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GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS


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Núcleo de Educação a Distância
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
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rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Laura C. Campos


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A geotecnia ambiental é o ramo que estuda alternativas para
que os impactos causados pela ação humana não degradem ou, de-
gradando, causem o mínimo de prejuízos possíveis ao meio ambiente.
Assim, um dos principais ramos estudados na geotecnia ambiental é o
dos resíduos sólidos urbanos. O descarte final dos resíduos é uma das
principais preocupações dos geotécnicos, tendo em vista os riscos de
contaminação que oferecem ao solo, às águas subterrâneas e ao ser
humano. Os geossintéticos se apresentam como alternativas tecnoló-
gicas e totalmente viáveis para que os projetos se executem de forma
segura, garantindo a eficácia para a qual a obra é destinada e, prin-
cipalmente, minimizando as chances de prejuízos ao meio ambiente.
Apresentam-se, também, como opções para a recuperação de áreas
degradas, ao viabilizar o reuso de uma área e a recuperação de locais
considerados inutilizáveis por meio de diversas alternativas.
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Geotecnia Ambiental. Aterro Sanitário. Geossintéticos.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: DEFINIÇÃO E COMPORTAMENTO

Resíduos Sólidos Urbanos - RSU ________________________________ 12

Comportamento Mecânico dos RSU _____________________________ 16

Aterros Sanitários ______________________________________________ 20

Recapitulando ________________________________________________ 27

CAPÍTULO 02
GEOTECNIA AMBIENTAL E GEOSSINTÉTICOS

Águas Subterrâneas e Contaminantes __________________________ 31

Geossintéticos _________________________________________________ 38

Recapitulando _________________________________________________ 45
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CAPÍTULO 03
RECUPERAÇÃO E ÁREAS DEGRADADAS

A Importância Geomorfológica na Recuperação de Áreas De-


gradadas _____________________________________________________ 49

Bioengenharia na Recuperação de Áreas Degradadas __________ 55

Recapitulando _________________________________________________ 63

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Fechando a Unidade ____________________________________________ 66

Referências _____________________________________________________ 69
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A Geotecnia ambiental é uma das áreas que se preocupa em
garantir o funcionamento das grandes obras sem que degradem o meio
ambiente.
O primeiro capítulo desta Unidade aborda os resíduos sólidos
urbanos, suas classificações e seu destino final. Ressalta-se a impor-
tância de se obedecer à escala sugerida para o manuseio de resíduos,
respeitando a ordem de prioridade de não gerar, reduzir, reutilizar, re-
ciclar, tratar resíduos e, por último, a disposição final desses resíduos.
Além disso, descrevem-se o processo de degradação dos resíduos e a
formação dos percolados. O aterro sanitário é a alternativa mais viável
quando se trata da disposição final dos resíduos, desde que todas as di-
retrizes sejam seguidas conforme orientam os documentos normativos.
O segundo capítulo apresenta algumas preocupações mais in-
cidentes na área de geotecnia ambiental, como em relação às águas
subterrâneas e ao transporte de contaminantes dos resíduos que po-
dem chegar até elas. A contaminação de solos e águas subterrâneas
gera preocupações devido à degradação do meio ambiente e do risco
oferecido à saúde humana. Para certificar-se de que essas ações não
aconteçam, é feito o monitoramento desses resíduos em âmbitos am-
bientais e geotécnicos para acompanhar o funcionamento da estrutu-
ra, se estão em perfeitas condições, e o comportamento dos resíduos.
Além disso, os geossintéticos são apresentados como componentes
do aterro sanitário e aliados na recuperação de áreas degradadas. É
importante conhecer os geossintéticos desejados, visto que, cada um
apresenta uma classificação e função diferentes. Quando aplicados de
forma inadequada, não apresentam o resultado esperado.
O terceiro capítulo apresenta os conceitos envolvidos nas áreas
degradadas, desde a atividade que promove a degradação até os meios
para recuperá-las. O conhecimento da geomorfologia se mostra funda-
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mental para uma perfeita recuperação do ambiente. Além disso, para cada
processo de recuperação tem-se um método adequado. Por isso, é impor-
tante saber o tipo de área degradada conforme a atividade executada, os
principais processos de degradação que causaram tal impacto para que as
medidas corretivas adequadas possam ser tomadas. Como alternativa de
recuperação, são usadas as técnicas de bioengenharia, que apresentam
excelente desempenho na recuperação das áreas degradadas.
Dessa forma, espera-se que o aluno adquira o mínimo de conhe-
cimento necessário para embasamento no ramo da geotecnia ambiental,
aprofundando-se em uma das áreas mais importantes da geotecnia.
Bons estudos!

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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS:
DEFINIÇÃO E COMPORTAMENTO

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - RSU


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A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, na Nor-


ma Brasileira NBR 10004, define os resíduos sólidos como:

Resíduos Sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que re-
sultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipa-
mentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líqui-
dos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e econo-
micamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p.1).

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Ainda segundo a NBR 10004, os resíduos podem ser classifi-
cados da seguinte maneira:

a) Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que representam


periculosidade ou características de inflamabilidade, corrosividade, rea-
tividade, toxicidade e patogenicidade.
b) Resíduos Classe II – Não Perigosos, sendo subdivididos em:
• Resíduos Classe II A – Não inertes: resíduos que não se en-
quadram nas classificações de resíduos Classe I ou Classe II B nos
termos da Norma. Estes resíduos podem apresentar propriedades tais
como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
• Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quan-
do amostrados de uma forma representativa, segundo a NBR 10007
(ABNT, 2004), e submetidos ao contato dinâmico e estático com água
destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme a NBR
10006 (ABNT, 2004), não tiverem nenhum de seus constituintes solu-
bilizados a concentrações superiores aos padrões de portabilidade da
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
A figura abaixo representa uma síntese dos resíduos de acordo
com sua classe.

Figura 1 - Classificação dos Resíduos Sólidos

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Fonte: Campos, 2017.

São muitos os tipos de resíduos sólidos, como os resíduos sóli-


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dos urbanos, resíduos da construção civil, os industriais, os de serviços
da área da saúde, rejeitos de atividades de mineração, de portos e ae-
reportos e os oriundos de atividades de tratamento de água e esgoto.

Os estéreis e os rejeitos são os principais resíduos gera-


dos pela atividade de mineração.

Independentemente do tipo de resíduo, o ideal estabelecido pela


Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS é que a sua gestão obede-
ça a hierarquia apresentada na imagem abaixo. O maior objetivo da PNRS
é fazer com que o menor número possível de resíduos seja destinado aos
aterros sanitários. Assim, é fundamental trabalhar na recuperação de todos
esses materiais e reaproveitar o seu potencial energético em maior escala.

Figura 2 - Ordem de Prioridade na Gestão dos Resíduos Sólidos


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Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2010.

A primeira etapa, “não gerar”, objetiva evitar a produção do lixo/


resíduo. Na etapa seguinte, “reduzir”, opta-se por reduzir a necessidade
de matérias-primas. Já a etapa “reutilizar” é fundamental para aprovei-
tar, ao máximo, a vida útil dos materiais originados pelo descarte. Na
fase “reciclagem” há o reprocessamento dos resíduos, e quando esses
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não podem ser reciclados, eles são tratados para aproveitar seu po-
tencial energético. Ademais, o que não puder obedecer às orientações
acima, deve ser disposto em aterros sanitários observando todas as
diretrizes para causar o mínimo de impacto ambiental.
Os fatores que ocasionam a geração de resíduos (seja pela
ação humana ou causa natural) são diversos e o volume de resíduos
gerado vai depender das características da atividade em ação. Desta-
cam-se a baixa qualidade nos serviços produzidos e os materiais utili-
zados; o aumento da população desordenada, já que ocasiona aumento
nas construções e consequente geração de resíduos; projetos arqui-
tetônicos mal elaborados, quando se trata de estruturas de concreto;
desastres naturais e desastres causados pelo homem.
A tabela abaixo apresenta um panorama da geração de resí-
duos nos anos de 2016 e 2017. Os números de 2017 foram calculados
conforme dados estimados, como população, por exemplo. Assim, deve
ser levada em consideração uma margem de erro na quantidade de
resíduos gerados por dia por habitante, a densidade desses resíduos e
a população considerada em tal ano.

Figura 3 - Quantidade de RSU coletados no Brasil em 2016 e 2017.

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Fonte: Abrelpe, 2017.

Com isso, foi possível gerar um gráfico ilustrativo com a partici-


pação das regiões brasileiras na produção de RSU, sendo que a região
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Sudeste apresenta o maior índice participativo.

Figura 4 - Participação das Regiões do Brasil no Total de RSU Coletado

Fonte: Abrelpe, 2017.

Geralmente, os resíduos sólidos urbanos são compostos de


madeiras, papéis, plásticos, vidros, metais, resíduos alimentares e de
jardinagem, entre outros. Dessa forma, é importante que o comporta-
mento completo desses materiais seja conhecido ao terem sua disposi-
ção final em um aterro sanitário.
Os RSU podem apresentar diversas características em seus
componentes, como umidade, propriedade de compressão, degradabi-
lidade, inflamabilidade, corrosividade, secura, entre outros. Conforme a
sua característica, é possível classificar os resíduos sólidos como está-
veis inertes, quando suas propriedades não apresentam variação confor-
me o tempo, caso dos vidros, resíduos de construção, metais etc. Podem
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ter seus componentes classificados, ainda, como altamente deformáveis,


quando possuem características que os permitem sofrer grandes defor-
mações e como degradáveis, resultado do processo de decomposição.

