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Transferências

Discricionárias: Atos
Preparatórios.

1 Cadastro do programa
na Plataforma +Brasil

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Conteudista:
Hugo Marques (Conteudista, 2021);
Camila Rathge (Conteudista, 2021);

Mayra Gonçalves (Conteudista, 2021);

Diretoria de Desenvolvimento Profissional.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF

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Sumário

Unidade 1 – Noções Gerais de Programas do Governo.......................................................5


Referências..............................................................................................................................................................09

Unidade 2 – Operacionalização dos programas na Plataforma +Brasil........................ 10


Referências..............................................................................................................................................................11

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Apresentação e Boas-vindas
Seja muito bem-vindo(a) ao curso Transferências Discricionárias: Atos Preparatórios. Para iniciar seus estudos,
é importante que você saiba que este curso está dividido em 6 módulos, conforme a sequência a seguir:

1. Cadastro do Programa na Plataforma +Brasil.

2. Cadastro dos dados da Proposta na Plataforma +Brasil.

3. Cadastro do Plano de Trabalho pelo proponente: Cronograma e Plano de Aplicação Detalhado.

4. Cadastro do Termo de Referência, Noções de Projeto Básico e Envio da Proposta.

5. Análise da Proposta e do Plano de Trabalho pelo concedente/repassador.

6. Formalização e celebração do Instrumento.

Antes de você dar início ao curso, primeiro, assista o vídeo de apresentação para compreender melhor o
formato e os módulos que o compõem.

video: Boas vindas e formato do curso

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MÓDULO

Cadastro do programa na
1 Plataforma +Brasil
Ao completar este primeiro módulo, você vai ser capaz de entender como o convenente/recebedor registra
e disponibiliza o conjunto de regras necessárias para que o órgão concedente/repassador (União) apresente
e viabilize a execução da política pública desejada.

Como você já deve ter visto no curso anterior, as transferências discricionárias constituem um sistema de
cooperação que visa à execução de ações de interesse recíproco financiadas com recursos do orçamento
federal. Assim, ao final deste curso, você deve ser capaz de compreender todas as etapas que antecedem
a formalização (celebração) dessa cooperação conhecida como “Atos Preparatórios”.

Atos Preparatórios, portanto, é o nome dado ao conjunto dessas


etapas que antecedem a celebração que estão divididas nas
seguintes etapas:

• Abertura de Programa pelo Governo Federal: etapa • Cadastramento do Plano de Trabalho:


na qual o Governo Federal publica um programa etapa na qual acontece o cadastro do Plano
na Plataforma +Brasil, contendo a descrição da de Trabalho na Plataforma +Brasil. Aqui, por
ação governamental que se quer concretizar e os meio do preenchimento do Plano de Trabalho,
respectivos critérios de seleção para a celebração de o proponente deve detalhar a estratégia de
instrumento de repasse discricionário. execução apresentada.

• Cadastramento da Proposta de Trabalho: • Análise da proposta e do Plano de Trabalho:


etapa na qual o interessado em celebrar etapa na qual o órgão federal analisa propostas
instrumento de repasse de determinado e planos de trabalho de determinado
programa, chamado proponente, cadastra sua programa para, assim, poder selecionar as
proposta na Plataforma +Brasil. Essa proposta propostas mais adequadas e, então, celebrar o
deve conter informações básicas sobre a instrumento de repasse discricionário.
estratégia que será utilizada para a execução da
ação governamental indicada pelo programa.

Cada uma dessas etapas representam uma série de ações dentro da Plataforma +Brasil e, para um melhor
entendimento sobre a operacionalização dessas ações, você deve iniciar cada módulo atentando-se às
etapas de cadastro, de análise, de formalização e de celebração do instrumento de repasse discricionário.

Neste curso de Transferências Discricionárias: Atos preparatórios, por se tratar das etapas que antecedem
à celebração de um instrumento, utiliza-se o termo proponente como órgão ou entidade da administração
pública direta e indireta, de qualquer esfera de governo, Organização da Sociedade Civil (OSC), consórcios
públicos ou entidades privadas sem fins lucrativos (filantrópicas e Serviços Sociais Autônomos – S.S.A) que
manifeste, por meio de proposta de trabalho, interesse em firmar instrumento com a União.

