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2587-Texto Do Artigo-7055-1-10-20171128
2587-Texto Do Artigo-7055-1-10-20171128
ECONÔMICAS E SOCIAIS
TRIBUTARIES CRIMES: ECONOMIC AND
SOCIAL CONSEQUENCES
JOÃO VICTOR MOTA MARQUES1
RESUMO ABSTRACT
Este trabalho tem como objetivo explicitar as consequên- This paper aims to explain the main economic and social
cias econômicas e sociais suscitadas pela prática de crimes consequences arising from the practice of tax crimes. This
tributários. Analisam-se desde a origem e evolução histó- study analyzed the origin and historical development of
rica dos ilícitos tributários até sua classificação, tipificação illegal tax as well as their classification, typification and
e natureza jurídica, segundo o entendimento de diversos legal status, according to the knowledge of various law
pensadores do direito. Observam-se posicionamentos thinkers. Divergent positions were observed on the legis-
divergentes acerca da evolução legislativa dos crimes lative developments of such crimes, because while some
desta natureza, pois enquanto alguns defendem a revoga- advocate the abrogation of the Fiscal Evasion Law for the
ção da Lei de Sonegação Fiscal pela Lei dos Crimes Tri- Law of Tax Crimes, others simply ignore this possibility.
butários, outros, simplesmente, ignoram tal possibilidade. The constitutional principles that act to limit the taxing
Analisam-se, também, os princípios constitucionais que power of the state in order to prevent taxpayers from being
atuam no sentido de limitar o poder de tributar do Estado, damnified by the public treasury were also analyzed. It
de forma a evitar que o contribuinte seja lesado pelo erário also highlights the hypothesis of unlawful exclusion and
público. Destacam-se, ainda, as hipóteses de exclusão de extinction of punishability against tax laws, incorporating
ilicitude e extinção da punibilidade nos crimes contra a criminal notions to the matter of tax order. Finally, the
ordem tributária, incorporando noções criminais à matéria damage from the practice of illegal taxes, which affect
de ordem tributária. Por fim, examinam-se os danos ori- both the state administrative apparatus as well as the
undos da prática dos ilícitos tributários, os quais atingem whole community, was examined. In this sense, this study
tanto o aparelho administrativo estatal, bem como toda a also highlights the economic losses and social conse-
coletividade. Neste sentido, destacam-se os prejuízos quences caused by the persistent practice of many taxpay-
econômicos e os reflexos sociais provocados pela conduta ers, who at any time, seek to evade paying their taxes as
insistente de inúmeros contribuintes que, a todo tempo, they are protected by the existing impunity in tax order.
buscam se eximir do pagamento de seus tributos, respal-
dados na impunidade existente na ordem tributária.
PALAVRAS-CHAVE: Crimes Tributários. Poder de KEYWORDS: Tax Crimes. Taxing Power. Economic
Tributar. Prejuizos Econômicos. Reflexos Sociais. Losses. Social Reflexes.
INTRODUÇÃO
1
Especialista em Direito Tributário, Processo Tributário e Análise de Custos e Auditoria Contábil. Professor na
Faculdade de Direito Raízes. Anápolis, Goiás, Brasil. E-mail: joao.marques@faculdaderaizes.edu.br
Dessa forma, esta pesquisa se justifica pela ânsia de suscitar a discussão acerca dos
danos causados à sociedade em decorrência dos delitos fiscais, os quais, quando praticados,
inviabilizam a mantença da máquina administrativa pública e a execução de serviços em prol
da coletividade.
O capítulo que inicia este estudo enfatiza a evolução histórica e legislativa dos cri-
mes contra a ordem tributária, procurando estabelecer a conceituação e a natureza jurídica
destes ilícitos. Além disso, aborda a classificação e a tipificação dos crimes tributários, bus-
cando identificar a dimensão desta temática no cerne do contexto jurídico brasileiro.
Por sua vez, o capítulo que segue procura ressaltar os aspectos constitucionais ine-
rentes aos crimes tributários, apontando os princípios limitadores do poder de tributar, numa
análise das garantias normativas na aplicabilidade das sanções penais e tributárias quando da
prática destes ilícitos. Na sequência, são apresentadas as possibilidades de exclusão de ilicitu-
de, bem como as causas que ensejam a extinção da punibilidade nos crimes desta natureza.
Por fim, o terceiro capítulo aponta as consequências oriundas da prática dos crimes
contra a ordem tributária, destacando os reflexos econômicos e as implicações sociais prove-
nientes destas condutas. Neste sentido, retrata o cenário criado pela insistência dos contribuin-
tes em praticarem os delitos fiscais.