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS RSU

Conforme as características principais predominantes dos RSU,


suas características gerais tendem a apresentar comportamento seme-
lhante a esses componentes dominantes. Os materiais putrescíveis, por
exemplo, possuem grande influência na produção de chorume e de gás,
nas pressões neutras desenvolvidas no interior do aterro, no teor de umi-
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dade e nas resistências de cisalhamento e de compressão dos RSU.
O teor de umidade é outro ponto que deve ser observado no
RSU. A variação da umidade influencia na velocidade com que os resídu-
os se degradam, como também, no comportamento do peso específico
dos resíduos, das pressões e dos recalques. Todavia, é um parâmetro di-
fícil de medir com precisão, visto que cada componente pode apresentar
teor de umidade diferente, o que faz com que o maciço apresente umida-
de heterogênea. Além disso, é importante acompanhar o peso específico
para fins operacionais e de estabilidade estrutural em aterros sanitários.
O peso específico é dado pela relação entre o peso e o volu-
me na massa dos resíduos e seu resultado varia conforme o tempo, ou
seja, o peso específico do resíduo apresenta variações desde a fase
inicial de geração até seu descarte final nos aterros sanitários, sendo o
tempo também um fator influente no peso específico.
O teor do material, sua granulometria, seu grau de compacta-
ção e sua degradabilidade são alguns dos diversos fatores que influem
diretamente no valor do peso específico. Ressalta-se aqui que quan-
to maior a presença de componentes leves, como papel e plástico, ou
quanto menor for a quantidade de matéria orgânica no montante, menor
será o valor do peso específico.
A degradação dos resíduos deve ser considerada ao avaliar o
peso específico. Conforme a matéria sólida é drenada, à medida que se
transforma em gases e em líquidos, o material sólido restante começa a
apresentar características e propriedades diferentes das originais.
À medida que a profundidade aumenta, aumenta-se também o
peso específico, apresentando uma relação proporcional. Isso se dá, es-
pecialmente por causa da compressão do peso das camadas superiores.
Os ensaios realizados para determinação do peso específico
in situ são feitos por meio de poços escavados/valas, geralmente entre
2 e 4 metros de profundidade. Em seguida, o material é pesado e é de-
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terminado o volume da vala.

Chorume e Gases

A degradação dos RSU é dada por meio de processos quí-


micos físicos e biológicos, o que dá origem aos gases e aos líquidos
lixiviados, também conhecidos como chorume e percolados. O chorume
é bem caracterizado pelo seu potencial poluidor, pela geração e dinâmi-
ca de alteração; além disso, possui características de cor escura, mau
cheiro e alta Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO.
Os lixiviados são formados, de forma simples e resumida, pela
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água que entra nos resíduos já aterrados por meio de fontes externas
como:
• Teor de umidade dos RSU;
• Teor de umidade do componente utilizado para cobrir o aterro;
• Água penetrante na superfície do aterro, formada pela preci-
pitação;
• Água penetrante na base do aterro: ocasionada pelo alto nível
do lençol freático aliado a um sistema ruim de impermeabilização ou
falta dele;
• Circulação dos lixiviados;
• Água originada pela formação de biogás;
• Água em forma de vapor;
• Água evaporada;

Figura 5 - Esquema com possibilidades de Formação e de Contaminação


pelos Lixiviados
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Fonte: O Estado, 2014.

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Figura 6 - Esquema de um Aterro Sanitário com Proteção Ambiental e Contra
a Formação Máxima de Lixiviados

Fonte: O Estado, 2014.

Fatores como o tipo de solo e a fundação escolhida, composi-


ção e peso específico da massa e altura do aterro também são influen-
ciadores na geração de lixiviados.
A biodegradação dos resíduos pode ocorrer em quatro fases.
A fase aeróbica (fase inicial) possui curta duração – entre horas e sete
dias, já que os resíduos recentes possuem alto teor de oxigênio livre.
Dessa forma, o oxigênio e o nitrogênio presentes são consumidos, oca-
sionando a geração de gás carbônico, água e calor. Nessa fase, de
5% a 10% da matéria sólida é degradada. Após o consumo de todo o
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oxigênio presente nessa fase, a biodegradação passa a ser anaeróbica.


Na fase anaeróbica, toda a matéria que foi decomposta gera lí-
quidos com pH inferior a 5, e altos valores de DBO – consumo de oxigênio
por micro-organismos presentes no metabolismo e Demanda Química de
Oxigênio - DQO. Por isso, essa fase também é denominada de anaeróbica
ácida e seu processo leva de um a seis meses de duração. Aqui, entre 15%
e 20% da matéria sólida é degradada e há o aumento de produção de CO2.
A terceira fase é a biodegradação metanogênica acelerada, ou
não estabilizada, que comporta a produção de metano - CH4 e ácidos
de forma simultânea. Os ácidos são reduzidos e, junto com o H2, são
transformados em metano e gás carbônico. Nesse processo ocorre uma
elevação do pH entre 6,8 e 8 e uma redução na DBO e DQO. A sua du-
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ração é em torno de três meses e três anos.
Já na última fase, degradação metanogênica desacelerada ou
estabilizada, a geração de gases é reduzida. Nesse processo são ge-
rados, em sua maioria, metano e gás carbônico, além de um pequeno
volume de nitrogênio e oxigênio. Assim, nessa fase, que varia de 8 a 40
anos, a matéria sólida é decomposta entre 50% e 70%.

ATERROS SANITÁRIOS

A necessidade de mudança na relação entre a disposição final


dos resíduos e o meio ambiente fez com que os aterros sanitários fos-
sem considerados a alternativa mais viável como solução do problema
com descarte dos RSU. Os aterros sanitários são bem avaliados, no
que tange à saúde pública e à contaminação do solo, quando executa-
dos de forma correta e seguindo todas as diretrizes normativas.
O objetivo dos aterros sanitários é acondicionar, da melhor for-
ma, os resíduos que não puderam ser aproveitados em nenhuma das
fases antecedentes, mostrada na pirâmide no início deste capítulo. A dis-
posição desses resíduos ocasiona diversas reações químicas que resul-
tam em lixiviados e gases, como visto acima. Todavia, quando operado e
monitorado, todo esse efeito é controlado da melhor forma possível.
O aterro sanitário engloba um sistema de operações com os
resíduos dispostos como: compactação de resíduos, cobertura, imper-
meabilização, drenagem, tratamento de líquidos e gases, monitoramen-
to geotécnico e ambiental, dentre outros procedimentos.
O sistema de impermeabilização em aterros é realizado com o
uso de geomembranas escolhidas conforme a situação. Em pequenos
municípios pode haver aterros em formato de valas e/ou trincheiras sem
o uso desses componentes. Esses aterros são permitidos nesses locais
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desde que sejam capazes de conter e absorver a poluição ocasionada


pelo volume pequeno de resíduos ali descartados.
Em todas as fases que vão possibilitar a construção do aterro,
são diversos os profissionais envolvidos. Seja no projeto, na execução
ou na operação do aterro, há envolvimento de engenheiros, químicos,
biólogos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, entre outros profissio-
nais, e é fundamental a presença de um engenheiro geotécnico. Dentre
suas atividades, nesse tipo de projeto, destacam-se:
• Verificar a estabilidade de taludes;
• Projeto de fundação;
• Projeto de escavação;
• Sistema de impermeabilização, e
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• Estudo do comportamento dos resíduos em todas as suas
propriedades.

É fundamental que haja acompanhamento de um enge-


nheiro civil durante a vida útil de um aterro sanitário.

O projeto de um aterro sanitário deve ser executado para con-


trolar a emissão de contaminantes de forma a reduzir a poluição de
águas superficiais e subterrâneas e minimizar, ao máximo, possíveis
impactos ambientais. Para isso, é essencial que alguns critérios de pro-
jetos sejam adotados e bem projetados como:
• Sistema de drenagem das águas superficiais e dos lixiviados;
• Sistema de impermeabilização em todo o aterro (fundos e
laterais);
• Sistema de tratamento dos lixiviados;
• Sistema de monitoramento ambiental e geotécnico;
Quando um aterro não apresenta as condições de segurança
necessárias, pode haver a migração de poluentes para fora do local de
disposição final. Esse processo pode aumentar chances de doenças em
seres humanos, degradação de áreas ambientais e alterações climáti-
cas, na fauna e na flora local.
Esses poluentes são originados no processo de decomposição
dos resíduos. O lixiviado pode atingir e contaminar as águas subterrâ-
neas, originando uma pluma de contaminação. A água, agora contami-
nada, pode ser direcionada para poços de águas de abastecimento e/ou
irrigação, ciclos hidrológicos ou lagos e demais cursos d'água. Nesse
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processo de decomposição dos resíduos há também a emissão de ga-


ses que podem provocar a contaminação do ar por meio das partículas
transportadas pelo vento, por exemplo.
O fluxo do chorume e dos gases emitidos no processo não tem
como ser impedido, mas deve ser controlado e permitido em níveis e
velocidades que não sejam nocivas ao ser humano e ao ambiente.
Para proteção das águas subterrâneas, o caminho do percola-
do deve ser direcionado corretamente e sua formação deve ser preve-
nida. Essa formação pode ser minimizada com a diminuição da quantia
de água presente nos resíduos por meio da secagem prévia e pela eli-
minação de quaisquer líquidos livres que possam penetrar no aterro,
por meio de um sistema de impermeabilização, reduzindo as áreas ex-
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postas e com sistemas de coletas de águas superficiais.
A migração do chorume, por sua vez, pode ser controlada com
revestimento da camada superficial em contato com os resíduos com
material impermeável, assim como em toda a área do aterro; e fazer a
drenagem, coleta e tratamento desses lixiviados. Abaixo estão algumas
imagens que ilustram a seção de um aterro, assim como seus sistemas
para um perfeito funcionamento.

Figura 7 - Corte Esquemático - Aterro Sanitário

Fonte: Boscov, 2008.

Figura 8 - Corte Esquemático - Aterro Sanitário


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Fonte: Boscov, 2008.

