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TJBA

PJe - Processo Judicial Eletrônico

18/09/2022

Número: 8020065-27.2021.8.05.0001
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 2ª VARA DE RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SALVADOR
Última distribuição : 23/02/2021
Valor da causa: R$ 16.788,84
Assuntos: Indenização por Dano Moral
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
DJANE CARVALHAL DA SILVA (INTERESSADO) FABIO VINICIUS SOUZA MELO (ADVOGADO)
DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA (INTERESSADO) THIAGO MAHFUZ VEZZI registrado(a) civilmente como
THIAGO MAHFUZ VEZZI (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
19703 05/05/2022 18:25 20220505_contestação_2484_3920 Contestação
0026
ROH – 2484/3920

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 2ª Vara de Relações de Consumo da Comarca de Salvador –


Estado da Bahia

Processo nº 8020065-27.2021.8.05.0001

DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA., pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 72.381.189/0001-10, sediada na Avenida Industrial
Belgraf, nº 400, Medianeira, Município de Eldorado do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, CEP nº 92990-
000, nos autos do processo em epígrafe, em que figura como parte contrária DJANE CARVALHAL DA
SILVA, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve,
apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no artigo 335 e seguintes do Código de Processo Civil,
consubstanciada nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

1. Dos fatos

Relatou a parte autora que, no dia 25 de maio de 2018, realizou


a compra de um MICROCOMPUTADOR DELL XPS 8930, além de um KIT COM TECLADO E MOUSE SEM
FIO DELL KM636, PORTUGUES BRASILEIRO, PRETO e um MONITOR DELL DE 23" P2317H, pelo valor
total de R$ 5.788,84 (cinco mil setecentos e oitenta e oito reais e oitenta e quatro centavos).

Afirma que após alguns meses de uso, o microcomputador


parou de funcionar, razão pela qual entrou em contato com a ré, sendo realizados testes e constatado
vício na placa-mãe.

A autora alega que a DELL informou que a peça não estava


disponível no Brasil e que a previsão de recebimento era até o dia 02/11/2020.

Contudo, segundo a autora, até o ajuizamento da demanda a


peça não foi substituída.

Ante todo o exposto, ingressou com a presente ação e requereu


a substituição do produto por outro da mesma espécie, a restituição imediata da quantia paga, o

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pagamento de indenização a título de danos morais, de R$ 13.332,00 (treze mil trezentos e trinta e
dois reais), a inversão do ônus da prova e a condenação em honorários advocatícios.

2. Da preliminar

2.1. Da ausência do interesse de agir

O Código de Processo Civil de 2015 modernizou os institutos


processuais e elevou a autocomposição ao patamar de meio prioritário para solução de conflitos.

O resultado dessa alteração legislativa é cada vez mais


perceptível: os órgãos de proteção e defesa do consumidor, em diversos estados da federação, já
possuem mecanismos de integração com o Poder Judiciário.

A utilização dos meios extrajudiciais de solução de conflito deve


ser incentivada pelo Estado, pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público – inclusive no curso do processo judicial. É válido enfatizar, aliás, o dever que têm as partes de
cooperar para a solução do litígio, conforme artigo 3º, §§ 2º e 3º, e artigo 6º, do Código de Processo
Civil.

Nesse novo panorama processual, a tentativa de solução de


conflitos por meio dos órgãos e veículos responsáveis pela defesa do consumidor passa a compor
condição sine qua non para a caracterização do interesse processual de agir.

No presente caso, a parte autora não buscou nenhum tipo de


solução por meio dos órgãos de proteção e defesa do consumidor, propondo diretamente a presente
ação.

Mesmo que não seja possível afastar ou retirar dessa o direito


de ação, garantido pelo artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal; a própria lei processual exige
determinadas condições para que seja proferido um provimento jurisdicional quanto ao mérito, sob
pena de indeferimento da petição inicial – artigo 330, inciso III, Código de Processo Civil.

Uma dessas condições é justamente o interesse de agir, que


decorre diretamente da existência de um conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida.

