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Ok Samba - Do Corpo Dominado...
Ok Samba - Do Corpo Dominado...
numa fazenda e faziam samba de roda. Ela trouxe DVD na aula seguinte com um da dança e
depoimentos da importância da mesma na região.
Para aprofundamento e ampliação do tema, foram consideradas: 1) história do samba,
nome e o primeiro samba gravado; 2) quem são os representantes, suas identidades (figura do
malandro) e vestimenta; 3) música, dança e religião (instrumentos/tambor, a capoeira e religiões
de matrizes afro-brasileiras); 4) samba, suas variações (subgêneros e fusões) e passos do samba;
5) samba de roda (estudo etnográfico). Entrevistas, visita ao Museu Afro e a espaços onde a
manifestação cultural acontece.
Como produto final, toda a pesquisa seria apresentada no encerramento do TCA, no
sarau em homenagem ao Binho, denominado pelos alunos de “Sarau Binésio”.
As salas foram divididas em cinco grupos, cada qual recebeu uma orientação de estudos
com uma das frentes de investigação, sugestões de sites para pesquisa, data da entrega do
trabalho por escrito com a produção do grupo e a forma de apresentação para sala (seminário,
power point ou trazer algum representante do samba para contar sua história com a
manifestação). Ademais, foram disponibilizados os horários para pesquisa na sala de
informática.
O grupo da aluna que trouxe o DVD escolheu como tema o samba de roda, dizendo que,
no dia da apresentação, sua mãe viria para contar sua experiência. Neste momento, discutimos
que o conhecimento está no mundo, não só na escola e na internet, e que dar voz ao aluno e à
comunidade fazem parte do processo.
Os estudantes que optaram pelo seminário foram orientados sobre a necessidade de se
apropriarem do tema, da organização da apresentação, da necessidade de construir um roteiro
e também que evitassem a leitura.
Por não ter experiência com a temática, fui realizando um estudo etnográfico do samba.
Além das pesquisas pela internet, adquiri as obras “No fio da navalha”, “A construção do
Samba” e “Contando a história do samba”, que serviram de base para orientar as pesquisas dos
alunos.
Visitei a “Comunidade Samba da Vela”, nela realizei uma entrevista gravada com
Chapinha, que nos contou a história do samba, sua história e a história do Samba da Vela, assim
como registrei em vídeo algumas composições. Segundo narra, em um dos encontros, a luz
acabou, então, acederam uma vela e ficou combinado que quando a vela apagasse o encontro
estaria terminado. O procedimento passou a repetir-se em todos os encontros, num emocionante
ritual. No dia de vela rosa, pessoas comuns apresentam seus sambas e quem acompanha com
os instrumentos vai tentando aproximar a melodia e a harmonia ao que está sendo cantado. No
dia da minha visita, era dia de vela rosa, e entre os compositores se apresentaram um motorista
de ônibus, um porteiro, um pesquisador… Na sequência, vem a vela azul, em que o compositor
escolhe um dos sambas que cantou na vela rosa e o reafirma. Na vela branca são escolhidos os
catorze melhores sambas para compor um caderno.
Através da “Agenda Cultural da Periferia”, na página do samba, encontrei um evento
que em muito veio a contribuir. O SESC Vila Mariana recebeu o samba de “Roda do Mestre
Ananias” (representante da capoeira angola em São Paulo), os “Mestres Sambadores do
Recôncavo Baiano” e a “Prosa de Sambador” com João do Boi, Massu, Dora de São Brás,
Domingos Preto e Dominguinhos de Iguape, que cantaram, tocaram, dançaram e
compartilharam suas experiências com a Chula, modalidade do samba de roda ainda cantada e
dançada por poucos sambadores do Recôncavo Baiano. Participei dos encontros. Em um deles
fui acompanhada de uma aluna do 9º B, que teve oportunidade de participar das discussões e
entrevistar pesquisadores, contribuindo na escola como multiplicadora.
Nas aulas de História foi discutido o contexto histórico de surgimento do samba, como
a Guerra dos Canudos, o processo de reurbanização do centro do Rio de Janeiro no início do
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