Processo de regulação que mantém o Unidade ou célula básica do sistema nervoso.
organismo em constante equilíbrio, para que suas funções e reações químicas Há 3 tipos de neurónios: Neurónio motor, Neurónio sensitivo, Neurónio de associação. essenciais não sejam influenciadas. A resposta do sistema a uma modificação Distinguem-se em 3 zonas: corpo celular, dendrites e axónio. do meio interno ou externo designasse retroalimentação. Corpo celular: Zona central, com núcleo e citoplasma, processa informação e emite mensagens. Dendrites: Prolongamentos citoplasmáticos Alteração numa variável aciona uma ramificados, recebem e conduzem ao corpo resposta que contraria o sentido da celular estímulos nervosos com origem no mudança de modo a estabilizar o sistema. ambiente ou noutros neurónios. Esta ação favorece a homeostasia. Axónio – Prolongamento citoplasmático fino e longo, transmite as respostas nervosas provenientes do corpo celular a outros neurónios ou a um órgão. O axónio pode ser A resposta amplifica os efeitos da recoberto por uma bainha de mielina. modificação da variável, desestabilizando ainda mais o sistema pelo que não pode ser utilizada para manter o equilíbrio homeostático.
Nos animais, a maioria dos mecanismos
reguladores é protagonizada pelos sistemas nervoso e hormonal. Conjunto formado pelo axónio e pela bainha de mielina, caso exista, designa-se por fibra Uma forma rápida de responder às nervosa. alterações do ambiente e de repor o equilíbrio do meio interno é a As fibras nervosas agrupam-se em feixes sendo estes envolvidos num tecido de ligação coordenação nervosa. que integra vasos sanguíneos. Estes feixes de Os animais desenvolveram células, tecidos fibras nervosas constituem os nervos. e órgãos específicos para esta função, que formam o sistema nervoso. Nervos sensitivos: Recebem estímulos dos órgãos sensoriais e transmitem esses sinais ao sistema nervoso central (encéfalo canais de K+. O íon K+ sai por difusão, e o e espinal medula). potencial de repouso da membrana retorna ao Nervos motores: Enviam ordens do normal (repolarização). sistema nervoso central aos órgãos efetores, geralmente os músculos ou as glândulas.
Os neurónios são células altamente
sensíveis a estímulos do meio. Em resposta a essas variações ambientais geram alterações de natureza eletroquímica que percorrem as suas membranas, constituindo um sinal denominado impulso nervoso. Para que o impulso nervoso seja Quando o potencial de ação atinge a propagado, é necessário que o neurônio extremidade do axónio surge uma zona de esteja com a membrana em potencial de junção a outro neurónio ou a um órgão efetor repouso e que sua superfície interna esteja designasse de sinapse. com carga negativa de 70 a 90 milivolts. Na maioria das sinapses existe um espaço Essa fase é conhecida como polarização. extracelular entre as células conectadas, a Em repouso, a membrana plasmática do fenda sináptica, através da qual a mensagem axônio bombeia Na+ para o meio externo nervosa terá de passar. e, ao mesmo tempo, transfere íons K+ para o interior da célula. Nesse momento, pode ocorrer a difusão simples de sódio para o interior da célula e de potássio para fora. O A mensagem elétrica é convertida em mensagem química. potássio passa para o meio externo com maior rapidez do que o sódio entra, fazendo Na extremidade do axónio existem vesículas com que mais cargas positivas permaneçam carregadas de substâncias químicas fora da célula. Essas ações determinam o produzidas pelo neurónio - os potencial de repouso. neurotransmissores. Quando o neurônio sofre estímulo, ocorre Chegado o potencial de ação, as vesículas uma mudança transitória do potencial de fundem-se com a membrana do neurónio pré- membrana. Nesse momento, acontece a sináptico e libertam os neurotransmissores, abertura dos canais iônicos e a entrada por exocitose, na fenda sináptica. rápida de Na+, que estava em grande quantidade, no meio extracelular. Estes ligam-se rapidamente a recetores específicos da membrana da célula pós- Quando esse íon entra, ocorre a mudança de sináptica, desencadeando um potencial de potencial e o interior do axônio passa a ser ação que dá continuidade à mensagem positivo. nervosa. Esse conjunto de alterações sequenciais garante a transição de potencial - potencial de ação. Essa mudança faz com que os canais de Na+ fechem-se e provoca a abertura dos – Gene: segmento de DNA com uma certa sequencia nucleotidica, podendo atingir DNA: ácido desoxirribonucleico. Suporte milhares de pares de bases, correspondente a da informação biológica, onde estão as determinada informação. características de cada organismo. Genoma: conjunto de genes correspondente RNA: ácido ribonucleico. Biomolécula a informação genética de um individuo. O quimicamente próxima do DNA, genoma humano possui de 30 a 50 mil genes, indispensável ao processamento da englobando 2.825 milhões de pares de bases. informação biológica. Replicação do DNA: sendo suporte da informação genética, o DNA necessita de se autoproduzir, fazendo copias dessa Cromatina: agregados filamentos de DNA informação. De modo a transmiti-la de e proteínas, presentes nos núcleos geração em geração. interfásicos das células eucarióticas. Replicação: desenrolamento do DNA; Nas células eucarióticas o material genético rompimento, por ação enzimática, de pontes encontra-se, quase na totalidade, no de hidrogénio entre bases complementares; núcleo. incorporação de nucleótidos do meio, por complementaridade, com formação de duas Cromossoma: unidade morfológica e novas cadeias. fisiológica de cromatina. Cromossomas, por condensação da cromatina, tornam-se visíveis.
