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Introdução
A tão esperada Bíblia de Checklists!

N
esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos
um compilado de vários checklists para que você consiga saber
exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras”
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez,
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia!

Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida:


os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de
chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos,
mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em
qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do
CRMedway que estaremos ágeis para te responder.

Aproveite!
E se Você Caiu Nesse
Material por Acaso...
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!

Por isso, te convidamos a assistir como foi nossa live de lançamento do


CRMedway que fizemos para explicar o funcionamento e dar alguns
spoilers do que quem faz o curso tem acesso!

Acessar Live
Quem Somos

H
oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos
ou ain­da Residentes nas principais ins­tituições do Brasil! USP,
UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.

Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo


valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno
de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo
assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário
diferente do que havíamos treinado.

Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático


que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway.

Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas


nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado
final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais
processos seletivos do país.

Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem
fez um curso prático presencial.

Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2021 na próxima página


O que Nossos Alunos
Estão Falando!
Conteúdos
RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA

E
m vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João
recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como
e quando estudar:

• Junte um grupo de amigos

• Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que


não estavam no curso)

• Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador


nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver)

• E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes,


vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas
próprias estações e checklists!
Sumário
Pré-Natal Rotina.......................................................13
Ameaça de Aborto.................................................19
DMG.....................................................................26
Pré-Eclâmpsia........................................................31
Assistência ao Trabalho de Parto...............................37
Anticoncepcional Oral............................................45
Investigação de Nódulo Mamário...............................52
Infertilidade...........................................................58
Corrimento Vaginal...................................................64
Colpocitologia Oncótica...........................................70
Toxoplasmose.......................................................75
Colpocitologia Oncótica na Gestação.........................84
Amenorreia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87
Anticoncepção Pós-Parto..........................................93
Atonia Uterina.........................................................96
Descarga Papilar .................................................101
Síndrome do Ovário Policístico.................................105
Ruptura Prematura de Membranas Ovulares............111
Violência Sexual .................................................117
Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)............ 1 23
Doença Inflamatória Pélvica Aguda..........................129
Sífilis Gestacional....................................................136
Estática Fetal ..........................................................142
Análise de Partograma.......................................... 146
Sofrimento Fetal .................................................150
Menorragia............................................................. 1 56
Inserção de DIU .................................................162
Doença Trofoblástica Gestacional ..........................167
Câncer de Colo de Útero .......................................173
Bexiga Hiperativa....................................................178
Climatério..........................................................185
Gemelaridade.......................................................... 191
Bartholinite..........................................................196
HIV no Trabalho de Parto.......................................200
Câncer de Ovário.................................................205
Gestação Inicial .................................................211
Câncer de Endométrio............................................217
Bacteriúria Assintomática na Gestação ....................224
Torção Ovariana ....................................................231
Pródromo de Trabalho de Parto............................... 237
Laqueadura Tubária Bilateral....................................241
Dengue na Gestação................................................246
Vaginose Bacteriana ................................................252
Placenta Prévia ...................................................... 258
Gestação Ectópica...................................................265
Abortamento.......................................................... 2 71
Exame das Mamas Fibroadenoma.............................278
Plano de Parto.........................................................282
Cancro Mole...........................................................287
Úlcera Genital........................................................293
Capítulo 2
Ginecología
e Obstetrícia

Os checklists abaixo não são oficiais e representam


uma forma didática de orientar o aluno, elaborada
pela Medway com base nos relatos dos candidatos.

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Pré-Natal Rotina

Tema: Pré-Natal Rotina


Caiu em: USP-SP 2015, UNICAMP 2016 e 2020, CERCAM 2018, HSL 2019,
UFES 2019, SCMSP 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 25 anos, em sua
primeira consulta de pré-natal
ATENDIMENTO: dia 22/05/2020.

Tarefa 01:
Solicitou cartão de pré-natal.

Tarefa 02:
Classifique o risco da gestação.

Tarefa 03:
Indique as condutas para a paciente.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Cristina
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: auxiliar administrativa
• Estado civil: casada há 2 ano
• Motivo do atendimento: “ Doutor, minha menstruação está atrasada,
fiz o teste de gravidez na farmácia e veio positivo.”
• DUM: 23/03/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 29 dias
• Nega gestações prévias. Relata 1 aborto prévio de 8 semanas
há 11 meses
• Ainda não recebeu caderneta da gestante
• Nega anticoncepção e uso de preservativos
• Nega quaisquer sintomas
• Relata corrimento em pequena quantidade, transparente, sem odor
fétido, sem prurido. Nega sangramentos. Nega lesões vulvares.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.
• Quando questionada diretamente sobre uso de maconha: refere uso
de maconha algumas vezes por mês com amigos.
• Refere que irmã gêmea estava grávida há 3 meses e teve pré-eclâmpsia
na gestação.

Ao final da tarefa 03 se o candidato perguntar se a paciente tem alguma


dúvida, a atriz respondia:
• Como eu e minha irmão somos gêmeas, gostaria de saber se tenho mais
chances de estar grávida de gêmeos?

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Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, ginecológico, obstétrico).

Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
SaO2: 98% em a.a., FR: 21 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 88 bpm, PA:
110x60 mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.

Ginecológico:
• À inspeção estática nota-se ausência de úlceras e vesículas na região
vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.

Obstétrico:
• Fundo uterino não palpável. Não auscultado BCF.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou dados de identificação (procedência, religião,


estado civil, profissão)?

Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional?


(8 semanas e 4 dias)

Calculou DPP? (30/12/2020)

Questionou sobre a regularidade dos ciclos menstruais?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou anticoncepção e uso de preservativos?

Questionou sobre sintomatologia atual?

Questionou sobre sangramento, corrimento, dor e lesões


vulvares?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Questionou sobre antecedente familiares?

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Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou exame físico obstétrico?

Tarefa 02
Classificou como gestação de baixo risco

Tarefa 03
Solicitou todos os exames de rotina de 1º trimestre
adequadamente (hemograma; tipagem sanguínea + Rh;
glicemia de jejum; sorologias: toxoplasmose, sífilis, HIV
e hepatite B; urina tipo 1 e urocultura)?
Solicitou morfológico de 1º trimestre entre 11ª a 13ª semana
+ 6 dias de gestação?

Orientou o uso de preservativos?

Orientou interromper o uso da maconha?

Prescreveu ácido fólico?

Questionou sobre dúvidas?

Resolveu a dúvida da paciente sobre gemelaridade?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno?

Durante a consulta chamou a paciente pelo nome e usou


linguagem acessível?

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Debriefing
Lembre-se sempre que, em questões práticas, o “teatro da prova” é muitas
vezes responsável por até metade da questão! Então, sempre se apresente,
procure ser cordial, realize a assepsia das mãos antes do exame físico
(ou simplesmente informe ao examinador que realizou). Esses detalhes
valem para quaisquer questões! Outro ponto bem importante é avaliar em
qual situação o examinador colocou o aluno. Por exemplo, neste caso, você
está em uma UBS, então deverá pedir exames condizentes com o local onde
você se encontra!

Assim sendo, os exames de rotina pré-natal solicitados deviam seguir os


protocolos do Ministério da Saúde:
• Tipagem sanguínea ABO/Rh + Coombs indireto
• Hemograma
• Glicemia jejum
• VDRL ou teste rápido para Sífilis
• Anti-HIV ou teste rápido para HIV
• Hepatite B (HBsAg / anti-Hbs)
• Sorologia para Toxoplasmose (IgM e IgG)
• EAS (urina tipo 1) + Urocultura

Finalmente, vale se atentar para o momento de "esclarecer dúvidas do


paciente". Nesses casos, devemos sempre nos preocupar em passar uma
mensagem clara, sem excesso de termos médicos e sempre se dirigir ao
paciente pelo NOME! Vamos seguir, cada vez vai ficando mais interessante

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Ameaça de Aborto
Tema: Ameaça de Aborto
Caiu em: HIAE 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você está de plantão no Pronto Atendimento de uma maternidade e irá
atender uma paciente de 18 anos com queixa de sangramento vaginal.
ATENDIMENTO: dia 17/06/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Você gostaria de solicitar algum exame? Se sim, qual(is)?

Tarefa 03:
Dê a sua hipótese diagnóstica e as condutas para a paciente.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria Paula
• Idade: 18 anos
• Estado civil: mora junto com o pai do seu filho há 2 meses
• Motivo do atendimento: “Doutor, há 1 hora mais ou menos eu percebi
que estava sangrando bastante e desde então não parou.”
• Refere dor em baixo ventre de pequena intensidade
• Nega febre
• Nega sangramento prévio.
• Nega tontura, desmaio
• Nega corrimento
• Nega sintomas urinários
• Relata estar grávida de 3 meses
• DUM: 25/03/2020
• Primeira gestação. Nega abortos prévios.
• Nega comorbidades
• Relata estar em uso de ácido fólico 5mg
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

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Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL

01/06/2020 01/06/2020
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG -
HB/Ht 12,0/37,1 Hep. B anti-HbS +
Glicemia Jejum 90 Hep. C NR
HIV NR Urina 1 normal
Sífilis NR Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 98 bpm,
• PA: 100x60 mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, presença de dor a palpação profunda
de hipogástrio, ausência de visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo. Sangue coletado em fundo de saco em pequena quantidade. Paredes
vaginais íntegras, sem laceração.

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• Toque vaginal: útero anteroversofletido, intrapélvico. Colo uterino
indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva. Anexos
não palpáveis.
• BCF: 140 bpm

Resultados de exames (quando solicitados):


• Hb/Ht: 11,1/35,3
• Se o candidato solicitasse USG o examinador respondia
que o exame não estava disponível.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou sobre a quantidade de sangramento?

Questionou sobre a dor abdominal?

Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre febre?

Questionou sobre corrimento?

Questionou sobre tontura, desmaio?

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Questionou sobre sintomas urinários?

Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional? (12 semanas)


Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou Hb/Ht?

Não solicitou USG?

Tarefa 03
Explicou a hipótese diagnóstica: ameaça de abortamento?

Acalmou a gestante e informou que o bebê parecia bem?

Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D?


Explicou adequadamente porque a paciente necessitava
da medicação (“prevenção de complicações futuras”)?
Orientou cuidados para toxoplasmose?
Orientou retorno se sinais de alarme (qualquer um destes:
febre, dor, sangramento, corrimento, perda de líquido)

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Debriefing
Nesse caso, temos uma paciente gestante de primeiro trimestre
apresentando sangramento vaginal. Frente a um sangramento, a primeira
coisa que faremos é um EXAME ESPECULAR, que permite a avaliação
da quantidade e local de sangramento e se existe exteriorização de restos
ovulares. Neste caso, não há outros comemorativos para se pensar em
uma gestação ectópica (haveria associação com dor pélvica e poderiam
ser encontrados sinais de gravidade no exame físico, como peritonismo,
hipotensão ou taquicardia) ou doença trofoblástica (útero estaria maior
que o esperado para a idade gestacional e ainda poderia ser visualizado
sangramento vaginal exuberante ao exame físico, com exteriorização das
"vesículas"). Dessa forma, pensamos em um abortamento.

Definindo o “tema” abortamentos em sua cabeça, devemos avaliar se o colo


está aberto ou fechado para prosseguir o raciocínio. Portanto, o exame
ginecológico com TOQUE VAGINAL será fundamental! Vamos relembrar
os diagnósticos que podemos fazer a partir do toque vaginal?

Colo Aberto Colo Fechado


1. Incompleto 1. Completo
2. Inevitável (em curso) 2. Retido
3. Infectado 3. Ameaça
* raramente, alguns casos de abortamento incompleto podem se manifestar
com colo impérvio

Na ameaça de abortamento, o orifício interno do colo encontra-se fechado,


o volume uterino é compatível com a idade gestacional e não existem sinais
de infecção. Se realizado, o ultrassom mostrará feto vivo no interior da
cavidade uterina. Apesar disso, o ultrassom não é um exame essencial para
a determinação de conduta nesses casos. O colo impérvio é o principal sinal
clínico da ausência de um aborto em curso. A ultrassonografia poderá ser

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requisitada para diferenciar ameaça de abortamento de abortos completos
ou mesmo retidos, porém a conduta será mantida.

Outro ponto importante a ser comentado nesta questão é em relação à


prevenção da aloimunização Rh-D. Em mulheres Rh D-negativas, com
sangramentos de primeiro trimestre, independente da causa, recomenda-se
a realização de imunoglobulina anti-D na dose de 300 mcg intramuscular a
fim de evitar a aloimunização materna e possibilitar a ocorrência de doença
hemolítica perinatal em gestações futuras.

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DMG

Tema: DMG
Caiu em: PUCCAMP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: Consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você irá atender uma gestante de 29 anos, 2G1Pn, IG 27 semanas,
em consulta de rotina de pré-natal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê as condutas necessárias.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Karen
• Motivo do atendimento: “Consulta de rotina de pré-natal”
• Nega quaisquer sintomatologia
• Nega sangramentos, corrimento e perda de líquido
• Refere boa movimentação fetal
• Nega comorbidades prévias
• Em uso de ácido fólico e sulfato ferroso
• Não realizou nenhuma vacina durante a gestação

Caso o candidato solicitasse o Teste Oral de Tolerância a Glicose,


a atriz entregava o seguinte resultado:

TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE


• Jejum: 92
• 60 minutos após: 180
• 120 minutos após: 155

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso do examinador:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL
• Ao ser solicitado o exame físico, o candidato recebia o seguinte impresso:

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01/08/2020 01/08/2020
O negativo /
TS/CI Toxoplasmose IgM - / IgG -
negativo
HB/Ht 11,5/35,9 Hep. B anti-HbS +
Glicemia Jejum 90 Hep. C NR
HIV NR Urina 1 normal
Sífilis NR Urocultura negativa

EXAME FÍSICO
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 72 bpm,
PA: 100x60 mmHg.
• Abdome: gravídico, indolor a palpação. Altura do fundo uterino: 28cm.
BCF: 140 bpm, rítmico.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edemas, sem sinais de TVP.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Perguntou o nome da paciente?


Questionou sobre sintomatologias (dor, sintomas
urinários, hábito intestinal)?
Questionou sobre sangramento?

Questionou sobre corrimento?

Questionou sobre perda de líquido?

Solicitou o cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico?

Não realizou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou Teste Oral de Tolerância a Glicose?

Deu o diagnóstico de diabetes gestacional?

Orientou dieta e exercício físico?


Orientou perfil glicêmico simples por 2 semanas?
(jejum, 1 após café da manhã, almoço e jantar)
Orientou cuidados para toxoplasmose?

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Solicitou nova sorologia para toxoplasmose?
Orientou realização de imunoglobulina anti-D com
28 semanas?
Orientou vacina dTpa?

Marcou retorno precoce em 2 semanas?

Debriefing
Revisando então, em relação ao diagnóstico de DMG, devemos lembrar
que ele pode ser realizado em dois momentos do pré-natal. No início, caso
a glicemia de jejum seja > 92 mg/dL, já classificamos a paciente como DMG
e novos exames de triagem não são necessários. Caso a GJ seja normal, ela
deverá ser submetida a um teste oral de tolerância à glicose TOTG entre
24-28 semanas, sendo possível diagnosticar DMG se um ou mais valores
forem alterados, conforme o esquema a seguir:

Glicemia Jejum
• ≥ 92 e < 126 = DMG
(GJ) < 92

TOTG • GJ ≥ 92
24-28 Semanas • 1h ≥ 180 DMG
• 2h ≥ 153

Neste caso, era necessário introduzir o tratamento inicial para DMG,


que consiste em medidas clínicas, com orientação de dieta hipoglicêmica
e atividade física, além de manter controle glicêmico para acompanhar a
possível evolução da patologia e necessidade de introdução de medidas
mais invasivas, como a introdução de insulina.

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Pré-Eclâmpsia
Tema: Pré-Eclâmpsia
Caiu em: USP-SP 2016 e UNESP 2020

Grau de dificuldade: baixo / moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (na sala tinha um martelinho
de reflexos, soro, agulha e várias medicações)

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente com 24 anos de idade, secundigesta, idade gestacional de 33 semanas
e 6 dias, comparece ao Pronto Atendimento Obstétrico preocupada pois
foi à farmácia perto da sua casa aferir a pressão arterial e constatou que a
mesma estava 170x105mmHg.

Tarefa Única:
Faça o primeiro atendimento à paciente, citando qual o diagnóstico
etiológico mais provável e as próximas condutas.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Tatiana
• Motivo do atendimento: “Doutor, comecei a me sentir mal faz umas
2 horas, procurei a farmácia perto de casa para medir minha pressão
e ela estava 170x105 mmHg, então o farmacêutico falou para eu procurar
um médico, por isso vim aqui”
• Esqueceu o caderneta da gestante em casa
• Refere dor abdominal na região do estômago há 2 horas , do tipo pontada,
de moderada intensidade, sem irradiação
• Refere dor de cabeça e a visão está com pontos brilhantes (escotomas)
• Nega outros sintomas como vômitos, dispneia, alterações urinárias
• Nega contrações
• Refere boa movimentação fetal
• Nega alteração da pressão durante o pré-natal
• Nega comorbidades prévias
• Nega intercorrências obstétricas nesta gestação e na anterior
• Em uso de: sulfato ferroso e ácido fólico. Nega uso de medicações antes
da gestação.

Orientações
ao Examinador:
• Ao ser solicitada cardiotocografia, fornecer exame:
• Cardiotocografia: categoria 1
• Ao ser solicitado US obstétrico com doppler, fornecer exame:
• US: Gestação tópica e única, feto com peso fetal estimado de 2370
(percentil 50), ILA 13 cm, doppler normal.

32
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Perguntou o nome da paciente?

Questionou sobre motivo da consulta?

Solicitou a carteira de gestante?


Questionou acerca de sinais/sintomas como cefaléia,
escotomas, epigastralgia?
Questionou sobre outros sintomas como vômitos,
dispneia, alterações urinárias?
Questionou sobre contração e movimentação fetal?

Questionou sobre níveis pressóricos durante a gravidez?


Investigou intercorrências obstétricas na gravidez atual
e prévia?
Perguntou sobre antecedentes patológicos
pregressos da paciente?
Perguntou sobre uso de medicações antes e
durante a gestação?
Solicitou exame físico gineco-obstétrico?

Solicitou sinais vitais?

33
Indicou internação?

Solicitou proteinúria em fita?


Solicitou hemograma, uréia, creatinina, TGO, bilirrubinas
e LDH?
Prescreveu sulfato de magnésio e citou algum protocolo
(Pritchard/Zuspan)?
Indicou hidralazina EV agora?

Indicou corticoterapia?

Indicou SVD para quantificar diurese?


Solicitou exame para avaliação de vitalidade fetal
(cardiotocografia ou US com doppler?)
Citou sinais de possível intoxicação por sulfato de
magnésio (FR, reflexos profundos e diurese)?
Estabiliza a paciente e avalia a melhor via de parto só após
a estabilização?

Debriefing
Vamos relembrar um pouco sobre o tratamento de pré-eclâmpsia grave?
Em primeiro lugar, devemos definir o diagnóstico de pré-eclâmpsia,
que corresponde à hipertensão (PA>140x90) em gestantes após a 20ª
semana de gestação, associada à proteinúria significativa (≥ 300 mg em
urina de 24 horas ou relação proteína/creatinina ≥ 0,3 em urina isolada).
O diagnóstico pode ser fechado mesmo na ausência de proteinúria, quando
a hipertensão após a 20ª semana estiver acompanhada de comprometimento
sistêmico ou disfunção de órgãos-alvo (trombocitopenia, disfunção
hepática, insuficiência renal, edema agudo de pulmão ou sinais de iminência
de eclâmpsia ou eclâmpsia).

34
A pré-eclâmpsia pode ser classificada em pré-eclâmpsia com sinais ou
sintomas de comprometimento clínico e/ou laboratorial quando apresenta:

• Crise hipertensiva: PA ≥ 160 e/ou 110 mmHg


• Sinais de iminência de eclâmpsia: cefaleia, fotofobia e escotomas;
hiperreflexia, náuseas e vômitos; dor epigástrica ou em hipocôndrio
direito.
• Eclâmpsia: desenvolvimento de convulsões tônico-clônicas em pacientes
com o diagnóstico de pré-eclâmpsia
• Síndrome HELLP: hemólise (Hemolysis) → presença de esquizócitos
e equinócitos em sangue periférico e/ou elevação dos níveis de
desidrogenase lática (DHL) acima de 600 UI/L e/ou bilirrubinas indiretas
acima de 1,2; comprometimento hepático (Elevated Liver enzymes) →
aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT)
acima de duas vezes o seu valor de normalidade; e consumo de plaquetas
(Low Platelets) → plaquetopenia, definida por valores inferiores a
100.000/mm3
• Oligúria: diurese inferior a 500 mL/24h
• Insuficiência renal aguda: creatinina sérica ≥ 1,2 mg/dL
• Edema agudo de pulmão

Nas pacientes com eclâmpsia ou sintomas de iminência de eclâmpsia, o


sulfato de magnésio é a droga de escolha e deve ser introduzida precocemente.
Além disso, o controle pressórico deve ser realizado com uma medicação
de ação rápida, como a hidralazina endovenosa. A vitalidade fetal deverá
ser avaliada por cardiotocografia ou US obstétrico. O parto não precisa
ser realizado em caráter de urgência, caso haja boa vitalidade fetal.
Nesse caso, é possível estabilizar a paciente clinicamente para, após,
programar o parto, que deverá ocorrer por via obstétrica.

Sendo assim, a conduta neste caso, diante de uma paciente de 33 semanas


e 6 dias de gestação, com medidas pressóricas compatíveis com crise
hipertensiva e sinais clínicos de iminência de eclâmpsia, devemos internar,
investigar sinais de comprometimento laboratorial, iniciar terapia

35
antihipertensiva de resgate e iniciar o sulfato de magnésio. Enquanto a
sulfatação for mantida, devemos manter controles clínicos de FC, FR e
reflexos, bem como a sondagem vesical será necessária para controlar a
diurese. A vitalidade fetal deverá ser investigada imediatamente. Caso ela
esteja preservada, podemos estabilizar a paciente para, posteriormente,
programarmos a via de parto. Além disso, sendo o feto menor do que 34
semanas e com possibilidade de nascimento prematuro, a indicação de
corticoterapia para maturação pulmonar será mandatória.

36
Assistência ao
Trabalho de Parto
Tema: Assistência ao Trabalho de Parto
Caiu em: USP-SP 2019, UFES 2019, UFPR 2019, HSL 2018, SCMSP
2018/2016/2015, USP-RP 2017

Grau de dificuldade: moderado / alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (atriz está deitada na maca
de atendimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Leila, 22 anos, primigesta, com 39 semanas e 3 dias de idade
gestacional, chega à maternidade com queixa de dor forte abdominal.
Nega febre ou perda de líquido. Refere boa movimentação fetal.
Nega sangramentos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

37
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Doutor, estou sentindo muita dor na barriga. Ela está endurecendo de 5
em 5 minutos já faz 2 horas.
• Nega sangramento, perda de líquidos. refere boa movimentação fetal.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado:

EXAME FÍSICO:
• Sinais vitais: PA 120x72 mmHg. FC: 88 bpm. SpO2: 97% em a.a.
T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 36cm.
• DU: 3 contrações de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 145 bpm, rítmico.
• TV: colo medializado, pérvio 4cm, esvaecido 50%, plano -2 de De Lee.
Bolsa íntegra.
• CARTÃO DE PRÉ-NATAL: pré-natal de baixo risco
sem alterações.

Tarefa 02:
Preencha o partograma.

38
Tarefa 03:
Após 2h, paciente evoluiu com dor abdominal. Converse novamente com a
paciente e tome as condutas necessárias.
Caso o candidato solicite novamente o exame físico: dinâmica uterina
6 contrações em 10 min; BCF: 150 bpm; TV: colo medializado, pérvio 5
cm, esvaecido 70%, plano -2 de Delle. Bolsa íntegra. Ligamentos redondos
impalpáveis e indolores.

39
Orientações
à Atriz:
Ao questionar a atriz, ela respondia:
• “Doutor estou com muita dor na barriga. Está insuportável!!!
Não aguento mais!”
• Nega novamente sangramento e perda de líquido.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte
imagem:

Tarefa 04:
Após as suas medidas, esta é a nova cardiotocografia. Indique a categoria a
qual se enquadra o exame e a conduta adequada para o momento.

40
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre contração uterina?

Questionou sobre sangramento vaginal?

Questionou sobre perda de líquido?

Solicitou cartão de pré-natal

41
Solicitou exame físico da paciente?

Pediu para avaliar dinâmica uterina?

Avaliou BCF?

Demonstrou interesse em realizar exame de toque vaginal?

Tarefa 02
Fez o registro correta da dilatação (4 cm)?
Fez o registro correto da altura da apresentação
(altura -2 de De Lee.)?
Traçou corretamente a linha de alerta e a linha de ação?

Fez o registro correto das contrações (3 moderadas)?

Anotou corretamente o BCF 140 bpm?

Anotou bolsa íntegra?

Tarefa 03
Questionou sobre padrão da dor e contração?

Questionou sobre sangramentos ou perda de líquidos?

Acalmou a paciente?

Solicitou cardiotocografia?

Identificou se tratar de categoria 2?

Não indicou cesariana no momento?

Ofertou oxigênio?

42
Orientou decúbito lateral?

Realizou hidratação?

Tarefa 04
Identificou se tratar de categoria 1?

Não indicou cesariana no momento?

Indicou seguimento do trabalho de parto?

Debriefing
Nesta questão, após identificar o diagnóstico de fase ativa de trabalho de
parto, devido à presença de 3 contrações em 10 minutos associadas à dilatação
de 4 cm e anotar a avaliação no partograma, o aluno deveria demonstrar
um manejo adequado de trabalho de parto. A avaliação de vitalidade fetal,
com a cardiotocografia intraparto, é fundamental para a monitorização
fetal. No exame apresentado pelo examinador, temos uma cardiotoco com
linha de base adequada (entre 110 - 140), porém com algumas desacelerações
no início do traçado, algumas com decalagem (desacelerações tardias), sendo
assim uma cardiotocografia categoria 2. Também observamos múltiplas
contrações, com pouco espaçamento entre elas.

A ausência de dor à palpação de ligamentos redondos e ausência do sinal


de Bandl (depressão em faixa abaixo da cicatriz umbilical, decorrente
da distensão das fibras do segmento inferior do útero) não sugerem o
diagnóstico de rotura uterina, que deveria ser excluído nesse caso (mesmo
sendo uma paciente sem maiores riscos para rotura uterina, o que acontece,
por exemplo, em parturientes com cesarianas ou cirurgias uterinas prévias).
Sendo assim, concluímos se tratar de uma taquissistolia.

43
A taquissistolia deve ser manejada, inicialmente, com medidas não
invasivas. Se ocitocina estiver sendo infundida, ela deverá ser suspensa.
Hidratação venosa com soro fisiológico, mudança de decúbito da gestante
e oxigenoterapia com cateter de O2 são outras medidas com eficácia.

Na questão, a nova cardiotoco demonstrou-se normal (categoria 1), sendo


possível continuar o manejo do trabalho de parto.

Atenção. Esta questão cobrou de forma bastante prática, a avaliação


da cardiotocografia. Aqui devemos lembrar que CTG categoria 2 não é
indicativo de um parto por cesariana de emergência. Ela é um sinal dealerta,
indicando a realização de manobras de ressuscitação intra uterina visando
a melhora da oxigenação fetal. Em caso de normalização do padrão da
cardiotocografia, pode-se seguir à condução do trabalho de parto, como foi
o caso da questão.

44
Anticoncepcional
Oral
Tema: Anticoncepcional Oral
Caiu em: EMESCAM 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e irá atender uma
paciente, 36 anos, em acompanhamento para tratamento de hipertensão
arterial bem controlada. Vem a consulta agendada para fazer uso de método
contraceptivo, pois iniciou relacionamento recente.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê as condutas necessárias a paciente.

