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DIREITO TRIBUTÁRIO

PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

Apresentação..................................................................................................................3
Princípios do Direito Tributário........................................................................................6
Conceitos Estruturais e Princípios...................................................................................6
Relação Jurídica Tributária. ..............................................................................................6
Modalidades de Lançamento...........................................................................................9
Alíquota........................................................................................................................ 13
Fraude à Execução Fiscal.............................................................................................. 14
Decretação de Indisponibilidade de Bens....................................................................... 14
Princípios em Direito Tributário..................................................................................... 15
Princípio da Legalidade.................................................................................................. 15
Princípio da Isonomia.....................................................................................................25
Princípio da Irretroatividade..........................................................................................26
Princípio da Retroatividade Benigna. .............................................................................. 27
Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal. . ........................................................ 31
Princípio da Insignificância em Direito Tributário. . ..........................................................36
Princípio da Progressividade......................................................................................... 37
Princípio da Seletividade. .............................................................................................. 40
Princípio da Não Cumulatividade e Repercussão Tributária........................................... 40
Questões de Concurso...................................................................................................42
Gabarito........................................................................................................................55
Gabarito Comentado. .....................................................................................................56

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Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

Apresentação

Olá, amigo(a)!
Seja bem-vindo(a) ao curso de Direito Tributário para sua intensiva preparação para o Exa-
me de Ordem.
Estudar para o Exame de Ordem não é tarefa das mais fáceis. É uma prova que requer
uma boa base no conteúdo diante do grau cada vez mais elevado das questões. No entanto, a
aprovação é totalmente possível com uma boa preparação e um bom material de estudo dire-
cionado aos pontos cobrados com frequência na prova.
Para isso, planejei todas as aulas com muito carinho e disciplina.
A preparação do(a) candidato(a) hoje em dia não deve se limitar à simples leitura do ma-
terial. Requer um estudo vinculado às videoaulas, leitura do texto seco da lei, resolução de
exercícios.
Nessa linha, buscarei detalhar todo o conteúdo programático da matéria, numa linguagem
simples e objetiva, sem, contudo, ser superficial.
O curso ajudará tanto alunos(as) do nível mais básico, ou seja, que estão vendo a matéria
pela primeira vez, quanto aqueles(as) do nível mais avançado, que desejam fazer uma revisão
completa e detalhada da matéria.
Além disso, resolverei todas as questões cobradas pela FGV nos últimos Exame de Ordem,
separadas por tópicos dentro da disciplina de Direito Tributário, de tal forma que você fique
bastante afiado(a) na matéria, ao ponto de chegar à prova com bastante segurança.
Antes de iniciar os COMENTÁRIOS sobre o funcionamento do curso, gostaria de fazer uma
breve apresentação pessoal.
Sou advogada, com especialização em Direito Público, e professora, há mais de 15 anos, em
graduação, pós-graduação, cursos preparatórios para concursos e, claro, para o Exame de Ordem.
Sei o que você está passando. Já passei por isso e foi uma fase muito difícil. Eu tinha uma
jornada dura, uma filha de apenas dois anos e estava grávida do meu segundo filho (fui diag-
nosticada com descolamento de placenta). Tinha que conciliar o trabalho com os estudos e
ainda cuidar de minha filha e da minha gestação que era de alto risco.

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Sei que muitos(as) vivem situações parecidas. Todos nós temos inúmeras dificuldades,
mas acredite, todas são passageiras. Não há mal que dure para sempre. E nos momentos de
maior dificuldade em minha vida, eu parava, chorava, sim, chorava e, às vezes, ainda choro
muito, respirava (respiro), lavo o rosto e falo: “Continua Maria Christina. Nade mais uma vez.
Não desista. Vai dar certo”. E de uma forma ou de outra a vida sempre trata de entrar no trilho
mais uma vez.
Como a peixinha Dory diz ao Nemo: “Quando a vida lhe decepcionar, qual é a solução? Con-
tinue a nadar, continue a nadar”. Continue a ESTUDAR mesmo diante das adversidades da vida.
Não são as perdas nem as quedas que nos fazem fracassar no caminho, mas sim a falta
de coragem de se levantar e seguir adiante. Levante quantas vezes for preciso.
Quantas coisas você deixou de fazer por medo de errar? Ou por medo de não dar conta?
Temos medo de errar e de passar por uma humilhação porque buscamos a perfeição. Mas
nós não somos perfeitos. Ninguém é. Estamos em processo constante de aprendizado em
todos os momentos da vida. Permita-se errar. Você é um ser humano.
Os ACERTOS servem para mostrar que o caminho é esse e os ERROS para aprender e RE-
CONSTRUIR O CAMINHO.
Não há crescimento sem erro. Saia da zona de conforto e permita-se errar e aprender com
os erros.
Nós não temos erros. Temos resultados que, às vezes, são ou não satisfatórios.
NÃO BUSQUE A PERFEIÇÃO. Você é HUMANO. Não tenha medo de errar. Se você errou,
SORRIA. Faça diferente daqui para frente. Aprenda com o seu “erro”/“resultado” e se APERFEI-
ÇOE REPENSANDO atitudes.
Saiba lidar com os RESULTADOS. Erre procurando acertar. ESSE É O MELHOR ERRO DA
SUA VIDA. REPITA: Eu estou aqui para aprender. Não seja tão autocrítico(a). Se errou!!! ESQUE-
ÇA! É PASSADO.
A maneira como pensamos sobre as coisas ou enxergamos a vida pode tirar um peso de
nossas costas. TIRE ESSE PESO DE VOCÊ.
O trajeto até a aprovação é muito dolorido, mas o estudo com constância, com habitualida-
de sempre nos traz frutos duradouros, conquistas plantadas em terreno fértil.

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Quando os problemas vierem. Sim, eles vão vir. Feche os olhos e repita: Tente outra vez.
Chore e faça mais uma questão e a cada lágrima derramada leia mais um artigo da legislação
e logo seu choro será de alegria conquistada pelo seu suor e dedicação.
Tenho certeza de que vamos dividir a maravilhosa experiência da aprovação em breve e até
lá estou aqui para dividir as angústias, os medos e compartilhar os sonhos e as vitórias.
Eu nunca vi alguém se arrepender do tempo investido em estudo.
Estudar é crescer silenciosamente para um futuro glorioso.
Foco (para não se desviar da meta), força (nos momentos de dificuldade) e fé (torna todas
as demais possíveis).
Juntos somos muitos e somos mais fortes.
Feitas as apresentações iniciais, passemos à proposta do nosso curso, dividido da seguin-
te forma:

AULA CONTEÚDO
AULA 1 Conceitos Estruturais e Princípios em Direito Tributário
AULA 2 Imunidades Tributárias
AULA 3 Conceito e Natureza Jurídica dos Tributos, Competência Tributária e Espécies Tributárias
AULA 4 Impostos Federais
AULA 5 Impostos Estaduais
AULA 6 Impostos Municipais e Repartição de Receitas Tributárias
AULA 7 Responsabilidade Tributária
AULA 8 Causas de Suspensão, Exclusão e Extinção do Crédito Tributário

Então, chegou a hora de buscarmos e construirmos a nossa aprovação, pois cada minuto
de estudo é um passo à frente, rumo ao seu futuro!

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Conceitos Estruturais e Princípios

Relação Jurídica Tributária

Hipótese de incidência: hipótese de incidência é uma previsão em abstrato na letra da lei,


traduzindo-se na aplicação do princípio da legalidade.
Fato gerador: é a materialização, a concretização da hipótese de incidência que estava pre-
vista apenas de maneira abstrata na letra da lei e agora encontra-se materializada no mundo
real.
A hipótese de incidência e o fato gerador são coisas bem distintas. No entanto, o próprio
Código Tributário Nacional não é claro na distinção técnica acerca das duas definições, con-
forme disposto no art. 114 do CTN: “fato gerador da obrigação principal é a situação definida
em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.
A hipótese de incidência é a abstração legal de um fato. É a situação descrita na letra da lei,
daí traduzir-se na aplicabilidade do princípio da legalidade por se tratar de uma hipótese que
pode ou não vir a acontecer.
O fato gerador, por sua vez, é a realização concreta de uma situação descrita na hipótese
de incidência, descrita na norma, na letra da lei cuja observação faz nascer uma obrigação
Tributária.
Obrigação tributária: obrigação tributária é toda obrigação que surge quando se con-
suma um fato previsto na legislação tributária gerando um vínculo entre o sujeito ativo da
relação jurídica tributária (União, estado, DF e município) e o sujeito passivo (contribuinte e/
ou responsável).

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Tal obrigação se subdivide:


• Principal: a obrigação principal é aquela que surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o
crédito dela decorrente, conforme disposto no art. 113, § 1º, CTN. Dessa forma, vemos
que as cinco espécies tributárias (impostos – art. 145, I, CF/1988, taxas – art. 145, II,
CF/1988, contribuições de melhoria – art. 145, III, CF/1988, contribuições sociais – art.
149, CF/1988 e empréstimo compulsório – art. 148, CF/1988) são obrigações principais,
tais quais as penalidades pecuniárias, leiam-se as multas por serem obrigações em PA-
GAR;
• Acessória: a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previsto o interesse da arrecadação ou da fisca-
lização dos tributos, conforme disposto no art. 113, § 2º, CTN.

Obrigações acessórias são obrigações de fazer ou deixar de fazer algo, prestações positi-
vas ou negativas, ações ou omissões imputadas ao sujeito passivo da relação jurídica tributá-
ria.
As multas, penalidade em Direito Tributário, sempre serão obrigações tributárias principais.
Inclusive o art. 113, § 3º, do CTN, dispõe que: “a obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”.
A Empresa Delta tem o dever de emitir nota fiscal para saída da mercadoria de seu es-
tabelecimento. Caso deixe de cumprir tal obrigação acessória, esta será convertida auto-
maticamente em obrigação principal, pois o sujeito passivo será atuado com penalidade
pecuniária de multa.
Sujeito ativo: o sujeito ativo é o credor da obrigação tributária. É aquele que cobra o tributo,
fiscaliza e constituiu o crédito por meio do lançamento. É a pessoa jurídica de direito público
titular da competência atribuída pela Constituição, no caso, os quatro entes federativos (União,
estados, DF e municípios) ou uma autarquia ou fundação (art. 119, CTN).
Sujeito passivo: o sujeito passivo pode ser definido como o contribuinte e/ou responsá-
vel tributário.

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Contribuinte é aquele que tem relação direta com o fato gerador do tributo, estabelecendo
uma relação contributiva determinada por lei para pagar os tributos (art. 121, I, CTN).
Responsável é aquele que tem relação indireta com o fato gerador, atribuída mediante lei,
possuindo uma relação de colaboração com a administração para simplificar, facilitar ou ga-
rantir a arrecadação do tributo (art. 121, II, CTN).
Lançamento: é o procedimento administrativo plenamente vinculado e compulsório em
que o Fisco identificará o sujeito passivo, o valor do crédito e sua origem, objetivando constituir
o crédito tributário, quantificá-lo, torná-lo exigível.

TÍTULO III
Crédito Tributário
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as
garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação
tributária que lhe deu origem.
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem
sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem
ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as
respectivas garantias.
CAPÍTULO II
Constituição de Crédito Tributário
SEÇÃO I
Lançamento
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocor-
rência do fato gerador da obrigação.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obriga-
ção, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os pode-
res de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

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§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo,
desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em vir-
tude de:
I – impugnação do sujeito passivo;
II – recurso de ofício;
III – iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou
judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento
somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorri-
do posteriormente à sua introdução.

Modalidades de Lançamento
Lançamento por Declaração

O lançamento por declaração ocorre quando o contribuinte ou terceiro apresenta o formu-


lário, contendo suas informações, cujos dados estando corretos, são tomados pelo Fisco para
apurar o valor do tributo devido, conforme os termos do art. 147 do CTN.
Esse tipo de lançamento também é chamado de misto porque o contribuinte apresenta a
declaração e o Fisco, com os dados da declaração, apura o tributo a ser pago e expede a noti-
ficação ao contribuinte para que ele pague.

Exemplo: ITBI.

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quan-
do um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações
sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a ex-
cluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado
o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela
autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Lançamento por Homologação

O lançamento por homologação acontece quando o próprio sujeito passivo verifica a exis-
tência do fato gerador, calcula o tributo e realiza o pagamento, independentemente de qualquer
atuação anteriormente praticada pela autoridade administrativa.

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Resta, portanto, à autoridade administrativa conferir posteriormente se o pagamento se


concretizou da maneira correta, momento em que efetivará o lançamento tributário.

Exemplo: ICMS, IPI, IR, PIS e Cofins.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida
pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condi-
ção resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados
pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo
porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homo-
logado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.

Lançamento de Ofício

O lançamento de ofício ocorre quando o Fisco possui elemento suficiente para efetuar
o lançamento, independentemente de existir qualquer tipo de autuação ou participação do
sujeito passivo.

Exemplos: envio de carnê de IPTU e IPVA (Súmula n. 397 do STJ), contribuição de iluminação
pública e a maioria das taxas.

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o pre-
ço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular,
arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou
os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa
ou judicial.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos:
I – quando a lei assim o determine;
II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação
tributária;

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III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente,
a juízo daquela autoridade;
IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legis-
lação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exer-
cício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado,
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento
anterior;
IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autorida-
de que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da
Fazenda Pública.

Crédito Tributário

O crédito tributário é o direito dos entes federativos, decorrente da obrigação tributária e


devidamente constituído pelo procedimento administrativo do lançamento dotado, portanto,
de certeza, liquidez e exigibilidade, criando um vínculo entre o sujeito ativo e passivo para pa-
gamento do tributo.

Dívida Ativa

A inscrição em dívida ativa dos créditos tributários devidos à Fazenda Pública é a apuração
dos créditos líquidos e certos que compõem o ativo permanente do Fisco, constituído pelo
valor originário de débito, tributário ou não, de todas as esferas e que em âmbito nacional são
executados pela Procuradoria da Fazenda Nacional, conforme disposto na Lei n. 6.830/1980.