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Figura 9 - Seção Típica de um Aterro Sanitário

Fonte: Benvenuto, acesso em 2019.

Vale ressaltar que não há revestimentos que sejam 100% im-


permeáveis. Todavia, o objetivo desses materiais impermeáveis é ga-
rantir que a concentração de contaminantes nos aquíferos esteja dentro
do limite aceitável para que não seja nociva para a saúde humana.

Figura 10 - Aplicação de Geomembrana em Aterros

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Fonte: CREA, 2017.


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Figura 11 - Aplicação de Geomembrana em Aterros

Fonte: CREA, 2017.

Diante do exposto, é evidente a necessidade de um siste-


ma de drenagem eficaz dos lixiviados, assim como o seu direciona-
mento para um sistema de coleta e tratamento desses percolados.

Quanto às tensões e deformações no solo, não são aplicados


critérios de ruptura para os RSU como são aplicados nos solos. Com
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o tempo, as propriedades dos RSU apresentam muitas variações. Po-


de-se destacar as variações das características mecânicas, físicas e
químicas, das deformações; já que os resíduos endurecem com a de-
formação e não apresentam modo de ruptura definido, resistência de
compressão, entre outros. Dessa forma, os valores de tensões e defor-
mações podem ser obtidos com base em ensaios in situ, ensaios em
laboratórios e experiência profissional.
A segurança do aterro, por completo, depende do comporta-
mento dos sistemas de drenagem, que vão controlar os lixiviados e ga-
ses oriundos dos processos. A drenagem no aterro pode apresentar
perda de eficiência caso apareçam trincas, declividades e descontinui-
dades. Nessa perspectiva, faz-se necessária a aplicação de métodos de
24
análises de riscos e probabilísticos para a segurança dos aterros e seu
perfeito funcionamento. Os métodos probabilísticos permitem analisar
as variáveis internas mais expressivas nos componentes envolvidos. Já
a abordagem de análise de risco permite a identificação de falhas ou de
consequências de possíveis falhas que podem virar danos potenciais
seja no projeto, na execução, na fase de operação ou pós-fechamento.
As falhas na construção de um aterro sanitário estão passíveis
de ocorrer. No projeto, por exemplo, podem ocorrer erros na declividade
para a drenagem de lixiviados, assim como nas dimensões ou caracte-
rísticas permeáveis das camadas impermeáveis e drenantes.
Na fase de construção, os erros são passíveis na preparação
da camada de base de forma inadequada, no uso de materiais de má
qualidade, nas trincas em camadas impermeáveis e rupturas nos geos-
sintéticos. Já na fase de operação, é passível a ocorrência de danos na
camada de impermeabilização, causados ou não pelo contato dos per-
colados, rupturas nos sistemas de drenos, entrada excessiva de águas
superficiais, entre outros. E na fase do pós-fechamento, pode haver pro-
blemas tanto nos sistemas de impermeabilização quanto nos sistemas
de drenagem causados por recalques.
Para um trabalho completo com as análises de riscos em ater-
ros sanitários, é preciso identificar as possíveis causas de colapso dos
elementos de segurança presentes, a probabilidade desses colapsos
acontecerem e quais os efeitos resultantes da ocorrência desse fato.
As consequências e gravidade das falhas identificadas vão va-
riar conforme o projeto, condições hidrogeológicas e característica dos
RSU. A consequência final mais preocupante é o escape do chorume e/
ou dos gases.
Segundo Boscov (2008), para uma avaliação de impacto am-
biental causado pelos contaminantes em um aterro sanitário, é neces-
sário englobar:
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a análise da composição dos resíduos; a identificação dos produtos secundá-


rios de reação e decomposição; a determinação das características topográfi-
cas, geológicas, geotécnicas e hidrológicas do local; a estimativa do transporte
e o destino dos constituintes dos resíduos e dos produtos secundários móveis;
a estimativa do impacto no meio ambiente e na saúde humana se os compo-
nentes móveis atingirem receptores críticos; e a estimativa do tipo e intensida-
de de exposição da cadeia alimentar, saúde humana e meio ambiente.

Para regulamentar o uso de aterros sanitários, há uma série de


resoluções normativas atuantes direta ou indiretamente, como o Con-
selho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. O Ministério da Saúde
também estabelece diretrizes que vão à proteção da saúde humana
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no que tange o consumo de água. Além disso, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas possui algumas normas relacionadas aos aterros
sanitários de resíduos:
• NBR 8419: 1992 - Versão Corrigida 1996 – Apresentação de
projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos.
• NBR 10157 (1987) – Aterros de resíduos perigosos – Critérios
para projeto, construção e operação.
• NBR 13896 (1997) – Aterros de resíduos não perigosos – Cri-
térios para projeto, implantação e operação – Procedimento.
• NBR 15112 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil e
resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para
projeto, implantação e operação.
• NBR 15113 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil e re-
síduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
• NBR 15114 (2004) – Resíduos sólidos da construção civil –
Áreas de Reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
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26
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Com. Exam. (MPE PR) Prova: Promotor de Justiça
Assinale a alternativa correta, nos termos da Lei n. 12.305/2010
(Política Nacional de Resíduos Sólidos):
a) Considera-se área contaminada o local cujos responsáveis pela dis-
posição não sejam identificáveis ou individualizáveis.
b) Considera-se logística reversa a produção e consumo de bens e ser-
viços de forma a atender às necessidades das atuais gerações e permi-
tir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambien-
tal e o atendimento das necessidades das gerações futuras.
c) Considera-se destinação final ambientalmente adequada a distribui-
ção ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segu-
rança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
d) Considera-se reutilização o processo de transformação dos resíduos
sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-quí-
micas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos
produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos
órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.
e) Consideram-se geradores de resíduos sólidos as pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por
meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: Instituto AOCP Prova: Perito Oficial Criminal
Em relação ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, é correto afir-
mar que:
a) deverá ser atualizado a cada cinco anos.
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b) será elaborado pelos estados, sob a coordenação do Ministério do


Meio Ambiente.
c) deverá conter medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionali-
zada dos resíduos sólidos.
d) deverá apresentar um diagnóstico da situação futura dos resíduos
sólidos.
e) deverá conter meios a serem utilizados para o controle e a fiscaliza-
ção, no âmbito municipal, de sua implementação e operacionalização,
assegurado o controle social.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Prova: Professor B
27
A reciclagem no Brasil, uma das possíveis soluções para o grave
problema socioambiental da destinação dos resíduos sólidos, ain-
da é muito pouco realizada. Dados do Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada (IPEA) de 2017 mostram que apenas 13% das 160 mil
toneladas de resíduos sólidos produzidas por dia em nosso país
são reciclados.
Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&-
view=article&id=29296>. Acesso em: 07 jan. 2018.
Sobre a reciclagem de resíduos sólidos, é correto afirmar:
a) Areia e brita podem ser reciclados, mas não para serem utilizadas
na construção civil, servindo apenas para a cobertura, por exemplo, de
trechos de vias de terra.
b) O vidro possui tempo indeterminado de decomposição, o que, aliado
à dificuldade de sua reciclagem, que é mais cara do que a fabricação de
novos vidros, cria um grave problema socioambiental.
c) As lojas de baterias de telefones celulares são obrigadas por lei a re-
colher e encaminhar esses objetos para os fabricantes, que devem dar
destino adequado a elas.
d) As lâmpadas, sejam fluorescentes ou incandescentes, devem ser en-
caminhadas para reciclagem junto a resíduos de vidro.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Prova: Professor/Docente Para Ensino
Fundamental e Médio/Ciências e Biologia
Os resíduos sólidos representam um grave problema socioam-
biental no Brasil, tanto por seu volume quanto por sua destinação
comumente incorreta.
Sobre o manejo adequado desses resíduos, é correto afirmar:
a) Arame, isopor e papéis de escritório não podem ser reciclados.
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b) A reciclagem de latinhas de alumínio permite uma grande economia de


energia em relação à produção de latinhas a partir do minério de alumínio.
c) O descarte de pilhas e baterias obedece às regras do descarte de
latinhas de alumínio e outros metais.
d) Para que o vidro seja destinado à coleta seletiva, as peças devem es-
tar inteiras, evitando-se a formação de cacos, que não são recicláveis.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CEBRASPE (CESPE) Prova: Analista de Gestão
de Resíduos Sólidos
Com relação à biodigestão, julgue o item seguinte.
A biodigestão é um processo aeróbico e que, portanto, libera O2
28
na atmosfera.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


A biodegradação dos resíduos pode acontecer por meio de quatro fa-
ses. Cite-as e discorra sobre cada uma delas.

TREINO INÉDITO
Dentre as atividades competentes a um engenheiro geotécnico em
um projeto de aterro estão corretas as alternativas, exceto:
a) Verificar a estabilidade de taludes.
b) Projeto de fundação.
c) Projeto de escavação.
d) Sistema de impermeabilização.
e) Todas as alternativas anteriores.

