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MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDO NACIONAL DE SAÚDE

MANUAL DE
RESSARCIMENTO
Fundo a Fundo

BRASÍLIA/DF
2022
2022. Ministério da Saúde. Fundo Nacional de Saúde

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atualizada e consistente com as necessidades de saúde,
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Alexandre Bernardes de Araújo
Ana Paula Rodrigues dos Santos nos próximos cinquenta anos.
Bruno Carneiro Santana
Dayanne Kelly Leite de Azevedo
Fabrício Costa Resende
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Gabriel dos Santos Serpa Com a nossa dedicação, enquanto guardiões do
Karina Fernandes dos Santos financiamento da saúde pública, no âmbito federal,
Maria do Socorro de Lima
Mário Alexander Lopes Rodrigues para garantir o cumprimento do PACTO 50+.
Pedro Henrique de Araújo Soares Correia
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.............................................................................5 4.2.2.1 Obra não executada............................................................................ 32


4.2.2.2 Obra executada integralmente............................................................ 32
2. CARACTERÍSTICAS DO INSTRUMENTO DE REPASSE.............................6 4.2.2.2.1 Fora de funcionamento por ausência de interesse do
2.1 A Gestão Financeira dos recursos do Sistema Único de Saúde nas gestor no cumprimento do objetivo do repasse............... 32
transferências Fundo a Fundo – FAF............................................................................. 6
4.2.2.2.2 Defeitos na obra................................................................ 32
2.2 Blocos de financiamento - Portaria GM/MS nº 204, de 29 de janeiro de 2007............ 9
2.3 Blocos de custeio e investimento - 4.2.2.3 Obra executada parcialmente.............................................................. 33
Portaria GM/MS nº 3.992, de 28 de dezembro de 2017.............................................. 9 4.2.2.3.1 Etapa/meta executada com funcionalidade...................... 33
2.4 Blocos de manutenção e estruturação - 4.2.2.3.2 Etapa/meta executada sem funcionalidade...................... 34
Portaria GM/MS nº 828, de 17 de abril de 2020.......................................................... 10
2.5 Transposição e transferência de saldos financeiros remanescentes - Leis 5. PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS INTERNAS VISANDO À
Complementares nº 172, de 15 de abril de 2020 e nº 181, de 6 de maio de 2021.... 11 REGULARIZAÇÃO DA SITUAÇÃO VERIFICADA E A REPARAÇÃO
2.6 Autonomia dos Fundos de Saúde e a vinculação dos recursos à finalidade saúde....... 14 DO PREJUÍZO AO ERÁRIO...............................................................35
2.7 Da alocação de recursos para investimentos transferidos na 5.1 Fatos ensejadores de providências administrativas internas que caracterizam a
modalidade fundo a fundo ......................................................................................... 15 aplicação irregular de recursos federais vinculados a ações e serviços públicos de saúde...... 35
5.2 Desvio de objeto ou finalidade.................................................................................... 36
3. VISÃO GERAL DO MACROPROCESSO DE RESSARCIMENTO..................17 5.2.2 Desvio de objeto/Desvio de finalidade.............................................................. 37
3.1 Fases do macroprocesso de ressarcimento................................................................... 17
5.2.3 Decisão Normativa TCU nº 57/2004................................................................... 38
3.2 Legislação aplicável:.................................................................................................... 17
5.2.4 Atualização do débito para fins de cobrança...................................................... 38
4. CONTROLE E FISCALIZAÇÃO NA GESTÃO DOS RECURSOS....................20 5.3 Dano ou prejuízo ao erário........................................................................................... 39
4.1 Auditoria Governamental............................................................................................. 20 5.3.1 Atributos ........................................................................................................... 39
4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU.................................................................... 21 5.3.2 Não comprovação da regular aplicação dos recursos repassados pela União.... 39
4.1.1.1 Sujeição dos recursos do Sistema Único de Saúde – 5.3.3 Desfalque, alcance, desvio ou desaparecimento de dinheiro,
SUS à fiscalização do TCU.................................................................... 22 bens ou valores públicos................................................................................... 40
4.1.1.2 Determinações e/ou recomendações expedidas pelo 5.3.4 Prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou
TCU ao Ministério da Saúde................................................................ 23 antieconômico de que possa resultar dano ao erário........................................ 40
4.1.2 Controladoria-Geral da União – CGU.................................................................. 24 5.3.5 Atualização do débito para fins de cobrança...................................................... 41
4.1.2.1 Medidas administrativas a serem adotadas quando identificada a 5.4 Recebimento irregular de recursos por parte do ente federativo................................. 42
ausência de pressupostos para cobrança administrativa a partir dos 5.4.1 Interpretação atribuída no Acórdão nº 1072/2017-TCU-Plenário....................... 42
relatórios produzidos pela CGU........................................................... 26 5.4.2 Atualização do débito para fins de cobrança...................................................... 42
4.1.3 Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS................................. 27 5.5 Apuração dos fatos....................................................................................................... 42
4.1.3.1 Relatórios de Auditoria produzidos pelo DENASUS............................. 28 5.5.1 Autuação de processos específico...................................................................... 42
4.2 Acompanhamento e monitoramento na gestão dos recursos federais em saúde........ 29 5.5.2 Levantamento dos elementos fáticos e jurídicos............................................... 43
4.2.1 Controle primário e finalístico realizado no âmbito das Secretarias Finalísticas....... 29 5.5.3 Irregularidade causadora do dano ao erário...................................................... 43
4.2.2 Cancelamento de propostas de recursos financeiros de capital, com objeto de 5.5.3.1 Termo inicial (fato gerador) para fins de contagem do prazo.............. 43
construção, ampliação e reforma, financiadas na modalidade fundo a fundo...... 30 5.5.3.2 Classificação da natureza da despesa orçamentária por
modalidade de aplicação.................................................................... 44
5.5.3.3 Quantificação e atualização do valor do dano..................................... 45 5.11 Ressarcimento do dano ............................................................................................... 74
5.5.3.4 Termo inicial para atualização monetária e 5.11.1 Ressarcimento do dano com pagamento de juros ..................................... 74
incidência de juros de mora ............................................................... 45 5.11.1.1 Saldo residual e recolhimento a maior ............................................... 75
5.5.3.5 Sistema de débito do TCU................................................................... 46 5.11.2 Ressarcimento do dano sem pagamento de juros ............................................ 75
5.5.3.6 Atualização do débito para fins de cobrança e ressarcimento............. 47 5.11.3 Ressarcimento parcial do débito ....................................................................... 77
5.5.3.7 Atualização do débito para fins da obtenção do 5.11.4 Parcelamento do débito .................................................................................... 78
valor mínimo de alçada da TCE - VMTCE.............................................. 47 5.12 Irregularidades sem débito ao erário........................................................................... 79
5.5.4 Identificação do agente responsável................................................................. 48 5.13 Valor do débito atualizado monetariamente inferior ao valor de alçada do TCU.......... 79
5.5.4.1 Responsabilização............................................................................... 48 5.14 Transcurso de prazo superior a 10 (dez) anos da data do fato gerador ........................ 80
5.3.4.1 Responsabilização .............................................................................. 50 5.15 Cadastramento do débito no Sistema e-TCE................................................................. 81
5.5.4.2 Agente público.................................................................................... 50 5.16 Encaminhamento à Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde - CONJUR/MS,
5.5.4.3 Agente político ................................................................................... 51 para adoção das providências cabíveis com vistas à Inscrição em
5.5.4.4 Agente privado com a participação de agente público ....................... 52 Dívida Ativa/Acionamento Judicial............................................................................... 82
5.5.4.5 Agente privado sem a participação de agente público........................ 53 5.17 Encaminhamento ao Fundo Nacional de Saúde – FNS, após constatar a
5.5.4.6 Pessoa jurídica de direito privado....................................................... 53 correta instrução processual para fins de instauração de TCE....................................... 83
5.5.4.7 Pessoa jurídica de direito público....................................................... 53
5.5.4.8 Prefeito sucessor................................................................................. 55 6. FASE INTERNA DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL .............................85
5.5.4.9 Período de exercício no cargo............................................................. 58 6.1 Instauração de TCE....................................................................................................... 85
5.5.4.10 Responsabilidade solidária................................................................. 58 6.2 Legislação Aplicada à TCE............................................................................................. 87
5.5.4.11 Gestor falecido e responsabilidade dos sucessores............................. 59 6.3 Responsabilidade do Tomador de Contas e esgotamento de
5.5.4.12 Caso fortuito ou força maior................................................................ 60 medidas administrativas.............................................................................................. 90
5.5.4.13 Casos especiais de responsabilidade.................................................. 60 6.4 Prazos de instauração................................................................................................... 91
5.5.4.13.1 Identificação da ação ou omissão, culposa ou 6.5 Composição do processo de TCE.................................................................................. 91
dolosa praticada pelo responsável.................................... 60 6.6 Verificar se estão presentes os pressupostos para instaurar TCE.................................. 92
6.7 Realização de diligências à Secretaria de origem......................................................... 92
5.5.5 Notificação do responsável................................................................................ 62 6.8 Notificação aos responsáveis ....................................................................................... 92
5.5.5.1 Meios para notificação e comunicação ao responsável....................... 62 6.9 Elaboração do Relatório do Tomador de Contas........................................................... 92
5.5.6 Análise sobre a defesa do responsável.............................................................. 65 6.10 Inserção dos dados no Sistema e-TCE........................................................................... 93
5.5.7 Extratos bancários ............................................................................................. 66 6.11 Encaminhamento à CGU via Sistema e-TCE.................................................................. 98
5.5.7.1 Procedimentos para acessar o SPA...................................................... 68 6.12 Autuação da TCE junto ao Tribunal de Contas da União............................................... 99
5.6.7.2 Solicitar acesso ao PIG......................................................................... 68
5.5.8 Prazos para esgotamento das medidas administrativas de cobrança................ 72
5.5.9 Preenchimento da Matriz de Responsabilização
(Decisão Normativa TCU nº 155, de 23 de novembro de 2016)........................ 73
5.5.10 Adoção das medidas administrativas de cobrança em decorrência de
recomendação/determinação proferida por Órgão de Controle......................... 73
O presente manual é um instrumento de orientação quanto aos
procedimentos de cobrança administrativa a serem observados, com

1
vistas a uniformizar, padronizar e qualificar os processos de trabalho no
âmbito do Ministério da Saúde.
APRESENTAÇÃO
De igual forma, tal disseminação contribui para subsidiar os servidores/
técnicos ou equipe responsável na adoção de medidas administrativas de
2
Características
cobrança nos casos de detecção de impropriedades e/ou irregularidades
na gestão de recursos públicos do Sistema Único de Saúde – SUS.
do instrumento
de repasse O manual adotará além de conceitos básicos, instruções úteis destinadas
aos servidores/técnicos ou equipe responsável, visando divulgar

3
a importância da uniformização dos procedimentos necessários à
devolução de recursos financeiros ao erário, considerando-se a devida
Visão geral do
macroprocesso de
instrução processual, suas consequentes etapas de apuração dos fatos,
ressarcimento a identificação dos responsáveis e a configuração do dano, findando-se
na cobrança administrativa, instauração de Tomada de Contas Especial
– TCE ou, conforme o caso, no acionamento judicial.
4Controle e
1. APRESENTAÇÃO Ademais, cabe destacar que mesmo que a instauração, instrução e
fiscalização na tramitação dos processos dependam da atuação de diversas unidades
gestão dos recursos administrativas do Ministério da Saúde, as orientações contidas no
presente cingem-se à atuação deste Fundo Nacional de Saúde - FNS de

5
forma preventiva, no intuito de atender aos procedimentos legais exigidos
nos normativos e legislação vigentes, bem como às determinações
Providências
administrativas
exaradas pelos órgãos de controle.
internas visando
à regularização da Importante frisar que este manual não tem a pretensão de esgotar a
situação verificada
e a reparação do matéria, pois está sujeito a revisões periódicas, em virtude das possíveis
prejuízo ao erário alterações nos normativos e legislação correlata.

As atualizações referentes a este material, em decorrência de eventuais


6
Fase interna
alterações legais, estarão disponíveis no sítio eletrônico do Fundo Nacional
de Saúde – FNS (https://portalfns.saude.gov.br/).
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

5
2.1 A Gestão Financeira dos recursos do Sistema Único
de Saúde nas transferências Fundo a Fundo – FAF

1
APRESENTAÇÃO
As transferências fundo a fundo, de custeio e de capital, repassados
aos atuais Blocos de Manutenção e de Estruturação (Portaria GM/MS
nº 828/2020), a serem executadas pelos Estados, Distrito Federal ou

2
Características
Municípios, serão transferidas diretamente do Fundo Nacional de Saúde
– FNS/SE/MS aos respectivos fundos de saúde locais, nas três esferas, de
do instrumento maneira regular e automática, dispensada a celebração de convênios
de repasse ou outro instrumento jurídico.

Os recursos do Fundo Nacional de Saúde, destinados a despesas com

3
Visão geral do
ações e serviços públicos de saúde, a serem repassados na modalidade
fundo a fundo, conforme o estabelecido pela Portaria de Consolidação
macroprocesso de MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, serão organizados e transferidos
ressarcimento

2. CARACTERÍSTICAS
na forma dos seguintes blocos de financiamento:

a) bloco de manutenção das ações e dos serviços públicos


4 DO INSTRUMENTO de saúde: destinado ao funcionamento dos órgãos e
estabelecimentos públicos de saúde e à manutenção
DE REPASSE
Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos das condições de oferta e continuidade da prestação
das ações e dos serviços públicos de saúde, inclusive
para financiar despesas com reparos e adaptações, nos

5
Providências
termos da classificação “serviço de terceiros” do Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Mcasp); e
administrativas
internas visando b) bloco de estruturação da rede de serviços públicos de
à regularização da
situação verificada saúde destinado à aquisição de equipamentos, a obras
e a reparação do
prejuízo ao erário
de construções novas ou ampliação de imóveis existentes
ou a obras de reforma de imóveis já existentes utilizados.

6
Fase interna
Os valores serão depositados em conta corrente específica e única
para cada bloco, mantidas em instituições financeiras oficiais federais
da TOMADA DE e movimentadas conforme disposto no Decreto nº 7.507, de 27 de junho
CONTAS ESPECIAL
de 2011.

6
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A prestação de contas sobre a aplicação dos recursos da União, De igual modo, referida vinculação dos recursos à finalidade
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios referente às saúde, vem reforçada na Lei Complementar nº 141/2012, que, ao

1
ações e aos serviços públicos de saúde deverão ser realizadas regulamentar o § 3º, do art. 198, da Constituição Federal para
por meio do Relatório de Gestão da respectiva unidade da dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente
APRESENTAÇÃO
federação, conforme disposto na Lei Complementar nº 141, de pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e
13 de janeiro de 2012, e as demais normas aplicáveis. serviços públicos de saúde, estabelece em seu art. 18, que os

2
recursos repassados pelo FNS, destinados a despesas com
Em breve contextualização, vale a pena informar que o
as ações e serviços públicos de saúde, de custeio e capital, a
Características financiamento do SUS está previsto na Constituição e teve
do instrumento
serem executadas pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos
sua regulamentação nas Leis Orgânicas da Saúde, as quais
de repasse municípios, serão transferidos diretamente aos respectivos
reúnem as leis federais nº 8.080 e nº 8.142, de 1990.
Fundos de Saúde, de forma regular e automática, dispensada
a celebração de convênios ou outros instrumentos jurídicos.
3
Posteriormente, foi sancionada a Lei Complementar nº 141, de
2012, que estabeleceu a necessidade de criar uma metodologia
Visão geral do Assim, em decorrência dos citados normativos, todas as
de distribuição dos recursos da União para Estados e Municípios,
macroprocesso de transferências realizadas pelo FNS para o financiamento das
ressarcimento ratificando o texto do art. 35 da Lei nº 8.080/1990.
ações e serviços públicos de saúde a serem implementados
Conforme disposto na Lei nº 8.080/1990, os recursos do SUS Estados, Municípios e o Distrito Federal serão depositados

4 serão depositados em conta especial, em cada esfera de diretamente em instituições financeiras federais sob a
atuação, e movimentados sob a fiscalização dos respectivos titularidade dos respectivos Fundos de Saúde dos entes
Controle e
fiscalização na Conselhos de Saúde, sem prejuízo da atuação dos órgãos de federados, e movimentadas conforme disposto no Decreto
gestão dos recursos controle interno e externos e da aplicação das penalidades nº 7.507/2011, sem que as verbas percam a natureza federal.
previstas em lei.
Neste ponto, acerca da criação de fundos especiais (aplicável

5
Providências
Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos
aos Fundos de Saúde), convém destacar a Lei nº 4.320/1964,
que dispõe sobre as normas gerais de direito financeiro para
administrativas
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo a elaboração dos orçamentos e balanços da União, Estados,
internas visando
à regularização da Ministério da Saúde, e repassados pelo Fundo Nacional de Distrito Federal e Municípios, o qual foi regulamentado nos
situação verificada
Saúde – FNS/SE/MS aos entes subnacionais. seguintes termos:
e a reparação do
prejuízo ao erário
Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas
Nos termos da Lei nº 8.142/1990, referidos recursos serão
especificadas que por lei se vinculam à realização de
alocados, dentre outras finalidades, como cobertura das
6
determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção
ações e serviços de saúde a serem implementados pelos de normas peculiares de aplicação.
Fase interna entes subnacionais, cujos repasses devem ocorrer de forma
da TOMADA DE Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
CONTAS ESPECIAL regular e automática, destinados a investimentos na rede de
vinculadas a fundos especiais far-se-á através de
serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
às demais ações de saúde.

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dotação consignada na Lei de Orçamento ou em do ente recebedor, posto que são geridas por Fundo de Saúde
créditos adicionais. autônomo.