O proponente passa a ser qualificado como convenente/recebedor após a celebração do instrumento, que
é o momento em que ele se torna apto a receber recursos financeiros do órgão concedente para a execução
da política pública. A administração pública de qualquer esfera de governo também pode ser chamada de
recebedor, dependendo do instrumento a ser celebrado, mas a lógica é a mesma: trata-se de quem recebe
recursos de um concedente/repassador para execução de políticas públicas.

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Note que o proponente e o convenente/recebedor são a mesma pessoa, os termos apenas distinguem a
fase do processo em que ele está inserido, se na fase de inicial de proposição (proponente) ou na fase de
pactuação e de execução (convenente/recebedor).

Unidade 1 – Noções Gerais de Programas do Governo

Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você deve ser capaz de descrever os aspectos gerais sobre os Programas de Governo
disponibilizados pelo concedente/repassador para a execução de políticas públicas.

Os Programas do Governo são instrumentos que buscam organizar e articular um conjunto de


ações suficientes para solucionar problemas ou atender às demandas da sociedade, devendo
seu desempenho ser passível de aferição por indicadores coerentes com o objetivo estabelecido.

Esses programas governamentais são responsáveis pela interação entre o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei do Orçamento Anual (LOA), além de definir um conjunto de regras
e de ações para que as demandas da sociedade sejam atendidas de forma otimizada. Portanto, esse é o
principal instrumento utilizado pelos governos para concretizar políticas públicas e promover a integração
entre os entes e os setores, otimizando seus recursos financeiros, humanos, logísticos e materiais.

A metodologia de elaboração de programas do PPA facilita a identificação dos problemas e dos segmentos
sociais que devem ser alvo da intervenção governamental. A LDO evidencia as diretrizes, a priorização do
que deve ser feito para otimizar a execução da política pública, e a LOA estabelece os recursos e as receitas
que poderão ser utilizadas para que as ações sejam implementadas e os resultados sejam alcançados.

Ao serem definidos no planejamento o PPA, a LDO e a LOA, os programas e as ações de governo podem
ser executados, direta ou indiretamente, mediante transferências da União, de maneira descentralizada
pelos atores envolvidos nas transferências. Em resumo, o programa é o instrumento que evidencia um
conjunto de regras para viabilizar a implementação das políticas públicas.

A abertura de programas pelo Governo Federal, na Plataforma +Brasil, instituída pelo decreto Nº 10.035,
de 1º de outubro de 2019, é feita pelo concedente/repassador e, para isso, neste módulo, você deve seguir
as diretrizes apresentadas pelo decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, que:

“[...] dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União”, e, de acordo com o
seu artigo 1º, “regulamenta os convênios, contratos de repasse e termos de execução descentralizada
celebrados pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas
ou privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos e atividades que envolvam
a transferência de recursos ou a descentralização de créditos oriundos dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social da União.” (Redação dada pelo Decreto nº 8.180, de 2013).

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A Portaria Interministerial nº 424, de 30 de dezembro de 2016, que estabelece normas para execução
desse decreto, revela, em seu artigo 5º:

Artigo 5º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que pretenderem executar programas,
projetos e atividades que envolvam transferências de recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal
e da Seguridade Social da União deverão cadastrar anualmente no SICONV os programas a serem
executados de forma descentralizada e, quando couber, critérios para a seleção do convenente.

• Parágrafo 1º Os programas de que trata o caput, exceto àqueles relativos às emendas parlamentares
individuais, nos termos do parágrafo 13 do artigo 166 da Constituição Federal, serão divulgados
em até 60 (sessenta) dias após a sanção da Lei Orçamentária Anual e deverão conter a descrição,
as exigências, os padrões, procedimentos, critérios de elegibilidade e de prioridade, estatísticas e
outros elementos que possam auxiliar a avaliação das necessidades locais. (alterado pela Portaria
Interministerial nº 114, de 7 de maio de 2018).

• Parágrafo 2º Os critérios de elegibilidade e de prioridade deverão ser estabelecidos de forma


objetiva, com base nas diretrizes e objetivos dos respectivos programas, visando atingir melhores
resultados na execução do objeto, considerando, entre outros aspectos, a aferição da qualificação
técnica e da capacidade operacional do convenente.