NA MÍDIA
MINAS GARANTE CONTINUIDADE EM INVESTIMENTOS NA GES-
TÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
O Governo de Minas deu mais um importante passo no aprimoramento
da política de tratamento de resíduos sólidos urbanos no Estado e publi-
cou nessa terça-feira, 16 de abril, a retificação de aditivo firmado entre
a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e o Instituto de Gestão
de Políticas Sociais (Gesois), assegurando a continuidade das ações
até maio de 2020. Por meio da iniciativa, serão investidos cerca de R$ 3
milhões em ações de estímulo aos municípios para redução dos impac-
tos causados pela destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos.
Fonte: Fundação Estadual do meio Ambiente - FEAM
Data: 17/04/2019.
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Leia a notícia na íntegra: http://www.feam.br/noticias/1/1750-minas-garan-


te-continuidade-em-investimentos-na-gestao-de-residuos-solidos-urbanos

NA PRÁTICA
Um grupo de pesquisadores australianos desenvolveu recentemente
um software capaz de detectar deslizamentos com duas semanas de
antecedência, dando aos moradores tempo de deixar os aterros sanitá-
rios e aos engenheiros a oportunidade de reforçar o terreno. O sistema
de inteligência artificial usa matemática aplicada para ajudar a identifi-
car sinais de um desabamento iminente – como rachaduras minúsculas
e movimentos sutis que prenunciam um desmoronamento violento.
Data: 15/07/2019
29
Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/15/a-no-
va-tecnologia-que-preve-deslizamentos-em-aterros-sanitarios.ghtml>.
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GEOTECNIA AMBIENTAL GEOSSINTÉTICOS

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E CONTAMINANTES GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

A cada dia surgem novas necessidades para o uso de água em


todo o mundo. A crescente densidade demográfica, dentre outros fatores,
contribui para a deterioração do meio ambiente e para os recursos hídricos
usados no planeta, os quais vêm se tornando cada vez mais escassos.
As águas subterrâneas são mais protegidas quando compara-
das às águas superficiais. Todavia, essas podem ser contaminadas por
meio de agentes contaminantes presentes no solo, resultado da polui-
ção causada pela ação antrópica. Apesar de serem mais protegidas,
quando contaminadas, dificilmente voltam ao seu estado original diante
de suas características.
Os agentes contaminantes das águas subterrâneas podem ser
3131
diversos, como os materiais oriundos do esgoto, o uso de fertilizantes,
rejeitos ou estéreis de mineração, a disposição inadequada de resíduos
etc, e suas consequências, no ambiente, podem ser imediatas e/ou gra-
ves. Todavia, é importante ressaltar que o processo de descontamina-
ção dessas áreas, quando atingidas, se dá de forma lenta, relembrando
assim, a importância de se atentar às consequências da contaminação.
Dessa forma, em aterros, é extremamente importante o uso
de materiais impermeáveis para minimizar o percurso de lixiviados de
maneira que se forme uma barreira entre os agentes contaminantes e
o lençol freático.

Aquíferos

Os aquíferos são formações geológicas com permeabilidade


e porosidade capazes de armazenar água, podendo ser considerado
um reservatório de água subterrânea. Eles podem ser livres, também
conhecidos como não confinados, freáticos, artesianos ou confinados.
Os aquíferos livres possuem sua superfície superior submetida
à pressão atmosférica, ou seja, a água está em contato direto com a
atmosfera. Essa característica faz com que eles sejam facilmente ex-
plorados, recarregados e contaminados.
Já o aquífero confinado ou artesiano possui delimitações, tanto
em sua parte superior quanto inferior, por formações geológicas com
características impermeáveis. A pressão nesses aquíferos é superior à
atmosférica porque, devido às delimitações, os poros ficam saturados
gerando pressão superior na água.
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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – AQUÍFERO. Agência Nacional


de Águas.
Disponível em:< https://www.ana.gov.br/videos/aguas-sub-
terraneas-o-que-sao-aquiferos>.

As recargas de um aquífero são o processo que alimenta essa


área e podem ser feitas por um processo artificial ou natural. A recarga na-
tural vai depender do processo de infiltração, escoamento e evaporação no
qual estão envolvidos o processo pluviométrico, o tipo do solo e a cobertura
32
vegetal da superfície. Dessa forma, cada aquífero possui uma velocidade
de recarga, já que suas características são particulares. Nesse pressupos-
to, é fundamental avaliar as condições de um aquífero antes de explorá-lo.
Já na recarga artificial, a transferência de água é feita por meio
da ação do homem, seja por poços, inundações, alterações no meio
natural, dentre outras formas.
As figuras abaixo se relacionam com um aquífero. A primeira
apresenta uma seção transversal. Já a segunda, apresenta um aquitar-
do separando aquífero livre de um aquífero confinado.

Figura 12 - Aquífero Alter do Chão

Fonte: Biota do Futuro, 2015.

Figura 13 - Aquíferos no Brasil

GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: G1.com. Acesso em 2019.


33
O Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo, fica situado
entre os países Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, sendo que a
maior parte está localizada no Brasil.
A população em torno do Aquífero Guarani é estimada em 15
milhões de habitantes. Um dos principais riscos do uso desse aquífero
está na quantidade de poços profundos construídos ao redor por organi-
zações sem especializações, as quais acabam agindo sem obedecer aos
parâmetros normativos, aproveitando-se de uma fiscalização ineficaz.

Figura 14 - Seção Transversal de um Aquífero

Fonte: Boscov, 2008.

Figura 15 - Esquema de Aquífero


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Fonte: Boscov, 2008.


34
Sistema Aquífero Guarani. Agência Nacional de Águas.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=emb-
Tw1Rq5DI>.

Monitoramento Geoambiental

O rompimento de aterros sanitários pode ocorrer devido a fa-


lhas estruturais no projeto ou na operação, feita de forma indevida. Des-
sa forma, é importante a avaliação contínua de um aterro para garantir
o controle de possíveis impactos ambientais e promover o perfeito fun-
cionamento da estrutura.
O monitoramento geoambiental objetiva fornecer dados para
controle estrutural – estabilidade e impacto ambiental do aterro, com-
portamento dos resíduos sólidos dispostos e da matéria-prima usada
para construção em todo aterro – para garantir seu funcionamento.
O monitoramento também auxilia na caracterização do local
para transformá-lo em aterro ou para recuperar uma área degradada
por meio de investigações e ensaios em laboratório, de modo a diag-
nosticar a situação real da área.
O monitoramento geotécnico busca avaliar e controlar o deslo-
camento no aterro. Como instrumentos para esse trabalho são utiliza-
dos marcos superficiais, controle de níveis de lixiviados e de pressão,
placas de recalque, medidores de vazão, entre outros. Os dados obti-
dos com o monitoramento são feitos pelas inspeções, que são defini-
das de acordo com a necessidade de cada projeto, e são apresentados GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

em forma de relatório. Esses resultados vão permitir adotar parâmetros


para garantir a integridade e vida útil do aterro.
As figuras abaixo exemplificam uma seção de monitoramento
de aterro sanitário e o exemplo de um marco superficial utilizado para a
medição de recalques superficiais. Os marcos são colocados na super-
fície, taludes e bermas do aterro para avaliação contínua e prevenção
de acidentes, como desmoronamento, por exemplo.

35
Figura 16 - Monitoramento Geotécnico em Aterro Sanitário

Fonte: Boscov, 2008.

Figura 17 - Medidor de Recalque Superficial - Marco


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Fonte: Ministérios da Cidades, 2008.

O recalque é medido pela diferença dos valores apresentados


na cota atual e na cota inicial. Os marcos superficiais controlam tanto os
deslocamentos verticais quanto os horizontais. Normalmente, os deslo-
camentos horizontais são medidos pelos inclinômetros.

Pressões Neutras e Percolados

As pressões neutras no aterro sanitário são medidas com pie-


36
zômetros e medidores de nível d'água. Esses medidores são colocados
no solo e possuem um tubo perfurado (figura abaixo). No tubo, o espa-
ço entre o furo e a parede é preenchido com componentes drenantes
ao longo do comprimento, deixando livre apenas a extremidade com
material impermeável para evitar relações com a superfície. A água
subterrânea passa pelo meio do material drenante, chegando aos tubo
pelos furos e, assim, estabiliza-se com o nível do lençol freático, já que
a leitura da cota da superfície da água, feita pela sua extremidade supe-
rior, coincide com o nível da água subterrânea.

Já o piezômetro é inserido no solo até onde pretende-se medir


a pressão neutra, como mostrado na figura abaixo. No inferior do tubo,
onde é medida a pressão desejada, tem-se uma área que pode ser
perfurada ou feita de material cerâmico com revestimento de material
drenante. Ao longo do comprimento do tubo, entre o tubo e o furo, há
preenchimento de material impermeável. Da mesma forma que os me-
didores, a leitura é feita na extremidade superior do tubo.
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37
Monitoramento Ambiental

O monitoramento ambiental objetiva certificar a qualidade da


água subterrânea, superficial, o controle da poluição do ar e os índices
pluviométricos. Para o controle das águas subterrâneas é feito o contro-
le das amostras de corpos d'água nos poços, a montante e a jusante do
aterro sanitário. No monitoramento ambiental também podem ser feitos
o controle de caracterização dos resíduos, a análise dos lixiviados e dos
propagadores de doenças.

Figura 18 - Reservatório de Percolado

Fonte: Tera Ambiental, 2013.

Para o controle de águas superficiais, são considerados parâme-


tros de alcalinidade, pH, oxigênio, nitrogênio, dureza, DBO, DQO, metais
tóxicos, entre outros. Para o controle do percolado são considerados pra-
ticamente os mesmos que para o controle das águas superficiais. Normal-
mente, a caracterização do percolado é realizada para determinar se os
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sistemas de tratamento aplicados realmente estão apresentando eficiência.

GEOSSINTÉTICOS

Os geossintéticos são materiais produzidos por materiais po-


liméricos sintéticos ou naturais. São amplamente utilizados nas áreas
de engenharia civil, geotécnica e ambiental, com aplicações em muros,
estruturas de contenções, aterros sanitários, reforço de fundações, den-
tre outras funções.
Os geossintéticos podem ser classificados dependendo dos
materiais e do processo de fabricação. A tabela abaixo apresenta uma
38
classificação genérica dos geossintéticos, realizada pela Sociedade In-
ternacional de Geossintéticos.

