

10.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


Entende-se por vitimiza•‹o secund‡ria ou sobrevitimiza•‹o aquela
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos
direitos da v’tima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasi‹o
do delito.

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(B) que n‹o concorreu, de forma alguma, para a ocorr•ncia do crime.
(C) que, de modo volunt‡rio ou imprudente, colabora com o ‰nimo
criminoso do agente.
(D) que ocorre no meio social em que vive a v’tima e Ž causada pela
fam’lia, por grupo de amigos etc.
(E) causada pelos —rg‹os formais de controle social, ao longo do
processo de registro e apura•‹o do delito, mediante o sofrimento
adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecu•‹o criminal.
COMENTçRIOS: Segundo a Doutrina criminol—gica, sobrevitimiza•‹o ou
vitimiza•‹o secund‡ria Ž o fen™meno do sofrimento adicional imputado ˆ v’tima
pelos —rg‹os de controle social, ao longo do processo, em raz‹o do pr—prio
funcionamento do sistema de persecu•‹o penal, como a necessidade de que a
v’tima tenha que relembrar os fatos, ter contato com o infrator, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

11.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


O mŽtodo cient’fico utilizado pela Criminologia Ž o mŽtodo biol—gico e
como ci•ncia emp’rica ________e________que Ž.
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente:
A) experimental ... jur’dica
B) sociol—gico ... experimental
C) f’sico ... social
D) filos—fico ... humana
e) psicol—gico ... normativa
COMENTçRIOS: A criminologia Ž considerada uma ci•ncia emp’rica, sociol—gica
e experimental. N‹o Ž uma ci•ncia jur’dica pois n‹o est‡ calcada em bases
normativas, diferentemente do Direito Penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

12.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


S‹o objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o
criminoso,_________e o controle social.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as
lacunas do texto.
A) a desigualdade social ... o Estado
B) a conduta ... o castigo
C) o direito ... a ressocializa•‹o
D) a sociedade ... o bem jur’dico
E) o crime ... a v’tima

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COMENTçRIOS: A criminologia moderna estuda o crime, o criminoso, a v’tima
e o controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

13.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experi•ncia e por ter
mais de um objeto de estudo, como uma ci•ncia.
A) abstrata e imensur‡vel.
B) biol—gica e indefinida.
C) emp’rica e interdisciplinar.
D) exata e mensur‡vel
E) humana e indefinida.
COMENTçRIOS: A criminologia Ž uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar.
Emp’rica porque se vale do mŽtodo da observa•‹o e da experimenta•‹o.
Interdisciplinar porque mantŽm rela•›es com outros ramos afins, como a
psicologia, a sociologia, etc.
Na defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ò(...) trata-se de uma ci•ncia
emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da v’tima e do controle social do comportamento delitivo(...).Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

14.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Uma v’tima que, ao querer registrar uma ocorr•ncia, encontra resist•ncia
ou desamparo da fam’lia, dos colegas de trabalho e dos amigos,
resultando num desest’mulo para a formaliza•‹o do registro, ocasiona o
que Ž chamado de Òcifra negraÓ. Neste caso, estamos diante da
vitimiza•‹o.
A) prim‡ria.
B) secund‡ria
C) quatern‡ria
D) quinten‡ria
E) terci‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso estamos diante de uma hip—tese de vitimiza•‹o
terci‡ria, pois praticada pelo grupo social que envolve a v’tima, gerando sensa•‹o
de abandono e isolamento, o que pode agravar os efeitos da vitimiza•‹o prim‡ria
(causada pelo pr—prio delito).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

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ÒV’tima inocente, v’tima provocadora e v’tima agressora, simuladora ou
imagin‡riaÓ. Essa foi uma das primeiras classifica•›es, de forma
sintetizada, que levou em conta a participa•‹o ou provoca•‹o das v’timas
nos crimes. O autor dessa classifica•‹o foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria
COMENTçRIOS: O autor da classifica•‹o trazida no enunciado da quest‹o foi
Benjamim Mendelsohn.
Lembrando que esta defini•‹o Ž uma s’ntese daquilo que originalmente
Mendelsohn estabeleceu, j‡ que Òv’tima provocadoraÓ englobaria as v’timas
menos, t‹o e mais culpadas que o infrator.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

16.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO)


Os objetos de estudo da moderna criminologia est‹o divididos em
a) tr•s vertentes: justi•a criminal, delinquente e v’tima.
b) tr•s vertentes: pol’tica criminal, delito e delinquente.
c) tr•s vertentes: pol’tica criminal, delinquente e pena.
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justi•a criminal e pena.
e) quatro vertentes: delito, delinquente, v’tima e controle social.
COMENTçRIOS: A criminologia moderna possui quatro vertentes de estudo, que
s‹o: o delito, o delinquente, a v’tima e o controle social.
Na defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA15, Ò(...) trata-se de uma ci•ncia
emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do
infrator, da v’tima e do controle social do comportamento delitivo(...).Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

17.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC-CE Ð DELEGADO)


Quando a v’tima, em decorr•ncia do crime sofrido, n‹o encontra amparo
adequado por parte dos —rg‹os oficiais do Estado, durante o processo de
registro e apura•‹o do crime, como, por exemplo, o mau atendimento
por um policial, levando a v’tima a se sentir como um ÒobjetoÓ do direito
e n‹o como sujeito de direitos, caracteriza

15
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.

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a) vitimiza•‹o estatal ou oficial.
b) vitimiza•‹o secund‡ria.
c) vitimiza•‹o terci‡ria.
d) vitimiza•‹o quatern‡ria.
e) vitimiza•‹o prim‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso temos o que os Doutrinadores chamam de
Òvitimiza•‹o secund‡riaÓ. ƒ aquela provocada, direta ou indiretamente, pelo
Poder Pœblico, pelas chamadas "inst‰ncias de controle social", quando, na
tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos ˆ v’tima.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

18.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð ATENDENTE DE NECROTƒRIO POLICIAL)


Para a aproxima•‹o e verifica•‹o de seu objeto de estudo, a Criminologia
dos dias atuais vale-se de um conceito
a) emp’rico e interdisciplinar.
b) dedutivo e dogm‡tico.
c) dedutivo e interdisciplinar.
d) dogm‡tico e l—gico-abstrato.
e) emp’rico e l—gico-abstrato.
COMENTçRIOS: A criminologia moderna se vale da INTERDISCIPLINARIEDADE
e do EMPIRISMO como ferramentas cient’ficas, pois se trata de um ramo da
ci•ncia necessariamente interligado a outras disciplinas (psicologia, sociologia,
etc.), bem como se vale da an‡lise dos fatos ÒconcretosÓ, da realidade emp’rica,
para desenvolver-se.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

