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DIREITO TRIBUTÁRIO

CRFB

Dir. Adm

Dir. Financeiro

Receita Gestão Despesa

Derivadas Originárias

TRIBUTOS MULTAS

TRIBUTO – Conceito CTN (Lei 5.172/66):

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

- PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: entrega de DINHEIRO aos cofres públicos – pois, o objeto da


obrigação tributária principal é patrimonial.

- COMPULSÓRIA: marca maior do tributo – dever jurídico de entregar (dar) dinheiro aos
cofres públicos – não por vontade própria/convencional (obligatio ex voluntate), mas
da vontade da lei (obligatio ex lege).
- Ser compulsório, para fins do disposto do art. 3º do CTN, não quer dizer
simplesmente “ser obrigatório”, até mesmo porque, em princípio, toda
prestação jurídica é obrigatória.

- EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR: Acaba viabilizando a


construção de equivocados entendimentos de que o tributo poderia ser pago das mais
variadas formas, vez que quase todos os bens são suscetíveis de avaliação pecuniária,
principalmente o trabalho humano. Todavia, o nosso Direito não admite pagamento in
natura ou in labore de tributo. (In natura – IPI; in labore – ISS)

- INSTITUÍDA EM LEI: Somente a lei pode instituir tributos – princípio constitucional da


estrita legalidade tributária; Pedra basilar do Estado Democrático de Direito; “Nullum
tributum sine lege scripta”; Função legislativa – representação do povo (regime de
autotributação);
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça;

- Para instituir um tributo é imprescindível que a norma jurídico-tributária


disponha em termos exaustivos sobre:

a) aspecto material – sobre sua hipótese de incidência


b) aspecto temporal – sobre o momento em que se considera consumado o F.G.
c) aspecto espacial – sobre o âmbito territorial de sua aplicação
d) aspecto pessoal – sobre os sujeitos ativo e passivo
e) aspecto quantitativo – sobre a base de cálculo e alíquota aplicáveis
- COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADM PLENAMENTE VINCULADA: Atos administrativos
vinculados - valoração objetiva; passíveis de anulação; Não cabe discricionariedade (não
há juízo de oportunidade e conveniência)

- TIPOLOGIA TRIBUTÁRIA:

1. Binômio identificador: CTN – “Art. 4º: A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (...)”. Porém, não basta
conhecer o fato gerador in abstracto para conhecer um tributo, é preciso examinar a
base de cálculo – BINÔMIO: HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA + BASE DE CÁLCULO
(FG in abstracto) (fundamento para o cálculo)

2. Irrelevância do “Nomen Juris”: CTN “Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;” O
tributo deve seguir a natureza jurídica determinada pela associação lógica entre a
hipótese de incidência + base de cálculo - para buscar o regime jurídico a que está
submetido o tributo, deve-se buscar a sua real natureza jurídica, ignorando-se o nome
atribuído a ele pelo legislador.

3. Irrelevância da destinação legal do produto da arrecadação: CTN “Art. 4º A natureza


jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la: II - a destinação legal do produto da sua
arrecadação.”[...] Todavia, duas espécies tributárias são finalisticamente afetadas
(vinculação): empréstimos compulsórios e contribuições especiais – vinculados a uma
despesa ou vantagem especial referida aos contribuintes.
Quanto às espécies tributárias contribuições especiais e empréstimos
compulsórios não é irrelevante a destinação do produto da arrecadação. Caso não seja
revertido para a despesa para a qual fora criado (vinculação):
a) O contribuinte pode opor-se à cobrança do tributo que não esteja afetado aos fins
constitucionalmente estabelecidos
b) O contribuinte poderá reclamar a repetição do tributo pago, se houver desvio quanto à
aplicação dos recursos arrecadados

- ESPÉCIES DE TRIBUTOS – Tributo é GÊNERO e tem como ESPÉCIES:

 Teoria tripartida: Art. 5º CTN – Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria;


 Teoria quinquipartida: CRFB/88 – Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria,
Empréstimos Compulsórios e Contribuições Sociais;

