Prólogo

Narrador: Já é primavera. O sol está brilhando, as flores se abrindo, pássaros cantandos,

e... olhe, lá vem ela. A chapeuzinho vermelho.

Entra chapeuzinho vermelho, cantarolando, com o cesto de doces

Narrador: Bom dia chapeuzinho.

Chapeuzinho acena para o narrador.

Narrador: Ei, vocês sabem por que ela tem esse nome? Acho que isso tá na cara... Mas
duvido que vocês sabem o nome dela de verdade. Na verdade, a chapeuzinho vermelho
se chama...

Narrador olha para a chapeuzinho e grita.

Narrador: O que está fazendo? Esse atalho aí é muito perigoso. É bem onde mora o Lobo
Mau.

Chapeuzinho Vermelho: Mas é o caminho mais rápido. E quanto mais rápido, melhor.

Narrador: Bom, depois não diga que não avisei.

Sai o narrador.

Chapeuzinho vermelho: Agora é só seguir por esse caminho e logo chego na casa da
vovó. (pausa) Mas, espera, tem alguma coisa estranha aqui. (para o narrador) Ei seu
Narrador (Entra narrador). Tem alguma coisa errada aqui.

Narrador: O que foi Chapeuzinho.

Chapeuzinho vermelho: Bem, essa é a hora que o lobo aparece e, bem, ele não está
aqui.

Narrador: É, tem razão. Será que não adiantamos um pouco a história? Ou senão,
atrasamos?

Chapeuzinho vermelho: Mas se estou atrasada, o lobo já deve estar na casa da vovó.

Chapeuzinho vermelho tira seu celular da cesta e manda mensagem para sua vó.

Chapeuzinho vermelho: Ela disse que ele nem apareceu por lá. Mas o que será que
aconteceu?

Entram os três porquinhos.

Porquinho 1: Olha, é a chapeuzinho.

Porquinho 2: Será que ela sabe de alguma coisa?

Porquinho 3: Temos que perguntar. Oi, chapeuzinho.

Chapeuzinho vermelho: Porquinhos. Ufa, ainda bem que estão aqui. O lobo mau, ele
sumiu.

Porquinho 1: É exatamente por isso que estamos aqui.

Chapeuzinho vermelho: Vocês também deram falta dele?

Porquinho 3: Ele não apareceu na nossa história também não. Quando eu e o porquinho
2 terminamos de construir nossas casas, a gente foi brincar e rir na cara do porquinho 1
que estava na metade ainda (riem).

Internal
Porquinho 1 olha pra o porquinho 3 com raiva e o interrompe.

Porquinho 1: Foi nessa hora que vimos que o lobo já devia ter aparecido.

Porquinho 2: Achamos que ele podia ter dormido até mais tarde, ou demorado mais no
banho. Quem nunca né.

Chapeuzinho vermelho: (para si) Então não foi só aqui que ele sumiu. (A todos) A gente
precisa fazer alguma coisa. Sem o lobo mau, não tem história.

Entra Pedro, acompanhado do pássaro, pato e gato (fake).

Pedro: Tomem cuidado pessoal. O lobo pode estar em qualquer lugar. E quando ele
aparecer, não fiquem com medo, estou aqui para proteger vocês.

Porquinho 3 cutuca Pedro pelas costas.

Porquinho 3: Oi Pedro.

Pedro: O LOBO (sai correndo assustado). Os porquinhos caem na risada. Bem, eu não
estava com medo, é que nunca se sabe quando o lobo pode aparecer né.

Chapeuzinho vermelho: (ar de apaixonada) Oi Pedro!

Pedro: (tímido) É, oi chapeuzinho.

Porquinho 1: Não vá dizer que também está procurando o lobo?

Pedro: Exato. E quanto eu encontrar ele, ele vai ver só, vou amarrar ele pelas patas e...

Porquinho 2: Relaxa, ele sumiu.

Pedro: Como assim sumiu?

Chapeuzinho: Isso mesmo. Ele não apareceu na minha história, nem na dos 3 porquinhos.

Porquinho 3: E nem se quer avisou.

Pedro: Mas espera. Isso não pode acontecer. As histórias já estão escritas, não pode
mudar assim.

Narrador: Na verdade, toda vez que uma velha história é recontada, ela nasce de novo, e
com ela, milhares de possibilidades para o que possa acontecer.

Entra Cinderela correndo e gritando.

Narrador: É, por essa nem eu esperava.

Porquinho 3: (Grita) É O LOBO MAU.

Todos correm junto com a Cinderela, fugindo e gritando.

Cinderela para e vira para trás. Todos param de uma vez.

Cinderela: Espera. Por que estão correndo atrás de mim? Estão fugindo de que?

Porquinho 1: Ora, do lobo mau que está correndo atrás de você.

Cinderela: Lobo mau. Faça-me o favor. Estou fugindo da minha madrasta e minhas meia
irmãs. Elas estão ali (e sai correndo).

Todos param e olham para frente.

Todos: Afinal, onde é que está o lobo mau? (Saem)

Internal
Lobo Mau na terapia.
Lobo está sentado na sala de espera da clínica de psicologia. Abre a porta do consultório,
sai uma bruxa, enxugando as lágrimas. Lobo a acompanha com o olhar, assustado.

Sr. Psicoelho: (para a Bruxa) Não se esqueça de tomar os remédios em dia, e evite
comer maçãs para não lhe causar mais traumas. (olhando para sua prancheta) Bem,
vamos ver quem é o próximo, ah sim... Sr. Lobo Mau Francisco de Oliveira.

Lobo Mau se levanta.

Lobo: Bom dia Sr. Psicoelho.

Sr. Psicoelho: Como vai Sr. Lobo? Venha, pode ficar à vontade. Sente-se.

Lobo se senta. Enquanto isso Sr. Psicoelho ajeita suas coisas e se senta próximo ao lobo.

Sr. Psicoelho: Vamos lá. É sua primeira vez aqui, não é? Vamos, diga-me o que lhe
trouxe a nossa sessão de terapia.

Lobo: Bom, não sei nem por onde começar.

Sr. Psicoelho: Porque não tenta do começo.

Lobo: Sim, pois bem. (Pausa) Era uma vez, uma menina que usava um chapéu
vermelho...

Internal