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1. Introdução
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Quando a família falha nesta proteção, O Estado precisa agir para
garantir os direitos destas crianças e adolescentes. O ideal seria que estes jovens
fossem colocados em novas famílias, de modo que crescessem com amor, afeto e
tudo mais que lhes é de direito. Porém, quando a família de origem negligencia esta
proteção, estes jovens são colocados em abrigos e instituições, onde poucos têm a
“sorte” de serem adotados.
A adoção no Brasil também é algo que precisa ser debatido,
especialmente pelo fato de ser um processo moroso e complexo, gerando um
grande contingente de crianças e adolescentes institucionalizados e, quanto mais à
idade, mais difícil de serem adotados. Sobre a adoção, podemos dizer que nem
sempre este processo foi visto priorizando os direitos das crianças e adolescentes.
Inicialmente as famílias adotavam como forma de ter em casa uma mão-de-obra
barata, deixando de lado os direitos do adotando e visando somente os interesses
próprios. De acordo com Granato (2003, p.32):
Só era permitida a quem não tinha filhos, porque aquele que os tivesse já
teria garantido a continuidade do culto familiar e da própria família. E o filho
varão é que era absolutamente indispensável, pois a filha, ao se casar,
renunciava ao culto do seu pai, passando a venerar os deuses do marido.
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Lei nº 6.697/1979
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IV - Privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos
pais ou responsável;
V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou
comunitária;
VI - Autor de infração penal.
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Lei nº 8.069/1990
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Art. 47: “O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá
certidão”.
§ 1º. A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o
nome de seus ascendentes.
§ 2º. O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original
do adotado.
§ 3º. A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório
do Registro Civil do Município de sua residência.
§ 4º. Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas
certidões do registro.
§ 5º. A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.
§ 6º. Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é
obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§1º e 2º do art.
28 desta Lei.
§ 7º. A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no §6º do art. 42 desta
Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito.
§ 8º. O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em
microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta
a qualquer tempo.
Desta forma, notamos muito teve que ser feito para que as crianças e
adolescentes fossem reconhecidos como sujeitos de direitos, contudo, ainda
estamos longe de chegar ao modelo ideal, já que os abrigos e instituições estão
cheios de jovens sonhando com uma família, tendo este direito ainda negligenciado.
Podemos dizer que a morosidade no processo de adoção e o perfil
desejado pelos adotantes contribuem para este cenário. Esta lentidão se dá pelo
fato de que os adotantes precisam passar por diversas fases até ocorrer de fato à
adoção, de modo que os interesses dos adotados sejam objetivados do início ao fim
do processo. Com relação ao perfil desejado, as famílias que buscam a Vara da
Infância e Juventude geralmente têm um conceito pré-estabelecido de filho ideal,
7 Lei nº 12.010/2009
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onde geralmente são crianças com menos de dois anos de idade, do sexo feminino
e brancas.
Diante destes entraves, hoje estima-se que no Brasil exista mais de 6,5
mil crianças esperando uma família, conforme a reportagem da “Globo News
Especial” (2016, s/p) nos mostra:
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Formada por pai, mãe e filhos
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No intuito de garantir a convivência familiar, alguns Estados brasileiros
adotaram o Programa de Apadrinhamento Familiar, de modo que as crianças e
adolescentes possam vivenciar o contexto familiar e diminuir a dolorosa espera por
uma família definitiva. Este tema será abordado no tópico a seguir, focando,
sobretudo no Estado de São Paulo.
3 O Apadrinhamento Afetivo
Aqueles que têm muito amor a oferecer e querem manter o vínculo com o
abrigado foram chamados de padrinhos afetivos - e aqueles que embora
não queiram nenhum vínculo, mas podem oferecer uma ajuda financeira
para mudar a vida do abrigado, padrinhos financeiros.
Isto posto, podemos dizer que a sociedade pode contribuir por meio
deste apadrinhamento para o bem-estar desta criança ou adolescente, já que
também tem responsabilidade no desenvolvimento desses jovens, conforme
preconizado na Constituição Federal de 1988 em seu Art. 227 e pelo ECA em seu
Art. 4, conforme já mencionado.
Para que os interessados sejam aptos a serem padrinhos, os mesmos
deverão cumprir alguns critérios, como por exemplo:
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a proposta, compreender a diferença entre o apadrinhamento e a adoção e
discutir as possibilidades de vínculo.
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desligar ou ao retornar à instituição terá materializado novamente de que não tem
um lar. O ideal na verdade é que o processo de adoção sofra alterações, de modo
que esta criança e este adolescente possa ter definitivamente sua família.
Referências Bibliográficas
______. Lei 12.010. Dispõe sobre adoção. Brasília, 2009. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm. Acesso em
17 de novembro de 2016.
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GLOBO NEWS ESPECIAL. Fila de adoção tem 6,5 mil crianças e adolescentes
no Brasil. Globo News Especial’ mostra um retrato da adoção no Brasil, com casos
polêmicos e um debate sobre dificuldades que casais enfrentam, 2016. Disponível
em: http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2016/05/fila-de-adocao-tem-mais-de-65-
mil-criancas-e-adolescentes-no-brasil.html. Acesso em 07 de novembro de 2016.
OLIVEIRA, Carmen Silveira de; MOURA, Maria Luiza de. Maioridade para os
direitos da criança e do adolescente. in Revista de Direitos Humanos, 2008.
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