Se a parte autora não buscou soluções viáveis ou formas


consistentes de solucionar o conflito de interesses, como, por exemplo, reclamações em órgãos de
proteção e defesa do consumidor ou até mesmo com o consumidor.gov.br, não se caracterizou uma
pretensão resistida, como é o caso dos autos.

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Se não há pretensão resistida, logo, não há lide, ou seja, não há


interesse processual apto a ensejar provimento jurisdicional de mérito.

Dessa forma, estando ausente o requisito de interesse


processual, o indeferimento da petição inicial é medida que se impõe, nos termos do artigo 330, inciso
III, do Código de Processo Civil.

Corroborando tais argumentos, destaca-se trechos da decisão


proferida pela juíza Cristina Paul Cunha Bogo1 que extinguiu o processo sem resolução do mérito em
razão da ausência do interesse de agir por não ter a parte autora comprovado a reclamação perante
os órgãos de proteção e defesa do consumidor:

[...]
Atualmente, o acesso à justiça deixou de ser visto como o simples acesso ao
Judiciário, mas, mais que isso, como o acesso a uma ordem jurídica justa, que
exige a superação da cultura do litígio, da sentença, e da excessiva dependência
do paternalismo estatal. Segundo Igor Lima Goettenauer de Oliveira, o teor da
citada garantia fundamental vai muito além do simples ingresso e análise da
pretensão do cidadão no Poder Judiciário.
[...]
Nessa toada, baseado nos citados atos normativos e levando em conta o
desenvolvimento exponencial da tecnologia, foi criado pela Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça do Brasil (Senacon) em junho de 2014
o sistema de solução consensual de conflitos denominado consumidor.gov,
serviço público que permite a interlocução direta entre consumidores e
empresas para solução consensual de conflitos de consumo, via ferramenta de
online dispute resolution.
[...]
Por isso, atenta ao cenário do Judiciário e às mudanças da sociedade brasileira,
esta Julgadora, inspirada por alguns outros juízes, pioneiros nessa prática, tem,
desde junho do ano de 2017, adotado prática de condicionar o recebimento da
inicial de demanda consumerista ao prévio cadastro do pedido na ferramenta
consumidor.gov, como forma de comprovação do interesse de agir, condição
da ação.
A prática se coaduna com os preceitos da Constituição brasileira, com o novo
Código de Processo Civil e com a nova política judiciária, prevista na Resolução
125 do CNJ, que alçaram o protagonismo as soluções consensuais dos conflitos.
Vai ao encontro, também, ao que dispõem a Resolução n. 43/2017 do TJMA
(“recomendação para encaminhamento de demandas para resolução em
plataformas digitais”), o Provimento n. 2289/2015 do TJSP (que “dispõe sobre a
conciliação e a mediação de conflitos à distância, e a homologação judicial dos
respectivos acordos”) e o Termo de Cooperação firmado entre TJSC e a
plataforma no XXXVII Fórum Nacional de Juizados Especiais, em 2015, em
Florianópolis.(grifou-se)

1
TJSC. Sentença Nº 0301352-63.2017.8.24.0103. 1ª Vara Cível da Comarca de Araquari. Juíza Cristina Paul Cunha
Bogo. Julgado em 5 de janeiro de 2019.

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Ante todo o exposto, requer o indeferimento da petição inicial


com a extinção do processo, sem resolução do mérito, nos termos dos artigos 330, inciso III e 485,
incisos I, IV e VI, do Código de Processo Civil.

3. Do mérito

3.1. Da ausência do dever de reparar

O dever de reparar incide de forma errônea sobre esta ré, pois


a essa não cabe imputar nenhuma conduta ilícita.

A obrigação de reparação, fundamentada na responsabilidade


objetiva, possui como pressupostos: (i) o ato ilícito praticado pelo agente (ação ou omissão
antijurídica), (ii) os danos suportados pela vítima e (iii) o nexo de causalidade entre a conduta do
agente e os citados danos.

Devendo ter a mínima comprovação, pela parte autora, da


existência de uma conduta – omissiva ou comissiva – e sua vinculação com o dano sofrido, ou seja,
necessária a demonstração do nexo causal.