1
APRESENTAÇÃO
(...)

Art. 74 - A lei que instituir fundo especial poderá


Isso decorre da desvinculação do Fundo de Saúde em relação
ao ente federativo beneficiado. Logo, não há que se confundir
determinar normas peculiares de controle, prestação os recursos que pertencem ao Fundo de Saúde e as receitas
e tomada de contas, sem, de qualquer modo, elidir que pertencem aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal.
2
Características
a competência específica do Tribunal de Contas ou
órgão equivalente. Daí resulta a lógica estabelecida no art. 27, caput e seu inciso
do instrumento I, da Lei Complementar nº 141/2012, que assim dispôs:
de repasse Logo, extrai-se da leitura conjunta do disposto nos artigos
acima, combinado com o inciso V, art. 4º, da Lei nº 8.142/1990, “Art. 27. Quando os órgãos de controle interno do ente
que os Fundos de Saúde são considerados unidades beneficiário, do ente transferidor ou o Ministério da

3
Visão geral do
orçamentárias e gestoras de recursos destinados às ações
e serviços públicos de saúde, com autonomia administrativa e
Saúde detectarem que os recursos previstos no inciso
II do § 3º do art. 198 da Constituição Federal estão sendo
utilizados em ações e serviços diversos dos previstos no
macroprocesso de financeira, decorrente da diretriz de descentralização prevista art. 3º desta Lei Complementar, ou em objeto de saúde
ressarcimento
no art. 198, inciso I, da Constituição Federal. diverso do originalmente pactuado, darão ciência ao
Tribunal de Contas e ao Ministério Público competentes,
Essa autonomia dos Fundos de Saúde foi preservada e
4
de acordo com a origem do recurso, com vistas:
expressamente reforçada pela Lei Complementar nº 141/2012,
I - à adoção das providências legais, no sentido de
Controle e que assim dispôs em seu art. 14:
fiscalização na determinar a imediata devolução dos referidos recursos
gestão dos recursos “Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei e mantido ao Fundo de Saúde do ente da Federação beneficiário,
em funcionamento pela administração direta da devidamente atualizados por índice oficial adotado
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelo ente transferidor, visando ao cumprimento do

5
Providências
constituir-se-á em unidade orçamentária e gestora
dos recursos destinados a ações e serviços públicos de
objetivo do repasse;”

administrativas saúde, ressalvados os recursos repassados diretamente Dessa forma, na hipótese de alteração dos fins a que se
internas visando às unidades vinculadas ao Ministério da Saúde.” destinam os recursos vinculados à saúde, transferidos pelo
à regularização da
situação verificada (grifo nosso) FNS aos Fundos de Saúde estaduais, municipais e do DF, de
e a reparação do forma regular e automática, deve-se determinar a imediata
prejuízo ao erário Destaca-se ainda que a criação dos fundos veio para
devolução dos valores ao Fundo de Saúde do ente de
possibilitar os repasses diretos e automáticos sem a assinatura
Federação beneficiário, visando ao cumprimento do objetivo

6
de convênio.
do repasse.
Fase interna Embora tais recursos sejam destinados aos Estados, Municípios
da TOMADA DE O fundamento para a devolução ao Fundo de Saúde do ente
CONTAS ESPECIAL e Distrito Federal, a lógica jurídica e contábil é no sentido de
beneficiário está na preservação da sistemática constitucional
que as transferências realizadas na modalidade fundo a
e legal de transferência e aplicação de recursos, no âmbito
fundo, no âmbito do SUS, não se incorporam ao patrimônio

8
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do Sistema Único de Saúde, com destino ao cumprimento houve a transferência dos valores. Assim, por exemplo, caso
das ações e serviços de saúde planejados. queira intensificar a atuação na atenção básica, o Ministério

1
poderia criar incentivos que aumentassem as transferências
Neste ponto, destaca-se o disposto na Lei Complementar
no âmbito do Bloco de Atenção Básica.
APRESENTAÇÃO nº 101/2000 (LRF), no qual disciplinou a vinculação de verbas
públicas, cujo dispositivo dispensa comentários: Para a recepção dos recursos federais, o Ministério da Saúde,
por meio do Fundo Nacional de Saúde, abria, para cada bloco,
2
“Art. 8º. Parágrafo único. Os recursos legalmente
vinculados a finalidade específica serão utilizados
uma conta bancária, e no caso do Bloco de investimento, uma
Características exclusivamente para atender ao objeto de sua conta financeira para cada um dos projetos aprovados, com
do instrumento
de repasse
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele plano de aplicação e prestação de contas específicas.
em que ocorrer o ingresso.”
Contudo, a Portaria GM/MS nº 204/2007 foi revogada em razão

3
da inserção do seu conteúdo na Portaria de Consolidação
2.2 Blocos de financiamento - Portaria GM/MS GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, a qual dispõe sobre
Visão geral do
macroprocesso de
nº 204, de 29 de janeiro de 2007 as normas referentes ao financiamento e a transferência de
ressarcimento recursos federais para as ações e os serviços de saúde do
Nos termos da Portaria GM/MS nº 204/2007, as transferências Sistema Único de Saúde.
dos recursos federais ‘fundo a fundo’ ocorriam por meio de 06

4Controle e
(seis) blocos de financiamento, que eram o Bloco de Atenção
Básica; Bloco de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e 2.3 Blocos de custeio e investimento - Portaria
fiscalização na Hospitalar; Bloco de Vigilância em Saúde; Bloco de Assistência GM/MS nº 3.992, de 28 de dezembro de 2017
gestão dos recursos
Farmacêutica; Bloco de Gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde. A Portaria de Consolidação nº 6/2017 sofreu substanciais

5
alterações por meio da Portaria GM/MS nº 3.992, de 28 de
Conforme o artigo 6º da Portaria citada acima, os recursos dezembro de 2017, que alterou os Blocos de Financiamento
Providências referentes a cada bloco de financiamento deviam ser aplicados
administrativas outrora estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 204/2007.
internas visando nas ações e serviços de saúde relacionados ao próprio bloco.
à regularização da A partir de então, são apenas 2 (dois) os Blocos de
situação verificada
e a reparação do
Essa normatização possuía o condão de permitir que o Financiamento, a saber: Bloco de Custeio das Ações e Serviços
prejuízo ao erário Ministério da Saúde (MS) atuasse como formulador de Públicos de Saúde e Bloco de Investimento na Rede de Serviços
políticas públicas e indutor da atuação dos gestores estaduais, Públicos de Saúde.

6
municipais e distrital.
Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento
Fase interna Para entender essa afirmação, sem entrar no mérito das regras devem ser aplicados em ações relacionadas ao próprio bloco,
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL
que definiam os montantes a serem transferidos em cada observando também:
Bloco, basta pensar que o Ministério da Saúde direcionava os
gastos para as ações e os serviços de saúde do Bloco no qual

9
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a) que as ações devem constar no Plano Municipal Neste contexto, ao se verificar a nova ótica trazida pela Portaria
de Saúde e na Programação Anual de Saúde do citada, fica claro que os recursos financeiros referentes ao

1
Município submetidos ao respectivo Conselho de Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde
Saúde; serão destinados à conta corrente única para a manutenção
APRESENTAÇÃO
das condições de oferta e continuidade da prestação das
b) o cumprimento do objeto e dos compromissos
ações e serviços públicos de saúde, inclusive para financiar
pactuados e/ou estabelecidos em atos normativos
2
despesas com reparos e adaptações, como por exemplo:
específicos, tais como as portarias e resoluções da
reparos, consertos, revisões, pinturas, instalações elétricas e
Características CIT e das CIBs, expedidos pela direção do SUS; e
do instrumento
hidráulicas, reformas e adaptações de bens imóveis sem que
de repasse c) vinculação com os programas de trabalho ocorra a ampliação do imóvel, dentre outros.
previstos no Orçamento Geral da União, ao final
Quanto ao Bloco de Estruturação da Rede de Serviços de

3
do exercício financeiro.
Saúde, serão transferidos em conta corrente única também
Visão geral do e aplicados conforme definido no ato normativo que lhe deu
macroprocesso de
2.4 Blocos de manutenção e estruturação - origem, e serão destinados, exclusivamente, para: aquisição de
ressarcimento
Portaria GM/MS nº 828, de 17 de abril de 2020 equipamentos voltados para a realização de ações e serviços
públicos de saúde; obras de construções novas ou ampliação

4 No dia 24/04/2020 foi publicada no Diário Oficial da União de imóveis existentes utilizados para a realização de ações
– DOU, a Portaria GM/MS nº 828, de 17/04/2020, que altera a e serviços públicos de saúde; e obras de reforma de imóveis
Controle e
fiscalização na nomenclatura dos blocos implementada pela Portaria nº 3.992/ já existentes utilizados para a realização de ações e serviços
gestão dos recursos
GM/MS, de 28/12/2017, alterando o “Bloco de Custeio das Ações públicos de saúde.
e Serviços Públicos de Saúde” e o “Bloco de Investimento e
NÃO PODE!
5
Serviços Públicos de Saúde”, para “Bloco de Manutenção das
Ações e Serviços Públicos de Saúde” e “Bloco de Estruturação
Providências
administrativas da Rede de Serviços Públicos de Saúde”, respectivamente. Deve ser observada a vedação para utilização de
internas visando recursos financeiros referentes ao Bloco de Estruturação
à regularização da Com a publicação da mencionada Portaria foi possível
situação verificada em órgãos e unidades voltados, exclusivamente, para
melhorar a funcionalidade dos Blocos, aperfeiçoando o
e a reparação do a realização de atividades administrativas.
prejuízo ao erário rastreamento dos recursos, e, por consequência, melhorando,
de forma substancial, os registros contábeis que os gestores
E, por fim, ao atualizar as nomenclaturas dos blocos de
6
Fase interna
de saúde têm que lançar.

Dessa forma, os recursos que compõem cada Bloco de


financiamento, organizou-se por Grupo de Identificação
das Transferências, relacionados ao nível de atenção ou à
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL Financiamento devem ser aplicados em ações relacionadas finalidade da despesa na saúde (Atenção Primária, Atenção
ao próprio Bloco, como já foi dito anteriormente. Especializada, Assistência Farmacêutica, Vigilância em Saúde e

10
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Gestão do SUS), bem como adequou-se a utilização dos termos Parte desses saldos é oriundo dos recursos que foram
“custeio” e “investimento”, para evitar que sejam confundidos transferidos aos fundos de saúde dos entes federativos quando

1 com agregadores que tratam exclusivamente de categorias da existência de diversos blocos de financiamento criados
econômicas da receita e da despesa (correntes ou de capital). pela então Portaria GM/MS nº 204/2007, cujo crédito se dava
APRESENTAÇÃO
em conta bancária especificamente aberta para cada um
dos blocos.
2.5 Transposição e transferência de saldos
2
Características
financeiros remanescentes - Leis
Complementares nº 172, de 15 de abril de
Com a publicação da Portaria GM/MS nº 3.992/2017, os recursos
transferidos na modalidade fundo a fundo passaram a ser
do instrumento
de repasse 2020 e nº 181, de 6 de maio de 2021 destinados a apenas dois blocos de financiamento, com suas
respectivas contas bancárias, como o Bloco de Custeio das
A Lei Complementar nº 172, de 15 de abril de 2020, autoriza Ações e Serviços Públicos de Saúde e o Bloco de Investimento

3
Visão geral do
os Estados, Municípios e o Distrito Federal a realizarem
a transposição e transferência de saldos financeiros
e Serviços Públicos de Saúde.

macroprocesso de
Por sua vez, a Portaria GM/MS nº 828, de 17/4/2020, alterou a
ressarcimento remanescentes de exercícios anteriores, constantes nos nomenclatura dos blocos de financiamento implementada
respectivos Fundos de Saúde, provenientes de repasses do pela Portaria GM/MS nº 3.992/2017, redesignando o “Bloco de
Ministério da Saúde, exclusivamente para a realização de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde” e o “Bloco
4Controle e
ações e serviços públicos de saúde, conforme estabelecem
os arts. 2º e 3º da LC nº 141/2012, e desde que:
de Investimento e Serviços Públicos de Saúde” para “Bloco
de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde” e
fiscalização na
gestão dos recursos a) não haja descumprimentos das normas que “Bloco de Estruturação da Rede de Serviços Públicos de Saúde”,
regem o Sistema Único de Saúde; respectivamente.

5 b) ocorra a inclusão desses valores na Lei Assim, é possível afirmar que a Lei Complementar em questão
Orçamentária Anual e na respectiva Programação atinge os recursos transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde
Providências
administrativas Anual de Saúde, indicando-se a nova categoria - FNS para os Fundos de Saúde dos Estados, Municípios e
internas visando
econômica; Distrito Federal (modalidade de transferência fundo a fundo),
à regularização da
situação verificada ainda existentes nas contas bancárias abertas anteriormente e
e a reparação do c) seja comprovada a realização de despesas no posteriormente à Portaria GM/MS nº 3.992/2017, até o exercício
prejuízo ao erário
Relatório Anual de Gestão; de 2019, e que se revelem como saldos remanescentes.

d) ocorra ciência do Conselho de Saúde local; e


6
Assim, o Saldo remanescente, por consequência, pode ser
considerado como a “sobra” do recurso anteriormente
Fase interna e) a transposição e a transferência ocorram até
da TOMADA DE transferido ao Fundo de Saúde local, ou sua não utilização
31/12/2020 salvo se ocorrer a revogação antecipada
CONTAS ESPECIAL no tempo devido, bem como os rendimentos desses recursos
do Decreto Legislativo 6/2020, que decretou o
nas duas hipóteses. Quanto à sobra, pode ser observada
estado de calamidade devido à pandemia de
COVID-19.
11
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

em situações em que o gestor conseguiu, com base na execução de um programa/ação de saúde venha a ser
economicidade, atender à necessidade de saúde planejada/ executado em outro.

1
pactuada, mas em valor menor do que o inicialmente previsto.
Já a transferência pode ser reconhecida na realocação de
APRESENTAÇÃO Outro exemplo de saldo remanescente pode ser identificado recursos em categorias de despesas distintas da previsão
nos recursos destinados ao Bloco de Manutenção das ações original, permitindo-se que um recurso originalmente destinado
e serviços públicos de saúde, quando os compromissos a custeio seja utilizado em investimento, e vice e versa.
2
Características
pactuados na programação de saúde foram atendidos
pelo gestor local, e os valores ainda existentes em conta
Em decorrência, a lei não cria ou altera despesas públicas
do instrumento em âmbito federal, visto que as transferências de recursos
de repasse
bancária, parciais ou integrais, são reprogramados para o
da União aos demais entes já ocorreu em momento anterior.
exercício seguinte, para serem utilizados no mesmo objeto e
Portanto, não impactará no resultado primário, nem afetará
objetivo pactuados.

3
o cumprimento do limite de despesas primárias do Poder
Nas duas hipóteses anteriores (sobra e não execução, somados Executivo Federal de que trata o Novo Regime Fiscal (NRF),
Visão geral do
macroprocesso de
aos rendimentos) identifica-se a possibilidade de se reinvestir instituído pela Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro
ressarcimento valores em ações de saúde na conformidade autorizada pela de 2016.
Lei Complementar em questão.
Importante salientar ainda, que os gestores locais terão

4Controle e
Dessa forma, não se pode considerar apta a utilização, como
saldo remanescente, daqueles recursos existentes em conta
flexibilização no uso dos recursos em cada conta dos blocos
de manutenção e estruturação durante todo o exercício. No
fiscalização na do fundo de saúde e cujo objeto original não fora cumprido entanto, deverão demonstrar ao final do exercício financeiro,
gestão dos recursos inicialmente, por dolo ou má-fé, já apurados por órgãos de no caso 31 de dezembro de 2020, a vinculação dos recursos
controle ou constatado pelo Ministério da Saúde, como por federais repassados com a finalidade definida em cada

5
exemplo: saldo de recurso transferido para a construção de Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União por
Unidade Básica de Saúde - UBS, cuja obra restou inacabada meio do qual foram realizados os repasses.
Providências
administrativas
e abandonada pelo gestor local do SUS, por comprovado
Ainda, é importante frisar que os entes subnacionais, na
internas visando desvio de verba da saúde.
à regularização da regência dessa LC, deveriam consultar em seus balanços
situação verificada
e a reparação do Destaca-se que a nova lei utiliza os instrumentos constitucionais patrimoniais de 31/12/2019 a disponibilidade financeira
prejuízo ao erário de reformulações orçamentárias previstos no art. 167, VI, da registrada no fundo de saúde local, considerando os restos a
CF/88, sob a denominação “transposição” e “transferência”, pagar inscritos, para identificar os saldos remanescentes reais

6
para o remanejamento de recursos orçamentários e financeiros a serem utilizados neste momento, visando à transposição
das contas bancárias dos Fundos de Saúde. para uma funcional programática específica e vinculados a
Fase interna
da TOMADA DE uma categoria econômica adequada ao enfrentamento da
A transposição é a realocação de recursos entre programas,
CONTAS ESPECIAL Covid-19, se for o caso, dentro das necessidades específicas
permitindo que o que estava previsto inicialmente para a
e observados os preceitos da Lei nº 4.320/64.