19.! (CESPE Ð 2015 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


Em rela•‹o aos preceitos da criminologia contempor‰nea e a aspectos
relevantes sobre a justi•a criminal, o sistema penal e a estrutura social,
julgue o item que se segue.
Na criminologia contempor‰nea, n‹o se consideram os protagonistas do
crime Ñ v’tima, infrator e comunidade Ñ nem o desenvolvimento de
tŽcnicas de interven•‹o e controle, pois essas matŽrias devem ser objeto
de pol’ticas pœblicas de seguran•a pœblica e n‹o da ci•ncia criminol—gica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a moderna criminologia se ocupa do estudo
do crime como fen™meno social, analisando o pr—prio delito, o delinquente, a
v’tima e o controle social, em contraposi•‹o ˆ criminologia tradicional, que focava
seu estudo apenas sobre a figura do delinquente. Desta maneira:
Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal.
Criminologia Moderna: Delinquente + delito + v’tima + controle social
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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20.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal
a) Ž almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos
do segundo.
b) n‹o se concretiza, uma vez que a primeira n‹o Ž considerada ci•ncia,
ao contr‡rio do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo car‡ter cr’tico que a primeira
desenvolve em rela•‹o ao segundo.
d) n‹o se vislumbra na pr‡tica, uma vez que todos os conceitos da
primeira s‹o emprestados do segundo.
e) n‹o se efetiva, uma vez que ambos t•m o mesmo objeto e s‹o
concretizados pelo mesmo mŽtodo de estudo, qual seja, o emp’rico.
COMENTçRIOS: A criminologia j‡ se firmou como uma ci•ncia aut™noma frente
ao Direito Penal. A criminologia Ž uma ci•ncia emp’rica, que analisa os fatos e as
causas do fen™meno delituoso, sendo uma ci•ncia do ÒserÓ. O Direito Penal, por
sua natureza, Ž uma ci•ncia meramente normativa, que visa a moldar o
comportamento humano, uma verdadeira ci•ncia do Òdever serÓ.
A autonomia da criminologia tambŽm pode ser explicada pela cr’tica desta em
rela•‹o ao Direito Penal, embora nem todas as correntes criminol—gicas
desenvolvam tal cr’tica de forma acentuada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

21.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð INVESTIGADOR DE POLêCIA)


A criminologia pode ser conceituada como uma ci•ncia ______, baseada
na observa•‹o e na experi•ncia, e ________ que tem por objeto de
an‡lise o crime, o criminoso, a v’tima e o controle social.
a) exata É multidisciplinar
b) objetiva É monodisciplinar
c) humana É unidisciplinar
d) biol—gica É transdisciplinar
e) emp’rica É interdisciplinar
COMENTçRIOS: A criminologia, em sua fase atual, cient’fica, pode ser
conceituada pela perfeita defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA16, Ò(...) trata-
se de uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime,

16
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.

1.1.1.!

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da pessoa do infrator, da v’tima e do controle social do comportamento
delitivo(...).Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

22.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase:
A Criminologia__________ ; o Direito Penal __________.
a) n‹o Ž considerada uma ci•ncia, por tratar do Òdever serÓ É Ž uma
ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, f‡tica do ÒserÓ
b) Ž uma ci•ncia normativa e multidisciplinar, do Òdever serÓ É Ž uma
ci•ncia emp’rica e f‡tica, do ÒserÓ
c) n‹o Ž considerada uma ci•ncia, por tratar do ÒserÓ É Ž uma ci•ncia
jur’dica, pois encara o delito como um fen™meno real, do Òdever serÓ
d) Ž uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, f‡tica do ÒserÓ É Ž uma
ci•ncia jur’dica, cultural e normativa, do Òdever serÓ
e) Ž considerada uma ci•ncia jur’dica, por tratar o delito como um
conceito formal, normativo, do Òdever serÓ É n‹o Ž considerado uma
ci•ncia, pois encara o delito como um fen™meno social, do ÒserÓ
COMENTçRIOS: Ci•ncia do ÒserÓ, a criminologia se vale do empirismo para
comprovar suas teses, bem como possui car‡ter interdisciplinar, j‡ que se utiliza
de diversos ramos da ci•ncia que lhe s‹o correlatos, como a psicologia, a
psiquiatria, a sociologia, etc.
O Direito Penal, por sua vez, Ž uma ci•ncia meramente normativa, do Òdever serÓ
(modela•‹o de comportamentos), baseado nos valores culturais de determinada
sociedade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

23.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð TƒCNICO DE LABORATîRIO)


A express‹o ÒCriminologiaÓ foi empregada pela primeira vez por
a) Adolphe Quetelet e divulgada internacionalmente por Cesare
Bonesana, em sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
b) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Raffaele
Garofalo, em sua obra intitulada Criminologia.
c) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana,
em sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
d) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Adolphe
Quetelet, em sua obra intitulada O homem mŽdio.
e) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo,
em sua obra intitulada Criminologia.
COMENTçRIOS: Atribui-se o termo ˆ PAUL TOPINARD, embora RAFFAELE
GAROFALO tenha sido aquele que mais contribuiu para sua divulga•‹o.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

24.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð TƒCNICO DE LABORATîRIO)


ƒ correto afirmar que a Criminologia Ž uma
a) disciplina auxiliar das ci•ncias mŽdicas, voltada ˆs investiga•›es
cl’nicas, por meio de per’cia e exames laboratoriais.
b) ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que
contribuem para a ocorr•ncia do crime, dentre outros temas correlatos.
c) disciplina auxiliar das ci•ncias jur’dicas, voltada ˆs tŽcnicas de
realiza•‹o de per’cia e exames laboratoriais.
d) disciplina auxiliar das ci•ncias criminais, voltada ˆs investiga•›es por
meio de per’cia e exames laboratoriais.
e) ci•ncia dogm‡tico-normativa, fundada na Žtica e na filosofia, a qual
estuda a personalidade do preso, dentre outros temas correlatos.
COMENTçRIOS: A criminologia, em sua fase atual, cient’fica, pode ser
conceituada pela perfeita defini•‹o de GARCêA-PABLOS DE MOLINA17, Ò(...) trata-
se de uma ci•ncia emp’rica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime,
da pessoa do infrator, da v’tima e do controle social do comportamento
delitivo(...).Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

25.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)


S‹o conhecidas por __________os crimes que n‹o s‹o registrados em
—rg‹os oficiais encarregados de sua repress‹o, em decorr•ncia de
omiss‹o das v’timas, por temor de repres‡lia.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
A) estat’sticas azuis
B) estat’sticas brancas
C) cifras douradas
D) cifras negras
E) cifras cinza
COMENTçRIOS: Esses delitos que ficam ˆ margem dos registros oficiais s‹o
denominados pela Doutrina criminol—gica como Òcifras negrasÓ, ou Òcifras ocultasÓ
e ajudariam a sustentar o modelo jur’dico-penal vigente, mero instrumento de
domina•‹o de classes, na medida em que a classe dominante poderia manipular
os dados da forma que melhor lhe conviesse, como forma de legitima•‹o do
sistema.