Replicação semiconservativa: cada copia da
Bases pirimídicas: timina, uracilo,citosina. molécula do DNA contém uma das cadeias Bases púricas: adenina, guanina. original e uma cadeia formou-se de novo segundo a regra da complementaridade de Nucleótido: unidade básica dos ácidos bases. Esta replicação permite explicar a nucleicos. É constituído por uma base transmissão do programa genética e a azotada, uma pentose e um grupo fosfato. relativa estabilidade da composição do DNA Cadeia polinucleótidica: os nucleótidos no decurso das divisões celulares. unem-se entre si por ligações entre radical Nucleótidos do DNA: desoxirribose, fosfato de um nucleótido e o carbono 3’ da adenina, timina, citosina, guanina, grupo de pentose do nucleótido seguinte- ligação fosfato. fosfodiéster. Sentido 5’-3’. A sequencia nucleotidica, define as caraterísticas de Nucleótidos do RNA: ribose, adedina, uracilo, citosina, guanina, grupo fosfato. cada individuo. Modelo de dupla hélice: DNA, composto por duas cadeias polinucleotidicas dispostas em sentidos inversos- cadeias A molécula de RNA é composta por uma antiparalelas. As cadeias estão unidas por cadeia polinicleotidica que, em certas formas pontes de hidrogénio entre pares de bases e zonas, pode dobrar-se sobre si devido a azotadas- complementaridade de bases. formação de pontes de hidrogénio. (adenina liga-se a timina e a citosina liga- se a guanina). Duas etapas fundamentais: transcrição da mensagem genética- segmentos de DNA codificam a produção de RNA. Tradução da mensagem genética- o RNA codifica a produção de proteínas. Caraterísticas: Complexidade- intervenção de vários agentes. Rapidez- proteínas complexas produzidas em apenas alguns DNA e proteínas: a forma, estrutura e minutos. Amplificação- transcrição repetida atividade de uma célula depende da da mesma zona do DNA e tradução repetida presença de proteínas. A função da do mesmo mRNA. proteína depende da sua conformação tridimensional que, é determinada por uma sequência de aminácidos. Quem contem a 1. Ligação da RNA polimerase a locais informação para especificar a sequência de específicos do DNA, no núcleo. aminoácidos das diferentes proteínas é a 2. Rompimento das pontes de hidrogénio e sequência de nucleótidos do DNA. separação das cadeias de DNA. 3. Ligação de nucleótidos livres a uma das cadeias do DNA, que funciona como molde, Existe um sistema de correspondência mo sentido 5’-3’, formando o mRNA. entre a linguagem do DNA e a linguagem 4. Libertação do mRNA sintetizado. das proteínas - código genético. 5. Restabelecimento das pontes de hidrogénio e da estrutura do DNA. Cada aminácido é codificado por um conjunto de 3 nucleótidos (tripleto ou codão) originado 64 combinações possíveis. Etapas: iniciação- ligação do mRNA e do A síntese de proteínas ocorre no tRNA iniciador, que transporta o aminoácido citoplasma, ao nível dos ribossomas. metionina á subunidade pequena do Caraterísticas: universalidade- cada ribossoma. Junção da subunidade grande ao codão tem a mesma função em quase todos conjunto. Alongamento- ligação de um novo os seres vivos; redundância- codões tRNA, com outro aminoácido, ao segundo diferentes podem codificar o mesmo codão do mRNA. Formação de uma ligação aminoácido; precisão- o mesmo codão não peptídica entre os dois aminoácidos. Avanço codifica aminoácidos diferentes; de 3 bases pelo ribossoma. Repetição do especifidade dos nucleótidos- os 2 processo ao longo do mRNA. Finalização- primeiros nucleótidos de cada codão são chagada do ribossoma a um dos codões de mais específicos; codão de iniciação- o finalização. Libertação da proteína. Separação codão AUG inicia a leitura do código e do ribossoma nas suas subunidades. também codifica a metionina, codão de terminação- os codões UAA, UAG, UGA terminam a síntese da proteína. O mRNA sofre um processo de maturação Conjunto de ribossomas ligados por um em que os intrões transcritos são removidos filamento de RNA. e os exões são ligados entre si. Cada ribossoma traduz a informação genética Migração do mRNA: o mRNA funcional contida no mRNA e sintetiza a abandona o núcleo em direção ao citoplasma. correspondente proteína. Num dado momento a biossíntese esta em diferentes estádios.