CAPÍTULO II
Dívida Ativa
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente ins-
crita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento,
pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

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Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do
crédito.

O art. 202 do CTN estabelece os requisitos de validade da Certidão de Dívida Ativa, valendo
ressaltar que a omissão quanto a quaisquer dos elementos gerará a sua nulidade que poderá
ser emendada até a decisão de 1º grau, devendo ser devolvido o prazo para defesa.

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III – a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha
da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo,
são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade
poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, de-
volvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar
sobre a parte modificada.

Com relação à Certidão de Dívida Ativa, há três espécies:


• Certidão positiva: indica que o sujeito passivo tem débito com o poder público, gerando
uma presunção relativa de liquidez e certeza;

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de
prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova ine-
quívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

• Certidão negativa: indica que o sujeito passivo não possui qualquer débito com o poder
público diante das causas de extinção do crédito (art. 156 do CTN) e das causas de ex-
clusão (art. 175 do CTN), que deverão ser fornecidas dentro do prazo de 10 dias;

CAPÍTULO III
Certidões Negativas
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja
feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas
as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou
atividade e indique o período a que se refere o pedido.

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Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida
e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.

• Certidão positiva com efeito de negativa: nos casos em que o juízo se encontre garan-
tido e nos casos de suspensão da exigibilidade do crédito (art. 151 do CTN) serão expe-
didas certidões positivas com efeito de negativa.

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência
de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora,
ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação
de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a
caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura
devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade
seja pessoal ao infrator.
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda
Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de
mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional que no
caso couber.

Base de Cálculo

Base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular
a quantia a pagar, advindo, por exemplo, do valor do bem ou do valor da operação que esteja
sendo realizada.

Exemplo: na venda de imóveis, a base de cálculo do IR é a diferença entre o valor da venda e


o valor declarado do imóvel na declaração anual de renda e patrimônio e, no caso do ICMS, a
base de cálculo geralmente é o valor da venda da mercadoria (salvo disposição em contrário).

Alíquota
A alíquota é um dos elementos da regra matriz de incidência tributária, mais especifica-
mente do critério quantitativo. Assim, exige-se que seu valor ou percentual seja estabelecido
em lei para que se atenda ao princípio da legalidade tributária.

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Pode ser classificada como um percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do
valor de um tributo em duas categorias:
• Fixa ou ad valorem: a alíquota corresponde a um valor monetário sobre uma base de cál-
culo cujo valor é não monetário, como, por exemplo, litros, galões, metros cúbicos etc.;
• Percentual: a alíquota corresponde a uma porcentagem da base de cálculo cujo valor é
monetário/econômico, como, por exemplo, reais, dólares.

Fraude à Execução Fiscal


Em Direito Tributário, a fraude à execução fiscal resta configurada com a mera inscrição em
dívida ativa, não sendo necessário o registro de penhora do bem, como disposto na Súmula n.
375 do STJ, que não se aplica ao ramo de Direito Tributário.
Vale ressaltar que tal presunção de fraude é meramente relativa, pois o contribuinte poderá
afastá-la caso comprove que possui bens suficientes ao total pagamento da dívida, mesmo
com a alienação de parte do patrimônio.

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito
como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

Súmula n. 735 do STJ


O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alie-
nado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente (inaplicável em direito tributário).

Decretação de Indisponibilidade de Bens

O magistrado somente poderá decretar a indisponibilidade de bens do executado após


esgotar todas as tentativas na busca por bens penhoráveis, devendo fazê-lo no valor do débito.

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens
à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponi-
bilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos
órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a
fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo
o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem
esse limite.
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade
houverem promovido.

Súmula n. 560 do STJ


A decretação de indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pres-
supõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracteri-
zado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de
ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran.

Princípios em Direito Tributário

Princípio da Legalidade

Como regra, os tributos serão instituídos, extintos, majorados, reduzidos, terão a fixação
de suas alíquotas e base de cálculo, bem como a imposição de penalidades e a determinação
dos casos de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário por meio de lei em sentido
formal, leia-se por meio de lei ordinária, conforme disposto nos arts. 150, I, CF/1988, e 97, CTN.
Atualização da base de cálculo: a mera atualização da base de cálculos dos tributos, leia-
-se, a correção da perda do valor aquisitivo da moeda, não constitui majoração. Dessa forma,
a atualização pode ser realizada por um mero decreto. No entanto, se essa “atualização” for
realizada acima dos índices oficiais de correção monetária, deverá ser feita por lei ordinária
por corresponder a uma majoração, conforme se depreende da leitura do art. 97, § 2º, do CTN
e Súmula n. 160 do STJ.

CF/1988, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
CTN, Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

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Princípios do Direito Tributário
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III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21,
26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou re-
dução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em tor-
ná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualiza-
ção do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária
interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Matérias Tributária Reservada a Edição de Lei Complementar

Edição de Normas Gerais (Explicações, Regulamentações, Conceitos, In-


terpretações)

Dispor sobre os conflitos de competência: os conflitos de competência podem ser negati-


vos (recusa no recebimento do tributo por parte do Fisco) ou positivos (quando dois ou mais
entes desejam cobrar tributos sobre o mesmo fato gerador, ocasionando o fenômeno da bitri-
butação vedado em nosso sistema tributário nacional).
Em ambos os casos de conflito de competência, caberá o ajuizamento de ação de consig-
nação em pagamento. No entanto, o Congresso Nacional deverá editar uma lei complementar
com o intuito de explicar, conceituar e sanar os problemas de conflito de competência como
forma de melhorar a interpretação e, consequentemente, a aplicação da legislação.

CF/1988, Art. 146. Cabe à lei complementar:


I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;

Regular as limitações ao poder de tributar: os princípios e as imunidades são formas de


limitações do poder de tributar do Estado, tendo em vista que tributos não podem ser institu-
ídos por qualquer forma em obediência ao princípio da legalidade e não podem ser cobrados
de qualquer pessoa, tendo em vista que algumas possuem imunidade tributária.

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Princípios do Direito Tributário
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Por tal motivo, os princípios e as imunidades são considerados direitos e garantias indivi-
duais do contribuinte, portanto, matéria de cláusula pétrea que devem ser criados por meio de
normas constitucionais, mas serão regulamentados por meio de lei complementar, conforme
disposto no art. 146, II, da CF/1988.

CF/1988, Art. 146. Cabe à lei complementar:


II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

O STF dispõe na ADIMC 1.802-DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 27.08.98: “não tem aceita-
do a veiculação, em lei ordinária, de definições ou condições que restrinjam a fruição de imu-
nidades, como a definição de entidade sem fim lucrativo ou restrições relativas a rendimentos
e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável por
entidades imunes ou ainda previsão de suspensão do gozo da imunidade tributária como for-
ma de penalidade por ato que constitua infração à legislação tributária”.

Normas Gerais

As normas gerais em Direito Tributário, ou seja, as explicações, definições, regulamenta-


ções ou interpretações em Direito Tributário devem ser feitas por meio de lei complementar.
Nesse rol, há, inclusive, a LC n. 123/2006, que estipula as normas gerais aplicadas ao regi-
me simplificado das microempresas e empresas de pequeno porte.

CF/1988, Art. 146. Cabe à lei complementar:


III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155,
II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que:
I – será opcional para o contribuinte;
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;

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Princípios do Direito Tributário
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III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencen-


tes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados,
adotado cadastro nacional único de contribuintes.
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo
de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabe-
lecer normas de igual objetivo.

Empréstimo Compulsório

O empréstimo compulsório é uma das cinco espécies tributárias. É de competência exclu-


siva da União e, se for criado necessariamente, deverá ser editada uma lei complementar (art.
148 da CF/1988).

IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas)

O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGS) é um imposto de competência exclusiva da União


e, se for criado, necessariamente deverá ser editada uma lei complementar (art. 153, VII, da
CF/1988).

Competência Residual (Novos Impostos e Novas Contribuições para Segu-


ridade Social)

O exercício da competência residual para criação de novos impostos ainda não previstos
na Constituição (art. 154, I, da CF/1988) e de novas contribuições para o financiamento da se-
guridade social (art. 195, § 4º, da CF/1988) é competência exclusiva da União e, se for criado,
necessariamente deverá ser editada uma lei complementar.

Medida Provisória em Matéria de Direito Tributário

Fungibilidade

A lei ordinária é uma espécie normativa fungível, como regra, com lei delegada e com a
edição de medida provisória.
Dessa forma, conforme disposto no art. 62 da CF/1988, a medida provisória, ao ser edita-
da, passa a vigorar com status de lei ordinária e será convertida, se for o caso, dentro do prazo
máximo de 20 dias em lei.

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Princípios do Direito Tributário
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Por tal motivo, o art. 62, § 2º, da CF/1988, dispõe que a medida provisória poderá instituir
ou majorar um tributo desde que tal exação esteja dentro do campo de competência da lei or-
dinária como é o caso do Imposto de Renda.

Infungível

A complementar, por sua vez, é uma espécie normativa infungível, ou seja, não admite
substituição válida com nenhuma outra, tendo em vista que seu quórum de aprovação é de
maioria absoluta, diferentemente da lei ordinária, que possui um quórum para aprovação mais
baixo, qual seja, de maioria simples e relativa.
Dessa afirmação pode-se depreender que medida provisória não pode em hipótese alguma
legislar em matéria de lei complementar, quais sejam: normas gerias, empréstimo compulsó-
rio, IGF e o exercício da competência residual (art. 62, § 1º, III, da CF/1988).

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III – reservada a lei complementar;

Efeitos da Medida Provisória em Matéria Tributária

A medida provisória que criar ou majorar um tributo somente produzirá efeitos no primeiro
dia do exercício seguinte se tiver sido convertida em lei até o último dia do exercício financeiro
em que tenha sido convertida em lei, salvo no caso do II, IE, IPI, IOF e do Imposto Extraordinário
de Guerra.

Art. 62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previs-
tos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Questão 1 (ESAF/PREFEITURA DE NATAL/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS MUNICI-


PAIS/2008) O Governador do Estado de Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007,
em atenção às Constituições Estadual e Federal, medida provisória visando à majoração de
imposto estadual. A norma entrou em vigor na data de sua publicação. O Poder Legislativo
Estadual, porém, somente converteu a medida provisória em lei no dia 20 de fevereiro de 2008.

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Princípios do Direito Tributário
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Em face da situação hipotética e considerando os parâmetros de vigência e aplicação da legis-


lação tributária, aponte em que data o aumento poderá ser efetivamente cobrado.
a) 1º de janeiro de 2008.
b) 4 de fevereiro de 2008.
c) 20 de maio de 2008.
d) 1º de janeiro de 2009.
e) 31 de março de 2009.

Letra d.
Art. 62, § 2º, da CF/1988.

De quando se inicia a contagem dos prazos da anterioridade? Em relação aos tributos deve-se
analisar o momento em que uma medida provisória produzirá efeitos no ordenamento jurídico,
devendo ser levando em consideração três dispositivos.

Art. 62, § 2º Se um imposto for criado ou majorado por medida provisória, para que essa produza
efeitos no exercício financeiro seguinte, deve ser convertida em lei até o último dia daquele em que
foi editada salvo o II, IE, IPI, IOF e o Imposto Extraordinário de Guerra.

Princípio da noventena e da anterioridade anual.

Exemplo: medida provisória publicada no dia 25/09/2030 majorando a alíquota do IPTU. Tal
medida foi convertida em lei no dia 06/12/2030. Quando a medida provisória poderá produ-
zir efeitos?

O IPTU não está excepcionado no art. 62, § 2º, da CF/1988, ou seja, para que produza
efeitos no exercício financeiro seguinte, a medida provisória deve ser convertida em lei no
mesmo exercício financeiro em que foi editada. No nosso exemplo, a conversão ocorreu em
06/12/2030.

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A contagem para verificação do princípio da noventena deve ser feita a partir da edição
da medida provisória. Então, no nosso exemplo, o ato normativo já poderia produzir efeitos a
partir do dia 25/12/2030 com relação à noventena.
Com relação à anterioridade anual, a MP foi convertida em 2030, podendo produzir efeitos
em 01/01/2031.

Exemplo: medida provisória foi publicada no dia 25/09/2030, majorando a alíquota do IPTU. A
medida provisória foi convertida em lei no dia 06/01/2031. Quando a medida provisória poderá
produzir efeitos?

No segundo caso, tanto a noventena quanto a anterioridade foram respeitadas, mas como
a MP foi convertida em lei apenas em 2031, o imposto somente poderá produzir efeitos em
01/01/2032.

Exemplo: medida provisória foi publicada dia 15/11/2030, majorando as alíquotas de uma con-
tribuição para a seguridade (cuidado, só devem obediência ao princípio da anterioridade nona-
gesimal – art. 195, § 6º, da CF/1988). Quando a medida provisória poderá produzir efeitos?

Contribuição não deve obediência ao art. 62, § 2º, da CF/1988. Tal regra é só para impos-
tos.
Esse é o único dispositivo que merece o respeito das contribuições sociais destinadas à
seguridade. Observe que a medida só produzirá efeitos a partir de 90 dias contados da sua
publicação.
Dessa forma, caso a MP seja rejeitada, por exemplo, após 50, 60, 70 ou até mesmo 89 dias
de sua publicação, a medida provisória não produzirá qualquer efeito.
Caso a medida provisória complete 90 dias, produzirá efeitos a partir dessa data. Se for
posteriormente rejeitada, as relações surgidas entre o período compreendido após os 90 dias
(91º a partir da publicação) e a data em que rejeitada serão disciplinadas pelo Congresso Na-
cional, no prazo de 60 dias contados da rejeição. Se o Congresso não o fizer, permanecerão
regidas pela medida provisória.

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De acordo com a jurisprudência do STF podemos concluir que:


• INSTITUIÇÃO ou MAJORAÇÃO de IMPOSTOS: o termo inicial da contagem do prazo da
anterioridade anual é a data da conversão da MP, salvo as exceções do art. 62, § 2º, da
CF/1988;
• INSTITUIÇÃO ou MAJORAÇÃO de TRIBUTOS: o termo inicial é contado da edição da MP.