1. IMPOSTO: Art. 16, do CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte; Única espécie de tributo não-vinculado existente em nosso ordenamento
jurídico;
- É um tributo relacionado com a pessoa do contribuinte (relação fática relativa ao
contribuinte)
- O pressuposto de fato eleito como Hipótese de Incidência será fato de natureza
econômica (revelador da capacidade contributiva)
- Caráter não-vinculado (Desvinculada de uma atividade estatal específica relativa ao
contribuinte - ausência de contraprestação estatal)
- Proibição legal à vinculação de imposto – Princípio da não-afetação dos impostos (Art.
167, inc IV, da CRFB/88);
- Conhecido como “Tributo sem causa determinante ou sem causa”;
- Fato Gerador in abstracto: Na maioria dos casos é identificada pela regra-matriz
constitucional (ITBI – que tributa a transmissão; IPTU e IPVA – que tributa a propriedade;
ICMS – que tributa a circulação de mercadoria etc). Pela análise da hipótese de
incidência já se pode ter uma boa noção de que é o contribuinte: aquele de promove a
ação do verbo (Prestar serviço – ISS; Importar – II; etc)

o VALOR DO IMPOSTO:
◦ O valor do imposto deve ter uma relação com a capacidade contributiva do
contribuinte (Art. 146, §1º., da CRFB/88);
◦ A hipótese de incidência deve ser uma situação que possui um potencial
econômico;
◦ O fato tributável é o evento e a base de cálculo é a grandeza que dimensiona
numericamente esse evento;

o CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS:


◦ DIRETOS ou INDIRETOS
◦ PESSOAIS ou REAIS
◦ Que REPERCUTEM e que NÃO REPERCUTEM
◦ DETERMINADOS e previamente INDETERMINADOS
2. TAXA: Espécie de tributo vinculado e diretamente relacionado a uma atividade estatal
específica e divisível, atrelada ao contribuinte
- Art. 145, inc. II, da CRFB/88: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: [...] II - taxas, em razão do
exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição”
- A hipótese de incidência se encontra vinculada a uma atividade estatal
imediata e diretamente vinculada ao contribuinte
- Proibição da idêntica base de cálculo dos impostos – As taxas não poderão ter
base de cálculo própria (idêntica) de impostos (art. 145, §2º, da CRFB/88) –
Proibição ao legislador levar em conta índices de tributação genuinamente
pertencentes a impostos (renda, propriedade, etc.)
- Base de cálculo: ordem de grandeza econômica que não corresponda à base
imponível aos impostos – Deve ser conexa ao custo do serviço prestado ou posto
à disposição do contribuinte – Razoável equivalência entre o custo e o valor
cobrado.
“É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre
uma base e outra” (Súmula Vinculante nº. 29)
3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: Atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte
– Valorização imobiliária decorrente de obra pública;
- Regra-matriz constitucional: A “melhoria” denota a necessária valorização
imobiliária;
- Tributo indireta e mediatamente vinculado a uma atuação estatal – obra
pública – “Em tese, qualquer obra pública que implique reflexa valorização
imobiliária viabiliza a tributação por meio de contribuição de melhoria”
- Cada obra pública viabiliza uma única tributação – não admite renovação
periódica;
- Para criar a contribuição de melhoria é necessário a edição de lei específica
para cada obra – não bastam simples previsões genéricas em Lei Orgânica ou no
Código Tributário Municipal;
- Hipótese de incidência: Não basta ser proprietário de imóvel urbano ou rural –
deve ser proprietário de imóvel (urbano ou rural) efetivamente valorizado pela
realização de obra pública;
- Base de cálculo: Não pode ser o valor do imóvel – bis in idem – bitributação;
deve ser o quantum da valorização experimentada pelo imóvel;
A contribuição relativa a cada imóvel será
DETERMINAÇÃO DA
determinada pelo rateio da parcela do custo da
BASE DE CÁLCULO obra pelos imóveis situados na(s) zona(s)
beneficiada(s) em função dos respectivos fatores
individuais de valorização (art. 82, §1º., do CTN)

- PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE: Relacionada ao benefício especial


recebido pelo proprietário do imóvel – atrelada ao princípio da Justiça Federal
– subordinada ao custo (para a Administração) e benefício (para o contribuinte)
- PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA: Não se pode cobrar
contribuição de melhoria sem lei prévia que a institua (Ex.: Instituir a
contribuição de melhoria para uma obra já realizada)
4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

CF: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

- VINCULADO a uma despesa: Toda receita deve ser aplicada à despesa que serviu de
fundamento de validade de sua instituição
Caso o contribuinte tenha pago o tributo
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE e consiga comprovar que a arrecadação
INDÉBITO não foi aplicada para cobrir a despesa
que lhe serviu de causa determinante

Necessária destinação do produto da arrecadação LIMITAÇÃO AO PODER DE


TRIBUTAR
* Deve cessar a exação quando desaparecer o
pressuposto constitucional que ensejou a sua
cobrança;

- FATO GERADOR: Atrelado a um fato que possui potencial econômico – não


necessariamente atrelado às causas determinantes do Empréstimo Compulsório –
“Despesas Extraordinárias” (calamidade pública; guerra externa ou sua eminência) e
“Investimento público urgente e relevante”;
- Caberá à lei complementar definir a respectiva hipótese de incidência tributária (fato
gerador in abstrato)

5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

CF: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de


intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
- Exceção à competência exclusiva: Art. 149, da CRFB/88 - § 1º Os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos
da União.

- Emenda Constitucional 39/2002, acrescentou à CF o art. 149-A, atribuindo


competência aos Municípios e ao Distrito Federal para instituírem contribuição para o
custeio do serviço de iluminação pública.

 “é uma contribuição sui generis que pode ser instituída pelos


Municípios ou Distrito Federal”.

- Tributos finalisticamente vinculados: Exações voltadas a servir de instrumento à


consecução de fins ou custeio de despesas/programas determinados;

o Finalidades constitucionalmente definidas:


a) Intervenção no domínio econômico;
b) Interesse de categorias profissionais ou econômicas;
c) Custeio da seguridade social;
d) Custeio da iluminação pública
- COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

o CONSTITUIÇÃO – Discriminação das competências tributárias (não cria tributos,


“carta de competências”)
o Da CF decorre a rigidez do Sistema Tributário Nacional;
- Direções ao STN: partilha de competências (U, E, DF, M); direito
individual do contribuinte; delimitações constitucionais;

o Competência COMUM – Ex.: impostos, taxas e contribuições de melhoria (art.


145, CF)

o Competência CONCORRENTE - “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao


Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário,
financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;”
- Cada pessoa política deve respeitar as diretrizes constitucionais e as
normas gerais em matéria tributária disciplinadas pelo CTN;

o Conceito, exercício e titularidade:


o Características:
a) Privatividade: a CF reservou faixas de competência tributárias exclusivas;
b) Indelegabilidade: art. 7º, caput, CTN – a competência não pode ser
renunciada nem delegada – pode até deixar de exercê-la, mas não pode
transferir a uma terceira pessoa;
c) Incaducabilidade: o seu exercício não se encontra submetido à observância
de um prazo fatal;
d) Inalterabilidade: há delimitação constitucional – não pode ser ampliada;
e) Irrenunciabilidade: não pode ser renunciada, no todo ou em parte, vez que
se trata de matéria de Direito Público Constitucional, logo, naturalmente,
indisponível;
f) Facultatividade: seu exercício por parte da Pessoa Política não é obrigatório,
de modo que a exerce se quiser (decorrência natural da incaducabilidade);

- PARAFISCALIDADE

É parafiscal todo tributo que, por força de delegação da capacidade tributária


ativa [legalmente atribuída pelo titular da competência tributária], é arrecadado e
fiscalizado por terceira pessoa [pública ou privada], perseguidora de finalidades públicas ou
de interesse público, as quais passam a dispor dessa receita para a consecução dos seus
objetivos; (Ex.: OAB, CRM, SESC, SENAI, etc.)