12
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

A aplicação destes recursos deveria então seguir o estabelecido Por sua vez, a nova Lei Complementar nº 181/2021 apenas
nos Planos de Saúde dos entes, e entre as ações que deveriam ampliou a exequibilidade dos recursos federais repassados,

1
ser priorizadas estão as despesas com Atenção Primária, proporcionando aos gestores a flexibilização do seu uso
Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Atendimento durante o exercício de 2021 e a demonstração dos gastos
APRESENTAÇÃO
Médico Ambulatorial e Hospitalar. ao final deste, considerando a finalidade definida em cada
Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União por meio
A Lei Complementar em questão também dispõe que os
2
do qual foram realizados os repasses.
valores dos saldos remanescentes que forem transferidos não
Características servirão de parâmetros para os cálculos de futuros repasses Ainda, destaca-se que os saldos remanescentes disponíveis em
do instrumento
de repasse
financeiros do Ministério da Saúde. conta passíveis de transposição e transferência poderão ser
utilizados para o combate a pandemia da Covid-19. Contudo, os
Acontece que a Lei Complementar nº 181, de 06 de maio de
recursos repassados pelo FNS aos entes subnacionais, em 2020

3
2021, prorrogou a vigência anteriormente estabelecida pela LC
e 2021, especialmente aqueles que foram objeto da criação
nº 172/2020, que autoriza aos entes realizarem a transposição
Visão geral do de programação orçamentária específica para o combate à
e transferência de saldos financeiros remanescentes de
macroprocesso de Covid-19, não estão abarcados pelas Leis Complementares
ressarcimento exercícios anteriores, constantes nos respectivos Fundos de
em questão e, os de COVID-19 não poderão ter destinação
Saúde, provenientes de repasses do Ministério da Saúde, para
diversa para a qual foram criados, em virtude da natureza
até 31 de dezembro de 2021.
4
extraordinária dessas despesas.
Nesse sentido, é novamente possível a operacionalização dos
Controle e No que tange aos saldos remanescentes, o FNS conta com uma
fiscalização na saldos financeiros remanescentes destinados exclusivamente
gestão dos recursos
nova ferramenta de informação e transparência: os painéis de
à realização de ações e serviços públicos de saúde. Cabe
informações disponíveis no sítio do FNS (portalfns.saude.gov.
destacar que as regras para a aplicabilidade dos recursos
br/paineis) disponibilizam de forma intuitiva, flexível e rápida

5
permanecem as previstas nos arts. 2º e 3º da Lei Complementar
informações de diversos tipos de transferências realizadas
nº 141/2012, dessa forma, os Estados, Municípios e o Distrito
Providências para Estados, Municípios, Distrito Federal e prestadores de
Federal se obrigam à observância dos seguintes requisitos
administrativas serviços do SUS.
internas visando já transcritos neste texto.
à regularização da
situação verificada Assim, no Painel de Saldos é possível consultar saldos em
Destaque-se que, quando da utilização de tais recursos,
e a reparação do contas correntes de fundos de saúde abertas pela FNS em
prejuízo ao erário norteado pelas Leis Complementares nºs 172/2020 e 181/2021,
instituições financeiras federais e que receberam repasses
é necessário observar os limites impostos pelo Termo de Ajuste
efetuados na modalidade fundo a fundo ao longo dos

6
de Conduta - TAC firmado entre o Ministério Público Federal
últimos anos.
e os agentes financeiros (Banco do Brasil e Caixa Econômica
Fase interna
da TOMADA DE Federal), que impede a movimentação dos recursos disponíveis
CONTAS ESPECIAL para outras contas bancárias, mas sim, e tão somente, para
os destinatários finais das despesas com saúde.

13
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

2.6 Autonomia dos Fundos de Saúde e a vinculação Assim, em decorrência dos citados normativos, todas as
dos recursos à finalidade saúde transferências realizadas pelo Fundo Nacional de Saúde -

1
FNS para o financiamento das ações e serviços públicos de
Conforme disposto na Lei nº 8.080/1990, os recursos do SUS saúde a serem implementados pelos Estados, Distrito Federal
APRESENTAÇÃO
serão depositados em conta especial, em cada esfera de e Municípios, serão depositados diretamente em instituições
atuação, e movimentados sob a fiscalização dos respectivos financeiras federais sob a titularidade dos respectivos Fundos

2 Conselhos de Saúde, sem prejuízo da atuação dos órgãos de de Saúde dos entes federados, e movimentadas conforme
controle interno e externos e da aplicação das penalidades disposto no Decreto nº 7.507/2011, sem que as verbas percam
Características
do instrumento previstas em lei. a natureza federal.
de repasse
Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Neste ponto, acerca da criação de fundos especiais (aplicável
Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos aos Fundos de Saúde), insta destacar o disposto na Lei nº

3
Visão geral do
da União, além de outras fontes, serão administrados pelo
Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde – FNS.
4.320/1964, que dispõe sobre as normas gerais de direito
financeiro para a elaboração dos orçamentos e balanços
macroprocesso de da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, o qual foi
ressarcimento Nos termos da Lei nº 8.142/1990, referidos recursos serão regulamentado nos seguintes termos:
alocados, dentre outras finalidades, como cobertura das
ações e serviços de saúde a serem implementados pelos “Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas

4Controle e
entes subnacionais, cujos repasses devem ocorrer de forma
regular e automática, destinados a investimentos na rede de
especificadas que por lei se vinculam à realização
de determinados objetivos ou serviços, facultada a
fiscalização na adoção de normas peculiares de aplicação.
gestão dos recursos serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
às demais ações de saúde. Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
vinculadas a fundos especiais far-se-á através de

5 De igual modo, referida vinculação dos recursos à finalidade dotação consignada na Lei de Orçamento ou em
saúde, vem reforçada na Lei Complementar nº 141/2012, que, créditos adicionais.
Providências
administrativas ao regulamentar o § 3º, do art. 198, da Constituição Federal (...)
internas visando para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
à regularização da Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá
situação verificada anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios
e a reparação do determinar normas peculiares de controle, prestação
prejuízo ao erário
em ações e serviços públicos de saúde, estabelece, em seu e tomada de contas, sem, de qualquer modo, elidir
art. 18, que os recursos do Fundo Nacional de Saúde - FNS, a competência específica do Tribunal de Contas ou
destinados a despesas com as ações e serviços públicos de órgão equivalente.”

6
Fase interna
saúde, de custeio e capital, a serem executadas pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, serão transferidos Logo, extrai-se da leitura conjunta do disposto nos arts. 71, 72 e
da TOMADA DE
diretamente aos respectivos Fundos de Saúde, de forma regular 74 da Lei nº 4.320/1964 c/c art. 4º, inciso V, da Lei nº 8.142/1990,
CONTAS ESPECIAL
e automática, dispensada a celebração de convênios ou que os Fundos de Saúde são considerados unidades
outros instrumentos jurídicos. orçamentárias e gestoras de recursos destinados às ações

14
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

e serviços públicos de saúde, com autonomia administrativa e Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a
financeira, decorrente da diretriz de descentralização prevista finalidade específica serão utilizados exclusivamente
para atender ao objeto de sua vinculação, ainda

1
no art. 198, inciso I, da Constituição Federal.
que em exercício diverso daquele em que ocorrer
APRESENTAÇÃO Essa autonomia dos Fundos de Saúde foi preservada e o ingresso.”
expressamente reforçada pela Lei Complementar nº 141/2012,
que assim dispôs em seu art. 14:
2.7 Da alocação de recursos para investimentos
2
Características
“Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei e mantido
em funcionamento pela administração direta da União,
transferidos na modalidade fundo a fundo
do instrumento
de repasse dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, A Lei Complementar nº 141, de 2012, instituiu, para a transferência
constituir-se-á em unidade orçamentária e gestora
de recursos de custeio e capital no Sistema Único de Saúde
dos recursos destinados a ações e serviços públicos de
– SUS, a transferência fundo a fundo como regra (art. 18), e o
3
Visão geral do
saúde, ressalvados os recursos repassados diretamente
às unidades vinculadas ao Ministério da Saúde.”
(grifo nosso)
uso de convênios e instrumentos congêneres como exceção
(parágrafo único, art. 18).
macroprocesso de
ressarcimento
Destaca-se que a criação dos fundos veio para possibilitar os Ocorre que a transferência fundo a fundo de recursos
repasses diretos e automáticos sem a assinatura de convênio. financeiros de capital tem sido realizada pelo Ministério da

4
Embora tais recursos sejam destinados aos Estados, Distrito Saúde desde 2009, com sistemas próprios e regramento já
Federal e Municípios, a lógica jurídica e contábil é no sentido estabelecido em Portaria específicas.
Controle e
fiscalização na de que as transferências fundo a fundo no âmbito do SUS não
Posteriormente, foi publicada a Portaria GM/MS, nº 381, de 2017,
gestão dos recursos se incorporam ao patrimônio do ente recebedor, posto que
que dispõe sobre as transferências, fundo a fundo, de recursos
são geridas por Fundo de Saúde autônomo.
financeiros de capital ou corrente, do Ministério da Saúde a

5
Providências
Isso decorre da desvinculação do Fundo de Saúde em relação
ao ente federativo beneficiado. Logo, não há que se confundir
Estados, Distrito Federal e Municípios destinados à execução
de novas obras de construção, ampliação e reforma, cujos
administrativas os recursos que pertencem ao Fundo de Saúde e as receitas dispositivos foram consolidados na Portaria de Consolidação
internas visando
à regularização da que pertencem ao Estado, ao Distrito Federal e Município. nº 6, de 2017, no Título IX, Do financiamento fundo a fundo para
situação verificada execução de obras.
e a reparação do Ainda acerca da matéria, importa destacar o disposto na Lei
prejuízo ao erário
Complementar nº 101/2000 (LRF), que disciplinou a vinculação Importa destacar que a transferência fundo a fundo de
de verbas públicas, cujo art. dispensa comentários: recursos de capital aplica-se apenas no caso de definição

6
Fase interna
“Art. 8º. Até trinta dias após a publicação dos
orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de
prévia de objeto pelo Ministério da Saúde, ou seja, quando há
requisitos mínimos de entrega dos ambientes e de estrutura
da TOMADA DE
diretrizes orçamentárias e observado o disposto previamente estabelecidos por meio de Portarias.
CONTAS ESPECIAL
na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo
estabelecerá a programação financeira e o cronograma
de execução mensal de desembolso

15
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

1
APRESENTAÇÃO
E de acordo com as normas orçamentárias, todos os recursos recebidos para a
construção de um determinado estabelecimento de saúde devem ter sido utilizados
exclusivamente para esse fim, seguindo as regras e parâmetros definidos nas

2
Características
normas do Ministério da Saúde.

Em conformidade com o estabelecido pela Resolução CIT nº 10, de 8 de dezembro


do instrumento
de repasse de 2016, os entes federados que planejarem a construção ou a ampliação física de
serviços de saúde no SUS que demandem aporte financeiro por parte dos demais
entes federados deverão acordar, previamente, o total de recursos orçamentários

3
Visão geral do
financeiros de capital e custeio, de modo que seja devidamente pactuado para
o seu pleno funcionamento.
macroprocesso de
ressarcimento Dessa forma, os entes federativos que solicitarem recursos de capital que impliquem
aumento da oferta devem também informar a previsão quanto ao custeio mensal,
com definição da parcela atribuída para cada ente e previsão de incidência de
4Controle e
gasto de custeio dos novos serviços a serem implementados.

fiscalização na Ocorre que as maiores dificuldades enfrentadas pelos entes federativos para
gestão dos recursos
implantação dos programas, sobretudo nos casos das Unidades de Pronto
Atendimento – UPA 24h, têm sido a finalização das obras e o aumento do número

5
Providências
de unidades concluídas sem funcionamento, por ausência de capacidade, por
parte do ente, de realizar o custeio mensal do serviço.
administrativas
internas visando Desde então, o Ministério da Saúde tem empenhado esforços para que os gestores
à regularização da reúnam condições de operacionalizar essas unidades, e dentre as iniciativas
situação verificada
e a reparação do realizadas, destacamos a publicação do Decreto nº 9.380, de 22 de maio de 2018, que
prejuízo ao erário altera o Decreto nº 7.827, de 16 de outubro de 2012, e dispõe sobre a readequação
da rede física do Sistema Único de Saúde oriunda de investimentos realizados

6
Fase interna
pelos entes federativos com recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde.

da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

16
3.1 Fases do macroprocesso de ressarcimento

Com o intuito de aprimorar o conhecimento e melhor orientar as ações


de ressarcimento ao erário a serem adotadas no âmbito do Ministério da
1
APRESENTAÇÃO
Saúde, foram mapeados os processos que compõem o que chamamos
de “macroprocesso de ressarcimento”.

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
macroprocesso de
ressarcimento No presente manual, serão detalhados os objetivos de cada processo,
3. VISÃO GERAL DO quais produtos cada processo de trabalho entrega e seus destinatários.

4 MACROPROCESSO 3.2 Legislação aplicável:


DE RESSARCIMENTO
Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos
1 – Constituição da República Federativa do Brasil, 1988;

2 – Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui Normas Gerais de


5
Providências
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;
administrativas
internas visando
à regularização da 3 – Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a
situação verificada organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para
e a reparação do
prejuízo ao erário a Reforma Administrativa e dá outras providências;

4 – Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, que dispõe sobre

6
Fase interna
a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e
consolida a legislação pertinente e dá outras providências;
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL 5 – Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, que dispõe sobre a Lei Orgânica
do Tribunal de Contas da União (TCU) e dá outras providências;

17
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

6 – Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o 15 – Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009, que dispõe
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas sobre o Sistema de Contabilidade Federal e dá outras

1
para licitações e contratos da Administração Pública e providências;
dá outras providências;
APRESENTAÇÃO 16 – Instrução Normativa nº 71, de 28 de novembro
7 – Lei nº 14.133, de 1º abril de 2021, Lei de Licitações e de 2012, com alterações posteriores, que
Contratos Administrativos; dispõe sobre a instauração, a organização e o
2
Características
8 – Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o
encaminhamento ao TCU dos processos de tomada de
contas especial;
do instrumento processo administrativo no âmbito da Administração
de repasse Pública Federal; 17 – Decisão Normativa TCU nº 155, de 23 de novembro de
2016, que regulamenta os incisos I, III, IV, V e VI do art. 17
9 – Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000, que dispõe
3
da Instrução Normativa TCU nº 71, de 28 de novembro
sobre o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
de 2012, para detalhar peças, disponibilizar orientações
Visão geral do Federal e dá outras providências;
macroprocesso de
para a adoção de medidas administrativas, estabelecer
ressarcimento 10 – Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, que organiza e prioridades e procedimentos para a constituição e
disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento tramitação em meio eletrônico de processo de tomada
Federal, de Administração Financeira Federal, de de contas especial, e, ainda, fixar a forma de apresentação
4Controle e
Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder
Executivo Federal, e dá outras providências;
de tomadas de contas especiais instauradas em razão de
o somatório dos débitos perante um mesmo responsável
fiscalização na
gestão dos recursos
atingir limite fixado para dispensa;
11 – Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, que dispõe sobre o
Cadastro Informativo dos créditos não quitados de órgãos 18 – Portaria TCU nº 122, de 20 de abril de 2018, que dispõe

5 e entidades federais e dá outras providências; sobre a implantação e a operacionalização do sistema


informatizado de tomada de contas especial (sistema
Providências 12 – Resolução TCU nº 155, de 4 de dezembro de 2002, alterada e-TCE), com amparo no § 5º do art. 11 da Decisão Normativa
administrativas
internas visando pela Resolução nº 246, de 30 de novembro de 2011, e pela TCU nº 155, de 23 de novembro de 2016;
à regularização da Resolução nº 310, de 22 de maio de 2019, que aprova o
situação verificada
e a reparação do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União; 19 – Portaria GM/MS, nº 885, de 4 de maio de 2021, que
prejuízo ao erário regulamenta o art. 23 do Decreto nº 7.827, de 16 de
13 – Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019, que estabelece outubro de 2012, para dispor sobre os procedimentos de
a organização básica dos órgãos da Presidência da
6
cobrança administrativa e de instauração de tomada de
República e dos Ministérios; contas especial para recomposição ao erário de valores
Fase interna
transferidos na modalidade fundo a fundo, no âmbito do
da TOMADA DE 14 – Decisão Normativa TCU nº 57, de 5 de maio de 2004, que
CONTAS ESPECIAL Ministério da Saúde;
regulamenta a hipótese de responsabilização direta dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos
de transferência de recursos públicos federais;
18
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

1
APRESENTAÇÃO

2
Características 20 – Portaria CGU, nº 1.531, de 1º de julho de 2021, que orienta tecnicamente os
do instrumento
de repasse órgãos e entidades sujeitos ao Controle Interno do Poder Executivo Federal
sobre a instauração e a organização da fase interna do processo de Tomada
de Contas Especial;
3
Visão geral do
21 – Lei 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção
macroprocesso de e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
ressarcimento correspondentes e dá outras providências;

22 – Lei Complementar 141/2012, que regulamenta o § 3° do art. 198 da Constituição

4Controle e
Federal;

fiscalização na 23 – Decreto nº 1.232/1994, que dispõe sobre as condições e a forma de


gestão dos recursos repasse regular e automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde
para os fundos de saúde estaduais, municipais e do Distrito Federal, e dá
outras providências;
5
Providências 24 – Decreto nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
administrativas 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o
internas visando
à regularização da planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa,
situação verificada e dá outras providências.
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

19
4.1 Auditoria Governamental

1
APRESENTAÇÃO
De acordo com o conceito sintetizado nas Normas de Auditoria do
Tribunal de Contas da União – NAT, auditoria é o processo sistemático,
documentado e independente de se avaliar objetivamente uma situação
ou condição para determinar a extensão na qual critérios são atendidos,

2
Características
obter evidências quanto a esse atendimento e relatar os resultados
dessa avaliação a um destinatário predeterminado.
do instrumento
de repasse Por sua vez, auditoria governamental pode ser entendida como um
exame objetivo, sistemático e independente, pautado em normas técnicas
e profissionais, efetuado em entidades estatais e parestatais, funções,

3
Visão geral do
programas, projetos, atividades, operações especiais, ações, áreas,
processos, ciclos operacionais, serviços, sistemas e na guarda e aplicação

4. CONTROLE E
macroprocesso de de recursos, em relação aos aspectos contábeis, orçamentários,
ressarcimento
financeiros, econômicos, patrimoniais e operacionais, podendo ser

FISCALIZAÇÃO realizada pelos Tribunais de Contas, Controladorias e Órgãos de Controle

4 Interno da Administração Pública.

Controle e
fiscalização na
NA GESTÃO DOS A partir disto, podemos classificar a auditoria governamental em externa,
quando exercida pelos Tribunais de Contas, e em interna, quando
RECURSOS
gestão dos recursos
realizada pelos órgãos que compõem o sistema de controle interno
de cada Poder.