Questão 2 (SEFAZ-DF/2020) A majoração de qualquer tributo por medida provisória so-


mente produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último
dia do exercício em que tiver sido editada.

Errado.
Existem exceções previstas no art. 62, § 2º, da CF/1988.

Ato do Poder Executivo

Alguns tributos que serão vistos poderão ter somente as alíquotas alteradas por ato do
Poder Executivo, leia-se: decretos, portarias, regulamentos, instruções normativas, resolução
da Camex, dentre outros.

Art. 153, § 1º, da CF/1988

No caso do art. 153, § 1º, da CF/1988, vemos que o Imposto de Importação, o Imposto de
Exportação, o Imposto sobre Operações Financeiras e o Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos podem ter apenas as suas alíquotas alteradas por um ato do Poder Executivo, respeitados
os limites legais, em decorrência de seu caráter extrafiscal, regulatório de mercado.

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SOMENTE AS ALÍQUOTAS PODEM SER ALTERADAS


POR ATO DO PODER EXECUTIVO
II IE IPI IOF
Imposto sobre
Imposto de Imposto de Imposto sobre
produtos
Importação Exportação Operações Financeiras
industrializados

CIDE e ICMS sobre Combustível

No caso da CIDE e do ICMS sobre Combustível, os arts. 177, § 4º, I, b, da CF/1988, e 155, §
4º, IV, c, da CF/1988, preveem que as alíquotas podem ser reduzidas e restabelecidas por ato
do Poder Executivo, respeitados os limites impostos por lei.

Exemplo: vamos supor que uma lei ordinária determine a fixação de alíquota de CIDE sobre
o Combustível em 20%. Dessa forma, um decreto presidencial poderá manejar as alíquotas
dentro dos limites estabelecidos em lei. Acima de 20% deverá ser necessariamente editada
outra lei ordinária.

Art. 155, § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:


IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal,
nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às ativi-
dades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados
e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I – a alíquota da contribuição poderá ser:
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150, III, b;

Resumo do princípio da legalidade:

INSTITUIÇÃO / EXTINÇÃO / BASE HÁ CASOS DE INSTITUIÇÃO POR LEI


DE CÁLCULO / ISENÇÕES LEI ORDINÁRIA / COMPLEMENTAR
ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTAS MEDIDA PROVISÓRIA HÁ CASOS DE ALTERAÇÃO DE
ALÍQUOTAS POR DECRETO

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Questão 3 (QUADRIX/2019) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, não viola o prin-
cípio da legalidade tributária a lei que permite aos conselhos de fiscalização das categorias
profissionais econômicas em geral a fixação e o aumento das anualidades devidas pelos res-
pectivos profissionais inscritos.

Errado.
É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos conse-
lhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar, sem
parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profissionais e econô-
micas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atualização desse
valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos. STF. Plenário.
RE 704292/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).

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Princípio da Isonomia
O princípio da isonomia, também chamado de igualdade, tem previsão constitucional no
art. 150, II, da CF/1988, que dispõe que é vedado aos quatro entes federativos estipular diferen-
ça tributária entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
Tal aplicação decorre das próprias lições de Rui Barbosa, que afirma que o princípio da
isonomia é tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais, na medida de suas desi-
gualdades. Tratar desigualmente os desiguais é tratar de maneira diferenciada.
Para que a isonomia seja realmente aplicada, isso não significa dizer aplicá-la de forma
idêntica a todos os casos, pelo contrário, em muitos casos, requer o tratamento diferenciado.
Por tais considerações, vemos o art. 151, I, da CF/1988, que dispõe o princípio da unifor-
midade geográfica como corolário do princípio da isonomia, discorrendo sobre a vedação à
União em cobrar tributo que não seja uniforme em todo território nacional, o que não impede a
concessão de incentivos fiscais como forma de aplicação integral da isonomia.
Por fim, vale ressaltar que o art. 150, II, da CF/1988, dispõe que é vedado estabelecer dife-
rença tributária em razão da ocupação profissional ou função exercida ou pela denominação
jurídica dos rendimentos, tendo em vista que o único critério diferenciador dos tributos é a
ocorrência do fato gerador por ser o instituto que define sua natureza jurídica (art. 4º, CTN).

Questão 4 (CESPE/2009/EXAME DE ORDEM) Considerando que Júnior, Júlio e Augusto


tenham diferentes ocupações profissionais, exerçam diferentes funções e percebam remune-
rações de diferentes denominações jurídicas, assinale a opção correta à luz do princípio cons-
titucional tributário da isonomia.
a) Os três devem ser tributados com a mesma carga de imposto de renda.
b) As normas somente permitem diferenciar a carga tributária de imposto de renda em benefí-
cio de um dos três indivíduos citados em razão da ocupação profissional.
c) Caso um dos indivíduos citados ocupe função pública especial, o benefício quanto à carga
do imposto de renda poderá ser-lhe concedido.
d) As normas somente permitem diferenciar a carga tributária de imposto de renda em prejuízo
de um dos indivíduos citados, em razão da denominação jurídica de sua remuneração.

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Letra a.
a) Certa. Como a questão não menciona o quanto que cada um recebe, não poderá haver
diferenciação de Imposto de Renda pela função profissional e muito menos por receberem
remunerações de diferentes denominações jurídicas (empregadores). Dessa forma, deve ser
presumido que pagarão a mesma quantidade de Imposto de Renda (art. 150, II, da CF/1988).
b) Errada. É inconstitucional diferenciar a carga de Imposto de Renda pela ocupação profissional.
c) Errada. Art. 150, II, da CF/1988.
d) Errada. Art. 150, II, da CF/1988.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Princípio da Irretroatividade
O princípio da irretroatividade, em matéria tributária, tem como objetivo proibir a cobrança
de tributos anteriores ao início da vigência da lei que tenha instituído ou majorado com o intuito
de evitar que o contribuinte seja pego de surpresa por cobrança por parte do Fisco.
Desse modo, a lei que criar ou aumentar a carga tributária, como regra, somente poderá ser
aplicada a fatos geradores futuros, conforme disposto no art. 150, III, a, da CF/1988.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;

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Princípios do Direito Tributário
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Exemplo:

No exemplo acima, há uma Lei A publicada em 2010, um fato gerador ocorrido em 2012,
uma nova Lei B publicada em 2014, que acabou por revogar a anterior, um lançamento em
2016, para constituir o crédito tributário correspondente à obrigação do fato gerador de 2012,
e uma nova Lei C publicada em 2018, que revogou a anterior.
Nesse caso, pergunta-se... Qual a lei que será aplicada ao fato gerador de 2012? Levan-
do em consideração que as novas Leis B e C não podem retroagir a fatos geradores passa-
dos, será aplicada a Lei A, tendo em vista ser a lei que produz efeitos na data da ocorrência
do fato gerador.
Segundo o art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal, “não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Da mesma forma, em Direito Tributário, não há
instituição de tributo ou imputação de responsabilidade tributária sem lei anterior que o defina.
Dentro dessa ótico, há outra pergunta a ser realizada. Qual a lei será aplicada ao lançamen-
to realizado em 2016? Segundo disposto no art. 144, caput, do CTN, aplica-se ao lançamento a
lei que esteja em vigente na data da ocorrência do fato gerador ainda que posteriormente seja
modificada ou revogada, portanto, aplica-se ao lançamento a Lei A.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Princípio da Retroatividade Benigna

O art. 106 do CTN não se trata de uma real exceção ao princípio da irretroatividade, uma
vez que tal dispositivo não apresenta hipótese de instituição ou aumento de tributo. No entan-
to, dispõe situações em que a lei tributária poderá retroagir a fatos geradores passados.

Lei Meramente Interpretativa


Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;

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Art. 144, § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gera-
dor da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, amplia-
do os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributá-
ria a terceiros.

A lei tributária retroagirá quando for interpretativa, tendo em vista que seu objetivo não é
trazer inovações normativas, mas tão somente explicar, conceituar, regulamentar uma lei ante-
rior devidamente aplicada ao fato gerador futuro.
Por tal motivo, a lei interpretativa retroage, em qualquer hipótese, para melhor a aplicação
da lei minimizando os conflitos e competência.

Ato Não Definitivamente Julgado

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Para que a lei tributária possa retroagir nos casos do art. 106, II, do CTN, o primeiro requi-
sito a ser observado é a existência de processo em tramitação. Diferentemente do que ocorre
no Direito Penal, a lei mais benéfica não irá retroagir caso já exista o trânsito em julgado em
três situações:
• deixe de definir o ato como infração similar ao abolitio criminis em penal;
• deixar de considerar um ato como obrigação acessória desde que não implique falta de
pagamento de tributo ou;
• quando a nova lei venha instituir penalidade (multa) menos severa.

Exemplo: determinado ente federativo editou uma lei estipulando a alíquota de determinado
tributo em 20% e estipulou multas em valor de 15%. Posteriormente, foi editada uma nova lei
reduzindo o valor das alíquotas para 12% e o valor das multas para 7%.

Qual será o valor de alíquota aplicada ao caso? O valor da alíquota será de 20% da data do
fato gerador, tendo em vista que a redução da alíquota não retroage a fatos passados.

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Qual será o valor de multa aplicada ao caso? O valor da multa será o de 7%, tendo em vista
que, conforme o art. 106, II, c, do CTN, há redução da multa retroagirá a fato geradores passa-
dos se a nova lei for publicada quando o processo ainda não tiver transitado em julgado.

Questão 5 (VUNESP/2019) Corresponde à previsão constitucional do princípio da irretroa-


tividade em matéria tributária a vedação a
a) estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interes-
taduais ou intermunicipais.
b) cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.
c) tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
d) utilização de tributo com efeito de confisco.
e) cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado.

Letra e.
a) Errada. Art. 150, V, da CF/1988.
b) Errada. Art. 150, III, a, da CF/1988.
c) Errada. Art. 150, II, da CF/1988.
d) Errada. Art. 150, IV, da CF/1988.
e) Certa. Art. 150, III, a, CF/1988. ,

Questão 6 (VUNESP/2019) O Município X, com o objetivo de reduzir o déficit do seu regime


previdenciário, resolve aumentar, mediante lei própria, a alíquota da contribuição previdenciá-
ria cobrada de seus servidores de 11% para 14%, que se situa acima da alíquota cobrada pela
União de seus próprios servidores. A esse respeito, é correto afirmar que
a) o aumento da alíquota é inconstitucional, pois os Municípios não podem estabelecer alíquo-
tas de contribuição previdenciária dos servidores públicos acima do fixado pela União para
seus próprios servidores.

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b) não se trata de contribuição de natureza tributária, motivo pelo qual não se aplicam as re-
gras de direito tributário aos créditos decorrentes da cobrança de contribuições para o regime
próprio de previdência.
c) os Municípios não têm competência para a modificação da legislação previdenciária, que
é de competência da União Federal, motivo pelo qual deve ser suspensa a cobrança até que
sobrevenha lei federal com ela compatível.
d) a cobrança da alíquota majorada deverá aguardar necessariamente ao menos noventa dias
após a entrada em vigor da lei para ser cobrada em virtude da chamada anterioridade nonage-
simal.
e) as espécies tributárias previstas pela Constituição na competência dos Municípios são ape-
nas os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria, motivo pelo qual deve ser conside-
rada como inconstitucional a modificação realizada por lei municipal.

Letra d.
a) Errada. Art. 149, § 1º, da CF/1988, foi alterado pela EC n. 103/2019.
b) Errada. Possui natureza tributária.
c) Errada. Cada ente federativo terá competência para instituir as contribuições previdenciárias
de seus servidores.
d) Certa. Alteração pela EC n. 103/2019:

Art. 149, § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, con-
tribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da
base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas po-
derá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
§ 1º-B Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos
ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente
com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado
da data de sua instituição.

e) Errada. Comentário item “c”.

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Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal


O princípio da anterioridade anual, também conhecido como anterioridade de exercício,
determina que o Fisco só possa cobrar tributos que tenham sido instituídos ou aumentados
após aguardar o primeiro dia do exercício seguinte à data da publicação lei, visando que o con-
tribuinte seja pego de surpresa, conforme disposto no art. 150, III, b, da CF/1988.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

O princípio da anterioridade nonagesimal, também conhecido como noventena, determina


que o Fisco só possa cobrar tributos que tenham sido instituídos ou aumentados após aguar-
dar 90 dias da data da publicação da lei, também visando evitar que o contribuinte seja pego
de surpresa, conforme disposto no art. 150, III, c, da CF/1988.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Exceções aos Princípios

No entanto, alguns tributos são exceções aos princípios acima mencionados no que se
refere à instituição ou majoração.
O Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o Imposto sobre Operações Financei-
ra, o Imposto Extraordinário de Guerra ou Iminência e o empréstimo compulsório sobre guerra
ou iminência e calamidade pública são exceções aos princípios da anterioridade anual e nona-
gesimal e, dessa forma, podem ser cobrados de imediato.
O Imposto sobre Produtos Industrializados, as contribuições para Seguridade Social, a
CIDE e o ICMS sobre Combustível são exceções ao princípio da anterioridade anual, devendo
observar, no entanto, o princípio da anterioridade nonagesimal.
O Imposto de Renda e a base de cálculo do IPVA e do IPTU são exceções ao princípio da
anterioridade nonagesimal, devendo observar, no entanto, o princípio da anterioridade anual.

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PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL


Cobrança pode ser de II – IE IOF
IMEDIATO Guerra/Calamidade
– IPI
– IR Cobrança em
– Contribuições para Seguri-
Cobrança após 90 dias – Base de Cálculo (IPVA 01/01 do ano
dade Social
e IPTU) seguinte
– Combustível (CIDE e ICMS)

Art. 150, § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Art. 155, § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal,
nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às ativi-
dades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados
e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I – a alíquota da contribuição poderá ser:
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150, III, b;
Art. 195, § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decor-
ridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.

Regra: todos os tributos que não estejam no quadro acima mencionado deverão obediên-
cia a ambos os princípios quando forem instituídos ou majorados evitando, assim, a surpresa
do contribuinte.