A referida lei definia, apenas, quatro tipos penais que figuravam crimes de sonegação
fiscal, sendo que a entrada em vigor da Lei nº 5.569, de 25 de novembro de 1969, implicou o
acréscimo de mais uma conduta ilícita, restringindo em cinco o número de crimes desta natu-
reza (ANDRADE FILHO, 2007, p. 54).
Por tutelar o bem jurídico patrimônio, a aludida lei objetiva o pagamento integral da
obrigação tributária, visto que o recebimento desta constitui interesse patrimonial do Estado.
Para tanto, estabelece, em seu corpo textual, condutas previstas como tipos penais fiscais, as
quais compõem a criminalização por dívida de natureza tributária (RIOS, 1998, p. 19-27).
Observa-se, portanto, que a nova lei se propôs a reger todos os entes tributantes, disciplinando
penalmente as condutas ilícitas do contribuinte, na tentativa de resguardar o patrimônio esta-
tal.
De acordo com Edmar Oliveira Andrade Filho (2007, p. 55), a Lei nº 8.137, de 27-
12-1990, na série de transformações das leis referentes aos crimes fiscais, representou um
grande avanço ao ordenamento jurídico brasileiro, instituindo a figura do crime contra a or-
dem tributária, sem que isso revogasse, ao menos expressamente, a Lei nº 4.729/65.
Nota-se, portanto, que, durante sua evolução, a legislação em matéria de crimes tri-
butários segue um curso de constantes alterações, da mesma forma que qualquer outra norma,
primando pela devida adequação do sistema legislativo à realidade encontrada.
Partindo-se desta vasta definição, o ilícito tributário pode ser melhor compreendido
com base em uma abordagem mais específica, quer sendo analisado como infração de nature-
za meramente administrativa fiscal como, também, de natureza penal. Deste modo, entende-se
por ilícito tributário toda conduta de transgressão aos preceitos normativos tributários, bem
como as atitudes de inadimplência administrativa do contribuinte perante o Fisco, no tocante
ao recolhimento dos tributos, caracterizando infração tributária material ou formal (COSTA
JR; DENARI, 1998, p. 21).
Com base nestas definições, constata-se que a lei penal tributária surgiu, no ordena-
mento jurídico brasileiro, não somente para reprovar o ilícito tributário e a culpabilidade do
infrator, mas também como meio de incrementar a arrecadação tributária.
Assim sendo, necessário se faz ressaltar qual seja a natureza jurídica dos crimes con-
tra a ordem tributária.
Da mesma forma, Luciano Amaro (2003, p. 421) entende ser o crime tributário uma
matéria do domínio penal, pois, mesmo que a Lei nº 8.137/90 tenha suas especificidades, es-
tes ilícitos não podem ser excluídos da ampla abordagem criminal que lhes é concernente.
Logo, institui-se a nomenclatura Direito Penal Tributário para abarcar todas as questões ine-
rentes ao delito tributário, o qual fere o direito patrimonial do Estado e, por isso, merecedor de
sanção criminal.
Relevante destacar que, mesmo se tratando de crime, o ilícito tributário não gera, na
sociedade, a repugnância provocada pelos delitos comuns. A este respeito, Fábio Leopoldo de
Oliveira (1976, p. 392-393) afirma que vigora esta discrepância ante a divergência de enfoque
entre o Direito Penal e o Direito Penal Tributário. Enquanto o Direito Penal vislumbra o ho-
mem como ser social necessitado de regeneração, o Direito Penal Tributário o vê como fonte
econômica e, por isso, inadmissível a sua conduta tributária ilícita.
Diante disto, constata-se que os crimes contra a ordem tributária são tratados por um
regramento específico, alicerçado na normativa geral do Direito Penal, a fim de que o Estado
cumpra não apenas um papel repressor, todavia se estabeleça como agente preventivo à ilici-
tude em matéria tributária.
De acordo com a definição clássica, crime é o resultado de uma conduta humana que
afronta um bem jurídico descrito em lei. Com base nisso, desenvolveram-se formas de classi-
ficação dos crimes. A primeira delas estabelece uma distinção entre crimes materiais e crimes
formais. Por crimes materiais compreende-se toda conduta ilícita que, quando praticada, atin-
ge um resultado, imprescindível à sua caracterização.
Por outro lado, os crimes formais são condutas reprováveis que independem da ocor-
rência do resultado para sua consumação. A segunda modalidade de classificação prevê a di-
ferenciação entre crimes de dano e de perigo. Os crimes de dano são aqueles cuja consumação
agride diretamente o bem jurídico protegido, enquanto os crimes de perigo são aqueles que se
Assevera Paulo José da Costa Júnior (1995, p. 100) que os ilícitos tipificados na Lei
nº 4.729/65 constituem crimes de mera conduta, vez que se consumam independentemente da
obtenção do resultado lesivo. Entretanto, as condutas previstas na Lei nº 8.137/90 configuram
crimes materiais de dano, por exigirem, para a sua consumação, a ocorrência do resultado.