Quadro 1 - Classificação dos Geossintéticos

GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

39
Fonte: Adaptado de International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019.

Os geossintéticos podem ser identificados pela sua função


principal, se destacando pelos seguintes desempenhos:
• Separação: quando dois solos apresentam ou são distribuí-
dos por partículas diferentes, o geossintético pode atuar como compo-
nente separador entre as camadas de solos.
• Filtração: Para filtração, o geossintético atua como um filtro
de areia. A sua ação permite que a água passe por meio do solo en-
quanto desempenha a função de reter as partículas sólidas.
• Drenagem: Nessa função, o geossintético atua como um
componente de dreno que conduz o fluido por meio de solos com per-
meabilidade baixa.
• Reforço: o geossintético, nesse caso, atua como reforço seja
inserido para reforçar totalmente o solo ou de modo parcial com uma
associação para melhorar a propriedade de resistência e deformação
do maciço natural.
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• Contenção de gases e fluidos: atua como função impermeá-


vel impedindo a passagem de gases e fluidos.
• Controle de processos erosivos: auxilia no controle dos pro-
cessos erosivos provocados pela ação de chuvas e pelo escoamento da
água na superfície.
A imagem abaixo exemplifica as funções e aplicações do geos-
sintético atuando em um aterro de resíduos sólidos.

40
Figura 19 - Aplicações do Geossintético em Aterro de RSU.

Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019.

O processo erosivo pode ser compreendido como um processo


natural que se dá diante do desgaste das superfícies rochosas provo-
cado por fatores como água, clima, vento, umidade, topografia, ação
humana etc.
Dentro dos processos erosivos, os geossintéticos podem traba-
lhar em casos de proteção dos taludes, sistemas de drenagem, recupera-
ção de áreas degradadas, proteção contra a formação de ravinas, além de
atuar na contenção de quedas de blocos rochosos, proteções costeiras etc.
Nos taludes, sua estabilidade pode ser garantida com a combi-
nação de geossintético e argamassa. A cobertura vegetal, como mostra
a figura abaixo, pode ajudar na proteção contra perdas de solo diante de
ações da água e do vento. A vegetação aliada às mantas de geossinté-
ticos também protegem o talude de processos erosivos.
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Figura 20 - Recuperação de Taludes

Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019.

Os geossintéticos apresentam alta eficácia nos sistemas de


drenagem e filtração e custo competitivo quando comparado aos de-
41
mais materiais, além de serem vantajosos em questões ambientais.
Os tipos geotêxteis, georredes e geocompostos são os mais utilizados
nos sistemas drenantes e de filtração, sendo empregados em aterros,
contenções e controles de erosão. Com o uso de drenos, é possível o
fluxo livre dos líquidos ou gases presentes na estrutura. Abaixo, há um
esquema apresentado pela IGS mostrando a aplicação dos geossinté-
ticos, em que os pontos marcados de amarelo representam a aplicação
de um geossintético mais adequado de acordo com o projeto.

Figura 21 - Aplicação de Geossintéticos em Sistemas de Drenagem

Fonte: International Geosynthetics Society – IGS. Acesso em 2019

Os geotêxteis precisam garantir que o fluxo d'água não seja im-


pedido ao reter os grãos de solo. A fórmula Os ≤ n*Ds estabelece essa
relação, onde o 'Os' representa a abertura de filtração do geotêxtil, 'n' é
representado conforme critério utilizado e Ds representa o diâmetro dos
grãos do solo. Por exemplo, D80 indica um diâmetro em que 80% dos
grãos do solo são menores que tal diâmetro.
Nas imagens abaixo, os geossintéticos foram usados como re-
forços (geogrelhas) e como proteção frontal (geocomposto antierosivo)
para o desenvolvimento da vegetação ao longo do trecho. As alternati-
vas foram escolhidas como calhas ecológicas.
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Figura 22 - Drenagem com uso de Geossintéticos

Fonte: Vertical Green do Brasil. Acesso em 2019.


42
Figura 23 - Drenagem com uso de Geossintéticos

Fonte: Vertical Green do Brasil. Acesso em 2019.

Os geossintéticos também são utilizados nos tratamentos


dos resíduos líquidos, sendo mais comuns em lagoas de estabilização
anaeróbias e aeróbias. Em lagoas anaeróbias com coberturas, quando
um líquido se mantém depositado na lagoa por dias, um lodo anaeró-
bio se forma ao fundo da lagoa. Quando essa lagoa não é coberta, a
digestão anaeróbia ocorre na base, enquanto na superfície a digestão
predominante é a aeróbia.
A cobertura das lagoas, geralmente feita por uma geomembra-
na flutuante, influi em três aspectos:
• Aumenta a digestão anaérobia – nesse caso não há entrada
de oxigênio;
• Permite a capitação de gás, usado como alternativa para
combustível;
• Promove a redução de odor do processo anaeróbio.
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As lagoas aeróbias fazem uso de aeradores mecânicos de su-


perfície para ejetarem ar no resíduo líquido. Esse processo faz com que
a matéria orgânica seja consumida, liberando dióxido de carbono.
43
Há possibilidade do uso de lagoas anaeróbias e aeróbias com-
binadas. Nesse tipo de combinação, os sistemas são capazes de utilizar
os gases do processo de decomposição como combustível no trata-
mento, dispensando, assim, a energia utilizada para os processos de
aeração do sistema.
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Prova: Analista de Projetos
A realização de um empreendimento de construção de uma edifi-
cação tem quatro fases distintas: estudos preliminares, projetos,
construção e recebimento.
Quando se identifica que existe a necessidade de efetuar o rebaixa-
mento do lençol d’água subterrâneo, em qual dos seguintes projetos
os elementos relacionados à análise, cálculo e indicação dos méto-
dos de execução desse rebaixamento devem ser apresentados?
a) Instalações.
b) Arquitetônico.
c) Estrutural.
d) Tratamento.
e) Geotécnico.

QUESTÃO 2
Prova: 2018 Banca: CEV UECE Prova: Analista de Trânsito e Trans-
porte
O solo é constituído por um esqueleto de grãos sólidos ou sua
macroestrutura, que contém em seus interstícios água e ar. A pre-
sença destes interstícios constitui um maior ou menor grau de po-
rosidade do solo, o que lhe confere uma característica de compres-
sibilidade. Com a aplicação de sobrecargas oriundas de fundações
das obras de engenharia sobre os solos compressíveis, podem vir
a ocorrer recalques, que são deslocamentos verticais descenden-
tes destes elementos construtivos, acarretando os chamados re-
calques diferenciais, que podem causar danos às estruturas. Con-
siderando os diferentes tipos de recalques, é correto afirmar que:
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

a) recalque por adensamento é aquele que ocorre em solos granula-


res e resulta da dissipação do excesso de poropressão inicial com a
transferência de carga ao esqueleto sólido. Pode ocorrer em um longo
período de tempo.
b) recalque secundário é aquele que ocorre sob tensão variável, pro-
vocando a quebra dos grãos de argila, porém, sendo preponderante
nas areias de granulometria uniforme. Ocorre normalmente em longos
períodos de tempo.
c) recalque imediato é aquele que ocorre logo após a aplicação do car-
regamento ou sobrecarga, com parcela predominante nas areias, por
serem solos de elevada permeabilidade. Nos solos finos saturados
pode ocorrer por deformação a volume constante.
45
d) recalque por adensamento é o produto da compressibilidade do solo,
que se constitui em fenômeno puramente mecânico, não havendo ne-
nhuma relação com a composição iônica do fluido intersticial, ou seja, a
água presente nos poros do seu esqueleto sólido.

QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FCC Prova: Analista
A existência de lentes de areia é comum nos sedimentos marinhos
da costa brasileira, bem como nas várzeas dos rios, e interferem nos
tempos de recalques das camadas compressíveis. Considerando a
presença de duas lentes delgadas de areia separando uma camada
compressível em três partes iguais, os recalques ocorrem em tempos
a) 5 vezes maiores.
b) 6 vezes menores.
c) 3 vezes menores.
d) 9 vezes menores.
e) 3 vezes maiores.

QUESTÃO 4
Questão Inédita
Julgue o item a seguir:
"Para o controle de águas superficiais, são considerados parâme-
tros de alcalinidade, pH, oxigênio, nitrogênio, dureza, DBO, DQO,
metias tóxicos, dentre outros."
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: Instituto AOCP Prova: Analista Técnico
Com relação aos drenos verticais de areia e o estudo dos recal-
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

ques de solos, assinale a alternativa correta.


a) Os drenos verticais de areia não podem ser empregados juntamente
com pré-carregamentos.
b) Os drenos verticais de areia retardam o recalque dos solos submeti-
dos a pré-carregamento.
c) Os drenos verticais de areia devem ser evitados em camadas argilosas.
d) Os drenos verticais de areia retardam o recalque dos solos submeti-
dos e aumentam a resistência.
e) Os drenos verticais de areia aceleram o recalque dos solos submeti-
dos a pré-carregamento.

46
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Os geossintéticos podem ser identificados pela sua função principal, se
destacando pelos seus desempenhos. Cite essas funções e suas des-
crições de forma breve.

TREINO INÉDITO
A cobertura das lagoas, geralmente feita por uma geomembrana
flutuante, influi em três aspectos, exceto:
a) Aumenta a digestão anaérobia – nesse caso não há entrada de oxigênio.
b) Permite a capitação de gás, usado como alternativa para combustível.
c) Redução de odor do processo anaeróbio.
d) Reduz a digestão anaérobia - nesse caso há entrada de oxigênio.