45
Tarefa 03:
Após as orientações, a paciente diz pensar em DIU, mas no momento tem
interesse em testar o injetável trimestral. Prescreva a opção disponível no
Sistema Único de Saúde.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Janaína
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: do lar
• Estado civil: solteira
• Motivo do atendimento: “ Doutor, gostaria de voltar a tomar pílula, pois
comecei um novo relacionamento recente e não quero engravidar.”
• Método anticonceptivo anterior: tomou por conta própria
anticoncepcional durante 6 anos, 10 anos atrás, desde então uso exclusivo
de preservativo.
• Parceiro fixo atual
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nea dismenorréia.
• Ciclo menstrual regular 28/28 dias, com fluxo normal
• G1P1
• DUM: há 1 3 dias
• Comorbidades: HAS bem controlada há 3 anos. Refere também dor de
cabeça do lado esquerdo, tipo pulsátil, sem náuseas ou vômitos, com
luzinhas na visão antes do início da dor há cerca de 3 anos, mas nunca
procurou atendimento por conta disso, pois a dor cessa após 1 dia.
• Medicações de uso contínuo: losartana 50mg 1x/dia e HCTZ
25mg 1x/dia.
• Nega cirurgias prévias
• Nega alergias

46
• Nega eventos trombóticos prévio
• Tabagista de 1 maço/dia desde os 19 anos. Etilista aos finais de semana
• Nega antecedentes familiares

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente, e apenas se solicitado, o cartão de exame físico
geral e do exame ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 70 bpm, PA: 125x80 mmHg. FR: 14 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas
e visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, tamanho normal.
Colo uterino indolor à mobilização, fechado. Sem alterações.
Anexos não palpáveis

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

47
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre relacionamento atual?
Questionou sobre queixas ginecológicas como corrimento,
sangramento, dismenorreia?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou DUM?

Questionou sobre comorbidades?

Questionou sobre medicações em uso?

Questionou sobre cirurgias e alergias?


Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedentes de eventos
tromboembólicos?
Questionou sobre antecedente familiares?

48
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?


Avaliou se rotinas ginecológicas para faixa etária estão
atualizadas (citologia oncótica)?

Tarefa 02
Ofereceu métodos seguros e eficazes de contracepção
para a paciente (Progestágeno injetável trimestral, DIU
de cobre ou hormonal)?
Explicou as principais desvantagens de cada um dos
métodos oferecidos em linguagem acessível?
Reforçou importância de preservativo para prevenção
de Infecções Sexualmente Transmissíveis?
Reforçou disponibilidade de preservativo masculino
e feminino na UBS?
Marcou consulta de retorno?

Tarefa 03
Prescreveu Medroxiprogesterona 150mg-ML – 1 ampola
– Aplicar intramuscular profundo em glúteo (nádega)
ou deltoide (parte superior do braço) a cada 12 semanas
(intervalo máximo 91 dias)
Prescreveu medroxiprogesterona ou DIU de cobre (ambos
são disponíveis pelo SUS).
Orientou a respeito da contraindicação ao uso de métodos
combinados (anticoncepcional oral combinado, injetável
mensal, adesivo, anel vaginal)

49
Debriefing
Nesse caso apresentado na questão, devemos observar que a paciente possui
múltiplas contraindicações a métodos combinados, que incluem as pílulas
combinadas, injetável mensal, o adesivo e o anel vaginal! Em primeiro
lugar, a presença de hipertensão, mesmo que adequadamente controlada, é
considerada categoria 3 para métodos com estrogênio. Além disso, cefaleias
de características migranosas também contraindicam o uso de métodos
combinados, se houver aura (categoria 4 para qualquer paciente) ou mesmo
se não houver aura para mulheres acima de 35 anos. O tabagismo também
depende da idade. Mulheres tabagistas acima de 35 anos serão categoria 3,
se fumam < 15 cigarros/dia, ou categoria 4, se >15 cigarros/dia.

História de
hipertensão
mas pressão
Hipertensão não avaliável 3 3 2 2 2 1 2
(incluindo
hipertensão
na gravidez)

Hipertensão
adequadamente 3 3 1 2 1 1 1
controlada

Pressão arterial
elevada
3 3 1 2 1 1 1
(PAS 140-159
ou PAD 90-99)

Pressão arterial
elevada (PAS> 4 4 2 3 2 1 2
160 ou PAD>100)

Doença vascular 4 4 2 3 2 1 2

50
I: 1 I: 1
Não-
Cefaleias 1 1 1 1 1
migrânea
C: 2 C: 2

Migrânea I: 2 I: 2 I: 1
sem aura 2 2 1 2
(<35 anos) C: 3 C: 3 C: 2

Migrânea I: 3 I: 3 I: 1
sem aura 2 2 1 2
(>35 anos) C: 4 C: 4 C: 2

I: 2 I: 2 I: 2 I: 2
Migrânea
4 4 1
com aura
C: 3 C: 3 C: 3 C: 3

COC,
AMP DIU SIU-
Patch, IM POP ETOi
/ ENT Cu LNG
Anel

Tabagismo Idade <35 anos 2 2 1 1 1 1 1

Idade >35 anos


(<15 cigarros / 3 2 1 1 1 1 1
dia)
Idade >35 anos
(>15 cigarros/ 4 3 1 1 1 1 1
dia)

Nessas situações, as opções mais seguras para a paciente que tem


contraindicação a uso de estrogênio são os progestagênios isolados (VO ou
IM) e os LARCs (DIUs hormonais e não hormonais, e mesmo o implante
subdérmico). Vale se atentar para as peculiaridades do uso de cada um
desses métodos, como a aplicação do injetável trimestral que foi cobrada
nessa estação.

51
Investigação de
Nódulo Mamário
Tema: Investigação de Nódulo Mamário
Caiu em: CERMAM 2019, INC 2019, UNIFESP 2018, UFPR 2018,
USP-SP 2017, UNICAMP 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você irá atender uma paciente de 40 anos de idade. Ela relata que durante
a realização do autoexame percebeu um nódulo em mama esquerda.
Ela refere ainda que irá se casar em breve e está muito receosa com
a possibilidade de estar com câncer de mama.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Descreva as principais etapas do exame físico das mamas.

Tarefa 03:
Dê as condutas necessárias à paciente.

52
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Aparecimento de nódulo em mama esquerda percebido durante
o autoexame há 5 dias
• Nega descarga papilar. Nega dor local
• Nega traumas no local
• Nega outros nódulos e alteração da pele
• Menarca aos 12 anos;
• Ciclos regulares de 28 dias com fluxo moderado de 5 dias
• Sexarca aos 16 anos, parceiro único
• Nuligesta
• DUM: há 10 dias
• Último CCO há 3 anos: não lembra o resultado
• Nega patologias prévias
• Refere que tia materna faleceu há 1 ano de CA de mama com 53 anos
• Nega alergias
• Nega tabagismo. Refere etilismo social esporádico
• Refere alimentação balanceada

No momento que o candidato solicitasse uma mamografia a atriz entregava


o seguinte laudo:
• Mamografia BIRADS 3.

53
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
as seguintes informações?

EXAME FÍSICO
• Ausência de abaulamento, retrações e assimetrias à inspeção estática
e dinâmica das mamas.
• Palpação: Nódulo em QSL esquerdo, móvel, fibroelástico,
de aproximadamente 2cm. Ausência de descarga papilar a expressão.
Fossas supra e infraaxilares livre. Axilas livres.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Fez história clínica direcionada para o nódulo mamário?

Perguntou sobre outros nódulos, trauma local, alterações


da pele e descarga papilar?
Perguntou sobre antecedentes familiares de câncer
de mama e ovário?
Perguntou sobre antecedentes menstruais?

54
Perguntou sobre antecedentes obstétricos?
Perguntou sobre hábitos de vida (tabagismo, etilismo,
alimentação)?

Tarefa 02
Pediu permissão para realização do exame mamário?

Mencionou lavar as mãos antes do exame?

Mencionou inspeção estática e dinâmica?


Mencionou palpação de mamas com características
a serem observadas no nódulo e fluxo papilar?
Mencionou avaliação de linfonodos axilares, infra
e supraclaviculares

Tarefa 03
Solicitou mamografia?

Não solicitou USG?

Não solicitou ressonância magnética?

Não realizou biópsia?


Orientou a paciente sobre resultado de mamografia
(provavelmente benigno)?
Orientou conduta de seguimento pós resultado
de mamografia BI-RADS 3 (nova mamografia em 6 meses)?
Orientou necessidade de realização de novo CCO?

Marcou consulta de retorno?

55
Debriefing
Vamos relembrar então as características e conduta de cada classe
relacionada ao BiRads?

Categoria 0: Incompleta. Necessária avaliação complementar dos


achados por outros métodos de imagem ou por incidências especiais na
mamografia. Após os novos exames, a imagem deve ser classificada em
dentre as seis categorias seguintes.
Categoria 1: Negativa. As mamas são simétricas, sem massas, distorções
de arquitetura ou calcificações. Sugere-se seguimento de rotina.
Categoria 2: Achados benignos. Nenhuma característica sugestiva de
malignidade. Por exemplo, cisto simples, linfonodos intramamários,
próteses e prováveis fibroadenomas sem modificações em comparação
com exames anteriores. Recomenda-se seguimento de rotina ou a critério
clínico.
Categoria 3: Achados provavelmente benignos. Apresentam risco
de malignidade inferior a 2% como, por exemplo, assimetrias focais
que diminuem ou desaparecem à compressão; e cistos complicados
não palpáveis. Seguimento da lesão em 6, 12 e 24 meses. A critério do
examinador, a lesão pode ser classificada como categoria 2 na ausência de
modificações suspeitas.
Categoria 4: Anormalidade suspeita. Probabilidade intermediária de
câncer, entre 3% e 94%, o que justifica a estratificação das lesões em
baixo, intermediário ou alto grau de suspeição. Por exemplo, lesão sólida,
de forma irregular e orientação vertical à pele, visibilizada ao exame
ultrassonográfico. A biopsia deve ser considerada.
Categoria 5: Altamente sugestivo de malignidade. A probabilidade de
malignidade é superior à 95%, e a indicação é de estudo anatomopatológico.
Por exemplo, massa espiculadas, irregulares e de alta densidade; e massas
espiculadas de alta densidade associadas à microcalcificações pleomórficas.
Categoria 6: Malignidade conhecida. O diagnóstico de câncer já foi
determinado por biopsia prévia. Por exemplo, pacientes submetidas à
quimioterapia neoadjuvante e que fazem novos exames de imagem para
avaliação de regressão tumoral.

56
Fonte: Freitas-Junior R, Soares LR. Abordagem clínica das lesões mamárias palpáveis e não palpáveis. São Paulo:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Ginecologia, no. 80/ Comissão Nacional Especializada em Mastologia).

Aproveitamos aqui também para revisar o fluxograma diagnóstico de


lesões mamárias palpáveis em pacientes acima de 40 anos. Lembrando que,
pacientes com menos de 30 anos, não devem ser submetidas à mamografia.
Entre 31 e 40 anos, deve-se individualizar a solicitação de exames.

Massa palpável ao exame fisico,


em mulheres com idade 40 anos

MMG-USG

Exame fisico sem caracteristicas de malignidade


Exame fisico com caracteristicas suspeitas de
malignidade (retração ou lesões ulceradas de pele,
edema e hiperemia difusa da mama,lesão
USG e MMG papilar descamativa, entre outras)
USG e/ou MMG
com achados com achados
especificamente provavelmente benignos
benignos BI-RADS (BI-RADS Categoria 3) USG OU MMG USG e/ou MMG
Categoria 2 com achados inconclusiva ou sem
suspeitos correspondência
Seguimento clínico e radiológico de malignidade com os achados clínicos
Comparação com
individualizado; Rastreamento exames anteriores
anual com MMG
Biopsia da lesão Biopsia da lesão
dirigida pelo exame dirigida pelo exame
Lesão estável Lesão ausente ou Lesão estável físico ou por USG/ físico: core biópsia
há ≤ 2 anos progressão da lesão: há ≥ 2 anos MMG a depender da de nódulo palpável.
Exames anteriores disponibilidade e da biópsia de pele (punch)
indisponíveis. Alto identificação da lesão das alterações cutâneas
risco genético para
câncer de mama
Controle clínico e AP com lesão AP com lesão AP com
Reclassificar para BI-
radiológico em 6 meses: benigna e precursora ou malignidade
RADS Categoria 2:
Considerar biópsia da sem atipias com presença confirmada
Rastreamento anual com
lesão na presença de de atipias
MMG: Considerar biopsia
características suspeitas na presença de outros
de malignidade. critérios de suspeição
para malignidade.

Considerar biopsia
da lesão
Revisão de lâminas Tratamento Tratamento
e nova biópsia da cirurgico oncológico
lesão. Considerar especifico individualizado
Tratamento específico conforme maior amostragem Cirurgia,
AP: Se lesão benigna controle da lesão ou biópsia Terapia
clínico e radiológico. cirúrgica, em casos sistêmica
Se lesão maligna ou com atipias, selecionados
considerar tratamento específico

57
Infertilidade

Tema: Infertilidade
Caiu em: UNICAMP 2019

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ginecológica

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 32 anos, vem a consulta ambulatorial, referindo que tenta
engravidar há 3 anos, sem sucesso.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual o diagnóstico?

Tarefa 03:
Solicite a avaliação básica inicial.

Tarefa 04:
Realizada a avaliação Inicial e o único exame alterado foi a

58
histerossalpingografia conforme a imagem a seguir. Qual o diagnóstico e a
conduta?

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Ana Júlia
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: auxiliar administrativa
• Estado civil: casada há 5 anos
• Motivo do atendimento: “ Doutor, eu e meu marido estamos casados há
5 anos e há 3 anos estamos tentando engravidar, mas não conseguimos
• Relações sexuais 3x/semana
• Relata que usava anticoncepcional oral antes desses 3 anos
• Ciclos menstruais regulares de 28/28 dias com fluxo normal de 5 dias
• DUM: há 7 dias
• Nuligesta

59
• Sexarca aos 16 anos
• Último CCO: há 1 ano, sem alterações
• Marido também nunca teve filhos (marido não pode vir a consulta, pois
estava trabalhando)
• Nega corrimento, dismenorréia, sangramento anormal
• Nega infecções prévias
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.
• Nega antecedentes familiares de infertilidade

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente, e apenas se solicitado, o cartão de exame físico
geral e do exame ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 62 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 16 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII b,
sem sinais de TVP.

60
EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações. Útero em AVF, intrapélvico.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre relacionamento atual e número
de relações sexuais semanais?
Questionou sobre queixas ginecológicas como corrimento,
sangramento, dismenorreia?
Questionou sobre infecções genitais prévias?

Caracterizou ciclo menstrual?

Questionou DUM?

Questionou porquê marido também não veio a consulta?

61
Questionou se marido tem outros filhos?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Questionou sobre antecedente familiares de infertilidade?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Tarefa 02
Infertilidade primária

Tarefa 03
Citou espermograma?

Citou laboratório hormonal (FSH, TSH, prolactina)?

Citou USG-TV e histerossalpingografia?

Tarefa 04
Prova de Cotte negativa bilateral ou trompas impérvias
na histerossalpingografia
Indicou indicou fertilização in vitro?

62
Debriefing
Infertilidade é um tema que surpreendeu muita gente quando caiu na
UNICAMP em 2019. Mas veja que já era uma questão esperada nas estações
de provas práticas de ginecologia, pois esse tema apresenta um raciocínio
diagnóstico sequencial de acordo com a anamnese, exame físico, além de
exames complementares básicos e avançados. Fique atento, pois ela pode
aparecer novamente este ano!

Relembrando alguns conceitos básicos cobrados na questão! O diagnóstico


de infertilidade deve ser dado após 1 ano de tentativas de engravidar, sem
sucesso. Após esse período, deve ser iniciada uma investigação básica, que
inclui a avaliação da ovulação (avaliar regularidade menstrual e solicitar
exame FSH, TSH e prolactina), do espermograma, da cavidade uterina
(geralmente com ultrassom transvaginal) e finalmente da permeabilidade
das tubas uterinas (observada a partir da histerossalpingografia).A avaliação
tubária demonstrou obstrução completa bilateral, o que determina a
presença de um fator tubário grave. Isso é uma indicação clássica de
fertilização in vitro, portanto, esta seria a indicação de tratamento no caso
apresentado.

63
Corrimento Vaginal
Tema: Corrimento Vaginal
Caiu em: HIAE 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e irá atender a paciente
Patrícia, 20 anos, com queixa de corrimento vaginal há 1 semana.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Realize o exame físico direcionado.

Tarefa 03:
Explique a paciente o diagnóstico citando o agente causador, e oriente
tratamento.

64
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, faz uma semana mais ou menos que estou
com um corrimento diferente.”
• Características do corrimento: corrimento esbranquiçado com grumos,
em grande quantidade, sem odor muito forte
• Refere muito prurido associado e um pouco de dispareunia
• Nega outros sintomas associados como febre, disúria, polaciúria
• DUM: há 15 dias
• Nuligesta
• Está em um relacionamento fixo há 4 meses
• Nº de parceiros: 6
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 15
• Nega antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis
(no momento da pergunta a paciente fica com preocupada achando que
está com uma IST)
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo

Orientações
ao Examinador:
• O candidato só recebia o que era pedido (geral, especular, pH vaginal,
exame a fresco e toque vaginal).

65
EXAME FÍSICO:
• Geral: BEG, LOTE, corada, hidratada, anictérica, acianótica,
afebril ao toque.
• Especular (FOTO)

• pH vaginal: 4,0.
• Exame a fresco: presença de micélios birrefringentes.
• Toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.
• Útero em AVF, intrapélvico.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

66
Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características do corrimento vaginal


(cor, odor, volume)?

Questionou sobre presença de prurido e dispareunia?

Questionou sobre presença de outros sintomas como febre


e sintomas urinários?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?

Questionou sobre ISTs prévias?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Tarefa 02
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame especular?

Descreveu as características do corrimento encontrado


(branco aderido a parede vaginal)?

Solicitou pH vaginal?

67
Solicitou exame a fresco?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 03
Citou diagnóstico etiológico: candidíase?

Citou agente causador: Candida sp. (considerar também


Candida albicans)?

Esclareceu não se tratar de uma IST?

Esclareceu que o parceiro não precisa ser tratado também?

Prescreveu miconazol creme vaginal por 7 noites


ou nistatina creme vaginal por 14 noites ou fluconazol via
oral em dose única?
Orientou outras medidas não farmacológicas para evitar a
ocorrência de candidíase (evitar duchas vaginais, realizar
higiene externa da vulva com sabonete íntimo, utilizar
calcinhas de algodão, procurar manter a vulva e vagina
ventiladas).

Orientou uso de preservativo para prevenir IST?

Ofertou anticoncepção?

68
Debriefing
Nesta questão apresentada, tínhamos a presença de uma candidíase clássica.
A descrição é de um corrimento esbranquiçado, grumoso, semelhante à leite
coalhado, aderido à paredes vaginais, associado à prurido vulvo-vaginal e
eritema genital. A irritação local pode também ocasionar sintomas urinários
irritativos, como disúria e polaciúria. O agente etiológico é o fungo Candida
sp, sendo a espécie mais comum a Candida albicans. O pH vaginal, exame
fundamental na avaliação etiológica de corrimentos vaginais, é ácido na
candidíase, que permite o desenvolvimento e multiplicação do fungo.
Como tratamento, devemos orientar medicamentos antifúngicos orais
(fluconazol ou itraconazol) ou tópicos (miconazol, nistatina, buconazol).

Além disso, medidas não-farmacológicas são essenciais para prevenção


e para evitar recorrências, podendo-se orientar evitar duchas vaginais,
realizar higiene externa da vulva com sabonete íntimo, utilizar calcinhas
de algodão, procurar manter a vulva e vagina ventiladas.

69
Colpocitologia
Oncótica
Tema: Colpocitologia Oncótica
Caiu em: UNIFESP 2019, EMESCAM 2018, UNESP 2018, SCMSP 2017,
UFPR 2017

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente de 62 anos comparece para “consulta ginecológica de rotina”.
Refere que estava lendo sobre câncer de mama no jornal e ficou com medo,
o que motivou a procura do serviço de saúde. Nega comorbidades, cirurgias
prévias, tabagismo ou uso atual de medicamentos. Traz exames laboratoriais
realizados há 6 meses, com hemograma, glicemia, função renal e hepática,
sem alterações.

Tarefa 01:
Realize o atendimento ginecológico direcionado para esta paciente.

Tarefa 02:
Cite o passo a passo da realização do exame de colpocitologia oncótica.

70
Tarefa 03:
Paciente retorna em 1 mês com o seguinte resultado do CCO: Atipia
escamosa-colunar de significado indeterminado. Dê as condutas e
orientações.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega sangramento uterino pós menopausa
• Nega corrimento, prurido ou lesões em região genital
• Nega queixas mamárias como nódulos, mastalgia e descarga papilar
• Nega incontinência urinária
• Menopausa aos 53 anos
• Nega fogacho, ressecamento vaginal ou alteração do humor
• Nega ter realizado terapia de reposição hormonal em algum momento
do climatério
• Menarca aos 12 anos aproximadamente
• Relata que seu marido foi o único homem que teve. Casou com ele aos
15 anos. Ele era muito mulherengo e faleceu há 4 anos por problemas no
coração. Não teve mais relações sexuais depois que ficou viúva.
• G4Pn4A0
• Refere HAS há 5 anos em uso de losartana 50mg 2x/dia
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Tabagista 50 maços-ano
• Nega história familiar de CA de mama, ovário, endométrio e colorretal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

71
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre sangramento uterino pós menopausa?


Questionou sobre corrimento, prurido ou lesões em região
genital?
Questionou sobre queixas mamárias?

Questionou sobre incontinência urinária?

Questionou idade da última menstruação?

Questionou sintomatologia do climatério?

Questionou realização de terapia de reposição hormonal?

Questionou sobre menarca e histórico sexual?

Questionou paridade?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Tarefa 02
Citou necessidade de um acompanhante na sala para
realização do exame?
Citou necessidade de explicar e pedir autorização para a
paciente?

72
Citou separar os materiais necessários (lâmina, espéculo,
escova endocervical ou cytobrush, espátula de Ayres,
fixador, frasco coletor e foco de luz)?
Citou lavar as mãos, colocar a paciente em posição
ginecológica e calçar as luvas de procedimento?
Citou passar o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?
Citou coleta correta o material: primeiro ectocérvice e
depois endocérvice?
Citou fixar material na lâmina corretamente?

Citou retirar o espéculo com cuidado e orientar a paciente?

Tarefa 03
Orientou se tratar de um exame alterado?

Orientou necessidade de um novo exame em 6 meses?


Orientou quanto à benignidade do quadro e que não há
com o que preocupa no momento?
Marcou retorno em 6 meses?

Debriefing
Então, não custa revisarmos o passo-a-passo da coleta de citologia:
1. se apresentar, solicitar acompanhante na sala para realizar o exame
ginecológico, e explicar como será feita a coleta;
2. Pedir autorização à paciente
3. Com as mãos devidamente higienizadas, calçar luvas de procedimento;
4. Colocar a paciente em posição ginecológica;
5. Introduzir o espéculo vaginal e identificar o colo do útero;

73
6. Com um espátula de Ayre, coletar material ectocervical realizando uma
circunferência de 360º. Imediatamente após, aplicar o conteúdo coletado
na lâmina;
7. Coletar material endocervical com endobrush (“escovinha endocervical”)
e realizar uma volta completa. Aplicar o material coletado na lâmina;
8. Fixar a lâmina com o fixador (álcool 70%);
9. Identificar a amostra e encaminhar ao laboratório para análise.

Em relação ao resultado da citologia, a atipia escamosa-colunar de significado


indeterminado (ASCUS) em mulheres acima dos 30 anos indica a repetição
mais precoce da citologia, após 6 meses ao invés de um ano. Para pacientes
na pós-menopausa, o uso de estrogênio vaginal antes da repetição do exame
pode auxiliar na epitelização da mucosa cervical e melhorar a qualidade da
análise.
Células escamosas atípicas de significado indeterminado,
possivelmente não neoplásicas (ASC-US)

Sim 30 anos ou mais? Não

↓ ↓
Repetir citopalógico em 6 meses Repetir citopatológico em 12 meses


Novo resultado anormal?
Sim Não

Colposcopia

Achados anormais maiores ou sugestivos de invasão?
Sim Não
↓ ↓
Biópsia JEC completamente visível?
Não Sim
↓ ↓
↓ Avaliação do canal
endocervical
Biópsia ou
seguimento
Lesão intraepitelial ou câncer
↓ Sim
Não ↓ ↓
Repetir citopatológico em 6 meses
Conduta específica (ou 12 meses se < 30 anos)

74
Toxoplasmose
Tema: Toxoplasmose

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 30 anos,
primigesta, em sua segunda consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 22/06/2020.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê os diagnósticos da paciente e indique os exames complementares
se necessário.

Tarefa 03:
Indique os exames para investigação complementar e o tratamento.

75
Tarefa 04:
Paciente retorna com 18 semanas de idade gestacional com
resultado de PCR do líquido amniótico positivo para toxoplasmose.
Indique o tratamento farmacológico no momento.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Marta.
• Natural de Piauí.
• Residente em São paulo há 3 anos.
• Profissão: jardineira.
• Estado civil: casada há 1 ano.
• Motivo do atendimento: “Doutor, vim trazer os exames que o senhor me
pediu na última consulta”
• DUM: desconhecida.
• Nega gestações prévias.
• Refere queimação no canal da urina ao urinar há 2 semana.
Nega febre e outros sintomas.
• Nega corrimento e sangramentos. Nega lesões vulvares
e prurido vulvar.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega uso de outras drogas.
• Refere não possuir gato em casa, mas refere que na casa onde trabalha
tem muitos gatos de estimação.

76
Orientações
ao Examindor:
• Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o examinador informava que
o mesmo não estava disponível.
• Ao ser solicitado a USG realizada, o candidato recebia o seguinte
resultado:
• USG (12/06/2020): gestação tópica, única, com idade gestacional
compatível com 12 semanas e 4 dias.
• Ao ser solicitado os exames laboratoriais realizados, o candidato recebia
o seguinte cartão:

15/06/2020 15/06/2020
TS O positivo Toxoplasmose IgM + / IgG +
HB/Ht 11,9/37,3 Hep. B anti-HbS +

Glicemia Jejum 89 Hep. C NR

HIV NR Sífilis NR

77
• Urina tipo 1:

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(geral, ginecológico, obstétrico).
Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
SaO2: 98% em a.a., FR: 16 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 78 bpm, PA: 110x60
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis. Giordano negativo bilateralmente.
Ginecológico:
• À inspeção nota-se ausência de úlceras e vesículas na região vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.

78
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável na altura da sínfise púbica. BCF 140 bpm.
• Caso o candidato solicite na tarefa 2 o teste de avidez de IgG
para toxoplasmose, entregar o seguinte resultado:
• Teste de Avidez de IgG para toxoplasmose: 21%.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou dados de identificação (procedência, religião,


estado civil, profissão)?

Questionou DUM?

Solicitou USG e calculou corretamente a idade gestacional


(14 semanas)?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre sintomatologia atual?

Questionou contato com gatos?

Questionou contato com solos?

Questionou sobre ingestão de carnes cruas?

79
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico e obstétrico?

Solicitou os exames laboratoriais já realizados?

Tarefa 02
Indicou o diagnóstico de primigesta e de gestação
em curso com 14 semanas?
Indicou o diagnóstico de toxoplasmose aguda ou crônica?
Solicitou teste de avidez de IgG para esclarecimento
diagnóstico?
Deu o diagnóstico definitivo de toxoplasmose aguda?

Indicou o diagnóstico de infecção urinária?

Tarefa 03
Solicitou USG mensal de acompanhamento?

Solicitou PCR do líquido amniótico por amniocentese


a partir de 16 semanas?
Prescreveu Espiramicina 1g de 8/8hrs (no momento
do diagnóstico)?

Prescreveu antibioticoterapia para ITU?

Solicitou urocultura de controle após 7 dias de tratamento?

Prescreveu ácido fólico?

Questionou sobre dúvidas?

80
Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno
com exames solicitados?

Tarefa 04
Indicou corretamente o tratamento para infecção fetal
( Sulfadiazina 1500mg de 12/12hrs + Pirimetamina 25mg
de 12/12hrs + Ácido Folínico 10mg/dia)?

Debriefing
Nessa estação, trabalhamos a consulta de pré-natal de uma forma um pouco
diferente, sem muito enfoque na anamnese (que provavelmente já foi muito
bem feita na primeira consulta). Aqui, o objetivo é avaliar os exames de
pré-natal e suas alterações.

Nesta questão, foram cobradas duas alterações da rotina pré-natal:

1. Infecção urinária:
Paciente gestante com clínica de ITU (disúria, polaciúria, dor hipogástrica,
urgência) deve ser tratada com antibiótico! Aqui, a urina I demonstra
leucocitúria e reforça essa característica infecciosa. A urocultura seria
útil para demonstrar o crescimento bacteriano e identificar a bactéria;
o antibiograma poderia demonstrar a suscetibilidade aos antibióticos.
IMPORTANTE! Sempre solicitar uma UROCULTURA DE CONTROLE,
a ser coletada 7 dias após o término do antibiótico, para qualquer gestante
que tenha tratado ITU (cistite ou bacteriúria assintomática).