Faz a seleção e transporte de aminoácidos
apropriados e faz o reconhecimento do Mutação: alteração brusca do DNA. Pode codão correspondente do mRNA. ser cromossómica, quando afeta o número ou estrutura dos cromossomas, ou génica, Cada molécula de tRNA possui: uma quando modifica os genes. São raras e sequência de 3 nucleótidos, chamada raramente são hereditárias. Os efeitos são anticodão, que é complementar de uma desde inconsequentes a fatais. Fonte sequência de 3 nucleótidos do mRNA, primária de informação genética e, por chamada codão. O anticodão reconhece o vezes, a chave do sucesso evolutivo dos codão, ligando-se a ele. Uma região que lhe seres vivos. permite fixar um aminoácido específico, na extremidade 3. Locais para ligação ao ribossoma e para ligação as enzimas intervenientes na síntese proteica.
ratos morreram. Depois, juntou a estirpe S
destruída pelo calor com a estirpe R e Griffith trabalhava com o objetivo de injetou os ratos. Ao contrário do que esperava, os ratos não sobreviveram. Após descobrir uma vacina para a bactéria responsável pela pneumonia, quando uma análise ao sangue, descobriu bactérias descobriu que quando as estirpes S e R do tipo R transformadas em S. Concluiu cresciam em conjunto, existia uma que existia um princípio transformante que substância desconhecida dentro da célula era transferido da estirpe S, destruída pelo capaz de transformar a estirpe R em calor, para a estirpe R que a transformava estirpe S. Qual seria o princípio em estirpe S. transformante? As colónias da estirpe S distinguem-se das colónias da estirpe R pela presença de Avery e os seus colaboradores, uma cápsula, que as protege do sistema pretendiam identificar a substância imunitário do hospedeiro. química responsável pela transformação Griffith infetou ratos com a estirpe R e de bactérias da estirpe R em bactérias da com estirpes S destruídas pela ação do estirpe S, ou seja, identificar o fator calor, contudo, os ratos sobreviveram. De transformante descoberto por Griffith. seguida infetou-os com a estirpe S e os Para tal, extraíram de células do tipo S, • Meio com enxofre radioativo. Vão mortas pela ação do calor, os vários incorporar enxofre radioativo. constituintes celulares tais como lípidos, proteínas, glícidos e DNA. Qual destas substâncias teria a capacidade de transformar bactérias do tipo R em bactérias Cultivaram E.Coli num meio de cultura com 15N durante várias gerações de bactérias, do tipo S? Cada constituinte foi espalhado transferindo posteriormente para um meio isoladamente numa cultura viva do tipo R e com azoto normal. Extraiu-se DNA neste após algum tempo de incubação, foi injetado momento, 20 minutos depois e 40 minutos em ratos. depois. Através da densidade do DNA Avery e os seus colaboradores concluíram recolhido foi possível chegar-se à conclusão que as bactérias do tipo R incorporavam no que o DNA se duplica de modo seu material genético a informação recebida semiconservativo, sendo que se conserva do DNA das bactérias do tipo S adquirindo a sempre uma cadeia e se gera uma nova. forma patogénica. Assim, o DNA seria o material hereditário. Sintetizou artificialmente RNA mensageiro (mRNA), formado exclusivamente por Muitos cientistas não acreditavam que a nucleótidos uracilo (UUU UUU UUU...). molécula de DNA fosse responsável pela Ao mRNA poli-U, adicionaram extrato de hereditariedade genética uma vez que não bactérias, garantindo a presença de todos os apresentava complexidade suficiente. ingredientes necessários para que a síntese proteica pudesse ocorrer. Verificaram que se As experiências com o bacteriófago T2 formava um péptido com um só tipo de infetante de Escherichia coli, vieram aminoácidos. confirmar a hipótese lançada por Avery. Seguiram-se duas experiências idênticas, Começaram as experiências sabendo, à mas