5
Providências
No âmbito federal, o Tribunal de Contas da União representa a auditoria
administrativas governamental externa e a Controladoria-Geral da União, no âmbito
internas visando do Poder Executivo Federal, a auditoria governamental interna do
à regularização da
situação verificada Poder Executivo.
e a reparação do
prejuízo ao erário Na Constituição Federal, esta relação de accountability encontra-se
positivada no art. 70, vejamos:

6
Fase interna
“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da
da TOMADA DE administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
CONTAS ESPECIAL
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,

20
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

será exercida pelo Congresso Nacional, mediante guarde, gerencie bens e valores públicos federais; aqueles
controle externo, e pelo sistema de controle interno que causarem perda, extravio ou outra irregularidade de
de cada Poder.

1
que resulte dano ao erário; e responsáveis pela aplicação
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física de recursos repassados pela União mediante convênio ou
APRESENTAÇÃO
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, instrumento congênere.
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou A atual Constituição estabelece que a fiscalização contábil,
2
Características
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária. (Redação da EC 19/1998)”
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União
e das entidades da administração direta e indireta, quanto
do instrumento
de repasse
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas deve ser exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema

3
Visão geral do
de controle interno de cada Poder.

macroprocesso de
A Carta Magna estabelece, também, que o controle externo,
ressarcimento a cargo do Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual incumbe uma série de
competências exclusivas, ao que destacamos as seguintes:
4Controle e
a) julgar as contas dos administradores e demais
fiscalização na responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos;
gestão dos recursos
Mais adiante, no inciso IV do art. 71, a Constituição Federal
b) realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria
menciona as inspeções e auditorias que se somam a outras
ou por solicitação do Congresso Nacional;
5
Providências
formas de fiscalização contidas nos demais incisos, o que nos
leva a concluir que essas são formas, não exclusivas, pelas quais c) fiscalizar a aplicação de recursos da União
administrativas os órgãos responsáveis pelo controle das finanças públicas repassados a estados, ao Distrito Federal e
internas visando executam a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, a municípios;
à regularização da
situação verificada operacional e patrimonial, com o fim de dar efetividade ao
e a reparação do d) aplicar sanções e determinar a correção
prejuízo ao erário
controle da administração pública, no que tange a gestão
de ilegalidades e irregularidades em atos e
dos recursos públicos.
contratos; e

6
Fase interna
4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU
e) apurar denúncias apresentadas por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato
da TOMADA DE O Tribunal de Contas da União - TCU tem jurisdição própria e
CONTAS ESPECIAL sobre irregularidades ou ilegalidades na aplicação
privativa em todo o território nacional, a qual abrange, entre
de recursos federais.
outros: qualquer pessoa física ou jurídica, que utilize, arrecade,

21
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

As deliberações do TCU, tanto do Plenário quanto das Câmaras, Além das condenações de natureza pecuniária, o TCU
assumem a forma de acórdãos, que são publicados, conforme pode aplicar outras sanções capazes de alcançar o

1
o caso, no Diário Oficial da União e/ou no Boletim do Tribunal patrimônio jurídico daquele que fraudou ou utilizou mal os
de Contas da União (BTCU), e disponibilizados no Portal TCU recursos públicos.
APRESENTAÇÃO
na internet, no endereço: www.tcu.gov.br.
4.1.1.1 Sujeição dos recursos do Sistema Único de
Os instrumentos de fiscalização adotados pelo TCU, conforme Saúde – SUS à fiscalização do TCU
2
Características
estabelecido em seu Regimento Interno, são: acompanhamento,
auditoria, inspeção, levantamento e monitoramento. A maior
A competência para a fiscalização dos recursos federais é
do instrumento dada ao TCU diretamente pela Constituição, vejamos:
de repasse
parte das fiscalizações realizadas são auditorias, que podem
ser de conformidade, financeira ou operacional. “Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de

3
Ainda, no intuito de promover a defesa da ordem jurídica, e Contas da União, ao qual compete:
valendo-se da prerrogativa que lhe confere o artigo 81, inciso I,
Visão geral do (...)
macroprocesso de
da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério Público junto ao TCU poderá
ressarcimento formular Representações, a fim de que seja promovida a VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos
imediata apuração dos indícios de irregularidades praticadas repassados pela União mediante convênio, acordo,
em órgãos e entidades públicas federais e, em consequência, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,

4Controle e
adotadas as medidas necessárias. ao Distrito Federal ou a Município;”

Por sua vez, o Decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994, que


fiscalização na O TCU julga as contas de administradores públicos e demais
gestão dos recursos responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais, dispõe sobre as condições e a forma de repasse regular e
bem como as contas de qualquer pessoa que der causa a automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os
fundos de saúde estaduais, municipais e do Distrito Federal,
5
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário federal. dispõe que os recursos federais estão sujeitos à fiscalização
Providências do TCU, a saber:
administrativas
internas visando
Nos casos de omissão na prestação de contas, de não
à regularização da comprovação da aplicação de recursos repassados pela “Art. 3º Os recursos transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde
situação verificada
União, de ocorrência de desfalque ou de desvio de dinheiros, serão movimentados, em cada esfera de governo, sob a
e a reparação do
prejuízo ao erário bens ou valores públicos, ou, ainda, de prática de ato ilegal, fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, sem prejuízo
ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, da fiscalização exercida pelos órgãos do sistema de Controle
Interno do Poder Executivo e do Tribunal de Contas da União.”
6
a autoridade administrativa competente deve instaurar
Tomada de Contas Especial, para apurar os fatos, identificar Dessa forma, as ações e serviços de saúde pagos à conta dos
Fase interna
da TOMADA DE os responsáveis e quantificar o dano, com vistas à obtenção recursos repassados pela União, no âmbito do Sistema Único
CONTAS ESPECIAL do respectivo ressarcimento. de Saúde - SUS, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
constituem recursos federais, e quer sejam transferidos

22
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

mediante convênio, quer sejam repassados com base em a fundo e proceder à análise dos Relatórios de Gestão,
outro instrumento ou ato legal, estão sujeitos à fiscalização com vista a identificar informações que possam
subsidiar o aprimoramento das políticas de saúde e

1
do TCU (Acórdão nº 5509/2013-Segunda Câmara).
a tomada de decisões na sua área de competência.
APRESENTAÇÃO Destacamos adiante, os enunciados proferidos pelo TCU que (Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.992 de 28.12.2017)
sintetiza a sua competência: (...)

2
Compete ao TCU fiscalizar recursos do SUS repassados § 2º Nas hipóteses em que os órgãos federais de controle
aos entes federados na modalidade de transferência interno e externo realizarem diligência, recomendação
Características fundo a fundo, sendo irrelevante se tratar de ou determinação aos órgãos do Ministério da Saúde
do instrumento
de repasse
transferência legal e não de transferência voluntária. para apuração da regular aplicação dos recursos
(Acórdão nº 6828/2017-Primeira Câmara); e federais destinados às ações e serviços públicos
em saúde, a demanda deverá ser redirecionada à
As transferências de recursos no âmbito do SUS
3
Secretaria finalística responsável pelo controle primário
sujeitam-se à fiscalização do TCU, independentemente
e finalístico do programa envolvido, observado o
da forma como os valores foram descentralizados, se
Visão geral do disposto no art. 1148-A, sem prejuízo da atuação do
macroprocesso de mediante convênio, transferência fundo a fundo ou
ressarcimento
Departamento Nacional de Auditoria do SUS - DENASUS.
repassados com base em outro instrumento ou ato
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 885 de 04.05.2021)”
legal. (Acórdão 2860/2018-Segunda Câmara).
Dessa forma, cabe à Secretaria Finalística competente
4Controle e
4.1.1.2 Determinações e/ou recomendações
expedidas pelo TCU ao Ministério da Saúde
apurar as irregularidades noticiadas pelo TCU, notificando o
gestor de saúde ou prestador do serviço para que apresente
fiscalização na
gestão dos recursos Nas hipóteses em que o TCU proferir acórdão ou expedir justificativas, bem como promova as providências com vistas
diligência, com determinação e/ou recomendação, dirigida ao saneamento da irregularidade.
ao Ministério da Saúde, ou a uma de suas áreas finalísticas,
5
Providências
para apuração da regular aplicação dos recursos federais
destinados às ações e serviços públicos em saúde, a demanda
Caso conclua-se pela não conformidade na utilização dos
recursos repassados, com proposição de devolução de
administrativas valores, caberá à Secretaria Finalística, responsável pela
deverá ser direcionada à Secretaria Finalística responsável pelo
internas visando primeira linha de defesa, esgotar as medidas administrativas
à regularização da controle primário e finalístico do programa envolvido, sem
situação verificada de recomposição ao erário que antecedem a instauração
e a reparação do prejuízo da atuação do Departamento Nacional de Auditoria
formal da Tomada de Contas Especial.
prejuízo ao erário do SUS – DENASUS, conforme estabelecido da Portaria de
Consolidação GM/MS, nº 6/2017, a saber: Por último, qualquer que seja a determinação proferida pelo

6
Fase interna
“Art. 1148. Os órgãos e entidades finalísticos responsáveis
pela gestão técnica das políticas de saúde e os órgãos
TCU, há de se observar, no âmbito da estrutura regimental do
Ministério da Saúde, quem detém a competência administrativa
da TOMADA DE responsáveis pelo monitoramento, regulação, controle para adotar a providência estabelecida pela Corte de Contas,
CONTAS ESPECIAL e avaliação dessas políticas devem acompanhar a em obediência aos princípios da legalidade e especialidade
aplicação dos recursos financeiros transferidos fundo administrativa.

23
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

4.1.2 Controladoria-Geral da União – CGU Entretanto, cabe destacar que o sistema de controle interno
não se confunde com as suas respectivas atividades: a de

1 O artigo 74 da Constituição Federal dispõe que os Poderes controles internos e a de auditoria interna.
Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
APRESENTAÇÃO A atividade de controle interno, ainda conforme a IN nº 01/2016,
Sistema de Controle Interno com a finalidade de, dentre
visa contribuir para a consecução dos objetivos estabelecidos
outras, avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
pelo Poder Público. Atua, portanto, na identificação, na
2
Características
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União, assim como comprovar a legalidade e
avaliação e no gerenciamento de riscos, a fim de mitigar a
probabilidade de sua ocorrência ou o seu impacto sobre os
do instrumento avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
de repasse
objetivos organizacionais.
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades
da administração federal, bem como da aplicação de recursos Esses controles internos devem integrar, de modo contínuo,
públicos por entidades de direito privado.
3
as atividades, planos, ações, políticas, sistemas, recursos e
esforços de todos os envolvidos do Poder Executivo federal.
Visão geral do O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal
macroprocesso de
Portanto, os controles internos fazem parte do rol de atribuições
representa a estrutura criada pelo Estado para fiscalizar a
ressarcimento designado aos agentes públicos responsáveis pela condução
aplicação de recursos públicos, contribuir para melhoria da
de atividades e tarefas, no âmbito dos macroprocessos
gestão pública, com foco na qualidade do gasto público
finalísticos e de apoio.
4Controle e
e na eficiência alocativa dos recursos, bem como evitar o
desperdício, primar pela efetividade das políticas públicas, Vale destacar que essa atividade de controle está contemplada
fiscalização na prevenir e combater a corrupção. no modelo conhecido por Três Linhas de Defesa, proposto pelo
gestão dos recursos Instituto de Auditores Internos (IIA), conforme figura a seguir:
A Controladoria-Geral da União - CGU é o Órgão Central
do Sistema de Controle Interno, no qual exerce a supervisão

5
Providências
técnica sobre as Unidades integrantes desse Sistema, com
o fornecimento de orientação normativa – sem prejuízo a
administrativas essas Unidades da subordinação ao órgão a cuja estrutura
internas visando
à regularização da administrativa estejam integradas.
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário
Conforme Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 01/2016,
o sistema de controle interno compreende as atividades
de avaliação do cumprimento das metas previstas no
6
Fase interna
plano plurianual, da execução dos programas de governo
e dos orçamentos da União e de avaliação da gestão dos
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL
administradores públicos federais, tendo como órgão central Fonte: documento “Declaração de Posicionamento do IIA: As Três Linhas de Defesa no Gerenciamento
Eficaz de Riscos e Controles”.
a Controladoria-Geral da União - CGU.

24
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

À primeira linha, conforme documento do IIA, são atribuídas as sendo aplicadas, mesmo que em outro ente federado às
funções que gerenciam e têm propriedade sobre os riscos, ou quais foram destinadas.

1
seja, a gerência operacional identifica, avalia, controla e mitiga
A CGU atua também nas “operações especiais”, com vistas
os riscos, guiando o desenvolvimento e a implementação
APRESENTAÇÃO à investigação de atos praticados contra a administração
de políticas e procedimentos internos e garantindo que as
pública, os quais, além de comprometerem a integridade das
atividades estejam de acordo com as metas e objetivos.
instituições públicas, causam prejuízos financeiros aos cofres
2
Características
Para a segunda linha, cabe a supervisão dos riscos (ainda
considerada atribuição da gestão), ou seja, funções e/ou
públicos, bem como inúmeros e imensuráveis prejuízos sociais.

do instrumento Merece destaque, a Instrução Normativa SFC/CGU nº 3/2017


de repasse
comitês de gerenciamento de riscos, de conformidade
que aprova o referencial técnico de auditoria interna
(normativos) e de controladoria (financeiro) são instituídos
governamental do Poder Executivo Federal e estabelece
para garantir que a primeira linha de defesa seja

3
princípios, diretrizes e requisitos para a prática profissional
apropriadamente desenvolvida e posta em prática e que opere
da atividade, abrangendo todas as unidades do Sistema de
Visão geral do conforme intencionado.
macroprocesso de
Controle Interno, como ministérios e demais órgãos, além
ressarcimento Por fim, à terceira linha cabe o fornecimento de avaliações das auditorias internas nas autarquias, fundações públicas
independentes, ou seja, considerando a independência não e empresas estatais.
disponível nas primeiras linhas, a auditoria interna provê
4Controle e
avaliações sobre a eficácia da governança, do gerenciamento
de riscos e dos controles internos, incluindo a forma como a
Uma das principais mudanças é o alinhamento da atividade
aos conceitos de gestão de riscos e governança, conforme
fiscalização na previsto na Instrução Normativa Conjunta MP/CGU nº 01/2016.
gestão dos recursos
primeira e a segunda linhas de defesa alcançam os objetivos
de gerenciamento de riscos e controle. A Instrução Normativa nº 03/2017 também trata da atuação da
CGU na área de auditoria e fiscalização, por meio da Secretaria
5
No âmbito da CGU, a Secretaria Federal de Controle Interno
Federal de Controle Interno e das Unidades Regionais. O citado
- SFC é a unidade responsável pela atividade de Auditoria
Providências referencial técnico reforça o propósito da auditoria interna em
administrativas
Interna Governamental do Poder Executivo Federal, além de
aumentar e proteger o valor organizacional das instituições
internas visando outras funções inerentes à atividade de controladoria.
à regularização da públicas, sem eliminar a atuação em outras competências,
situação verificada
e a reparação do Suas ações podem ser classificadas em três grandes linhas a exemplo das ações investigativas em operações especiais
prejuízo ao erário de atuação: Auditoria Interna Governamental (AIG), Supervisão e trabalhos de apuração.
técnica sobre o Sistema de Controle Interno (SCI) do Poder
O normativo substitui a Instrução Normativa SFC/MF nº 01/2001,
6
Executivo Federal e atividades complementares e demais
consolidando a mudança de paradigma baseada no
atribuições legais.
Fase interna fortalecimento das posturas colaborativa e construtiva por
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL Interessa-nos, para o presente manual, destacar a atividade de parte dos auditores internos. Dessa forma, o referencial técnico
auditoria interna governamental, no qual a CGU pode fiscalizar incorpora, às normas nacionais, práticas já consolidadas
a aplicação de verbas federais onde quer que elas estejam internacionalmente, por meio da avaliação e consultoria
baseadas em risco.
25
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Por último, destacamos o Manual de Orientações Técnicas da I - a caracterização dos fatos, por meio de
Atividade de Auditoria Interna Governamental, institucionalizado documentos, relatórios e pareceres com informações
precisas; e

1
por meio da Instrução Normativa (IN) nº 8/2017, no qual
estabelece os parâmetros para melhor direcionar a atividade II - a indicação das normas ou regulamentos
APRESENTAÇÃO
de auditoria interna governamental a serem observadas eventualmente infringidos.
pelos órgãos.
§ 1º Para a adequada apuração dos fatos, a

2
Características
4.1.2.1 Medidas administrativas a serem adotadas
quando identificada a ausência de
Secretaria finalística poderá expedir notificações
para apresentação de informações e documentos,
entre outras ações de fiscalização no âmbito de suas
do instrumento
de repasse
pressupostos para cobrança administrativa competências relativas ao monitoramento, regulação,
a partir dos relatórios produzidos pela CGU controle e avaliação das ações e serviços de saúde
financiados por transferências de recursos federais.