NA MÍDIA
CONSTRUÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO PARA ATENDER REGIÃO
É ANALISADA EM BOM DESPACHO
Atualmente, o descarte de resíduos na cidade é feito em um aterro con-
trolado, uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo
que não causa danos ou riscos à saúde pública e à segurança e mini-
miza os impactos ambientais. O aterro deverá receber resíduos sólidos
provenientes de domicílios, feiras, logradouros públicos, varrição de
ruas, estabelecimentos comerciais e resíduos industriais não perigosos,
segundo as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Fonte: G1.com
Data: 15/11/2018.
Leia a notícia na íntegra:
https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2018/11/15/construcao-de-a-
terro-sanitario-para-atender-regiao-e-analisada-em-bom-despacho.ghtml

NA PRÁTICA
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Uma tecnologia criada no Espírito Santo vem ajudando um aterro sani-


tário a transformar chorume - líquido que resulta da decomposição de
lixo - em água limpa, no município de Cariacica, na Grande Vitória. De
acordo com os responsáveis pelo projeto, o processo de purificação do
líquido é rápido se comparado a outros, durando cerca de 30 minutos.
Com a utilização de métodos diferentes, esse tempo pode ser ampliado
consideravelmente, chegando a uma semana. A água limpa que é re-
sultado do processo não serve para consumo humano, mas pode ser
usada para lavar estradas ou regar jardins, por exemplo.
Data: 14/10/2014.
Disponível em:< http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/10/tec-
nologia-criada-no-es-transforma-chorume-em-agua-limpa.html>.
47

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS

A importância da palavra 'recuperação' está aliada à termos


GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

como restauração e reabilitação. A figura abaixo apresenta o esquema


de um processo de uma área degradada em quatro momentos.
Inicialmente, tem-se uma área pura que sofre o processo de
degradação. A degradação pode ser entendida como um conjunto de
processos originados de ações que provocaram danos ao meio am-
biente e que reduziram a capacidade produtiva e qualidade original dos
recursos ambientais de tal área.
Após a degradação do ambiente, promove-se a recuperação da
área atingida. Nesse processo de recuperação são trabalhadas ações que
reproduzem as condições ambientais de modo mais semelhante possível
às condições anteriores à intervenção que ocasionou a degradação. De
forma sucinta, objetiva-se devolver ao ambiente as condições originais.
4848
Figura 25 - Esquema Sobre Áreas Degradadas

Fonte: Adaptado de UNESP. Acesso em 2019.

Após a recuperação da área, dois caminhos podem ser toma-


dos: o de restauração ou o de reabilitação. No processo de restauração
da área são reproduzidas condições fidedignas ao local como eram an-
tes de sofrerem as alterações causadas pelo processo de intervenção.
Já o processo de reabilitação permite, mediante projeto prévio,
a destinação da área a uma nova forma de uso, levando em considera-
ção a ocupação ao redor, destinando a área para outra finalidade.

A IMPORTÂNCIA GEOMORFOLÓGICA NA RECUPERAÇÃO DE


ÁREAS DEGRADADAS

A geomorfologia é compreendida como a ciência que estuda as


GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

formas de relevo, os processos que deram origem a essas formas de re-


levo e os materiais envolvidos. Assim, para fazer o diagnóstico completo
das áreas degradadas, é fundamental o conhecimento geomorfológico
da área em questão.
A ação antrópica provoca impactos negativos tanto onsite
quanto offsite na degradação dos solos e a geomorfologia preocupa-se
em estudar ambos os efeitos para proporcionar a recuperação da área
degradada de forma completa e satisfatória.
Na figura a seguir, tem-se as redes de ravinas ocasionadas por
cortes para a construção de estradas. Essas ravinas também podem se
formar por atividades de material de empréstimos e podem evoluir para
a formação de voçorocas.
49
Figura 26 - Redes de ravinas em talus

Fonte: Guerra, 2017.

Recuperação da Área Degradada

O conhecimento da geomorfologia é importante porque o ideal


é trabalhar sempre com o prognóstico, com o uso de técnicas de geo-
processamento, por exemplo. Todavia, já com a área degradada, é fun-
damental, além do conhecimento teórico e prático, o conhecimento em
pesquisas em laboratório e práticas em campo para executar modelos
de recuperação das áreas em estudo.
A seguir, o esquema e sua explicação abordam algumas técni-
cas para serem aplicadas na recuperação dos maciços.

Esquema 1 - Métodos para Diagnóstico para Recuperação de Áreas Degradadas


GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de Guerra, 2017.


50
1. Nas fraturas estão os pontos de fraqueza do maciço. Nelas
ocorrem o percurso e a entrada de água, o que acelera o processo de
intemperismo físico e químico. Com isso, a encosta fica mais vulnerável
ao processo de deslizamento.
2. A presença de matacões na matriz do solo indica descontinui-
dade entre os matacões e o solo. Quando eles se desprendem da encos-
ta podem acertar outro matacão abaixo dele e causar acidentes, acer-
tando casas e/ou outros empreendimentos, causando um efeito dominó.
3. A água entra com facilidade pelo solo raso e encontra o ma-
ciço rochoso. Assim, ela não consegue se infiltrar e escoa em subsuper-
fície, gerando um plano de cisalhamento no qual o material acaba por
se romper com o deslizamento.
A imagem abaixo indica uma situação na rodovia BR 101 (Rio
Santos) em que o solo raso que havia em cima do maciço rochoso foi
removido por um deslizamento.

Figura 27 - Deslizamento na rodovia BR 101

GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Jorge apud Guerra, 2017.

4. É importante identificar a textura dos solos tanto na erosão


quanto em movimentos de massa para caracterizá-lo.
5. A definição da forma é importante (côncavas, convexas ou
retilíneas), pois ela indica se as encostas, conforme a sua forma, podem
aglutinar ou dispersar mais águas.
A degradação dos solos pode se dar de vários tipos, assim
como suas causas, que são as mais variadas possíveis. Dentre alguns
tipos mais comuns, a degradação pode ocorrer pela desertificação, aci-
dificação, salinização e erosão dos solos.

51
A erosão NÃO é sinônimo de degradação, e sim um tipo de
degradação. É comum a erosão ser abordada como sinônimo de
degradação, mas essa abordagem é errônea.

A erosão e os movimentos de massa podem apresentar se-


melhanças e até ser entendidos como a mesma coisa, mas esses são
processos geomorfológicos distintos, com provocadores, afeições e ca-
racterísticas gerais diferentes.
A erosão dos solos ocorre em encostas com declividades apenas
entre 2° e 3° graus. Assim, ela não é comum ou um fenômeno caracte-
rístico de locais com fortes declividades. Esse tipo de degradação é mais
típico em áreas rurais, mas também pode acontecer em áreas urbanas e é
ocasionado por fatores que vão desde as propriedades físicas e químicas
dos solos, como a densidade aparente, porosidade e pH do solo, estabili-
dade dos agregados, entre outros; até a erosividade das chuvas; a forma,
comprimento e declividade das encostas e a forma como solo é utilizado.
Já os movimentos de massa são de origem gravitacional e de-
pendem, em sua maioria, da declividade das encostas como principal
fator para seu acontecimento. Esses movimentos são mais comuns em
áreas urbanas e se tornam presentes com declividades de encostas
maiores que 20° graus, pelo contato abrupto, como mencionado an-
teriormente, entre o solo e a rocha, pela presença de matacões nas
encostas, corte do depósito de tálus e situação precária das redes de
esgoto e de drenagens, como as galerias pluviais, por exemplo.
Abaixo há duas imagens de processos erosivos. A primeira é uma
ravina formada em área de convergência de fluxo. Não é uma área utiliza-
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

da para agricultura, mas, caso nenhuma ação seja tomada, com o passar
do tempo ela evolui para as voçorocas como apresentado na foto seguinte.

52
Figura 28 - Ravina em Convergência de Fluxo. Sorriso, MT.

Fonte: Guerra, 2017.

Figura 29 - Voçoroca. Sorriso, MT.

Fonte: Guerra, 2017.


GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

No quadro abaixo, tem-se algumas medidas de recuperação


do meio conforme o tipo de degradação da área.

Quadro 2 - Recuperação de Área Degradada Conforme o Tipo.

53
Fonte: UNESP. Acesso em 2019.
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Algumas áreas bastante conhecidas foram construídas


como áreas de reabilitação como o Parque Ibirapuera, na cidade
de São Paulo, que era uma antiga cava de areia; o Parque das Pe-
dreiras, em Curitiba - PR, que foi uma jazida de mineração e o Par-
que Tangá, também em Curitiba - PR, onde havia um complexo de
pedreiras desativadas.

54
BIOENGENHARIA NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Quando uma degradação ambiental é identificada, é funda-


mental a automação de medidas para fazer com que a área volte ao
seu estado original ou se aproxime, ao máximo, do ambiente antes das
intervenções. Essas medidas devem recuperar a área proporcionando
condições de equilíbrio e sustentabilidade de um sistema natural.
A evolução dos procedimentos tecnológicos permite uma varia-
ção gigantesca de técnicas para a recuperação de áreas degradadas.
Uma das mais utilizadas tem sido a bioengenharia, que apresenta su-
cesso em grande parte dos casos, quando aplicada corretamente.
A bioengenharia, de forma sucinta, pode ser definida como o
conhecimento das características biológicas da vegetação, assim como
suas exigências e a capacidade de proporcionar os nutrientes essen-
ciais para manejo e correção adequados do solo. Esse conhecimento
é importante para a solução de problemas técnicos de estabilização em
margens e encostas e em grandes obras.
Todo esse processo também pode ser conhecido como enge-
nharia biológica, biotécnica ou construção verde. Essa técnica faz uso
de elementos ativos biológicos (vegetação, por exemplo) com o auxílio
de elementos inertes (polímeros naturais, madeira, concretos etc.). A
junção desses elementos objetiva a estabilização das raízes para prote-
ção do solo e, como consequência, tem-se melhor drenagem, retenção
dos agregados e absorção de nutrientes.
As atividades econômicas ligadas ao meio ambiente, como ex-
ploração de calcário e mineral, são grandes devastadoras das áreas em
que são exploradas e necessitam de obras de recuperação para não
ocasionar danos ambientais maiores.
Essas atividades indicam a necessidade de inclusão de uma
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