A jurisprudência pátria é uníssona no sentido de que para a


incidência da responsabilidade civil deve estar nítido tal nexo, como segue demonstrado:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS. ALEGAÇÃO DE VICIO NO PRODUTO POR QUEDA DE ENERGIA ELÉTRICA.
NEXO CAUSAL A IMPUTAR A RESPONSABILIDADE A CONCESSIONÁRIA RÉ NÃO
DEMONSTRADO. VICIO NO PRODUTO IGUALMENTE NÃO VERIFICADO.
AUSÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO DANDO CONTA DO SUPOSTO PROBLEMA NO
BEM. CONTATOS COM A ASSISTÊNCIA TÉCNICA NÃO COMPROVADOS.
SENTENÇA DE IMPROCEDENCIA MANTIDA. A demandante não comprovou se o
vício apresentado no bem se deu em razão de alguma ação ou omissão da
concessionária de energia elétrica ré, como a suposta ocorrência de temporal.
Na ausência de comprovação do nexo causal, não há como ser reconhecida a
responsabilidade da CEEE. Outrossim, versando a lide acerca de vício no
produto, deve a demandante trazer elementos mínimos a demonstrar o
suposto vício. No caso, não há laudo técnico demonstrando qual efetivamente
é o vício da geladeira, tampouco prova de que a demandante entrou em
contato com as assistências técnicas disponibilizadas pela ré. Logo, na ausência
de elementos mínimos a indicar a existência de vício oculto no bem, tampouco
falha na prestação do serviço da assistência técnica, pois inexistente qualquer
prova nesse sentido, a sentença de improcedência deve ser mantida. Recurso
desprovido. (TJRS; RCív 0064531-46.2016.8.21.9000; Alvorada; Segunda Turma
Recursal Cível; Relª Juíza Ana Cláudia Cachapuz Silva Raabe; Julg. 22/03/2017;
DJERS 29/03/2017). (grifou-se)
Portanto, inexiste relação entre o dano e os atos desta ré.

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No mais, a autora pretende a restituição da quantia de R$


5.788,84 (cinco mil setecentos e oitenta e oito reais e oitenta e quatro centavos), contudo, conforme
se observa na nota fiscal de ID 93867124, o valor do MICROCOMPUTADOR DELL XPS 8930, produto
objeto desta lide, é R$ 4.902,07 (quatro mil, novecentos e dois reais e sete centavos), de modo que
o valor pretendido pela autora na exordial equivale a todos os produtos adquiridos, quais sejam,
MICROCOMPUTADOR DELL XPS 8930, KIT COM TECLADO E MOUSE SEM FIO DELL KM636,
PORTUGUES BRASILEIRO, PRETO e MONITOR DELL DE 23" P2317H.

Assim, resta ilógico o pedido da autora para restituir o valor em


questão.

Diante de todo o exposto, a demanda deverá ser julgada


totalmente improcedente, em decorrência da ausência de nexo causal e, por consequência, da
ausência do dever de reparar.

3.2. Da boa-fé da empresa ré em relação a autora

Conforme se observa da narrativa dos fatos, a ré se prontificou


a atender às reclamações da autora e sanar todas as suas dúvidas sempre quando acionada,
conforme se observa, inclusive, das alegações feitas na exordial.

Assim, diferentemente do que faz parecer crer a parte autora,


observa-se que a ré sempre zelou por atendê-la da melhor forma possível, ofertando o devido suporte.

Diante disso, não pode a ré ser responsabilizada quando de


boa-fé se prontificou a prestar o suporte técnico necessário à autora e, se fosse novamente acionada,
o faria da mesma forma, dentro do que lhe é possível.

A respeito do tema, cabe trazer à baila da discussão o disposto


no artigo 113 do Código Civil: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração”.

Ora, ao analisar o dispositivo em comento, é possível


compreender que o princípio da boa-fé estabelece que os negócios jurídicos devem ser interpretados
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Referido artigo trata da boa-fé objetiva como sendo uma regra


de ética de conduta. Tem um caráter normativo e se relaciona com o dever de guardar fidelidade à
palavra dada.

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A boa-fé objetiva segue o princípio pelo qual cada pessoa deve


agir com retidão, probidade, lealdade e honestidade. Trata-se de norma ética de conduta e não se
opõe à má-fé.