Exemplo: suponha que o empréstimo compulsório sobre a calamidade pública decretada em


determinada localidade seja instituído na data de 01/03/2030. Nesse caso, o referido tributo
poderá ser cobrado de imediato por exceção a ambos os princípios.
Suponha que o empréstimo compulsório sobre o investimento público de relevante interesse
nacional seja instituído na data de 01/03/2030. Nesse caso, o referido tributo deverá obediên-
cia aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal e só poderá ser cobrado na data mais
distante.

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No caso, a anterioridade anual teria como data 01/01/2031 e, a anterioridade nonagesimal,


junho de 2030. Dessa forma, a lei somente poderá produzir efeitos em 01/01/2031 por ser a
data mais distante e benéfica ao contribuinte.

Exemplo: suponha que a base de cálculo do IPTU seja majorada na data de 15/12/2030. Nesse
caso, por ser exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal, devendo obediência apenas
ao princípio da anterioridade anual, a lei somente poderá produzir efeitos em 01/01/2031.
Suponha que a alíquota do IPTU seja majorada na data de 15/12/2030. Nesse caso, por ser uma
situação de regra a ambos os princípios pela anterioridade anual, haverá a data de 01/01/2031
e pela anterioridade nonagesimal haverá 16/03/2031. Desse modo, a lei produzirá efeitos na
data de 16/03/2031, mas só poderá ser aplicada ao fato gerador de 2022, tendo em vista que
o fato gerador do IPVA, do IPTU e do ITR é anual e acontece no dia primeiro de janeiro de cada
ano.
Suponha que o ITBI tenha sido reduzido na data de 15/12/2030. Nesse caso, não há que se
falar na aplicação dos princípios da anterioridade anual e nonagesimal, podendo a redução ser
cobrada de imediato.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Tal princípio vigorou como uma das maiores limitações ao poder de tributar nas Constitui-
ções de 1946 e 1967. A Constituição de 1988, contudo, não acolheu o princípio da anualidade
tributária que, consequentemente, deixou de integrar o ordenamento jurídico brasileiro.
Dessa forma, não há mais a necessidade de prévia inclusão no orçamento para criação ou
majoração de tributos.

Modificação do Prazo de Pagamento do Tributo

Segundo o STF, o princípio da anterioridade anual e nonagesimal e o princípio da legalidade


só podem ser aplicados aos casos em que o Fisco cria ou majora determinado tributo. A modificação

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do prazo para pagamento, recolhimento ou vencimento do tributo não pode ser equiparada à
instituição ou ao aumento de tributo, mesmo que o prazo seja menor do que o anterior, ou seja,
mesmo que tenha havido uma antecipação do dia de pagamento.
Assim, quando o poder público alterar o prazo de pagamento de um tributo, não haverá a
necessidade de obediência aos princípios da legalidade, anterioridade anual e nonagesimal,
conforme Súmula Vinculante n. 50 e Súmula n. 669 do STF.

Súmula Vinculante n. 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

Questão 7 (VUNESP/2013) Sobre a vedação de cobrança de tributo no mesmo exercício


financeiro da publicação da lei que o institui, é correto afirmar que
a) não se aplica aos Municípios.
b) aplica-se ao imposto sobre propriedade territorial rural.
c) aplica-se ao ICMS e ao imposto sobre importação.
d) aplica-se ao IPI e aos impostos sobre crédito e operações financeiras.
e) não se aplica ao imposto sobre a renda.

Letra b.
O ITR é um imposto que deve obediência aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal
(art. 150, III, b e c, da CF/1988).

Princípio da Vedação ao Confisco

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;

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Tributos e Multas Não Podem Ter Caráter Confiscatório

Segundo disposto no art. 150, IV, da CF/1988, os tributos não podem ser instituídos com
caráter de confisco sob pena de se retirar o mínimo que as pessoas precisam para viver
com dignidade.
Confisco é a apreensão definitiva de bens privados, pelo poder público, de forma abusiva,
ocorrendo na seara tributária quando a tributação é tão alta a ponto de fazer com que o contri-
buinte perca o próprio bem para conseguir pagar o tributo.
Tal princípio buscou efetivar aplicação dos princípios constitucionais da proporcionalida-
de, da igualdade e da capacidade econômica a fim de determinar que a justiça tributária distri-
butiva fosse devidamente alcançada.
Vale destacar que o STF já pacificou o entendimento de que as multas também não podem
ter efeito de confisco:
Senão, vejamos a diferenciação feita pelo ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, em julgamento do Agravo Regimental em Agravo de Instrumento 727.872/RS, acerca
das espécies de multas tributárias existentes no direito pátrio, conforme extrato:

[...] No direito tributário, existem basicamente três tipos de multas: as moratórias, as puni-
tivas isoladas e as punitivas acompanhadas do lançamento de ofício. As multas mora-
tórias são devidas em decorrência da impontualidade injustificada no adimplemento da
obrigação tributária. As multas punitivas visam coibir o descumprimento às previsões da
legislação tributária. Se o ilícito é relativo a um dever instrumental, sem que ocorra reper-
cussão no montante do tributo devido, diz-se isolada a multa. No caso dos tributos sujei-
tos a homologação, a constatação de uma violação geralmente vem acompanhada da
supressão de pelo menos uma parcela do tributo devido. Nesse caso, aplica-se a multa e
promove-se o lançamento do valor devido de ofício. Esta é a multa mais comum, aplicada
nos casos de sonegação. [...].

Dessa forma, o STF concluiu que é vedada a aplicação de multa tributária pelo Fisco em
percentual superior a 100%, em caso de multa punitiva, e 20%, em caso de multa moratória, so-
bre o valor do tributo devido pelo contribuinte, sob pena de haver a caracterização do confisco.

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Súmula n. 70 do STF
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.
Súmula n. 423 do STF
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.

De acordo com a leitura das súmulas acima mencionadas, é inadmissível a apreensão de


mercadorias e a interdição de estabelecimentos como forma de obrigar ao pagamento de tri-
butos sob pena de confisco.

No entanto, podem apreender livros e notas fiscais da empresa, por exemplo, como mera pe-
dida de fiscalização.

Caso se trate de importação de mercadoria, esta só será liberada mediante apresentação


da guia de pagamento.

Vedação à Limitação de Tráfego de Bens e Pessoas

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou inter-
municipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

É inconstitucional limitar o tráfego de bens e pessoas sob pena de confisco, ou seja, não se
pode tributar o direito de liberdade, o direito de ir, vir e permanecer sob pena de confisco, salvo
o pedágio.

Princípio da Insignificância em Direito Tributário


A jurisprudência dos tribunais superiores admite a aplicação princípio da insignificância
aos ilícitos tributários.

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No entanto, o Código Tributário Nacional é claro ao dispor que a responsabilidade por infra-
ções da legislação tributária independe da efetividade e da extensão dos efeitos do ato, salvo
disposição de lei em contrário.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tribu-
tária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos
efeitos do ato.

Questão 8 (SEFEZA-DF/2020) O Código Tributário Nacional admite a aplicação do princípio


da insignificância aos ilícitos tributários, de modo que a ocorrência da infração fiscal depende
da análise da efetividade e da extensão dos efeitos do ato.

Errado.
O princípio da insignificância em Direito Tributário é admitido pela jurisprudência do STJ, e
não pelo CTN.

Princípio da Progressividade
O princípio da progressividade é um princípio que estabelece que os tributos devem onerar
mais o contribuinte que possuir maior riqueza tributária em detrimento da população mais
carente, prismando pela aplicação do princípio da capacidade econômica, conforme art. 145,
§ 1º, da CF/1988.

Art. 145, § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segun-
do a capacidade do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A progressividade é aplicada por meio de variação nas alíquotas de forma crescente, dife-
rentemente dos tributos classificados como proporcionais, em que a alíquota é fixa e a varia-
ção ocorre na base de cálculo do tributo, como, por exemplo, o ITBI.

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No atual sistema tributário brasileiro, possuímos quatro impostos com alíquotas pro-
gressivas:
• Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR): o Imposto de Renda
possui alíquota progressiva conforme a capacidade econômica do contribuinte aumenta;

Art. 153, § 2º O imposto previsto no inciso III:


I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;

• Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD): o STF, em decisão de pleno


em junho de 2012, proferiu decisão admitindo a aplicação do princípio da progressivi-
dade para o ITCMD para atender à necessidade social de que os mais desfavorecidos
são menos atingidos pela necessidade arrecadadora do Estado, ao passo que os ricos
contribuem com mais recursos para a promoção das políticas sociais e para melhor
distribuição de renda. Vale destacar que a estipulação de alíquotas progressivas de ITBI
é inconstitucional, conforme Súmula n. 656 do STF sendo, portanto, um tributo propor-
cional com alíquotas fixas e base de cálculo variável;

Súmula n. 656 do STF


É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de trans-
missão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel.

• Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR): o ITR possui alíquotas progressivas
em face do cumprimento ou não da função social do imóvel rural a fim de desestimular
a manutenção de propriedades improdutivas.

Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:


I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de proprie-
dades improdutivas;

• Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU):


– PROGRESSIVIDADE em razão do valor do imóvel: esse tipo de progressividade do
IPTU é relacionado ao princípio da capacidade contributiva, que visa tributar aque-
les que possuem maior capacidade econômica;

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Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

– PROGRESSIVIDADE PELO DESCUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL: o art. 182, §4º,


da Constituição Federal, dispõe ser facultado ao município/DF, diante da existência
de imóveis urbanos não utilizados ou subutilizados (não comprem a função social),
promover o adequado aproveitamento do imóvel pelo seu proprietário;
– Edificação compulsória;
– Instituição de IPTU progressivo por, no máximo, cinco anos, com uma alíquota de até
15%, conforme art. 7º do Estatuto da Cidade.

Alíquotas Diferenciadas pelo Uso e Localização do Imóvel

Um terreno baldio poderá ter uma alíquota de IPTU mais alta comparada a dos terrenos
edificados. Os imóveis comerciais poderão ter alíquotas maiores em relação aos residenciais.
O IPTU terá alíquotas progressivas pelo descumprimento da função social da área urbana
(art. 182, § 4º, da CF/1988) e pelo valor do imóvel (art. 156, § 1º, da CF/1988) sendo incons-
titucional a estipulação de alíquota progressiva pelo valor do imóvel (Súmula n. 589 do STF),
podendo ainda ter alíquotas diferenciadas pelo uso e pelo valor do imóvel.

Art. 156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili-
zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

Súmula n. 589 do STF


É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial
urbano em função do número de imóveis do contribuinte.

Súmula n. 668 do STF


É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Const.
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumpri-
mento da função social da propriedade urbana.

Contribuição para o financiamento do Regime Previdenciário dos Servidores Públicos Fe-


derais, Estaduais, Distritais e Municipais – alteração pela EC n. 103/2019.

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Princípios do Direito Tributário
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Art. 149, § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, con-
tribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da
base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.

Princípio da Seletividade

O princípio da seletividade, aplicado de maneira vinculada ao IPI e de forma discricionária


ao ICMS, visa uma variação de alíquotas de acordo com a essencialidade do bem. Alíquotas
inversamente proporcionais ao grau de essencialidade do produto ou da prestação do serviço
com relação aos tributos indiretos, isto é, aqueles em que o ônus tributário repercute no con-
sumidor final.
Com isso, as técnicas do princípio da seletividade visam promover justiça fiscal, inibindo
os efeitos negativos provocados por esses impostos, que tendem regressividade (quem ganha
mais paga menos, quem ganha menos paga mais).
Assim, cabe ao princípio da seletividade coibir a regressividade no sistema tributário nacio-
nal, visando aplicação da justiça social.

Art. 153, § 3º, I – será seletivo, em função da essencialidade do produto;


Art. 155, § 2º, III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

Princípio da Não Cumulatividade e Repercussão Tributária

Em Direito Tributário, há dois tipos de tributos: os cumulativos e os não cumulativos.


O tributo cumulativo incide em efeito cascata, tendo em vista que não gera crédito para
compensação nas empresas. Incide sobre todas as etapas intermediárias do processo produ-
tivo ou da comercialização dos bens da origem até o consumidor final, influindo diretamente
na composição do preço final do produto.
São exemplos de tributos cumulativos: PIS e Cofins para empresas de lucro presumido, a
antiga CPMF.
Os tributos não cumulativos, por sua vez, impedem o efeito cascata, gerando créditos para com-
pensação nas operações futuras mediante sistema de compensação de débitos com créditos.

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Princípios do Direito Tributário
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Exemplos de tributos não cumulativos: PIS e Cofins para empresas com lucro real, ICMS,
IPI, impostos residuais.
O ICMS é um dos tributos não cumulativos mais importante, em que se compensa o que
for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços
com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro estado ou pelo Distrito Federal.
É o famoso sistema de compensação de débitos e créditos, com abatimento do montante
devido pelo contribuinte com o valor pago por este em etapas anteriores, em suas compras de
bens ou serviços já tributados pelo imposto.
Não cumulatividade significa compensação, abatimento de créditos com débitos.
Repercussão é a transferência da carga tributária no preço do produto.

1000 2000 3000


FÁBRICA DISTRIBUIDORA MERCADO CONSUMIDOR
FINAL
D/C D/C D/C
100 / 0 200 / 100 300 / 200 3000
100 100 100 300

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (V EXAME DE ORDEM) Determinada Lei Municipal, publicada em 17/01/2011,
fixou o aumento das multas e alíquotas relativo aos fatos jurídicos tributáveis e ilícitos perti-
nentes ao ISS daquele ente federativo. Considerando que determinado contribuinte tenha sido
autuado pela autoridade administrativa local em 23/12/2010, em razão da falta de pagamento
do ISS dos meses de abril de 2010 a novembro de 2010, assinale a alternativa correta a respei-
to de como se procederia a aplicação da legislação tributária para a situação em tela.
a) Seriam mantidas as alíquotas nos valores previstos na data do fato gerador e as multas
seriam aplicadas nos valores previstos de acordo com a nova lei.
b) Seriam aplicadas as alíquotas e multas nos valores previstos de acordo com a nova lei.
c) Seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores previstos na data do fato gerador.
d) Seriam aplicadas as alíquotas previstas na lei nova e as multas seriam aplicadas nos valores
previstos na data do fato gerador.