3
As fiscalizações conduzidas pela CGU têm mostrado elevada
capacidade de identificar falhas graves, desvios de recursos e § 2º Na hipótese de existência prévia de constatações
Visão geral do e documentos acerca dos fatos, já emitidos pelos
macroprocesso de
dano ao erário, no âmbito da aplicação dos recursos federais
componentes do Sistema Nacional de Auditoria do
ressarcimento nas esferas municipal, estadual e do Distrito Federal.
SUS - SNA ou pelos demais órgãos de controle interno
e externo, a Secretaria finalística adotará, observado
Contudo, em que pese os resultados positivos no que diz
o prazo previsto no art. 4º, as medidas imediatas para

4Controle e
respeito ao combate à fraude e a corrupção, os trabalhos
costumam apresentar fragilidades sob à égide da obtenção
sua avaliação, e poderá:

fiscalização na de evidências suficientes para fundamentar a imputação de I - aproveitá-los, quando cabível, para fins de
gestão dos recursos comprovação dos elementos da irregularidade; ou
débito, cuja ausência desses elementos inviabiliza ou retarda,
a adoção de medidas com vistas à recomposição ao erário. II - realizar correção de inconsistências e

5
impropriedades.
A partir disto, exsurge a competência legal das Secretarias
Providências Finalísticas para adotar procedimentos destinados a § 3º Após a avaliação de que trata o § 2º, a Secretaria
administrativas
obtenção de tais informações, ainda na fase de medidas finalística deverá complementar a instrução processual
internas visando e, se for o caso, prosseguir no processo de cobrança.
à regularização da administrativas, a fim de complementar apurações ou
situação verificada
e a reparação do obter documentos adicionais àqueles já levantados pela (...)
prejuízo ao erário CGU, conforme estabelecido na Portaria GM/MS, nº 885/2021,
Tal incumbência é reforçada na Portaria de Consolidação
vejamos:
GM/MS, nº 6/2017, a saber:
6
Fase interna
“Art. 5º Para fins de apuração das situações de que trata
o art. 2º, a especificação das irregularidades ocorridas “Art. 1148. Os órgãos e entidades finalísticos responsáveis
da TOMADA DE com recursos federais transferidos na modalidade pela gestão técnica das políticas de saúde e os órgãos
CONTAS ESPECIAL fundo a fundo deve ocorrer mediante: responsáveis pelo monitoramento, regulação, controle
e avaliação dessas políticas devem acompanhar a
aplicação dos recursos financeiros transferidos fundo

26
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

a fundo e proceder à análise dos Relatórios de Gestão, primeira linha de defesa esgotar as medidas administrativas
com vista a identificar informações que possam de recomposição ao erário que antecedem a instauração
subsidiar o aprimoramento das políticas de saúde e

1
formal da Tomada de Contas Especial, nos termos do art. 3º,
a tomada de decisões na sua área de competência.
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.992 de 28.12.2017)
da Portaria GM/MS, nº 885/2021.
APRESENTAÇÃO

(...) 4.1.3 Departamento Nacional de Auditoria do SUS –


DENASUS
2
Características
§ 2º Nas hipóteses em que os órgãos federais de controle
interno e externo realizarem diligência, recomendação
O Sistema Nacional de Auditoria - SNA, por meio de suas
do instrumento
ou determinação aos órgãos do Ministério da Saúde
de repasse para apuração da regular aplicação dos recursos atividades de controle, desempenha papel fundamental para
federais destinados às ações e serviços públicos a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados
em saúde, a demanda deverá ser redirecionada à pelo SUS.

3
Visão geral do
Secretaria finalística responsável pelo controle primário
e finalístico do programa envolvido, observado o
disposto no art. 1148-A, sem prejuízo da atuação do
Entre as atividades executadas pelo SNA estão as auditorias,
macroprocesso de
instrumentos com grande potencial para detectar falhas,
ressarcimento Departamento Nacional de Auditoria do SUS - DENASUS. irregularidades e oportunidades de melhoria na gestão do
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 885 de 04.05.2021)”
SUS, desde que realizadas observando-se princípios, métodos
Portanto, diante de irregularidades levantadas em fiscalização e técnicas apropriados.
4Controle e
realizada pela CGU, cujo relatório não apresente os elementos
necessários que permitam a instrução do processo de
Por sua vez, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS
fiscalização na – DENASUS, componente federal do Sistema Nacional de
gestão dos recursos cobrança, compete à Secretaria Finalística promover as
Auditoria - SNA, exerce atividades de auditoria e fiscalização
diligências cabíveis com vistas a buscar e/ou complementar
especializada no âmbito do SUS, cabendo-lhe auditar a
as informações e/ou evidências faltantes suficientes para
5
execução das ações e dos serviços de saúde desenvolvidos no
quantificar o débito, identificar o responsável e estabelecer
âmbito do SUS, para verificar a conformidade com as normas
Providências o nexo de causalidade entre a ação/omissão do mesmo e o
administrativas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
internas visando
prejuízo apurado.
à regularização da Na condição de unidade de auditoria interna, e nos termos da
situação verificada Dessa forma, cabe à Secretaria Finalística competente
e a reparação do Instrução Normativa SFC/CGU nº 3/2017, o DENASUS dispõe de
apurar as irregularidades noticiadas pela CGU, notificando o
prejuízo ao erário autonomia para definir as atividades as quais serão realizadas,
gestor de saúde ou prestador do serviço para que apresente
observando-se na análise de admissibilidade de demandas
justificativas, bem como promova as providências com vistas
6
Fase interna
ao saneamento da irregularidade.
os critérios de materialidade, relevância e competência.

da TOMADA DE Caso conclua-se pela não conformidade na utilização dos


CONTAS ESPECIAL
recursos repassados, com proposição de devolução de
valores, caberá à Secretaria Finalística, responsável pela

27
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4.1.3.1 Relatórios de Auditoria produzidos pelo geral do objeto, bem como os métodos adotados na execução
DENASUS dos trabalhos na fase analítica e na fase operativa.

1
APRESENTAÇÃO
Os relatórios produzidos pelo DENASUS materializam-se
em instrumentos utilizados para detectar irregularidades
Ainda, para identificação dos responsáveis pelas irregularidades
cometidas com recursos de origem federal que importem em
e oportunidades de melhoria na gestão do SUS, desde devolução ao erário, o DENASUS utiliza a Matriz de Qualificação
que elaborados observando-se princípios, métodos e de Responsáveis - MQR, conforme modelo inserto no Anexo
2
Características
técnicas apropriados. D, o qual contem a identificação da constatação, nome do
responsável, CPF, período de exercício, conduta, nexo de
do instrumento Sobre a importância do citado relatório, vale destacar que o causalidade e culpabilidade, cujas informações deverão
de repasse
Tribunal de Contas da União, nos autos do TC 022.118/2015-2, figurar, também, nas evidências das constatações, a saber:
ao proferir o Acórdão nº 1.072/2017-TCU-Plenário, expediu

3
determinação ao DENASUS para que adotasse providências CONSIDERAÇÕES
RESPONSÁVEL PERÍODO DE NEXO DE SOBRE A
com vistas a garantir que os processos encaminhados com CONSTATAÇÃO
(EIS) EXERCÍCIO
CONDUTA
CAUSALIDADE RESPONSABILIDADE E
Visão geral do
macroprocesso de indicação de débito contenham todas as informações DO AGENTE
ressarcimento necessárias à instauração de Tomada de Contas Especial, Descrever, de Pessoa física: Indicar o Descrever Evidenciar a Se for o caso, descrever
forma resuminda, Indicar o nome, período de a ação ou relação de causa as evidências que
em especial, os dados relativos à origem dos recursos o fato tido cargo e o CPF. exercício no omissão que e efeito entre atenuam ou agravam a
envolvidos, a natureza da irregularidade, e os documentos como irregular, Pessoa Jurídica cargo, de contribuiu ou a conduta do consuta praticada pelo

4Controle e
que embasaram as conclusões do seu relatório.
conforme
apresentado
na Matriz de
de direito privado
e direito público;
Indicar razão
forma precisa,
para cada
responsável.
seterminou a
ocorrência da
irregularidade
responsável
e o resultado
irregular. (2.5)*
responsável. (2.6)*

fiscalização na Em decorrência disso, o DENASUS formalizou um método para Constatação. social e CNPJ. (2.3)* praticada pelo
gestão dos recursos (2.1)* (2.2)* responsável.
executar suas auditorias, estabelecendo padrões, inclusive (2.4)*
de conduta, com regras claras quanto à documentação que
Importa destacarmos que a Matriz adotada pelo DENASUS
5
deve respaldar todo o processo de trabalho, por meio do
(0014674493 – NUP 25000.051314/2020-53) guarda coerência
manual denominado “Princípios, Diretrizes e Regras da Auditoria
Providências com a Matriz de Responsabilização adotada pelo Tribunal de
administrativas do SUS no âmbito do Ministério da Saúde”, acessível em
Contas da União, com a edição da Decisão Normativa TCU
internas visando https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/principios_
à regularização da nº 155/2016.
situação verificada diretrizes_regras_auditoria_sus.pdf.
e a reparação do
A Secretaria Finalística competente, ao receber o relatório
prejuízo ao erário De acordo com a publicação em referência, o relatório final
de auditoria realizado pelo DENASUS, poderá aproveitá-las,
de auditoria é o instrumento formal e técnico utilizado para
quando cabível, para fins de comprovação dos elementos
6
Fase interna
comunicar o objetivo e as questões de auditoria, a metodologia
utilizada, as constatações encontradas, as recomendações e
da irregularidade, e prosseguir no processo de cobrança, ou
realizar correções de inconsistências e impropriedades, nos
da TOMADA DE a conclusão dos trabalhos, devendo contextualizar a auditoria,
CONTAS ESPECIAL termos do art. 5º, §§º 2º e 3º, da Portaria GM/MS, nº 885, de 2021.
abordando origem, antecedentes, objetivos, escopo e visão

28
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

4.2 Acompanhamento e monitoramento na correção dos desvios verificados, ao que destacamos o teor
gestão dos recursos federais em saúde do art. 13, do citado normativo:

1
APRESENTAÇÃO
4.2.1 Controle primário e finalístico realizado no
“Art. 13 O controle das atividades da Administração
Federal deverá exercer-se em todos os níveis e em
âmbito das Secretarias Finalísticas todos os órgãos, compreendendo, particularmente:

a) o controle, pela chefia competente, da execução

2
Características
No âmbito do Ministério da Saúde, compete às Secretarias
do Ministério da Saúde, em sua respectiva área de atuação,
dos programas e da observância das normas
que governam a atividade específica do órgão
do instrumento exercer o controle primário e finalístico de seus programas controlado;”
de repasse (primeira linha de defesa), nos termos da competência
(...)”
estabelecida na Portaria GM/MS, nº 1.419, de 8 de junho de 2017,
que aprova os Regimentos Internos e o Quadro Demonstrativo
3
Por sua vez, os normativos vigentes, em especial os infralegais,
de Cargos em Comissão e das Funções de Confiança das carecem da definição do que vem a ser controle primário.
Visão geral do
macroprocesso de
unidades integrantes da Estrutura Regimental do Ministério
ressarcimento da Saúde, a saber: Contudo, a partir dos conceitos já existentes para controle,
podemos entender por controle primário o conjunto de
“ANEXO XIV atividades realizados no nível do próprio gestor responsável

4Controle e
ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES E DISPOSIÇÕES GERAIS pela implementação das ações governamentais, no âmbito
de seus macroprocessos finalísticos e de apoio, com vistas a
(...)
fiscalização na prever e mitigar riscos na execução.
gestão dos recursos
CAPÍTULO III
Dessa forma, a Secretaria Finalística, ao tomar conhecimento
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS da ocorrência de fatos ou da prática de atos de qualquer
5
Providências
Art. 14. Caberá às Secretarias do Ministério da Saúde,
natureza que contenham indícios de dano ao erário, seja por
parte dos órgãos de controle, ou a partir das suas atividades
administrativas
em sua área de atuação, exercer o controle primário
internas visando e finalístico de seus programas no que se refere ao de monitoramento, deverá adotar, de imediato, as medidas
à regularização da monitoramento, regulação, controle e avaliação das cabíveis de apuração para a cobrança administrativa,
situação verificada
e a reparação do
ações e serviços de saúde financiados com os recursos competência esta que vem expressamente descrita no art.
prejuízo ao erário repassados pela União.” (grifo nosso) 3º, da Portaria GM/MS nº 885, de 2021, a saber:
Por controle, extrai-se do Decreto-Lei nº 200/1967, que é um “Art. 3º As Secretarias finalísticas do Ministério da Saúde,

6
Fase interna
princípio fundamental da Administração Federal, a ser aplicado
em todos os níveis e órgãos, e consiste na comparação
sempre que tomarem conhecimento de situação que
configure ou que potencialmente possa configurar as
da TOMADA DE sistemática entre o funcionamento previsto da organização hipóteses previstas no art. 2º, adotarão, imediatamente,
CONTAS ESPECIAL as medidas cabíveis de apuração para a cobrança
e aquele efetivamente verificado, entre o que foi planejamento
administrativa, nos termos do Capítulo II desta Portaria.
e o que é efetivamente realizado, gerando subsídios para

29
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

§ 1º Após a conclusão das etapas de que trata o Capítulo 4.2.2 Cancelamento de propostas de recursos
II, não obtendo êxito na recomposição ao erário, a
financeiros de capital, com objeto de
Secretaria competente encaminhará o processo de

1
APRESENTAÇÃO
cobrança administrativa à Diretoria-Executiva do
Fundo Nacional de Saúde - DEFNS/SE/MS, para fins de
construção, ampliação e reforma,
financiadas na modalidade fundo a fundo
instauração de tomada de contas especial e demais
providências cabíveis, nos termos do Capítulo III A partir da publicação da Portaria de cancelamento de

2
desta Portaria.” determinada proposta, dá-se início à adoção das medidas
administrativas, com vistas ao levantamento dos fatos,
Características Essas medidas administrativas são próprias do papel realizado
quantificação do dano e identificação dos responsáveis,
do instrumento pela primeira linha de defesa, e consagra a necessidade de
de repasse objetivando à devolução de recursos que venham a ser
realização do monitoramento e da avaliação contínua das
devidos ao Ministério da Saúde.
políticas públicas implementadas.

3
Visão geral do
Para melhor esclarecer tal assertiva, transcreve-se a seguir
trecho da Instrução Normativa SFC/CGU nº 3/2017, sobre a
Nestas hipóteses, para instrução preliminar do processo
administrativo de cobrança, a Secretaria Finalística deverá
macroprocesso de providenciar a abertura de processo no SEI, com vistas
ressarcimento atuação da primeira linha de atuação:
ao levantamento das informações, acompanhado dos
“(...) respectivos documentos comprobatórios, propiciando o

4Controle e
Primeira linha de defesa

A primeira linha de defesa é responsável por identificar,


desenvolvimento de uma compreensão mais acurada do
objeto de ressarcimento, vejamos:
fiscalização na
gestão dos recursos avaliar, controlar e mitigar os riscos, guiando o • Portaria que habilita o ente federativo a receber
desenvolvimento e a implementação de políticas e recursos financeiros de capital;
procedimentos internos destinados a garantir que as
• Espelho da proposta extraída do Sistema de
5
Providências
atividades sejam realizadas de acordo com as metas
e objetivos da organização. Monitoramento de Obras - SISMOB;

administrativas
• Consulta dos repasses efetuados ao ente
A primeira linha de defesa contempla os controles
internas visando federativo, obtidos no Portal do Fundo Nacional
à regularização da primários, que devem ser instituídos e mantidos pelos
situação verificada gestores responsáveis pela implementação das políticas de Saúde, com dados relativos à agência, conta
e a reparação do públicas durante a execução de atividades e tarefas, no bancária, ordens bancárias e respectivo saldo;
prejuízo ao erário
âmbito de seus macroprocessos finalísticos e de apoio. • Extratos Bancários de todo o período;
De forma a assegurar sua adequação e eficácia, os • CNPJ do Fundo de Saúde beneficiário dos recursos
6
Fase interna
controles internos devem ser integrados ao processo de
gestão, dimensionados e desenvolvidos na proporção
financeiros;
• CPF do Prefeito e Secretário de Saúde;
da TOMADA DE requerida pelos riscos, de acordo com a natureza, a
CONTAS ESPECIAL
complexidade, a estrutura e a missão da organização. • Dados dos gestores extraídos do SIOPS, caso
houver;
(...)” (grifo nosso)

30
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

• Portaria que desabilita a proposta; Assim, por ocasião da realização de visitação in loco,
• Consulta ao Sistema de Gestão de Recolhimento entende-se que devem ser apuradas, quando possível, as

1 da União – SISGRU, com vista a verificar eventual seguintes informações:


devolução de recursos relativo a proposta;
APRESENTAÇÃO • Percentual de efetiva execução física da obra,
• Comprovantes de despesas (nota fiscal, recibo, etc); com indicação de etapas e metas alcançadas,
• Comprovantes de pagamento (cheques, quando tratar-se de objeto divisível;
2
Características •
transferência bancária, etc);
Contrato firmado com a empresa contratada para
• Percentual de funcionalidade da parcela
executada;
do instrumento
de repasse execução da obra/serviço; e • Percentual de imprestabilidade da parcela
• Documento de atesto do recebimento da executada;
obra/serviço.
3
• Percentual de frustração total dos objetivo de
saúde pactuado;
Visão geral do Podem ser buscadas informações de diversas fontes, desde
macroprocesso de • Descrever o impacto de eventuais inexecuções
ressarcimento que permitam à Secretaria Finalística estabelecer uma visão
parciais para o funcionamento da obra e/ou
geral sobre o ressarcimento pretendido e seu contexto. Após
utilidade com o objeto de saúde pactado;
análise das informações obtidas, o produto dessa fase é

4
• Informar se a parcela executada possui
consubstanciado em um Parecer Técnico a ser inserido no
funcionalidade à municipalidade; até mesmo para
Controle e SEI, que traz uma síntese da coleta dos dados.
fiscalização na fins de aproveitamento e de sua conclusão, ainda
gestão dos recursos Ocorre que, nas hipóteses de execução parcial de obras, com que em objeto diverso do pactuado;
vistas à instauração de Tomada de Contas Especial – TCE, • Informar se o percentual executado pela empresa
o Tribunal de Contas da União – TCU tem entendido que a
5
contratada é compatível com o percentual dos
quantificação do dano ao erário deve levar em consideração recursos financeiros repassados;
Providências o percentual das realizações físicas das obras e serviços
administrativas • Quantificação financeira das etapas/metas não
internas visando executados, a existência de nexo de causalidade entre a
executadas;
à regularização da execução física e financeira e, ainda, o grau de utilidade da
situação verificada • Informar, ainda que por estimativa, o período de
e a reparação do parte executada para o público a ser beneficiado pela avença.
prejuízo ao erário tempo decorrido entre a realização da obra e a
Logo, é imprescindível a realização de vistorias físicas, cujas visita técnica; e
conclusões consignadas em relatórios e/ou pareceres, deverão
6
• Descrever eventual inadequação/irregularidade
ser claros, conclusivos e precisos em relação à quantificação quanto à execução da estrutura física mínima
Fase interna financeira das etapas/metas não executadas. É por intermédio
da TOMADA DE recomendada pelo Ministério da Saúde.
CONTAS ESPECIAL dessas informações que será possível quantificar o dano,
decidindo pelo valor original da inexecução verificada no
objeto, ou mesmo pelo valor total repassado.