2 ou + pessoas políticas Mesma pessoa política


BITRIBUTAÇÃO BIS IN IDEM
Mesma HI ou BC Natureza = outro tributo
INVASÃO DE Exceção: impostos
Admitido, desde que observados
COMPETÊNCIA! Extraordinários (art. 154, II, CF) princípios basilares aplicáveis ao caso e
haja explícita recepção constitucional
(ex.: PIS e COFINS instituídos pela
União, com idêntica HI e BC)
fulminar as normas supervenientes
contra si incompatíveis;
- FONTES FORMAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO revogar normas pré-constitucionais
incompatíveis
* Discrimina
•Base material primária
competências
•Fundamento de validade das demais normas * Classifica espécies
CONSTITUIÇÃO •Fixa o sistema de fontes formais e materiais do ordenamento jurídico * Desenho regra-
FEDERAL •Não cria tributos - carta de competências tributárias matriz
•Princípio implícito - "continuidade da ordem jurídica" - recepção normas * Limita poder de
compatíveis tributar
* Princípios

Aspecto MATERIAL: Reserva constitucional de


matérias (ex.: art. 146, 148, etc)
•Difere da Lei ordinária
LEI Aspecto FORMAL: Quórum aprovação
COMPLEMENTAR •LC ontológicas X LC formais - Conjunção de elementos
Reserva legal
Quórum

“Lei sobre leis de tributação”


•Lei 5.172/66 CTN Art. 146 da CF/88
CTN como LEI Lei complementar intercalar
COMPLEMENTAR •Lei formalmente ordinária, mas materialmente complementar

•Fonte por excelência do Direito (Princípio da Legalidade)


•Competência para instituir ou aumentar tributos - salvo disposição
diversa (Lei Complementar)
LEI ORDINÁRIA •Competência exclusiva Poder Legislativo
•Princípio da Estrita Legalidade Tributária: para criar um tributo,
indispensável que seus dados essenciais sejam previstos em L.O.

•Art. 62, da CF/88


•Binômio relevância e urgência
MEDIDA
•Editada pelo PR
PROVISÓRIA •Equivalente a L.O. ("força de lei")
•Possibilidade de instituir ou majorar tributos (art. 62,§2º, CF)

•Celebrados pelo PR (Art. 84, VIII, CF)


TRATADOS E •Iter processualístico
•Em regra, são celebrados para elidir a bitributação
CONVENÇÕES •Quando não tratam de direitos humanos, detêm hierarquia ordinária
INTERNACIONAIS •Revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha (Art. 98, CTN)

•Competência privativa do CN - Senado e Câmara


Delegar ao PR autorização – Lei Delegada
RESOLUÇÃO •Finalidade Suspender (todo ou parte) lei declarada inconst. Pelo STF
Fixar alíquota de alguns tributos (art. 155, §2, V, “a” e “b” e
art. 155, §1, IV da CF)
Princípio da
simetria: aplica-se
•Art. 84, inc. IV, da CF: "Compete privativamente ao Presidente da aos Governadores
República: sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
DECRETOS E expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.
e Prefeitos
REGULAMENTOS •Leis em sentido material Não podem inovar no
•Suporte legal às leis que se subordinam ordenamento jurídico!
A observância das normas referidas neste
artigo exclui a imposição de penalidades,
a cobrança de juros de mora e a
atualização do valor monetário da base
de cálculo do tributo.

•Art. 100, do CTN. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
•I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
•II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a
que a lei atribua eficácia normativa;
NORMAS •III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
COMPLEMENTARES •IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios.

•Lei em sentido material - são formalmente "atos administrativos"


•Encampam o rol da denominada legislação tributária (art. 96, CTN)

- SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

 Princípio da Legalidade: Pode ser denominado de princípio se conceituada como dever


genérico para o Estado e suas autoridades de agirem de acordo com normas aprovadas
pelos representantes do povo – consequente e peculiaridade do Estado Democrático de
Direito.
- Forte conotação libertatória: autoriza fazer tudo aquilo que a lei não proíba, porque a
lei, aqui, seria uma limitação do povo ao próprio povo, no uso da sua soberania,
mediante a expressão da vontade exercida através de seus representantes
(parlamentares).
o PREVISÃO ESPECÍFICA À SEARA TRIBUTÁRIA:
◦ Princípio da estrita legalidade tributária: CRFB/88, art. 150 – “Sem prejuízo de
outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao DF e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça;
§6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas... [...]
◦ Gera o direito subjetivo difuso de exigir que o Poder Público aja dentro dos
estritos contornos legais – garantia da segurança jurídica e direito de primeira
dimensão
◦ Previsão no CTN
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65; (superado pelo art. 153, §1º, CRFB/88)
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o
disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou
de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do § 2º Não constitui majoração de tributo,