Questão 2 (V EXAME DE ORDEM) No exercício de 1995, um contribuinte deixou de recolher


determinado tributo. Na ocasião, a lei impunha a multa moratória de 30% do valor do débito.
Em 1997, houve alteração legislativa, que reduziu a multa moratória para 20%. O contribuinte
recebeu, em 1998, notificação para pagamento do débito, acrescido da multa moratória de
30%. A exigência está
a) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroagente da lei tributária.
b) errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no direito tributário.
c) errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina penalidade menos severa ao contri-
buinte.
d) correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência do fato gerador.

Questão 3 (V EXAME DE ORDEM) A obrigação tributária principal tem por objeto


a) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
b) a escrituração de livros contábeis.
c) a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
d) a prestação de informações tributárias perante a autoridade fiscal competente.

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Questão 4 (VI EXAME DE ORDEM) Em cumprimento de diligência na sede da gráfica Im-


pressões Beta, empresa beneficiária de imunidade quanto aos impostos incidentes sobre sua
atividade de impressão de periódicos, fiscais da Fazenda Estadual apreenderam notas e livros
fiscais, sem terem apresentado mandado judicial com a previsão da medida. Com base no ce-
nário acima, assinale a alternativa correta no que tange à conduta dos agentes do Fisco.
a) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, conformando ato regular de fiscalização, repre-
sentando um poder-dever da Administração.
b) A ação é ilegal, pois a legislação que rege a fiscalização tributária não se aplica àqueles que
gozam de imunidade tributária.
c) A ação é ilegal, pois, para o cumprimento da diligência, era imprescindível a apresentação
de mandado judicial.
d) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, já que a função de fiscalização é ilimitada, tendo
em vista a supremacia do interesse público.

Questão 5 (VII EXAME DE ORDEM) A Lei X, promulgada em 20 de outubro de 2008, deter-


minou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada em 16 de novembro de 2009, reduziu o ICMS
de serviços de telecomunicação. Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF
para compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que
a) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da publicação da Lei X, ao
passo que os novos valores do ICMS e do IOF poderão ser cobrados a partir da publicação dos
diplomas legais que os implementaram.
b) todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser cobrados no exercício
financeiro seguinte à publicação do diploma legal que os alterou por força do princípio da an-
terioridade.
c) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos ao princípio da anteriori-
dade nonagesimal, considerada garantia individual do contribuinte cuja violação causa o vício
da inconstitucionalidade.
d) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao princípio da anterioridade,
está sujeito apenas à anterioridade nonagesimal, o que significa que bastam 90 dias da publi-
cação do decreto que alterou sua alíquota para que possa ser cobrado.

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Questão 6 (VIII EXAME DE ORDEM) O imposto cuja alíquota é invariável e se aplica sobre
base de cálculo variável, é classificado como
a) progressivo.
b) proporcional.
c) indireto.
d) pessoal.

Questão 7 (IX EXAME DE ORDEM) De acordo com as regras contidas no Código Tributário
Nacional, considera-se fraude à
a) a alienação dos direitos reais do patrimônio do devedor, efetivada a qualquer tempo, para
terceiro de má-fé.
b) a alienação do patrimônio do devedor, feita após ciência inequívoca da regular inscrição de
crédito da Fazenda contra si constituído.
c) a aquisição, de má-fé, por terceiro, de parte do patrimônio devedor, refletindo tal situação
presunção absoluta de fraude.
d) a alienação de qualquer parcela do patrimônio do devedor, mesmo que feita a terceiro de
boa-fé, após notificação do lançamento fiscal.

Questão 8 (X EXAME DE ORDEM) Suponha que determinada Medida Provisória editada


pela Presidenta da República, em 29/09/2012, estabeleça, entre outras providências, o aumen-
to para as diversas faixas de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda
das pessoas físicas. Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisó-
ria
a) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data de sua publicação.
b) violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo legislativo previsto
na Constituição Federal/88.
c) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 (noventa) dias conta-
dos a partir da data de sua publicação.
d) não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exer-
cício financeiro subsequente à data de sua conversão em lei.

Questão 9 (XI EXAME DE ORDEM) Assinale a alternativa que indica os impostos cujas alí-
quotas podem ser majoradas por ato do Poder Executivo, observados os parâmetros legais.

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a) Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre a Pro-
priedade Territorial Rural (ITR).
b) Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE) e Imposto sobre Grandes
Fortunas (IGF).
c) Imposto de Renda (IR) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre
Grandes Fortunas (IGF).
d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e
Imposto sobre a Importação (II).

Questão 10 (XII EXAME DE ORDEM) A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implí-
citos, à luz da Constituição da República de 1988, assinale a opção INCORRETA.
a) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios.
b) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
c) É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
de qualquer natureza e razão de sua procedência ou destino.
d) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício,
é necessária a prévia autorização na lei orçamentária.

Questão 11 (XIV EXAME DE ORDEM) Visando a proteger a indústria de tecnologia da infor-


mação, o governo federal baixou medida, mediante decreto, em que majora de 15% para 20%
a alíquota do Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros para monitores de vídeo
procedentes do exterior, limites esses que foram previstos em lei. A respeito da modificação
de alíquota do Imposto de Importação, assinale a afirmativa correta.
a) Deve observar a reserva de lei complementar.
b) Deve ser promovida por lei ordinária.
c) Deve observar o princípio da irretroatividade.
d) Deve observar o princípio da anterioridade.

Questão 12 (XIV EXAME DE ORDEM) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de


bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública

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a) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, desde que não tenham sido reserva-
dos pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida.
b) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, desde que não tenham sido re-
servados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
c) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, mesmo que tenham sido reserva-
dos pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
d) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, objeto de impugnação administrati-
va oferecida pelo contribuinte.

Questão 13 (XV EXAME DE ORDEM) O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que
lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contri-
buintes dos impostos previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo
tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados
a) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição.
b) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer
normas gerais.
c) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que
a lei complementar venha a ser editada.
d) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória auto-
rizando.

Questão 14 (XV EXAME DE ORDEM) Em dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complemen-
tar n. 123, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte,
e criou novo regime de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contribui-
ções federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Pres-
tações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS),
bem como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sobre a hipótese, assinale a
afirmativa correta.
a) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir benefício fiscal de tributo de
competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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b) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os contribuintes que cumpram os


requisitos previstos na referida lei complementar.
c) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois institui benefício fiscal do im-
posto sem a competente autorização por meio de convênio do Conselho Nacional de Política
Fazendária – CONFAZ.
d) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das obrigações principais e
acessórias do regime único de arrecadação poderá ser compartilhada pelos entes da Federação.

Questão 15 (XVI EXAME DE ORDEM) Uma obrigação tributária referente ao Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) teve seu fato gerador ocorrido em 1º de junho
de 2012. O débito foi objeto de lançamento em 21 de janeiro de 2014. A inscrição em dívida
ativa ocorreu em 02 de junho de 2014. A execução fiscal foi ajuizada em 21 de outubro de 2014
e, em 02 de março de 2015, o juiz proferiu despacho citatório nos autos da execução fiscal.
Considerando que o contribuinte devedor alienou todos os seus bens sem reservar montante
suficiente para o pagamento do tributo devido, assinale a opção que indica o marco temporal,
segundo o CTN, caracterizador da fraude à execução fiscal, em termos de data de alienação.
a) 21 de janeiro de 2014
b) 02 de junho de 2014
c) 02 de março de 2015
d) 21 de outubro de 2014

Questão 16 (XVIII EXAME DE ORDEM) Antônio, prestador de serviço de manutenção e repa-


ro de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de
recolher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alí-
quota do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadim-
plemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013,
o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de
manutenção e reparo de instrumentos musicais; e (b) reduziu a multa pelo inadimplemento do
imposto incidente nessa mesma atividade, que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não
recolhido. Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo

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do contribuinte o montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre R$


400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de paga-
mento (25% do imposto devido). Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa.
b) O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a nova
alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não
recolhido).
c) O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto (que
deveria observar a nova alíquota de 2%).
d) O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que
deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido).

Questão 17 (XVIII EXAME DE ORDEM) A Presidência da República, por meio do Decreto 123,
de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industria-
lizados (IPI), dentro das balizas fiadas na lei tributária, a saber: Cigarro – alíquota de 100%
Vestuário – alíquota de 10% Macarrão – alíquota zero Sobre a hipótese, é possível afirmar que
a) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da legalidade.
b) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio do não confisco.
c) as alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI.
d) as alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade do IPI.

Questão 18 (XX EXAME DE ORDEM) O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar,
uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. Posteriormente a alíquota e
a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em
patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. A lei ordinária
em questão é
a) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar.
b) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modi-
ficação da alíquota só seria possível por meio de lei complementar.
c) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação
da base de cálculo só seria possível por meio de lei complementar.

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d) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reserva-
da à lei complementar.

Questão 19 (XXI EXAME DE ORDEM) Determinado Estado da Federação publicou, em julho


de 2015, a Lei n. 123/2015, que majorou o valor das multas e das alíquotas de ICMS. Em fe-
vereiro de 2016, em procedimento de fiscalização, aquele Estado constatou que determinado
contribuinte, em operações realizadas em outubro de 2014, não recolheu o ICMS devido. Por
conta disso, foi efetuado o lançamento tributário contra o contribuinte, exigindo-lhe o ICMS não
pago e a multa decorrente do inadimplemento. O lançamento em questão só estará correto se
a) as multas e alíquotas forem as previstas na Lei n. 123/2015.
b) as alíquotas forem as previstas na Lei n. 123/2015 e as multas forem aquelas previstas na
lei vigente ao tempo do fato gerador.
c) as multas e as alíquotas forem as previstas na lei vigente ao tempo do fato gerador.
d) as multas forem as previstas na Lei n. 123/2015 e as alíquotas forem aquelas previstas na
lei vigente ao tempo do fato gerador.

Questão 20 (XXII EXAME DE ORDEM) Por meio da Lei Ordinária n. 123, a União instituiu
contribuição não cumulativa destinada a garantir a expansão da seguridade social, utilizando,
para tanto, fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da Re-
pública. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de
janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de pagamento.
Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, atuante no ramo
de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual, em 5 de julho de 2016, foi
lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando a situação em comento, assinale
a opção que indica o argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a
referida cobrança.
a) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
b) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual.
c) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar.
d) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não cumulativas.

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Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

Questão 21 (XXIV EXAME DE ORDEM) O Estado A ajuizou execução fiscal em face da pes-
soa jurídica B, com o objetivo de cobrar crédito referente ao Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Nesse sentido, requereu, em sua petição inicial,
que, após a citação, fosse determinada a imediata indisponibilidade de bens e direitos da con-
tribuinte. Nesse caso, o juiz deve indeferir o pedido, porque a decretação da indisponibilidade
de bens e direitos
a) ocorre somente após o insucesso do pedido de constrição sobre ativos financeiros, embora
desnecessária qualquer outra providência.
b) ocorre somente após a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executa-
do, embora desnecessária qualquer outra providência.
c) ocorre somente após o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis.
d) é impossível durante a execução fiscal.

Questão 22 (XXIV EXAME DE ORDEM) A pessoa jurídica A declarou débitos de Imposto so-
bre a Renda (IRPJ) que, no entanto, deixaram de ser quitados. Diante do inadimplemento da
contribuinte, a União promoveu o protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA) decorrente da re-
gular constituição definitiva do crédito tributário inadimplido. Com base em tais informações,
no que tange à possibilidade de questionamento por parte da contribuinte em relação ao pro-
testo realizado pela União, assinale a afirmativa correta.
a) O protesto da CDA é indevido, uma vez que o crédito tributário somente pode ser cobrado
por meio da execução fiscal.
b) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento extrajudicial de cobrança com ex-
pressa previsão legal.
c) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento judicial de cobrança com expressa
previsão legal.
d) O protesto da CDA é indevido, por se tratar de sanção política sem previsão em lei.

Questão 23 (XXVI EXAME DE ORDEM) Em março de 2016, o Município X publicou lei insti-
tuindo novos critérios de apuração e ampliando os poderes de investigação das autoridades
administrativas. Com base nessa nova orientação, em outubro do mesmo ano, o fisco munici-
pal verificou a ausência de declaração e recolhimento de valores do Imposto Sobre Serviços de

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Qualquer Natureza – ISSQN devidos pela pessoa jurídica Y, referentes ao ano-calendário 2014;
diante dessa constatação, lavrou auto de infração para cobrança dos valores inadimplidos. No
que tange à possibilidade de aplicação da nova legislação ao presente caso, assinale a afirma-
tiva correta.
a) É inaplicável, pois não respeitou o princípio da anterioridade anual.
b) É inaplicável, pois o fisco somente poderia lavrar o auto de infração com base nos critérios
de apuração previstos em lei vigente no momento da ocorrência do fato gerador.
c) É aplicável, pois a legislação que institui novos critérios de apuração e amplia poderes de
investigação das autoridades administrativas aplica-se aos lançamentos referentes a fatos
geradores ocorridos antes de sua vigência.
d) É aplicável, pois foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal

Questão 24 (XXVIII EXAME DE ORDEM) A União, por meio de lei ordinária, instituiu nova con-
tribuição social (nova fonte de custeio) para financiamento da seguridade social. Para tanto,
adotou, além da não cumulatividade, fato gerador e base de cálculo distintos dos discrimina-
dos na Constituição da República. A referida lei foi publicada em 1º de outubro de 2018, com
entrada em vigor em 1º de fevereiro de 2019, determinando, como data de vencimento da con-
tribuição, o dia 1º de março de 2019. A pessoa jurídica XYZ não realizou o pagamento, razão
pela qual, em 10 de março de 2019, foi aconselhada, por seu(sua) advogado(a), a propor uma
ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica, em face da União. Assinale a opção que
indica o fundamento que poderá ser alegado para contestar a nova contribuição.
a) Ela somente poderia ser instituída por meio de Lei Complementar.
b) Ela violou o princípio da anterioridade anual.
c) Ela violou o princípio da anterioridade nonagesimal.
d) Ela somente poderia ser instituída por Emenda Constitucional.