2. Toxoplasmose:
Apesar de a toxoplasmose aguda na gestação nunca ter sido cobrada
diretamente nas provas práticas de residência médica, há um protocolo de
condutas muito bem estabelecido pelo Ministério da Saúde, o que torna
este um tema quente que pode facilmente estar presente na sua prova no

81
final do ano. Aqui, a dica é focar na sequência de exames necessários para
diagnóstico de infecção aguda e fetal, e no tratamento de cada situação.
Na questão apresentada, a paciente apresentava IgG e IgM positivos já na
primeira rotina de exames, antes das 16 semanas de gestação. Esse resultado
demanda que seja iniciada espiramicina de imediato (medicação que reduz
a transmissão do parasita da mãe para o feto) e coletado o TESTE DE
AVIDEZ para IgG. A avidez elevada do IgG (>60%) indica infecção tardia,
há mais de 16 semanas da realização do teste e permite dizer que a doença
ocorreu antes da gestação, podendo-se suspender a espiramicina. A avidez
baixa do IgG (<30%) indica infecção recente por toxoplasmose e deve-
se prosseguir a investigação com testes mais invasivos, como o PCR de
líquido amniótico, com o objetivo de diagnosticar infecção fetal. Caso seja
comprovada infecção fetal, deve ser iniciado esquema SPAf (sulfadiazina,
pirimetamina e ácido folínico).

Vamos relembrar um pouco mais dessa sequencia diagnóstica com o


fluxograma a seguir:

82
Sorologia para
Toxoplasmose
(realizada até 16ª semana)

↓ ↓ ↓ ↓
IgM neg IgM pos IgM pos IgM neg
IgG neg IgG neg IgG pos IgG pos
↓ ↓ ESP ↓ ↓
Repetir Teste de avidez da Imunidade
Suscetibilidade
em 3 sem IgG na mesma amostra remota

↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Sorologia mensal IgG neg IgG pos Avidez Avidez
ou trimestral baixa alta

↓ ↓ ESP
Medidas Falso Infecção
higiênico positivo recente
dietéticas
↓ ↓ ↓
PCR no LA ESP Possivel Infecção

após 16 infecção previa

↓ ↓ ↓
Positivo Negativo Imunidade

SUL+PIR+AF USG ESP


1-2/mês

↓ ↓
Positivo Negativo

SUL+PIR+AF
↓ ↓ ESP

Infecção Tratamento
congênita até o parto

ESP: espiramicina
SUL: sulfadiazina
PIR: pirimetamina
AF: acido folinico

83
Colpocitologia Oncótica
na Gestação
Tema: Colpocitologia Oncótica na Gestação
Caiu em: UNIFESP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico / procedimento
• Dentro da sala tinha um manequim simulando uma gestante, fita
métrica e um sonar, além de materiais para a coleta do preventivo (foco,
espéculo, lâmina, frasco coletor, cytobrush, espátula de Ayres, luvas
de procedimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, Gabriela Lopes, 25 anos, primigesta, com idade gestacional de
18 semanas, em uso de ácido fólico 5mg/dia e sulfato ferroso 60mg/dia.
Retorna hoje para a terceira consulta de pré-natal, sem queixas e, com os
exames solicitados na última consulta:
• Laboratoriais: Hb 11,2 / Ht 34,5 / Leuco 11700 / Plaq. 232.000 / Tipagem O
Rh positivo / Coombs indireto negativo / Glicemia de jejum 88 / HIV não
reagente / VDRL não reagente / anti-Hbs não reagente / Toxoplasmose
IgM não reagente e IgG reagente / Hepatite C não reagente / Urina tipo
1 sem alterações / Urocultura negativa.

84
Nega qualquer intercorrências durante o pré-natal. Nega sintomatologia.
Nega tabagismo e etilismo.

Tarefa 01:
Realize o exame obstétrico abdominal. Não há necessidade de realizar
o toque vaginal.

Tarefa 02:
Colete a colpocitologia oncótica.

Orientações
ao Examinador:
• O examinador só deve interagir com o candidato na hora que ele pedir
para identificar a lâmina. Nesse momento o examinador deve entregar
um lápis.

• Todos os outros materiais necessários estavam dispostos sobre a mesa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Cumprimentou e se apresentou adequadamente
à paciente?
Realizou a medida do fundo uterino (entre 16 e 18 cm)?

85
Realizou corretamente as manobras de Leopold?

Auscultou BCF?

Tarefa 02
Citou necessidade de um acompanhante na sala para
realização do exame?
Citou necessidade de explicar e pedir autorização para
a paciente?
Separou os materiais necessários (lâmina, espéculo,
cytobrush, espátula de Ayres, fixador, frasco coletor
e foco de luz)?
Solicitou identificação da lâmina?

Calçou as luvas de procedimento?

Introduziu o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?


Coletou corretamente o material: primeiro ectocérvice
e depois endocérvice?
Fixou material na lâmina corretamente?

Retirou o espéculo com cuidado?


Orientou retorno para checar resultado e nova consulta
de pré-natal?

Debriefing
Só relembrando, segundo o Ministério da Saúde, o rastreamento de câncer
de colo de útero em gestantes deve seguir as recomendações de periodicidade
e faixa etária das demais mulheres, devendo o pré-natal ser considerado
uma oportunidade para a atualização do exame citológico.

86
Amenorreia

Tema: Amenorreia
Caiu em: UNICAMP 2019

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você atenderá uma paciente de 24 anos com queixa de acne
há aproximadamente 1 ano.

Tarefa 01:
Preste o atendimento a paciente.

Tarefa 02:
Solicite 6 exames complementares para esta paciente.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

Tarefa 04:
Dê a conduta para o caso.

87
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Paloma.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: contadora.
• Estado civil: casada há 2 anos.
• Motivo do atendimento: “Doutor, ultimamente apareceram muitas
espinhas na minha cara. Estou incomodada com isso.”
• Nega acantose nigricans.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nega dismenorreia e
dispareunia.
• Relata que está tentando engravidar há 8 meses mas não consegue.
• Refere uso prévio de ACO e preservativo, mas está há 8 meses
sem usar nenhum método anticonceptivo.
• Ciclo menstrual irregular há mais de 4 anos, com períodos
de até 5 meses de amenorreia.
• Nuligesta.
• DUM: há mais de 3 meses.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega antecedentes familiares

88
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, a atriz entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 72 bpm, PA: 120x80 mmHg. FR: 14 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• Dados antropométrico: peso: 80kg, altura: 1,66m
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque. Presença de acne grau 2 em face. Escore de Ferriman-Gallwey: 4.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.
Ao solicitar os exames complementares, a atriz entregava apenas o exame
solicitado.
• Beta-HCG: negativo
• TSH: 1,52
• Prolactina: 53 ng/dL
• Testosterona: 0,89 ng/dL (referência 0,08 A 1,11 ng/dL)
• RNM de sela túrcica: compatível com a normalidade
• US transvaginal: útero anteverso fletido, com volume de 70 cm³, ovário

89
direito com volume 12 cm³ e ovário esquerdo com volume de 9 cm³.
Presença de múltiplos folículos em região periférica de ambos os ovários.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?

Questionou outros sintomas de hiperandrogenismo?


Questionou outras queixas ginecológicas como corrimento,
sangramentos, dismenorreia e dispareunia?
Questionou sobre ciclo menstrual?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou DUM?

Questionou sobre comorbidades?


Questionou sobre medicações em uso, especificamente
antidopaminérgicos e antipsicóticos/neurolépticos?
Questionou sobre cirurgias e alergias?

90
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedente familiares?

Tarefa 02
Solicitou exame físico?

Solicitou beta-HCG?

Solicitou TSH?

Solicitou prolactina?

Solicitou testosterona?

Solicitou RNM de sela túrcica?

Tarefa 03
Hiperprolactinemia idiopática

Tarefa 04
Indicou uso de cabergolina?

Debriefing
Questão um pouco mais complexa da UNICAMP 2019. A dica dessa
estação é explorar ao máximo as queixas da paciente. A queixa principal
era de acne , o que nos leva a pensar em hiperandrogenismo, cuja principal
causa na mulher em idade reprodutiva é a síndrome dos ovários policísticos
(SOP). Porém, quando investigamos melhor, vemos que a mulher também
apresenta amenorreia (o que pode ser compatível com SOP).
Apesar de o quadro sugerir uma amenorreia hiperandrogênica, devemos
lembrar de investigar a amenorreia de forma sistemática! Sendo assim,
o primeiro exame a ser pedido é (e sempre será) o beta-HCG para

91
afastarmos gravidez. Sendo negativo, seguimos a investigação com TSH,
FSH e prolactina e avaliamos a história clínica. Nesse caso, temos critérios
clínicos diagnósticos para SOP (hiperandrogenismo, irregularidade
menstrual e US compatível), porém, não podemos nos precipitar em fechar
este diagnóstico! SOP é sempre um diagnóstico de exclusão, lembram???
Nunca devemos esquecer de excluir outros diagnósticos diferenciais, como
a hiperprolactinemia!

E aqui está o pulo do gato! A prolactina veio levemente aumentada, o que


pode justificar a clínica de amenorreia e irregularidade menstrual. Nesse
momento devemos pensar em causas de hiperprolactinemia, como uso de
medicações antidopaminérgicas e neurolépticas, e tumores de SNC, como
o prolactinoma. Excluído uso de medicações, devemos solicitar RNM de
sela túrcica para avaliar lesões nesta região. A ausência de lesões ao exame
de imagem, nos leva ao diagnóstico de hiperprolactinemia idiopática.
Os casos de hiperprolactinemia idiopática ou mesmo de microadenomas
sem sintomas clínicos, não demandam tratamento. Porém, nesse caso, a
paciente apresentava irregularidade menstrual, o que demanda instituição
de terapia. A primeira linha de tratamento é medicamentosa, sendo a
cabergolina a droga de escolha devido ao seu melhor perfil de tolerabilidade
em relação à bromocriptina.

92
Anticoncepção
Pós-Parto
Tema: Anticoncepção Pós-Parto
Caiu em: USP-RP 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você está no ambulatório de GO e recebe uma paciente primigesta
de 36 semanas que vem tirar dúvidas sobre a anticoncepção pós-parto.

Tarefa única:
Entreviste a paciente e retire suas dúvidas.

Orientações
à Atriz:
Durante a anamnese a atriz fazia os seguintes questionamentos:
• Doutor, eu não quero mais engravidar, quais são os métodos
anticoncepcionais que posso usar logo após a minha gestação?

93
• Em que momento eu posso colocar o DIU?
• Mesmo se for parto normal ou cesárea ou posso colocar o DIU?
• Eu li na internet que tem muita chance de expulsão do DIU.
O que o senhor acha disso?
• Doutor, quais as complicações que pode ter após a colocação do DIU?
• Doutor, caso no futuro eu queira engravidar novamente, eu corro risco
de não conseguir engravidar por ter usado o DIU alguma vez?
• Eu vou poder amamentar normalmente mesmo com o DIU?
• Última dúvida, doutor, com certeza eu vou poder colocar o DIU após o
parto então, né? To meio preocupada com isso.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?
Orientou sobre a possibilidade de colocar o DIU
no puerpério?
Orientou sobre o momento da colocação do DIU
no puerpério?
Orientou que pode ser colocado independente da via
de parto?
Orientou sobre a possibilidade de expulsão e chances?
Orientou corretamente sobre risco de infecção após
colocação do DIU?

94
Explicou sobre a ausência de interferência na fertilidade
futura?
Orientou sobre não influenciar na amamentação?
Explicou quais as situações que impediriam a sua colocação
no puerpério imediato (citar pelo menos 2)?
• Bolsa rota há mais de 18 horas (maior risco de infecção);
• Corioamnionite;
• Sangramento puerperal imediato não controlado;
• Laceração vaginal extensa;
• Sepse puerperal.

Perguntou se a paciente tinha mais alguma dúvida?


Checou se a paciente entendeu as orientações?

Debriefing
Estação direta da prova da USP-RP em que não podemos ficar perdendo
tempo e enrolando. Se a paciente tem dúvidas, vamos saná-las. Muita gente
nessa estação focou em outros tipos de métodos anticonceptivos, mas
as perguntas da atriz são claras, e o candidato tinha que focar na inserção
de DIU após o parto.

Vale a pena lembrar que o DIU pode ser inserido até 48 horas pós-parto
(independente da via de parto), mas depois de 10 minutos as chances
de expulsão já aumentam consideravelmente. Além disso, tanto o DIU
de cobre quanto o de levonorgestrel não influenciam na fertilidade futura
e não contraindicam a amamentação.

95
Atonia Uterina

Tema: Atonia Uterina


Caiu em: SCMSP 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Centro Obstétrico (em cima de uma maca havia uma almofada
simulando um útero)

Início da Estação
Caso clínico:
Você está no centro obstétrico para a realização de uma cesariana em uma
paciente de 36 anos, tercigesta com 2 cesáreas prévias, sem comorbidades.
O acompanhamento de pré-natal foi feito da forma adequada e sem
nenhuma intercorrência, Após a realização da cesariana, a paciente evoluiu
com um quadro de hipotensão, taquicardia e sangramento abundante.

Tarefa 01:
Conduza o atendimento descrevendo os próximos passos a serem realizados.

Tarefa 02:
Descreva sua principal hipótese diagnóstica.

96
Tarefa 03:
Aponte 3 fatores de risco na história que podem justificar sua hipótese
diagnóstica.

Tarefa 04:
Indique 3 diagnósticos diferenciais.

Orientações
ao Examinador:
O candidato deve seguir corretamente o fluxograma de abordagem
a atonia uterina. Quando ele indicar sutura de B-lynch, o examinador
deve responder:
• Ok! Sangramento controlado. Pode seguir para a próxima tarefa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Realizou corretamente a massagem uterina? (não
considerar se candidato apenas indicar massagem uterina)
Indicou ocitocina 10-20UI EV?

Indicou realização de ácido tranexâmico 1g EV?

97
Indicou metilergometrina 1 ampola ou 0,2mg IM?

Indicou misoprostol 800mg via retal?


Indicou tamponamento uterino com balão de Bakri
(considerar apenas tamponamento uterino)?
Indicou tratamento cirúrgico com sutura de B-Lynch?

Tarefa 02
Fez a hipótese diagnóstica de atonia uterina?

Tarefa 03
Apontou idade materna avançada?

Apontou multiparidade?

Apontou cesárea prévia?

Tarefa 04
Indicou retenção de restos placentários?

Indicou coagulopatia?

Indicou inversão uterina?

Não indicou laceração de canal de parto?

98
Debriefing
Relembrando um pouco aqui sobre sangramentos puerperais!

Como principais causas, temos os “4 Ts”:

• Tônus (hipotonia/atonia uterina) – 70 a 80% das causas;


• Trauma (lesões / hematomas do canal de parto / inversão uterina / rotura
uterina) – 15 a 20% das causas;
• Tecido (retenção de fragmentos placentários) – 10 a 15% das causas;
• Trombina (coagulopatias) responsável por < 1% das causas.

A atonia é, portanto, a principal causa de sangramento puerperal,


especialmente nas situações em que há fatores de risco para sua ocorrência,
como anestesia geral, idade materna elevada, multiparidade, cesárea prévia,
trabalho de parto prolongado ou de evolução rápida, corioamnionite,
miomatose uterina e sobredistensão uterina (gemelar, macrossômico e
polidramnio).

Em relação ao tratamento, a atonia uterina deve ser manejada de forma


escalonada, a partir de medidas menos invasivas (massagem uterina,
ocitocina, misoprostol, ergotamina, balão intrauterino) até medidas
mais invasivas, cirúrgicas(B-Lynch, ligaduras vasculares, histerectomia);
atualmente, indica-se o uso precoce de 1g de ácido tranexâmico ao
diagnóstico da hemorragia puerperal, como pode ser relembrado pelo
fluxograma abaixo:

99
MASSAGEM UTERINA
BIMANUAL


OCITOCINA
5UI EV lento (3 min) seguido de Sim
SF 0,9% - 500 ml com 20-40 UI Dose de


ocitócito, 250ml/h, EV manutenção
ATONIA UTERINA


1 grama, EV lento, em 10 min
ÁCIDO TRANEXÂMICO

Sem resposta
METILERGOMETRINA Sim
(01 ampola - 0,2mg, IM) Avaliar


Não utilizar em quadros dose de
hipertensivo manutenção

↓ Sem resposta
MISOPROSTOL
(800 µg - via retal)
Se não houver tempo
para aguardar efeito,
inseri-lo e avançar

↓ Sem resposta

BALÃO DE
TAMPONAMENTO
INTRAUTERINO
Se houver falha dos uterotônicos

↓ Sem resposta

LAPAROTOMIA
(Suturas compressivas/ligaduras
vasculares/histerectomia/cirurgia
de controle de danos)

100
Descarga Papilar

Tema: Descarga Papilar


Caiu em: UNESP 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: consulta em UBS + um manequim de mamas

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e atenderá uma paciente
jovem de 20 anos com queixa de descarga mamilar. Ela nega comorbidades
prévias, uso de medicações de modo contínuo, alergias e outras queixas.

Tarefa 01:
Realize o exame físico das mamas.

Tarefa 02:
Dê a conduta adequada para a investigação.

101
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
a seguinte informação: exame físico sem alterações.

Apenas quando o candidato menciona-se realizar a descarga papilar,


o examinador fornecia a seguinte informação:
• Descarga papilar bilateral, multiductal, multicolor e somente
a expressão.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Pediu permissão para realização do exame mamário?

Mencionou lavar as mãos antes do exame?


Realizou a inspeção estática (observando tamanho, forma,
textura, simetria, mamilos, abaulamentos, retrações,
lesões e discromia)?
Realizou a inspeção dinâmica (1º mãos na
cintura, 2º braços a 90º, 3º braços a 180º) - observando
abaulamento, retrações ou espessamento de ligamentos?

102
Realizou palpação de linfonodos (supraclavicular,
infraclavicular e axilar)?
Deitou a paciente e posicionou as mãos dela
atrás da cabeça?
Realizou a palpação de cada uma das mamas
(Velpeaux ou Bloodgood)?
Investigou presença de descarga papilar?

Tarefa 02
Explicar benignidade do quadro para a paciente?

Não solicitou nenhum exame complementar?

Explicou necessidade de acompanhamento ambulatorial?

Debriefing
Estação de descarga papilar que abrangia muito mais a técnica de realização
do exame físico das mamas. Para isso não podemos esquecer dos 5 passos
fundamentais da realização do exame mamário:
1. Inspeção estática: observar tamanho, forma, textura, simetria,
mamilos, abaulamentos, retrações, lesões e discromia;
2. Inspeção dinâmica (1º - mãos na cintura, 2º - braços a 90º, 3º - braços
a 180º): observar abaulamento, retrações ou espessamento de
ligamentos;
3. Palpação de linfonodos: supraclavicular,infraclavicular e axilar;
4. Deitar a paciente e posicionar as mãos dela atrás da cabeça
(sempre cobrir a mama que não está sendo examinada);
5. Palpar as mamas com uma dentre as duas técnicas: Velpeaux ou
Bloodgood.

103
E quando suspeitamos da descarga papilar?
Quanto ela é unilateral, espontânea, uniductal e sanguinolenta
ou “água de rocha”. Na descarga láctea temos que pensar em gestação ou
prolactinoma ou uso de medicações (principalmente antidopaminérgicas).

Já na descarga multicolor, a principal causa é a ectasia ductal


e a alteração funcional benigna da mama, cuja conduta em ambos
é acompanhamento clínico.

104
Síndrome do
Ovário Policístico
Tema: Síndrome do Ovário Policístico
Caiu em: UNICAMP 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
J.S.R., 21 anos, sexo feminino, vem à consulta queixando-se de irregularidade
menstrual há 2 meses.

Tarefa 01:
Realize o atendimento a paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

Tarefa 04:
Dê a conduta para o caso.

105
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Jéssica.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: estudante.
• Estado civil: solteira.
• Motivo do atendimento: “Doutor, estou com a minha menstruação
atrasada há 2 meses.”
• DUM: há mais de 2 meses
• Ciclo menstrual irregular há 2 anos, com períodos de até 3 meses
de amenorreia.
• Nuligesta
• Nega uso de ACO. Refere uso de preservativo nas relações
com parceiro fixo.
• Refere ainda acne excessiva desde a adolescência e muitos pelos em
abdome e pernas, o que a incomoda.
• Nega acantose nigricans e alopécia. Refere ganho de peso nos
últimos 2 anos.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nega dismenorreia e
dispareunia.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega antecedentes familiares de infertilidade.

106
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, a atriz entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• BEG, corada, hidratada. PA 140x90mmHg, FC 85 bpm,
FR 20 irpm, SPO2 96% em ar ambiente, altura 1,64m, peso 82kg.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
Útero em AVF, tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.

Apenas se o candidato pedisse o Índice de Ferriman-Gallwey,


a atriz entregava o seguinte cartão:
• Indice de Ferriman-Gallwey: 3

Ao solicitar os exames complementares, a atriz entregava apenas


o exame solicitado.
• Beta-HCG: negativo
• TSH: 2,52
• LH: 6,1
• Prolactina: 11 ng/dL
• Testosterona: 3,2 ng/dL (referência 0,08 A 1,11 ng/dL)
• 17-OH progesterona: 63 ng/dL (FASE FOLICULAR:
até 80 ng/dL)
• USG transvaginal: FOTO
• FSH: 2,4 UI/L

107
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_
ov%C3%A1rio_polic%C3%ADstico

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?

Questionou o motivo da consulta?

Questionou data da última menstruação?

Questionou padrão dos ciclos menstruais?

Questionou uso de métodos anticoncepcionais?

Investigou atividade sexual?

108
Questionou sobre acne, hirsutismo, alopecia, acantose
nigricans e ganho de peso (satisfatório: se citar 2 ou mais)?
Questionou outras queixas ginecológicas como corrimento,
sangramentos, dismenorreia e dispareunia?
Questionou sobre comorbidades?
Questionou sobre medicações em uso, especificamente
antidopaminérgicos e antipsicóticos/neurolépticos?
Questionou sobre cirurgias e alergias?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedente familiar ou pessoal
de infertilidade?
Solicitou exame físico geral com dados antropométricos?

Solicitou exame ginecológico?

Solicitou Índice de Ferriman-Gallwey?

Tarefa 02
Solicitou beta-HCG?

Solicitou TSH, FSH e LH? (satisfatório: se citar os 3)


Solicitou prolactina, testosterona, 17-OH progesterona?
(satisfatório: se citar 2 ou mais)
Solicitou USG transvaginal?

Tarefa 03
Citou que o diagnóstico de síndrome dos ovários
policísticos é o mais provável?

109
Tarefa 04
Orientou paciente a realizar atividade física, modificar
a dieta e a perder peso?
Prescreveu anticoncepcional oral hormonal combinado
para ajuste do ciclo menstrual?
Orientou retorno precoce para reavaliação e seguimento?

Debriefing
A Síndrome do Ovário Policístico é a endocrinopatia ginecológica mais
comum, acometendo cerca de 5 a 10% das mulheres, e a maior causa de
hiperandrogenismo. A clínica ajuda no diagnóstico, por isso não podemos
deixar de perguntar na anamnese sobre resistência insulínica (acantose
nigricans), sinais de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo por meio do
índice de Ferriman, alopecia e pele oleosa), e anovulação (irregularidade
menstrual e infertilidade).

Para o diagnóstico devemos excluir outras causas de irregularidade menstrual


e/ou hiperandrogenismo como gravidez (beta-HCG), hiperprolactinemia,
hiperplasia adrenal congênita (17OH-progesterona), síndrome de Cushing
(cortisol), hiperplasia adrenal (17-OH progesterona) dentre outros. Já o
tratamento envolve mudanças dos hábitos de vida (dieta, perda de peso e
realização de atividade física), e depende dos objetivos pessoais da mulher
como controle da resistência insulínica com metformina, do hirsutismo
com medicamentos antiandrogênicos, e do ciclo menstrual com ACO.
Lembrar que, na SOP, há um aumento do risco de desenvolver outras
doenças metabólicas, como dislipidemias, hipertensão e diabetes, portanto,
o seguimento clínico é fundamental.

A estação da UNICAMP 2018 não foi difícil, mas pegou muita gente de
surpresa. Lembre-se: uma anamnese bem feita é a chave para o sucesso
nessas estações!

110
Ruptura Prematura
de Membranas Ovulares
Tema: Ruptura Prematura de Membranas Ovulares
Caiu em: CERMAM 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico
Na sala tinha um manequim de gestante e um manequim pélvico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o(a) médico(a) de uma Unidade Básica de Saúde de uma cidade
do interior do Amazonas, e atenderá uma paciente gestante, de 26 anos
de idade, que faz pré-natal na Unidade e está relatando que “saiu um líquido
estranho” na roupa íntima há aproximadamente 2 horas.
Dia do atendimento: 30/08/2017

Tarefa única:
Faça o atendimento à gestante, determinando o provável diagnóstico
e realizando as condutas pertinentes para o caso.

111
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento: “Doutor, perdi bastante líquido que molhou
toda a minha calça.”
• Refere perda de líquido há aproximadamente 1 hora de coloração clara,
sem odor fétido.
• Refere dor em baixo ventre de pequena intensidade.
• Nega sangramento prévio.
• Nega febre. Nega corrimento. Nega outros sintomas.
• Nega sintomas urinários.
• DUM: 18/12/2016
• Primeira gestação. Nega abortos prévios.
• Nega comorbidades.
• Relata estar em uso de ácido fólico e sulfato ferroso.
• Nega alergias, cirurgias, tabagismo e etilismo.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL
• DUM: 18/12/2016 (compatível com USG de primeiro trimestre)

Ao solicitar o exame físico, o examinador pedia que o candidato


fosse até o manequim e simulasse o exame físico obstétrico.

112
01/03/2017 01/03/2017
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG +
HB/Ht 11,5/35,1 Hep. B anti-HbS -

Glicemia Jejum 90 Hep. C NR

HIV NR Urina 1 normal


Sífilis NR Urocultura negativa
Estrepto.
não realizado
grupo B

Conforme o candidato fosse realizando o exame o examinador dava as


informações:

EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO:


• AFU: 35cm.
• Manobras de Leopold: feto longitudinal, dorso a esquerda, cefálico, não
insinuado.
• BCF: 144 bpm, rítmico.
• Ao solicitar o exame especular, o candidato deveria simular o exame no
manequim de pelve. E o examinador informava:
• Especular: saída de grande quantidade de líquido amniótico claro e com
grumos pelo OE do colo. Ausência de sangramento. Paredes vaginais
íntegras, sem laceração.

O toque vaginal não era preciso realizar, se o candidato pedisse o examinador


informava:
• Toque vaginal: colo uterino posterior, consistência amolecido, grosso,
pérvio 2cm.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

113
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Questionou sobre a data da última menstruação e/ou USG


do primeiro trimestre para avaliar idade gestacional?
Calculou corretamente a idade gestacional
(36 semanas e 3 dias)?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre o tempo que está perdendo o líquido?

Questionou sobre a quantidade, coloração e odor


do líquido?

Questionou sobre a dor abdominal e sangramento prévio?

Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre febre, corrimento e sinais de infecção?

Questionou sobre sintomas urinários?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Mediu fundo uterino?

Realizou as manobras de leopold corretamente?

114
Auscultou o BCF?

Realizou o exame especular adequadamente (introduziu


o espéculo obliquamente, observou o líquido, retirou
o espéculo adequadamente - o candidato deverá fechar
o espéculo, rotacionar e remover)?

Solicitou toque vaginal?

Realizou o diagnóstico de ruptura prematura


de membranas ovulares e explicou a paciente?

Indicou internação?

Solicitou exames laboratoriais para investigação


de infecção (hemograma, PCR e urina 1)?
Explicou necessidade de preparo de colo com misoprostol
e indução do parto?
Solicitou cardiotocografia basal?
Prescreveu antibioticoprofilaxia para estreptococo
do grupo B (ataque e manutenção)?
Retirou dúvidas da paciente?

Debriefing
Ruptura prematura de membranas ovulares ou RPMO ou amniorrexe
prematura é um tema frequentemente cobrado nas provas teóricas e que no
ano de 2018 apareceu também na prova prática da CERMAM. O diagnóstico
padrão-ouro é por meio da visualização da perda de líquido pelo orifício
externo do colo (como na nossa estação), mas em caso de dúvida podemos
lançar mão de alguns exames complementares, como: teste da nitrazina,

115
teste da cristalização, teste do fenol vermelho, pesquisa de elementos fetais,
teste da alfa-microglobulina placentária (Amnisure), e USG (evidenciando
oligoâmnio).