usaram mRNA poli-A (AAA…) e partida, a forma e o mecanismo pelo qual o mRNA poli-C (CCC...). Também nestes fago injeta o seu material nas células casos, se formava um péptido, constituído bacterianas. Ao injetá-lo, o corpo do fago por um só tipo de aminoácidos. liberta-se da superfície da célula, logo o material injetado deverá ser o material hereditário. Sabiam também que os únicos componentes químicos existentes num fago Sintetizou moléculas de RNAm com nucleótidos alternados (por exemplo, são proteínas e DNA. ACACACACA…). Esta cadeia permitia dois Testaram, se o material hereditário era o tipos de combinações (ACA e CAC). DNA ou as proteínas. A cadeia peptídica era formada por dois tipos Sabiam que a molécula de DNA continha de aminoácidos – treonina e histidina. fósforo e as proteínas não. Por outro lado, as proteínas continham enxofre e o DNA não. CONCLUSÃO: Diferentes combinações de tripletos são responsáveis pela Cresceram fagos em dois meios diferentes: codificação de diferentes aminoácidos. • Meio com fósforo radioativo. Vão incorporar fósforo radioativo. Intervalo G2 - blossínteses de RNA e proteínas; crescimento celular. Cada molécula de DNA, associada a histonas, constitui um filamento de cromatina dispersa que, quando se enrola, origina um cromossoma. Mitose: Processo que decorre na divisão das células eucarióticas, pelo que se formam Quando o DNA duplica o cromossoma núcleos com o mesmo número de passa a ser constituído por dois cromossomas do núcleo inicial. Embora a cromatídios, ligados pelo centrómero. mitose seja um processo continuo, costumam distinguir-se quatro subfases - prófase, metáfase, anáfase e telófase. Conjunto de transformações que decorre Prófase: etapa mais longa; Individualização entre a formação de uma célula e a sua dos cromossomas; Desaparecimento dos própria divisão em duas células-filhas. nucléolos e da membrana nuclear; Afastamento dos centríolos e formação do Auto-replicação do DNA permite que, fuso acromático. sempre que uma célula se divide, cada célula-filha herde uma cópia do seu Metáfase: máxima condensação dos material genético. cromossomas; Disposição dos cromossomas no plano equatorial da célula com os Fases do ciclo celular: Interfase - centrómeros orientados para o centro; ocorre a duplicação do material genético. Formação da placa equatorial. Fase mitótica - o núcleo divide-se Anáfase: rompimento dos centrómeros e (mitose) e, a seguir, divide-se o citoplasma separação dos cromatídios; Ascensão polar (citocinese). dos cromossomas filhos. Telófase: dissolução do fuso acromático; Reorganização da membrana nuclear em cada núcleo-filho; Descondensação dos cromossomas; Reaparecimento dos nucléolos.
Divisão do citoplasma pelas células-filhas
Decorre entre o fim de uma divisão no fim da divisão celular. celular e o início da divisão seguinte. Citocinese nas células animais: ocorre por Períodos G1, S e G2. estrangulamento do citoplasma; Intervalo G1 - biossínteses de RNA e Citocinese nas células vegetais: ocorre por proteínas; formação de organitos; alinhamento e fusão de vesículas do crescimento celular. Complexo de Golgi na região equatorial, Período S - replicação do DNA e síntese de com posterior deposição de celulose. histonas; filamentos de cromatina com estrutura dupla. Importância biológica da divisão celular - Resulta de alterações nos mecanismos de mitose controlo do ciclo celular que conduzem à divisão caótica das células. Assegurar a estabilidade genética ao longo das gerações. Crescimento dos organismos pluricelulares. Diversidade e regulação: A diversidade de formas e de funções que as células do mesmo Regeneração de estruturas e renovação individuo apresentam resultam de de tecidos. complexos mecanismos de regulação que ativam seletivamente diferentes porções de DNA em diferentes células.
