Você está na página 1de 2

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

COORDENADORIA DA LICENCIATURA EM LETRAS


DISCIPLINA: LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA II
Profa. Camila Dalvi (camiladalvi@ifes.edu.br)

Nome: Pedro Henrique Carvalho Poleto Data: 25/11/2022

Referência: Kalewska, Anna. A tradição De Camões Na Poesia Brasileira Durante O


Arcadismo Ou a reinvenção Do imaginário épico Em O Uruguay De Basílio Da Gama E
n’O Caramuru De Santa Rita Durão. Studia Iberystyczn, Cracóvia, v. 13, n. 1, p. 111-
131, Dez. 2014.

Resumo:
A priori, Kalewska explicita o objetivo do artigo, sendo a conclusão de um
projeto de pesquisa dedicado ao poema épico camoniano e polaco na época do
classicismo, empregando o método comparatista para demonstrar a presença intertextual
da poesia de Camões na produção literária do Brasil colonial, contestando a visão
comum de que a literatura no Brasil Colônia seria uma emulação camoniana, “Ao que
se tem chamado de simples cópia e imitação, constitui uma importante expressão de
brasilidade.” (p. 113). Em sequência, Kalewska evidencia os moldes do épico
camoniano e a notável influência nos poemas O Uruguay, de Basilio da Gama,
Caramuru e o Vila Rica de Claúdio Manoel da Costa, poemas estes que são, segundo
Kalewska, o início de temas já brasileiros, baseando-se no contexto histórico e na
geografia local, buscando ruturas com os moldes camonianos. Antes de apresentar as
analogias, a autora afirma que irá apresentar anacronicamente apenas os poemas
Caramuru e O Urugay. Inicialmente, aborda o épico Caramuru, que narra a história do
Diogo Correia, ‘’personagem fundadora, como origem mítica do país, misto de
colonizador e transmissor da filosofia cristã.’’ (p. 117). Atribui ao poema suas
semelhanças com Os Lusíadas “o caráter heroico, nacionalista dos dois poemas, com
muitas figuras e discursos semelhantes para descrever as ações elevadas dos
portugueses” (p. 118), além de a estrutura formal ser conservada. Já Basílio de Gama
em O Urugay, a rutura com a obra inspiradora se inicia com pequenas inovações, como
uma reestruturação de estrutura camoniana, além das representações, visto que a
despeito da figura do herói português se manter, ‘’os Guaranis são tratados de maneira
positiva pelo autor, cabendo unicamente aos jesuítas o papel de vilões’’ (p. 124). E, uma
vez que, os indígenas são os reais heróis na epopeia, Candido (1989) considera o poema
como decisivo para consolidação da Literatura Brasileira. Por fim, Kalewska elucida
que Caramuru reforça a ideologia e estética europeia enquanto O Uruguay funda uma
nova tradição literária.

Você também pode gostar