tributo a modificação da sua base para os fins do disposto no inciso II deste
de cálculo, que importe em torná-lo artigo, a atualização do valor monetário
mais oneroso. da respectiva base de cálculo.
Para instituir um tributo é imprescindível que a norma disponha em termos exaustivos

MATERIAL: Sobre sua HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

TEMPORAL: Sobre o momento em que se considera


consumado o FATO GERADOR
ASPECTOS
ESPACIAL: Sobre o ÂMBITO TERRITORIAL de sua
aplicação

PESSOAL: Sobre os SUJEITOS ATIVO E PASSIVO

QUANTITATIVO: Sobre a BASE DE CÁLCULO e


ALÍQUOTA aplicáveis

◦ Impossibilidade de delegação

É ínsito à própria definição de tributo


(Art. 3º do CTN)
Mas o que é lei
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
para o Direito moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
Tributário? constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada;
Preenchimento concomitante dos seguintes requisitos:

ASPECTO ASPECTO
MATERIAL FORMAL

Art. 5º, II, CF: “ninguém será obrigado a fazer


RESERVA
ou deixar de fazer alguma coisa senão em
DE LEI
virtude de lei tolera DELEGAÇÃO

Art. 150, I, CF: “...exigir ou aumentar tributo


sem lei que o estabeleça” somente a LEI
A totalidade da matéria
(ela mesma) é que institui ou majora tributos
tributária deve vir
regulada exclusivamente
PODEM CRIAR OU MEDIDA PROVISÓRIA
por lei, ou por atos com Art. 62, §2º, CRFB/88
força de lei MAJORAR TRIBUTOS

LEI COMPLEMENTAR

A falsa exceção (mitigação) ao princípio da estrita legalidade tributária

◦ Dispõe o art. 153, §1º, CF: “É facultado ao Poder Executivo, atendidas as


condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos
impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V”
O Executivo não criará as
Tributos EXTRAFISCAIS
alíquotas, irá alterá-las dentro
dos limites prefixados em lei;
 Princípio da Anterioridade: impõe a existência de um prazo entre a lei que institui ou
aumenta um tributo e o início de sua vigência; Embora não se estenda a todos os tributos,
os prazos mínimos variam de 90 dias a 1
ano, conforme o tributo em questão.

- Razão ontológica vinculada à proteção da segurança jurídica  Princípio da não surpresa

Art. 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou; Anterioridade ANUAL.
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Anterioridade NONAGESIMAL.

 Princípio da Irretroatividade: visa proteger o princípio da legalidade e, por


conseguinte, o da segurança jurídica – Art. 5º, XXXVI, CRFB/88;
- A lei tributária deve ser anterior ao próprio fato tributado;

Art. 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;

- Disposições no CTN
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
Art. 5º, XL, CF/88
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou
A lei penal não
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de
retroagirá, salvo
pagamento de tributo;
para beneficiar o
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
réu
tempo da sua prática.
PRINCÍPIOS MATERIAIS DELIMITADORES DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

 Princípio da Isonomia - Atrelado à própria noção de justiça, o princípio da isonomia


tributária – este sim, um típico princípio – se apoia na clássica concepção de Aristóteles,
no sentido de dever tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida
de sua desigualdade. - Deve ter um critério de comparação

Art. 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos;

Art. 151, I, CF – É VEDADO À UNIÃO: instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao DF ou
a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as
diferentes regiões do país.