Estas classificações trazem, portanto, conseqüências relevantes ao Direito Penal Tributário,
visto que possibilitam a compreensão do momento consumativo do delito e do resultado atin-
gido pela conduta delituosa.
Desta feita, com base na definição dos crimes contra a ordem tributária, pode-se afe-
rir que os mesmos se consumam somente perante a efetivação do resultado danoso (SILVEI-
RA, 2007, online). Há que se ressaltar, aqui, uma diferença, quanto à classificação, entre os
crimes abordados pela Lei nº 4.729/65 e os trazidos pela Lei nº 8.137/90.
Segundo Kiyoshi Harada (2005, p. 596), os tipos previstos na Lei nº 8.137/90 são
crimes de supressão ou de redução de tributos. Por se tratarem dos atos de suprimir e de redu-
zir, os quais não comportam o fracionamento, estas condutas não possibilitam a modalidade
de tentativa de crime. Da mesma forma, a Lei nº 4.729/65 impedia a forma tentada, vez que se
tratava de crimes de mera conduta. Entretanto, a diferença está no fato de que, enquanto a
antiga lei exigia tão somente a intenção de eximir-se do pagamento do tributo para a consu-
mação do ilícito, a nova lei determina que, além das condutas típicas, haja a comprovação
efetiva de dano ao erário público.
Verifica-se, portanto, que, com base nos critérios de classificação de crime, os delitos
em matéria tributária, tal qual previstos na Lei 8.137/90, são compreendidos, indiscutivelmen-
te, como crimes materiais e de dano. Consideradas as questões inerentes à classificação dos
ilícitos em matéria tributária, cabe, portanto, uma abordagem quanto à sua tipificação.
Assim, a Lei nº 8.137/90 trouxe, em seus arts. 1º e 2º, a tipificação de dez condutas
que, quando praticadas e disto resultar supressão do erário público, constituem crimes tributá-
rios e, portanto, são submetidas à legislação penal e processual penal, ante a insuficiência da
referida lei em tratar de todas as questões que permeiam a respectiva matéria (AMARO, 2003,
p. 450-451). Deste modo, mostra-se indispensável a análise do que preceitua o caput destes
dois tipos penais.
O caput do art. 1º, da nova lei, estabelece que constitui crime contra a ordem tributá-
ria toda conduta voltada a suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social e acessórios. Tais
condutas são abordadas, sucessivamente, em cada um dos incisos que compõem o respectivo
artigo. Há, portanto, uma dependência dos incisos em relação ao caput. Isto se dá pelo fato de
que todas as condutas, tanto comissivas quanto omissivas, descritas nos incisos, devem sem-
pre objetivar a supressão ou a redução tributária. Somente assim é que se consumam os cri-
mes tributários tal como tipificados (LOVATTO, 2000, p. 69).
Na mesma linha de raciocínio, Roberto dos Santos Ferreira (2002, p. 46) afirma que:
[...] “fundamental que as condutas descritas nos incisos do art. 1º objetivem a supressão ou
redução de tributo, ou contribuição social e qualquer acessório”. Assim sendo, observar-se
que, para a devida caracterização do ilícito tributário previsto no art. 1º da Lei nº 8.137/90, o
agente infrator deve praticar a conduta firmado na vontade de suprimir ou reduzir o tributo.
Segundo Andreas Eisele (2001, p. 147), por equiparação, os tipos penais tributários
previstos no art. 2º, da referida lei, se assemelham àqueles do art. 1º e, devido a isto, são inse-
ridos nos crimes em matéria tributária.
Ressalte-se, portanto, que os ilícitos conhecidos como crimes contra a ordem tributá-
ria, em regra, restringem-se às condutas tipificadas nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90. De
acordo com Luciano Amaro (2003, p. 450-451), as condutas tipificadas, neste segundo artigo,
figuram mera vontade do agente em atingir o objetivo de se esquivar do recolhimento do tri-
buto, sem que isso, realmente, configure a consumação concreta do resultado lesivo.
Da mesma forma, Alécio Adão Lovatto (op. cit., p. 104) entende que [...] “não se co-
gita, aqui, da necessidade de que haja o resultado de suprimir ou reduzir tributo, essencial nos
delitos previstos no art. 1º” [...]. Entretanto, este não é ponto pacificado pelos doutrinadores,
Ante a isto, constata-se que, mesmo padecendo de falhas técnicas em sua estrutura, a
Lei nº 8.137/90 em muito contribui com o Direito Penal Tributário, visto que abarca questões
de suma relevância ao ordenamento jurídico brasileiro.