O tratamento depende da exclusão de sofrimento fetal agudo e


corioamnionite, e da idade gestacional, sendo tradicionalmente o parto
indicado acima de 34 semanas, sendo a via obstétrica. Na prova da USP-SP,
a conduta é expectante até 36 semanas, quando procede-se a resolução da
gestação.

Vale lembrar que na atualização mais recente da ACOG em 2020, existe


espaço para conduta expectante entre 34 semanas e 36 semanas e 6 dias,
desde que ausência de sinais de infecção e sofrimento fetal e desde que
a paciente esteja devidamente orientada. Na prática, essa conduta mais
recente sugerida pela ACOG não foi ainda contemplada pela maioria das
instituições.

Ah! Não se esqueça de avaliar a indicação de antibioticoprofilaxia para o


estreptococo do grupo B, que deve ser realizada em todos os casos de bolsa
rota prematura pré-termo, exceto se houver cultura negativa para strepto
B coletada recentemente.

116
Violência Sexual
Tema: Violência Sexual
Caiu em: UFPR 2017 / USP-RP 2016 / UNESP 2016 / UNICAMP 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico de um Pronto Atendimento e atenderá uma paciente de 19
anos que se apresenta muito chorosa e agitada na triagem.

Tarefa Única:
Preste o atendimento completo a paciente com as condutas adequadas para
o caso.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Vanessa.
• Natural e procedente de São Paulo.
• Profissão: estudante.

117
• Estado civil: solteira.
• Motivo do atendimento (paciente apresenta-se chorosa durante todo o
atendimento): “Doutor, fui vítima de violência sexual essa noite.”
• Refere penetração vaginal sem uso de preservativo.
• Nega conhecer o agressor.
• Queixa-se de muita dor em região vaginal.
• Nuligesta.
• DUM há 10 dias.
• Nega uso de métodos contraceptivos. Nega relação sexual no último mês.
• Nega história prévia de infecções sexualmente transmissíveis.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e refre etilismo social.
• Não trouxe cartão de vacinação. Não lembra quais vacinas já tomou.

Durante a consulta, paciente se mostra muito preocupada, pois uma tia


trabalha no hospital e ela não quer que ninguém da família saiba do ocorrido.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 110 bpm, PA: 130x80 mmHg. FR: 18 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.

118
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• À inspeção nota-se ausência de úlceras e vesículas e outras lesões na
região vulvovaginal.
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis. Ausência de laceração em
parede vaginal. Ausência de corrimento e sangramento.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado. Sem
alterações.

Ao solicitar os testes rápidos, o examinador deve entregar o seguinte cartão:


• Teste rápido HIV: NR
• Teste rápido Sífilis: NR
• Teste rápido Hepatite B: NR
• Teste rápido Hepatite C: NR

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?

119
Mostrou empatia?

Questionou o motivo da consulta?

Questionou sobre tipo de penetração e uso de preservativo

Questionou outras queixas?

Questionou sobre paridade e DUM?

Questionou sobre uso de método contraceptivo?

Questionou sobre sobre doenças sexualmente


transmissíveis prévias?

Perguntou sobre os antecedentes patológicos?

Questionou sobre cartão de vacinação?

Solicitou exame físico?

Solicitou testes rápidos (HIV, VDRL, sorologia


para hepatites B e C)

Indicou contracepção de emergência?

Indicou quimioprofilaxia para HIV?

Prescreveu penicilina benzatina (1,2 milhões UI, IM,


em cada nádega)?

Prescreveu ceftriaxona 500mg, IM, dose única?

Prescreveu azitromicina 1g, VO, dose única?

Indicou vacinação para hepatite B?

120
Indicou vacinação para tétano?

Ofereceu encaminhamento para apoio psicossocial?

Orientou sobre, em caso de gestação, ter possibilidade


de interrupção até 20 semanas?
Ofertou realização de boletim de ocorrência, porém sem
obrigatoriedade para realização de atendimento?

Realizou notificação compulsória imediata?

Orientou sobre sigilo médico?

Debriefing
Violência sexual é um tema recorrente nas provas práticas, tanto na
estação de GO quanto na estação de preventiva. O segredo aqui é vocês
lembrarem desde o mais “básico” - como acolher a paciente e ter empatia,
obter informações sobre o estado sorológico prévio do agressor e da vítima
e orientar as profilaxias corretas das principais doenças sexualmente
transmissíveis (virais e não-virais), além de indicar contracepção
de emergência. Adicionalmente, é importante manter seguimento
multiprofissional e clínico.

Não caiam na “pegadinha” em relação ao Boletim de Ocorrência -


ele não é obrigatório, mas deve ser oferecido. A notificação, por sua vez,
deverá ser feita.

De forma sucinta, as medicações que deverão ser prescritas:


• Anticoncepção de emergência: levonorgestrel 0,75 mg 2 comprimidos
VO em dose única;

121
• Sífilis: penicilina benzatina 2,4 milhões UI IM (1,2 milhões UI em cada
nádega)
• Clamídia: Azitromicina 500 mg 2 comprimidos VO em dose única
• Gonorreia: ceftriaxona 500 mg IM em dose única
• Tricomoníase: metronidazol 500 mg 4 comprimidos VO em dose única
(não precisa ser realizado no atendimento inicial; pode-se deixar para
um atendimento posterior)
• Hepatite B: IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTI HEPATITE B
(IGHAHB), NA DOSE DE 0,06 ml/kg, IM (até 14 dias após a violência)
+ primeira dose da vacina para hepatite B → a depender do status vacinal
da paciente;
• HIV: Tenofovir (TDF) + lamivudina (3TC) + dolutegravir (DTG) →
realizar até 72 horas após a violência, em casos em que houve penetração
vaginal e/ou anal, com ejaculação. Mantidos por 28 dias.

122
Descolamento
Prematuro de Placenta (DPP)
Tema: Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)

Grau de dificuldade: moderado / alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (atriz está deitada na maca
de atendimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Sheila, 24 anos, primigesta, com 37 semanas e 3 dias de idade gestacional,
chega à maternidade com queixa de dor forte abdominal. Nega febre ou
perda de líquido. Refere diminuição da movimentação fetal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Quais exames devem ser solicitados neste momento?
E qual(is) o(s) diagnóstico(s)?

123
Tarefa 03:
Cite o principal diagnóstico diferencial e 3 características que o diferencia
de seu diagnóstico principal.

Tarefa 04:
Cite 5 fatores de risco para o seu diagnóstico principal.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento : “Doutor, estou sentindo muita dor
na barriga há cerca de 1 hora, que iniciou de repente.”
• Refere sangramento em pequena quantidade, vermelho escuro.
• Nega febre ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação
fetal hoje.
• Esqueceu caderneta da gestante.
• Nega comorbidades prévias, mas refere que a pressão subiu nesta gravidez
e está em uso de metildopa 500mg de 8/8h. Nega alterações de exames
laboratoriais.
• Nega cirurgias e alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, altura uterina, dinâmica uterina, BCF, especular e toque vaginal):

124
Geral:
• REG, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Sinais vitais: PA: 150x92 mmHg em decúbito FC: 110 bpm.
SaO2: 95% em a.a. FR: 20 irpm.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. mmHg.

Obstétrico:
• Altura uterina: 34cm.
• DU: difícil avaliação por tônus uterino endurecido.
• BCF: 172 bpm, de difícil localização.
• Exame especular: presença de pequena quantidade
de sangue vermelho escurecido em fundo de saco vaginal.
Ausência de sangramento ativo.
• TV: colo medializado, amolecido, pérvio 2cm, esvaecido
50%, plano -2 de Delle. Bolsa amniótica tensa.

CARTÃO DE PRÉ-NATAL: não disponível


Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte imagem:

Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-842.html

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

125
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre as características da dor?

Questionou sobre sangramento e suas características?

Questionou sobre perda de líquido e movimentação fetal?

Questionou sobre comorbidades e uso de medicações?

Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas?

Solicitou exame físico geral da paciente?

Solicitou AU?

Solicitou BCF?

Solicitou tônus ou dinâmica uterina?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal após exame especular?

Tarefa 02
Solicitou HMG, tipagem sanguínea + fator Rh,
coagulograma?
Solicitou cardiotocografia?

126
Diagnosticou DPP?

Diagnosticou sofrimento fetal?

Realizou monitorização da paciente?


Indicou interrupção imediata da gestação por parto
cesáreo?
Explicou a conduta para a paciente?

Tarefa 03
Diagnóstico diferencial: placenta prévia

Orientou necessidade de um novo exame em 6 meses?


Citou corretamente pelo menos 3 características
(sangramento vermelho vivo, útero não endurecido,
abdome indolor, sangramento de repetição, volume de
sangue progressivamente maior)?

Tarefa 04
Fatores de risco possíveis (HAS, trauma, uso de cocaína,
tabagismo, DPP prévio)

Debriefing
Outro tema importante nas provas de GO, e que, apesar de não ter sido
cobrado nos últimos anos em uma estação de prova prática, é questão certa
nas provas teóricas e pode muito bem ser adaptado à segunda fase.

O fluxo de pensamento aqui é muito parecido com o que vocês devem


ter ao se depararem com uma questão de DPP na prova teórica: lembrar
desde o reconhecimento do diagnóstico, fatores de risco, investigar

127
a vitalidade fetal e a conduta obstétrica a ser tomada para aquela ocasião;
não esqueçam, ainda, dos fatores de risco para DPP e dos possíveis diagnósticos
diferenciais, com destaque para a placenta prévia, que já foi tema de segunda
fase da UNESP.

Vamos rever a comparação da apresentação clínica de DPP e placenta


prévia, ambas causas de sangramentos no terceiro trimestre:

Descolamento prematuro
Placenta Prévia
de placenta

Sangramento escuro com coágulos Sangramento vermelho vivo

Súbito Frequentemente, de repetição

Dor importante Indolor

Hipertonia Tônus uterino normal

Sinais de sofrimento fetal agudo Feto em boas condições

História de trauma e/ou síndromes


Antecedente de cicatriz uterina
hipertensivas
Gestante pode apresentar sinais
de choque

128
Doença Inflamatória
Pélvica Aguda

Tema: Doença Inflamatória Pélvica Aguda


Caiu em: HIAE 2016, HSL 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, chega ao pronto socorro do hospital em que você trabalha
com quadro de fortes dores em região abdominal, do tipo cólica e caráter
progressivo há 1 semana. Relata febre baixa.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica (sindrômica e etiológica)?

129
Tarefa 04:
Dê as condutas adequadas para o caso.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, estou com uma dor muito forte em
minha barriga há mais ou menos 1 semana e que vem piorando
nos últimos dias, localizada principalmente em baixo ventre.
Antes era uma cólica como a menstruação, mas agora está muito forte.”
• Nega relação da dor com ciclo menstrual. Nega fatores de melhora
e piora no momento.
• Refere febre aferida de 38,5ºC com melhora ao uso de dipirona.
• Refere dispareunia. Nega sinusiorragia e outros sintomas ginecológicos.
Nega leucorreia.
• Refere que teve mais de 1 parceiro sexual no último ano, sem uso
de preservativo.
• Refere tratamento para tricomoníase há 2 anos.
• DUM: desconhecida
• G1P0A1
• Já realizou curetagem uterina devido a aborto espontâneo de primeiro
trimestre, há dois anos.
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 4 dias.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM.

130
Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 112 bpm, PA: 100x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 38,3C.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), desidratada (+/4+), acianótica,
anictérica, fáceis de dor.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+,dor à palpação superficial e profunda
nas fossas ilíacas e hipogástrio. Ausência de massas e visceromegalias à
palpação. Giordano negativo, Blumberg positivo.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino hiperemiado, presença
de pequena quantidade de corrimento purulento com odor fétido.
• Ao toque vaginal:.Útero em AVF, intrapélvico. Dor à mobilização do
colo uterino e fundo de saco de Douglas. Dor a palpação anexial direita.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


um cartão com cada exame pedido:
• Hemograma com leucocitose com desvio para esquerda
• VHS E PCR aumentados
• B-HCG negativo
• Exame de urina sem alterações
• Ultrassonografia transvaginal:

131
JALES, Rodrigo Menezes Ultrassonografia e tomografia na doença inflamatória pélvica aguda
- DIPA. Dr.Pixel. Campinas. 2020. Disponível em: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/
ultrassonografia-e-tomografia-na-doenca-inflamatoria-pelvica-aguda-dipa. Acesso em: 08 Abr. 2021

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características da dor (localização, tipo, fatores


de melhora e piora)?

Questionou sobre presença de corrimento e dispareunia?

132
Questionou sobre presença de outros sintomas como febre
e sintomas urinários?

Questionou sobre ISTs prévias?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou hemograma, PCR e VHS?

Solicitou beta-HCG e urina tipo 1?

Solicitou USGTV?

Tarefa 03
Citou diagnóstico sindrômico: doença/moléstia
inflamatória pélvica aguda?

133
Citou DIPA estágio 3 de Monif?

Citou agente causador: Neisseria gonorrhoeae


e/ou Chlamydia trachomatis?

Tarefa 04
Orientou internação para antibioticoterapia EV?

Prescreveu ceftriaxona IV + metronidazol IV + doxiciclina


VO por 14 dias ou gentamicina + clindamicina IV?

Orientou rastreio de outras ISTs?

Orientou convocação de parceiro para consulta médica?

Debriefing
Moçada, mulher jovem, sexualmente ativa, com dor em baixo ventre sempre
temos que ter como hipótese diagnóstica doença/moléstia inflamatória
pélvica aguda, e apendicite como diagnóstico diferencial. Vemos que
a paciente do caso clínico possui vários fatores de risco para DIPA
como múltiplos parceiros sexuais, não uso de preservativo, IST prévia,
e principalmente, idade entre 15 e 25 anos.

Para o diagnóstico precisamos ter os 3 critérios maiores ou mínimos


+ 1 critério menor:
• Critérios maiores/mínimos: dor hipogástrica, dor anexial, dor
a mobilização do colo;
• Critérios menores: febre, leucocitose, aumento das provas inflamatórias
(PCR e/ou VHS) e cervicite.

Ah! Não podemos nos esquecer da Classificação de Monif, pois ela guia
o nosso tipo de tratamento (ambulatorial x hospitalar):

134
• Estágio 1: DIPA não complicada;
• Estágio 2: DIPA com peritonite;
• Estágio 3: oclusão de trompa ou abscesso;
• Estágio 4: abscesso maior que 10cm ou roto.

Nessa questão, observamos um caso clássico de DIP e, ao ultrassom


transvaginal, identificamos a presença de uma imagem anexial esquerda,
com características sólido-císticas, compatível com abscesso tubo-ovariano.
A presença de um abscesso nos leva a classificar a DIP como estágio 3 de
Monif. Contudo, a simples presença de um abscesso NÃO é indicação de
cirurgia, podendo ser instituído apenas tratamento clínico se o abscesso for
< 7 cm, a paciente se mantiver hemodinamicamente estável e não apresentar
sinais de ruptura. A paciente apresentada deve, portanto, ser internada para
antibioticoterapia EV, manter controle de sinais vitais (sobretudo pesquisa
de taquicardia e febre) e reavaliação seriada. Se não houver melhora do
quadro clínico ou houver piora dos sinais de sepse, a cirurgia para drenagem
do abscesso deverá ser realizada, preferencialmente via laparoscópica.
Vale destacar que abscessos pequenos podem ser abordados por punção
guiada por ultrassonografia.

Atenção! Lembre-se de, em qualquer caso de diagnóstico de infecções


sexualmente transmissível que apareça na sua prova, solicitar avaliação do
parceiro e sorologia para outras ISTs!

135
Sífilis Gestacional

Tema: Sífilis Gestacional


Caiu em: HSL 2019, UFES 2019, CERMAM 2018, UNICAMP 2016,
USP-SP 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 19 anos,
em sua primeira consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 19/08/2020.

Tarefa Única:
Realize o atendimento e condutas para esta paciente.

136
Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Joana
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: estudante
• Estado civil: solteira (não sabe quem é o pai da criança)
• DUM: 25/05/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 5 dias.
• Nega gestações prévias.
• Ainda não recebeu caderneta da gestante.
• Nega anticoncepção e uso de preservativos
• Nega quaisquer sintomas.
• Relata corrimento em pequena quantidade, transparente, sem odor
fétido, sem prurido. Nega sangramentos. Nega lesões vulvares.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Refere tabagismo 1 maço/dia. Refere etilismo social apenas nos fins de
semanas. Nega uso de outras drogas.
• Perdeu cartão de vacinação.

Após solicitação dos exames complementares, caso o candidato questione


a atriz:
• Nega tratamento prévio para sífilis.
• Nega qualquer tipo de lesão vulvar e corporal.
• Nega ISTs prévias.

137
Orientações
ao Examinador
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, ginecológico, obstétrico).

Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios. SaO2: 99%
em a.a., FR: 18 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 72 bpm, PA: 110x60
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edemas.

Ginecológico:
• À inspeção estática nota-se ausência de úlceras e vesículas na região
vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável na altura da sínfise púbica. Não auscultado BCF.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador levantava uma


plaquinha com o respectivo exame solicitado:
• TS: O positivo

138
• Hemograma: Hb 11,7 / Ht 35,4% / Leuco 11220 73% de neutrófilos) /
plaquetas 204000
• Glicemia jejum: 90
• HIV: não reagente
• VDRL: 1/64
• Hepatite B: anti-HBs não reagente
• Toxoplasmose: IgM e IgG não reagente
• Urina tipo 1: sem alterações
• Urocultura: negativa

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou DUM?
Calculou corretamente a idade gestacional (12 semanas
e 2 dias) e DPP (01/03/2021)?
Solicitou cartão de pré-natal e cartão de vacinação?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou anticoncepção e uso de preservativos?


Questionou sobre sintomatologia atual, sangramento,
corrimento, dor e lesões vulvares?

139
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Solicitou exame físico geral?
Solicitou exame físico ginecológico e obstétrico?
Solicitou todos os exames de rotina de 1º trimestre
adequadamente (hemograma; tipagem sanguínea + Rh;
glicemia de jejum; sorologias: toxoplasmose, sífilis, HIV
e hepatite B; urina tipo 1 e urocultura)?
Solicitou morfológico de 1º trimestre entre 11ª a 13ª semana
+ 6 dias de gestação?

Interpretou resultado de VDRL positivo?

Questionou tratamento prévio para sífilis ou outras ISTs?

Prescreveu penicilina benzatina corretamente


(IM, 2,4 milhões UI, 3 doses, intervalo de 1 semana)?
Explicou adequadamente sobre forma de transmissão
(doença sexualmente transmissível)?
Orientou entrar em contato com parceiros para convocar
para tratamento?

Orientou seguimento mensal para controle de cura?

Notificou sífilis gestacional?

Orientou interromper tabagismo e etilismo?

Prescreveu ácido fólico?

Orientou vacinação para influenza e hepatite B?

140
Questionou sobre dúvidas?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno?

Debriefing
Quando as bancas exigirem que uma consulta seja realizada
(seja puericultura, consulta de rotina ou pré-natal) é necessário que vocês
sigam a estrutura de forma sistemática para que não haja confusão e perda
de tempo. Cada uma terá suas particularidades e provavelmente haverá
algum exame alterado ou queixa do paciente para ser solucionada.

Em pré-natal, não esqueçam de: pedir cartão de vacinação e o cartão


de pré-natal, solicitar exames pertinentes à idade gestacional, definir
condutas apropriadas ao caso (com comunicação efetiva ao paciente)
e marcar retorno.

Em relação a sífilis, toda gestante deve ser tratada com penicilina benzatina
na dose correspondente a fase da doença:
• Sífilis primária, secundária ou latente recente: 1 dose de 2,4 milhões UI,
IM;
• Sífilis terciária ou latente tardia: 3 doses de 2,4 milhões UI, IM,
intervalo de 1 semana.

Lembrando que toda sífilis gestacional deve ser notificada! Não se esqueça
disso na hora da prova!

141
Estática Fetal

Tema: Estática Fetal


Caiu em: FAMERP 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro
Manequim gestante + imagens de posição fetal e de fórcepe

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico que irá começar o plantão em uma maternidade.
Seu colega lhe informa que uma gestante de 39 semanas, primigesta, sem
comorbidades acabou de entrar em período expulsivo do trabalho de parto.

Tarefa 01:
Realize os 3 primeiros tempos da Manobra de Leopold e indique qual
a sua relação com a estática fetal.

Tarefa 02:
De acordo com a imagem apresentada, qual a variedade de posição
da apresentação ao toque vaginal?

Tarefa 03:
E qual o ponto de referência do feto ao toque vaginal?

142
Tarefa 04:
Em alguns casos o uso de fórceps pode ser recomendado. Nomeio os tipos
de fórceps abaixo?
OBS: Nas tarefas 02, 03 e 04 o candidato deve escrever as respostas em
uma folha.

Orientações
ao Examinador:
Na tarefa 02, o examinador entregava a seguinte imagem:

Na tarefa 04, o examinador entregava as seguintes imagens:

A) B) C)

Fonte: https://www.slideshare.net/carolinereisg/parto-vaginal-assistido-frceps-e-vcuo

143
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Mencionou lavar as mãos antes de realizar o exame físico?


Realizou o primeiro tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a situação fetal?
Realizou o segundo tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a posição fetal?
Realizou o terceiro tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a apresentação fetal?
Tarefa 02
Identificou a variedade de posição occipito esquerda
anterior (OEA)?
Tarefa 03
Indicou como ponto de referência o lambda?

Tarefa 04
Nomeou corretamente a imagem A como fórceps
de Kielland?
Nomeou corretamente a imagem B como fórceps de Piper?
Nomeou corretamente a imagem C como fórceps
de Simpson?

144
Debriefing
Estática fetal está em alta nos últimos anos nas provas práticas
de residência médica, e as manobras de Leopold são o que mais cai desse
tema. As manobras são uma forma de sistematização da palpação abdominal
na gestante a fim de determinarmos alguns marcos da estática fetal:
• 1º Tempo: delimitação do fundo do útero usando ambas as mãos.
Possibilita identificar o polo que ocupa o fundo uterino e determinar
a situação fetal.
• 2º Tempo: ao deslizar as mãos do fundo uterino para o polo inferior,
tenta-se palpar o dorso fetal e os membros, de um ou outro lado
do útero. Procura-se sentir o dorso fetal e determinar a sua posição.
• 3º Tempo: tenta-se apreender esse pólo fetal entre o polegar e o indicador
da mão direita, imprimindo movimentos laterais para procurar
identificar a apresentação fetal.
• 4º Tempo: o examinador fica de frente para os membros inferiores
da gestante e, com as extremidades dos dedos, palpa a pelve para tentar
sentir o grau de penetração da apresentação na pelve.

Essa estação foi um pouco mais difícil porque também perguntava alguns
conceitos de variedade de posição fetal e tipos de fórceps. Vale a pena dar
uma revisada nesses dois assuntos também, mesmo não sendo comuns nas
provas práticas eles podem aparecer no final do ano.

145
Análise de
Partograma
Tema: Análise de Partograma
Caiu em: FAMERP 2020

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico plantonista em um pronto socorro de obstetrícia e irá
avaliar uma paciente secundigesta admitida na maternidade em trabalho
de parto com 10 horas de evolução.

Tarefa 01:
Dê o diagnóstico do trabalho de parto de acordo com o partograma.

Tarefa 02:
Cite a principal causa da distócia.

Tarefa 03:
Dê a conduta para o caso.

Tarefa 04:
Cite os critérios de aplicabilidade do fórceps.

146
OBS:
Na tarefa 02, o candidato deve escrever a resposta em uma folha.

Orientações
ao Examinador:
Na tarefa 01, o examinador entregava a seguinte imagem:

147
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Fez o diagnóstico de parada secundária da descida?

Tarefa 2
Indicou distócia funcional?

Tarefa 3
Indicou amniotomia?

Indicou ocitocina, caso a amniotomia não resolva?

Tarefa 4
Citou dilatação total?
Citou insinuação fetal ou feto acima de +1 do plano
de Delle?
Citou bolsa rota?

Citou que o médico deve conhecer a variedade de posição?

Citou que desproporção céfalo-pélvica deve ser excluída?

148
Debriefing
Se temos uma certeza nessa vida é que no final do ano você irá se deparar
com um partograma em sua prova prática ou até mesmo na teórica.
Aqui não tem para onde fugir, temos que saber preencher o partograma
e interpretá-lo corretamente.

E para te ajudar na hora da prova vamos a algumas definições:


• Fase ativa prolongada: dilatação cervical menor que 1 cm/hora, portanto
ultrapassa a linha de alerta, decorrente de distócia uterina;
• Parada secundária da dilatação: dilatação cervical mantida por 2 toques
consecutivos no intervalo de 2 horas (também passa a linha de alerta).
As causas são desproporção céfalo-pélvica (DCP) ou apresentação fetal
anômala (deflexão, variedade transversa ou posterior);
• Período pélvico prolongado: descida progressiva mas muito lenta
da apresentação durante o período expulsivo. Causas: DCP ou
apresentação fetal anômala (deflexão, variedade transversa ou posterior);
• Parada secundária da descida: dilatação completa + ausência de descida
por 2 toques consecutivos com intervalo de pelo menos 1 hora entre
eles. Causas: DCP ou apresentação fetal anômala (deflexão, variedade
transversa ou posterior).

Dica: treinar exaustivamente até perceber que está dominando o tema!

149
Sofrimento Fetal

Tema: Sofrimento Fetal


Caiu em: PUCCAMP 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 2 examinadores
Cenário: consulta Pronto Atendimento

Início da Estação
Caso clínico:
Patrícia , 20 anos, primigesta, DUM de 26/02/2020 compatível com USG
de primeiro trimestre, procura a maternidade por queixa de redução
da movimentação fetal há 3 dias.
DIA DO ATENDIMENTO: 06/12/2020

Tarefa Única:
Realize o atendimento desta paciente informando a sua hipótese diag­
nóstica e conduta para o caso.

150
Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Natural e residente de Campinas.
• Estado civil: casada há 1 ano.
• Profissão: estudante.
• Religião: católica.
• Motivo da consulta: “Doutor, faz 3 dias que não sinto meu bebê mexer.”
• Refere contrações irregulares.
• Nega sangramento e perda de líquido transvaginal.
• Nega corrimento, dor e outros sintomas.
• Nega antecedentes gestacionais, obstétricos, pessoais ou familiares
relevantes.
• Nega medicações de uso contínuo, cirurgias prévias ou hábitos e vícios.
• Vacinação durante a gestação: apenas 3 doses da hepatite B. (responder
só se questionado).

Reações da atriz após a conduta:


1. Ao indicar internação para realização de cesariana a atriz mostrava
emoção e dizia que não queria realizar cesárea, mas sim parto normal.
2. Para os candidatos que indicaram indução do parto, atriz se mostrava
feliz por ter um parto via vaginal.

151
Orientações
ao Examinador:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL:

01/05/2020 10/08/2020 17/10/2020


TS O positivo
HB/Ht 12,0/37,1 11,1/33,6

Glicemia Jejum 90 88

HIV NR NR
Sífilis NR NR
Toxoplasmose IgM - / IgG - IgM - / IgG - IgM - / IgG -
Hep. B anti-HbS -
Hep. C NR
Urina 1 normal normal
Urocultura negativa negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado:

EXAME FÍSICO:
• Sinais vitais: PA 110x66 mmHg. FC: 98 bpm. SpO2: 97% em a.a.
T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 35cm.
• DU: 1 contração de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 130 bpm, rítmico.
• TV: colo posterior, pérvio 2cm, esvaecido 30%, plano -3 de Delle. Bolsa
íntegra.

152
Ao solicitar a amnioscopia, o examinador entregava o seguinte cartão:
• Amnioscopia: líquido meconial espesso.

Ao solicitar a cardiotocografia, o examinador entregava o seguinte exame:


Após o candidato solicitar estímulo sonoro, o examinador entregava
a mesma cardiotocografia.

Ao solicitar o perfil biofísico fetal, o examinador entrega os seguintes


resultados:
• ILA: 4,5cm
• Movimento respiratório: ausente em 30 minutos
• Movimento corpóreo: 3 movimentos fetais em 30 minutos
• Tônus fetal: normal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

153
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Calculou corretamente a idade gestacional (40 semanas
e 4 dias)?
Questionou sobre contração uterina e/ou dor abdominal?

Questionou sobre sangramento vaginal?