31
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Nesta fase in loco, o vistoriador deve executar procedimentos 4.2.2.2 Obra executada integralmente
que forneçam evidências suficientes e apropriadas para
4.2.2.2.1 Fora de funcionamento por ausência de interesse
1
subsidiar a quantificação do dano ao erário. O produto dessa
fase, consubstanciada em relatório e/ou parecer, deverá do gestor no cumprimento do objetivo do repasse
APRESENTAÇÃO
ser redigido com clareza e objetividade, fundamentada nas Trata-se da hipótese em que o ente federativo executou
constatações apuradas, e ser conclusivo. integralmente a obra, contudo, o gestor local não possui mais

2
Características
Na sequência, a partir das evidências relativas às realizações
físicas das obras e serviços, a Secretaria Finalística responsável
interesse no cumprimento do objetivo do repasse, ocasionando
o não atingimento do seu objetivo, visto que o empreendimento
do instrumento
pelas medidas administrativas de cobrança, estará munida não entrou em efetivo funcionamento para desempenhar as
de repasse
das informações necessárias com vistas à quantificação do atividades descritas em Portaria para o respectivo programa.
dano e aferir o nexo de causalidade entre a execução física Nesse caso, considerando o não alcance do objetivo do
3
Visão geral do
e financeira. investimento, a cobrança deverá ser realizada pelo valor
total repassado ao ente federativo, acrescidos da correção
macroprocesso de
Com a finalidade de auxiliar na identificação das providências
ressarcimento a serem adotadas, entendeu-se a necessidade de categorizar monetária prevista em lei, restituindo-o em favor do Fundo
os problemas mais recorrentes relacionadas a obras, vejamos. Nacional de Saúde – FNS.

É o que dispõe o § 4º, do art. 23, do Decreto nº 7.827, de 2012,


4Controle e
4.2.2.1 Obra não executada

Na hipótese de obra sequer iniciada, com publicação de


vejamos: “Na hipótese de, durante a cobrança administrativa,
que faz parte da via administrativa de controle interno a
fiscalização na
gestão dos recursos Portaria de cancelamento da respectiva proposta, o ente que se refere o § 1º, ficar evidenciado que o ente federativo
federativo beneficiário dos recursos estará sujeito à devolução beneficiário não tem mais interesse no cumprimento do
integral dos recursos financeiros outrora repassados e não objetivo do repasse, deverá ser feita a devolução dos recursos
5
Providências
utilizados, acrescidos da correção monetária prevista em lei,
sob a motivação de inexecução do objeto de saúde pactuado.
irregularmente aplicados de que trata o § 2º ao Fundo de
Saúde do ente federativo que repassou os recursos.”
administrativas
internas visando Caso o ente federativo não efetue a devolução dos recursos
à regularização da
Caso o ente federativo não efetue a devolução dos recursos
situação verificada ao Fundo Nacional de Saúde - FNS, fica caracterizado o dano ao Fundo Nacional de Saúde - FNS, fica caracterizado o dano
e a reparação do
prejuízo ao erário
ao erário, cabendo à Secretaria Finalística adotar as medidas ao erário, cabendo à Secretaria Finalística adotar as medidas
cabíveis de cobrança administrava estabelecidas na Portaria cabíveis de cobrança administrava estabelecidas na Portaria
GAB/MS nº 885, de 2021. GAB/MS nº 885, de 2021.
6
Fase interna
É de responsabilidade do ente federativo a restituição do 4.2.2.2.2 Defeitos na obra
da TOMADA DE saldo à União quando ausentes indícios de saques final pelo
CONTAS ESPECIAL
gestor, ou locupletamento de recurso por partes destes, Embora concluída a obra, na eventualidade de serem
devendo a notificação ser direcionada aos gestores atuais da constatados defeitos ou falhas técnicas que impossibilitem
municipalidade (Acórdão-TCU nº 5289/2010 – Primeira Câmara).
32
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a unidade construtiva a entrar em operação, e, funcionalidade plena, independentemente de outras ações


consequentemente, atingir o cumprimento do objetivo do ou etapas futuras, e que esteja de acordo com as condições

1
repasse, poderá levar a responsabilização solidária do gestor contratuais, normas técnicas em vigor e executada em
que efetuou o pagamento e da pessoa física ou jurídica obediência aos projetos, especificações técnicas e demais
APRESENTAÇÃO
contratada que recebeu os valores e executou a obra ou elementos fornecidos pela contratante.
serviços com falhas técnicas.
Além da funcionalidade da etapa/meta, é necessário que a
2
Características
É necessário verificar se o contrato firmado entre o gestor e
o contratado contempla todo o objeto da política pública
etapa útil da obra, ainda que executada parcialmente, esteja
apta a cumprir ao objetivo do repasse estabelecido em Portaria
do instrumento
de repasse
pactuada ou apenas parte deste, de modo que o contratado do Ministério da Saúde.
responda somente pelo objeto contratado.
4.2.2.3.1 Etapa/meta executada com funcionalidade

3
Ainda, deve ser analisada a conduta do servidor ou fiscal que
Cuida-se da hipótese em que, havendo execução parcial da
declarou a execução de obra ou de parte dela, para aferir
Visão geral do obra, cuja fração apresente funcionalidade, e tratando-se de
macroprocesso de
de que forma contribuiu para a ocorrência do dano, vez que
objeto divisível, a etapa/meta não executada não impede a
ressarcimento conduz à pagamento indevido, não fundamentada na efetiva
unidade construtiva a entrar em ação.
execução, podendo ensejar a responsabilidade solidária do
fiscal ou liquidante com a contratada e o gestor. Dessa forma, a etapa/meta útil diz respeito à fase pactuada
4Controle e
Nesse caso, considerando o não alcance do objetivo do
do objeto que é capaz de entrar em funcionamento de forma
imediata, logo após a conclusão dos serviços, sem depender
fiscalização na investimento, e uma vez publicada a respectiva Portaria de
gestão dos recursos de outras obras ou serviços complementares, e que tenha de
cancelamento da proposta, a cobrança deverá ser realizada
condições de cumprir ao objetivo do repasse estabelecido
pelo valor total repassado ao ente federativo, acrescido da
em Portaria do Ministério da Saúde.
5
correção monetária prevista em lei, restituindo-o em favor do
Fundo Nacional de Saúde – FNS. Por sua vez, a etapa/meta não executada, bem como a fração
Providências
administrativas executada mas que não apresenta funcionalidade, implica
internas visando
Caso os responsáveis não efetuem a devolução dos recursos
prejuízo aos cofres públicos pelo valor da inexecução verificada.
à regularização da ao Fundo Nacional de Saúde - FNS, fica caracterizado o dano
situação verificada
e a reparação do ao erário, cabendo à Secretaria Finalística adotar as medidas Nesse caso, considerando o não alcance parcial do objetivo
prejuízo ao erário cabíveis de cobrança administrava estabelecidas na Portaria do investimento, a cobrança deverá ser realizada pelo valor
GAB/MS nº 885, de 2021. da inexecução constatada, acrescidos da correção monetária

6
Fase interna
4.2.2.3 Obra executada parcialmente prevista em lei, restituindo-o em favor do Fundo Nacional de
Saúde – FNS.
da TOMADA DE Na hipótese de execução parcial, e tratando-se de objeto
CONTAS ESPECIAL Caso os responsáveis não efetuem a devolução dos recursos
divisível, concluída determinada etapa/meta do objeto
ao Fundo Nacional de Saúde - FNS, fica caracterizado o dano
pactuado, é necessário aferir se a parcela executada possui

33
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

ao erário, cabendo à Secretaria Finalística adotar as medidas Nesse caso, considerando o não alcance do objetivo do
cabíveis de cobrança administrava estabelecidas na Portaria investimento, e uma vez publicada a respectiva Portaria de

1
GAB/MS nº 885, de 2021. cancelamento da proposta, a cobrança deverá ser realizada
pelo valor total repassado ao ente federativo, acrescido da
APRESENTAÇÃO 4.2.2.3.2 Etapa/meta executada sem funcionalidade
correção monetária prevista em lei, restituindo-o em favor do
A realização parcial da obra, sem que a etapa/meta executada Fundo Nacional de Saúde – FNS.

2
Características
apresente funcionalidade, implica prejuízo aos cofres públicos
em valor igual ao total repassado ao ente federativo, haja
Caso os responsáveis não efetuem a devolução dos recursos
ao Fundo Nacional de Saúde - FNS, fica caracterizado o dano
do instrumento vista o não alcance que se destinava o ajuste1.
de repasse
ao erário, cabendo à Secretaria Finalística adotar as medidas
Trata-se de típico ato inadequado de gestão, vez que foram cabíveis de cobrança administrava estabelecidas na Portaria
investidos recursos em uma obra que, mesmo parcial e GAB/MS nº 885, de 2021.

3
Visão geral do
adequadamente executada, não pode funcionar porque
uma construção ou serviço adicional se faz necessário para
macroprocesso de
ressarcimento
utilização do empreendimento.

Diante de tal fato, poderá levar a responsabilização solidária


do gestor que efetuou o pagamento e da pessoa física ou
4Controle e
jurídica contratada que recebeu os valores e executou a obra
ou serviços de forma incompleta, ou com falhas técnicas.
fiscalização na
gestão dos recursos
É necessário verificar se o contrato firmado entre o gestor e
o contratado contempla todo o objeto da política pública

5
Providências
pactuada ou apenas parte deste, de modo que o contratado
responde somente pelo objeto contratado.
administrativas
internas visando Ainda, deve ser analisada a conduta do servidor ou fiscal que
à regularização da declarou a execução de obra ou de parte dela, para aferir
situação verificada
e a reparação do de que forma contribuiu para a ocorrência do dano, vez que
prejuízo ao erário
conduz a pagamento indevido, não fundamentada na efetiva
execução, podendo ensejar a responsabilidade solidária do

6
Fase interna
fiscal ou liquidante com a contratada e o gestor.

da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

1
TCU - Acórdãos 3324/2015 e 4312/2014, ambos da 2ª Câmara; 1731/2015 e 5661/2014, da 1ª Câmara

34
5.1 Fatos ensejadores de providências administrativas
internas que caracterizam a aplicação irregular
de recursos federais vinculados a ações e serviços

1
APRESENTAÇÃO
públicos de saúde

Todas as providências administrativas a cargo do órgão ou entidade onde


ocorreu o dano, com vistas ao saneamento preliminar da irregularidade,

2
Características
deverão ser tomadas pela autoridade competente.

Logo, a adoção de medidas administrativas para caracterização ou


do instrumento
de repasse eliminação do dano, observados os princípios norteadores dos processos

5. PROVIDÊNCIAS
administrativos, é condição imprescindível para a instauração da Tomada
de Contas Especial.

3
Visão geral do ADMINISTRATIVAS Apenas após as mesmas esgotadas, sem a supressão do dano ao erário,
a autoridade competente deve providenciar a instauração de tomada
INTERNAS VISANDO
macroprocesso de
ressarcimento de contas especial (início da fase interna), mediante a autuação de
processo específico, observado o disposto nas normas cabíveis.
À REGULARIZAÇÃO
4 Dessa forma, as medidas administrativas objetivam coletar dados e
Controle e
fiscalização na
DA SITUAÇÃO informações que elucidem o possível fato irregular ou que caracterizem
a ocorrência de dano ao erário e seu responsável. Este deverá ser

VERIFICADA E A
gestão dos recursos
cientificado para se manifestar sobre os fatos que lhe são imputados
ou ressarcir o dano.

5 REPARAÇÃO DO Trata-se de providências internas (discricionárias ou vinculadas) ao


Providências
administrativas
internas visando
PREJUÍZO AO ERÁRIO alcance da Administração Pública lesada e credora da dívida, tomadas
junto ao agente responsável pela malversação dos recursos ou perante
à regularização da ao órgão, entidade ou instituição em que atuou, a fim de apurar e sanear
situação verificada
e a reparação do a irregularidade ensejadora de TCE e/ou de ressarcir o prejuízo.
prejuízo ao erário
Também é por meio dessas medidas (na fase antes da TCE) que são
identificados os pressupostos de constituição do processo de TCE.
6
Fase interna Logo, são medidas tomadas a fim de sanear as irregularidades e ao
da TOMADA DE mesmo tempo constituir os pressupostos essenciais do processo: fato,
CONTAS ESPECIAL
dano e responsável – por isso o título de medidas administrativas
saneadoras e constitutivas dos pressupostos de instauração da TCE.

35
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Tais medidas constituem ações mais céleres e menos onerosas A intempestividade e/ou inadequação das medidas
do que a Tomada de Contas Especial - TCE, posto que esta administrativas que precedem a instauração da TCE, frente

1
exige designação de tomador de contas, edição e publicação às disposições contidas na IN/TCU nº 71/2012, alterada pela
de ato administrativo, bem como julgamento pela Corte IN/TCU nº 76/2016 e DN/TCU nº 155/2016, serão registradas no
APRESENTAÇÃO
de Contas. Relatório do Tomador de Contas, com vistas a subsidiar o
órgão de controle interno quando da emissão do certificado
Ademais, as ações administrativas, no que tange ao
2
de auditoria.
ressarcimento ao erário, poderão ser até mais eficazes do
Características que esse processo de controle.
do instrumento
de repasse
5.2 Desvio de objeto ou finalidade
A autoridade administrativa federal competente deve,
imediata e preliminarmente, proceder à apuração dos fatos,
5.2.1 A obrigação de recomposição estabelecida no Acórdão

3
a identificação dos responsáveis e a configuração do dano,
nº 1072/2017-TCU-Plenário
produzindo provas e evidências de forma a comprovar a
Visão geral do
macroprocesso de
irregularidade que deu causa à lesão ao erário, esgotando as De acordo com os preceitos exarados no Acórdão nº 1.072/2017-
ressarcimento medidas administrativas de cobrança, observados os princípios TCU-Plenário, para definição do cofre credor a ser indicado
norteadores dos processos administrativos. nos processos de TCE relativos aos recursos do Fundo Nacional
de Saúde, há a necessidade de destacar duas situações que
4Controle e
As medidas administrativas constituem-se em diligências,
notificações, comunicações ou outros procedimentos
podem motivar a instauração de TCE: desvio de finalidade
ou de objeto. A correta identificação de cada uma dessas
fiscalização na devidamente formalizados, a serem adotadas e concluídas
gestão dos recursos
situações se mostra essencial para a definição do cofre credor
em até 180 (cento e oitenta) dias, contados da data do evento
do débito imputado.
ou, quando desconhecida a data do evento, da data da

5
ciência do fato pela autoridade administrativa competente, Diante dessas premissas, identificado o desvio de finalidade
nos casos de desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores ou de objeto na aplicação dos recursos federais da saúde
Providências
administrativas
públicos e de caracterização de qualquer ato ilegal, ilegítimo transferidos ‘fundo a fundo’, caberá indicar como cofre credor,
internas visando ou antieconômico, de que resulte dano ou indício de dano no âmbito da TCE, o fundo de saúde do ente beneficiário. Nesse
à regularização da
situação verificada ao erário. caso, não há margem para discussão, haja vista tratar-se
e a reparação do de dar cumprimento à exigência disposta no art. 27 na Lei
prejuízo ao erário O prazo supra poderá ser prorrogado pelo Tribunal de Contas
Complementar 141/2012.
da União - TCU, em caráter excepcional, mediante solicitação

6
fundamentada, formulada pelo Ministro de Estado da Saúde
e dirigida pela autoridade administrativa e/ou pelo Fundo
Fase interna
da TOMADA DE Nacional de Saúde - FNS à Diretoria de Integridade - DINTEG,
CONTAS ESPECIAL devendo o pedido ser munido de elementos/subsídios
justificadores da medida, além de cronograma de execução
de ações que antecedem a instauração da TCE.

36
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

no sentido de afastar a ocorrência de débito. Em alguns


EXCEÇÃO! casos, afasta-se também a irregularidade das contas
dos gestores (Acórdãos nºs. 2.606/2013, 1.707/2012 e

1
APRESENTAÇÃO
Verificaram-se em julgados, a exemplo do Acórdão
nº 2.812/2013-TCU-Segunda Câmara, Acórdão
1.313/2009, do Plenário, 7.496/2015, 3.515/2013, e 5.319/2010,
da Segunda Câmara, 5.304/2013 e 5.186/2012, da Primeira
Câmara); em outros, a depender da gravidade da
nº 3.515/2013-TCU-Segunda Câmara e Acórdão
situação envolvida, afasta-se o débito, mas julgam-se
nº 2.806/2015-TCU-Segunda Câmara, nos quais houve
2
irregulares as contas dos responsáveis, aplicando-se
a determinação de recolhimento do débito ao FNS, a multa do art. 58 da Lei 8.443/1992 (Acórdãos nºs.
Características mesmo que as irregularidades consistissem em desvio 2.332/2011 e 1.541/2007, do Plenário, 704/2013 e 5.131/2014,
do instrumento da Segunda Câmara, 6.274/2014, 4.374/2014 e 5.677/2014,
de repasse
de finalidade ou de objeto.
da Primeira Câmara)”.