• Parágrafo 3º O concedente deverá adotar procedimentos claros, objetivos, simplificados e


padronizados que orientem os interessados, de modo a facilitar o seu acesso direto aos órgãos da
Administração Pública Federal.

• Parágrafo 4º A disponibilização dos programas para celebração de instrumentos ou termos de


parceria, ocorrerá de acordo com a oportunidade e conveniência do órgão concedente.

• Parágrafo 5º A divulgação dos programas para atendimento das emendas parlamentares


individuais de execução obrigatória se dará em observação aos prazos das portarias anuais que
regulamentam os procedimentos e prazos para apresentação, registro e operacionalização das
emendas parlamentares individuais, e prazos e procedimentos para a superação de impedimentos
técnicos, com vistas ao atendimento do disposto no artigo 166, parágrafos 9º a 18, da Constituição
Federal. (incluído pela Portaria Interministerial nº 114, de 7 de maio de 2018).

Assim, a abertura ou a disponibilização de Programas do Governo Federal para execução descentralizada


na Plataforma +Brasil precede de ritos próprios como critérios de elegibilidade dos executores com
base nas diretrizes e nos objetivos dos respectivos programas.

Em regra, as descentralizações da União devem ocorrer no âmbito da Plataforma +Brasil independentemente


de sua classificação. Entre estas, encontram-se as transferências discricionárias que estão divididas em:
Voluntárias; e Organizações da Sociedade Civil. Veja em detalhe cada uma delas:

As Transferências Voluntárias, consideradas no âmbito da gestão orçamentária e financeira dos


recursos da União, têm seu conceito definido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), como a “[...]
entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação,
auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os
destinados ao Sistema Único de Saúde”.

• Instrumentos legais aplicáveis: termo de convênio e contrato de repasse.

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As Transferências para Organizações da Sociedade Civil são aquelas efetuadas pela Administração
Pública para Organizações da Sociedade Civil sem fins lucrativos a título de subvenção, de auxílio
e de contribuição, visando à consecução de finalidades de interesse público.

• Instrumentos legais aplicáveis: termo de parceria, termo de colaboração e termo de fomento


(a partir da Lei nº 13.019/2014).

Um ponto importante sobre as transferências são os critérios de elegibilidade para escolha dos executores
dos programas descentralizados. Quando exigidos, podem ser definidos mediante chamamento público.
O artigo 8º da Portaria Interministerial nº 424/2016 estabelece regras a respeito desse chamamento:

Artigo 8º - Para a celebração dos instrumentos regulados por esta Portaria, o órgão ou entidade
da Administração Pública Federal, com vista a selecionar projetos e órgãos, entidades públicas ou
entidades privadas sem fins lucrativos que tornem mais eficaz a execução do objeto, poderá realizar
chamamento público no SICONV, que deverá conter, no mínimo:

I - a descrição dos programas a serem executados de forma descentralizada; e

II - os critérios objetivos para a seleção do convenente, com base nas diretrizes e nos objetivos dos
respectivos programas.

• Parágrafo 1º Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, pelo prazo mínimo de 15
(quinze) dias, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do
órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios.

• Parágrafo 2º É obrigatória a realização prévia de chamamento público para a celebração de convênio


ou contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos, salvo para transferências do
Ministério da Saúde destinadas a serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS.

Não se aplica o chamamento público no caso das emendas parlamentares, quando os agentes
políticos elegem o executor dos recursos orçamentários (beneficiário de emenda) ou quando o
órgão federal descentralizador dos créditos destina, justificadamente, para um proponente ou
um conjunto de proponentes, uma parcela do orçamento geral da União (proponente específico).

Para o registro do programa, pode ser necessário apresentar a parcela de colaboração do responsável
pela execução do orçamento descentralizado a ser aportado, de acordo com a capacidade financeira da
instituição beneficiada. Essa parcela é chamada de “contrapartida”, que é uma exigência decorrente das leis
de diretrizes orçamentárias, sendo assim obrigatória.