unicelulares (ex. paramécia, amiba), também
pode ocorrer em seres pluricelulares (ex. planária). Capacidade de constituir descendência portadora de genes dos progenitores, assegurando a renovação contínua da espécie e a transmissão da informação Na superfície da célula ou indivíduo, forma- genética de geração em geração. se uma dilatação – gomo ou gema – que dá Reprodução assexuada: Sem intervenção origem a um novo organismo após um processo de crescimento e separação. Ocorre de células sexuais e sem fecundação. em seres unicelulares (ex. leveduras) e em Descendência a partir de um único seres pluricelulares (ex. esponja, hidra). progenitor. Os descendentes são geneticamente idênticos ao progenitor. Reprodução sexuada: Ocorre a fecundação, com fusão de gâmetas, Novos indivíduos são formados a partir da geralmente provenientes de dois regeneração de fragmentos de um indivíduo progenitores diferentes, e formação de um progenitor. Ocorre em animais pouco ovo. Os descendentes são únicos, diferenciados (ex. planária, estrela-do-mar, geneticamente diferentes entre si e dos anémonas) e em algas (ex. espirogira). progenitores.
Certas estruturas vegetais pluricelulares
Uma célula ou indivíduo divide-se em originam, por diferenciação, novas plantas. dois, semelhantes, com posterior Os casos mais comuns ocorrem a partir de crescimento, até atingir o tamanho do folhas, caules aéreos, - estolhos (ex. progenitor. Frequente nos seres morangueiro) - ou subterrâneos, - rizomas (ex. fetos), tubérculos (ex. batateira) e bolbos (ex. cebola). Formação de células reprodutoras especiais Grupo de células geneticamente idênticas e – os esporos - que, por germinação, descendentes de uma só célula inicial. originam novos seres vivos. Comum em Também se aplica a uma linhagem de fungos (ex. bolor-do-pão), algas e plantas indivíduos geneticamente idênticos. (ex. fetos e musgos). Clonagem - Processo através do qual se obtém um clone. Clonar plantas: Produção de plantas por Formação de um novo indivíduo a partir de cultura in vitro: Prática atualmente muito um óvulo não fecundado. Ocorre em utilizada. A partir de um fragmento abelhas, pulgões, e nalguns peixes, anfíbios e selecionado produzem-se milhões de plantas répteis. geneticamente idênticas. O rendimento é muito elevado. O produto final é robusto e livre de doenças. Clonagem de animais por transferência de núcleos: O núcleo de uma célula do Os processos de reprodução assexuada animal que se pretende clonar é transferido estão associados à divisão celular por mitose para um óvulo de outro animal da mesma uma vez que um único progenitor dá origem espécie, ao qual se retirou o núcleo. a um conjunto de indivíduos que lhe são geneticamente idênticos - clones.
O número de cromossomas de cada espécie
permanece constante ao longo das gerações Fusão (cariogamia) de duas células devido à meiose. sexuais (gâmetas) resultando o ovo ou zigoto, portador da soma dos cromossomas transportados pelos gâmetas - duplicação cromossómica. Células diploides (2n) - Possuem núcleos com pares de cromossomas homólogos, tendo cada par forma e estrutura idênticas e genes com informação para as mesmas características. Anáfase II: Rompimento dos centrómeros e separação dos cromatídios. Ascensão polar Assegura a redução do número de dos cromossomas-filhos. cromossomas para metade - redução Telófase II: Dissolução do fuso cromossómica - passando de 2n (diploidia) acromático. Reorganização de cada núcleo- para n (haploidia). filho. Descondensação dos cromossomas. Células haploides (n) - Possuem núcleos Da divisão II resultam quatro núcleos com um cromossoma de cada par de haploides, cada um com um cromossoma de homólogos. cada par de homólogos. Envolve duas divisões sucessivas - divisão I e divisão II - em que são produzidos quatro núcleos haploides a partir de um diploide. Afetam o número ou estrutura dos Interfase: A célula diploide replica o seu cromossomas. Podem ser: DNA. • Mutações numéricas – O número de Prófase I: Emparelhamento dos cromossomas é alterado devido à mutação. cromossomas homólogos. Permuta de segmentos entre cromatídios de • Mutações estruturais – O número ou cromossomas homólogos (crossing-over). arranjo dos genes é alterado, com efeitos Metáfase I: Disposição aleatória dos no tamanho ou na forma dos cromossomas. Mantém-se o número de cromossomas homólogos de cada bivalente cromossomas. na placa equatorial. Localização dos pontos de quiasma no plano equatorial. As mutações podem ocorrer: Anáfase I: Separação aleatória dos • na divisão I da meiose, pela não separação