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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

COORDENADORIA DE LETRAS
DISCIPLINA: MORFOLOGIA II
Profa. Rosana De Castro Januario Murayama

Nome: Paula Eduarda Coelho Cizini Data: 29/09/2022

FICHAMENTO DE CITAÇÃO

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. São Paulo: Mercado das
Letras: Associação de Leitura do Brasil, 2002, 95p. (Coleção leituras no Brasil)

"[...] é completamente diferente trabalhar com gramática na escoIa depois de estar


convencido de que ela não é indispensável para o ensino e, principalmente, depois de
estar convencido de que uma coisa é o estudo da gramática e outra é o domínio ativo da
língua."(p.57)
"[...] para muitos, ensinar gramática é a mesma coisa que ensinar língua. Além disso, por
ensino de gramática entende-se, frequentemente, a soma de duas atividades, que,
eventualmente, se inter-relacionam, mas não sempre, nem obrigatoriamente."(p. 58)
"[...] Justificar o ensino da gramática por razões culturais significa, entre outras coisas,
admitirque o ensino da gramática pode não ter nada a ver com o ensino da língua."(p.59)
"[...] diferentes concepções do papel da língua numa sociedade cheia de contrastes como
é a nossa."(p.60)
"[...] palavra gramática significa "conjunto de regras. Não é uma definição muito precisa,
mas não é equivocada. Serve bem como guarda-chuva."(p.61)
"[...] A primeira concepção de gramática — conjunto de regras que devem ser seguidas
[...] Gramáticas desse tipo são conhecidas como normativas ou prescritivas."(p.62)
"[...] A segunda definição de gramática — conjunto de regras que são seguidas [...] Neste
tipo de trabalho, a preocupação central é tornar conhecidas, de forma explícita, as regras
de fato utilizadas pelos falantes"(p.63)
"[...] A terceira definição de gramática — conjunto de regras que o falante domina"(p.67)
"[...] Uma versão sobre a aquisição do conhecimento, em particular do conhecimento
gramatical, diz que aprendemos por repetição."(p.69)
"[...] uma gramática descritiva é tanto melhor quanto mais ela for capaz de explicitar o
que os falantes sabem."(p.71)
"[...] Há dois sentidos em que se pode falar de regras: um deles traz consigo a ideia de
obrigação, aproximando-se da noção de lei em sentido jurídico [...] Quem as transgride é
apontado como grosseiro, marginal ou caipira, e pode ser reprovado" (p.73)
"[...] O outro sentido de regra traz consigo a ideia de regularidade e constância,
aproximando-se da noção de lei no sentido de "leis da natureza."(p.73)
"[...] As regras de uma gramática normativa se assemelham às regras de etiqueta,
expressando uma obrigação e uma avaliação do certo e do errado."(p.73)
"[...] As regras de uma gramática descritiva se assemelham às íeis da natureza, na medida
em que organizam observações sobre fatos, sem qualquer conotação valorativa."(p.73)
"[...] É importante que fique claro que seguir uma ou outra regra de uma gramática
produz avaliações sociais do tipo "é culto", "é inculto". Mas, certamente, seguir uma ou
outra regra não indica menor ou maior inteligência, maior ou menor sofisticação mental
ou capacidade comunicativa."(p.74)
"[...] Para a gramática normativa, a língua corresponde às formas de expressão
observadas produzidas por pessoas cultas, de prestígio [...] É a essa variante que se
costuma chamar "norma culta" ou "variante padrão" ou "dialeto padrão"."(p.74)
"[...] Para a gramática descritiva, nenhum dado é desqualificado como não pertencendo à
língua [...] a gramática descritiva encara— considera um fato a ser descrito e explicado
— a língua falada ou escrita como sendo um dado variável"(p.76)
"[...] Como o dialeto padrão é apenas uma das variedades de uma língua, as gramáticas
normativas dão conta apenas de um subconjunto dos fatos de uma língua." (p.77)
"[...] Se os fatos linguísticos são por natureza variáveis, parece correto admitir que as
regras que o falante implicitamente domina"(p.77)
"[...] A noção mais corrente de erro é a que decorre da gramática normativa: é erro tudo
aquilo que foge à variedade que foi eleita como exemplo de boa linguagem."(p.78)
“[…] Na perspectiva da gramática descritiva, só seria erro a ocorrência de formas ou
construções que não fazem parte, de maneira sistemática, de nenhuma das variantes de
uma língua.”(p.22)
“[…] A adoção de um ponto de vista descritivo permite-nos traçar uma diferença que
nos parece fundamental: a distinção entre diferença linguística e erro linguístico.”(p.22)
“[…] o papel da escola não é o de ensinar uma variedade no lugar da outra, mas de criar
condições para que os alunos aprendam também as variedades que não conhecem,”(p.26)
“[…] Dentre as concepções de língua consideradas mais acima, o ensino deve dar
prioridade à língua como conhecimento interiorizado.”(p.27)
“[…] antes de descrever a sintaxe e a morfologia das expressões, o professor deve
certificar-se de que o aluno sabe usá-las e entendê-las.”(p.37)
“[…] no momento em que o aluno começa a reconhecer sua variedade linguística como
uma variedade entre outras que ele ganha consciência de sua identidade linguística e se
dispõe à observação das variedades que não domina.”(p.28)
“[…] Tratar esses usos inadequados como marcas de incompetência ou "burrice" produz
como único resultado a resistência do aluno, que tenderá a achar-se "fraco" ou "sem
capacidade" para aprender português, assumindo como real o papel que lhe é atribuído
por preconceito.”(p.29)
“[…] Tal proposta, como ficou dito, consistiria em trabalhar na escola com essas três
gramáticas, em ordem de prioridade inversa em relação à ordem de sua apresentação, isto
é, privilegiando a gramática internalizada, em seguida, a descritiva e, por último, a
normativa.”(p.30)
“[…] O que o aluno produz reflete o que ele sabe (gramática internalizada). A
comparação sem preconceito das formas é uma tarefa da gramática descritiva. E a
explicitação da aceitação ou rejeição social de tais formas é uma tarefa da gramática
normativa.”(p.34)
“[…] A moral da história é que não existem propriamente textos errados e textos corretos
(pelo menos, nem sempre), mas, fundamentalmente, textos mais ou menos adequados, ou
mesmo inadequados a determinadas situações.”(p.36)
“[…] esse fato indica que somos falantes normais, capazes de nos adaptar às
circunstâncias.”(p.37)
“[…] fazer com que o ensino do português deixe de ser visto tomo a transmissão de
conteúdos prontos, e passe a ser uma tarefa de construção de conhecimentos por parte
dos alunos, uma tarefa em que o professor deixa de ser a única fonte autorizada de
informações, motivações e sanções. O ensino deveria subordinar-se à
aprendizagem.”(p.38)

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