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Sumário

FIQUE LIGADO! O tráfico pode ser cometido gratuitamente? Sim. A própria norma penal expressa
de forma explícita a possibilidade do tráfico pelo fornecimento de drogas gratuitamente.
Existe algum fim especial? Intenção de obter lucro? Não. Obviamente, é bem mais comum a ação
do tráfico ser cometida com o objetivo de lucro, mas não se trata de uma exigência para configurar
o crime. Nesse tocante, o tráfico não pressupõe atividade econômica, ou seja, ele pode ser
praticado sem o fim de obter lucro. O legislador não estabeleceu tal situação como circunstância
elementar do tipo.

a) Objeto jurídico: saúde pública.

b) Sujeito Ativo: qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo (crime comum).
c) Sujeito Passivo: é o Estado.
d) Elemento Subjetivo: dolo genérico, isto é, não existe um fim especial para qual a conduta se
direciona.
e) Elementos Objetivos Núcleos do Tipo: “adquirir”, “transportar”, “receber”, “guardar”, dentre
outros, cada qual designando uma ação.
f) Elementos Normativos: “drogas” e “sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar”.
g) Crime de Mera Conduta: não há resultado específico (resultado naturalístico)
h) Crime de Perigo Abstrato: quando a conduta está sendo desenvolvida, ela não causa dano
real, nem mesmo perigo real de dano. O agente está apenas desenvolvendo uma conduta.
i) Objeto Material: drogas, as quais são listadas por portaria do Ministério da Saúde. Esse é um
caso de norma penal em branco heterogênea ou sem sentido estrito, pois o conteúdo da Lei
de Drogas é complementado por norma de hierarquia inferior.

Acerca da forma tentada, duas são as hipóteses:


1. Ações instantâneas, como, por exemplo, os núcleos “adquirir e “vender”, permitem a forma
tentada.
2. Ações permanentes, como, por exemplo, “guardar” e “ter em depósito”, não admitem a forma
tentada.
Ex.: Um colombiano passa pela fronteira do Brasil com vários quilos de cocaína, com o fim de entregá-
la a um traficante brasileiro. Contudo, antes da droga ser transferida de dono, o colombiano é preso.
Nesse caso, mesmo a droga não tendo sido entregue ao seu destinatário, está consumado o crime
de tráfico, pois o núcleo “importar” se aperfeiçoa no momento em que o traficante (colombiano)
transpôs a fronteira.

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