de cromossomas homólogos; cromossomas homólogos (redução cromossómica). Cada cromossoma, formado • na divisão II, pela não separação de por dois cromatídeos, migra para um dos cromatídios irmãos; polos da célula. • e no crossing-over devido a uma permuta anormal de segmentos entre Telófase I: Descondensação dos cromatídios de cromossomas homólogos. cromossomas e reconstituição dos núcleos. Cada núcleo com metade do número de cromossomas do núcleo diplóide inicial. Da divisão I resultam dois núcleos haplóides, tendo cada cromossoma dois cromatídios. Prófase II: Individualização dos cromossomas. Desaparecimento do invólucro nuclear. Afastamento dos centríolos e formação do fuso acromático. Metáfase II: Disposição dos cromossomas na zona equatorial. Localização dos centrómeros no plano equatorial. Os gâmetas são produzidos em estruturas especializadas – os Interfase - a célula diploide replica o DNA gametângios, nas plantas, e as gónadas, que passa de 2Q para 4Q. nos animais. Anáfase I - redução de 4Q para 2Q aquando Os seres vivos com reprodução sexuada da separação de cromossomas homólogos. desenvolvem estratégias facilitadoras do encontro de gâmetas masculinos e Anáfase II - redução de 2Q para Q aquando femininos da mesma espécie de modo a da separação dos cromatídios. ocorrer a fecundação. Nos seres hermafroditas suficientes ocorre autofecundação e nos restantes Variabilidade genética: Os indivíduos organismos ocorre fecundação cruzada. formados por reprodução sexuada são Esta pode ser externa (por norma, no únicos do ponto de vista genético – meio aquático) ou interna (por norma, no diferem entre si e dos seus progenitores. meio terrestre). A recombinação genética decorre da meiose e da fecundação. Variabilidade genética resulta da separação aleatória dos cromossomas homólogos e da recombinação de genes no crossing-over, durante a meiose, e da união aleatória dos gâmetas, aquando da fecundação. Na meiose, o número de combinações possíveis dos cromossomas de origem materna e de origem paterna é 2n sendo n o número de pares de cromossomas homólogos. Na fecundação, o número de combinações possíveis no zigoto é igual ao produto das combinações genéticas possíveis nos dois gâmetas que se fundem. Sequência de acontecimentos que se Gâmetas morfologicamente verificam na vida de um ser vivo, desde indiferenciados. que se forma até que produz descendência. O conteúdo de um filamento move-se Apresenta dois fenómenos (gâmeta dador) em direção ao conteúdo complementares, fecundação e meiose. celular de outro filamento (gâmeta recetor). Difere de acordo com o momento de Meiose pós-zigótica a seguir à formação do ocorrência da meiose. zigoto. Alternância de fases nucleares: num Alternância de fases nucleares: entidades de ciclo de vida, uma fase haploide alterna núcleo haploide alternam com entidades de com uma fase diploide. núcleo diploide. Fase haploide: compreendida entre a Organismo haplonte: só o zigoto pertence à meiose e o momento da fecundação; fase diploide. constituída por células haploides; n cromossomas; resulta da meiose. Fase diploide: compreendida entre a Meiose pré-espórica aquando da formação fecundação e o momento da meiose; de esporos. constituída por células diploides; 2n cromossomas; resulta da fecundação. Fecundação dependente da água. Alternância de fases nucleares: entidades de núcleo haploide alternam com entidades de núcleo diploide. A fase diploide é mais Meiose pós-zigótica: Ocorre após a desenvolvida e a ela pertence a planta adulta. formação do zigoto. O organismo é haplonte (ex: Espirogira). Organismo haplodiplonte. Meiose pré-espórica. Ocorre na formação de esporos. O organismo é haplodiplonte (ex: Algas e Plantas). Gâmetas morfologicamente diferenciados e Meiose pré-gamética: Ocorre na produzidos em ovários e testículos. formação dos gâmetas. O organismo é Meiose pré-gamética aquando da formação diplonte (ex: Animais e algumas Algas). de gâmetas. Alternância de fases nucleares - entidades de núcleo haplóide alternam com entidades de núcleo diplóide. Organismo diplonte só os gâmetas pertencem à fase haplóide. A vida terá evoluído a partir de organismos simples, os procariontes, dos quais terão surgido os eucariontes. As hipóteses autogénica e endossimbiótica apresentam explicação para esta evolução. Hipótese autogénica: A célula procariótica terá sofrido sucessivas invaginações da membrana plasmática com posterior especialização. Hipótese endossimbiótica: A célula eucariótica terá surgido de uma associação simbiótica entre diversas células procarióticas.