Acerca desta abordagem no sistema brasileiro, Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas
(1997, p. 42) afirma que “Em todas as Constituições Brasileiras há a proclamação do princí-
pio básico do Direito Penal, que é o da legalidade, e que se aplica, por igual, ao Direito Penal
tributário”.
Seguindo esta premissa, constata-se que a Constituição Federal de 1988 adota o prin-
cípio genérico da legalidade ao prever, em seu art. 5º, II, que: “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. De igual modo, apresenta o princí-
pio da legalidade penal, no art. 5º, XXXIX, ao afirmar que: “não haverá crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. E, por fim, aborda o princípio da legali-
dade na seara tributária ao estabelecer, em seu art. 150, I, que: “Sem prejuízo de outras garan-
tias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
nicípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” (ANDRADE FILHO, 2007, p.
88).
[...] os modos de proceder do infrator, dos quais decorrem as punições, devem estar
precisamente predelimitados pela lei, por meio de figuras típicas que os caracteri-
zem. Essas figuras devem, de forma completa, descrever os fatos merecedores de
sanção, com a indicação de todos os seus elementos próprios, assim desempenhando
a função de modelos na configuração, sob o ponto de vista descritivo, das condutas
que se inserem, ou não, em algum dos círculos fechados e descontínuos do punível.
(VILLEGAS, 1974, p. 191).
Por este princípio, a norma deve atingir de forma idêntica todos os membros de uma
mesma posição jurídica, haja vista que o tratamento desigual divergiria do escopo pretendido
pelo legislador em promover, com base nos parâmetros da evolução jurídico-cultural, a igual-
dade (JOHNSTON, 2001, online).
Nesse sentido, Camila Gomes Sávio (2003, online) afirma que o princípio da irretro-
atividade da lei tem caráter constitucional e é preceito universal em defesa das garantias indi-
viduais, sendo a lei aplicável somente aos fatos ocorridos após a sua entrada em vigor.
Assim sendo, demonstrado está que, em regra, a nova lei não gera efeito aos fatos já
consumados. Entretanto, é relevante destacar que a esta regra cabe uma exceção, qual seja a
da retroatividade da lei mais benigna.
A este respeito, Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas (1997, p. 46) entende que “o
princípio da irretroatividade admite exceção quando a lei nova for mais benigna ao réu, con-
forme previsão constitucional feita na segunda parte do inciso XL do art. 5º”.
[...] Parece-nos, tanto em direito penal comum, como em direito penal tributário, ser
objetivamente justo reconhecer o benefício, a quem se encontre em condições de in-
vocar a maior benignidade, quando depois de praticada a ação, o legislador, alteran-
do sua concepção jurídica sobre a punibilidade, modifica favoravelmente as conse-
quências da imputação. (VILLEGAS, 1974, p. 199).
Desta feita, uma norma penal mais benigna pode ser tanto a que descriminaliza uma
conduta, ou impõe uma sanção menor, quanto a que gera uma nova causa de exclusão de cul-
pabilidade (ZAFFARONI; PIERANGELI, 1999, p. 228).
Assim, a retroatividade da lei mais benéfica tem a finalidade de impedir que os infra-
tores sejam prejudicados perante a aplicação de uma lei mais gravosa. E, neste aspecto, o Có-
digo Tributário Nacional, em seu art. 106, inciso II, apresenta três possibilidades de aplicação
da retroatividade da norma mais favorável. A primeira delas diz respeito ao fato da nova lei
não mais tipificar determinada conduta como infração fiscal.
A segunda possibilidade refere-se ao fato da conduta não mais ser tratada como
avessa à exigência legal de ação ou omissão, desde que não haja fraude e, nem mesmo, omis-
são de recolhimento do tributo. Já a terceira hipótese permite a retroatividade da nova lei
quando sua pena for menos severa que a da lei anterior (SCHOERPF, 2007, p. 30).
Através deste dispositivo, cuja previsão legal se encontra no art. 150, III, b, da Cons-
tituição Federal, uma lei que crie ou aumente um tributo só poderá incidir sobre fatos ocorri-
dos no exercício seguinte ao de sua entrada em vigor (CHIMENTI; et al, 2007, p. 501).
Este princípio busca conferir ao contribuinte tempo suficiente para se adaptar à nova
legislação, possibilitando a ele um planejamento econômico capaz de atender às exigências
legais, evitando, desta forma, que o mesmo seja surpreendido pela nova imposição normativa
(OLIVEIRA, 2006, online).
A este respeito, Flávio Augusto Maretti Siqueira (2007, online) afirma que “o princí-
pio da vedação ao confisco consiste em uma imunidade, na salvaguarda do mínimo vital ne-
cessário ao eficaz desenvolver da personalidade humana (dignidade humana) e da continuida-
de da empresa”.