Questionou sobre perda de líquido via vaginal?

Solicitou cartão de pré-natal?

Questionou antecedentes ginecológicos?


Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre vacinação ou solicitou cartão
de vacinação?
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico obstétrico?

Solicitou amnioscopia?
Solicitou cardiotocografia e interpretou corretamente:
feto hipoativo?

154
Solicitou realização de estímulo sonoro e nova
cardiotocografia?
Solicitou perfil biofísico fetal?

Identificou como hipótese diagnóstica sofrimento fetal?

Indicou internação e realização de cesariana?


Manteve postura diante dos sentimentos da paciente
e explicou a necessidade de realizar a cesariana?

Debriefing
Estação muito bem elaborada de sofrimento fetal que caiu em 2020 na prova
da PUCCAMP. O candidato além de saber interpretar a cardiotocografia
apresentada pela banca examinadora, tinha que saber a conduta frente a
uma cardiotoco com variabilidade reduzida (realizar estímulo sonoro) e
interpretar o resultado do perfil biofísico fetal (PBF).

Vamos lembrar que cada um componentes do PBF pontuam 0 ou 2 pontos


(não existe pontuação 1), e os componentes são:
Cardiotocografia (pode ser incluída ou não)
• ILA (normal de 8 a 18)
• Movimento respiratório (primeiro a ser perdido no sofrimento
fetal aguda)
• Movimento corpóreo
• Tônus fetal

155
Menorragia

Tema: Menorragia
Caiu em: UNICAMP 2015

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 45 anos, G3Pc2A1, refere fluxo menstrual aumentado há 3 anos,
associado a dismenorreia de moderada intensidade. Nega outras alterações.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente citando a sua hipótese diagnóstica
e conduta.

156
Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Júlia
• Natural e procedente de Campinas
• Estado civil: casada há 16 anos
• Profissão: professora
• Motivo da consulta: “Doutor, faz 3 anos que estou sangrando muito
durante a minha menstruação, já procurei outro médico que pediu
alguns exames, mas não adiantou de nada.”
• Refere ciclo menstrual atual regular a cada 30 dias com fluxo intenso
durante 7 dias. Uso de 5 absorventes noturnos por dia.
• Refere antecedente de ciclos menstruais regulares com fluxo moderada
(uso de 3 absorventes por dia) durante 4 dias.
• Refere ainda dismenorreia moderada com melhora ao uso de piroxicam.
Nega dispareunia e sinusorragia.
• Nega outras queixas ginecológicas.
• Refere tontura quando levanta muito rápido. Nega lipotimia, dispneia e
outros sintomas anêmicos.
• G3Pc2A1
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 16 anos.
• Refere estar casada há 16 anos, relações sexuais com uso de preservativo.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM.

Ao questionar a paciente quais exames ela já realizou, a atriz informa que


há 1 mês fez um ultrassom transvaginal:

157
Fonte:https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/aspectos- Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/
ultrassonograficos-da-adenomiose File:Linear_striations_of_adenomyosis.jpg

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 36,3C.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino normoepitelizado.Presença de
corrimento fisiológico. Paredes vaginais sem alterações.

158
• Ao toque vaginal:. Útero em AVF, palpável na altura da sínfise púbica,
com superfície regular. Indolor a mobilização do colo. Anexos não
palpáveis.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, estado
civil, profissão)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características do fluxo menstrual atual?

Investigou características do fluxo menstrual prévio?


Questionou sobre presença de dismenorréia, dispareunia
e sinusorragia?
Questionou sobre presença de sintomas climatéricos,
galactorreia e sintomas de hiperandrogenismo?
Questionou sobre presença sintomas anêmicos?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?


Questionou sobre método contraceptivo e uso
de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

159
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico de adenomiose?

Solicitou hemograma?

Solicitou RNM para confirmação diagnóstica?

Prescreveu ACO?
Orientou uso de piroxicam nas crises por no máximo
5 dias?
Marcou retorno para seguimento?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

Debriefing
Moçada, mulher com 45 anos que há 3 anos tem aumento do fluxo menstrual
associado a dismenorreia secundária, estamos diante, muito provavelmente
de uma adenomiose. Claro que um mioma submucoso também pode
provocar tais sintomas, principalmente o sangramento aumentado, mas
veja que na ultrassonografia realizada pela paciente temos um miométrio
heterogêneo (clássico da adenomiose) e não percebemos nenhuma massa
abaulando o endométrio (característico do mioma submucoso).
A dica nessa questão é explorar ao máximo as características do ciclo
menstrual e também da dor apresentada pela paciente (cíclica x não cíclica

160
/ primária ou secundária). Lembre-se também que o antiinflamatório
não-hormonal pode ser utilizado para dismenorreia, mas nunca por
mais de 5 dias.
Lembre-se também, dos diagnósticos diferenciais de sangramentos uterinos
disfuncionais, que devem ser investigados! Vamos rever o famoso PALM
COEIN?

PALM → lesões estruturais, podem ser avaliadas pela ultrassonografia!


Pólipos
Adenomiose (diagnóstico da questão!)
Leiomiomas
Malignidades (de endométrio e de colo uterino → não esquecer de avaliar
rotina citológica da paciente!)

COEIN
Coagulação (distúrbios de coagulação)
Ovarianas (aqui incluímos as alterações por anovulação, como SOP,
hiperprolactinemia, insuficiência ovariana prematura)
Endometriais
Idiopáticas (causadas por DIUs, hormônios usados de forma inadequada)
Não Classificadas

161
Inserção de DIU

Tema: Inserção de DIU


Caiu em: UFPR 2015

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório
Simulador de inserção de DIU (Materiais: luva de procedimento e cirúrgica,
espéculo, gaze, clorexidina, DIU, pinça anatômica, pozzi, histerômetro,
tesoura)

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente de 28 anos, G2Pn2 deseja utilizar como método anticoncepcional
um Dispositivo Intra-Uterino (DIU). Relata ter menstruado a última vez
há cerca de 1 semanal e utiliza atualmente contraceptivo hormonal oral
combinado de maneira regular. Nega comorbidades.

Tarefa 01:
Converse com a paciente e exclua possíveis contraindicações à inserção
do DIU.

Tarefa 02:
Oriente a paciente quanto a eficácia, validade e seguimento do DIU.

162
Tarefa 03:
Simule a inserção do DIU.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega corrimentos.
• Nega dismenorreia e dor abdominal.
• Refere fluxo menstrual normal de 4 dias com pequena quantidade
de sangramento.
• DUM: há 1 semana.

Orientações
ao Examinador:
• Na tarefa 03, o examinador levava o paciente até o simulador de inserção
do DIU, onde tinha todos os materiais necessários em cima de uma
mesa e o candidato tinha que primeiramente separar os materiais que
iria utilizar.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

163
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre corrimento?

Questionou dismenorreia e dor abdominal?

Investigou características do fluxo menstrual atual?

Tarefa 02
Orientou que o DIU não é um método 100% eficaz,
mas é um dos mais eficazes, superior ao ACO?
Orientou sobre validade de 10 anos do DIU de cobre?
Informou paciente sobre necessidade de realizar USG pós
inserção para avaliar posicionamento do DIU
Informou a paciente sobre o aumento do fluxo menstrual
e cólica pré-menstrual nos primeiros 3 meses após a
inserção
Informou a paciente sobre a possibilidade de retirada
do DIU caso apresente dor ou desconforto excessivo
Questionou sobre dúvidas?

Tarefa 03
Separou os materiais necessários?

Higienizou as mãos pediu consentimento da paciente?

164
Mencionou que iria realizar o exame físico antes
da inserção?
Colocou o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?
Mencionou que procuraria por sinais de cervicite antes
da inserção do DIU?
Realizou a limpeza do colo e canal vaginal com gaze
e clorexidina?
Pinçou o lábio anterior do colo com a pozzi?

Realizou a histerometria?
Ajustou o anel de medição (ou haste móvel azul do
DIU) à histerometria e colocou as hastes laterais do DIU
dentro do aplicador?
Inseriu o sistema de colocação até que o anel de medicação
toque o colo?
Segurando o êmbolo, recolheu o aplicador até liberar
o DIU, obedecendo a técnica de recolhimento?
Retirou o êmbolo e o aplicador?

Cortou o fio do DIU com cerca de 2 cm?

Retirou o espéculo com cuidado?

Descartou os materiais adequadamente?

Debriefing
Esta foi a estação que caiu na prova de ginecologia da UFPR em 2015,
cobrando essencialmente a colocação do dispositivo intrauterino (DIU),
um assunto que, convenhamos, é pouco visto na nossa graduação.
Vale à pena ler com atenção o checklist para aprender mais sobre o assunto

165
e não ser pego de surpresa na hora da prova!
Ah! Nunca se esqueça de sempre excluir as contraindicações antes
de recomendar qualquer tipo de anticoncepção.

Vamos lembrar as principais contraindicações ao DIU de cobre?


• Suspeita de gestação;
• Distorção da cavidade uterina;
• SUA inexplicada;
• CA de colo ou endométrio;
• Infecção genital atual;
• Entre 48h e 4 semanas pós-parto.

166
Doença Trofoblástica
Gestacional

Tema: Doença Trofoblástica Gestacional

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão no Pronto Atendimento de uma maternidade
e irá atender uma paciente de 28 anos com náuseas e vômitos há 5 dias.
ATENDIMENTO: dia 10/11/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite os exames pertinentes para o caso.

Tarefa 03:
Dê a sua hipótese diagnóstica e as condutas para a paciente.

167
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Karen
• Idade: 28 anos
• Estado civil: casada há 6 anos
• Profissão: fisioterapéuta
• Religião: evangélica
• Motivo do atendimento: “Doutor, estou há 5 dias vomitando muito. Me
sinto muito fraca”
• DUM: 18/08/2020
• Refere que já teve um sangramento há 1 semana e que agora está sangrando
novamente.
• Refere sangramento vermelho escuro com algumas bolinhas estranhas
junto com o sangue.
• Nega febre. Nega tontura, desmaio e outros sintomas anêmicos.
• Nega corrimento e outros sintomas.
• G2Pn1
• Nega comorbidades. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Relata estar em uso de ácido fólico 5mg.
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:
• CARTÃO DE PRÉ-NATAL

168
15/10/2020 15/10/2020
TS O negativo Coombs Indir. negativo
HB/Ht 10,5/32,1 TSH / T4L 0,02 / 6,8

Glicemia Jejum 90 Hep. B anti-HbS +

HIV NR Hep. C NR
Sífilis NR Urina 1 normal
Toxoplasmose IgM - / IgG - Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO:
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), desidratada (2+/4+), acianótica,
anictérica, afebril ao toque.
• Resptiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 98 bpm, PA: 140x80
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, indolor a palpação. Útero palpável
2 cm acima da sínfise púbica.
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo com vesículas . Sangue coletado em fundo de saco em pequena
quantidade. Paredes vaginais íntegras, sem laceração.
• Toque vaginal: útero anteroversofletido, aumentado de tamanho. Colo
uterino indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva.
Anexos não palpáveis.
• BCF: inaudível.

Resultados de exames (quando solicitados):


USGTV:

169
Fonte: http://www.anm.org.br/arquivos/5720099/Jorge%20Fonte%20de%20
Rezende%20Filho%20-%20Mem%C3%B3ria.pdf

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou DUM?

Questionou sobre sangramento e suas características?

Questionou sobre a dor abdominal?

170
Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre tontura, desmaio e outros sintomas


anêmicos?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou USG?

Solicitou hemograma, ureia, creatinina e eletrólitos?

Tarefa 3
Explicou a hipótese diagnóstica: doença trofoblástica
gestacional ou gestação molar ou mola hidatiforme?
Indicou internação hospitalar para realização
de esvaziamento uterino por vácuo aspiração elétrica?
Explicou que seria realizado biópsia do material
para confirmação diagnóstica?

Prescreveu hidratação venosa e antiemético?

Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D?

171
Explicou adequadamente porque a paciente necessitava
da medicação (“prevenção de complicações futuras”)?
Explicou para a paciente sobre o controle de cura
da doença com realização de beta-HCG semanal?

Debriefing
A doença trofoblástica gestacional é um termo genérico que designa
cinco entidades anatomopatológicas distintas: mola hidatiforme, mola
invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário e
tumor trofoblástico epitelioide. A mola hidatiforme é a mais comum.
O diagnóstico é feito por volta da 9ª a 12ª semana de gestação com visualização
de formações císticas na cavidade uterina ao exame ultrassonográfico ou
por meio da apresentação clínica característica da doença trofoblástica:
sangramento uterino na 1ª metade da gestação com vesículas, anemia,
hiperêmese, hipertireoidismo e útero aumentado de tamanho para a idade
gestacional.

Não se esqueça que o tratamento é esvaziamento uterino preferivelmente


com vácuo aspiração elétrica e o diagnóstico de certeza é feito pelo
resultado do anatomopatológico. Além disso, essas pacientes precisam
realizar controle de cura com o beta-HCG seriado devido ao risco
de malignização. E obviamente, se a paciente é Rh negativa e não sensibilizada,
deve-se realizar a administração de imunoglobulina anti-D IM.

Ah! Não se esqueça que a paciente está desidratada e vomitando.


Devemos também cuidar da parte clínica da paciente.

172
Câncer de Colo
de Útero
Tema: Câncer de Colo de Útero

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é um(a) médico(a) de família e comunidade de um bairro afastado
do centro da cidade de São Paulo. Em meio a inúmeras pacientes, você se
lembra que a paciente Francisca, de 27 anos e que vive com o HIV, colheu
colpocitologia oncótica há 1 mês e não retornou na consulta marcada para
hoje. Você, então, decide entrar no sistema de resultados de exames
para checar o resultado do CCO:
• Lesão intra-epitelial escamosa de baixo-grau (LSIL).

Tarefa 01:
Qual a conduta frente a esta paciente?

Tarefa 02:
De acordo com a imagem abaixo, qual o teste realizado, qual o achado
do exame e qual a conduta frente a esse achado?

173
Tarefa 03:
O resultado da biópsia foi: NIC III. Qual a próxima conduta?

Tarefa 04:
O resultado do exame solicitado na tarefa anterior foi: carcinoma in situ,
margens livres de lesão. Qual a conduta frente ao diagnóstico levando em
consideração que a paciente deseja ter filhos?

Tarefa 05:
A paciente possui uma filha de 10 anos e que também vive com o HIV.
Qual a recomendação você daria em relação a prevenção primária
da doença materna para a criança?

Orientações
ao Examinador:
As tarefas são sequenciais.
Se o candidato não solicitar
colposcopia na tarefa 01 a
estação deve ser encerrada.

• Caso o candidato solicite


a colposcopia na tarefa 01,
a estação deve prosseguir
com a tarefa 02 e a seguinte
imagem:
Fonte: https://www.misodor.com/COLPOSCOPIA.html

174
• Caso o candidato solicite biópsia da lesão na tarefa 02, ele pode
seguir para a tarefa 03.
• Caso o candidato indique CONE ou CAF na tarefa 03, ele pode
seguir para a tarefa 04.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Mencionou convocar a paciente para uma nova consulta o
mais rápido possível?

Mencionou solicitar uma colposcopia?

Tarefa 2
Respondeu teste de Shiller?

Respondeu teste de Shiller positivo ou lugol negativo?

Indicou biópsia da lesão?

Tarefa 3
Indicou realização de CONE ou CAF?

175
Tarefa 4
Não indicou histerectomia?

Não indicou radio/quimioterapia?

Indicou seguimento clínico?

Tarefa 5
Indicou vacinação para a criança?

Indicou 3 doses da vacina quadrivalente contra HPV


(0, 2 e 6 meses)?

Debriefing
O câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas
mulheres – atrás apenas do de mama e do colorretal – e a quarta causa de
morte por câncer entre a população feminina no Brasil, de acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por esse motivo ele é tão cobrado
nas provas de residência médica.

Nessa estação, associamos conceitos teóricos com a prática, característica


cada vez mais comum nas provas práticas de São Paulo.

Veja que a lesão intra-epitelial de baixo grau não é comumente indicação


de colposcopia, mas quando associado à imunossupressão causada pelo HIV,
o exame de colposcopia deve ser realizado. Além disso, dois outros testes
podem ser associados à colposcopia para uma melhor definição da lesão
e possibilitar, assim, a biópsia: o teste do ácido acético (área acetobranca
= lesão) e o teste de Shiller ou do lugol (área não marcada com o lugol,
portanto a área que não fica marrom = lesão).

176
Com o resultado da biópsia NIC II ou NIC III, devemos realizar a exérese
da lesão por meio da conização ou da cirurgia de alta frequência (CAF).

Contudo, a CAF possui algumas contraindicações:


• Suspeita de invasão;
• Lesão mal delimitada;
• Colposcopia insatisfatória.

Por fim, devemos realizar o estadiamento do câncer cervical.

No caso da nossa paciente, o carcinoma in situ corresponde ao estágio 0,


em que a realização do CONE é diagnóstico e terapêutico. Portanto nossa
paciente deve realizar apenas seguimento clínico do câncer, não estando
indicado radio ou quimioterapia.

Em relação à profilaxia do câncer de colo de útero em pacientes HIV


positivo, devemos lembrar que há algumas alterações. Quanto à vacinação
(prevenção primária), pelo Ministério da Saúde, as pessoas que vivem
com HIV podem receber a vacina contra o HPV em uma faixa etária mais
ampla: 9 a 26 anos para homens e de 9 a 45 anos para mulheres. O esquema
vacinal para imunossuprimidos é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses);
diferentemente da população geral que recebe em uma faixa etária mais
restrita (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos) e apenas duas
doses (0-6 meses).

Não era objetivo da questão, mas sempre bom relembrar! E relação ao


rastreamento de câncer de colo uterino pela coleta de citologia oncótica
(prevenção secundária), também existe uma alteração em pacientes HIV
positivos. O exame deve ser realizado logo após o início da atividade sexual,
com periodicidade anual após dois exames normais consecutivos realizados
com intervalo semestral.

177
Bexiga Hiperativa

Tema: Bexiga Hiperativa

Grau de dificuldade: moderada


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 65 anos, menopausa há 15 anos sem uso de Terapia de Reposição
Hormonal, vem a consulta com queixa de urgência miccional há 12 anos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Dê o diagnóstico e as orientações para a paciente.

Tarefa 04:
Anos depois a mesma paciente retorna com piora dos sintomas.

178
Agora, também, com incontinência ao tossir e levantar.
Qual o diagnóstico da paciente de acordo com a Classificação
POP-Q realizada na consulta?

Orientações
à Atriz:
• Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria Aparecida.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: do lar
• Estado civil: viúva há 3 anos.
• Religião: católica.
• Motivo do atendimento: “ Doutor, já faz 12 anos que não aguento
chegar no banheiro para fazer xixi. Quando me dá vontade tenho
que sair correndo.”
• Refere 10 micções/dia e 3 à noite.
• Nega perda urinária aos esforços.
• Nega disúria.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas.
• Menopausa há 15 anos sem uso de TRH.

179
• G3Pn3
• Comorbidades: DM2 bem controlada há 13 anos, e glaucoma.
• Medicações de uso contínuo: metformina 500mg 3x/dia.
• Nega cirurgias prévias.
• Nega alergias.
• Tabagista de 1 maço/dia desde os 19 anos. Nega etilismo.
• Refere que toma 4 xícaras de café por dia.
Nega realização de exercício físico.
• Nega antecedentes familiares importantes.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Peso: 80kg, altura: 1,61m.
• Sinais vitais: FC: 80 bpm, PA: 135x80 mmHg. FR: 18 irpm. SpO2: 98%
em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
Presença de secreção fisiológica. Paredes vaginais sem lesões.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, tamanho normal. Colo uterino indolor
à mobilização, fechado. Sem alterações. Anexos não palpáveis.

180
TESTE DE ESFORÇO
• Ausência de perda urinária a manobra de valsalva.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


o seguinte cartão:

• Urina tipo 1:
• Urocultura: negativa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

181
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?

Questionou sobre número de micções de dia e a noite?

Questionou sobre perda urinária aos esforços?

Questionou sobre disúria e outros sintoma urinários?

Questionou sobre outras queixas ginecológicas?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?


Questionou sobre comorbidades, cirurgias prévias,
uso de medicações e alergia?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?
Questionou sobre hábitos de vida como ingesta de café
e realização de exercício físico?
Solicitou exame físico geral, dados antropométricos
e calculou o IMC da paciente?
Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou teste de esforço para perda urinária?

182
Tarefa 02
Solicitou urina tipo 1 e urocultura?

Não solicitou estudo urodinâmico?

Tarefa 03
Explicou sobre o diagnóstico de bexiga hiperativa para
a paciente?
Orientou perda de peso, realização de atividade física,
reduzir ingesta de café e parar de fumar?

Encaminhou paciente para a fisioterapia?

Não prescreveu nesse primeiro momento anticolinérgico


ou beta3-agonista?

Marcou consulta de retorno?

Tarefa 04
Diagnosticou prolapso genital (cistocele e prolapso
uterino)?

Debriefing
Incontinência urinária é um tema que ainda não caiu em nenhuma prova
prática nos últimos anos, mas devido ao aumento de questões sobre o tema
nas provas teóricas, é uma grande aposta para as provas deste ano.

Existem três tipos principais de incontinência urinária:


• Incontinência urinária de esforço: o sintoma inicial é a perda de urina
quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;

183
• Incontinência urinária de urgência (bexiga hiperativa): caracteriza-se
pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias
e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
• Incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados

O diagnóstico de incontinência urinária é, em sua maioria, clínico,


e devemos sempre afastar a principal causa de perda involuntária de urina
na mulher: infecção urinária. O estudo urodinâmico é reservado para os
casos de dúvida diagnóstica, incontinência urinária refratária ao tratamento
clínico, pré-cirúrgico ou incontinência mista.

No tratamento da bexiga hiperativa utilizamos medidas não farmacológicas


(perda de peso, atividade física, reduzir consumo de café, cessar tabagismo)
e fisioterapia pélvica. Medidas farmacológicas também podem ser
utilizadas por meio da prescrição de medicamentos anticolinérgicos
(oxibutinina, tolterodina, dariferacina) ou, mais atualmente, medicamentos
beta3-agonista (mirabegrona), que podem ser usados em pacientes com
contraindicação ao uso de anticolinérgicos (arritmia, glaucoma de ângulo
fechado, gestação). Além disso, a terapia de reposição estrogênica por via
tópica local pode ajudar a aumentar o trofismo vulvovaginal e reduzir
sintomas de incontinência urinária.

184
Climatério

Tema: Climatério

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 48 anos, branca, é encaminhada a consulta de ginecologia com
queixa de calor intenso com posterior sudorese intermitente e dispareunia
nos últimos 3 meses.

Tarefa Única:
Faça a avaliação diagnóstica, exames complementares e conduta terapêutica.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, há aproximadamente 3 meses estou
sentindo um calor insuportável, principalmente à noite, e depois eu

185
começo a suar muito. Além disso estou com um pouco de dor durante a
relação com o meu marido”
• Refere ciclo menstrual atual irregular, com intervalos longos, que chegam
a durar até 60 dias, com pequeno fluxo.
• DUM: há 5 dias.
• Refere ciclos anteriores regulares a cada 28 dias, com fluxo moderado de
cerca de 5 dias.
• Refere irritabilidade e insônia há aproximadamente 4 meses.
• Refere que está com menos desejo de ter relações sexuais.
• Nega sinusiorragia e outros sintomas ginecológicos.
• G3Pn2A1
• Refere que até os 40 anos fez uso de anticoncepcional hormonal
combinado oral. Agora faz uso apenas de preservativo.
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega alergias.
• Nega cirurgias ginecológicas prévias e fraturas ósseas.
• Nega antecedentes de tromboembolismo.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega antecedentes familiar de
CA ginecológico.
• Último CCO há 6 meses: sem alterações.
• Última MMG há 6 meses: sem alterações.

Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava os seguintes cartões (só
entregar a parte do exame físico solicitado:
EXAME FÍSICO GERAL
• Sinais vitais: FC: 80 bpm, PA: 120x80 mmHg. FR: 20 irpm.

186
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 36,3C.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, indodor à palpação. Ausência de massas e
visceromegalias à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME DAS MAMAS


• Mamas pendulares, esquerda ligeiramente maior que a direita. Ausência
de abaulamentos, retrações e assimetrias na inspeção estática e dinâmica.
• Palpação: mamas flácidas. Ausência de nódulos e adensamentos palpáveis.
Linfonodo axilar direito palpável de cerca de 0,5cm, móvel, fibroelástico,
não aderido a planos profundos. Ausência de descarga papilar.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino em fenda, centrado
e normoepitelizado, presença de pequena quantidade de corrimento
fisiológico. Vagina um pouco atrófica para a idade.
• Ao toque vaginal: .Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
à mobilização do colo uterino e fundo de saco de Douglas. Anexos não
palpáveis.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava um cartão


com cada exame pedido:
• FSH = 43
• HDL = 45 / LDL = 88 / Triglicerídeos = 101 / Colesterol total = 155
• B-HCG negativo
• Exame de urina sem alterações
• Ultrassonografia transvaginal: útero em AVF, de forma normal,
contornos regulares, textura homogênea, medindo 8,12x5,16x3,37
cm, volume uterino estimado de 74,2cc. Eco endometrial medindo

187
5mm. OD medindo 2,91x2,95x2,03, com volume de 8,3cc, de forma
e tamanho normal. OD medindo 2,39x2,67x2,03, com volume
de 7,71cc, de forma e tamanho normal. Não observamos líquido livre na
cavidade.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características dos ciclos menstruais atual


e prévios?

Questionou DUM?

Investigou alteração da libido?

Investigou distúrbios do humor e do sono, ansiedade,


irritabilidade?
Questionou sobre método contraceptivo e uso
de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, alergias)?
Questionou sobre antecedente de cirurgias ginecológicas
e fratura prévia?

188
Questionou sobre evento tromboembólico prévio?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre antecedentes familiares, principalmente


de CA ginecológico?
Questionou sobre último CCO e MMG?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico das mamas?

Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou dosagem de FSH?

Solicitou HDL, LDL, triglicerideos, colesterol total?

Solicitou ultrassonografia pélvica e interpretou como


sem alterações?
Verificou se há contraindicação para TH (pelo menos 4)?
• CA de mama ou endométrio atual ou prévio;
• TRomboembolismo agudo;
• Sangramento vaginal indeterminado;
• Doenças hepáticas descompensadas;
• Porfiria.

Orientou sobre roupas arejadas, evitar tabagismo,


diminuição do peso, exercícios leves

Indicou Terapia de Reposição Hormonal?

Perguntou à paciente se apresenta alguma dúvida?

189
Debriefing
Moçada, mulher de 45 a 55 anos, com queixa de fogachos, alterações do
humor, insônia e irregularidade menstrual, é igual a mulher no climatério,
que envolve as fases de transição para a menopausa, menopausa e o período
pós menopausa.

Uma questão com esse tema não foi abordada por nenhuma instituição
nos últimos anos na prova prática. Mas para você chegar no final do ano
voando, é preciso saber algumas coisas:

EXAME FÍSICO: Inespecífico, pode apresentar sinais de atrofia vaginal


como redução da espessura, perda da elasticidade, perda do enrugamento,
aumento do pH, redução das secreções vaginais.

TERAPIA HORMONAL:
• Contraindicações: CA de mama atual ou prévio, CA de endométrio
atual ou prévio , tromboembilismo agudo, sangramento vaginal
indeterminado, doenças hepáticas ativas, porfiria.
• Repercussões da TH: aumento do risco de CA de mama, AVE, doença
coronariana e tromboembolismo, diminuição no risco de CA de colón
e reto, aumento do risco de hiperplasia e ca de endométrio, aumento
do risco de doença da vesícula biliar. Na ausência de contraindicações
e se houver desejo da paciente, deve ser iniciada até 10 anos após a
menopausa.
• Indicações: presença de sintomas vasomotores, síndrome urogenital da
menopausa e para prevenção de osteoporose na pós-menopausa.

190
Gemelaridade

Tema: Gemelaridade

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 23 anos, primigesta, DUM: 21/06/2020 sem comorbidades prévias
conhecidas, vêm para a segunda consulta de pré-natal com os exames
solicitados na última consulta. Assintomática no período.
ATENDIMENTO: dia 30/09/2020.

Tarefa 1:
Interprete os exames da paciente e dê as orientações pertinentes para
o caso.

Tarefa 2:
Qual síndrome é exclusiva desse tipo de gestação e representa uma
das principais e mais temidas complicações?