17
GARCêA-PABLOS DE MOLINA, Ant™nio; FLçVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT. S‹o
Paulo, 2002. P‡gina 30.

1.1.2.!

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Na verdade, n‹o Ž somente o temor da repres‡lia que gera a cifra negra, mas
inœmeros fatores.
O temor da repres‡lia Ž um fator determinante em rela•‹o aos delitos praticados
pelos pr—prios agentes da estrutura policial, e neste caso ter’amos Òcifras
amarelasÓ. Assim, entendo que a quest‹o foi mal formulada e poderia ter sido
anulada, mas n‹o o foi.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

26.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL)


Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das
caracter’sticas da fun•‹o retributiva da pena, segundo a Teoria
Absoluta.
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito.
B) Dura•‹o indeterminada: a dura•‹o da pena depender‡, dentre outros
fatores, do comportamento do apenado.
C) Infligibilidade: a pena consistir‡ em afli•‹o corporal.
D) Derrogabilidade: o delito ter‡, por consequ•ncia, uma puni•‹o, ainda
que injusta.
E) Responsabilidade penal individual: a pena n‹o passar‡ da pessoa do
condenado.
COMENTçRIOS: Uma das caracter’sticas da fun•‹o retributiva da pena (Infligir
um mal ao infrator, um mal necess‡rio em raz‹o do rompimento dos la•os com
a sociedade) Ž a intranscend•ncia da pena, segundo o qual a pena n‹o passar‡
da pessoa do apenado, j‡ que tendo fun•‹o retributiva, dever‡, necessariamente,
ser punido aquele que cometeu o delito, pois o seu sofrimento atravŽs da pena Ž
fundamental para que esta alcance sua finalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

27.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


O legislador brasileiro, ao dispor sobre as fun•›es da reprimenda pela
pr‡tica de infra•‹o penal no artigo 59 do C—digo Penal Ð O juiz,
atendendo ˆ culpabilidade, aos antecedentes, ˆ personalidade do
agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e consequ•ncias do crime, bem
como ao comportamento da v’tima, estabelecer‡, conforme seja
necess‡rio e suficiente para reprova•‹o e preven•‹o do crime... Ð,
adotou a teoria da
A) fun•‹o reeducativa da pena.
B) fun•‹o de preven•‹o especial da pena.
C) fun•‹o de preven•‹o geral da pena.
D) fun•‹o retributiva da pena.
E) fun•‹o mista ou unificadora da pena.

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COMENTçRIOS: Podemos perceber que o nosso ordenamento jur’dico adotou a
teoria mista das fun•›es da pena, j‡ que pela leitura do art. 59 do CP fica claro
que se pretende tenha a pena um viŽs retributivo (castigo ao infrator) e um viŽs
preventivo (preven•‹o geral e especial).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

28.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Umas das formas que o Estado Democr‡tico de Direito possui para
prevenir o crime Ž a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as
penas, estas t•m a finalidade de
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso
n‹o estar‡ mais nas ruas.
c) retomar a tranquilidade e a paz pœblica.
d) preven•‹o geral e preven•‹o especial.
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.
COMENTçRIOS: A pena pode possui diversas fun•›es, a depender da Teoria que
se filie.
A teoria utilitarista (ou da preven•‹o ou, ainda, teoria relativa) entende que a
pena tem como finalidade prevenir o crime, seja pela preven•‹o especial (evitar
que o infrator volte a delinquir), seja pela preven•‹o geral (servir de exemplo
para que outras pessoas sejam desencorajadas a praticar crimes).
A teoria absoluta (ou retributiva) entende que a pena tem por finalidade PUNIR
o delinquente, como forma de recompensa pela mal que praticou.
J‡ a teoria mista (ou eclŽtica) entende que a pena conjuga ambas as finalidades:
Punir e prevenir.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

29.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


No tocante ˆ tem‡tica da preven•‹o da infra•‹o ˆ lei penal, Ž correto
afirmar que a preven•‹o
(A) secund‡ria consiste em, dentre outras, pol’ticas criminais voltadas
exclusivamente ˆ reintegra•‹o do preso na sociedade.
(B) terci‡ria consiste em pol’ticas pœblicas de conscientiza•‹o de todos
os cidad‹os quanto ˆ import‰ncia de se cumprirem as leis, mediante o
fornecimento de servi•os pœblicos de qualidade, tais como saœde,
educa•‹o e seguran•a.
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indiv’duos propensos a
delinquir, inibindo-os de transgredir a lei penal.
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeduca•‹o e a
ressocializa•‹o do criminoso.

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(E) prim‡ria consiste em, dentre outras, a•›es policiais de repress‹o ˆs
pr‡ticas delituosas.
COMENTçRIOS: A preven•‹o, enquanto finalidade da pena, pode ser geral ou
especial. Ser‡ geral quando tiver por finalidade desestimular os demais membros
da sociedade, a fim de que n‹o pratiquem crimes, utilizando-se da ideia de
ÒexemploÓ.
A preven•‹o especial, por sua vez, se destina ao pr—prio infrator, ou seja, a pena
tem a finalidade de evitar que aquele infrator volte a delinquir.
Outra classifica•‹o, menos utilizada Ž a que divide a preven•‹o em prim‡ria,
secund‡ria e terci‡ria:
A preven•‹o prim‡ria Ž a verdadeira preven•‹o, pois ela ataca a raiz do mal, ou
seja, as causas sociais do problema (desemprego, educa•‹o, etc.) Ela atua no
longo prazo e requer forte investimento estatal.
A preven•‹o secund‡ria, por sua vez, n‹o quer saber onde e quando conflito
criminal ocorre ou Ž gestado, mas onde se manifesta. Opera a curto e mŽdio
prazos e se destina seletivamente a determinados grupos sociais, notadamente
aqueles grupos e subgrupos que possuem maior risco de serem os protagonistas
no cen‡rio criminal, atŽ pela pr—pria seletividade do sistema, que
convenientemente escolhe os destinat‡rios da norma penal. Aqui, entram em
cena o legislador (para tipificar condutas), o sistema repressivo policial e
judici‡rio, bem como, inclusive, os meios de comunica•‹o.
A preven•‹o terci‡ria, por fim, tem como objeto o preso, ou o condenado, melhor
dizendo, com o objetivo de evitar a reincid•ncia, possuindo n’tido car‡ter
punitivo, utilizando-se da pena como forma de preven•‹o. Aqui surge a ideia de
preven•‹o especial e preven•‹o geral.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