Não obstante, o artigo 422 do Código Civil salienta que “Os


contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé”.

Neste mesmo sentido, o artigo 4º, III, do Código de Defesa do


Consumidor, resguarda a existência da harmonia dos interesses dos participantes de uma relação de
consumo, que deve ser baseada na boa-fé e equilíbrio entre consumidores e fornecedores.

Assim, tendo-se em vista que a ré agiu de boa-fé, tomando


todas as providências que lhe cabiam, nenhuma responsabilidade pode lhe ser imputada, devendo
a presente ação ser julgada totalmente improcedente.

3.3. Da não demonstração do vício no produto

A parte autora alega a existência de vício no produto sem


proceder à mínima comprovação desse, ou seja, não demonstra o motivo pelo qual o produto é
impróprio ou inadequado ao consumo a que se destina.

Nesse sentido, vale ressaltar que a parte autora tem como


obrigação produzir prova mínima necessária para embasar as alegações por ela formuladas, conforme
o artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil. Seguindo esse entendimento posiciona-se a
jurisprudência pátria:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.


COMPRA DE TV. ALEGADO VÍCIO DE QUALIDADE QUE TORNOU O PRODUTO
INADEQUADO AO CONSUMO. AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE
COMPROVAR OS FATOS CONSTITUTIVOS DE SEU DIREITO. INTELIGÊNCIA DO
ARTIGO 373, I, DO NCPC. VÍCIO NÃO COMPROVADO. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (Apelação Cível nº
201900700810 nº único0011060-67.2018.8.25.0001 - 1ª CÂMARA CÍVEL,
Tribunal de Justiça de Sergipe - Relator (a): Roberto Eugenio da Fonseca Porto -
Julgado em 09/05/2019). (grifou-se)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO COM


PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Suposto vício do produto.
Televisão smart led 4k comprada na loja da segunda ré (cnova comercio
eletronico s. A.), fabricada pela primeira ré (lg eletrônicos do Brasil Ltda).
Alegação da autora de produto com vício oculto e que não obteve
administrativamente a solução do problema. Sentença de improcedência. Apelo
da autora requerendo a reforma da sentença a fim de que sejam julgados

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procedentes os seus pedidos de troca e indenização por danos morais. Recurso


que não merece prosperar. No caso em exame, verifica-se que a autora foi
genérica em sua inicial, não tendo sequer esclarecido à qual das demandadas
solicitou a troca/conserto do aparelho que gerou os números informados.
Ausência de qualquer comprovação de que a autora solicitou a troca do aparelho
à loja/segunda ré ou que essa se recusou a proceder a troca ou conserto para
solução do problema. Da mesma forma, não há como se concluir que a autora
requereu o conserto ou a troca do televisor à primeira ré (lg eletrônicos do Brasil
Ltda) apenas pelos números de protocolo informados na inicial. A uma, porque
é de fácil conhecimento pelo site da empresa que os protocolos de atendimento
da fabricante possuem letras maiúsculas antes dos números, o que não foi
informado pela autora. A duas, porque a autora sequer apontou as datas das
reclamações que geraram os protocolos mencionados. Além de não ter sido
clara em sua narrativa, a autora anexou um único documento comprobatório
de suas alegações, consistente na nota fiscal (fls. 21/22. Indexador 019),
quando poderia ter colacionado alguma foto do produto com defeito,
foto/cópia da garantia que vem junto com o aparelho, comprovante que
tentou a solução administrativa do problema junto à assistência técnica pela
internet ou email recebido pela primeira ré lg sobre o protocolo. Em que pese
a responsabilidade objetiva da parte ré (art. 18 do CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR), não está a parte autora dispensada do dever de demonstrar a
existência do fato constitutivo de seu direito, a teor do que determina o artigo
373, inciso I, do CPC/15. Inteligência da Súmula nº 330 deste TJRJ. Sentença
mantida. Honorários advocatícios recursais arbitrados em 5% (cinco por cento),
na forma do art. 85 §11º do CPC/15, observada a gratuidade de justiça concedida
à autora. Recurso a que se nega provimento. (TJRJ; APL 0007155-
95.2018.8.19.0203; Rio de Janeiro; Vigésima Quarta Câmara Cível; Relª Desª
Cintia Santarem Cardinali; DORJ 27/04/2020; Pág. 631). (grifou-se)

Sendo assim, a presente ação deverá ser julgada improcedente,


haja vista a ausência de fundamentos fáticos que a justifiquem.