Questão 25 (XXIX EXAME DE ORDEM) O Município X, na tentativa de fazer com que os cofres
municipais pudessem receber determinado tributo com mais celeridade, publicou, em maio de
2017, uma lei que alterava a data de recolhimento daquela exação. A lei dispunha que os efeitos
das suas determinações seriam imediatos. Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.

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a) Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), a lei é válida, mas ape-
nas poderia entrar em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
b) A lei é inconstitucional, uma vez que não respeitou o princípio da anterioridade.
c) A lei é constitucional, uma vez que, nessa hipótese, não se sujeita ao princípio da ante-
rioridade.
d) A lei é válida, mas só poderia vigorar 90 (noventa) dias após a sua publicação.

Questão 26 (XXIX EXAME DE ORDEM) A União lavrou auto de infração para a cobrança de
créditos de Imposto sobre a Renda, devidos pela pessoa jurídica PJ. A cobrança foi baseada
no exame, considerado indispensável por parte da autoridade administrativa, de documentos,
livros e registros de instituições financeiras, incluindo os referentes a contas de depósitos e
aplicações financeiras de titularidade da pessoa jurídica PJ, após 256 a regular instauração
de processo administrativo. Não houve, neste caso, qualquer autorização do Poder Judiciário.
Sobre a possibilidade do exame de documentos, livros e registros de instituições financeiras
pelos agentes fiscais tributários, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível, em vista da ausência de previsão legal.
b) É expressamente prevista em lei, sendo indispensável a existência de processo administra-
tivo instaurado.
c) É expressamente prevista em lei, sendo, no entanto, dispensável a existência de processo
administrativo instaurado.
d) É prevista em lei, mas deve ser autorizada pelo Poder Judiciário, conforme exigido por lei.

Questão 27 (XXIX EXAME DE ORDEM) A União, diante de grave desastre natural que atingiu
todos os estados da Região Norte, e considerando ainda a severa crise econômica e financeira
do país, edita Medida Provisória, que institui Empréstimo Compulsório, para que as medidas
cabíveis e necessárias à reorganização das localidades atingidas sejam adotadas. Sobre a
constitucionalidade da referida tributação, assinale a afirmativa correta.
a) O Empréstimo Compulsório não pode ser instituído para atender às despesas extraordiná-
rias decorrentes de calamidade pública.
b) O Empréstimo Compulsório deve ser instituído por meio de Lei Complementar, sendo veda-
do pela CRFB/88 que Medida Provisória trate desse assunto.

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c) Nenhum tributo pode ser instituído por meio de Medida Provisória.


d) A União pode instituir Empréstimo Compulsório para atender às despesas decorrentes de
calamidade pública, sendo possível, diante da situação de relevância e urgência, a edição de
Medida Provisória com esse propósito.

Questão 28 (XXIX EXAME DE ORDEM) O Chefe do Executivo do Município X editou o Decreto


123, em que corrige o valor venal dos imóveis para efeito de cobrança do Imposto Predial e Ter-
ritorial Urbano (IPTU), de acordo com os índices inflacionários anuais de correção monetária.
No caso narrado, a medida
a) fere o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo somente pode ser reali-
zada por meio de lei em sentido formal.
b) está de acordo com o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo do IPTU
dispensa a edição de lei em sentido formal.
c) está de acordo com o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cál-
culo do IPTU pode ser realizada por meio de decreto.
d) fere o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cálculo do IPTU não
dispensa a edição de lei em sentido formal.

Questão 29 (XXX EXAME DE ORDEM) A sociedade empresária ABC Ltda. foi autuada pelo
Fisco do Estado Z apenas pelo descumprimento de uma determinada obrigação tributária
acessória, referente à fiscalização do ICMS prevista em lei estadual (mas sem deixar de reco-
lher o tributo devido). Inconformada, realiza a impugnação administrativa por meio do auto de
infração. Antes que sobreviesse a decisão administrativa da impugnação, outra lei estadual
extingue a previsão da obrigação acessória que havia sido descumprida. Diante desse cenário,
assinale a afirmativa correta.
a) A lei estadual não é instrumento normativo hábil para extinguir a previsão dessa obrigação
tributária acessória referente ao ICMS, em virtude do caráter nacional desse tributo.
b) O julgamento administrativo, nesse caso, deverá levar em consideração apenas a legislação
tributária vigente na época do fato gerador.
c) Não é possível a extinção dos efeitos da infração a essa obrigação tributária acessória após
a lavratura do respectivo auto de infração.

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d) A superveniência da extinção da previsão dessa obrigação acessória, desde que não tenha
havido fraude, nem ausência de pagamento de tributo, constitui hipótese de aplicação da legis-
lação tributária a ato pretérito.

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GABARITO
1. c 11. c 21. c
2. c 12. b 22. b
3. a 13. c 23. c
4. a 14. d 24. a
5. a 15. b 25. c
6. b 16. d 26. b
7. b 17. d 27. b
8. d 18. d 28. c
9. d 19. c 29. d
10. d 20. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (V EXAME DE ORDEM) Determinada Lei Municipal, publicada em 17/01/2011,
fixou o aumento das multas e alíquotas relativo aos fatos jurídicos tributáveis e ilícitos perti-
nentes ao ISS daquele ente federativo. Considerando que determinado contribuinte tenha sido
autuado pela autoridade administrativa local em 23/12/2010, em razão da falta de pagamento
do ISS dos meses de abril de 2010 a novembro de 2010, assinale a alternativa correta a respei-
to de como se procederia a aplicação da legislação tributária para a situação em tela.
a) Seriam mantidas as alíquotas nos valores previstos na data do fato gerador e as multas
seriam aplicadas nos valores previstos de acordo com a nova lei.
b) Seriam aplicadas as alíquotas e multas nos valores previstos de acordo com a nova lei.
c) Seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores previstos na data do fato gerador.
d) Seriam aplicadas as alíquotas previstas na lei nova e as multas seriam aplicadas nos valores
previstos na data do fato gerador.

Letra c.
Como a nova lei aumentou as alíquotas e multas, não haverá retroatividade da lei tributária a
fatos pretéritos, sendo aplicada a lei da data do fato gerador (art. 150, III, a, CF/1988).

Questão 2 (V EXAME DE ORDEM) No exercício de 1995, um contribuinte deixou de recolher


determinado tributo. Na ocasião, a lei impunha a multa moratória de 30% do valor do débito.
Em 1997, houve alteração legislativa, que reduziu a multa moratória para 20%. O contribuinte
recebeu, em 1998, notificação para pagamento do débito, acrescido da multa moratória de
30%. A exigência está
a) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroagente da lei tributária.
b) errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no direito tributário.
c) errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina penalidade menos severa ao con-
tribuinte.
d) correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência do fato gerador.

Letra c.
a) Errada. No caso de redução de multa com processo em curso, haverá retroatividade da lei.

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b) Errada. A retroatividade da lei é medida excepcional, e não regra.


c) Certa. Art. 106, II, c, CTN.
d) Errada. Aplica-se a nova lei que reduziu a penalidade.

Questão 3 (V EXAME DE ORDEM) A obrigação tributária principal tem por objeto


a) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
b) a escrituração de livros contábeis.
c) a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
d) a prestação de informações tributárias perante a autoridade fiscal competente.

Letra a.
a) Certa. Art. 113, § 1º, CTN. Obrigação tributária principal e uma obrigação em pagar tributos
e penalidades.
b) Errada. Art. 113, § 2º, CTN. Obrigação tributária acessória é uma obrigação de fazer ou não
fazer, uma prestação positiva ou negativa.
c) Errada. Art. 113, § 2º, CTN.
d) Errada. Art. 113, § 2º, CTN.

Questão 4 (VI EXAME DE ORDEM) Em cumprimento de diligência na sede da gráfica Im-


pressões Beta, empresa beneficiária de imunidade quanto aos impostos incidentes sobre sua
atividade de impressão de periódicos, fiscais da Fazenda Estadual apreenderam notas e livros
fiscais, sem terem apresentado mandado judicial com a previsão da medida. Com base no ce-
nário acima, assinale a alternativa correta no que tange à conduta dos agentes do Fisco.
a) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, conformando ato regular de fiscalização, repre-
sentando um poder-dever da Administração.
b) A ação é ilegal, pois a legislação que rege a fiscalização tributária não se aplica àqueles que
gozam de imunidade tributária.
c) A ação é ilegal, pois, para o cumprimento da diligência, era imprescindível a apresentação
de mandado judicial.
d) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, já que a função de fiscalização é ilimitada, tendo
em vista a supremacia do interesse público.

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Letra a.
a) Certa. O Fisco, no exercício de seu poder de polícia, poderá apreender notas fiscais, livros
sem a necessidade de autorização judicial como medida de fiscalização.
b) Errada. Inclusive que possui imunidade ou isenção deverá ser fiscalizado quanto ao cumpri-
mento das obrigações acessórias.
c) Errada. Por ser ato regular do exercício de poder de policial, é dispensável a autorização judicial.
d) Errada. A função de fiscalização deve ser pautada pelos princípios da razoabilidade e pro-
porcionalidade, sob pena de se tornar arbitrário.

Questão 5 (VII EXAME DE ORDEM) A Lei X, promulgada em 20 de outubro de 2008, deter-


minou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada em 16 de novembro de 2009, reduziu o ICMS
de serviços de telecomunicação. Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF
para compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que
a) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da publicação da Lei X, ao
passo que os novos valores do ICMS e do IOF poderão ser cobrados a partir da publicação dos
diplomas legais que os implementaram.
b) todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser cobrados no exercício
financeiro seguinte à publicação do diploma legal que os alterou por força do princípio da an-
terioridade.
c) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos ao princípio da anteriori-
dade nonagesimal, considerada garantia individual do contribuinte cuja violação causa o vício
da inconstitucionalidade.
d) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao princípio da anterioridade,
está sujeito apenas à anterioridade nonagesimal, o que significa que bastam 90 dias da publi-
cação do decreto que alterou sua alíquota para que possa ser cobrado.

Letra a.
O ISS deve obediência aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. Dessa forma,
como a lei que determinou a majoração do ISS foi editada em 20 de outubro de 2008, a mesma
só poderá produzir efeitos após 90 dias de sua edição por ser a data mais distante e benéfica
ao contribuinte. Com relação a redução do ICMS, esta poderá ocorrer de imediato, uma vez

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que a aplicação dos princípios da anterioridade anual e nonagesimal ocorre para os casos de
instituição e majoração dos tributos e não para os casos de redução. Por fim, com relação ao
IOF, este poderá ser cobrado de imediato, tendo vista ser exceção a ambos os princípios em
decorrência de seu caráter extrafiscal (art. 150, § 1º, da CF/1988).

Questão 6 (VIII EXAME DE ORDEM) O imposto cuja alíquota é invariável e se aplica sobre
base de cálculo variável, é classificado como
a) progressivo.
b) proporcional.
c) indireto.
d) pessoal.

Letra b.
a) Errada. Tributo progressivo é aquele em que a alíquota é variável e aumenta à proporção
que os valores sobre os quais incide são maiores, mantendo uma relação positiva com o nível
de renda por exemplo. São tributos progressivos o IR, ITCMD, IPTU e ITR.
b) Certa. É aquele em que a alíquota é constante (igual/uniforme/fixa) e cujo resultado só
aumenta à proporção em que aumenta o valor sobre o qual incide. É um tributo de alíquota
inalterável, qualquer que seja o montante tributável ou a base tributária. Exemplo: ITBI.
c) Errada. O IPI e o ICMS são impostos indiretos, uma vez que o consumidor final é que, de fato,
acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte
desses impostos. São impostos que incidem sobre as transações de mercadorias e serviços.
Em contrapartida, os tributos diretos são aqueles quando numa só pessoa reúnem-se as con-
dições de contribuinte e responsável pelo cumprimento de todas as obrigações tributárias
previstas na legislação.
d) Errada. Tributos pessoais são aqueles que estabelecem diferenças tributárias em função
das condições próprias do contribuinte. Exemplo: Imposto de Renda das pessoas físicas e
pessoas jurídicas.
Tributos reais são aqueles que não levam em consideração as condições do contribuinte, indi-
cando igualmente a todas as pessoas. Exemplo: IPTU.

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Tributo fixo é quando o valor do imposto é determinado em garantia certa, independendo de


cálculo. Exemplo: ISS – enquadramento por estimativa anual.
Tributos fiscais são aqueles criados para arrecadar recursos à pessoa jurídica de direito públi-
co interno, para que possa cobrir seus gastos. Exemplo: Imposto de Renda.
Tributos parafiscais são classificações destinadas às contribuições cobradas por autarquia,
órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo.
Exemplo: taxa anual do CRC, CREA etc.
Tributos extrafiscais têm como objetivo não apenas a arrecadação, mas também corrigir ano-
malias, como controle de mercado. Exemplo: Imposto de Exportação.

Questão 7 (IX EXAME DE ORDEM) De acordo com as regras contidas no Código Tributário
Nacional, considera-se fraude à
a) a alienação dos direitos reais do patrimônio do devedor, efetivada a qualquer tempo, para
terceiro de má-fé.
b) a alienação do patrimônio do devedor, feita após ciência inequívoca da regular inscrição de
crédito da Fazenda contra si constituído.
c) a aquisição, de má-fé, por terceiro, de parte do patrimônio devedor, refletindo tal situação
presunção absoluta de fraude.
d) a alienação de qualquer parcela do patrimônio do devedor, mesmo que feita a terceiro de
boa-fé, após notificação do lançamento fiscal.

Letra b.
a) Errada. A presunção de fraude à execução fiscal somente acontece com a inscrição em dí-
vida ativa e não a qualquer tempo (art. 185, CTN).
b) Certa. Art. 185, CTN.
c) Errada. A presunção de fraude à execução fiscal é meramente relativa admitindo prova em
contrário conforme previsão no art. 185, parágrafo único, do CTN.
d
 ) Errada. Caso o contribuinte comprove que possui bens suficientes para o total pagamento da
dívida mesmo com a alienação de parte do patrimônio a presunção de fraude restará afastada.