Uma célula procariótica capturava outras
que sobreviviam no seu interior estabelecendo relações simbióticas. As relações tornaram-se permanentes com interdependência estável entre as células. As células-hóspedes constituíram-se como organelos da célula hospedeira, formando- se uma célula eucariótica. Mitocôndrias e cloroplastos assemelham- se a bactérias na forma, tamanho e estrutura. Estes organelos produzem as suas membranas internas, dividem-se independentemente da célula e contêm DNA em moléculas circulares. Os seus ribossomas são mais parecidos com os da célula procariótica; Atualmente, encontram-se associações simbióticas entre bactérias e alguns eucariontes. Os ancestrais dos organismos Grande diversidade de formas com multicelulares seriam simples agregados adaptação a diferentes ambientes. de seres unicelulares, que formavam estruturas designadas colónias ou Aumento do tamanho sem comprometer a eficácia das trocas com o meio externo. agregados coloniais. Inicialmente todas as células da colónia Maior especialização com proporcional eficácia na utilização da energia. desempenhavam a mesma função. Ao longo do tempo algumas das células ter- Maior independência em relação ao meio se-ão especializado em determinadas ambiente com manutenção das condições do funções. meio interno. A diferenciação celular e consequente especialização, em que se verifica a interdependência estrutural e funcional das células, ter-se-á acentuado no decurso da evolução, originando seres multicelulares. As espécies são unidades fixas e Naturalista francês, é uma figura de imutáveis que, num mundo igualmente referência na história do evolucionismo estático, surgiram independentemente sobretudo por ter sido o primeiro a umas das outras. apresentar uma teoria explicativa coerente sobre os mecanismos da evolução. Segundo o Criacionismo, as espécies foram originadas por criação divina e, Lei do uso e do desuso: A necessidade cria são perfeitas e estáveis, mantendo-se fixas o órgão apropriado e a função modifica-o, ao longo dos tempos. Esta é uma teoria isto é, o meio pode obrigar ao uso fixista. repetitivo de um órgão ou parte do corpo, provocando o seu crescimento e No final do século XVIII, o Criacionismo, desenvolvimento; ao contrário, a falta de que até então assumira um carácter uso provocará a sua atrofia, até, desaparecer. dogmático, começa a ser posto em causa. Valorização do estudo dos fósseis: Lei da herança dos caracteres adquiridos: Os caracteres adquiridos sob a ação representam espécies que só aparecem em modificadora do meio, e pelo uso e não uso certos estratos sedimentares e não dos órgãos, são transmitidos às gerações existem na atualidade. seguintes. Estudo sistemático das espécies atuais: Críticas: Aspetos como “necessidade de iniciado por Lineu ao desenvolver um adaptação” ou “procura de perfeição” não se sistema de classificação dos seres vivos conseguem testar. As modificações baseado na morfologia dos indivíduos. provenientes do uso e desuso dos órgãos são Lineu foi um criacionista convicto mas os adaptações individuais. seus trabalhos contribuíram para o desenvolvimento de ideias evolucionistas.
Naturalista inglês, desenvolveu a teoria
Admite-se que as espécies se alteram de evolucionista mais credível para explicar a origem das espécies. forma lenta e gradual ao longo do tempo, originando outras espécies. Recolheu dados e informações ao longo de Esta ideia alinha com uma perceção mais de 20 anos, com destaque para a sua viagem à volta do mundo. dinâmica e transformista do mundo e resulta de um vasto conjunto de Influências da Geologia: Darwin levou em contributos das diversas áreas do conta a origem e localização dos fósseis, os Conhecimento. fenómenos vulcânicos, o tempo geológico, o A implantação definitiva das ideias uniformitarismo, a influência de Lyell. Por evolucionistas só foi possível com o influência de Lyell, Darwin ter-se-á aparecimento de mecanismos apercebido de que os fósseis apresentam diferenças bruscas de estrato para estrato explicativos, fundamentados e alicerçados em argumentos claros. devido a faltarem os fósseis intermédios correspondentes a estratos erodidos. Influências da Biogeografia: Darwin apercebeu-se da imensa biodiversidade, dos padrões comuns de vida, das diferenças ambientais, das adaptações dos seres vivos, das migrações e interpretou casos concretos de evolução como os tentilhões e tartarugas das Ilhas Galápagos. Malthusianismo: Segundo Malthus, a população humana tende a crescer para além das possibilidades do meio, sendo limitada por fatores externos, como a disponibilidade de alimento e a propagação de doenças. Darwin aplicou estas ideias às populações animais, apercebendo-se da sua luta pela sobrevivência. Seleção artificial: Como criador de pombos, Darwin apercebeu-se de que o Homem era capaz de selecionar, para reprodução, indivíduos com características desejáveis. Ao fim de algumas gerações, os descendentes obtidos são diferentes dos seus ancestrais.