Art. 152, CF – É vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Art. 173, §2º, CF – As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

- A própria existência da espécie tributária das taxas é uma consequência do princípio


da igualdade  o devedor é aquele que provocou a atividade estatal (serviço público ou
poder de polícia)  desonera toda a sociedade do encargo resultante da realização
dessa atividade aproveitada pelo particular  o mesmo raciocínio se estende às
contribuições de melhoria.

 Princípio da Capacidade Contributiva: permite a verificação da legitimação da


imposição tributária – só pode sofrê-la quem possui disponibilidade para tanto.
- Este princípio é uma evolução do princípio da igualdade no âmbito tributário;
- Advém de uma melhor noção pautada nos direitos de terceira dimensão (difusos),
tornando possível que todos contribuam na medida das suas possibilidades;
- Constitucionalmente delimitado pelos preceitos de mínimo vital e não-confiscalidade;
- Impede que se tribute quem pouco tem disponível; - Impede que se tribute exageradamente sobre
- Reduz/afasta a tributação sobre bens essenciais; possuidores de farta capacidade contributiva;
- Evita excesso sobre bens supérfluos;

Art. 145, §1º, CF – Sempre que possível*, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
* a expressão “sempre que possível” não importa mero conselho – somente quando for totalmente
impossível poderão ser a capacidade contributiva e a pessoalidade relegadas a segundo plano.
 Princípio da Progressividade e Proporcionalidade: a progressividade é um método de
aplicação da capacidade contributiva, através da elevação gradual das alíquotas
incidentes sobre a base de cálculo do tributo à medida que esta se amplia.
 Proporcionalidade: riquezas maiores geram tributos maiores – alíquota fixa – base
de cálculo variável.
 Progressividade: significa que o imposto deve ser cobrado por alíquotas maiores na
medida em que se alarga a base de cálculo – quanto mais elevado é o valor da base
de cálculo, mais elevada é alíquota

- Aqueles que tiraram melhor proveito do tecido social contribuem, numa análise
progressiva, em maior quantia.

No caso do IR
 Quanto maior a base de cálculo, maior a renda (que é a sua base imponível)
 Maior a capacidade contributiva (presunção) maior a alíquota aplicável
maior o valor do tributo

- A CRFB/88 positiva o referido princípio com foco no IR:

Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre: III – Renda e proventos de
qualquer natureza;
§2º - O imposto previsto no III:
I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da
progressividade, na forma da lei;

 IPTU - CF:

“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
[...]
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.”

 ITBI: “Súmula 656 STF - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas
para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor
venal do imóvel.”

 ITR - CF:
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas”
 IPVA:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III - propriedade de veículos automotores.
§ 6º O imposto previsto no inciso III:
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.”

 Princípio da Vedação ao Confisco: a elevação exagerada de alíquotas desestimula a


atividade econômica – acarreta consequente diminuição da arrecadação;
- CF, art. 150, IV: Decorre do direito
 Típico limite constitucional ao poder de tributar à propriedade

 Princípio da Seletividade: Por força deste princípio deve haver aplicação de alíquotas
menos onerosas aos produtos de primeira necessidade, e pode haver tributação mais
gravosa para produtos supérfluos, tais como cigarros e bebidas.
- ICMS – IPI – leva em consideração a essencialidade do produto
Poderá ser Deve ser
seletivo seletivo

 Princípio da Não-cumulatividade: aplicável somente a alguns tributos:


 IPI (art.153, §3º., inc. II, da CRFB/88)
 ICMS (art.155, §2º., inc. I, da CRFB/88)
 Impostos residuais (art. 154, inc. I, da CRFB/88)
- Significa diminuir (compensar), do imposto devido em cada operação, o imposto
pago nas operações anteriores;
- O imposto é exigido de modo global e não em cada operação realizada;

 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA: são limitações ao poder de tributar e, por essa razão, seriam
irrevogáveis e admitiriam interpretação extensiva, porquanto elencam pessoas, bens
e/ou situações (ou operações) que o ente tributante, detentor da competência
tributária, está proibido de envolver no aspecto material ou subjetivo/pessoal da norma
impositiva-fiscal.
- Seria equivalente a uma “não-competência tributária”, ou seja, a uma
proibição de legislar em assuntos fiscais protegidos constitucionalmente da
tributação;

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