191
Orientações
ao Examinador
O examinador deve entregar os seguintes exames ao candidato:
• TS: O negativo
• Coombs indireto: negativo
• Hemograma: Hb 11,7 / Ht 35,4% / Leuco 11220 (73% de neutrófilos) /
plaquetas 204000
• Glicemia jejum: 90
• HIV: não reagente
• VDRL: não reagente
• Hepatite B: anti-HBs reagente
• Toxoplasmose: IgM e IgG não reagente
• Urina tipo 1: sem alterações
• Urocultura: negativa

USG (16/09/2020): gestação compatível com 12 semanas.

Sinal do T na ultrassonografia de gestação monocoriônica.


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

192
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Calculou a idade gestacional pela DUM? (14 semanas
e 3 dias)
Calculou a idade gestacional pela USG de 1º trimestre?
(14 semanas)
Determinou que a idade gestacional pela DUm está
compatível com a USG e portanto a IG é de 14 semanas
e 3 dias?
Identificou que paciente é Rh negativa com coombs
indireto negativo??
Orientou realização de imunoglobulina anti-D
com 28 semanas?
Identificou que paciente é suscetível a toxoplasmose?

Orientou medidas de prevenção a toxoplasmose aguda?

Identificou que paciente é imune a hepatite B?

Não orientou vacinação para hepatite B?

Identificou o sinal do T na ultrassonografia?


Identificou se tratar de uma gestação gemelar
monocoriônica e informou a paciente?
Tarefa 02
Síndrome da transfusão feto-fetal

193
Debriefing
Vamos falar um pouquinho de gestação múltipla?
Gestação múltipla é definida como aquela proveniente de um ou mais
ciclos ovulatórios, resultando no desenvolvimento intrauterino de mais de
um zigoto ou na divisão do mesmo zigoto, independente do número total
de neonatos. Elas podem ser classificadas segundo a zigoticidade
ou a corionicidade:
• São denominadas polizigóticas quando resultam da fecundação de mais
de um óvulo e os produtos conceptuais apresentam materiais genéticos
distintos.
• As gestações monozigóticas são resultantes da divisão de massa
embrionária inicial comum e os produtos conceptuais resultantes
apresentam carga genética idêntica.

Nas gestações polizigóticas, cada zigoto sempre desenvolve seus próprios


cório e âmnio. As gestações monozigóticas, por sua vez, têm apresentação
variável conforme o momento em que ocorre a divisão da massa embrionária:
• Quando a divisão do blastocisto ocorre em até 72 horas, podem ser
encontradas duas placentas e dois sacos amnióticos (gestação dicoriônica-
diamniótica).
• Entre o 4º e o 8º dias após a fertilização, quando já ocorreu a diferenciação
das células que dão origem ao cório, resultando em uma placenta e duas
cavidades amnióticas (gestação monocoriônica-diamniótica).
• Entre o 8º e o 13º dias após a fertilização, isto é, quando já se formaram
a placa coriônica e o saco amniótico, dando origem às gestações
monocoriônicas-monoamnióticas.

Por fim, a corionicidade pode ser determinada com acurácia por meio da
ultrassonografia de primeiro trimestre da gestação. Nas gestações dicoriônicas
há uma projeção do cório entre os folhetos de âmnio determinando o sinal
do lambda. Já nas gestações monocoriônicas, a membrana amniótica insere-
se de maneira abrupta na placenta, formando o sinal do T.

194
Sinal do lambda na ultrassonografia de gestação dicoriônica.

Sinal do T na ultrassonografia de gestação monocoriônica.

195
Bartholinite

Tema: Bartholinite

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 27 anos, chega ao pronto
socorro com queixa de dor em região
vulvar há 2 dias. Refere aparecimento
de um caroço na vagina, doloroso
e com hiperemia local. Nega febre
e outros sintomas sistêmicos.
Nuligesta, vida sexual ativa com
parceiro único com uso de condom.
Nega comorbidades, alergias e
cirurgias prévias.

Ao exame físico é visto a seguinte


imagem:

196
Tarefa 01:
Qual o diagnóstico?

Tarefa 02:
Dê a conduta apropriada para o seu diagnóstico.

Tarefa 03:
Informe o passo a passo para a drenagem de abscesso da glândula
de Bartholin.

Orientações
ao Examinador:
• O examinador só deve fornecer a tarefa número 3 caso o candidato
dê como conduta na tarefa 2 drenagem do abscesso.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Informou Bartholinite ou abscesso da glândula
de Bartholin?

Tarefa 02
Indicou drenagem local?

Prescreveu analgesia com AINE?

197
Prescreveu antibiótico?

Tarefa 03
Indicou Lavagem das mãos e paramentação cirúrgica
estéril?
Indicou antissepsia local?

Indicou realização de anestesia local com lidocaína?

Indicou incisão na pele?

Indicou realização de expressão e divulsão da lesão

Indicou irrigação com soro fisiológico?

Não indicou sutura da incisão?

Debriefing
As glândulas de Bartholin são glândulas redondas e muito pequenas
localizadas bilateralmente na vulva, uma em cada lado da abertura
da vagina. Tem como função a secreção de muco para a lubrificação da
vulva e da vagina durante o ato sexual. A obstrução dos seus ductos pode
gerar cistos e a infecção desses cistos, abscessos.

O abscesso da glândula de Bartholin (também conhecido como Bartholinite),


apresenta-se como uma massa vulvar muito dolorosa e com sinais flogísticos.
Na maioria das vezes a dor é tão intensa que as pacientes acham difícil
ou impossível andar, sentar ou ter relações sexuais. Inicialmente pensava-se
que tal patologia era uma infecção sexualmente transmissível, no entanto,
um estudo recente descobriu que o patógeno mais comum é Escherichia
coli, havendo uma diminuição da incidência de bartholinites por bactérias
causadores de IST’s.

198
O tratamento consiste em drenagem do cisto, igual a drenagem de um
abscesso, a única diferença é que preconiza-se a colocação de um cateter
ou dreno de Word. Deve-se também prescrever analgesia com
antiinflamatório e antibioticoterapia com cobertura para gram negativo.

199
HIV no Trabalho
de Parto
Tema: HIV no Trabalho de Parto

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador + 1 atriz
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, G3Pn2, DUM e IG desconhecida, chega ao pronto socorro
com queixa de contrações moderadas há cerca de 2 horas. Nega perda de
líquido. Nega corrimento e sangramento transvaginal. Descobriu que
estava grávida há 3 dias e não realizou nenhuma consulta de pré-natal.
Nega comorbidades prévias.

Ao exame:
• Sinais vitais: PA 110x66 mmHg. FC: 98 bpm. SpO2: 97% em a.a. T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 35cm.
• DU: 2 contração de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 135 bpm, rítmico.
• TV: colo medializado, pérvio 5cm, esvaecido 70%, plano -3 de De Lee.
Bolsa íntegra.

200
Paciente foi prontamente admitida no centro obstétrico e solicitado teste
rápido para HIV e sífilis, sendo positivo para HIV.

Tarefa 01:
Informe para a paciente o diagnóstico?

Tarefa 02:
Dê as condutas adequadas para o caso.

Tarefa 03:
Em relação a profilaxia de transmissão vertical, existe algum medicamento
indicado para o RN após o nascimento?

OBS:
Na tarefa 03, o candidato deve escrever a resposta na folha de resposta.

Orientações
à Atriz:
Após o candidato informa o diagnóstico de HIV, a atriz deve se mostrar
incomformada com o resultado do teste e questiona sobre a necessidade de
realização de um teste confirmatório.

Orientações
ao Examinador:
• Deve entregar a folha de resposta durante a tarefa 3.

201
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Informou o resultado do teste rápido de HIV para
a paciente?
Informou a necessidade de realização de um teste
confirmatório?
Informou que o teste confirmatório demora alguns dias
e que no momento é preciso tomar medidas para impedir
a transmissão vertical?
Utilizou linguagem acessível e lidou com a situação
de forma profissional?

Tarefa 2
Indicou administração intravenosa de AZT (zidovudina)
profilático?
Indicou que o parto deve ocorrer preferencialmente após
3 horas do início da administração do medicamento?
Indicou que a AZT deve ser administrada
até o clampeamento do cordão umbilical?
Indicou condução do trabalho de parto, sendo
evitado intervenções como amniotomia, amnioscopia
e episiotomia?
Indicou clampeamento imediato do cordão após
o nascimento?
Indicou notificação compulsória?

202
Tarefa 3
Indicou Zidovudina (AZT) + Lamivudina (3TC) +
Raltegravir (RAL) por 28 dias para o RN?

Debriefing
Moçada, questão bastante específica sobre HIV durante o trabalho de parto,
e pior, a gestante não sabia que tinha HIV. Temos que lembrar que um teste
isolado não faz diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana, por isso temos que pedir um teste confirmatório, mas durante
o trabalho de parto temos que fazer de tudo para evitar a transmissão
vertical, portanto essa gestante deve ser conduzida como portadora do
vírus sem uso de TARV.

Em relação a via de parto na gestante com HIV, o Ministério da Saúde


recomenda que a via seja guiada pela carga viral (CV) com 34 semanas
de gestação:

Gestante com CV Parto cesario, eletivo,


desconhecidaou AZT injetável
empelicado, a partir IV no parto
detectável na 34º semana da 38º semana

Gestante com CV Parto segundo


detectável, porém menor AZT injetável
indicação obstétrica; IV no parto
que 1.000 cópias/mL pode ser vaginal
na 34º semana

Gestante com CV Parto segundo Manter


indetectável indicação obstétrica, TARV habitual
na 34º semana preferencialmente vaginal via oral

203
A zidovudina (AZT) parenteral deve-ser administrada anteparto
para gestantes que apresentem carga viral detectável ou desconhecida.
Nesses casos, preconiza-se que o nascimento ocorra, pelo menos 3 horas,
após o início da medicação, e a infusão deve ser suspensa imediatamente
após o clampeamento imediato do cordão umbilical.

Atenção: O Ministério da Saúde lançou uma atualização em março/2021


sobre a profilaxia de recém-nascidos expostos a HIV, dividindo os mesmos
em dois grupos:
• Recém nascidos de baixo risco (mãe com uso de TARV desde primeira
metade da gestação + CV indetectável a partir de 28ª semana E sem falha
na adesão à TARV): recebem apenas Zidovudina (AZT) por 28 dias.
• Recém nascidos de alto risco (toda condição que não entra no RN de
baixo risco): devem receber não mais nevirapina, mas sim Zidovudina
(AZT) + Lamivudina (3TC) + Raltegravir (RAL) por 28 dias.

Assim, fica abandonada a nevirapina para profilaxia de transmissão vertical


em RNs como era realizada até 2020.

204
Câncer de Ovário

Tema: Câncer de Ovário


Caiu em: UFG 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente do sexo feminino, de 70 anos, comparece em consulta relatando
constipação intestinal e aumento do volume abdominal há 1 mês. Traz
consigo ultrassonografia transvaginal

Cisto ovariano complexo


Fonte: HOFFMAN, Barbara L. et
al. Ginecologia de WILLIAMS. 2 ed.
Porto Alegre. Artmed. 2014.

205
Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente, citando a hipótese diagnóstica
mais provável.

Tarefa 02:
Cite os exames complementares necessários para a condução do caso.

Tarefa 03:
Cite 5 fatores de risco para a doença e 3 fatores de proteção.

Tarefa 04:
Explique como deve ser feito o diagnóstico, solicitando exames laboratoriais
que julgar necessários e qual é o tratamento mais preconizado.

Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, minha barriga está crescendo há uns
3 meses e estou com muita dificuldade de evacuar, fico até 4 dias
sem ir ao banheiro e antes não era assim.”
• Refere que perdeu cerca de 5kg nos últimos 3 meses.
• Nega outros sintomas e queixas ginecológicas.
• Refere menarca aos 12 anos e menopausa aos 55 anos.
• Virgem.
• Nuligesta.
• Menarca aos 12 anos.
• Refere HAS em uso de losartana 50mg/dia e DM2 em uso

206
de metformina 500mg 3x/dia. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega antecedentes familiar de
CA ginecológico.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 130x82 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, doloroso a palpação profunda de
FIE. Massa de superfície regular palpável em FIE.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino normoepitelizado.
Presença de corrimento fisiológico. Paredes vaginais sem alterações.
Atrofia vaginal.
• Ao toque vaginal:. Útero em AVF, palpável na altura da sínfise púbica,
com superfície regular. Indolor a mobilização do colo.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

207
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?


Questionou sobre sintomas sistêmicos como perda
de peso, febre ou sudorese?
Questionou sobre sintomas ginecológicos?

Questionou menarca e menopausa?

Questionou paridade?
Questionou sobre atividade sexual e/ou uso
de anticoncepção?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?
Questionou sobre antecedentes familiares
(CA ginecológico)?
Solicitou exame físico?
Citou a provável hipótese diagnóstica (câncer/carcinoma
de ovário maligno)?

208
Tarefa 02
Citou cinco ou mais exames complementares?
Aceitar: TC ou RM / marcadores tumorais / CA-125 / CEA
/ USG de abdome / endoscopia digestiva alta / gama-GT
/ TGO / TGP / colonoscopia / bilirrubinas / radiografia
de tórax

Tarefa 03
Citou cinco ou mais fatores de risco para a doença?
Aceitar: idade avançada / obesidade / mama densa /
antecedente familiar / síndrome de Lynch II / menopausa
tardia / baixa paridade / ingesta excessiva de gordura
animal / população judaica Ashkenazi / infertilidade
/ drogas indutoras da ovulação / mutações genéticas /
baixos níveis de alfa L-fucosidase.
Citou três ou mais fatores de proteção?
Aceitar: amamentação / uso de anovulatórios / laqueadura
tubária bilateral / multiparidade / ooforectomia /
histerectomia.

Tarefa 04
Citou que o diagnóstico deve ser feito por meio
de laparotomia exploradora e anatomopatológico do
material retirado da cirurgia?
Mencionou cirurgia e quimioterapia como
opções terapêuticas?
Citou o provável tipo histológico do tumor (carcinoma
epitelial/seroso)?

209
Debriefing
Nesta estação da UFG de 2019, a banca conseguiu adaptar neoplasia
de ovário em uma prova prática, e por um grande motivo: o câncer
de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas
do câncer do colo do útero.A abordagem é exatamente igual a uma consulta
ambulatorial: relembrar os principais fatores de risco e de proteção
da doença, os tipos histológicos mais comuns, como é feito o diagnóstico,
estadiamento e tratamento.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário


traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não
é recomendado. Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível
em apenas parte dos casos pois a maioria só apresenta sinais e sintomas
em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns
e que devem ser investigados são: inchaço abdominal; dor abdominal;
Perda de apetite e de peso, fadiga; mudanças hábito intestinal e/ou urinário.

Os fatores de risco são principalmente idade avançada (maiores de 60 anos),


história familiar, mutação BRCA, dieta rica em gordura, nuliparidade,
menacme longa, uso de indutores da ovulação e tabagismo. Já nos fatores de
proteção encontramos: amamentação, multiparidade, uso de anovulatórios
(como anticoncepcional oral), ooforectomia, histerectomia e ligadura
tubária bilateral.

O diagnóstico só é confirmatório por meio de laparotomia exploradora


e anatomopatológico do tumor, e o tratamento subsidiário
depende do tipo histológico.

210
Gestação Inicial

Tema: Gestação Inicial

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, estudante, solteira, chega ao pronto atendimento
com queixa de náuseas, sem vômitos há aproximadamente 1 semana.
Nega dor abdominal, mas refere que sua barriga parece estar inchada nos
últimos dias. Além disso, queixa-se de polaciúria, porém nega disúria,
noctúria e outras queixas urinárias.

Antecedentes: nega comorbidades, medicamentos de uso contínuo,


cirurgias prévias e alergias. Nega tabagismo e refere etilismo social.
Menarca aos 12 anos, ciclos menstruais irregulares. DUM: há 8 semanas
Sexarcar aos 15 anos. Vida sexual ativa, com uso de condom.

211
Ao exame físico foram vistas as seguintes alterações:

A)

Fonte: https://www.clinicaneurogandolfi.com/post/
amamenta%C3%A7%C3%A3o-e-tub%C3%A9rculos-de-
montgomery

B)

Fonte: https://quizlet.com/br/270600058/sinais-de-presuncao-de-
gravidez-flash-cards/

212
C)

Fonte: https://repositorio.observatoriodocuidado.
org/bitstream/handle/handle/1740/ItSab_MatDid_
CEP-SAUDE_GO_AleitamentoRecemNascido.
pdf?sequence=1&isAllowed=y

D)

Fonte: http://esperandobb.blogspot.com/2011/02/
melasma-na-gravidez-ou-cloasma.html

Tarefa 01:
Nomeio os achados de cada imagem acima.

Tarefa 02:
Durante a realização do exame especular desta paciente foi visto uma vulva
mais arroxeada. Qual o nome deste sinal?

213
O médico de plantão solicitou um teste de gravidez urinário que veio
positivo e uma USG transvaginal que evidenciou saco gestacional
de 20mm, não sendo visualizado embrião.

Tarefa 03:
Qual a(s) hipótese(s) diagnóstica(s)? E qual a conduta neste momento?

Orientações
ao Examinador:
• O examinador deve entregar as tarefas sequencialmente.
• Nas tarefas 01 e 02 o candidato deve escrever as respostas na folha
de resposta.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Respondeu corretamente na foto A: tubérculos
de Montgomery?
Respondeu corretamente na foto B: rede venosa de Haller?

Respondeu corretamente na foto C: sinal de Hunter?

Respondeu corretamente na foto D: melasma ou cloasma?

214
Tarefa 02
Respondeu corretamente sinal de Jacquemier?

Tarefa 03
Citou como hipóteses diagnósticas gestação em curso
ou gestação anembrionária?
Orientou realização de uma nova ultrassonografia entre
7 a 10 dias?

Debriefing
Questão bastante visual para te preparar para as provas multimídias também,
que abordou um tema que vire e mexe cai na sua prova teórica: avaliação
inicial da gestação e modificações do organismo materno na gravidez.

Embora, hoje em dia, o teste de gravidez esteja disponível na grande


maioria das cidades, imagine-se em uma pequena comunidade, a muitos
quilómetros de um grande centro e sem teste laboratorial? Você teria que
dar o diagnóstico dessa paciente com base apenas nos sintomas e sinais do
exame físico.

Como sabemos, os sintomas iniciais de uma gestação são: náuseas com


ou sem episódios eméticos, sialorreia, aumento da sensibilidade mamária,
polaciúria e/ou nictúria, distensão abdominal, constipação, sonolência,
fadiga, entre outros sintomas inespecíficos. Além, é claro, do atraso
menstrual.

Contudo, esta paciente apresentava ciclos irregulares, portanto não


podemos afirmar que a sua idade gestacional seja de 8 semanas conforme
a data da última menstruação. Muito provavelmente, por causa disso,
o médico solicitou uma ultrassonografia transvaginal para melhor datar

215
essa gestação. E ela veio um saco gestacional de 20mm sem embrião.
Estamos diante de uma gestação anembrionária? Não necessariamente!

O examinador pode apenas não ter visto o embrião devido ao estágio inicial
da gestação. Estamos autorizados a diagnosticar gestação anembrionária
quando não vemos embrião em USG com saco gestacional acima de 25mm.

Estação a princípio fácil, mas que cobrou muitos conceitos!

216
Câncer
de Endométrio

Tema: Câncer de Endométrio

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 65 anos, branca, menopausada há 14 anos, refere sangramento
menstrual há 1 mês, em pequena quantidade. Nega outros sintomas.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente, citando a hipótese diagnóstica
mais provável.

Tarefa 02:
Cite 5 fatores de risco para a doença presente na história da paciente
e 2 fatores de proteção.

Tarefa 03:
Qual exame padrão-ouro para diagnóstico?

217
Tarefa 04:
Confirmada sua hipótese diagnóstica, informa a paciente quais os princípios
do tratamento.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria
• Natural e procedente de São Bernardo - SP
• Estado civil: viúva há 2 anos
• Profissão: do lar
• Motivo da consulta: “Doutor, há mais ou menos 1 mês eu voltei
a sangrar depois de 14 anos.”
• Nega outros sintomas como cólica, corrimento, dispareunia, sinusorragia.
• Nega queixas sistêmicas. Nega perda ou ganho de peso.
• G3Pc2A1
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 16 anos.
• Menopausa aos 51 anos. Nega uso de terapia hormonal.
• Nega uso de anticoncepção durante a menacme.
• Vida sexual inativa desde o falecimento do marido.
• Refere ser diabética em uso de metformina 500mg 2x/dia.
Nega outras cirurgias prévias. Nega alergias.
• Refere tabagismo 1 maço/dia desde os 15 anos.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega história familiar
de câncer ginecológico.

218
Ao questionar a paciente quais exames ela já realizou, a atriz informa que
há 1 semana fez um ultrassom transvaginal:

Fonte: Wright, J. D., Medel, N. I. B., Sehouli, J., Fujiwara, K., & Herzog, T. J. (2012). Contemporary
management of endometrial cancer. The Lancet, 379(9823), 1352–1360. doi:10.1016/s0140-6736(12)60442-5

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Peso: 90kg / Altura: 1,62m / IMC: 34,3 kg/m²
• Sinais vitais: FC: 92 bpm, PA: 130x78 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 95% em a.a.
• REG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.

219
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais
de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Presença de pouca quantidade de sangue coletado em fundo
de saco. Paredes vaginais sem alterações. Atrofia vaginal.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico, ausência de dor
a mobilização do colo. Anexos não palpáveis.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, estado
civil, profissão)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou sobre outros sintomas ginecológicos como


cólica, corrimento, dispareunia, sinusorragia?
Questionou sobre presença sintomas sistêmicos
e/ou anêmicos?
Questionou menarca e menopausa?

Questionou paridade?

220
Questionou uso de terapia de reposição hormonal?
Questionou uso de anticoncepcional oral durante
a menacme?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou história familiar de CA ginecológico?


Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico de adenocarcinoma de endométrio

Tarefa 02
Citou como fatores de risco: idade acima de 60 anos,
obesidade, raça branca, diabetes e menacme longa?
Citou como fatores de proteção: multiparidade
e tabagismo?

Tarefa 03
Citou histeroscopia com biópsia?

Tarefa 04
Informou a necessidade de realização de cirurgia para
estadiamento e tratamento da doença?
Informou sobre a probabilidade de realização de radio
e/ou quimioterapia?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

221
Debriefing
Moçada, sangramento na pós-menopausa temos que sempre ter em
mente 3 hipóteses diagnósticas: atrofia endometrial, uso de terapia
de reposição hormonal (TRH) e câncer de endométrio (3ª principal causa).
Obviamente que se a paciente usa terapia hormonal vamos pensar nessa
causa, caso não use, ficamos com as outras duas hipóteses.

E quando suspeitamos mais de câncer? A depender dos fatores de risco e


proteção e do espessamento endometrial. Primeiramente, devemos lembrar
que quando a paciente apresenta sangramento na pós menopausa sem uso
de TH, um eco endometrial ≥ 4 mm já indica a realização de biópsia. Se o
eco endometrial (EE) for de até 3mm, e não houver fator de risco, podemos
acompanhar. Em caso de recorrência do sangramento, a biópsia passa a ser
indicada.

Nas pacientes assintomáticas, mas em uso de TH, o limite superior do


eco endometrial é 8mm. Na presença de sangramento vaginal, devemos
proceder biópsia se EE > 5mm.

Em relação aos principais fatores de risco e protetores temos:


• Fatores de risco: idade acima de 60 anos, obesidade, nuliparidade,
anovulação crônica, SOP, menacme longa, diabetes, hiperplasia
endometrial.
• Fatores de proteção: multiparidade, uso de anticoncepcional hormonal
oral, uso de DIU de progesterona, e tabagismo.

Quanto ao diagnóstico, o câncer de endométrio pode ser suspeitado a


partir de um quadro clínico característico de sangramento pós-menopausa
associado à um US transvaginal demonstrando espessamento endometrial.
Contudo, a confirmação depende de análise histológica. A obtenção de uma
amostra de tecido endometrial pode ser realizada por meio da biópsia de
Pipelle, por curetagem uterina ou pelo método padrão-ouro, a histeroscopia
+ biópsia.

222
Já o tratamento vai depender do estadiamento que é feito por meio de
exames complementares juntamente com a laparotomia (histerectomia
total + anexectomia bilateral + linfadenectomia pélvica e paraórtica).
A determinação do tratamento vai depender da capacidade de a paciente
tolerar a cirurgia, da histologia do tumor e seu grau de diferenciação.
O tratamento cirúrgico é a opção para os casos em que haja doença ressecável,
sendo indicado radioterapia em disseminações locais ou quimioterapia, em
doenças sistêmicas.

Já o tratamento vai depender do estadiamento que é feito por meio


de exames complementares juntamente com a laparotomia (com lavado
peritoneal + histerectomia total + anexectomia bilateral + linfadenectomia).
A maioria dos cânceres de endométrio são encaminhados a radioterapia,
já a quimioterapia é reservada para os casos de metástases.

223
Bacteriúria
Assintomática na Gestação

Tema: Bacteriúria Assintomática na Gestação

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 25 anos,
em sua primeira consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 17/09/2020.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Cite os diagnósticos e classifique a gestante quanto ao risco.

Tarefa 03:
Indique a conduta para o caso.

224
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Rosana
• Natural e procedente de Campinas - SP
• Profissão: bancária
• Estado civil: casada há 3 anos
• Religião: católica
• DUM: 28/09/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 28 dias.
• Nega gestações prévias.
• Nega anticoncepção e uso de preservativos.
• Nega disúria, polaciúria e outros sintomas urinários.
Nega quaisquer sintomas.
• Nega sangramentos e corrimentos.
• Nega comorbidades. Refere estar em uso de ácido fólico.
• Relata apendicectomia aos 15 anos.
• Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas, mas
parou desde o diagnóstico da gestação. Nega uso de outras drogas
• Nega história familiar de comorbidades gestacionais.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

225
CARTÃO DE PRÉ-NATAL

15/10/2020 15/10/2020
TS O negativo Coombs Indir. negativo
HB/Ht 11,5/32,9 TSH / T4L 0,9 / 2,8

Glicemia Jejum 90 Hep. B anti-HbS +

HIV NR Hep. C NR
Sífilis NR
Toxoplasmose IgM - / IgG -

• Urina tipo 1 (só entregar se solicitado pelo candidato):

• Urocultura (só entregar se solicitado pelo candidato):

226
EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: Sao2: 97%, FR: 21 irpm, Ausculta: MV+ bilateralmente,
sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: FC: 88 BPM, PA: 110x60 mmHg. Ausculta: RCR em 2T,
BNF,, sem sopros.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.
Ginecológico:
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência
de nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável 2cm abaixo da sínfise púbica.
BCF 140 bpm.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Solicitou cartão de pré-natal?

227
Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional? (16 semanas)

Questionou se gestação foi planejada e/ou foi bem aceita?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre sintomas como corrimento,


sangramento transvaginal?
Questionou sobre disúria, polaciúria e outros sintomas
urinários?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Solicitou urina tipo 1 e urocultura?

Tarefa 2
Indicou o diagnóstico de primigesta e de gestação
em curso com 16 semanas?
Indicou o diagnóstico de risco de aloimunização
ou paciente Rh negativa?

Indicou o diagnóstico de suscetibilidade a toxoplasmose?

Indicou o diagnóstico de bacteriúria assintomática?

Indicou gestação de baixo risco?

228
Tarefa 3
Prescreveu antibioticoterapia para ITU?

Solicitou urocultura de controle após 7 dias de tratamento?

Prescreveu sulfato ferroso?


Orientou medidas comportamentais para profilaxia
de toxoplasmose?
Marcou retorno em 1 mês?
Questionou sobre dúvidas e estabeleceu uma boa relação
médico-paciente?

Debriefing
Eu sei que você já deve estar cansado de consulta de pré-natal, mas mais
uma estação nunca é demais, porque pode ter certeza que esse tema vai cair
em alguma prova prática que você irá realizar no final do ano.

Nessa estação trabalhamos novamente a consulta de pré-natal com um maior


enfoque na análise dos exames laboratoriais realizados e os diagnósticos
fisiológicos e patológicos apresentados pela paciente. Não se esqueça que a
urina tipo 1 e a urocultura são exames obrigatórios no primeiro trimestre
para toda gestante, e a banca queria saber se você estava atento e percebeu
que no cartão de pré-natal da gestante estava faltando tais exames.
No final a paciente apresentava uma bacteriúria assintomática
e que precisava ser tratada.