5. EXCLUSÃO DE ILICITUDE
O Código Penal, em seu art. 23, adota quatro causas excludentes de ilicitude, estabe-
lecendo que não constitui crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade, em
legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de um direito.
Assim, constata-se que nem sempre a conduta praticada contra um bem protegido ju-
ridicamente é passível de uma sanção, vez que há, no ordenamento jurídico, normas que pos-
sibilitam a exclusão da antijuridicidade, ainda que diante de um fato considerado típico
(FERREIRA, 1997, p. 166-167).
[...] ora, há fatos que a sabedoria humana não pode prever, situações que não pode
levar em consideração e nas quais, tornando-se inaplicável a norma, é necessário, de
um modo ou de outro, afastando-se o menos possível das prescrições legais, fazer
frente às brutais necessidades do momento e opor meios provisórios à força invencí-
vel dos acontecimentos. (PERELMAN, 1998, p. 106).
Neste sentido, o infrator a uma norma da legislação tributária, desde que comprove o
estado de necessidade e que não esteja caracterizada evasão fraudulenta, pode valer-se desta
excludente como meio de se eximir da sanção que lhe seria cabível.
De acordo com Günter Stratenwerth (1982, p. 145), “a legítima defesa admitida co-
mo causa de exclusão de ilicitude é a que repele um ataque com o emprego moderado de mei-
os necessários a repelir a injusta agressão”.
Observa-se, deste modo, que somente configura legítima defesa a ação ou omissão
que seja proporcional à afronta sofrida, devendo existir, portanto, um equilíbrio entre os mei-
os empregados para a defesa e o ataque suportado.
Parece difícil imaginar que essa causa excludente da antijuridicidade possa ser apli-
cável juntamente com as normas que prescrevem sanções no âmbito tributário por-
que isso implicaria considerar que a lei fiscal possa representar uma ameaça. (VIL-
LEGAS, 1974, p. 221).
Constata-se, desta forma, que o contribuinte pode se valer da legítima defesa quando
vir seu direito patrimonial ameaçado por práticas tributárias injustas e arbitrárias. Quanto à
alegação de exercício regular de um direito como causa excludente de ilicitude em crimes
contra a ordem tributária, observa-se que isto ocorre quando há a suspensão da exigibilidade
de um crédito tributário. Nesta situação, a incidência de uma norma, que suspende a exigibili-
dade do crédito tributário, exclui a normatividade daquela que previa penalidade pelo não-
recolhimento de determinado tributo. Isto confere ao sujeito passivo o direito de não pagar o
tributo, o que o isenta de qualquer penalidade na esfera tributária (SANCHES, 1998, p. 125).
Assevera Geraldo Ataliba (1977, p. 555) que se, porventura, alguém está tutelado por
uma norma que o desobriga de um dever, não há como se esperar que aquele seja apenado
pelo não cumprimento deste, vez que, jurídica e logicamente, ele não mais existe. Portanto,
Assim, verifica-se que, dentre as hipóteses de exclusão de ilicitude previstas pela lei
penal, apenas três se aplicam à matéria tributária, devendo, portanto, existir uma integração
entre estes dois ramos da ciência jurídica, em virtude, principalmente, da inexistência de nor-
mas específicas acerca desta temática no campo do direito tributário.
6. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Entretanto, além de espontânea, a norma exige que a denúncia seja apresentada antes
do início de qualquer medida de fiscalização ou procedimento administrativo relacionado com
a infração e, ainda, que seja acompanhada do recolhimento do tributo devido.
A este respeito, Alexandre Macedo Tavares (2002, p. 128-129) afirma que havendo a
denúncia espontânea eficaz, qual seja a praticada antes de qualquer iniciativa do poder públi-
A exclusão da responsabilidade por penalidades de que trata o art. 138 do CTN im-
pede a aplicação da norma penal, recortando o seu campo de incidência, mesmo adi-
ante da ocorrência do fato antijurídico típico, do resultado e da culpabilidade. Em
resumo, a norma excludente da responsabilidade penal atua como regra sobre anistia
que não apaga o fato ilícito e a correspondente infração, mas retira a possibilidade de
aplicação da norma penal. Seja qual for o motivo da falta, sua extensão e as conse-
quências respectivas, haverá a exclusão da responsabilidade penal se houver – antes
de qualquer procedimento fiscal específico – o pagamento do tributo devido e dos
juros de mora, se for o caso. (ANDRADE FILHO, 2003, p. 145).
Portanto, verifica-se que, quando se tratar de crimes contra a ordem tributária, ha-
vendo denúncia espontânea pelo contribuinte, a sanção cabível não poderá ser aplicada ao
mesmo, vez que a regra contida no art. 138 do CTN exclui as responsabilidades tributária,
penal e administrativa. Além da denúncia espontânea, o ordenamento jurídico brasileiro apon-
ta a anistia e a remissão como causas extintivas da punibilidade nos crimes contra a ordem
tributária.
