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RESUMO: ARTIGO – RELAÇÃO ENTRE A DURABILIDADE E O

COMPORTAMENTO GEOMECÂNICO DE XISTOS

ALUNOS: Eduardo Cordeiro Reis e João Pedro Pires dos Santos

O objetivo do artigo foi verificar como a durabilidade dos maciços rochosos


analisados se relacionam com o comportamento geomecânico das rochas
(resistência e grau de alteração) e com os possíveis mecanismos de ruptura.

Foram analisados dois taludes, ambos formados principalmente por xistos


(um tipo de rocha metamórfica), localizados na região da cidade de Ouro Preto
– MG. A presença de rochas com descontinuidades estruturais, juntamente com
o clima e relevo da região, facilitam a ocorrência de erosões e contribuem com
a ação do intemperismo, que pode alterar os maciços rochosos e causar, por
exemplo, a ruptura de taludes.

Um dos taludes avaliados era um corte de estrada para a passagem de


uma linha de trem, enquanto o outro localizava-se numa encosta de uma rodovia.
Em ambos, predominava a presença de Quartzo-clorita-muscovita-xisto.

Para estudo, o talude da rodovia foi dividido em dois setores (1 e 2), sendo
o setor 1 o que apresentava maior grau de alteração (sofreu mais intemperismo).
A partir de uma estimativa realizada em campo, classificou-se o setor 1 como
maciço de rocha muito alterada e o setor 2 como maciço de rocha
moderadamente alterada. Através de softwares, verificou-se ainda que o
mecanismo de ruptura mais provável de acontecer é uma cunha, o que de fato
ocorreu no setor 2. Já no setor 1, provavelmente houve uma ruptura circular.

Uma ruptura em cunha ocorre quando dois planos desfavoráveis à


estabilidade do talude condicionam o deslocamento de um prisma rochoso ao
longo da interseção entre os dois planos, conforme mostra a figura abaixo.
O segundo talude foi classificado como maciço de rocha pouco
alterada. A partir de softwares, observou-se que os modos de ruptura mais
prováveis de ocorrer na área eram o tombamento de blocos e ruptura em cunha,
embora não tenham sido visualizadas em campo rupturas recentes.

O tombamento é um movimento que se dá pela rotação de blocos


rochosos com grande mergulho, como mostrado na figura abaixo:

Quanto a resistência dos taludes, foi realizada uma estimativa através do


método do martelo de geólogo. Como esperado, obtiveram-se diferentes
resistências: o talude da linha de trem apresentou uma resistência mediana
(entre 25 e 50 MPa); o setor 1 do talude da rodovia apresentou uma
resistência muito branda (entre 1 e 5 MPa) e o setor 2 uma resistência
branda (entre 5 e 25 MPa).

A partir dos resultados, concluiu-se que a ruptura esperada no talude da


linha de trem condizia com a realidade, já que na região havia formação de
blocos e cunhas, embora não houvesse indícios de tombamentos recentes.
Quanto à durabilidade, justifica-se que seja classificada como extremamente
alta: ela está relacionada à resistência ao intemperismo e ações mecânicas:
quanto mais exposta às ações intempéricas, mais alterada e menos resistente
ela se torna. Visto que o grau de alteração observado foi baixo, a durabilidade
da rocha é alta.

No talude da rodovia, o setor 1 apresentou mecanismo de ruptura circular.


No setor 2, observou-se ruptura em cunha, que era o esperado de maciços com
moderado grau de alteração e mais resistentes. Quanto à durabilidade,
esperava-se que o setor 1 apresentasse baixa durabilidade, visto que sua
resistência era muito baixa e seu grau de alteração era alto, porém, verificou-se
uma durabilidade média. Quanto ao setor 2, obteve-se uma durabilidade alta, o
que era esperado.

Sendo assim, é possível concluir que o ensaio de durabilidade que foi


realizado (Shake Durability Test), fornece resultados satisfatórios e condizentes
com as características observadas nos maciços rochosos.

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