Ah! Bora lembrar dos exames de rotina recomendados para todas


as gestantes de acordo com o Ministério da Saúde?

229
1. Tipagem sanguínea e do fator Rh (1ª consulta);
2. Teste de Coombs indireto (1ª consulta se Rh negativo
e repetir se paciente Rh negativo com 28, 32, 36 e 40 semanas);
3. Hemograma (1ª consulta e 3º trimestre);
4. Glicemia de jejum (1ª consulta);
5. Sorologia para toxoplasmose (1ª consulta e mensalmente se paciente
susceptível);
6. Sorologia para hepatite B/ HbsAg (1ª consulta e 3º trimestre);
7. Teste rápido para HIV ou anti-HIV (1ª consulta) e anti-HIV
(3º trimestre);
8. Teste rápido para sífilis e/ou VDRL (1ª consulta) e VDRL (3º trimestre);
9. Urina tipo 1 e urocultura (1ª consulta e 3º trimestre);
10. Teste de tolerância oral a glicose com 75g (entre 24 e 28 semanas
se glicemia de jejum de 1º trimestre < 92 mg/dL);
11. Swab vaginal e retal para pesquisa de Streptococcus do grupo B
(entre 35 e 37 semanas se mãe sem indicação prévia de profilaxia).

230
Torção Ovariana

Tema: Torção Ovariana

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador + 1 atriz
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 27 anos, chega ao pronto atendimento com queixa de dor
abdominal súbita há 1 dia, localizada em FIE, do tipo pontada, sem irradiação,
sem fatores de piora, e alívio parcial ao uso de dipirona 1g.

Tarefa 01:
Realize a atendimento direcionado para a queixa da paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares que achar pertinente para o caso.

Tarefa 03:
Qual o nome do sinal visto no exame solicitado?

Tarefa 04:
Qual o diagnóstico e conduta?

231
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega náuseas, vômitos, alterações intestinais e urinárias.
Nega episódio de dor prévio semelhante.
• Nega febre e outros sintoma sistêmicos.
• Nega sangramento transvaginal e corrimento. Nega outros sintomas
ginecológicos.
• DUM: há 20 dias
• Refere ciclos menstruais regulares, de 28 dias, com fluxo de 5 dias.
• Refere apenas uso de condom masculino para anticoncepção.
Casada há 3 anos, parceiro único.
• G1Pn1
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 4 dias.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, fáceis
de dor.

232
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, dor à palpação superficial e profunda
nas fossa ilíaca esquerda e hipogástrio. Ausência de massas
e visceromegalias à palpação. Giordano negativo.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centrado, normoepitelizado, sem
alterações. Vagina trófica.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
a mobilização do colo. Dor a palpação anexial esquerda.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava um cartão


com cada exame pedido:
• B-HCG negativo.

Ultrassonografia transvaginal:
Só entregar a tarefa 03 caso o candidato solicite USG-TV na tarefa 02.
Se não solicitar USG-TV, entregar a tarefa 04 e zerar a tarefa 03.

Torção de ovário Fonte: arquivo pessoal.

233
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre náuseas, vômitos, alteração do hábito
intestinal e urinário?

Questionou sobre febre e outros sintomas sistêmicos?

Questionou sobre sangramento transvaginal, corrimento


e outros sintomas ginecológicos?

Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre características do ciclo menstrual?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou menarca e sexarca?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Solicitou exame físico geral?

234
Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou beta-HCG?

Solicitou USGTV?

Tarefa 3
Citou “sinal do redemoinho” ou “Whirlpool” sign?

Tarefa 4
Citou abdome agudo por torção ovariana?

Orientou realização de laparotomia de urgência?

Prescreveu analgesia?

Debriefing
Caso clínico que poderia muito bem estar na estação de cirurgia, uma vez
que a torção ovariana constitui-se uma importante causa de dor abdominal
aguda em mulheres em idade reprodutiva, apesar de sua baixa incidência.

Em resumo, a torção ovariana é definida como a rotação parcial


ou total do pedículo vascular ovariano que promove estase circulatória,
inicialmente venosa, e que se torna arterial com a progressão da torção

235
e do edema resultante. A sua sintomatologia inespecífica pode levar
à demora em sua identificação e o diagnóstico tardio pode provocar a perda
da tuba uterina, do ovário, ou de ambos, com evolução para a infertilidade.
Por isso uma boa anamnese e o exame de imagem adequado é de suma
importância para o diagnóstico.

Nesta estação, a banca nos mostrou uma ultrassonografia com um achado


específico da torção ovariana para já fecharmos o diagnóstico e indicarmos
a intervenção cirúrgica. Todavia, a identificação do "sinal do redemoinho"
ou do inglês, “Whirlpool” sign, que representa o pedículo ovariano torcido
ao redor de seu eixo, é muito incomum (menos de um terço dos casos)
e de difícil caracterização, porém, quando presente, é patognomônico
de torção ovariana.

236
Pródromo
de Trabalho de Parto
Tema: Pródromo de Trabalho de Parto
Caiu em: USP-RP 2020

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico
1 manequim pélvico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 26 anos, primigesta, com 39 semanas de idade gestacional,
chega à maternidade com queixa de dor abdominal, nega febre ou perda
de líquido. Refere boa movimentação fetal e nega sangramento transvaginal.

EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• ACV: RCR, em 2T, BNF, sem sopros; FC = 72 bpm; PA = 125 x 75 mmHg.
• AR: MVUA sem RA. FR = 22 irpm.
• Abdome: altura de fundo uterino: 35 cm, BCF = 140, 1 contração
de 20 segundos a cada 30 minutos.
• Membros: Edema discreto bilateral (+/4), sem empastamento
de panturrilhas.

237
Tarefa 01:
Realize o toque vaginal

Tarefa 02:
Dê a conduta adequado para o caso.

Orientações
ao Examinador:
Durante a condução da estação o examinador não deve interagir com
o candidato em nenhuma circunstância.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Cumprimentou e se apresentou à paciente?
Informou sobre o procedimento que irá realizar
(toque vaginal) com clareza?
Higienizou as mãos e solicitou presença de auxiliar
na sala?
Calçou e descartou as luvas corretamente?
Realizou o toque vaginal com a técnica correta na seguinte
ordem após calçar a luva: aplicou lubrificante, afastou
os pequenos lábios, introduziu os dois dedos?

238
Descreveu o exame de toque corretamente para a paciente
(“colo fechado”/“sem dilatação”)?
Elaborou a hipótese diagnóstica (ausência de trabalho
de parto / período de pré-parto ou prodrômico)?

Tarefa 02
Orientou alta para casa?
Orientou retorno quando/se: aumentarem as contrações
(3/10 minutos por 1-2 horas), perder água ou sangue,
perceber redução de movimentação fetal?
Sugeriu condutas sem justificativa científica ou erradas
(gera checklist negativo) - solicitou US, orientou repouso
em casa?
Utilizou linguagem adequada, sem jargões?

Debriefing
Moçada, estação direta de 5 minutos que cobrou uma etapa do exame
físico fundamental para o obstetra e ginecologista: o toque vaginal.
Além disso, tínhamos que avaliar se a paciente estava ou não em trabalho de
parto, conceito fundamental na formação de qualquer médico generalista.

Segundo o Ministério da Saúde, a fase ativa do trabalho de parto


é definida e inicia-se quando há presença de contrações uterinas regulares,
pelo menos 2 em 10 minutos, e dilatação cervical com, pelo menos, 4 cm.
A paciente em questão não se encontra nessa definição, mas ela apresenta
contrações uterinas, portanto estamos diante de um pródromo de trabalho
de parto.

O período prodrômico, ou período pré-parto, se inicia entre 30


e 36 semanas de gravidez e se estende até o desencadeamento do trabalho de
parto. À medida que o momento do parto se aproxima, ocorre a descida do

239
fundo uterino com a acomodação da apresentação ao canal do parto, o que
é percebido pela gestante como cólicas. Além disso, ocorrem contrações
uterinas irregulares e incoordenadas, que, muitas vezes, são percebidas
como contrações reais de trabalho de parto, o que levam as pacientes
a procurarem o pronto-socorro obstétrico (o que ocorreu com a paciente
em questão).

Com o avanço dos dias, as contrações uterinas tornam-se, progressivamente,


mais intensas, porém sem ainda haver dilatação progressiva e rápida do colo.
Nesse momento, também há aumento das secreções cervicais e, por vezes,
rajas de sangue, com eliminação do organismo desse muco, denominado
saída do tampão mucoso endocervical ou, popularmente denominado,
“sinal do parto”. Mas, lembre-se, a saída do tampão mucoso pode preceder
o parto em horas ou dias, não sendo uma marca para o diagnóstico
do início do trabalho de parto.

240
Laqueadura Tubária
Bilateral

Tema: Laqueadura Tubária Bilateral

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente 37 anos, casada há 15 anos, G3Pn2A1, vem a consulta
de planejamento familiar para aconselhamento sobre métodos
contraceptivos. Nega quaisquer queixas. Nega comorbidades.
Nega medicamentos de uso contínuo. Nega cirurgias prévias e alergias.
Refere tabagismo 1maço/dia. Nega etilismo.

Ao exame físico:
• SSVV: PA 120x80 mmHg / FC 90 bpm / FR 16 irpm / Sp)2 97% em a.a.
• Dados antropométricos: peso 95 kg / altura 1,63 cm
• BEG, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• ABD: globoso, flácido, RHA+, indolor a palpação. Não palpo massas
e VMG.

241
• MMII: bem perfundidos, sem edema, sem sinais de TVP.
• Especular: colo centrado, normoepitelizado, presença de secreção
fisiológica. Vagina trófica, sem alterações.
• TV: útero AVF, intrapélvico. Colo indolor à mobilização.
Anexos não palpáveis.
• Mamas: sem alterações à inspeção estática e dinâmica. Ausência de
nódulos à palpação. Fossas axilares, supra e infraclaviculares livres.

Tarefa 01:
Informe a paciente os métodos anticoncepcionais disponíveis e quais
são contraindicados para ela no momento.

Tarefa 02:
Paciente informa que gostaria de realizar laqueadura tubária.
Informa à ela quais as condições para a realização da LTB.

Orientações
à Atriz:
Durante a consulta a atriz não expressava nenhuma reação.
Apenas quando o candidato mencionava o DIU, ela falava que não queria
de jeito nenhum colocar esse método.

Orientações
ao Examindor:
Não deve interagir em nenhum momento com o candidato.

242
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Estabeleceu relação médico-paciente? Utilizou linguagem
adequada?
Informou sobre métodos comportamentais e sua baixa
eficácia?
Informou sobre métodos de barreira , sua baixa eficácia e
seu benefício de prevenir ISTs?
Informou sobre métodos de de progesterona isolado
(minipílula, injetável trimestral e implante subdérmico)?

Informou que o implante não está disponível no SUS?

Informou sobre métodos hormonais combinados?

Orientou contraindicação absoluta aos métodos


combinados?

Informou sobre DIU?

Informou sobre métodos cirúrgicos?

Tarefa 02
Informou que as indicações para LTB são: maiores
de 25 anos ou 2 filhos vivos com capacidade civil plena?
E informou que ela pode realizar o procedimento?

243
Informou que há a necessidade por lei de aguardar 60 dias
entre a vontade da paciente e a realização da cirurgia?
Informou que o parceiro também deve concordar com
o procedimento por escrito?
Informou que até a realização do procedimento ela
deve escolher outro método para evitar uma gravidez
indesejada?
Retirou as dúvidas da paciente?

Debriefing
Questão um pouco longa para 5 minutos de prova, mas veja que
a banca queria saber se o candidato conseguia elencar os diferentes tipos
de métodos contraceptivos, orientá-los de maneira direta e saber quais
as contraindicações absolutas para a paciente.

Por fim, a paciente escolhia a realização da laqueadura. Lembre-se que


esse método é permitido por lei em mulheres maiores de 25 anos ou com
pelo menos dois filhos vivos, diminuindo a chance de se arrependerem.

Sendo assim, uma mulher de 30 anos que não possui filhos pode realizar
a laqueadura, e o mesmo é possível em uma mulher de 20 anos que
já tem, pelo menos, 2 filhos. Além disso, é necessário que se cumpra o prazo
mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade de realizar a laqueadura
e a efetivação do processo cirúrgico, período em que deve ser oferecido
à mulher o serviço de planejamento familiar e um aconselhamento
por equipe multidisciplinar, oferecendo a mulher um método seguro
até a realização do procedimento.

Só relembrando, mulheres tabagistas, acima dos 35 anos, que fumam mais


de 15 cigarros por dia, tem contraindicação absoluta a métodos combinados

244
(pílula combinada, anel vaginal, adesivo, injetável mensal), conforme pode
ser observado na tabela a seguir, que demonstra o critério de elegibilidade
de cada método para pacientes tabagistas.

COC,
AMP DIU SIU-
Patch, IM POP ETOi
/ ENT Cu LNG
Anel

Tabagismo Idade <35 anos 2 2 1 1 1 1 1

Idade >35 anos


(<15 cigarros / 3 2 1 1 1 1 1
dia)
Idade >35 anos
(>15 cigarros/ 4 3 1 1 1 1 1
dia)

245
Dengue na Gestação

Tema: Dengue na Gestação


Caiu em: Revalida 2016

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Gestante de 32 semanas, com relato de viagem há 15 dias para o Rio de
Janeiro, comparece ao Pronto Atendimento que você trabalha com queixa
de adinamia, febre alta e náuseas.

Tarefa 01:
Inicie a consulta com a paciente, fazendo questionamentos pertinentes ao
caso clínico.

Tarefa 02:
Faça o exame físico direcionado da paciente.

Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável e exames que corroborem
a sua hipótese.

246
Tarefa 04:
A gestante demonstra estar apreensiva com o diagnóstico recebido,
e gostaria de saber qual é o tratamento mais adequado, se há riscos para
a sua gestação (se sim, quais) e se necessita internação hospitalar.

Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor(a), estou com febre há 3 dias e com uma
fraqueza no corpo.”
• Refere febre há 3 dias, aferida de 39ºC, com melhora ao uso
de paracetamol.
• Nega ocorrência de exantema.
• Refere leve artralgia em joelhos. Nega edema articular e limitação
funcional.
• Refere dor retro-orbitária de moderada intensidade.
• Refere mialgia, adinamia e prostração desde o início do quadro.
• Nega quaisquer sinais de alarme: dor abdominal, vômitos persistentes,
hipotensão postural, lipotímia, sonolência, diminuição da diurese,
irritabilidade, desconforto respiratório.
• Nega ocorrência de sangramentos como: epistaxe, gengivorragia,
hematêmese, melena e sangramento vaginal.
• Primigesta
• IG de 32 semanas pela DUM compatível com o USG de primeiro
trimestre.
• Está realizando pré-natal adequadamente.
• Não trouxe cartão de pré-natal. Nega intercorrências na gestação.
• Nega comorbidades. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Está em uso de sulfato ferroso e ácido fólico diariamente.

247
Orientações
ao Examinador
O examinador deve entregar os seguintes dados do exame físico
se solicitado pelo candidato:
• PA: 110x70 mmHg
• FC: 98 bpm
• ABD: gravídico, RHA+, leve dor a palpação profunda de epigástrico.
Sem outros achados.
• Ginecológico: Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização,
ausência de nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Obstétrico: Altura uterina: 32cm. BCF 140 bpm. DU: ausente

Prova do laço:

Prova do laço negativa


Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/
upload/saude/Dengue_Classificacao_de_Risco.pdf

Resultado hemograma: Hb 11,5 / Ht 37%.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

248
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Investigou os sintomas de febre, caracterizando, pelo
menos, tempo de início ou duração e intensidade?
Investigou a ocorrência de exantema?
Investigou a ocorrência de sintomas articulares, como
artralgia, edema articular ou limitação funcional?
Investigou os seguintes sintomas: cefaleia, mialgias, dor
retro-orbitária, adinamia, prostração?
Investigou sinais de alarme: dor abdominal, vômitos
persistentes, hipotensão postural, lipotímia, sonolência,
diminuição da diurese, irritabilidade, desconforto
respiratório?
Pesquisou ocorrência de sangramento: epistaxe,
hemorragias de pele, gengivorragia, hemorragia
conjuntival, hematêmese, melena, sangramento vaginal,
hematúria?
Interrogou se está fazendo pré-natal?
Interrogou sobre paridade, intercorrências na gestação,
comorbidades, cirurgias prévias e alergias?
Tarefa 02
Verbalizou a necessidade de verificar a pressão arterial?
Verbalizou a necessidade de verificar a
frequência cardíaca?
Verbalizou a necessidade de realizar exame
físico do abdome?

249
Verbalizou a necessidade de exame físico
gineco-obstétrico?
Verbalizou a necessidade de realizar a prova do laço
e informa que o resultado está normal?

Tarefa 03
Informou que é grande a probabilidade do
diagnóstico ser dengue?
Apresentou outras hipóteses diagnósticas
como zika ou chikungunya?
Solicitou exames específicos para dengue: sorologia
IgG e IgM (ELISA) OU isolamento viral (RT-PCR,
imunohistoquímica ou NS1) - todas por amostra
de sangue?
Solicitou exame específico para zika e chikungunya.
Não é necessário especificar a técnica do exame?
Solicitou hemograma?

Tarefa 04
Respondeu que existe o risco de transmissão vertical?
Com relação aos riscos para o binômio materno-fetal,
respondeu os seguintes: aborto, trabalho de parto pré-
termo, restrição de crescimento fetal, baixo peso ao nascer,
hemorragias e acometimento neurológico?
Orientou hidratação por via oral: 60-80ml/kg/dia?
Orientou uso de sintomáticos: analgésicos e antitérmicos
- paracetamol/dipirona? (Considerar não realizado
se prescrever AAS ou anti-inflamatórios não hormonais
como cetoprofeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida)

250
Verbalizou a necessidade de notificação de caso suspeito?
Respondeu que não há necessidade de internação
hospitalar e indica acompanhamento ambulatorial e/ou
retorno para reavaliação?

Debriefing
Dengue na gestação não é algo comum para ser exigido em uma prova
prática de GO. Mas, não se assustem: a abordagem frente a essa situação
foi muito parecida com a de um paciente geral com suspeita de dengue.

Vejam que o checklist cobrado pelo REVALIDA de 2016 contempla desde


os passos iniciais, com uma anamnese e exame físico bem feitos, até a definição
de tratamento. Mas, ao notar que essa estação era de gineco-obstetrícia,
o candidato deveria realizar a avaliação obstétrica e da vitalidade fetal,
finalizando com orientações sobre os riscos fetais.

Não esqueçam, também, de notificar a doença!!

251
Vaginose
Bacteriana

Tema: Vaginose Bacteriana


Caiu em: UFES 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Jessica, 19 anos de idade, é atendida por você em um Pronto Atendimento,
referindo corrimento há 5 dias.

Tarefa 01:
Faça a consulta com a paciente, explicando qual o provável diagnóstico
etiológico e o tratamento para a sua condição.

Tarefa 02:
Após saber do possível diagnóstico, a paciente questiona se o seu parceiro
necessita fazer o tratamento também. Sane sua dúvida.

252
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, faz uma semana mais ou menos
que estou com um corrimento diferente.”
• Características do corrimento: corrimento branco-acinzentado,
em grande quantidade, com odor muito forte.
• Nega prurido associado, e refere leve dispareunia de penetração.
• Nega outros sintomas associados como febre, disúria, polaciúria.
• Nega rash cutâneo.
• DUM: há 10 dias.
• Está em um relacionamento fixo há 4 meses.
• Nº de parceiros: 6;
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos.
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 15.
• Nega antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis
(no momento da pergunta a paciente fica com preocupada achando que
está com uma IST).
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo

Orientações
ao Examinador:
O candidato só recebia o que era pedido (geral, especular, pH vaiginal,
exame a fresco e toque vaginal).

253
EXAME FÍSICO:
Geral:
• BEG, LOTE, corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril ao toque.
• Especular (FOTO)

Vaginose bacteriana

• pH vaginal: 5,0
• Toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico.. Colo uterino indolor
à mobilização, fechado. Sem alterações.

Exame a fresco:

Exame a fresco evidenciando clue-cells


Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1222923/.

254
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?


Investigou características do corrimento vaginal
(cor, odor, volume)?
Questionou sobre presença de prurido e dispareunia?
Questionou sobre presença de outros sintomas como
febre e sintomas urinários?
Questionou sobre rash cutâneo associado?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?

Questionou sobre ISTs prévias?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Solicitou exame físico geral?

255
Solicitou exame especular?

Descreveu as características do corrimento encontrado


(branco aderido a parede vaginal)?

Solicitou pH vaginal?

Indicou necessidade de coleta de material para realizar


exame a fresco e Whiff-Test?

Solicitou toque vaginal?

Citou diagnóstico etiológico: vaginose bacteriana?

Prescreveu metronidazol 500mg, via oral,


12/12h, por 7 dias?

Orientou uso de preservativo para prevenir IST?

Ofertou anticoncepção?

Tarefa 02
Esclareceu não se tratar de uma IST?

Esclareceu que o parceiro não precisa ser tratado também?

Debriefing
Investigação de leucorreia é tema muito factível de ser cobrado pois, para
chegar ao diagnóstico, há uma série de diagnósticos diferenciais que vão
sendo excluídos ao longo da anamnese, exame físico e testes à beira-leito
(que, apesar de não termos tanta disponibilidade na prática diária, quando
tratamos de prova prática, irão dar um jeito de cobrá-los).

256
Ah, atenção para isso: em prova prática não há limite de verba, de logística
ou de recursos humanos - solicite tudo o que você considerar necessário
para ter a melhor condução do caso. Aqui não tem erro, temos que lembrar
as principais características clínicas e do exame físico dos corrimentos
(vaginose, candidíase e tricomoníase).

Vamos aproveitar para revisar os principais pontos das vulvovaginites.


1. Vaginose Bacteriana
• Agente: o principal é a Gardnerella vaginalis.
• Quadro clínico: corrimento branco-acinzentado, fino, homogêneo,
com odor fétido que piora com menstruação e relação sexual
• Diagnóstico: 3 dos 4 critérios de Amsel (1. Corrimento
branco-acinzentado, fino, homogêneo / 2. pH vaginal > 4,5 / 3. Teste
das aminas (Whiff/Snif) positivo / 4. Presença de Clue Cells (célula
alvo) na microscopia ou exame a fresco).
• Tratamento: metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias.

2. Candidíase
• Agente: Candida albicans é a mais comum.
• Quadro clínico e diagnóstico: corrimento branco aderido, em nata
de leite, com muito prurido, pH < 4,5 e presença de pseudo-hifas
(esporos) na microscopia.
• Tratamento: miconazol creme 7 noites ou nistatina creme 14 noites
ou fluconazol 150mg VO dose única (segunda linha).

3. Tricomoníase
• Agente: Trichomonas vaginalis
• Quadro clínico e diagnóstico: corrimento amarelo-esverdeado
bolhoso, abundante, pH > 5 (> 5-6), presença de colo em framboesa no
exame especular, no teste de Schiller o colo fica com aspecto tigroide,
e presença de protozoário móvel no exame a fresco.
• Tratamento: metronidazol 500mg VO de 12/12h por 7 dias ou 2g dose
única. Lembrar de tratar o parceiro, pois esta é a única vulvovaginite
de transmissão sexual.

257
Placenta Prévia

Tema: Placenta Prévia


Caiu em: UNESP

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 33 anos, com 35 semanas e 3 dias de idade gestacional, chega à
maternidade com queixa de sangramento transvaginal há 1 dia. Nega febre
ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação fetal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Quais exames devem ser solicitados neste momento? E qual(is) o(s)
diagnóstico(s)?

Tarefa 03:
Cite 3 fatores de risco presentes no caso para o seu diagnóstico principal.

258
Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento : “Doutor, faz um dia que estou sangrando.”
• Refere sangramento em pequena quantidade, vermelho vivo.
• Nega contrações, dor abdominal e hipertonia uterina.
• Nega febre ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação
fetal hoje.
• G4Pc2A1
• Refere 1 aborto com 10 semanas de gestação há 3 anos com necessidade
de realização de cuteragem.
• Nega comorbidades prévias e intercorrências nesta gestação.
Está em uso de ácido fólico e sulfato ferroso.
• Nega outras cirurgias e alergias.
• Refere tabagismo 5 cigarros/dia. Nega etilismo após a gestação.

259
Orientações
ao Examinador:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL:

1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre


TS O positivo
HB/Ht 12,0/37,1 11,1/33,6

Glicemia Jejum 90 88

HIV NR NR
Sífilis NR NR
Toxoplasmose IgM - / IgG - IgM - / IgG - IgM - / IgG -
Hep. B anti-HbS -
Hep. C NR
Urina 1 normal normal
Urocultura negativa negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(geral, altura uterina, dinâmica uterina, BCF e especular):
Geral:
• BEG, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Sinais vitais: PA: 120x80 mmHg em decúbito / FC: 102 bpm / SpO2: 97%
em a.a. / FR: 20 irpm.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. mmHg.

260
Obstétrico:
• Altura uterina: 34cm.
• DU: ausente.
• Tônus uterino: normal
• BCF: 140 bpm, rítmico.
• Exame especular: presença de pequena quantidade de sangue vermelho
vivo se exteriorizando pelo orifício externo do colo. Paredes vaginais
íntegras.

Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte imagem:

Cardiotocografia = feto ativo.


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

Caso o candidato solicitasse uma ultrassonografia transvaginal ele recebia


a seguinte imagem:

261
Placenta prévia no ultrassonografia transvaginal
Fonte: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-48732-8_12

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre as características do sangramento?


Questionou sobre contrações, dor abdominal e hipertonia
uterina?

262
Questionou sobre perda de líquido e movimentação fetal?

Questionou sobre paridade?

Questionou sobre realização de curetagem após aborto?


Questionou sobre comorbidades, uso de medicações,
intercorrências na gestação, cirurgias prévias e alergias?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas?

Solicitou o cartão de pré-natal?

Solicitou exame físico geral da paciente?

Solicitou AU?

Solicitou BCF?

Solicitou dinâmica uterina e tônus uterino?

Solicitou exame especular?

Não solicitou toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou cardiotocografia?

Solicitado USG transvaginal?

Diagnosticou placenta prévia total?

Tarefa 3
Citou cesárea prévia e/ou curetagem?

263
Citou multiparidade?

Citou tabagismo?

Debriefing
Sangramento na segunda metade da gestação é um tema que não foi cobrado
nas provas práticas dos últimos anos, mas é questão certa nas provas teóricas
e pode muito bem ser adaptado à segunda fase. Além disso, nessa estação
trouxemos 2 elementos da prova multimídia: uma cardiotocografia anteparto
e uma ultrassonografia transvaginal (fica de olho nessas imagens!!!)

Aqui não tem erro, ao se deparar com uma estação de placenta prévia
é preciso lembrar de como realizamos o diagnóstico (suspeita clínica,
SEM realizar toque vaginal, e confirmação pelo ultrassom), dos fatores
de risco, e da conduta obstétrica a ser tomada a depender da manifestação
clínica.

Por fim não se esqueça dos possíveis diagnósticos diferenciais,


com destaque para o descolamento prematura de placenta.

264
Gestação Ectópica

Tema: Gestação Ectópica

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 28 anos, chega ao pronto atendimento com queixa de dor
abdominal súbita há 1 dia.

Tarefa 01:
Realize a atendimento direcionado para a queixa da paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares que achar pertinente para o caso.

Tarefa 03:
Qual o nome do sinal visto no exame solicitado?

Tarefa 04:
Qual o diagnóstico e conduta?

265
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Refere dor abdominal súbita há 1 dia, com piora progressiva,
localizada principalmente em hipogástrico, com irradiação para FIE,
do tipo pontada, sem fatores de piora e melhora.
• Refere náuseas e 3 episódios de vômitos. Nega alterações intestinais
e urinárias. Nega episódio de dor prévio semelhante.
• Refere ainda tontura e lipotimia nas últimas horas.
• Nega febre e outros sintoma sistêmicos.
• Refere sangramento vaginal de pequena quantidade há 2 dias.
Nega outros sintomas ginecológicos.
• DUM: há 45 dias
• Refere ciclos menstruais irregulares.
• Refere apenas uso de condom masculino para anticoncepção.
Casada há 5 anos.
• G2Pn2
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Não sabe tipo sanguíneo.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:

266
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 120 bpm, PA: 90x60 mmHg. FR: 24 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, fáceis
de dor.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, dor à palpação superficial e profunda
de hipogástrio e fossa ilíaca esquerda. Ausência de massas
e visceromegalias à palpação. Descompressão brusca positiva.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centrado, normoepitelizado, com
pequena quantidade de sangue coletado em fundo de saco. Vagina
trófica, sem alterações.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
a mobilização do colo. Forte dor a palpação anexial esquerda
e de hipogástrio.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


um cartão com cada exame pedido:
• B-HCG quantitativo: 1652 mUI/ml
• Ultrassonografia transvaginal:

Sinal do anel tubário com sangue livre na cavidade em uma gravidez ectópica rota
Fonte: https://www.sogimig.org.br/curso/material/ginecologica/GRAVIDEZ-ECTOPICA.pdf

267
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre característica do dor?