De acordo com Aurélio Pitanga Seixas Filho (1989, p. 58-59) , a remissão é uma
forma extintiva do crédito tributário em que o legislador, por motivos relevantes, propicia ao
devedor o cancelamento da obrigação tributária. Assim, ocorre o fato gerador, nasce a obriga-
ção tributária, entretanto o sujeito passivo fica isento de cumprir a sua obrigação de recolher o
tributo.
Assevera Paulo de Barros Carvalho (1991, p. 310) que, ao remir, o ente arrecadador
dispensa o recebimento do crédito referente ao tributo. Já pelo instituto da anistia, o Estado
oferece perdão correspondente a ato ilícito ou à penalidade pecuniária.
Desta forma, observa-se que os dois institutos são bem distintos. Enquanto a remis-
são se volta à atitude de natureza obrigacional tributária, a anistia diz respeito a princípio de
natureza sancionatória.
Nesse sentido, Sacha Calmon Navarro Coelho (1982, p. 204) afirma que, pela remis-
são, o legislador perdoa o débito do tributo, abrindo mão do seu direito subjetivo de percebê-
lo, sendo que, pela anistia, a escusa recai sobre o ato da infração ou sobre a penalidade que lhe
foi aplicada. Ambos dispositivos extinguem a punibilidade do infrator, entretanto um se atém
Para Carlos Dalmiro da Silva Soares (2008, online), estes dois institutos operam no
sentido de estabelecer consequências diferentes daquelas previstas na norma, quando da ocor-
rência do fato ilícito. Isto porque o fato não desaparece, contudo as implicações inerentes a ele
rompem a relação jurídica obrigacional prevista pela lei e retiram a ilicitude do fato do não-
pagamento do tributo no tempo e na forma devidos.
Constata-se, deste modo, que o contribuinte infrator pode se valer destes dois benefí-
cios fiscais como forma de ver extinta a sua punibilidade.
Acerca disto, Kiyoshi Harada (2007, online), afirma que outra hipótese de extinção
da punibilidade, nos crimes tributários, ocorre quando a pessoa física ou jurídica efetua, antes
do recebimento da denúncia criminal, o pagamento integral do débito tributário ou obtém do
ente arrecadador a possibilidade de parcelamento da dívida.
De acordo com Fúlvio Emerson Gonçalves Cavalcante (2008, online), a alta carga
tributária brasileira se justifica pelo elevado índice de contribuintes em situação de inadim-
plência por débitos com o Fisco e com a Previdência Social. Assim, constata-se que o ina-
dimplemento de alguns contribuintes coopera, inevitavelmente, com a elevação da carga tri-
butária a ser suportada pelos demais.
Nesta sistemática, o aumento das alíquotas dos tributos enseja a ampliação da sone-
gação fiscal. Como consequência dessa dinâmica, desenvolve-se um ciclo vicioso de maiores
impostos, menor desenvolvimento da atividade econômica e mais sonegação, resultando, ao
final, em menor valor arrecadado (MARTINS, 2000, p. 60).
Assim, como resultado da diferença entre as baixas receitas fiscais e os elevados gas-
tos públicos, surge o déficit público, para cuja solução o governo se utiliza, frequentemente,
do endividamento público. Embora solucione, em primeiro momento, o problema do déficit
público, o endividamento provoca consequências marcantes no cenário econômico brasileiro.
Isto porque os juros do endividamento passam, em seguida, a ampliar o próprio déficit públi-
Deste modo, verifica-se a relevância de se instituir normas que busquem impedir que
o Estado seja minado em suas bases econômicas, por conta dos enormes desfalques contra a
ordem tributária.
Ocorre que, nem sempre, o contribuinte age intencionalmente contra a ordem tributá-
ria. Em muitos casos, por exemplo, a pessoa jurídica se vê em situação de verdadeiro estado
de necessidade ou de inexigibilidade de outra conduta que, na medida em que tem que decidir
entre pagar os impostos ou honrar a folha de salários e as obrigações junto aos seus fornece-
dores, acaba optando em pagar seus empregados e fornecedores, sob pena de cerrar as portas.
Desta maneira, torna-se inadimplente perante o Fisco e a Previdência, por falta de suporte
financeiro para saldar tais compromissos (CARRAZZA, 2002, p. 46).
Assevera Paulo de Barros Carvalho (1991, p. 351) que, ante a carência de recursos,
por conta da evasão fiscal, o Estado tende a aumentar as alíquotas e as bases de cálculo, além
de acrescentar novos tributos aos já existentes. Como resultado disto, há um significativo au-
mento da carga tributária e sua injusta transferência em desfavor daqueles que não sonegam,
os quais acabam por assumir, economicamente, os danos causados pela prática insistente de
contribuintes que buscam, a qualquer custo, se desonerar da obrigação tributária.