5.2.2 Desvio de objeto/Desvio de finalidade De forma diversa, quando verificada a ocorrência de desvio de
3
Visão geral do O desvio de objeto, ocorre quando a utilização de recursos em
finalidade – ou seja, quando a área para a qual os recursos se
destinavam não é respeitada, como, por exemplo, quando o
macroprocesso de
ressarcimento ações e serviços de saúde são realizados de forma diversa ao gestor constrói uma ponte no lugar de uma escola ou compra
originalmente pactuado, e em ações de saúde diversas das um caminhão de lixo no lugar de uma ambulância –, aí, sim,
previstas no programa de trabalho do Orçamento Geral da há débito.

4Controle e
União - OGU (exemplo, recurso da média e alta complexidade
utilizado em vigilância em saúde).
No que se refere aos recursos transferidos do FNS para os
fiscalização na
fundos de saúde dos Estados, Municípios e DF, há que se
gestão dos recursos Já o desvio de finalidade decorre da utilização de recursos considerar um fato adicional no debate. Conforme mencionado
em ações e serviços diversos dos previstos no art. 3º da Lei na Lei Complementar nº 141/2012, o art. 27 determina, nos casos
Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012 (exemplo, recurso de desvio de finalidade ou de objeto, a recomposição do Fundo
5
Providências
da saúde utilizado em ações de educação). de Saúde do ente da Federação beneficiário. Portanto, em
se tratando de recursos federais do SUS transferidos ‘fundo
administrativas Partindo desses conceitos, a jurisprudência do Tribunal de
internas visando a fundo’, ainda que se verifique somente desvio de objeto,
Contas da União – TCU tem se posicionado no sentido de
à regularização da haverá débito por força legal.
situação verificada inexistir débito quando há somente o desvio de objeto.
e a reparação do
prejuízo ao erário Entretanto, no caso de desvio de finalidade, há o débito. Quanto Nesse sentido, o Voto condutor do Acórdão nº
a esse tema, cabe dar conhecimento do Voto do Ministro 3990/2016-TCU-Primeira Câmara dispôs nos seguintes termos:
Bruno Dantas do TCU, que foi condutor do Acórdão 3.990/2016-
6
Fase interna
TCU-Primeira Câmara:
“Observa-se, portanto, que, seja no caso de desvio
de finalidade, seja no caso de desvio de objeto, a lei
da TOMADA DE “Em regra, quando há apenas desvio de objeto, estando impõe, de forma expressa, a obrigação de reposição do
CONTAS ESPECIAL mantida a finalidade para a qual os recursos se fundo de saúde do ente beneficiário do repasse, para
destinavam, a jurisprudência dominante deste Tribunal é que os recursos sejam aplicados no objeto a que se
destinavam. Nessa linha, a propósito, cabe mencionar

37
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

o Acórdão nº 3.702/2015-TCU-Segunda Câmara, no determina o art. 3º Decisão Normativa em epígrafe, ao ente


qual, mesmo reconhecendo-se que o caso configurava federado a obrigação de recompor, com recursos próprios,
apenas desvio de objeto, decidiu-se determinar a

1
o fundo de saúde municipal, estadual ou distrital, podendo,
recomposição do fundo municipal, tendo em vista o
disposto na referida Lei Complementar.”
ainda, haver a responsabilização solidária do agente público
APRESENTAÇÃO
causador da irregularidade e a sua apenação com multa.
Ainda quanto ao tema vale rememorar o entendimento
esposado no mencionado julgado no sentido de que somente 5.2.4 Atualização do débito para fins de cobrança
2
Características
haverá incidência de juros de mora quando houver desvio de
A atualização deve ser realizada para preservar o valor real,
do instrumento
finalidade. Ocorre que, nos casos em que se observa apenas
de repasse o desvio de objeto, consoante a jurisprudência da Corte de por força do princípio da indisponibilidade do interesse público
contas, sequer haveria débito. Ademais, a Lei Complementar pela Administração. O pagamento atualizado impedirá que
nº 141/2012 somente exige a atualização monetária dos valores se fale em renúncia parcial do crédito, já que as perdas

3
Visão geral do
aplicados em objetivo distinto do pactuado. inflacionárias estarão sendo recompostas, permitindo que
o valor restituído seja o realmente devido e não apenas o
macroprocesso de E, por fim, havendo desvio de finalidade ou de objeto quanto nominalmente apurado.
ressarcimento
à aplicação dos recursos federais do SUS transferidos ‘fundo a
fundo’, há débito, ainda que não se possa falar propriamente Dessa forma, a Portaria GM/MS nº 885, de 04/05/2021,
estabelece que se os débitos decorrentes de desvio de objeto
4
em dano ao erário (a exemplo da não comprovação dos
gastos), já que existe a demonstração da aplicação dos ou finalidade forem quitados antes da instauração de tomada
Controle e
recursos em ações ou serviços públicos, de maneira que houve de contas especial, o valor devido deve ser acrescido apenas
fiscalização na
gestão dos recursos um benefício para a população. Portanto, cabe a instauração de atualização monetária, mas, uma vez instaurada a TCE, a
de TCE. condenação passa a incluir juros de mora, na forma do art.
19, caput, da Lei 8.443/1992, ressalvada a hipótese do art. 12, §

5
Providências
5.2.3 Decisão Normativa TCU nº 57/2004 2º da mesma lei.

administrativas A Decisão Normativa TCU nº 57, de 2004 (que regulamenta a Todavia, o recolhimento antecipado acarretará a quitação
internas visando
hipótese de responsabilização direta dos entes subnacionais), provisória em benefício do responsável, sob condição resolutiva,
à regularização da
situação verificada nos casos de transferência de recursos públicos federais, no caso de o TCU não reconhecer a boa-fé do responsável
e a reparação do
pode-se extrair que o desvio de finalidade ou desvio de objeto ou identificar outras irregularidades nas contas, nos termos
prejuízo ao erário
estabelecem a obrigação de reposição do fundo de saúde do § 2º, do art. 12 da Lei nº 8.443, de 1992, e art. 13-A da IN-TCU
do ente beneficiário do repasse, para que os recursos sejam nº 71/2012.

6
Fase interna
aplicados no objeto a que se destinavam, sem fazer distinções
entre essas duas modalidades de irregularidade.
Na hipótese mencionada no parágrafo anterior, o processo
da TOMADA DE de TCE, quando não iniciado, deverá ser imediatamente
CONTAS ESPECIAL
Em ambos os casos, considerando que os recursos foram instaurado e encaminhado para a análise do TCU, instruído
revertidos em prol da comunidade local, cabe, na linha do que com as informações necessárias à verificação da boa-fé, da

38
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

ocorrência de outras irregularidades nas contas, bem como c) ser quantificado – deve-se determinar o valor
do comprovante do recolhimento do débito apurado, a ser do dano para a instrução do processo e para o

1
reconhecido pelo TCU. respectivo registro contábil. Na ausência do exato
valor atribuído ao dano, este poderá ser presumido
APRESENTAÇÃO Mas, caso a comunicação da recomposição seja de forma
ou estimado.
extemporânea pelo gestor local do SUS, ou seja, depois de já
instaurada a TCE, desencadeará o seu arquivamento somente O valor do dano ao erário presumido corresponde ao
2
Características
na hipótese da certificação do integral recolhimento do débito
acrescido de juros, nos termos do que dispõe o inciso I do art.
montante de recursos sem aplicação correta comprovada nos
seguintes casos:
do instrumento
de repasse
7º e o art. 9º da IN/TCU nº 71/2012.
a) omissão no dever de prestar contas;

b) ausência de comprovação da boa e regular


5.3 Dano ou prejuízo ao erário
3 aplicação dos recursos.
Visão geral do
macroprocesso de
5.3.1 Atributos O valor do dano estimado decorre da fixação de um valor
ressarcimento devidamente fundamentado em pesquisas de mercado,
O agente que promover a prática de qualquer ato ilegal, registros contabilizados, bens equivalentes etc.
ilegítimo ou antieconômico, seja doloso ou culposo, estará
4Controle e
incorrendo em um possível ou presumido prejuízo ao erário. 5.3.2 Não comprovação da regular aplicação dos
recursos repassados pela União
fiscalização na Tal dano pode estar de fato caracterizado como perda, extravio,
gestão dos recursos
desvio de recursos ou pode ser consequência de presunções Caracterizada por irregularidades na comprovação
legais, a exemplo de omissão no dever de prestar contas. apresentada para demonstrar a execução da despesa,

5
Assim, resta como condição fundamental para a ocorrência conforme documentos apresentados pelas pessoas físicas
da tomada de contas especial a pré-existência do dano e jurídicas beneficiárias de recursos da União.
Providências
administrativas ao erário.
internas visando Os destinatários de recursos federais devem comprovar a
à regularização da Destaca-se que este pressuposto deve possuir os seguintes regular aplicação dos recursos transferidos, além de evidenciar
situação verificada
e a reparação do atributos: a amplitude da realização do objetivo e finalidade pactuados
prejuízo ao erário
pelas partes.
a) ser economicamente justificável – o dano deve
possuir significado econômico de modo a justificar O Anexo II, da Decisão Normativa TCU, nº 155, de 2016, lista o
6
Fase interna
o processo especial de apuração e cobrança, vez
que a TCE é onerosa para o Estado;
rol exemplificativo dos motivos ensejadores de instauração
de TCE, quando da não comprovação da regular aplicação
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL dos recursos repassados pela União, dos quais, observadas as
b) ser quantificável – o dano deve ser mensurável, ou
seja, deve ser possível medi-lo monetariamente; e

39
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

particularidades das transferências fundo a fundo, destacamos Nessa hipótese, o débito será apurado pelo valor total do dano
os seguintes: verificado e será contado da data do evento, se conhecida,

1
ou da data da ciência do fato pela administração pública.
• Irregularidades na documentação apresentada
APRESENTAÇÃO para comprovar a despesa;
ATENÇÃO!
• Não execução total ou parcial do objeto da
transferência;
2
Características
• Desvio de finalidade na aplicação dos recursos
Desfalque: redução registrada no valor ou no preço de
algo, ou diminuição de dinheiro, bens ou valores públicos
do instrumento
transferidos; que cause prejuízo ao erário.
de repasse • Não consecução dos objetivos pactuados; Alcance: toda retenção ilegal de dinheiros, valores ou
• Impugnação total ou parcial das despesas bens móveis praticados por servidores públicos em

3
Visão geral do •
realizadas; e
Falta de devolução de saldo dos recursos federais.
razão do cargo ou função.
Desvio: emprego do recurso público em finalidade
macroprocesso de diversa da prevista em lei, ainda que vise o interesse
ressarcimento
A título de ilustração, podemos considerar a não consecução público, e que o agente não se beneficie financeiramente.
dos objetivos pactuados, a hipótese em que o gestor municipal

4
não realiza, a partir dos recursos financeiros federais, a
5.3.4 Prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou
implantação do Centro de Especialidade Oncológica (CEO),
Controle e antieconômico de que possa resultar dano
tipo I, devido ao não cumprimento dos prazos estabelecidos na
fiscalização na ao erário
gestão dos recursos Portaria GM/MS, nº 1.246/2010, ocasião em que deverá restituir
os recursos ao Fundo Nacional de Saúde - FNS.
Cabe aqui esclarecer que, mesmo sem prejuízo ao erário,

5
Providências
5.3.3 Desfalque, alcance, desvio ou desaparecimento
de dinheiro, bens ou valores públicos
a prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico,
ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza
administrativas contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial
internas visando pode resultar na irregularidade das contas do responsável
à regularização da Quando o prejuízo ao erário decorre da ação, omissão,
situação verificada negligência ou participação direta ou indireta de servidor ou com aplicação de multa (art. 16, inciso III, alínea b, c/c art. 19,
e a reparação do
prejuízo ao erário de empregado público, há prejuízo ao erário, independente parágrafo único, da Lei nº 8.443/92).
se o dano tiver sido causado mediante fraude individual de
Contudo, o controle interno detentor da constatação da
servidor ou em conluio com terceiros beneficiados.
6
Fase interna Ocorre por exemplo, com o desaparecimento de bens
irregularidade sem débito, e o responsável que não estiver
arrolado no processo de contas ordinárias (anuais), deverá
da TOMADA DE (computador, impressora); com a utilização de bens públicos então representar ao Tribunal de Contas da União a respeito,
CONTAS ESPECIAL
em benefício próprio (pessoal). visto possuir competência para tanto (vide art. 74, § 1º, da
Constituição Federal, art. 237, do RI/TCU, e mais recentemente o

40
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

art. 3º, parágrafo único da IN/TCU 71/2012). Assim a irregularidade 5.3.5 Atualização do débito para fins de cobrança
será apreciada no TCU por meio da autuação de processo

1
de Representação. Os juros moratórios e a atualização monetária, incidentes
sobre os débitos apurados, deverão ser calculados, nos
APRESENTAÇÃO Já em relação às irregularidades advindas do exame da
termos dos arts. 8º e 9º, da IN/TCU nº 71/2012, alterada pela
prestação de contas ou do acompanhamento ou fiscalização
IN/TCU nº 76/2016, com observância da legislação vigente e
do gestor concedente dos recursos, este, igualmente, poderá
2
Características
representar os fatos perante o TCU (art. 3º, parágrafo único,
IN TCU nº 71/2012).
com incidência a partir da data da ocorrência do dano, que
pode ser:
do instrumento
de repasse • da data do recebimento dos recursos ou da data
Também, diante das constatações de irregularidades sem
do crédito na respectiva conta corrente bancária,
dano ao erário, poderá o órgão/entidade comunicar ao Tribunal
no caso de ocorrência relativa a convênio, contrato

3
utilizando-se do seu Relatório de Gestão que anualmente é
de repasse ou instrumento congênere; e
submetido ao Tribunal, isoladamente ou incluído, no processo
Visão geral do
de contas (inteligência do art. 197, § 3º, RI/TCU; e arts. 71, II, ‘a’ • da data do evento, quando conhecida, ou da
macroprocesso de
ressarcimento e 72, I, ‘a’, Portaria Interministerial nº 424/2016). data de ciência do fato pela Administração, nos
demais casos.
Neste ponto, é importante esclarecer que a gravidade da

4Controle e
irregularidade faz com que as comunicações sejam feitas
no relatório de gestão/processo de contas (que geralmente
O demonstrativo financeiro do débito pode ser elaborado
com o auxílio do Sistema Débito do TCU, disponível no site do
fiscalização na são apresentadas a cada ano) ou antecipadamente Tribunal na internet. (https://contas.tcu.gov.br/debito/Web/
gestão dos recursos de forma isolada com base no art. 237, III, RI/TCU. Ou seja, Debito/CalculoDeDebito.faces)
encaminhada, por meio de representação, diretamente para
Nesse sistema há a opção de se incluir os juros de mora e
5
a Unidade Técnica do Tribunal responsável pelo órgão ou
entidade comunicante. Por exemplo, as irregularidades que a correção monetária ou apenas esta última para fins de
Providências
não representam débito, mas que configuram crimes contra atualização do valor histórico do débito. O sistema também
administrativas
internas visando a Administração Pública ou contra as licitações, devem ter permite registrar e extrair relatórios contendo informações
à regularização da
tratamento mais célere por parte do Tribunal. sobre o responsável, origem e o valor histórico e atualizado
situação verificada
e a reparação do da dívida.
prejuízo ao erário Além disso, o gestor concedente, sendo o responsável
precipuamente pelo programa/ação descentralizada, tem o

6
dever de orientar seus convenentes.

Fase interna O objetivo é evitar futuras impropriedades ou irregularidades


da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL verificadas na execução ou na prestação de contas das
avenças, independentemente de comunicações aos órgãos
de controle interno ou externo.

41
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

5.4 Recebimento irregular de recursos por parte 5.5 Apuração dos fatos
do ente federativo

1
APRESENTAÇÃO
5.4.1 Interpretação atribuída no Acórdão
5.5.1 Autuação de processos específico

nº 1072/2017-TCU-Plenário Constatados os indícios da prática de ato omissivo ou


comissivo, de agente público ou de terceiro, que resulte dano

2
Características
O recebimento irregular de recursos por parte do ente federativo
se dá com a transferência de recursos em desacordo com
ao erário, será instaurado processo administrativo de apuração
e cobrança, formalizado pela Secretária Finalística no Sistema
do instrumento os requisitos de habilitação estabelecidos pelo Ministério da Eletrônico de Informações - SEI e comunicado imediatamente
de repasse Saúde. Tal recebimento será caracterizado após a declaração à Diretoria de Integridade – DINTEG o respectivo número único
de nulidade do ato de habilitação ou medida equivalente e de protocolo (NUP).
importará na obrigação de restituição dos valores em favor do
3
Visão geral do
Fundo Nacional de Saúde, independentemente da destinação
O processo administrativo deve estar formalmente
documentado a fim de permitir a sua apreciação pelos órgãos
macroprocesso de
final dos recursos.
de controle interno e externo.
ressarcimento
Nos casos de débito decorrente do recebimento irregular de
Frisa-se que os processos de ressarcimento de dano ao
recursos federais pelos Estados, Municípios ou Distrito Federal,
erário devem pautar-se pelos princípios da racionalidade
4Controle e
independentemente do destino final dado aos recursos
repassados, cabe ao ente recebedor restituir ao Fundo Nacional
administrativa, do devido processo legal, da economia
processual, da celeridade, da ampla defesa e do contraditório.
fiscalização na de Saúde, podendo, ainda, haver aplicação de multa ao agente
gestão dos recursos Importante ressaltar que registrar e manter adequadamente
público causador da irregularidade.
organizadas as informações sobre as medidas administrativas
5.4.2 Atualização do débito para fins de cobrança adotadas é fundamental para a autoridade competente,

5
Providências Os débitos decorrentes do recebimento irregular de recursos
responsável pela execução da avença.

administrativas Além disso, a constituição de processo visa ao registro


internas visando
federais, de acordo com os preceitos exarados no art. 23,
das medidas adotadas para que restem demonstradas
à regularização da inciso III da Portaria GM/MS nº 885, de 04/05/2021, devem ser
situação verificada as diligências, notificações, comunicações, enfim, todos
e a reparação do acrescidos apenas de atualização monetária, mas, uma vez
os esforços demandados pela autoridade administrativa
prejuízo ao erário instaurada a TCE, a condenação passa a incluir juros de mora,
para a resolução do problema e, inclusive, para que fiquem
na forma do art. 19, caput, da Lei nº 8.443/1992, ressalvada a
evidenciadas as medidas que oportunizaram ao responsável
6
hipótese do art. 12, § 2º da mesma lei, conforme entendimento
o conhecimento dos apontamentos e, eventualmente, a
do Acórdão nº 1072/2017-TCU-Plenário.
Fase interna possibilidade de apresentar esclarecimentos ou justificativas.
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

42
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

providências preliminares não precisam ser exauridos, desde


AÇÕES PARA CONSTITUIÇÃO DO PROCESSO
que cumpridas todas as formalidades tendentes a sanar as
ADMINISTRATIVO DE COBRANÇA

1
irregularidades ou reparar o dano.
• descrever as condutas
APRESENTAÇÃO praticadas por agentes É pressuposto essencial para o processo de medidas
• autuar processo
públicos e/ou privados em administrativas internas, a existência de elementos para a
específico
desconformidade com o comprovação da ocorrência de dano e a identificação das
2
Características • apurar (fato,
ordenamento jurídico
pessoas físicas ou jurídicas que deram causa ou concorreram
para a ocorrência de dano.
do instrumento responsabilidade • quantificar e atualizar o dano
de repasse
e dano) 5.5.3 Irregularidade causadora do dano ao erário
• notificar os responsáveis, para
• identificar os 5.5.3.1 Termo inicial (fato gerador) para fins de
3
Visão geral do
responsáveis
sanar a irregularidade ou
ressarcir o dano contagem do prazo
macroprocesso de
ressarcimento 5.5.2 Levantamento dos elementos fáticos e A irregularidade decorre da discrepância entre a situação
jurídicos encontrada e o critério (o que deveria ser).