Questionou sobre náuseas, vômitos, alteração do hábito
intestinal e urinário?
Questionou sobre febre e outros sintomas sistêmicos/
anêmicos?
Questionou sobre sangramento transvaginal, corrimento
e outros sintomas ginecológicos?
Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre características do ciclo menstrual?


Questionou sobre método contraceptivo e uso
de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre tipagem sanguínea?

Solicitou exame físico geral?

268
Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou beta-HCG?

Solicitou USGTV?

Solicitou tipagem sanguínea?

Tarefa 03
Citou “sinal do anel tubário”?

Citou sangue livre na cavidade abdominal?

Tarefa 04
Citou gravidez ectópica rota?

Indicou monitorização da paciente?

Indicou estabilização da paciente com solução cristalóide?

Prescreveu analgesia?

Orientou realização de laparotomia de urgência?

Debriefing
Estação com a tríade clássica que compõe o quadro clínico da gravidez
ectópica: dor abdominal, sangramento vaginal e atraso ou irregularidade
menstrual. Pelo menos um destes sintomas está presente em praticamente
todas os casos de gravidez ectópica. Lembre-se que o sangramento

269
vaginal é devido a reação de Arias Stella, em decorrência da descamação
endometrial secundária a produção irregular de hCG. Aqueles pacientes
que evoluem com gravidez ectópica rota exibem quadro clínico de choque,
incluindo hipotensão, taquicardia e sintomas de peritonite – como dor a
descompressão brusca do abdome, igual no caso em questão.

Para diagnóstico, ficou definido que para beta-HCG quantitativo acima de


1500 mUI/ml temos que ver saco gestacional intrauterino à ultrassonografia.
Além disso, a concentração sérica de ß-hCG em casos de gestação ectópica
tende a ser menor do que a observada em gestações tópicas de mesma
duração. Além disso, o tempo de duplicação dos valores do bhCG é maior
do que o encontrado, geralmente, em uma gestação viável, o que sugere
uma gravidez ectópica. Já na avaliação anexial podemos encontrar o famoso
sinal do “anel tubário”, e quando rota, visualizamos líquido livre na cavidade
abdominal.

Por fim, gestação ectópica rota não tem choro nem vela, é indicação
de cirurgia de urgência após a estabilização da paciente.

270
Abortamento

Tema: Abortamento
Caiu em: HIAE 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico do PS e irá atender uma paciente, 24 anos, gestante,
com queixa de dor em baixo ventre e sangramento vaginal.
ATENDIMENTO: dia 21/06/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Após algumas semanas, a paciente retorna ao PS com novo quadro de


dor infraumbilical e sangramento vaginal importante. No atendimento
inicial, foi verificado os sinais vitais: FC = 120 bpm, PA = 80 x 60 mmHg,
FR = 18, afebril.

Tarefa 02:
Indique o diagnóstico inicial para o caso e dê as condutas pertinentes
para o mesmo.

271
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Refere dor em abdome inferior tipo cólica há 1 dia, de moderada
intensidade, com alívio parcial ao uso de buscopam, associado
a sangramento transvaginal em pequena quantidade.
• Nega sangramentos prévios.
• Nega corrimento e outros sintomas ginecológico.
• Nega febre, tontura, desmaio, lipotímia e outros sintomas sistêmicos.
• DUM: 22/04/2020
• Refere ciclos regulares, de 28 dias, com fluxo de 5 dias.
• 2G1A (refere 1 aborto há 1 ano com necessidade de realização
de curetagem).
• Nega comorbidades. Relata estar em uso de ácido fólico 5mg.
• Nega cirurgias prévias e alergias.
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

272
Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL

01/06/2020 01/06/2020
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG +
HB/Ht 12,1/37,3 Hep. B anti-HbS +

Glicemia Jejum 90 Hep. C NR

HIV NR Urina 1 normal


Sífilis NR Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (2+/4+), hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• FC: 125 bpm, PA: 90x50 mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, presença de dor a palpação profunda
de hipogástrio, ausência de visceromegalias e tumorações palpáveis.

273
Exame obstétrico:
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo. Sangue coletado em fundo de saco em pequena quantidade. Paredes
vaginais íntegras, sem laceração.
• Toque vaginal: útero anteroversofletido, imtraélvico. Colo uterino
indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva. Anexos
não palpáveis.
• BCF: 140 bpm, rítmico.
Resultados de exames (quando solicitados):
• Hb/Ht: 11,1/35,3
• Ao solicitar uma USG o candidato recebia a seguinte imagem:

A) Hematoma subcoriônico, B) embrião de 8 semanas


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

Após o término da tarefa 01, o examinador entrega o cartão com


o sequência do caso clínico e a tarefa 02.
Ao solicitar o exame físico:
• Exame especular: colo uterino pérvio com presença de sangue em
fundo de saco em grande quantidade. Paredes vaginais íntegras,
sem laceração.
• Toque vaginal: colo pérvio 1cm, grosso, posterior, de consistência firme
e doloroso a palpação. Não palpado anexos.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

274
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre a quantidade de sangramento?
Questionou sobre sangramento prévio?
Questionou sobre a dor abdominal e característica da dor?
Questionou sobre corrimento e outros sintomas
ginecológicos?
Questionou sobre febre, tontura, lipotímia, desmaio
e outros sintomas sistêmicos?
Questionou DUM e calculou corretamente a idade
gestacional? (8 semanas e 4 dias )?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Solicitou Hb/Ht e USG transvaginal?

Explicou a hipótese diagnóstica: ameaça de abortamento?

Acalmou a gestante e informou que o bebê parecia bem?

275
Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D e explicou adequadamente


porque a paciente necessitava da medicação
(“prevenção de complicações futuras”)?
Orientou retorno se sinais de alarme (qualquer um destes:
febre, dor, sangramento, corrimento, perda de líquido)

Tarefa 02
Citou choque hipovolêmico hemorrágico?

Solicitou monitorização, oxigênio e veia (MOV)?

Indicou expansão volêmica com solução cristalóide?

Solicitou exame físico?

Citou diagnóstico de abortamento inevitável?

Indicou internação hospitalar?

Indicou provável necessidade de esvaziamento uterino?

Debriefing
Moçada, a prova do Hospital Sírio-Libanês 2020 trouxe um tema que
frequentemente cai nas estações de GO: sangramento na primeira metade
da gestação. E no caso, o que mais cai desse tema é justamente o tópico
de abortamento, e que já havia sido cobrado no ano anterior na prova
do Einstein.

Muitos candidatos no momento da prova acharam pouco tempo para


uma estação longa. Perceba que novamente o lance aqui era não perder

276
muito tempo com a anamnese e perguntar somente o essencial para
fazer o diagnóstico diferencial dentro do tema aborto. Não se esqueça
de solicitar ou realizar o exame físico direcionado para a queixa,
além de indicar o tratamento (incluindo indicação de imunoglobulina anti-D)
e as orientações gerais para a paciente (não se esqueça de analisar todos
os exames fornecidos).

277
Exame das Mamas /
Fibroadenoma
Tema: Exame das Mamas / Fibroadenoma
Caiu em: CERMAM 2019, INC 2019, UNIFESP 2018, UFPR 2018,
USP-SP 2017, UNICAMP 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento ambulatorial
• Manequim de exame das mamas

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender uma paciente
de 25 anos de idade com queixa de nódulo mamário em região superior
de mama direita. Nega mastalgia, sinais flogísticos locais, descarga papilar
e outras alterações.

Tarefa 01:
Demonstre, com base na semiologia, como deve ser realizado o exame físico
das mamas.

Tarefa 02:
A paciente trouxe a mamografia abaixo. Qual o seu principal principal
diagnóstico?

278
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
as seguintes informações?

EXAME FÍSICO
• Ausência de abaulamento, retrações e assimetrias à inspeção estática e
dinâmica das mamas.
• Palpação: Nódulo em QSL esquerdo, móvel, fibroelástico,
de aproximadamente 3,5cm. Ausência de descarga papilar
a expressão. Fossas supra e infraaxilares livre. Axilas livres.

Na tarefa 02, o examinador entregava a seguinte imagem:

Mamografia Fibroadenoma
Fonte: arquivo pessoal.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

279
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) e cumprimentou
a paciente?

Pediu permissão para realização do exame mamário?

Solicita que alguma profissional de saúde da UBS


para acompanhar o exame?
Mencionou lavar as mãos antes do exame?

Posiciona a paciente sentada?


Expõe ambas as mamas e realiza a inspeção estática
(tamanho, forma, textura, simetria, mamilos,
abaulamentos, retrações, lesões e discromia)?
Realiza a inspeção dinâmica (1º mãos na cintura, 2º braços
a 90º, 3º braços a 180º)?
Palpa linfonodos (supraclavicular, infraclavicular e axilar)?

Deita a paciente e posiciona as mãos dela atrás da cabeça?


Realiza a palpação de cada uma das mamas
(técnicas de Velpeaux ou Bloodgood)?
Investiga presença de descarga papilar?

Tarefa 02
Citou como principal hipótese fibroadenoma?

280
Debriefing
Novamente uma estação de mastologia puramente sobre a semiologia
do exame clínico das mamas (não vai comer bola na hora da prova hein!
Esse exame já é para estar medular).

Vamos, então relembrar o passo a passo do exame físico:

• Inspeção estática: observar tamanho, forma, textura, simetria, mamilos,


abaulamentos, retrações, lesões e discromia;
• Inspeção dinâmica (1º - mãos na cintura, 2º - braços a 90º, 3º - braços
a 180º): observar abaulamento, retrações ou espessamento de ligamentos;
• Palpação de linfonodos: supraclavicular,infraclavicular e axilar;
• Deitar a paciente e posicionar as mãos dela atrás da cabeça
(sempre cobrir a mama que não está sendo examinada);
• Palpar as mamas com uma dentre as duas técnicas: Velpeaux
ou Bloodgood;
• Investigar a presença de descarga papilar.

Em relação ao quadro da paciente em questão, mulher jovem com nódulo


fibroelástico palpável, nossa primeira hipótese diagnóstica deve ser
fibroadenoma, pois este é o nódulo benigno mais comum das mamas,
que pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém é mais prevalentes em
mulheres com idade entre 15 e 35 anos.

281
Plano de Parto

Tema: Plano de Parto


Caiu em: SCMSP 2020

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você vai atender uma paciente com 33 semanas de idade gestacional que
vem à consulta com algumas dúvidas em relação ao seu plano de parto.
O cartão de pré-natal não está disponível, porém a paciente está fazendo
seguimento adequado.

Tarefa única:
Leia juntamente com a paciente o plano de parto dela e esclareça as dúvidas.

282
Orientações
à Atriz:
A atriz deve realizar os seguintes questionamentos ao candidato:
• Doutor, gostaria muito de ter meu parto em minha casa, junto
ao meu marido e minha família. Tenho autorização para realizar
o parto em casa?
• Durante todo meu trabalho de parto gostaria de ser acompanhada por
meu marido e minha doula. Isso é possível?
• Durante meu trabalho de parto tenho muito medo de ficar em
jejum e no final estar sem forças para ajudar meu filho a nascer.
Por isso, gostaria que me fosse oferecida o seguinte tipo de
comida: banana, maçã, gelatina, sopa, isotônico, açaí com granola.
O senhor libera esses alimentos durante meu trabalho de parto?
• Meu outro grande medo é sentir dor na hora do parto. Sempre esperei
por este momento e não quero que a dor o estrague. Gostaria de saber se
tenho direito à analgesia quando eu a solicitar? Como ela é feita?
• Estava pesquisando na internet e vi que a ruptura da bolsa pelo médico
e a episiotomia são de rotina para parto normal. Isso é verdade?
• Além disso, me falaram que o toque vaginal é realizado de hora
em hora. Isso é realmente necessário?
• Outro ponto que tenho muita dúvida é em relação a melhor posição
para o parto. Acho aquela posição ginecológica muito desconfortável.
Qual a orientação do senhor em relação a melhor posição para
o parto, doutor?
• Também descobri na internet que o clampeamento tardio do cordão
umbilical é muito bom para o recém-nascido. O senhor poderia me
esclarecer quais as vantagens do clampeamento tardio e com quanto
tempo ele é feito? (nesse momento a avaliadora entregava ao candidato
uma folha com a pergunta: Qual o tempo considerado para clampeamento
tardio do cordão umbilical?)
• Após o nascimento do meu filho, gostaria que ele fosse direto para
o meu colo. Isso também é possível?

283
• Também gostaria de amamentar na primeira hora de vida.
O senhor poderia me explicar quais as vantagens da amamentação para
mim e para o meu filho?

Orientações
ao Examinador:
• Durante a resposta da pergunta “Qual o tempo considerado para
clampeamento tardio do cordão umbilical?”, o examinador deve entregar
uma folha para que o candidato escreva a resposta.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa única
Apresentou-se (nome e função)?

Chamou a paciente pelo nome, usou linguagem acessível?

Respondeu que é direito da gestante ter o parto em


domicílio?
Recomendou que o parto fosse realizado no hospital
por ser a alternativa mais segura?
Respondeu que seria possível ser acompanhada pelo
marido e pela doula durante o trabalho de parto?
Respondeu que está liberado dieta leve e ingestão
de líquidos (sopas, chás, isotônicos, água)?

284
Respondeu que a analgesia poderia ser feita a qualquer
momento que a gestante desejasse?
Explicou as diferentes modalidades de analgesia
(comportamental, medicamentosa, peridural)?
Respondeu que a amniotomia precoce não é rotina?

Respondeu que a episiotomia não é rotina?

Respondeu que não é necessário realizar o exame vaginal


de horário?
Respondeu que a posição do parto poderia ser o de sua
escolha?
Respondeu que a depender das condições do RN ele
poderia ir direto pro colo materno (a termo, chorando/
respirando e com bom tônus)?
Citou as vantagens do clampeamento tardio do cordão
(menor risco de anemia, redução do risco de hemorragia
intraventricular, menor risco de enterocolite necrosante)?
Escreveu corretamente quanto tempo se considera como
clampeamento tardio (1-3 minutos)?
Citou as vantagens do contato pele a pele imediato
(pelo menos 3: aumento do vínculo mãe-filho, aumento
da produção de leite e de ocitocina, incentivo
ao aleitamento materno precoce, diminuição do risco
de sangramento e de infecção neonatal)?
Citou as vantagens do aleitamento materno para o RN
(pelo menos 3: diminuição da mortalidade, menor risco
de infecção respiratória e gastrointestinal, diminui risco
de alergias, hipertensão, dislipidemia e diabetes, reduz
risco de obesidade, melhora nutrição, desenvolvimento
neurológico e da cavidade bucal)?

285
Citou as vantagens do aleitamento materno para a mãe
(pelo menos 3: proteção contra o câncer de mama e ovário,
menor custo financeiro, evita nova gestação, promoção
do vínculo mãe-filho)?

Respondeu as perguntas de maneira clara e objetiva?

Certificou-se da compreensão e de que todas as dúvidas


da paciente foram sanadas?

Debriefing
Moçada, dessa vez a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo quis diferenciar
um pouco e colocou o candidato de frente com uma atriz (gestante) que
trouxe um plano de parto e tinha algumas dúvidas. A estação foi basicamente
estruturada em cima das “Diretrizes Nacionais de Assistência ao Trabalho
de Parto Normal” publicada em 2016 pelo Ministério da Saúde (MS)
e que traz o seguinte trecho: “Se a mulher tem um plano de parto escrito,
ler e discutir com ela, levando-se em consideração as condições para a sua
implementação, tais como a organização do local de assistência, limitações
(físicas, recursos) relativas à unidade e à disponibilidade de certos métodos
e técnicas.”

Perceba que algumas perguntas realizadas pela gestante não foram


fáceis. Algumas, inclusive, foram polêmicas. Mas toda a prova prática
foi elaborada em cima de uma diretriz do Ministério da Saúde e que deve
ser de conhecimento médico. Vale a pena dar uma conferida.

286
Cancro Mole

Tema: Cancro Mole

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, solteira, vem a consulta ambulatorial com queixa
de algumas lesões em região genital há 2 dias.

Tarefa única:
Realize o atendimento desta paciente, citando o diagnóstico e as condutas
pertinentes.

287
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Jacqueline
• Motivo da consulta: “Doutor, há mais ou menos 2 dias apareceu umas
lesões na minha vagina.”
• Refere lesões ulceradas em região vaginal, dolorosas, não sangrantes,
com saída de secreção fétida. Nega ter palpado linfonodos.
• Nega febre e queixas sistêmicas.
• Nuligesta
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 13 anos.
• DUM: há 8 dias.
• Faz uso de anticoncepcional oral combinado. Nega uso de preservativo
nas últimas relações.
• Vida sexual ativa, sem parceiro único.
• Refere 2 parceiros neste ano. Última relação há mais ou menos
20 dias.
• Nega outras ISTs prévias.
• Nega comorbidades, uso de medicações, cirurgias e alergias.
• Nega tabagismo e refere etilismo social aos finais de semana.
• Refere ser vacinada para hepatites.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

288
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 72 bpm, PA: 110x68 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, corada , hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
À inspeção:

Cancro Mole
Fonte: https://pt.slideshare.net/JayranneMara/lceras-genitais-infecciosas

• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.Vagina


trófica, sem alterações..
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico, ausência de dor a
mobilização do colo. Anexos não palpáveis.

289
Resultados de exames solicitados (entregar apenas o que o candidato
solicitar):
• Teste rápido para HIV: NR
• Teste rápido para sífilis: NR
• Teste rápido para hepatite B: NR
• Teste rápido para hepatite C: NR

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre característica da lesão (local, tamanho,
sintomas associados)?

Questionou sobre linfonodomegalia?

Questionou sobre presença sintomas sistêmicos


como febre?

Questionou menarca e sexarca?

Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou menarca e sexarca?

Questionou sobre vida sexual?

290
Questionou sobre uso de anticoncepcional?

Questionou sobre uso de preservativo nas relações?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre vacinação? Solicitou que trouxesse


no retorno a carteirinha?
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico cancro mole?

Solicitou teste rápido para HIV e sífilis?

Solicitou teste rápido para hepatites B e C?

Prescreveu azitromicina 1g dose única?

Orientou uso de preservativo em todas as relações?

Orientou contato com parceiro sexual para que ele procure


assistência médica?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

291
Debriefing
Moçada, úlcera genital é um tema muito quente para cair nas provas de
segunda fase no final do ano, seja ela multimídia ou prática. Isso porque
com o aumento da incidência de IST’s na última década, tornou-se
necessário que o médico generalista conheça as principais doenças que
cursam com úlcera genital - herpes genital, cancro mole, sífilis (ou cancro
duro), linfogranuloma venéreo e donovanose.

Mais especificamente, o cancro mole é uma infecção causada pela bactéria


Haemophilus ducreyi. As lesões são dolorosas, únicas ou múltiplas, com
fundo sujo, podendo estar associadas a adenopatia inguinal que fistuliza
por um único orifício. O tratamento é realizado com Azitromicina
1 grama em dose única. Deve-se convocar e tratar o parceiro, além de avaliar
necessidade de drenagem da adenopatia fistulizante.

292
Úlcera Genital

Tema: Úlcera Genital

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e realizou um curso sobre
ISTs devido ao aumento da incidência dessas infecções na sua comunidade.
Como em todo curso, ao final, você irá realizar uma prova prática sobre
o tema discutido durantes as aulas.

Tarefa única:
Veja as imagens abaixo, dê o diagnóstico e a tratamento adequado para
cada uma delas?

293
Orientações
ao Examinador:
• O examinador deve entregar as seguintes imagens na sequência:
• Imagem 1:

Herpes Genital
Fonte: CHESTER SEXUAL HEALTH (em 18 de agosto de 2012), disponível em
URL: http://chestersexualhealth.co.uk/

• Imagem 2:

Donovanose
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10134735/

294
• Imagem 3:

Condiloma plano (sífilis secundária)


Fonte: https://pt.slideshare.net/itsufpr/ulceras-genitais-dst-2010-8657340

• Imagem 4:

Linfogranuloma Venéreo
Fonte: CHESTER SEXUAL HEALTH (em 18 de agosto de 2012), disponível em URL: http://chestersexualhealth.
co.uk/

295
• Imagem 5:

Cancro Mole
Fonte: https://pt.slideshare.net/JayranneMara/lceras-genitais-infecciosas

• Imagem 6:

Cancro Duro (sífilis primária)


Fonte: https://www.docsity.com/pt/siflis-e-hpv-utero-
e-mama/5078792/

296
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Imagem 1: citou diagnóstico de herpes genital?
Imagem 1: citou tratamento com aciclovir 400mg VO, 8/8h,
por 7-10 dias (primo-infecção) ou 5 dias (recorrência)?
Imagem 2: citou diagnóstico de donovanose?
Imagem 2: citou tratamento com doxiciclina 100mg VO,
12/12 por 21 dias ou até lesão desaparecer?
Imagem 3: citou diagnóstico de condiloma plano ou sífilis
secundária?
Imagem 3: citou tratamento com Penicilina benzatina
2.400.000 UI IM, dose única (1,2 milhões em cada glúteo)?
Imagem 4: citou diagnóstico de linfogranuloma venéreo?
Imagem 4: citou tratamento com Doxiciclina 100mg VO,
12/12 por 14- 21 dias?
Imagem 5: citou diagnóstico de cancro mole?
Imagem 5: citou tratamento com azitromicina 1g VO,
dose única?
Imagem 6: citou diagnóstico de cancro duro ou sífilis
primária?
Imagem 6: citou tratamento com Penicilina benzatina
2.400.000 UI IM, dose única (1,2 milhões em cada glúteo)?

297
Debriefing
Mais uma questão de úlcera genital! Não vai errar esse tema na prova,
beleza? Nessa estação trouxemos muita imagem para você não se confundir
no momento da segunda fase, seja ela prática ou multimídia.

Muita gente aqui se enrola todo com o tratamento para cada doença - herpes
genital, cancro mole, sífilis primária (ou cancro duro), sífilis secundária
(ou condiloma plano), linfogranuloma venéreo e donovanose.
Por isso, fizemos abaixo uma tabela resumo para ninguém mais errar isso
na hora da prova.

Úlceras Genitais
Úlcera, normalmente Penicilina benzatina
Sífilis primária única, indolor, com 2.400.000 UI IM, dose
(cancro duro) fundo limpo, que some única (1,2 milhões em
rapidamente. cada glúteo).
Múltiplas úlceras,
dolorosas, com fundo
Azitromicina 1g VO,
Cancro mole sujo (pus). Adenopatia
dose única.
que fistulaza por
1 único orifício.
Vesículas e úlceras
Aciclovir 400mg VO,
dolorosas e limpas sob
8/8h, por 7-10 dias
Herpes genital uma base eritematosa.
(primo-infecção) ou
Adenopatia dolorosa
5 dias (recorrência).
que não fistuliza.

298
Úlcera, normalmente
única, indolor, que
some rápidamente.
Linfogranuloma Doxiciclina 100mg VO,
Adenopatia dolorosa
venéreo 12/12 por 14-21 dias.
que fistuliza por
múltiplos orifícios
(“bico de regador”).
Úlcera profunda,
Doxiciclina 100mg VO,
indolor, crônica,
Donovanose 12/12 por 21 dias ou até
normalmente bilateral
lesão desaparecer.
(imagem em espelho).

299
Nossa Missão

T
odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma
única missão: melhorar a assistência em saúde no
Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina
de Emergência e uma excelente preparação para as provas de
Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda
melhores do que eram antes!

Então, em 2018, criamos o CRMedway, o maior curso online preparatório para as


provas práticas do Brasil. Como o projeto deu muito certo e mais de 500 alunos
ficaram satisfeitos, em 2019 fizemos a primeira edição do CRMedway Presencial.
Foram mais de 2000 alunos conosco enfrentando o duro ano preparatório para
as provas de residência, e os resultados não podiam ser melhores!

300
Porém, nossa missão não pode parar aí. Sabemos que o caminho para uma
aprovação em São Paulo é ainda mais árduo, tanto pela alta concorrência quanto
pelo diferente formato de cobrança (mais imagens e assuntos não abordados
tradicionalmente em Cirurgia, por exemplo). Por isso, em 2020, trabalhamos
incansavelmente para oferecer também um preparo excepcional para as
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que você quer prestar!
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comentadas pelo nosso time de professores, formados recentemente nas melhores
instituições de São Paulo, e com a visão de dentro da instituição! Vamos te dar uma
ideia do que cada serviço gosta de cobrar e quais os pontos fortes daquela área!
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realizar simulados específicos para cada instituição, com questões originais no
padrão de cada banca!
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301
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para quem vier ao CRMedway Presencial!

Com o CRMedway você estará preparado para os dois componentes


principais de uma prova prática:

1. Prova de Habilidades

• Você aprenderá a organizar e estruturar o raciocínio clínico diante de


qualquer estação prática.

• Dominará, de uma vez por todas, o medo e a ansiedade que aflige todos o
s candidatos.

• Receberá mais de 300 checklists baseados em estações anteriores, para


treinar exaustivamente!

• Terá acesso às estações mais frequentes e de que forma elas são cobradas.

• Assistirá a lives das principais instituições do país com comentários das


estações cobradas nos anos anteriores .

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2. Prova de MULTIMÍDIA

• Com ele, você terá acesso a um curso de imagens completo, pra te ensinar
não apenas as imagens mais frequentes mas como fazer a descrição de
cada uma delas, dos principais exames diagnósticos: Rx, TC, RNM, USG
e outros exames frequentes!

• Você também vai dominar as imagens não radiológicas de cada uma das 5
grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, GO e Medicina
Preventiva)!

• Por fim, com + de 100 provas multimídia e diversas delas sendo realizadas
ao vivo, você também terá um treinamento profundo do componente
audiovisual e dos diversos formatos de cobrança possíveis dentro de uma
prova multimídia!

• Tudo isso com nosso com um time de professores aprovados e todas as


instituições que você sempre sonhou!

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C
urso completo que tem um único objetivo. Alavancar os seus
estudos e a sua performance para que você alcance um desempenho
superior a 80% nas provas ao final do ano, independente do nível
em que você se encontre hoje.

É um curso intensivo, totalmente online, em que apresentamos os principais


conceitos que diferenciam aqueles que são aprovados em todas (ou quase
todas) as instituições que prestam prova daqueles que não são aprovados em
nenhuma. Trabalhamos a fundo conceitos essenciais como Planejamento,
Organização, Motivação, Constância, Priorização, Mindset, dentre muitos
outros! Se quiser conferir de perto todo esse conteúdo, clique no botão:

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PARA SABER MAIS

Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o


que alguns dos nossos alunos estão falando:

304
S
ob o lema “A Emergência como ela Realmente é”, agregamos
toda nossa experiência na sala de emergência mais complexa
do Brasil e toda a didática “Medway” para ensinar tudo aquilo
que gostaríamos de ter aprendido antes de enfrentarmos nossos temidos
plantões de PS. Esteja preparado para qualquer “perrengue” que poderá
aparecer na sua emergência, seja ela do melhor hospital da cidade, seja no
postinho!

Baseado no método de simulações realísticas, você verá o atendimento


das principais patologias dentro do departamento de emergência e saberá
exatamente o que fazer quando se deparar com os pacientes graves no seu
plantão!

Além de todo o treinamento de pronto-socorro e emergência, o PSMedway


Avançado engloba também um curso completo de intubação orotraqueal
e outro de eletrocardiograma, para você dominar TODO e QUALQUER
plantão que caia na sua mão! Chega de depender de alguém para laudar o
ECG, ou de ter medo de intubar!

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Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos
nossos alunos da primeira turma estão falando:

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Ficou com Alguma Dúvida?

N
ós respondemos 100% das pessoas que entram em contato com
a gente. Seja pra pedir uma orientação quanto a melhor forma
de se preparar para a residência médica, prova prática ou para o
primeiro plantão no PS, nós estamos com você.

Então não guarde suas dúvidas! Teremos o maior prazer em te responder.

Basta enviar um email para alexandre.remor@medway.com.br que nós


mesmos te responderemos!

Grande abraço e sucesso na sua jornada!

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