política nacional para a ação de exploração mineral e a conservação do


meio ambiente para que seja considerado todo o processo de explora-
ção, o que vai desde o processo inicial de exploração, controle dos pro-
cessos em desenvolvimento, a recuperação de áreas degradadas até,
por fim, quais processos deverão ser executados para que aquela área
tenha um novo uso após sofrer a exploração mineral e o fim da ativida-
de econômica. Nessa perspectiva, a bioengenharia, em determinadas
situações, pode ser a única alternativa economicamente viável capaz
de atuar na recuperação das áreas degradadas.
A bioengenharia pode ser dividida em quatro grupos principais,
sendo a proteção dos solos por meio da vegetação utilizada, poden-
do ser de fibra sintética ou fibra vegetal; estabilização dos solos, por
55
meio do uso de espécies de plantas com enraizamento rápido; técnicas
de construção combinadas, pela combinação de plantas com concreto,
aço, plástico para conter taludes instáveis e construções complementa-
res, que englobam a semeadura e atividade de plantio (SOUZA, 2018).
Para atividades mineradas, Soleira et al (2014) identificou a
existência de quatro técnicas de bioengenharia de solos no Brasil, as
quais são discriminadas abaixo:
• Grade viva conjugada à paliçada de madeira: é caracterizada
pelo uso de troncos de madeiras de eucalipto não tratadas dispostas na
horizontal e na vertical do talude formando uma grade preenchida com
solo e plantio de mudas da espécie arbustiva. Essa técnica proporciona
a redução da erosão e estabilização do solo na área tratada, o aumento
da diversidade biológica, favorecimento da regeneração natural, forma-
ção de habitats, aumento de estoque de carbono, controle de erosão e
recuperação da beleza cênica. Possui melhor aplicabilidade em taludes
íngremes e eventualmente margens fluviais.
• Hidrossemeadura conjugada à biomanta: a caracterização da
hidrossemeadura se dá na instalação de biomanta e aplicação mecani-
zada no solo de mistura com a presença de insumos e mix de sementes,
que formará a cobertura vegetal. Essa técnica permite, dentre outros
benefícios, a consolidação superficial do talude e sua a estabilização,
estabelecimento da cobertura vegetal, a melhoria das condições físicas
do solo e o aumento da diversidade biológica e é melhor aplicada em
taludes de corte e aterro, encostas, e em áreas com voçorocas.
• Canaleta verde: as canaletas verdes são escavadas no solo,
compactadas, cobertas com biomantas e implantação de vegetação
herbácea. Utilizadas como obra complementar de transição para os ca-
nais de concreto para captação e condução de águas pluviais. Além
disso, provocam melhoria das condições físicas do solo, aumento da
diversidade biológica, formação de habitats e controle de erosão. Muito
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

utilizadas em sistemas de drenagem de água superficial.


• Transposição de topsoil: caracterizada pela transposição da
camada superficial do solo (contendo o horizonte A e parte do horizonte
B) e plantio de espécies arbóreas. Permite boa cobertura superficial
do solo, significativa regeneração natural e melhoria do aspecto visual
da área degradada. Além disso, favorece a regeneração natural, há o
aumento da diversidade biológica no ecossistema e melhoria no fluxo
de nutrientes. É ideal para uso em áreas planas quando o objetivo é a
restauração ecológica.
Braun (2018) avaliou outras técnicas de bioengenharia que
permitem excelente desempenho na recuperação de áreas degrada-
das, as quais são apresentadas a seguir.
56
• Enrocamento de Pedras (Rip Rap): técnica de engenharia que
consiste no uso de um ou mais níveis de pedras que são depositadas no
decorrer das margens do curso d’água como forma de conter a erosão.
Essa técnica também permite flexibilidade e as pedras têm a opção de
se movimentarem para níveis mais estáveis através da força exercida
pelo fluxo da água, gravidade ou pelas ações das ondas, sem afetar a
estabilidade do talude. Ademais, o solo pode exercer o trabalho de preen-
chimento dos espaços vazios existentes entre as rochas. O enrocamento
de pedras objetiva, na prática, revestir os taludes com rochas ou blocos
artificiais, formando um maciço de rochas com o intuito de conter aterros,
taludes, margens de rios e encostas dos efeitos dos processos erosivos.
• Enrocamento com vegetação: Esta técnica de bioengenharia
consiste em preencher os espaços e aberturas existentes entre as ro-
chas do enrocamento de pedras, citado anteriormente, com estacas vi-
vas. O enrocamento com vegetação proporciona uma imediata proteção
dos taludes que estão sofrendo com os processos erosivos ativos, visto
que controla o excesso de umidade presente e garante a estabilização
mecânica nas margens. As estacas vivas utilizadas nesse processo de-
vem possuir comprimento de 85 a 100 cm e diâmetros de 12 a 40 mm.
Essa prática é indicada para locais afetados por fluxos superficiais de
água e deslocamentos de massa do solo.
• Capim Vetiver: este capim possui boa adaptação em diferen-
tes tipos de clima, principalmente o tropical e subtropical, com gran-
de facilidade na remediação de áreas degradadas; dá bons resultados
quando sua aplicação é para controle dos processos erosivos, já que
suas raízes e fibras cilíndricas são capazes de atingir uma profundidade
de 3 a 5 m de alcance. Dessa forma, a planta proporciona uma elevada
resistência a períodos de seca e ao forte poder das enxurradas, fazendo
com que fiquem acopladas ao solo.
• Parede de Krainer: é uma técnica utilizada para estabilização
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

e reconstrução das margens fluviais expostas à erosão, em recursos


hídricos com média e alta velocidade, levando em consideração o car-
regamento de sedimentos sólidos com média granulometria. Para isso,
são colocadas estacas de madeira piloto até a altura da água para con-
ter os processos erosivos.
A vegetação aplicada pela bioengenharia apresenta resultados
eficientes para controlar processos erosivos, por exemplo. As raízes
das plantas utilizadas no processo em associação com a biota do local
presente nos solos proporcionam a estabilização das camadas superfi-
ciais de até 1,5 m.
Além disso, os movimentos de massa também podem ser con-
trolados ou minimizados pela aplicação de técnicas da bioengenharia,
57
movimentos esses comuns em atividades de extração mineral. Não só
em atividades de mineração, mas em atividades que envolvam a enge-
nharia civil como um todo, em especial a construção de estradas e fer-
rovias, áreas de disposição final de resíduos, expansão urbana, dentre
outros, necessitam de projetos de recuperação para a área em questão
após terem sido usadas para essas atividades.
O geotêxtil é um material em forma de manta antierosiva dis-
posta sobre o solo. Ele pode ser confeccionado de diversos materiais
como, por exemplo, folhas de tronco de bananeira e folhas de palmáce-
as, ambas com características de biodegradabilidade. Esses materiais
contribuem para a técnica de conservação do solo e são muito utiliza-
dos em projetos de engenharia.
As técnicas de bioengenharia são recomendadas por vários
fatores, pois além de atuar na recuperação das áreas degradadas, os
materiais geotêxteis de fibras vegetais atuam também como soluções
ambientais, incluindo tecnologias para a conservação dos solos, a dimi-
nuição do desmatamento, relação custo-benefício, entre outros.
Além disso, as medidas empregadas na bioengenharia atuam
como uma estabilização biotécnica, com o uso de plantas. Essas plan-
tas, em determinados casos, são colocadas no solo com configuração
especial, conforme o objetivo proposto. Essa técnica contribui para o
reforço no solo, a barragem contra os movimentos de massa, os con-
centradores de umidade e atuam como dispositivos de drenagem.
É importante ressaltar que o uso das tecnologias deve ser re-
alizado de forma adequada, de acordo com cada caso específico, e
seguindo as orientações técnicas apropriadas para que, de fato, os ge-
otêxteis cumpram a função desejada; caso contrário, eles deixam de ser
uma boa opção no caso em questão.
Nas fotos abaixo, tem-se exemplos da má aplicabilidade do ge-
otêxtil na recuperação de um talude. Na primeira figura, na parte inferior,
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

abaixo das telas, é possível observar que o solo continua sendo degrada-
do e não houve efetiva recuperação da encosta. Na figura seguinte foram
colocadas as mantas, mas não foi feito nenhum diagnóstico na área.

58
Figura 30 - Recuperação Inadequada de Talude

Fonte: Guerra, 2013.

Figura 31 - Recuperação Inadequada em Trecho da Rodovia Rio-Santos

GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Guerra, 2017.


59
Ao longo de estudos e aplicações do uso da bioengenharia,
inúmeros benefícios foram constatados, tais como:
• Redução da taxa de erosão e da temperatura do solo;
• Aumento da umidade do solo;
• Aumento e melhora do crescimento vegetal e quantidade de
nutrientes;
• Proteção e estabilização de superfícies que apresentam ins-
tabilidade, como voçorocas e sítios arqueológicos;
• Aumento da fauna endopedônica;
• Melhora da educação ambiental;
• Renda e emprego com a fabricação dos geotêxteis;
• Técnica ecologicamente correta.
As técnicas utilizadas na bioengenharia facilitam o desenvolvi-
mento dos micro-organismos e, assim, devolvem a vida aos solos que so-
freram processos erosivos. As imagens a seguir apresentam a aplicação
e evolução da área com o uso de geotêxtil de fibra de troco de bananeira.

Figura 32 - Área de Encosta Degradada


GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Fonte: Guerra, 2013.

60
Figura 33 - Aplicação do Geotêxtil de Fibra de Tronco de Bananeira

Fonte: Guerra, 2013.

Figura 34 - Trecho Anterior Após 1 mês de Aplicação da Fibra com Plantio de


Gramínea e Adubo Químico

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Fonte: Guerra, 2013.