Questão 8 (X EXAME DE ORDEM) Suponha que determinada Medida Provisória editada


pela Presidenta da República, em 29/09/2012, estabeleça, entre outras providências, o aumento

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para as diversas faixas de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda das
pessoas físicas. Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisória
a) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data de sua publicação.
b) violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo legislativo previsto
na Constituição Federal/88.
c) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 (noventa) dias conta-
dos a partir da data de sua publicação.
d) não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exer-
cício financeiro subsequente à data de sua conversão em lei.

Letra d.
a) Errada. Só produz efeitos a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte à data da
conversão da medida provisória em lei.
b) Errada. Não há violação ao princípio da legalidade, tendo em vista que medida provisória
pode legislar em matéria de lei ordinária, como é o caso do IR.
c) Errada. Só produz efeitos a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte à data da
conversão da medida provisória em lei.
d) Certa. Art. 62, § 2º, da CF/1988.

Questão 9 (XI EXAME DE ORDEM) Assinale a alternativa que indica os impostos cujas alí-
quotas podem ser majoradas por ato do Poder Executivo, observados os parâmetros legais.
a) Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre a Pro-
priedade Territorial Rural (ITR).
b) Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE) e Imposto sobre Grandes
Fortunas (IGF).
c) Imposto de Renda (IR) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre
Grandes Fortunas (IGF).
d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e
Imposto sobre a Importação (II).

Letra d.
a) Errada. O IR e o ITR somente podem ter as alíquotas alteradas por meio de lei ordinária.

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b) Errada. O IGF, conforme disposto no art. 153, VII, da CF/1988, somente pode ter alíquotas
alteradas por meio de lei complementar.
c) Errada. O ITR e IR terá suas alíquotas alteradas por meio de lei ordinária e, o IGF, por meio de
lei complementar.
d) Certa. Segundo disposto no art. 153, § 1º, da CF/1988, o II, IE, IPI e IOF podem ter somente
as alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo, por exemplo, um decreto, por terem função
extrafiscal regulatória de mercado.

Questão 10 (XII EXAME DE ORDEM) A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implí-
citos, à luz da Constituição da República de 1988, assinale a opção INCORRETA.
a) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios.
b) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
c) É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
de qualquer natureza e razão de sua procedência ou destino.
d) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício,
é necessária a prévia autorização na lei orçamentária.

Letra d.
a) Certa. Art. 151, III, CF/1988.
b) Certa. Art. 150, III, a, CF/1988.
c) Certa. Art. 152, CF/1988.
d) Errada. Art. 150, III, b, da CF/1988. O princípio da anualidade não é mais aplicado ao Direito
Tributário. Não há mais necessidade de prévia autorização orçamentária para criação de no-
vos tributos, mas tão somente obediência aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal
(art. 150, III, b e c, CF/1988).

Questão 11 (XIV EXAME DE ORDEM) Visando a proteger a indústria de tecnologia da infor-


mação, o governo federal baixou medida, mediante decreto, em que majora de 15% para 20%
a alíquota do Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros para monitores de vídeo
procedentes do exterior, limites esses que foram previstos em lei. A respeito da modificação
de alíquota do Imposto de Importação, assinale a afirmativa correta.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

a) Deve observar a reserva de lei complementar.


b) Deve ser promovida por lei ordinária.
c) Deve observar o princípio da irretroatividade.
d) Deve observar o princípio da anterioridade.

Letra c.
a) Errada. O Imposto de Importação não é matéria reservada à lei complementar, podendo
inclusive ter suas alíquotas alteradas por decreto do presidente em face de seu caráter extra-
fiscal (art. 153, § 1º, CF/1988).
b) Errada. As alíquotas do II podem ser alteradas por decreto do presidente e não necessaria-
mente por meio de lei ordinária, conforme disposto no art. 153, § 1º, da CF/1988.
c) Certa. Todos os tributos devem obediência ao princípio da irretroatividade, tendo em vista
que a lei não pode ser aplicada a fato gerador passado (art. 150, III, a, CF/1988).
d) Errada. O II pode ser cobrado de imediato por ser exceção aos princípios da anterioridade
anual e nonagesimal (art. 150, III, b e c, CF/1988).

Questão 12 (XIV EXAME DE ORDEM) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de


bens ou rendas por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública
a) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, desde que não tenham sido reserva-
dos pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida.
b) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, desde que não tenham sido re-
servados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
c) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, mesmo que tenham sido reserva-
dos pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
d) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, objeto de impugnação administrati-
va oferecida pelo contribuinte.

Letra b.
a) Errada. A presunção de fraude à execução fiscal somente resta configurada com a inscrição
em dívida ativa desde que não tenham sido reservados pelo devedor bens suficientes ao total
pagamento da dívida (art. 185, CTN).
b) Certa. Art. 185 do CTN.

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c) Errada. Comentário item “a”.


d) Errada. Não há necessidade de impugnação administrativa.

Questão 13 (XV EXAME DE ORDEM) O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que
lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contri-
buintes dos impostos previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo
tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados
a) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição.
b) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer
normas gerais.
c) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que
a lei complementar venha a ser editada.
d) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória au-
torizando.

Letra c.
a) Errada. Caso a lei complementar da União estabelecendo normas gerais não seja editada, os
estados podem legislar de forma plena.
b) Errada. Comentário item “a”.
c) Certa. Art. 24, § 3º, da CF/1988.
d) Errada. Comentário item “a”.

Questão 14 (XV EXAME DE ORDEM) Em dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complemen-
tar n. 123, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte,
e criou novo regime de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contribui-
ções federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Pres-
tações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS),
bem como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sobre a hipótese, assinale a
afirmativa correta.
a) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir benefício fiscal de tributo de
competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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b) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os contribuintes que cumpram os


requisitos previstos na referida lei complementar.
c) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois institui benefício fiscal do im-
posto sem a competente autorização por meio de convênio do Conselho Nacional de Política
Fazendária – CONFAZ.
d) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das obrigações principais e
acessórias do regime único de arrecadação poderá ser compartilhada pelos entes da Federação.

Letra d.
a) Errada. A LC n. 123/2006 estipula apenas normas gerais aplicadas às microempresa e em-
presas de pequeno porte.
b) Errada. O regime do simples nacional é opcional aos contribuintes (art. 146, parágrafo único,
I, da CF/1988).
c) Errada. Não há necessidade de resolução do Confaz.
d) Certa. Art. 146, parágrafo único, IV, da CF/1988.

Questão 15 (XVI EXAME DE ORDEM) Uma obrigação tributária referente ao Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) teve seu fato gerador ocorrido em 1º de junho
de 2012. O débito foi objeto de lançamento em 21 de janeiro de 2014. A inscrição em dívida
ativa ocorreu em 02 de junho de 2014. A execução fiscal foi ajuizada em 21 de outubro de 2014
e, em 02 de março de 2015, o juiz proferiu despacho citatório nos autos da execução fiscal.
Considerando que o contribuinte devedor alienou todos os seus bens sem reservar montante
suficiente para o pagamento do tributo devido, assinale a opção que indica o marco temporal,
segundo o CTN, caracterizador da fraude à execução fiscal, em termos de data de alienação.
a) 21 de janeiro de 2014
b) 02 de junho de 2014
c) 02 de março de 2015
d) 21 de outubro de 2014

Letra b.
A inscrição em dívida ativa é o momento que se configura fraude à execução fiscal caso haja
a alienação do patrimônio sem resguardar bens suficientes ao total pagamento da dívida (art.
185 do CTN).

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Questão 16 (XVIII EXAME DE ORDEM) Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo


de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de reco-
lher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota
do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadimplemento
do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013, o Município
credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção
e reparo de instrumentos musicais; e (b) reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto inci-
dente nessa mesma atividade, que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido. Em
fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo do contribuinte o
montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre R$ 400.000,00, valor dos
serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de pagamento (25% do imposto
devido). Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa.
b) O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a nova
alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não
recolhido).
c) O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto (que
deveria observar a nova alíquota de 2%).
d) O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que
deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido).

Letra d.
a) Errada. A nova lei que determinou a redução das alíquotas e multas aplicáveis ao fato gera-
dor somente retroagirá com relação à penalidade (art. 106, II, c, CTN).
b) Errada. O lançamento está correto com relação à alíquota e incorreto com relação à multa
mais benéfica, conforme art. 106, II, c, CTN.
c) Errada. O lançamento está incorreto com relação à multa.
d) Certa. Art. 106, II, c, do CTN.

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Questão 17 (XVIII EXAME DE ORDEM) A Presidência da República, por meio do Decreto 123,
de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industria-
lizados (IPI), dentro das balizas fiadas na lei tributária, a saber: Cigarro – alíquota de 100%
Vestuário – alíquota de 10% Macarrão – alíquota zero Sobre a hipótese, é possível afirmar que
a) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da legalidade.
b) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio do não confisco.
c) as alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI.
d) as alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade do IPI.

Letra d.
a) Errada. Não há violação ao princípio da legalidade, tendo em vista que, diante do caráter
extrafiscal dado ao IPI, suas alíquotas podem ser alteradas por um ato do Poder Executivo (art.
153, § 1º, da CF/1988).
b) Errada. Não há que se falar em confisco nos tributos com alíquotas seletivas.
c) Errada. As alíquotas são diferenciadas pelo princípio da seletividade e não progressividade.
d) Certa. As alíquotas do IPI devem obediência ao princípio da seletividade em decorrência
da essencial do produto. Alíquotas inversamente proporcionais ao grau de essencialidade do
produto para subsistência humana.

Questão 18 (XX EXAME DE ORDEM) O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar,
uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. Posteriormente a alíquota e
a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em
patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. A lei ordinária
em questão é
a) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar.
b) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modi-
ficação da alíquota só seria possível por meio de lei complementar.
c) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação
da base de cálculo só seria possível por meio de lei complementar.
d) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reserva-
da à lei complementar.

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Letra d.
A lei ordinária poderá, nesse caso, alterar essa lei complementar meramente formal, mas com
conteúdo de lei ordinária.
A instituição de taxas é matéria reservada à lei ordinária. Dessa forma, caso uma lei comple-
mentar venha a criá-la, esta será constitucional, pois o quórum de maioria absoluta das lei
complementares é superior ao das lei ordinárias (maioria simples). Assim, há uma lei comple-
mentar meramente formal com matéria reservada a lei ordinária.

Questão 19 (XXI EXAME DE ORDEM) Determinado Estado da Federação publicou, em julho


de 2015, a Lei n. 123/2015, que majorou o valor das multas e das alíquotas de ICMS. Em fe-
vereiro de 2016, em procedimento de fiscalização, aquele Estado constatou que determinado
contribuinte, em operações realizadas em outubro de 2014, não recolheu o ICMS devido. Por
conta disso, foi efetuado o lançamento tributário contra o contribuinte, exigindo-lhe o ICMS não
pago e a multa decorrente do inadimplemento. O lançamento em questão só estará correto se
a) as multas e alíquotas forem as previstas na Lei n. 123/2015.
b) as alíquotas forem as previstas na Lei n. 123/2015 e as multas forem aquelas previstas na
lei vigente ao tempo do fato gerador.
c) as multas e as alíquotas forem as previstas na lei vigente ao tempo do fato gerador.
d) as multas forem as previstas na Lei n. 123/2015 e as alíquotas forem aquelas previstas na
lei vigente ao tempo do fato gerador.

Letra c.
Como a nova lei aumentou as alíquotas e a multas, não poderão retroagir aos fatos geradores
pretéritos, devendo ser mantidos os valores previstos na data do fato gerador.

Questão 20 (XXII EXAME DE ORDEM) Por meio da Lei Ordinária n. 123, a União instituiu
contribuição não cumulativa destinada a garantir a expansão da seguridade social, utilizando,
para tanto, fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da Re-
pública. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de
janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de pagamento.
Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, atuante no ramo
de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual, em 5 de julho de 2016, foi

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lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando a situação em comento, assinale
a opção que indica o argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a
referida cobrança.
a) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal.
b) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual.
c) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar.
d) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não cumulativas.

Letra c.
a) Errada. As novas contribuições para Seguridade Social devem obediência ao princípio da
anterioridade nonagesimal, que foi observado segundo as datas mencionadas na questão (art.
195, § 6º, da CF/1988).
b Errada. As novas contribuições para Seguridade Social não devem obediência ao princípio
da anterioridade anual, mas tão somente ao princípio da anterioridade nonagesimal (art. 195,
§ 6º, da CF/1988).
c) Certa. As novas contribuições para Seguridade Social residuais devem ser instituídas por
meio de lei complementar, conforme disposto no art. 195, § 4º, da CF/1988 e no art. 154, I, da
CF/1988.
d) Errada. As contribuições para seguridade social serão não cumulativas, conforme o dispos-
to no art. 195, § 12, da CF/1988.

Questão 21 (XXIV EXAME DE ORDEM) O Estado A ajuizou execução fiscal em face da pes-
soa jurídica B, com o objetivo de cobrar crédito referente ao Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Nesse sentido, requereu, em sua petição inicial,
que, após a citação, fosse determinada a imediata indisponibilidade de bens e direitos da con-
tribuinte. Nesse caso, o juiz deve indeferir o pedido, porque a decretação da indisponibilidade
de bens e direitos
a) ocorre somente após o insucesso do pedido de constrição sobre ativos financeiros, embora
desnecessária qualquer outra providência.
b) ocorre somente após a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executa-
do, embora desnecessária qualquer outra providência.

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c) ocorre somente após o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis.
d) é impossível durante a execução fiscal.

Letra c.
a) Errada. A indisponibilidade de bens do executado somente poderá ser decretada após esgo-
tar todas as tentativas na busca por bens penhoráveis.
c) Certa. O magistrado somente poderá declarar a indisponibilidade de bens após esgotar to-
das as tentativas na busca por bens penhoráveis, conforme disposto no art. 185-A do CTN e
Súmula n. 560 do STJ.