Convém lembrar que, considerando-se a anualidade da LDO, as regras e os percentuais de contrapartida


podem mudar de um exercício para outro. Portanto, o valor e as especificações da contrapartida devem
corresponder aos limites e às regras fixadas na LDO referente ao exercício de ocorrência da celebração do
instrumento de transferência.

As regras de contrapartida para termos de fomento e de colaboração estão descritas no artigo 35, parágrafo
primeiro da Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, e no artigo 12 do Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016.

Encerra-se, aqui, a Unidade 1, a qual traçou um panorama geral sobre os programas do governo. Na próxima
unidade, você vai conhecer as etapas de operacionalização dos programas na Plataforma +Brasil.

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Referências

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 01 jul. 2021.

BRASIL. Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm. Acesso em: 01 jul. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm. Acesso em: 01 jul. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.473, de 8 de agosto de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/


ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13473.htm. Acesso em: 01 jul. 2021.

BRASIL. Lei nº 13.707, de 14 de agosto de 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/


materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/36849379/do1-2018-08-15-lei-
no-13-707-de-14-de-agosto-de-2018-36849363. Acesso em: 01 jul. 2021

BRASIL. Ministério da Economia. Portaria Interministerial nº 424, de 31 de dezembro de


2016. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/20457541/do1-2017-01-02-portaria-interministerial-n-424-de-30-de-
dezembro-de-2016-20457287. Acesso em: 01 jul. 2021.

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Unidade 2 – Operacionalização dos programas na
Plataforma +Brasil
Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você deve ser capaz de esclarecer como o concedente/repassador cadastra e
disponibiliza o Programa de Governo a ser executado, bem como o proponente identifica e analisa a
possibilidade de captação de recurso para execução da política pública na Plataforma +Brasil.

Como visto no módulo anterior, os programas de governo refletem políticas públicas sob a responsabilidade
dos órgãos e das entidades federais (concedente/repassador) e devem conter a descrição, as exigências, os
padrões, os procedimentos, os critérios de elegibilidade e de prioridade, as estatísticas e outros elementos
que possam auxiliar a avaliação das necessidades locais.

Os critérios de elegibilidade e de prioridade devem ser estabelecidos de forma objetiva, com base nas diretrizes e
objetivos dos respectivos programas, visando atingir melhores resultados na execução do objeto, considerando-
se, entre outros aspectos, a aferição da qualificação técnica e da capacidade operacional do proponente.

Desse modo, é fundamental que o concedente/repassador adote procedimentos claros, objetivos,


simplificados e padronizados que orientem os interessados, de modo a facilitar o seu acesso direto aos
órgãos da Administração Pública Federal. A disponibilização dos programas para celebração de instrumentos
ocorre de acordo com a oportunidade e a conveniência do órgão concedente.

A divulgação dos programas para atendimento das emendas parlamentares individuais de execução
obrigatória ocorre em observação aos prazos das portarias anuais que regulamentam os procedimentos e
os prazos para apresentação, o registro e a operacionalização das emendas parlamentares individuais, bem
como os prazos e os procedimentos para a superação de impedimentos técnicos.

Com base no exposto, acompanhe, agora, os passos para registrar e divulgar um programa na Plataforma +Brasil.
O vídeo do tutorial vai auxiliar você, pois explica, detalhadamente, o que deve ser preenchido na aba “Dados”.

videoaula: O passo a passo operacional do Programa na Plataforma +Brasil

Aproveite e assista, também, o vídeo do tutorial com o passo a passo para o preenchimento das informações
contidas nas abas “Item de Investimento”; “Regras de Contrapartida”;, “Anexos”; e “Lista de Item –Tipos de Despesa”.

videoaula: Preenchimento das abas para o cadastro de programas

Muito bem! Você chegou ao final do Módulo 1. Nele, você pôde conhecer o conceito do Programa, suas abordagens
legais e o passo a passo operacional na Plataforma +Brasil: como cadastrar, disponibilizar e consultar o Programa.
Agora, você avançara para o próximo módulo, onde aprenderá como devem ser cadastrados os dados da proposta
na Plataforma +Brasil.

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Referências

BRASIL. Ministério da Economia. Portal Plataforma +Brasil, [s.d.]. Disponível em: http://
plataformamaisbrasil.gov.br/. Acesso em: 25 mai. 2021.

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