30.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


A criminologia moderna estuda o fen™meno da criminalidade por meio da
estat’stica criminal. Nessa seara, a express‹o Òcifra douradaÓ designa.
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder pœblico que
s‹o elucidados.
B) as infra•›es penais praticadas pela elite, n‹o reveladas ou apuradas;
trata-se de um subtipo da Òcifra negraÓ, a exemplo do crime de
sonega•‹o fiscal
C) as infra•›es penais de maior gravidade, como, por exemplo, o
homic’dio, que, ao ser elucidado, permite ao poder pœblico planejar
melhor suas a•›es e alterar a legisla•‹o
D) as infra•›es penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na
Lei n.¼ 9.099/95, a exemplo do delito de perturba•‹o do sossego alheio
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que
n‹o chega ao conhecimento do poder pœblico por falta de registro, e,
portanto, n‹o s‹o elucidados

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COMENTçRIOS: Originalmente desenvolveu-se a ideia de ÒCIFRAS NEGRASÓ,
para designar o conjunto de crimes que n‹o entravam nas estat’sticas oficiais, ou
que n‹o eram solucionados ou punidos (Geralmente a primeira defini•‹o).
Posteriormente, surgiu a express‹o Òcifra douradaÓ, para designar os crimes do
Òcolarinho brancoÓ, e que seriam uma espŽcie de Òcifra negraÓ dos ricos, ou seja,
as Òcifras negrasÓ das condutas criminosas praticadas pelas classes mais
elevadas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

31.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibi•‹o
criminal Ž a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo
C—digo Penal Brasileiro Ž a mista, de acordo com o artigo 59 do C—digo
Penal, que tem como finalidade a:
A) preven•‹o e a retribui•‹o
B) indeniza•‹o e a repreens‹o.
C) puni•‹o e a repara•‹o.
D) inibi•‹o e a reeduca•‹o.
E) concilia•‹o e o exemplo.
COMENTçRIOS: A finalidade da pena, de acordo com o CP, Ž mista, ou seja, a
pena Ž vista como forma de puni•‹o (retribui•‹o) e preven•‹o do delito
(preven•‹o especial e preven•‹o geral).
Vejamos a reda•‹o do art. 59:
Art. 59 - O juiz, atendendo ˆ culpabilidade, aos antecedentes, ˆ conduta social,
ˆ personalidade do agente, aos motivos, ˆs circunst‰ncias e conseqŸ•ncias do
crime, bem como ao comportamento da v’tima, estabelecer‡, conforme seja
necess‡rio e suficiente para reprova•‹o e preven•‹o do crime: (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

32.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


O conceito de preven•‹o delitiva, no Estado Democr‡tico de Direito, e as
medidas adotadas para alcan•‡-la s‹o.
A) o conjunto de a•›es que visam evitar a ocorr•ncia do delito, atingindo
direta e indiretamente o delito.
B) o conjunto de a•›es que visam estudar o delito, atingindo direta e
indiretamente o criminoso
C) o conjunto de a•›es adotadas pela v’tima que visam evitar o delito,
atingindo o delinquente direta e indiretamente.
D) o conjunto de a•›es que visam estudar o criminoso, atingindo o ato
delitivo direta e indiretamente.

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E) o conjunto de a•›es que visam estudar o crime, atingindo o criminoso
direta e indiretamente.
COMENTçRIOS: No estado democr‡tico de Direito, entende-se como preven•‹o
delitiva o conjunto de a•›es que visam ˆ preven•‹o da ocorr•ncia do delito.
Em decorr•ncia deste conjunto de a•›es, o delito ser‡, naturalmente, atingido,
direta ou indiretamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

33.! (UFPR Ð 2014 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Na Criminologia, Ž frequente o debate a respeito das fun•›es da pena.
Segundo a ideia de preven•‹o especial negativa, a pena teria a fun•‹o
de:
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harm™nica integra•‹o
social.
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito.
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindo-o de
cometer novas infra•›es penais.
d) refor•ar a confian•a da coletividade na vig•ncia da norma,
estimulando a fidelidade ao Direito.
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham
da pr‡tica de infra•›es penais.
COMENTçRIOS: A preven•‹o especial n‹o se destina ˆ sociedade, mas ao
infrator, de forma a prevenir a pr‡tica da reincid•ncia. Pode ser negativa, quando
busca intimidar o condenado, de forma a que ele n‹o cometa novos delitos por
medo, ou positiva, quando a preocupa•‹o est‡ voltada ˆ ressocializa•‹o do
condenado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

34.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


A express‹o Òcifra negraÓ, em Criminologia, corresponde ao nœmero de
a) erros judiciais (decis›es judiciais incompat’veis com a realidade dos
fatos).
b) crimes ocorridos e n‹o reportados ˆ autoridade.
c) criminosos reincidentes.
d) pris›es efetuadas injustamente.
e) crimes ocorridos em ambientes pœblicos, mas cuja autoria permanece
ignorada.
COMENTçRIOS: A cifra negra corresponde ˆ diferen•a entre a criminalidade real
e a criminalidade registrada pelas ag•ncias de controle, ou seja, ao nœmero de
delitos que, por qualquer raz‹o, n‹o chegam ao conhecimento das ag•ncias
formais de controle.