Ante a isto, observa-se que os danos econômicos oriundos da prática de ilícitos tribu-
tários alcançam grandes proporções, vez que, além de acarretarem diversos malefícios à vida
financeira da sociedade, agridem severamente o Estado, o qual se vê desprovido de recursos
para manter seu aparelho administrativo e para alcançar suas metas de trabalho.
8. IMPLICAÇÕES SOCIAIS
Além dos diversos prejuízos causados à ordem econômica, os ilícitos em matéria tri-
butária são, ainda, responsáveis por inúmeros danos que atingem expressivamente o contexto
social brasileiro. Isto se dá em virtude da importância das verbas tributárias como fonte pri-
mária dos recursos destinados à mantença do aparelho estatal; portanto, à viabilização da coe-
xistência harmônica dos indivíduos em um dado corpo social. Assim, o não recolhimento ou o
pagamento a menor do tributo, impede a utilização de recursos em prol de programas estatais
de cunho social (FERREIRA, 2002, p. 57).
Constata-se, desta forma, a relevância da criação da Lei nº 8.137/90, à medida que
esta se contrapõe a uma atividade ilícita que atinge todo o corpo social, vitimando, principal-
mente, a população carente, relegada às periferias e, totalmente, desassistida de serviços bási-
cos primários, vivendo em mínima condição de dignidade humana (MEMÓRIA, 2002, onli-
ne).
Esta realidade serve para mostrar que, em geral, os danos provenientes da ilicitude
em matéria tributária atingem, de forma direta, aqueles que, na maioria das vezes, não lhes
deram causa. Isto porque o Estado é totalmente dependente dos recursos do contribuinte, sen-
do que, ante a escassez destes, o Poder Público se torna impotente para a execução de serviços
primordiais à existência digna do ser humano (BECKER, 1963, p. 62).
Assevera Márcia Aguiar Arend (2001, p. 53) que os recursos suprimidos ou reduzi-
dos em detrimento do Erário Público não podem ser compreendidos como mero interesse go-
A sonegação fiscal é um fenômeno muito grave, que tem como conseqüência a sub-
tração e redução da qualidade de vida de quem mais precisa; faz do rico ainda mais
rico e do pobre ainda mais pobre, agravando, pois, as desigualdades sociais dos ci-
dadãos brasileiros e constrangendo o Estado, assim, a aumentar a carga tributária pa-
ra fazer frente aos seus compromissos financeiros, tornando impossível a realização
dos princípios democráticos. (POMPERMAIER, 2003, online).
Portanto, para que os tributos atinjam a função social a que se destinam, é necessário,
primeiramente, que sejam devidamente recolhidos e que, em seguida, o Poder Público usufrua
adequadamente de todos os recursos arrecadados, tendo como finalidade básica o desenvol-
vimento social.
De acordo com Ives Gandra da Silva (1992, p. 41), atualmente, com a predominância
do modelo de estado social e democrático de direito, os tributos, quando arrecadados, têm
sido utilizados como fortes instrumentos de política e de atuação estatal, nos diversos meios,
mas, principalmente, na esfera social.
Assim, caso o contribuinte cumpra, fielmente, com suas obrigações tributárias, o Es-
tado poderá atender a suas finalidades, através da distribuição de riqueza, satisfação das ne-
cessidades sociais e de políticas de investimento, desenvolvendo, por conseguinte, uma políti-
ca social tributária satisfatória.
Segundo Rogério Vidal da Silva Martins (2002, p. 26), o não recolhimento dos tribu-
tos provoca uma grave disfunção social, pois o governo não consegue desenvolver os progra-
mas voltados a atender as necessidades da população, o que impede o crescimento e o desen-
volvimento do cidadão e, consequentemente, da sociedade.
Nesse sentido, a relação tributária não pode ser pensada como relação bipolar, em
que Fisco e contribuinte travam uma luta acirrada para garantir seu espaço. Deve-se, na ver-
dade, entender que a relação tributária, no contexto do Estado Social de Direito, como ainda é
Sendo assim, o contribuinte deve compreender que o ilícito em matéria tributária im-
pede a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades sociais e re-
gionais. Sem a devida arrecadação tributária, o Estado não pode desempenhar, adequadamen-
te, os serviços públicos indispensáveis à sociedade.
É importante analisar, também, que o ilícito em matéria tributária atinge a ordem so-
cial sobre outra perspectiva, a do contribuinte investidor. Quanto a isto, vale ressaltar que,
ante a sonegação e a inadimplência de alguns, o Estado sobrecarrega tributariamente os de-
mais. Estes, como consequência, permanecendo fiéis às suas obrigações tributárias, deixam de
investir em contratação de mão-de-obra e melhoria de seus empreendimentos, vez que optam
pelo cumprimento às normas legais (GONÇALVES, 2007, online).