Existem sempre variações entre os
indivíduos de uma população. Cada população tende para a superprodução de descendentes. No meio natural, ao longo das gerações, o número de indivíduos mantém-se constante. Entre os indivíduos ocorre uma luta pela sobrevivência face a fatores limitantes (alimento, território, abrigo, parceiro, ...). Os indivíduos com características vantajosas, os mais aptos, são conservados por seleção natural, produzindo mais descendentes com essas características (reprodução diferencial); os menos aptos são eliminados. Estruturas homólogas: Apresentam origem Distribuição geográfica: As espécies embriológica semelhante, normalmente tendem a ser tanto mais semelhantes aspetos diferentes e podem ter funções quanto maior é a sua proximidade diferentes. Descendem, por evolução geográfica. Quanto mais isoladas maiores divergente, de um ancestral comum. são as diferenças entre si. Estruturas análogas: Apresentam origem embriológica diferente, com funções semelhantes em ambientes semelhantes, mas Teoria Celular: Todos os organismos são não evidenciam parentesco. Surgem por constituídos por células sendo a célula a sua evolução convergente e ilustram o efeito unidade estrutural e funcional, com vias adaptativo da seleção natural. metabólicas idênticas em seres vivos muito Estruturas vestigiais: São estruturas diferentes. Isto indicia uma origem comum. atrofiadas, sem função evidente, que foram úteis num ancestral passado. Noutros grupos surgem desenvolvidas e funcionais. Hibridação de DNA: A comparação de Mostram que as espécies não se mantiveram sequências de bases e a hibridação de DNA imutáveis. permitem estabelecer relações evolutivas. A taxa de hibridação é proporcional ao grau de parentesco evolutivo. Fósseis: Ao revelarem espécies hoje Comparação de proteínas: A comparação inexistentes, os fósseis contrariam a ideia da de sequências de aminoácidos da mesma sua imutabilidade e apoiam o evolucionismo. proteína, em diferentes seres vivos, permite As descobertas de séries completas de fósseis estabelecer relações evolutivas. O grau de ilustram modificações graduais sofridas ao semelhança é proporcional ao grau de longo do tempo (amonites, elefantes, parentesco evolutivo. cavalos, ...) e ajudam a construir árvores filogenéticas. As formas fósseis de transição apresentam Questões não esclarecidas pelo darwinismo: características intermédias de grupos • Como surge uma variação? diferentes de organismos atuais, revelando a sua interdependência evolutiva. • Como é transmitida uma variação hereditária? Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Embriões: O estudo comparado de embriões Evolução: Reformulação do darwinismo à revela semelhanças nas primeiras fases de luz dos conhecimentos da Genética. desenvolvimento e estruturas comuns em embriões de diferentes grupos. Mutações: Alterações génicas (na sequência População: Conjunto de indivíduos da nucleotídica) ou cromossómicas (na mesma espécie que ocupam uma dada área disposição dos genes ou no número de geográfica e que se cruzam entre si, cromossomas). Se forem viáveis e favoráveis, partilhando o mesmo fundo genético. sendo transmissíveis, constituem uma fonte primária de variabilidade genética. Fundo genético: Somatório de todos os alelos de todos os genes presentes numa Recombinação genética: A reprodução população num determinado momento. sexuada contribui para aumentar a variabilidade através da meiose (crossing- over e separação aleatória de cromossomas homólogos) e da fecundação (união aleatória dos gâmetas). As modificações que ocorrem no fundo genético da população, e não as modificações que ocorrem nos indivíduos, determinam a evolução. A população é a unidade evolutiva. A seleção natural não atua sobre genes isoladamente mas sim sobre indivíduos com toda a sua carga genética. Os indivíduos portadores dos conjuntos génicos mais favoráveis (determinantes de características vantajosas) sobrevivem mais tempo e originam maior descendência (reprodução diferencial), tornando mais frequentes os seus genes.