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Teoria e quest›es
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

35.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A preven•‹o criminal que est‡ voltada ˆ seguran•a e qualidade de vida,
atuando na ‡rea da educa•‹o, emprego, saœde e moradia, conhecida
universalmente como direitos sociais e que se manifesta a mŽdio e longo
prazos, Ž chamada pela Criminologia de preven•‹o
a) prim‡ria.
b) individual.
c) secund‡ria.
d) estrutural.
e) terci‡ria.
COMENTçRIOS: A preven•‹o criminal que possui tais caracter’sticas Ž a
preven•‹o prim‡ria. A preven•‹o prim‡ria consiste em programas cuja finalidade
Ž atacar a causa da criminalidade, ou seja, a origem do problema (desigualdade
social, pobreza, desemprego, etc.), com resultados de mŽdio a longo prazo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

36.! (PC-SP Ð 2011 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A preven•‹o terci‡ria da infra•‹o penal, no Estado Democr‡tico de
Direito, est‡ relacionada
a) ao controle dos meios de comunica•‹o.
b) aos programas policiais de preven•‹o.
c) ˆ ordena•‹o urbana.
d) ˆ popula•‹o carcer‡ria.
e) ao surgimento de conflito.
COMENTçRIOS: A preven•‹o terci‡ria recai sobre o condenado, ou seja, visa a
evitar a reincid•ncia. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada,
pela progress‹o de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso com
a sociedade, etc.
Assim, a popula•‹o carcer‡ria Ž um dos destinat‡rios da preven•‹o terci‡ria
(embora possa recair sobre os condenados que n‹o est‹o encarcerados).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

37.! (PC-SP Ð 2010 Ð PC-SP Ð ESCRIVÌO)


O termo cifra dourada Ž indicativo
a) dos crimes praticados por membros da realeza.
b) da viol•ncia domŽstica ocorrida nas classes altas e n‹o relatadas ˆ
pol’cia.
c) dos crimes esclarecidos mediante ˆ oferta de uma recompensa.

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d) do nœmero de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o
narcotr‡fico.
e) dos crimes denominados de Òcolarinho brancoÓ.
COMENTçRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de
colarinho branco que n‹o s‹o reportados ou apurados pelas ag•ncias de controle,
normalmente em raz‹o do poder econ™mico dos infratores.
Assim, embora crime de colarinho branco n‹o seja sin™nimo de cifra dourada,
esta est‡ vinculada aos crimes de colarinho branco.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

38.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Entre os modelos te—ricos explicativos da criminologia, o conceito
definitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach,
o delito carece de consist•ncia material, sendo um processo de rea•‹o
social, arbitr‡rio e discriminat—rio de sele•‹o do comportamento
desviado.
COMENTçRIOS: Item correto, pois tal teoria sustenta que o delito n‹o Ž um
dado ™ntico, ou seja, n‹o est‡ no mundo do ser, mas um dado normativo, pois Ž
uma realidade criada pelo legislador. O que se encontra no mundo do ÒserÓ s‹o
condutas. O adjetivo de ÒcriminosaÓ a uma conduta deriva de um processo
seletivo e discriminat—rio, que visa a criminalizar apenas (ou com mais
frequ•ncia) as condutas praticadas pelos indiv’duos das classes dominadas.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

39.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


No ‰mbito das teorias criminol—gicas, a teoria da subcultura delinquente,
originariamente conhecida como ÒEscola de ChicagoÓ, assevera que a
delinqu•ncia surge como resultado da estrutura das classes sociais, que
faz com que alguns grupos aceitem a viol•ncia como forma de resolver
os conflitos sociais.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a teoria das subculturas delinquentes n‹o v•
a delinqu•ncia como resultado da estrutura das classes sociais, mas defende que
a conduta delitiva n‹o seria um reflexo negativo da desorganiza•‹o social e outras
mazelas da sociedade contempor‰nea. Para esta teoria todo agrupamento
humano Ž dotado de subculturas, com uma filosofia de vida e regras pr—prias.
Desta forma, a exist•ncia de subculturas corresponde, naturalmente, ˆ exist•ncia
de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante. Desta forma, Ž
poss’vel que algumas destas subculturas possuam valores que se contraponham
aos valores da cultura dominante e, em raz‹o disso, o delito n‹o derivaria de
uma predisposi•‹o ˆ viola•‹o da Lei, e sim um mero reflexo destas diferen•as
culturais.
AlŽm disso, tal teoria n‹o se confunde com a Escola de Chicago, embora tenha
sido considerada decorr•ncia desta.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

40.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


O minimalismo, enquanto movimento cr’tico ao sistema de justi•a penal,
foi concebido com a proposta de supress‹o integral do sistema penal por
outras inst‰ncias de controle social. Em sentido oposto, revelou-se o
movimento ÒLei e OrdemÓ, que reconhecia no direito penal m‡ximo o
instrumento primordial ˆ resolu•‹o dos problemas que afligem a
sociedade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o minimalismo n‹o prega a supress‹o
integral do sistema penal por outras inst‰ncias de controle (isso Ž defendido pelo
abolicionismo imediato), mas a redu•‹o da esfera de abrang•ncia do Direito
Penal, que deve regular apenas as condutas que sejam amea•a grave ˆ vida em
sociedade, devendo as demais serem reguladas por outros mecanismos de
controle. Quanto ao movimento ÒLei e OrdemÓ, de fato, Ž express‹o do Direito
Penal M‡ximo, ou seja, entende que o Direito Penal deve regular toda e qualquer
conduta desviante.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

41.! (MPE-SC Ð 2016 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Em sua obra "O Novo em Direito e Pol’tica", JosŽ Alceb’ades de Oliveira
Jœnior cita interessante trecho da doutrina de Luigi Ferrajoli: "a sujei•‹o
do juiz ˆ lei j‡ n‹o Ž de fato, como no velho paradigma juspositivista,
sujei•‹o ˆ letra da lei, qualquer que seja o seu significado, mas sim
sujei•‹o ˆ lei somente enquanto v‡lida, ou seja, coerente com a
Constitui•‹o". A interpreta•‹o da frase em destaque nos remete ao
conteœdo do modelo garantista.
COMENTçRIOS: O que a quest‹o quer dizer, basicamente, Ž que o garantismo
penal prega n‹o apenas que o Juiz esteja atrelado ao que diz a letra da lei,
embora isso importante. O garantismo penal exige do Juiz uma postura cr’tica
frente ao texto da lei, de forma a verificar se o que a lei prev• est‡ de acordo
com a Constitui•‹o, ou seja, n‹o basta ao Juiz aplicar a lei de forma ÒcegaÓ,
devendo realizar uma an‡lise acerca da legitimidade da lei (sua validade frente
ao sistema jur’dico-penal garantista previsto na Constitui•‹o).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

42.! (CESPE Ð 2016 Ð PC-PE Ð DELEGADO DE POLêCIA - ADAPTADA)