Constata-se, desta forma, que a elevada carga tributária e o expressivo peso dos tri-
butos emperram o desenvolvimento do país, vez que estimulam a ilicitude tributária, a qual,
por consequência, afugenta o contribuinte investidor.
Por outro lado, caso houvesse uma redução significativa da carga tributária brasileira,
seria possível ao contribuinte cumprir, devidamente, suas obrigações fiscais, não tendo, por-
tanto, que se sujeitar à prática do ilícito tributário.
Assevera Márcia Aguiar Arend (2001, p. 72) que os crimes em matéria tributária em
muito prejudicam o quadro social brasileiro. Isto porque, ante a escassez de recursos, o Estado
se mantém inerte perante os problemas sociais, esquivando-se da prestação de serviços sociais
básicos e priorizando investimentos na própria máquina administrativa.
Assim, como forma de atender às necessidades que deveriam ser assumidas pelo Es-
tado, as classes sociais à margem da sociedade se lançam no mercado de consumo, utilizando-
se de práticas que afrontam a ordem econômica brasileira.
Isto porque, ante o não recolhimento dos tributos devidos, o governo, mais uma vez,
deixa de arrecadar uma grande parcela de recursos, os quais seriam destinados ao crescimento
econômico do país e à promoção de medidas que visem propiciar melhorias na qualidade de
vida de toda a nação.
Vale ressaltar que os crimes contra a ordem tributária atingem as três esferas do go-
verno: federal, estadual e municipal. Nesse sentido, inúmeros são os casos de projetos e pro-
gramas sociais que deixam de ser desenvolvidos ou, até mesmo, colocados em prática, em
virtude da escassez de fundos capazes de patrocinar as políticas do governo (SILVA, 1992, p.
53).
Segundo Héctor B. Villegas (1974, p. 182), muitos dos que se espantariam, caso lhes
fosse proposto cometer um delito comum, se interessariam em conhecer as manobras para
iludir a legislação tributária, não excluindo a possibilidade de praticá-las.
Assim, diante desta realidade, é de fundamental importância que haja, entre os con-
tribuintes, a conscientização acerca dos malefícios oriundos dos crimes tributários, vez que os
reflexos destes atingem de forma drástica, tanto econômica como socialmente, toda a coleti-
vidade brasileira.
CONCLUSÃO
Revista Raízes no Direito. Faculdade Raízes, Anápolis, v. 6, n. 2, p. 37-71, jul./dez. 2017
Os crimes contra a ordem tributária, indubitavelmente, representam uma grave ame-
aça à estrutura econômica e social brasileira e, devido a isto, merecem maior atenção por parte
da administração pública, vez que, a cada instante, surgem novas manobras evasivas dos con-
tribuintes, capazes de excluir expressivos recursos dos cofres estatais.
Nesse sentido, o poder público, ante a necessidade de aumentar sua capacidade de ar-
recadação tributária para promover o bem-estar social, adota um sistema de arrecadação im-
prescindível à preservação da ordem econômica e social, primando por medidas que impeçam
a prática de condutas abusivas ou contrárias ao direito, perpetradas pelos diversos agentes
econômicos.
Mesmo estando definidos em lei própria, vislumbra-se que, a todo o instante, os cri-
mes em matéria tributária são objeto de novas apreciações legais. Isto pelo fato de que, co-
mumente, novas infrações surgem no ordenamento jurídico brasileiro, representando uma
afronta à política econômica vigente.
À medida que este trabalho foi se aprofundando, foi possível notar a interdependên-
cia entre diversos ramos da ciência jurídica, principalmente entre o direito tributário e o direi-
to penal. Esta se justifica pela escassez de normas específicas do direito tributário que tratem
dos aspectos criminais que envolvem as condutas contra a ordem tributária.
Ademais, ficou bem delineada a relevância de se instituir normas que coíbam a práti-
ca deste tipo de ilicitude, vez que os danos causados pela prática desfreada de crimes desta
natureza atingem tanto o poder público, como toda a coletividade.
Outrossim, o estudo serviu como forma de conscientização acerca dos prejuízos ori-
undos destas condutas, visto que estes ilícitos geram a falta de investimentos econômicos, o
que, consequentemente, afeta o crescimento do país e contribui com o aumento da carga tribu-
Outrossim, com o fito de delinear o contorno das questões a que se propôs elucidar
neste trabalho monográfico, utilizou-se da metodologia compilativa bibliográfica, por meio da
colação de notáveis posicionamentos demonstrados pela doutrina, bem como, textos e artigos
oriundos da internet, sempre com os olhos atentos à Constituição Federal e às leis esparsas.
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