A seguir, são apresentas algumas vantagens do uso da técnica


de bioengenharia para recuperação de áreas degradadas.

61
Figura 35 - Vantagens da Bioengenharia

Fonte: Guerra, 2017.

Em vista do exposto, a bioengenharia é uma técnica muito utili-


zada na recuperação de áreas degradas, para contenção de processos
erosivos, movimentos de massas, entre outros processos de degrada-
ção. Todavia, é importante fazer um diagnóstico adequado, assim como
uma análise de viabilidade econômica para saber qual combinação uti-
lizar para que o resultado seja positivo e satisfatório.
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62
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEMAI PI Prova: Auditor Fiscal Am-
biental
A cidade de São Paulo apresenta exemplos interessantes de como
se trabalhar áreas que anteriormente haviam sido degradadas.
Exemplos desse trabalho são a raia olímpica da Cidade Universitá-
ria da USP, instalada em uma antiga área de extração de areia em
planície aluvionar do Rio Pinheiros, e o lago do Parque Ibirapuera,
instalado em antiga cava de extração de areia.
Nesses exemplos, foi colocado em prática o conceito de:
a) Recuperação de áreas degradadas.
b) Restauração de áreas degradadas.
c) Regeneração de áreas degradadas.
d) Reabilitação de áreas degradadas.
e) Resiliência de áreas degradadas.

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão PC RJ Prova: Perito Criminal
A escolha dos métodos e práticas de prevenção à erosão é feita em
função dos aspectos ambientais e socioeconômicos de cada pro-
priedade e região. Cada prática aplicada isoladamente previne ape-
nas de forma parcial o problema. Para uma prevenção adequada à
erosão, faz-se necessária a adoção simultânea de um conjunto de
práticas. A prática que objetiva manter o solo coberto no período
chuvoso, diminuindo os riscos de erosão e melhorando as condi-
ções físicas, químicas e biológicas do solo é conhecida como:
a) Pastagem.
b) Reflorestamento.
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

c) Plantas em cobertura.
d) Plantio em nível.
e) Cordões de vegetação.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão MPE SP Prova: Analista Técnico
Científico - Geógrafo
Especialmente em áreas urbanas, os movimentos de massa são
responsáveis por sérios prejuízos materiais e de vida à população
e, por esse motivo, estes constituem objetos de estudos de grande
interesse para pesquisadores e gestores. O Brasil, por suas condi-
ções climáticas e geomorfológicas, está sujeito a esses danos. Em
63
razão da relevância dos movimentos de massa no planejamento
urbano, é correto afirmar:
a) a classificação e padronização dos movimentos de massa são difi-
cultadas pela diversidade de materiais envolvidos, processos e fatores
condicionantes.
b) os movimentos de massa são processos pedogenéticos acelerados
pela ação da chuva e pela ocupação desordenada.
c) as corridas de massa estão associadas geralmente à concentração
excessiva de fluxos de água subsuperficiais e possuem em geral pe-
queno poder de destruição em razão da ausência de materiais viscosos.
d) os escorregamentos são caracterizados por movimentos rápidos,
com ausência de planos de ruptura e homogeneidade do material.
e) a carta geotécnica constitui o principal instrumento de planejamento
que permite prever com precisão a ocorrência de escorregamento no
espaço e tempo.

QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: CEBRASPE (CESPE) Órgão: MPOG Prova: Geó-
grafo
Os processos erosivos que ocorrem na superfície da Terra envol-
vem transporte e sedimentação de materiais. Acerca desse assun-
to, julgue o item a seguir.
Estratificações cruzadas são encontradas tipicamente em depósi-
tos sedimentares eólicos ou fluviais.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CEBRASPE (CESPE) Órgão: SLU DF Prova: Ana-
lista de Gestão de Resíduos Sólidos - Geografia
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

Julgue o item referente à educação ambiental.


No mundo globalizado, diversas empresas adotam a estratégia do
marketing verde como uma alternativa para mostrar que os seus
produtos ou serviços apresentam benefícios ou ausência de male-
fícios ao meio ambiente, a partir da forma como são produzidos ou
da postura geral da empresa em relação ao meio ambiente.
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Muito utilizados na bioengenharia, discorra brevemente sobre os mate-
riais geotêxteis.
64
TREINO INÉDITO
Uma área natural quando sofre degradação, para voltar a ter algu-
ma serventia passa por estágios, dividido em quatro momentos.
Esses momentos estão expressos correta e respectivamente em:
a) recuperação, degradação e restauração ou reabilitação.
b) degradação, restauração e recuperação ou reabilitação.
c) degradação, recuperação e restauração ou reabilitação.
d) restauração, recuperação e degradação ou reabilitação.
e) degradação, reabilitação e recuperação ou restauração.

NA MÍDIA
PREFEITURA RECEBE SEMENTES PARA RECUPERAR ÁREAS
DEGRADADAS
Com o objetivo de produzir mudas para a recuperação de áreas degrada-
das na área rural de Ji-Paraná, O Governo do Estado, por meio da Secreta-
ria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), repassou 99 quilos
de sementes para Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia).
Fonte: Diário da Amazônia
Data: 27/05/2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.diariodaamazonia.com.br/prefeitu-
ra-recebe-sementes-para-recuperar-areas-degradadas/

NA PRÁTICA
NÍVEIS DE REFERÊNCIA PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DE-
GRADADAS:
A analista do meio ambiente da Sema, Ligia Mara Vendramin, à frente da
discussão, explica que este nível de referência terá critérios e indicado-
res de recuperação que o proprietário rural deverá seguir. Atualmente, os
produtores assinam um termo de ajustamento de conduta e adotam um
cronograma. Mas, com esse nível de referência estabelecido, os termos
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

serão assinados com base nos indicadores, e não mais nos cronogramas.
Governo do Mato Grosso do Sul
Disponível em: http://www.mt.gov.br/-/4264793-sema-discute-niveis-de-
-referencia-para-recuperacao-de-areas-degradadas

65
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A biodegradação dos resíduos pode ocorrer em quatro fases. A fase


aeróbica (fase inicial) possui curta duração - entre horas e sete dias, já
que os resíduos recentes possuem alto teor de oxigênio livre. Dessa for-
ma, o oxigênio e o nitrogênio presentes são consumidos, ocasionando
a geração de gás carbônico, água e calor. Nessa fase, de 5% a 10% da
matéria sólida é degradada. Após o consumo de todo o oxigênio presen-
te nessa fase, a biodegradação passa a ser anaeróbica.
Na fase anaeróbica, toda a matéria que foi decomposta gera líquidos com
pH inferiores a 5 e altos valores de DBO - consumo de oxigênio por micro-
-organismos presentes no metabolismo e Demanda Química de Oxigênio
- DQO. Por isso, essa fase também é denominada de anaeróbica ácida
e seu processo leva de um a seis meses de duração. Aqui, entre 15% e
20% da matéria sólida é degradada e há o aumento de produção de CO2.
A terceira fase, biodegradação metanogênica acelerada ou não estabili-
zada, comporta a produção de metano - CH4 e ácidos de forma simultâ-
nea. Os ácidos são reduzidos e, junto com o H2, são transformados em
metano e gás carbônico. Nesse processo, há a elevação do pH entre
6,8 e 8 e redução na DBO e DQO. Esse processo dura em torno de três
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

meses a três anos.


Já na última fase, degradação metanogênica desacelerada, ou estabili-
zada, a geração de gases é reduzida. Nesse processo são gerados me-
tano e gás carbônico em sua maioria, e pequeno volume de nitrogênio
e oxigênio. Assim, nessa fase que varia de 8 a 40 anos, a matéria sólida
é decomposta entre 50% a 70%.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E

66
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os geossintéticos podem ser identificados pela sua função principal, se


destacando pelos seguintes desempenhos:
Separação: quando dois solos apresentam ou são distribuídos por par-
tículas diferentes, o geossintético pode atuar como componente sepa-
rador entre as camadas de solos.
Filtração: Para filtração, o geossintético atua como um filtro de areia. A
sua ação permite que a água passe por meio do solo enquanto desem-
penha a função de reter as partículas sólidas.
Drenagem: Nessa função, o geossintético atua como um componente de
dreno que conduz o fluido por meio de solos com permeabilidade baixa.
Reforço: o geossintético, nesse caso, atua como reforço, seja inserido para
reforçar totalmente o solo ou de modo parcial com uma associação para
melhorar a propriedade de resistência e deformação do maciço natural.
Contenção de gases e fluidos: atua como função impermeável impedin-
do a passagem de gases e fluidos.
Controle de processos erosivos: auxilia no controle dos processos erosivos
provocados pela ação de chuvas e pelo escoamento da água na superfície.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

67
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O geotêxtil é um material em forma de manta antierosiva disposta sobre o


solo. Ele pode ser confeccionado de diversos materiais como, por exemplo,
folhas de tronco de bananeira e folhas de palmáceas, ambas com caracte-
rísticas de biodegradabilidade. Esses materiais contribuem com a técnica
de conservação do solo e são muito utilizados em projetos de engenharia.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
GEOTECNIA AMBIENTAL - GRUPO PROMINAS

68
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 8419: 1992 -
Versão Corrigida 1996 – Apresentação de projetos de aterros sanitários
de resíduos sólidos urbanos.

_____ NBR 13896 (1997) – Aterros de resíduos não perigosos – Crité-


rios para projeto, implantação e operação – Procedimento.

Abrelpe. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2017.

BENVENUTO, Clóvis. Aterro Sanitário (pequeno, médio e grande porte).


Seminário de Gestão de Resíduos Sólidos - da Coleta ao Destino Final.
Acesso em 01 de out. 2019. Disponível em: <http://www.ablp.org.br>.

BOSCOV, Maria Eugênia Gimenez. Geotecnia Ambiental. Oficina de


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