A Escola de Chicago, ao atentar para a muta•‹o social das grandes
cidades na an‡lise emp’rica do delito, interessa-se em conhecer os
mecanismos de aprendizagem e transmiss‹o das culturas consideradas
desviadas, por reconhec•-las como fatores de criminalidade.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: Item correto, pois a Escola de Chicago sustenta que a forma
com a qual as cidades est‹o estruturadas Ž o grande problema que gera a
criminalidade. Para esta Teoria, a CIDADE (mais especificamente do que a
ÒsociedadeÓ genericamente considerada) seria o foco principal da aten•‹o da
criminologia. Para os te—ricos desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio urbano
produz a criminalidade (crescimento populacional, crescimento desordenado,
forma•‹o de guetos, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

43.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados
Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving
Goffman e Howard Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.
B) Teoria da subcultura delinquente.
C) Teoria da desorganiza•‹o social.
D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas conc•ntricas.
COMENTçRIOS: As teorias do conflito s‹o as correntes criminol—gicas que, em
contraposi•‹o ˆs teorias do consenso, entendem que o Direito Penal n‹o parte de
um consenso social sobre os bens jur’dicos mais relevantes e por isso os tutela
(ou pretende tutelar).
As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas m‹os
de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, portanto, o Direito
Penal n‹o selecionaria bens jur’dicos mais importantes para a sociedade a fim de
tutel‡-los, mas selecionaria os bens jur’dicos mais importantes para esta classe
dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra.
Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da teoria do
Labelling approach, ou teoria do ÒetiquetamentoÓ, segundo a qual o delito n‹o Ž
um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, nada Ž delito Òpor sua pr—pria
naturezaÓ. ƒ delito aquele fato que foi assim rotulado, e Ž criminoso, portanto,
aquele que foi assim rotulado pela lei, j‡ que o fen™meno ÒcrimeÓ necessita de
uma previs‹o normativa.
Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

44.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos,
tambŽm conhecida por Òlei e ordemÓ ou Òtoler‰ncia zeroÓ, Ž decorrente
da teoria.
A) ÒpositivaÓ
B) Òjanelas quebradasÓ

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Teoria e quest›es
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C) Òcl‡ssicaÓ
D) Òcidade limpaÓ
E) ÒdiferencialÓ.
COMENTçRIOS: A teoria das janelas quebradas, ou "Broken Windows Theory",
foi desenvolvida nos EUA, e tem como fundamento b‡sico o combate severo ao
crime, por menor que seja, pois segundo esta teoria a prolifera•‹o dos pequenos
delitos cria um ambiente prop’cio ao desenvolvimento de grandes delitos, sob a
alega•‹o de que a aparente inŽrcia do Estado produziria um efeito estimulante
em rela•‹o ˆ pr‡tica de delitos. Trata-se de uma espŽcie de pol’tica de toler‰ncia
zero.
A teoria do Òneo-retribucionismoÓ Ž uma das pol’ticas criminais contempor‰neas
que pregam uma maior repress‹o estatal, ou seja, uma aplica•‹o do sistema
punitivo do Estado.
Trata-se, na verdade, de um movimento de rea•‹o aos elevados ’ndices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a
ideia de que para diminuir a criminalidade Ž necess‡rio punir mais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

45.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA


POLICIAL)
Quanto ˆ teoria neorretribucionista, Ž correto afirmar:
A) surgiu na Europa, no sŽculo passado, baseada na teoria do consenso,
tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais,
o que inibiria os crimes menos graves.
B) surgiu na It‡lia, na dŽcada de sessenta, Ž uma das mais importantes
teorias do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade n‹o Ž
resultante somente da conduta humana, mas a consequ•ncia de um
processo em que se atribui uma qualidade ˆ pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a
denomina•‹o Òlei e ordemÓ ou Òtoler‰ncia zeroÓ, decorrente da teoria
das janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o
que inibiria os mais graves
D) surgiu na Alemanha, no sŽculo XIX, defende que o comportamento do
criminoso Ž aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo
sujeito ativo, tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o
criminoso para servir de exemplo, a chamada preven•‹o geral.
E) surgiu na Inglaterra, est‡ baseada na teoria da sub- cultura
delinquente, ou seja, o comportamento criminoso Ž um sintoma de
dissocia•‹o entre as aspira•›es socioculturais e os meios desenvolvidos
para alcan•ar essas aspira•›es.
COMENTçRIOS: A teoria do Òneo-retribucionismoÓ Ž uma das pol’ticas criminais
contempor‰neas que pregam uma maior repress‹o estatal, ou seja, uma
aplica•‹o do sistema punitivo do Estado.

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Trata-se, na verdade, de um movimento de rea•‹o aos elevados ’ndices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal fundamento a
ideia de que para diminuir a criminalidade Ž necess‡rio punir mais.
De fato, esta teoria se vale, dentre outras, da conhecida Òteoria das janelas
quebradasÓ, segundo a qual a aus•ncia de puni•‹o dos delitos pequenos serviria
como est’mulo ˆ pr‡tica dos delitos mais graves, de maneira que o Estado deveria
aumentar, ainda mais, seu sistema punitivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

46.! (UFPR Ð 2014 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Em rela•‹o ˆs distintas teorias criminol—gicas, a ideia de que o
ÒdesvianteÓ Ž, na verdade, alguŽm a quem o r—tulo social de criminoso
foi aplicado com sucesso foi desenvolvida pela Teoria
a) da anomia.
b) da associa•‹o diferencial.
c) da subcultura delinquente.
d) da ecologia criminal.
e) da rea•‹o social ou Labelling Approach.
COMENTçRIOS: A ideia de que o crime Ž um r—tulo imposto a determinadas
condutas deriva da teoria da rea•‹o social ou rotulamento social (labelling
approach). Em consequ•ncia disso, ÒcriminosoÓ tambŽm ser‡ alguŽm que foi
rotulado como tal, de acordo com a seletividade do sistema penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

47.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Contrariamente ao classicismo, que n‹o visualizou no criminoso
nenhuma anormalidade - e dele n‹o se ocupou - o positivismo
reconduziu-o para o centro de suas an‡lises, apreendendo nele estigmas
decisivos da criminalidade.
COMENTçRIOS: Discordo um pouco do gabarito desta quest‹o. Isto porque os
cl‡ssicos, de fato, apoiavam suas teses na ideia de que o crime n‹o seria
decorr•ncia de uma anormalidade da figura do criminoso. Contudo, dizer que os
cl‡ssicos n‹o se ocuparam da figura do criminoso parece um pouco for•ado. De
toda forma, o positivismo realmente conduziu o criminoso para o centro da
an‡lise, inclusive verificando nele aspectos biol—gicos como fatores crimin—genos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