3.4. Da coleta do produto

Na hipótese de o pleito da parte autora, restituição imediata da


quantia paga, seja acolhido, o que se aventa com base no princípio da eventualidade, requer seja a
parte autora compelida a entregar todos os produtos adquiridos à fabricante, quais sejam,
MICROCOMPUTADOR DELL XPS 8930, além de um KIT COM TECLADO E MOUSE SEM FIO DELL KM636,
PORTUGUES BRASILEIRO, PRETO e um MONITOR DELL DE 23" P2317H, remetendo-os pelos Correios
à ré, DELL COMPUTADORES DO BRASIL LTDA.

Isso porque a autora requer a restituição do valor total da


compra – R$ 5.788,84 (cinco mil setecentos e oitenta e oito reais e oitenta e quatro centavos) – valor
esse que abrange o microcomputador, o kit com teclado e mouse e o monitor, conforme nota fiscal
apresentada pela própria autora de ID 93867124 e demonstrado a seguir:

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Da mesma forma, caso o pedido da parte autora, substituição


do produto por outro da mesma espécie, seja acolhido, requer seja a parte autora compelida a
devolver o MICROCOMPUTADOR DELL XPS 8930, remetendo-o pelos Correios à ré, DELL
COMPUTADORES DO BRASIL LTDA.

Essa remessa será custeada pela DELL COMPUTADORES DO


BRASIL LTDA., sendo certo que a parte autora receberá um código de remessa devendo fornecê-lo
quando do envio do produto.

Pondera-se que a devolução dos produtos outrora adquiridos


evitará o enriquecimento sem causa da parte autora, circunstância essa vedada nos termos do artigo
884, do Código Civil.

3.5. Da ausência de danos morais

O dano moral não é passível de ser provado pelos meios


tradicionais, razão pela qual se fala em desnecessidade do ato probatório, devendo a parte demonstrar
ao menos logicamente a verossimilhança da ocorrência de dano, ou seja, essa deve ao menos
expender, de forma consistente, a narrativa dos fatos e a ocorrência da violação à dignidade da pessoa
humana. Conforme doutrina:

A referência frequente à ‘dor’ moral ou psicológica não é adequada e deixa o


julgador sem parâmetros seguros de verificação da ocorrência de dano moral. A
dor é uma consequência, não é o direito violado. O que concerne à esfera
psíquica ou íntima da pessoa, seus sentimentos, sua consciência, suas afeições,
sua dor, correspondem a aspectos essenciais da honra, da reputação, da
integridade psíquica ou de outros direitos da personalidade. O dano moral

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remete à violação do dever de abstenção a direito absoluto de natureza não


patrimonial. Direito absoluto significa aquele que é oponível a todos, gerando
pretensão à obrigação passiva universal. E direitos absolutos de natureza não
patrimonial, no âmbito civil, para fins dos danos morais, são exclusivamente
os direitos da personalidade. Fora dos direitos da personalidade são apenas
cogitáveis os danos materiais. (grifou-se)2
O caso em tela, ao contrário do preceito trabalhado acima, não
traz qualquer dos elementos descritos, limitando-se a narrar os fatos, sem fazer menção ao abalo das
relações psíquicas, nem a possibilidade de ter suportado qualquer dano extrapatrimonial gerado pela
ré.

Além de que, estamos diante da alegação de vício no produto,


situação essa em que a problemática não recai sobre a incolumidade física ou a segurança do
consumidor, ou seja, não gera dano moral.

Ora, fica clara a busca para se beneficiar, pela parte autora, da


indenização a um dano que não se encontra caracterizado, aproveitando-se da tendência atual de se
recorrer ao judiciário pleiteando reparações baseadas em fatos que não demonstram a violação ao
bem jurídico protegido.