Questão 22 (XXIV EXAME DE ORDEM) A pessoa jurídica A declarou débitos de Imposto so-
bre a Renda (IRPJ) que, no entanto, deixaram de ser quitados. Diante do inadimplemento da
contribuinte, a União promoveu o protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA) decorrente da re-
gular constituição definitiva do crédito tributário inadimplido. Com base em tais informações,
no que tange à possibilidade de questionamento por parte da contribuinte em relação ao pro-
testo realizado pela União, assinale a afirmativa correta.
a) O protesto da CDA é indevido, uma vez que o crédito tributário somente pode ser cobrado
por meio da execução fiscal.
b) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento extrajudicial de cobrança com ex-
pressa previsão legal.
c) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento judicial de cobrança com expressa
previsão legal.
d) O protesto da CDA é indevido, por se tratar de sanção política sem previsão em lei.

Letra b.
a) Errada. O Protesto da CDA é totalmente amparado por meio de lei.
b) Certa. O Protesto da Certidão de Dívida Ativa, especificamente da União, é o ato praticado
pelo Cartório de Protesto de Títulos, por falta de pagamento da obrigação constante da referi-
da CDA, conforme autorização da Lei n. 9.492, de 10 de setembro de 1997.
O contribuinte será intimado pelo Cartório de Protestos no endereço fornecido pela PGFN, na
forma dos arts. 14 e 15 da Lei n. 9.492/1997. A notificação do Cartório poderá vir acompanha-
da de boleto bancário para pagamento do débito acrescido dos emolumentos cartoriais.

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A intimação será feita por edital se a pessoa indicada como devedora na CDA for desconheci-
da, possuir localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da competência
territorial do cartório, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço forne-
cido pela PGFN.
c) Errada. O Protesto da CDA é um instrumento extrajudicial de cobrança amparado na legis-
lação.
d) Errada. Ver comentário aos itens anteriores.

Questão 23 (XXVI EXAME DE ORDEM) Em março de 2016, o Município X publicou lei insti-
tuindo novos critérios de apuração e ampliando os poderes de investigação das autoridades
administrativas. Com base nessa nova orientação, em outubro do mesmo ano, o fisco munici-
pal verificou a ausência de declaração e recolhimento de valores do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN devidos pela pessoa jurídica Y, referentes ao ano-calendário 2014;
diante dessa constatação, lavrou auto de infração para cobrança dos valores inadimplidos. No
que tange à possibilidade de aplicação da nova legislação ao presente caso, assinale a afirma-
tiva correta.
a) É inaplicável, pois não respeitou o princípio da anterioridade anual.
b) É inaplicável, pois o fisco somente poderia lavrar o auto de infração com base nos critérios
de apuração previstos em lei vigente no momento da ocorrência do fato gerador.
c) É aplicável, pois a legislação que institui novos critérios de apuração e amplia poderes de
investigação das autoridades administrativas aplica-se aos lançamentos referentes a fatos
geradores ocorridos antes de sua vigência.
d) É aplicável, pois foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal.

Letra c.
a) Errada. Não há necessidade de obediência aos princípios da anterioridade anual e nona-
gesimal.
b) Errada. A lei que altera e instituiu novos critérios de apuração e investigação dados ao Fisco
poderá retroagir a fatos geradores pretéritos tendo em vista ser uma lei meramente interpreta-
tiva (art. 144, § 1º, do CTN).
c) Certa. Art. 144, § 1º, do CTN.

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d) Errada. Não há necessidade de obediência aos princípios da anterioridade anual e nona-
gesimal.

Questão 24 (XXVIII EXAME DE ORDEM) A União, por meio de lei ordinária, instituiu nova con-
tribuição social (nova fonte de custeio) para financiamento da seguridade social. Para tanto,
adotou, além da não cumulatividade, fato gerador e base de cálculo distintos dos discrimina-
dos na Constituição da República. A referida lei foi publicada em 1º de outubro de 2018, com
entrada em vigor em 1º de fevereiro de 2019, determinando, como data de vencimento da con-
tribuição, o dia 1º de março de 2019. A pessoa jurídica XYZ não realizou o pagamento, razão
pela qual, em 10 de março de 2019, foi aconselhada, por seu(sua) advogado(a), a propor uma
ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica, em face da União. Assinale a opção que
indica o fundamento que poderá ser alegado para contestar a nova contribuição.
a) Ela somente poderia ser instituída por meio de Lei Complementar.
b) Ela violou o princípio da anterioridade anual.
c) Ela violou o princípio da anterioridade nonagesimal.
d) Ela somente poderia ser instituída por Emenda Constitucional.

Letra a.
a) Certa. As novas contribuições para seguridade residual devem ser instituídas por meio de lei
complementar, conforme disposto no art. 195, § 4º, da CF/1988, combinado com o art. 154, I, da
CF/1988.
b) Errada. As contribuições para seguridade social residual não devem obediência ao princípio
da anterioridade anual, mas tão somente a anterioridade nonagesimal conforme disposto no
art. 195, § 6º, da CF/1988.
c) Errada. As contribuições para seguridade social residual devem observar o princípio da ante-
rioridade nonagesimal conforme ocorreu no comando da questão (art. 195, § 6º, da CF/1988).
d) Errada. Não há a necessidade de instituição pode emenda, mas apenas a edição de uma lei
complementar.

Questão 25 (XXIX EXAME DE ORDEM) O Município X, na tentativa de fazer com que os cofres
municipais pudessem receber determinado tributo com mais celeridade, publicou, em maio de
2017, uma lei que alterava a data de recolhimento daquela exação. A lei dispunha que os efeitos
das suas determinações seriam imediatos. Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.

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a) Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), a lei é válida, mas ape-
nas poderia entrar em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
b) A lei é inconstitucional, uma vez que não respeitou o princípio da anterioridade.
c) A lei é constitucional, uma vez que, nessa hipótese, não se sujeita ao princípio da ante-
rioridade.
d) A lei é válida, mas só poderia vigorar 90 (noventa) dias após a sua publicação.

Letra c.
Segundo o STF, o princípio da anterioridade anual e nonagesimal e o princípio da legalidade só
podem ser aplicados aos casos em que o Fisco cria ou majora determinado tributo. A modifica-
ção do prazo para pagamento, recolhimento ou vencimento do tributo não pode ser equiparada
à instituição ou ao aumento de tributo, mesmo que o prazo seja menor do que o anterior, ou
seja, mesmo que tenha havido uma antecipação do dia de pagamento.
Assim, quando o poder público alterar o prazo de pagamento de um tributo, não haverá a ne-
cessidade de obediência aos princípios da legalidade, anterioridade anual e nonagesimal, con-
forme Súmula Vinculante n. 50 e Súmula n. 669 do STF.

Questão 26 (XXIX EXAME DE ORDEM) A União lavrou auto de infração para a cobrança de
créditos de Imposto sobre a Renda, devidos pela pessoa jurídica PJ. A cobrança foi baseada
no exame, considerado indispensável por parte da autoridade administrativa, de documentos,
livros e registros de instituições financeiras, incluindo os referentes a contas de depósitos e
aplicações financeiras de titularidade da pessoa jurídica PJ, após 256 a regular instauração
de processo administrativo. Não houve, neste caso, qualquer autorização do Poder Judiciário.
Sobre a possibilidade do exame de documentos, livros e registros de instituições financeiras
pelos agentes fiscais tributários, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível, em vista da ausência de previsão legal.
b) É expressamente prevista em lei, sendo indispensável a existência de processo administra-
tivo instaurado.
c) É expressamente prevista em lei, sendo, no entanto, dispensável a existência de processo
administrativo instaurado.
d) É prevista em lei, mas deve ser autorizada pelo Poder Judiciário, conforme exigido por lei.

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Letra b.
a) Errada. É totalmente possível, desde que exista procedimento por escrito.
b) Certa. O Fisco para realizar os atos de poder de polícia visando a prática de atos para a arre-
cadação de tributos. Pode ser realizada sem a necessidade de autorização judicial desde que
haja procedimento administrativo por escrito.

Questão 27 (XXIX EXAME DE ORDEM) A União, diante de grave desastre natural que atingiu
todos os estados da Região Norte, e considerando ainda a severa crise econômica e financeira
do país, edita Medida Provisória, que institui Empréstimo Compulsório, para que as medidas
cabíveis e necessárias à reorganização das localidades atingidas sejam adotadas. Sobre a
constitucionalidade da referida tributação, assinale a afirmativa correta.
a) O Empréstimo Compulsório não pode ser instituído para atender às despesas extraordiná-
rias decorrentes de calamidade pública.
b) O Empréstimo Compulsório deve ser instituído por meio de Lei Complementar, sendo veda-
do pela CRFB/88 que Medida Provisória trate desse assunto.
c) Nenhum tributo pode ser instituído por meio de Medida Provisória.
d) A União pode instituir Empréstimo Compulsório para atender às despesas decorrentes de
calamidade pública, sendo possível, diante da situação de relevância e urgência, a edição de
Medida Provisória com esse propósito.

Letra b.
a) Errada. O empréstimo compulsório pode ser criado diante de guerra externa ou sua imi-
nência ou calamidade pública podendo, nesses casos, ser cobrado de imediato (art. 148, I,
CF/1988). Pode ainda ser cobrado diante de investimento público de relevante interesse nacio-
nal devendo, nessa hipótese, obediência aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal
(art. 148, II, CF/1988).
b) Certa. O empréstimo compulsório é uma das cinco espécies tributárias. No entanto, é um
tributo de competência exclusiva da União devendo ser criado por meio de lei complementar,
conforme disposto no art. 148 da CF/1988. Vale destacar que medidas provisórias não podem,
em hipótese alguma, legislar em matéria destinada à lei complementar (art. 62, § 1º, III, da
CF/1988).

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

c) Errada. Medida provisória pode instituir ou majorar um tributo desde que sejam matérias
reservadas à lei ordinária (art. 62, § 2º, da CF/1988).
d) Errada. Medida provisória não pode, em hipótese alguma, legislar em matéria reservada à lei
complementar (art. 62, § 1º, III, CF/1988).

Questão 28 (XXIX EXAME DE ORDEM) O Chefe do Executivo do Município X editou o Decreto


123, em que corrige o valor venal dos imóveis para efeito de cobrança do Imposto Predial e Ter-
ritorial Urbano (IPTU), de acordo com os índices inflacionários anuais de correção monetária.
No caso narrado, a medida
a) fere o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo somente pode ser reali-
zada por meio de lei em sentido formal.
b) está de acordo com o princípio da legalidade, pois a majoração da base de cálculo do IPTU
dispensa a edição de lei em sentido formal.
c) está de acordo com o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cál-
culo do IPTU pode ser realizada por meio de decreto.
d) fere o princípio da legalidade, pois a atualização monetária da base de cálculo do IPTU não
dispensa a edição de lei em sentido formal.

Letra c.
a) Errada. O comando da questão não fala de majoração de base de cálculo. Se fosse o caso,
deveria ser feita por meio de lei ordinária (art. 97, § 1º, CTN).
b) Errada. Caso o comando tratasse de majoração de base de cálculo, deveria ser feita obriga-
toriamente por meio de lei ordinária (art. 97, § 1º, CTN).
c) Certa. A atualização da base de cálculo não corresponde à majoração de tributo, mas tão
somente a uma correção da perda do valor aquisitivo da moeda. Dessa forma, não é necessá-
ria a edição de uma lei em sentido formal, bastando para tanto a edição de um decreto (art. 97,
§ 2º, CTN).
d) Errada. A mera atualização da base de cálculo do IPTU, por não configurar uma majoração,
mas uma mera correção do valor aquisitivo da moeda, pode ser realizada por um mero decreto,
sendo dispensada a edição de lei em sentido formal (art. 97, § 2º, CTN).

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípios do Direito Tributário
Maria Christina Barreiros D’ Oliveira

Questão 29 (XXX EXAME DE ORDEM) A sociedade empresária ABC Ltda. foi autuada pelo
Fisco do Estado Z apenas pelo descumprimento de uma determinada obrigação tributária
acessória, referente à fiscalização do ICMS prevista em lei estadual (mas sem deixar de reco-
lher o tributo devido). Inconformada, realiza a impugnação administrativa por meio do auto de
infração. Antes que sobreviesse a decisão administrativa da impugnação, outra lei estadual
extingue a previsão da obrigação acessória que havia sido descumprida. Diante desse cenário,
assinale a afirmativa correta.
a) A lei estadual não é instrumento normativo hábil para extinguir a previsão dessa obrigação
tributária acessória referente ao ICMS, em virtude do caráter nacional desse tributo.
b) O julgamento administrativo, nesse caso, deverá levar em consideração apenas a legislação
tributária vigente na época do fato gerador.
c) Não é possível a extinção dos efeitos da infração a essa obrigação tributária acessória após
a lavratura do respectivo auto de infração.
d) A superveniência da extinção da previsão dessa obrigação acessória, desde que não tenha
havido fraude, nem ausência de pagamento de tributo, constitui hipótese de aplicação da legis-
lação tributária a ato pretérito.

Letra d.
a) Errada. As obrigações acessórias podem ser extintas por meio de lei ordinária.
b) Errada. O processo administrativo, nesse caso, deverá retroagir à legislação que determinou
a extinção da obrigação acessória.
c) Errada. É totalmente possível extinguir uma obrigação acessória com a aplicação do prin-
cípio da retroatividade benigna, desde que importe em fraude ou dispensa do pagamento do
tributo.
d) Certa. Art. 106, II, b, CTN.

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Maria Christina Barreiros D’ Oliveira
Especialista em Direito Tributário; pós-graduada em Direito Público, Civil e Processo Civil; doutoranda
pela UMSA. Professora na Faculdade Processus das disciplinas de Direito Administrativo, Constitucional,
Tributário e Estatuto e Ética para OAB na graduação e na pós-graduação. Também leciona há 12 anos em
cursos preparatórios para Exame de Ordem 1° e 2° e concurso públicos. Professora na Amagis - Escola
da Magistratura do DF há três anos. Advogada especialista em Direito Tributário, Cível, Constitucional e
Administrativo.

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