48.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


No paradigma etiol—gico, modelado segundo uma matriz positivista
derivada Das Ci•ncias Naturais, a Criminologia Ž definida como uma
Ci•ncia causal-explicativa da criminalidade, isto Ž, que investiga as
causas da criminalidade (seu objeto) segundo o mŽtodo experimental.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: A etiologia criminal Ž uma disciplina que visa a explicar as
causas da criminalidade. Para tanto, se vale do empirismo, o mŽtodo cient’fico
da experimenta•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

49.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


O mŽtodo de estudo da Criminologia reœne as seguintes caracter’sticas:
a) silogismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da
realidade.
b) empirismo; veda•‹o de interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da
realidade.
c) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
d) empirismo; interdisciplinariedade; vis‹o indutiva da realidade.
e) racionalismo; interdisciplinariedade; vis‹o dedutiva da realidade.
COMENTçRIOS: Ci•ncia do ÒserÓ, a criminologia se vale do empirismo para
comprovar suas teses, bem como possui car‡ter interdisciplinar, j‡ que se utiliza
de diversos ramos da ci•ncia que lhe s‹o correlatos, como a psicologia, a
psiquiatria, a sociologia, etc.
TambŽm pode ser considerada indutiva, eis que se vale do conhecimento do
objeto de estudo para formar um ju’zo universal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

50.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð MƒDICO LEGISTA)


Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto.
Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da Associa•‹o
Diferencial) est‹o principalmente ligados aos crimes de ________e
tiveram como foco ________ .
a) genoc’dio ... a Alemanha
b) organiza•›es criminosas ... a It‡lia
c) jogo ilegal ... a atual Rœssia (ex-URSS)
d) discrimina•‹o de g•nero ... pa’ses do Oriente MŽdio
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da AmŽrica
COMENTçRIOS: Sutherland focou seus estudos sobre os crimes de colarinho
Branco, nos Estados Unidos da AmŽrica, mais especificamente em Chicago.
Para Sutherland, as explica•›es fornecidas pelas diversas teorias criminol—gicas
atŽ ent‹o n‹o seriam capazes de responder de forma adequada ˆ quest‹o dos
crimes de colarinho branco, j‡ que todas (ou quase todas) viam nas mazelas
sociais (desorganiza•‹o social, pobreza, etc.) a g•nese do crime, de forma que
se distanciavam da realidade dos crimes de colarinho branco (White colar crimes).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

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Teoria e quest›es
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51.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A moderna Sociologia Criminal possui vis‹o bipartida do pensamento
criminol—gico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho
argumentativo. Trata-se das teorias
a) indutiva e dedutiva.
b) do consenso e do conflito.
c) absoluta e relativa.
d) moderna e contempor‰nea.
e) abstrata e concreta.
COMENTçRIOS: O pensamento da criminologia social ou sociol—gica Ž bipartido
em teoria do consenso e teoria do conflito.
A teoria do consenso ou Òcriminologia do consensoÓ parte da premissa de que a
sociedade Ž formada por uma sŽria de valores fundamentais consensuais, que
devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o Direito Penal nada mais
seria que uma ferramenta para a defesa destes valores comuns a todos os
indiv’duos.
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO,
ANOMIA E ASSOCIA‚ÌO DIFERENCIAL.
A criminologia do conflito v• a sociedade n‹o como um todo coeso e harm™nico,
fundado em valores comuns a todos os indiv’duos, e sim um campo de batalha
entre classe dominante e dominada. Para ela, o Direito Penal nada mais Ž que
uma ferramenta a servi•o da classe dominante, de forma a garantir a manuten•‹o
do status quo, coagindo a classe dominada a Òandar na linhaÓ. Para tanto, o
Direito Penal seria absolutamente seletivo na escolha das condutas que seriam
criminalizadas, optando por uma criminaliza•‹o prim‡ria voltada ˆs condutas
geralmente praticadas pelos indiv’duos pertencentes ˆ classe dominada (furto
seria mais grave que condutas lesivas ˆ ordem econ™mica, por exemplo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

52.! (FEPESE Ð 2014 Ð MPE-SC Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


O movimento de pol’tica criminal denominado "lei e ordem" se deve ˆ
constru•‹o te—rica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do
"labelling approach".
COMENTçRIOS: Item errado. O movimento Òlei e ordemÓ, assim como o
Òtoler‰ncia zeroÓ decorrem da teoria das janelas quebradas, que entendia que os
delitos deveriam ser sempre punidos, por menores que fossem, como forma de
reafirmar a autoridade da Lei e inibir a pr‡tica dos delitos mais graves.
Tal teoria derivou da corrente de pensamento conhecida como ESCOLA DE
CHICAGO.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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Teoria e quest›es
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53.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC-SP Ð AGENTE)
Os Òcrimes de colarinho brancoÓ s‹o delitos conhecidos na Criminologia
por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.
d) cifras amarelas.
e) cifras douradas.
COMENTçRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de
colarinho branco que n‹o s‹o reportados ou apurados pelas ag•ncias de controle,
normalmente em raz‹o do poder econ™mico dos infratores.
Assim, embora crime de colarinho branco n‹o seja sin™nimo de cifra dourada,
esta est‡ vinculada aos crimes de colarinho branco.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

54.! (PC-SP Ð 2010 Ð PC-SP Ð ESCRIVÌO)


Dentre as alternativas, assinale a que Ž apontada como a menos
compat’vel com a dignidade da pessoa humana e o Estado Democr‡tico
de Direito.
a) O Direito Penal do Inimigo.
b) O abolicionismo penal.
c) O Direito Penal M’nimo.
d) A ÒTerza ScuolaÓ.
e) A Lei da Satura•‹o Criminal
COMENTçRIOS: Dentre as alternativas, certamente o ÒDireito Penal do InimigoÓ
n‹o se coaduna com um Estado Democr‡tico de Direito.
O Direito Penal do Inimigo pressup›e a exist•ncia de um Direito Penal que mitigue
as garantias constitucionais aos criminosos considerados ÒcontumazesÓ, ou seja,
aqueles que fazem do crime seu meio de vida.
Assim, haveria um ÒDireito Penal do Cidad‹oÓ, no qual seriam observados os
direitos e garantias fundamentais do acusado, e um ÒDireito Penal do InimigoÓ,
no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas, j‡ que n‹o se
estaria diante de alguŽm que merecesse qualquer considera•‹o por parte do
Estado.
Este tipo de teoria Ž inadmiss’vel num Estado Democr‡tico de Direito por,
inicialmente, violar o princ’pio da isonomia. Num segundo plano, n‹o menos
importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as pessoas pelo
que elas FAZEM e n‹o pelo que elas SÌO.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