Convém ressaltar que em momento algum a ré agiu com dolo


ou culpa que ensejassem a sua condenação à reparação por danos morais ou qualquer outro dano,
sendo suas ações totalmente legítimas.

Portanto, condenar esta ré sem que o dano moral tenha sido


minimamente comprovado leva a excessos, que podem banalizar tal instituto, gerando, ao contrário
do que se busca, o enriquecimento sem causa pela parte autora, outorgando a essa soma de dinheiro
com a única intenção de punir, desvirtuando assim a sua tripla função, ou seja, não só a punição, mas
a compensação em razão da lesão e o caráter pedagógico, para o não cometimento de ato semelhante.
Conforme entendimento jurisprudencial:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS –


CDC – VÍCIO DO PRODUTO – DANO MATERIAL – DEVOLUÇÃO EM DOBRO –
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE MÁ-FÉ – DANO MORAL – NÃO
CONFIGURADO – MEROS ABORRECIMENTOS. Diante da comprovação de vício
no produto, surge o dever de restituir a Autora pelos descontos indevidos
realizados em sua conta corrente. A devolução, em dobro, dos valores cobrados
indevidamente, prevista no art. 42, parágrafo único, do CDC, e no art. 940, do
Código Civil, é condicionada à comprovação de má-fé do fornecedor.
Precedentes do STJ. O descumprimento contratual, por si só, não ocasiona
violação a direitos da personalidade e, por conseguinte, não gera direito à
indenização por danos morais, exigindo-se para acolhimento do pleito

2
LOBO, Paulo Luiz Netto. Danos Morais e Direitos de Personalidade. Revista Trimestral de Direito Civil, v. 6, p.
79-98, abr. – jun/2001.

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indenizatório comprovação de que a situação noticiada ocasionou à parte mais


do que meros aborrecimentos decorrentes do próprio inadimplemento
contratual.(TJ-MG – AC: 10000180893893001 MG, Relator: Marcos Henrique
Caldeira Brant, data de Julgamento: 18/12/2018, data de Publicação:
19/12/2018). (grifou-se)
Conclui-se, dessa forma, a ausência dos requisitos para
configuração do dano moral, sendo que o pedido deverá ser julgado totalmente improcedente nos
termos acima expostos.

3.6. Do valor dos danos morais

Não obstante, caso Vossa Excelência entenda que a honra e a


dignidade da parte autora foram realmente abaladas, deve-se arbitrar o quantum indenizatório de
forma prudente, relevando-se hipóteses especiais, tal qual a intensidade da culpa.

Nesse sentido, o Poder Judiciário vem repudiando de modo


incisivo as pretensões ajuizadas que postulam exorbitâncias inadmissíveis com arrimo no dano moral,
principalmente em casos como o em exame, em que nenhum dano existiu:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL – ACIDENTE – VEÍCULO A SERVIÇO
DO MUNICÍPIO – RESPONSABILIDADE OBJETIVA – CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA
NÃO EVIDENCIADA – NÃO OCORRÊNCIA DE CULPA CONCORRENTE – CONDUTA,
DANO E NEXO CAUSAL DEMONSTRADOS – DEVER DE INDENIZAR – PREJUÍZOS
DEMONSTRADOS – DANO MATERIAL DEVIDO – VALOR DA INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL – RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE RESPEITADAS –
MANUTENÇÃO – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL – JUROS DE MORA –
INCIDÊNCIA A PARTIR DO EVENTO DANOS – SÚMULA Nº 54/STJ – CORREÇÃO
MONETÁRIA – DANO MORAL – PROLATAÇÃO DA SENTENÇA – PROVIMENTO
PARCIAL. Em se tratando de responsabilidade objetiva, o Estado tem o dever de
indenizar os danos causados por agentes da Administração Pública, nos ter do
artigo 37, parágrafo 60, da Constituição da República. Inexistindo provas de que
o condutor imprima velocidade compatível com a via e que quebrou o princípio
da confiança, não há falar em culpa exclusiva da vítima. Não havendo provas de
que o Autor contribuiu para a ocorrência do acidente, a tese de culpa
concorrente deve ser afastada. Comprovados a conduta, o dano e o nexo causal,
exsurge o dever do Município de indenizar a parte lesada. Os danos materiais
devem corresponder ao efetivo prejuízo sofrido pela parte lesada. O quantum
indenizatório dos danos morais deve atender aos princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade, bem como ao duplo objetivo das ações desta natureza,
qual seja, compensar a vítima e punir o ofensor, devendo ser mantido quando
respeitar tais parâmetros. Tratando-se de indenização decorrente de relação
extracontratual, os juros devem incidir desde a data do evento danoso (Súmula
nº 54/STJ) e a correção monetária, quanto ao dano moral, da data da prolatação
da sentença. (Ap 37520/2016, DES. MÁRCIO VIDAL, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL,
Julgado em 27/03/2017, Publicado no DJE 07/04/2017). (grifou-se)

VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. RAZOABILIDADE E


PROPORCIONALIDADE. O valor da indenização por danos morais e materiais

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deve ser arbitrado com base nos princípios da proporcionalidade e


razoabilidade, levando em consideração o conjunto probatório dos autos.
Havendo apenas incapacidade parcial, o que não impede a vítima de exercer a
função anteriormente desempenhada, mostra-se adequado o valor fixado pelo
juízo a quo. Recursos conhecidos e não providos. (TRT-11 00200920120181100,
Relator: Maria de Fátima Neves Lopes). (grifou-se)
O valor de R$ 13.332,00 (treze mil trezentos e trinta e dois reais)
pedido a título de danos morais pela parte autora é completamente descabido e mostra por si só o
manifesto intuito de se enriquecer às custas da ré.

Excelência, o suposto dano moral da parte autora não pode ser


interpretado como algo que legitime um pedido neste montante. Não há demonstração de nenhuma
situação fática que possa caracterizar um dano desta magnitude.

Diante do exposto, no improvável caso de Vossa Excelência


entender que existe algum dano moral, mesmo sem nenhuma comprovação, requer seja o valor da
indenização fixado com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

3.7. Da ausência dos requisitos ensejadores da inversão


do ônus da prova

Os incisos V, LIV e LV, do artigo 5º, da Constituição Federal


asseguram a ambos os litigantes o direito ao contraditório e à ampla defesa em processos judiciais e
administrativos, assim como garantem que ninguém será privado de seus bens sem o devido processo
legal.

Em que pese a aplicação da lei consumerista, a qual induz a


hipossuficiência do consumidor e determina a inversão do ônus da prova, sua aplicação assim como
os demais ramos jurídicos norteiam-se a estar de acordo com a lei maior, a Constituição Federal.

No presente caso, a parte autora nem produziu prova mínima


sobre os alegados fatos constitutivos de seu direito, razão pela qual se torna impossível a inversão do
ônus da prova. Ou seja, não pode ser considerada a hipossuficiência para nenhum dos fins legais.

Consoante já demonstrado, no contexto presente, jamais se


pode considerar a parte autora, tanto financeira quanto tecnicamente hipossuficiente, a ponto de não
poder fazer prova de suas próprias alegações, conforme preceitua o artigo 373, do Código de Processo
Civil. Nesse sentido, vale destacar:

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. ENCERRAMENTO DE CONTA CORRENTE.


COBRANÇA DE DÍVIDA. FALTA DE PROVA MÍNIMA DA INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA.
INAPLICABILIDADE DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FALTA DE
VEROSSIMILHANÇA. SENTENÇA MANTIDA. APELAÇÃO NÃO PROVIDA. – Mesmo

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se tratando de relação de consumo em que se opera a inversão do ônus da


prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII, do CDC, isso não importa na
desoneração da parte autora da comprovação mínima de suas alegações e dos
fatos constitutivos do seu direito, consoante art. 373, inciso I, do CPC. –
Faltando verossimilhança nas alegações, caberia à parte Autora a prova do
alegado, o que não fez. – Sentença de improcedência mantida, Apelação que se
nega provimento. (TJ-PE – APL: 4267212 PE, Relator: Agenor Ferreira de Lima
Filho, Data de Julgamento: 11/10/2017, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação:
25/10/2017). (grifou-se)

APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TELEFONIA MÓVEL.


INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO. MÁ PRESTAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DE EFETIVO
ABALO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DO AUTOR. MERO ABORRECIMENTO.
INAPLICABILIDADE DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NÃO DEMONSTRAÇÃO
DA HIPOSSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA E DA VEROSSIMILHANÇA DAS
ALEGAÇÕES. ACERTO DA DECISÃO RECORRIDA. DESPROVIMENTO. – Meros
dissabores e aborrecimentos advindos da celebração de uma relação contratual
insatisfatória, por si só, não ensejam a indenização por dano moral – As provas
que se submetem à inversão do ônus da prova são aquelas cuja produção não
é possível ao consumidor, ou seja, extremamente penosa. (TJPB -
ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00465026320138152001, 1ª Câmara
Especializada Cível, Relator DES. LEANDRO DOS SANTOS, j. 30-10-2018). (grifou-
se)
Além disso, o ordenamento jurídico pátrio autoriza que o juiz
distribua o ônus da prova de maneira dinâmica por meio do artigo 373, § 1º, do Código de Processo
Civil, sendo uma espécie da qual a distribuição dinâmica do ônus é gênero.

Todavia, o mesmo mecanismo utilizado nessa legislação proíbe


a distribuição dinâmica quando incumbir a uma das partes a produção de prova impossível, diabólica
ou excessivamente difícil, conforme o artigo 373, § 2º, do Código de Processo Civil.

No presente caso, sendo deferida a inversão do ônus da prova


quanto a qualquer fato do processo, a ré seria obrigada a produzir provas impossíveis.

Diante do exposto, a decisão favorável à inversão do ônus da


prova cercearia completamente a ré de qualquer possibilidade de defesa, incumbindo-a o ônus de
fazer várias provas negativas, algo simplesmente impossível, ferindo seu direito constitucional a ampla
defesa e contraditório.

Assim sendo, requer seja indeferida a inversão do ônus da


prova, cumprindo à parte autora provar as suas alegações.

4. Dos pedidos

Ante o exposto, requer seja a presente contestação recebida e


que seja acolhida a seguinte preliminar:

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a. diante da não incidência dos pressupostos do artigo 17, do


Código de Processo Civil, julgar o feito extinto, sem resolução de mérito, nos termos dos artigos 330,
inciso III, e 485, incisos I, IV e VI, do mesmo diploma legal.

Superadas as preliminares, requer seja a presente contestação


recebida e autuada, e ainda que sejam acolhidos os argumentos aqui lançados, julgando-se a ação
TOTALMENTE IMPROCEDENTE, tendo em vista a manifesta ausência de fundamentos fáticos e
jurídicos capazes de ensejar o deferimento da pretensão autoral.

Na hipótese de o pleito da parte autora, restituição imediata da


quantia paga ou substituição do produto por outro da mesma espécie, seja acolhido, o que
definitivamente não se espera, requer-se a coleta dos produtos anteriormente adquiridos, por meio
dos Correios, com as despesas a serem suportadas por esta ré.

Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda por eventual


condenação, a título de danos morais, requer seja o quantum fixado de acordo com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, bem como dentro dos limites estabelecidos na jurisprudência
pátria, além de ser levado em consideração o cenário socioeconômico atual, para o fim de não
possibilitar enriquecimento sem causa à parte autora.

O indeferimento da inversão do ônus da prova, uma vez que a


parte autora possui plenas condições de produzir as provas necessárias para comprovação dos fatos
constitutivos de seus alegados direitos.

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, sem exceção e principalmente pela produção de prova documental.

Por fim, requer sejam todas as publicações direcionadas para o


advogado Thiago Mahfuz Vezzi, regularmente inscrito na OAB/BA sob o número 42.873, com escritório
na Avenida Paulista, 171, 8º andar, CEP 01311-904, São Paulo/SP, sob pena de nulidade.

Termos em que pede deferimento.


Salvador, 05 de maio de 2022.

Thiago Mahfuz Vezzi


OAB/BA nº 42.873

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