55.! (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)

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Teoria e quest›es
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De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da
Teoria de Consenso:
a) a Teoria cr’tica.
b) a Teoria radical.
c) a Teoria das janelas quebradas.
d) a Teoria da associa•‹o diferencial.
e) a Teoria do conflito.
COMENTçRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o Direito
Penal n‹o Ž instrumento de domina•‹o de classes, mas instrumento em prol do
bem comum de uma sociedade cujos interesses s‹o homog•neos. A Teoria do
Conflito, por sua vez, entende que a sociedade n‹o possui interesses
homog•neos, j‡ que existe um conflito de classes, e que o Direito Penal nada
mais Ž que uma ferramenta para o exerc’cio da domina•‹o de uma classe pela
outra.
Dentre as alternativas, a teoria da associa•‹o diferencial Ž uma das que
representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer conduta
humana, Ž um aprendizado, uma apreens‹o de comportamentos desviantes, pela
Lei da Imita•‹o. Esta teoria n‹o enxerga a exist•ncia de um grupo prŽ-
determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela j‡ prŽ-estabelecida,
como entende a Teoria do Conflito Social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

56.! (VUNESP Ð 2014 Ð PC-SP Ð PERITO)


A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade n‹o Ž
uma qualidade da conduta humana, mas a consequ•ncia de um processo
em que se atribui tal estigmatiza•‹o, tambŽm Ž denominada teoria
(A) da desorganiza•‹o social.
(B) da rotula•‹o ou do etiquetamento.
(C) da neutraliza•‹o.
(D) da identifica•‹o diferencial.
(E) da anomia.
COMENTçRIOS: A teoria do labelling aproach, ou teoria do ÒetiquetamentoÓ ou
da Òrotula•‹oÓ, tem como um dos principais expoentes o crimin—logo Alessandro
Baratta.
Enquanto o pensamento criminol—gico atŽ ent‹o vigente sustentava que o
atributo criminal de uma conduta existia objetivamente, como um ente natural e
atŽ era preexistente ˆs normas penais que o definiam num mero exerc’cio de
reconhecimento (num alardeado consenso social), a "Teoria do Labelling
Approach" vir‡ para desmistificar todas essas equivocadas convic•›es.
O "Labelling Approach" ou "etiquetamento" indica que um fato s— Ž tomado como
criminoso ap—s a aquisi•‹o desse "status" atravŽs da cria•‹o de uma lei que
seleciona certos comportamentos como irregulares, de acordo com os interesses

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sociais. Em seguida, a atribui•‹o a alguŽm da pecha de criminoso depende
novamente da atua•‹o seletiva das ag•ncias estatais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

57.! (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Dentre os modelos sociol—gicos, as teorias da criminologia cr’tica, da
rotula•‹o e da criminologia radical s‹o exemplos da teoria.
A) do consenso
B) da apar•ncia
C) do descaso
D) da falsidade.
E) do conflito.
COMENTçRIOS: Estas teorias s‹o exemplos de teoria do conflito. Para esta
teoria a sociedade Ž uma grande luta de classes, de maneira que a classe
dominante necessita manter a classe dominada nesta condi•‹o e, para tanto, se
vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal. Como decorr•ncia de
seu viŽs ÒparcialÓ, o Direito Penal n‹o Ž ison™mico, ou seja, n‹o atua de maneira
uniforme sobre todas as camadas sociais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

58.! (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLêCIA)


Assinale a alternativa incorreta.
A Teoria do Etiquetamento
A) Ž considerada um dos marcos das teorias de consenso.
B) Ž conhecida como Teoria do Labelling Aproach.
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman.
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker.
E) surgiu nos Estados Unidos.
COMENTçRIOS: A teoria do Labelling approach, ou teoria do ÒetiquetamentoÓ,
Ž a teoria segundo a qual o delito n‹o Ž um dado natural, mas um dado
normativo, ou seja, nada Ž delito Òpor sua pr—pria naturezaÓ. ƒ delito aquele fato
que foi assim rotulado, e Ž criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado
pela lei, j‡ que o fen™meno ÒcrimeÓ necessita de uma previs‹o normativa.
Esta teoria surgiu nos EUA, em meados dos anos 1960 e tem como expoentes
Ervinh Goffman e Howard Becker, alŽm de Alessandro Baratta.
N‹o se trata de uma das teorias do ÒconsensoÓ, ao contr‡rio, Ž uma das teorias
do conflito social, teorias estas que entendem o Direito Penal como um
instrumento nas m‹os de uma das classes na sociedade, a classe dominante e
que, portanto, o Direito Penal n‹o selecionaria bens jur’dicos mais importantes
para a sociedade a fim de tutel‡-los, mas selecionaria os bens jur’dicos mais

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importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito entre
uma classe e outra, e n‹o um consenso entre elas contra um Òmal comumÓ.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA A.

8! GABARITO

1.! ALTERNATIVA B
2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA B
4.! CORRETA
5.! ALTERNATIVA B
6.! ALTERNATIVA E
7.! ALTERNATIVA A
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA E
10.! ALTERNATIVA E
11.! ALTERNATIVA B
12.! ALTERNATIVA E
13.! ALTERNATIVA C
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA D
16.! ALTERNATIVA E
17.! ALTERNATIVA B
18.! ALTERNATIVA A
19.! ERRADA
20.! ALTERNATIVA C
21.! ALTERNATIVA E
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA B
25.! ALTERNATIVA D
26.! ALTERNATIVA E
27.! ALTERNATIVA E
28.! ALTERNATIVA D

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29.! ALTERNATIVA C
30.! ALTERNATIVA B
31.! ALTERNATIVA A
32.! ALTERNATIVA A
33.! ALTERNATIVA C
34.! ALTERNATIVA B
35.! ALTERNATIVA A
36.! ALTERNATIVA D
37.! ALTERNATIVA E
38.! CORRETA
39.! ERRADA
40.! ERRADA
41.! CORRETA
42.! CORRETA
43.! ALTERNATIVA A
44.! ALTERNATIVA B
45.! ALTERNATIVA C
46.! ALTERNATIVA E
47.! CORRETA
48.! CORRETA
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA E
51.! ALTERNATIVA B
52.! ERRADA
53.! ALTERNATIVA E
54.! ALTERNATIVA A
55.! ALTERNATIVA D
56.! ALTERNATIVA B
57.! ALTERNATIVA E
58.! ALTERNATIVA A

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