A data inicial do fato gerador do dano ao erário, ou em


4Controle e
A apuração dos fatos consiste em reunir os elementos de
convicção, registrados em documentos, que permitam
outras palavras a data inicial ou termo a quo da ocorrência
da irregularidade motivadora de TCE, é justamente o marco
fiscalização na identificar, com clareza e objetividade, o nexo de causalidade
gestão dos recursos inicial para a contagem do prazo de 180 dias (atualmente 270
entre o fato irregular, o dano ao erário e o responsável.
dias) para adoção de medidas administrativas saneadoras
Afora isso, é preciso restar evidenciada a adequação entre antecessoras da instauração do processo de TCE, prevista no
5
Providências
a situação que deu origem ao dano e a conduta ilegal,
ilegítima ou antieconômica, da pessoa física ou jurídica a
art. 4º, § 1º, IN TCU nº 71/2012.

administrativas Os incisos I, II, e III desse mesmo dispositivo, elenca alguns


internas visando quem se imputa a responsabilidade de repor ao erário o
critérios utilizados para a identificação ou definição dessas
à regularização da prejuízo causado.
situação verificada datas iniciais:
e a reparação do
prejuízo ao erário Durante o prazo de vigência do processo de medidas I - vencimento do prazo para a apresentação da
administrativas internas, se faz necessário a narração prestação de contas, no caso de omissão no dever
minuciosa da situação que deu origem ao dano, baseada de prestação de contas;
6
Fase interna
em documentos e outros elementos probatórios, que deem
suporte à comprovação de sua ocorrência.
II - data limite da análise ou da reprovação da
da TOMADA DE prestação de contas;
CONTAS ESPECIAL
Sobre o prazo de conclusão, é importante ressaltar que os 120 III - data do evento ilegítimo ou antieconômico, quando
dias (art. 4, II, da Portaria GM/MS nº 885, de 04/05/2021) para as conhecida, ou data da ciência do fato irregular pela
administração.
43
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Esse último é o critério mais utilizado nas tomadas de contas a) diretamente, pelos órgãos e entidades detentoras
especiais. Mas, podemos também citar outros defendidos pela das dotações orçamentárias; ou

1
doutrina e jurisprudência:
b) indiretamente, de modo descentralizado, por
APRESENTAÇÃO a) data final da vigência do instrumento de meio de outros entes da federação e consórcios
transferência ou do contrato; públicos, por entidades privadas sem fins lucrativos
ou por outras instituições.
2
Características
b) data da notificação da recomendação do controle
interno ou da determinação do TCU;
Nesse contexto, a classificação da natureza da despesa
do instrumento
de repasse c) prazo final para o exame da prestação de contas; orçamentária por modalidade de aplicação nos ajuda a
identificar se os recursos aprovados no orçamento serão:
d) prazo final para respostas das auditorias e

3 fiscalizações. a) aplicados diretamente pelos órgãos/entidades


beneficiárias do crédito orçamentário; ou
Visão geral do
macroprocesso de Esse termo inicial, para fins de fato gerador do dano, deve
ressarcimento
b) se serão transferidos a outras entidades públicas ou
ser uma data fixa mesmo havendo mais de uma parcela de
privadas que executam as ações de determinado
débito, pois essa data não necessariamente será a mesma
programa de forma descentralizada, mediante
utilizada para fins de atualização monetária e incidência de
4Controle e
juros moratórios – comentada a seguir. Essa última data
geralmente é demonstrada nos acórdãos de julgamento
convênios, contratos de repasse, acordos e termos
de colaboração ou instrumentos similares, ou
fiscalização na mesmo por meio de transferências automáticas
gestão dos recursos da TCE, juntamente com o valor original da dívida total ou
e fundo a fundo, como veremos adiante.
parcela dela.

5 5.5.3.2 Classificação da natureza da despesa O elemento de despesa tem a finalidade de identificar os


orçamentária por modalidade de aplicação objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas,
Providências
administrativas juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros
internas visando As classificações da despesa por categoria econômica, prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e
à regularização da por grupo de natureza, por modalidade de aplicação e
situação verificada instalações, equipamentos e material permanente, auxílios,
e a reparação do por elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou amortização e outros de que a administração pública se serve
prejuízo ao erário
especificações, constam do Anexo II da Portaria Interministerial para a consecução de seus fins.
STN/S0F nº 163, de 4 de maio de 2001.

6
Fase interna
Quando o Governo Federal aprova e aloca os recursos na
Lei Orçamentária Anual (LOA), já demonstra a intenção em
Para a correta instrução do processo de cobrança, é
imprescindível a indicação da classificação funcional
da TOMADA DE programática referente à irregularidade constatada, cuja
CONTAS ESPECIAL executá-los das seguintes formas: informação é exigida pelo Tribunal de Contas da União, nos
termos do art. 3º, inciso V, da Decisão Normativa nº 155, de 2016.

44
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

5.5.3.3 Quantificação e atualização do valor do dano de execução do objeto, poderá o débito quantificado pelo
valor total repassado, ser reduzido por estimativa em relação
O dano ao erário, devidamente quantificado, chamado de
1
ao percentual de execução apurado, desde que esta parcela
débito, é um pressuposto de constituição da TCE (art. 5º, inciso tenha resultado em benefícios para o alcance do objetivo do
APRESENTAÇÃO I, IN/TCU nº 71/2012). ajuste ou mesmo para a comunidade atingida.
Para fins do julgamento da TCE e condenação do responsável Ocorrendo dúvida quanto ao método de apuração do débito,
2
Características
ao pagamento da dívida, o valor original ou histórico do prejuízo
(débito) deve ser monetarizado por meio de verificação,
pode-se utilizar, justificadamente, o critério que melhor
beneficie o responsável – regra mais conservadora (menor
do instrumento estimativa e presunção, conforme definições a seguir: valor da dívida), conforme comentário em relação ao princípio
de repasse
a) Verificação - quando for possível quantificar com do conservadorismo ou da prudência aplicado à TCE.
exatidão o real valor devido (art. 8º, inciso I, IN/TCU 5.5.3.4 Termo inicial para atualização monetária e
3
Visão geral do
71/2012 e art. 210, § 1º, inciso I, RI/TCU). Não pode
exceder o real valor devido, ver inciso II.
incidência de juros de mora2
macroprocesso de
ressarcimento
É regra que os juros moratórios e a atualização monetária
b) Estimativa - quando, por meios confiáveis, devem incidir sobre os valores originais dos débitos apurados.
apurar-se quantia que seguramente não
excederia o real valor devido (art. 8º, inciso II, IN O art. 9º da IN/TCU nº 71/2012 estabelece que a atualização
4Controle e
TCU 71/2012, art. 210, § 1º, inciso II, RI/TCU). Esse critério
é comumente utilizado na quantificação do débito
monetária e os juros moratórios incidentes sobre o valor do
débito devem ser calculados segundo a legislação vigente,
fiscalização na
gestão dos recursos relativo à inexecução parcial de objeto, onde se a partir (termo inicial):
calcula o percentual de execução para se chegar
a) da data do crédito na conta bancária específica,
ao valor a ser glosado. Deve-se estimar a dívida
5
Providências
com prudência e da forma mais justa possível.
quando conhecida, ou da data do repasse dos
recursos - no caso de omissão no dever de
administrativas c) Presunção - nos casos de omissão no dever de prestar contas ou de as contas apresentadas não
internas visando comprovarem a regular aplicação dos recursos,
à regularização da
prestar contas e da não-comprovação da boa
situação verificada e regular aplicação dos recursos transferidos, exceto nas ocorrências previstas no inciso II
e a reparação do
prejuízo ao erário presume-se o valor do débito pelo total dos deste artigo.
recursos transferidos.
b) da data do pagamento - quando houver

6
Fase interna
No caso de o débito ser atribuído por presunção, em
razão da omissão no dever de prestação de contas ou
impugnação de despesas específicas e os recursos
tiverem sido aplicados no mercado financeiro ou
da TOMADA DE quando caracterizada responsabilidade de terceiro.
CONTAS ESPECIAL não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos,
havendo nos autos elementos que indiquem determinado grau 2
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a
Transferências de Recursos Federais (aula 5). Brasília-DF. Disponível em:<https://contas.tcu.gov.br/.
ISC_Curso_TCE_U1_A05%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

45
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c) da data do evento, quando conhecida, ou da Nesse sistema há a opção de se incluir os juros de mora e
data de ciência do fato pela administração - nos a correção monetária ou apenas esta última para fins de

1
demais casos. atualização do valor histórico do débito. O sistema também
permite registrar e extrair relatórios contendo informações
APRESENTAÇÃO
Dependendo da situação, pode-se adotar outros critérios, sobre o responsável, origem e o valor histórico e atualizado
amplamente defendido no campo doutrinário e da da dívida.

2
jurisprudência, a exemplo de:
Cumpre acrescentar neste ponto que os atuais critérios de
Características a) fim da vigência do convênio, contrato de repasse atualização monetária utilizados pelo TCU (e inseridos no
do instrumento
de repasse
ou outro instrumento de repasse de recursos; Sistema Débito) foram definidos por meio do Acórdão 1.603/2011,
modificado parcialmente pelo Acórdão 1.247/2012 (ambos
b) fim do contrato com a empresa vencedora da
TCU - Plenário), cabendo, quanto a esse último, transcrever

3
licitação;
os itens 9.1.1 e 9.2.
Visão geral do c) data do pagamento das notas fiscais/faturas no “9.1.1 considera-se plausível o entendimento de que a
macroprocesso de
ressarcimento
que se refere à parte do débito em solidariedade taxa Selic deve ser aplicada aos créditos oriundos dos
com a empresa contratada; acórdão do TCU, exceto nos casos em que a Corte de
Contas delibera pela aplicação de multa (art. 59 da
d) data das medições em caso de superfaturamento.
4
Lei 8.443/1992) ou verifica a ocorrência de débito, mas
reconhece a boa-fé do responsável (art. 12, § 2º, da Lei
Controle e As datas para fins de valoração monetária são dispostas 8.443/1992), enquanto os autos estiverem tramitando
fiscalização na no âmbito do TCU, ou seja, sem o envio do acórdão
gestão dos recursos no demonstrativo do sistema débito do TCU e aparecem no
condenatório para cobrança judicial, casos em que
acórdão que apreciou a TCE, nos casos de condenação ao deve ser mantida a atual sistemática;
ressarcimento do débito.
5
Providências
5.5.3.5 Sistema de débito do TCU
(...) 9.2 determinar à Secretaria-Geral da Presidência
(Segepres) que, em conjunto com a Secretaria Geral
administrativas de Controle Externo (Segecex), adote providências
internas visando É peça obrigatória, nos processos de TCE, o demonstrativo imediatas com vistas a introduzir no Sistema Débito do
à regularização da financeiro do débito, com indicação do valor original, origem TCU as alterações decorrentes deste acórdão, para que
situação verificada
e a reparação do e data da ocorrência e eventuais parcelas recolhidas (art. 10, os acórdãos condenatórios cujos processos estejam
prejuízo ao erário
§ 3º, IN/TCU nº 71/2012). tramitando internamente no TCU sejam atualizados
monetariamente e acrescidos de juros de mora até
Esse demonstrativo pode ser elaborado com o auxílio do a data de 31/7/2011 e que, a partir dessa data, seja
6
Fase interna
Sistema Débito do TCU, disponível no site do Tribunal na
internet. (https://contas.tcu.gov.br/debito/Web/Debito/
aplicada a taxa Selic a esses acórdãos condenatórios
e aos que vierem a ser proferidos, exceto nas situações
da TOMADA DE ressalvadas no subitem 9.1.1 (com a nova redação dada
CONTAS ESPECIAL CalculoDeDebito.faces ) por este acórdão);”

46
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Dessa forma, unificou-se, no âmbito federal, os critérios de exclusão da incidência dos juros sobre o montante da dívida,
valoração dos débitos perante a União. Assim, há que se falar quando instaurada a TCE.

1
em dois sistemas de atualização monetária das dívidas:
A cobrança dos débitos que, atualizados monetariamente,
APRESENTAÇÃO a) um aplicado para débitos antes de 31/7/2011 - ficarem abaixo do valor mínimo da TCE (R$ 100.000,00), e que,
incidindo correção monetária mais juros; e portanto, não forem objeto de instauração de TCE, deverá ser
feita pela própria Administração credora, sem a intervenção
2
Características
b) outro aplicado para débitos após de 31/7/2011-
computando apenas taxa Selic (que já embute em
do TCU.

do instrumento Nesses casos, a dívida deve ser valorada com base nas
de repasse
sua composição correção monetária da inflação
exigências para a quitação de débitos para com a Fazenda
e juros).
Nacional (dívida ativa), conforme previsto no art. 13, da Lei

3
nº 10.522/2002 (Lei do Cadin): variação da Taxa Referencial
De qualquer forma, o Sistema Débito do TCU fará a distinção
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC,
Visão geral do automaticamente, de acordo com o termo inicial da dívida
acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior
macroprocesso de e a data final em que se quer atualizá-la.
ressarcimento ao da devolução dos recursos, acrescido esse montante de
5.5.3.6 Atualização do débito para fins de cobrança 1% (um por cento) no mês de efetivação da devolução dos
e ressarcimento recursos à Conta Única do Tesouro Nacional.
4Controle e
Uma vez ultrapassado o valor mínimo e instaurada a TCE 5.5.3.7 Atualização do débito para fins da obtenção
fiscalização na (atualmente, R$100.000,00, conforme art. 6º, inciso I, da IN TCU do valor mínimo de alçada da TCE - VMTCE
gestão dos recursos
nº 71/2012, alterado pela IN TCU nº 76/2016), o dano deve ser
O TCU fixou em R$ 100.000,00 o valor mínimo para instauração
cobrado acrescido de juros de mora e correção monetária
e prosseguimento da TCE, para viger a partir de 1º/12/2013 (art.
5
no período entre a data inicial e a data atual de valoração.
6º, I, IN TCU nº 71/2012).
Como já foi dito anteriormente, o Sistema Débito do TCU é
Providências
administrativas uma ferramenta que auxilia neste cálculo. Para verificar se o valor do dano examinado é maior ou menor
internas visando que o valor mínimo da TCE (VMTCE), o § 3º, do art. 6º, da
à regularização da Há apenas uma exceção a essa regra: quando a boa-fé do
situação verificada referida norma alterada pela IN/TCU nº 76/2016, estabeleceu
e a reparação do responsável é reconhecida na TCE, no decorrer das fases de
os seguintes critérios:
prejuízo ao erário julgamento pelo TCU, hipótese em que o débito será atualizado
apenas com a correção monetária, logo, sem a incidência de a) no caso de o fator gerador do dano ao erário

6
Fase interna
juros. E agora também estendido a fase interna da TCE por
meio da IN/TCU nº 85/2020.
ser anterior à data de vigência desta instrução
normativa, o valor original deverá ser atualizado
da TOMADA DE monetariamente até a data de vigência daquela
CONTAS ESPECIAL Ressalte-se que a não incidência dos juros sobre a dívida
instrução normativa;
serve apenas para verificar se a TCE será ou não instaurada
em razão de seu valor mínimo. Assim, não houve a extinção ou

47
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b) no caso de o fato gerador do dano ao erário Caracterizada uma conduta culposa ou dolosa, deve ser
ser posterior à data de vigência daquela identificado o responsável pelo prejuízo e caracterizada a

1
instrução normativa, o valor a ser comparado relação de causa e efeito entre a sua conduta e o dano3.
com o valor-referência definido no inciso I do
APRESENTAÇÃO A responsabilidade, em regra, é pessoal, podendo atingir o
artigo 6º será o valor original do débito, sem
órgão ou entidade responsável pela gestão dos recursos.
atualização monetária.
Cabe ao agente que deu causa ao prejuízo, individualmente,
2
Características
Dessa forma, a regra de atualização monetária dos débitos - a
partir da data da vigência da IN/TCU nº 71/2012 (1º/12/2013), para
o ressarcimento ao erário, incidindo sobre ele o ônus da prova
da boa e regular gestão dos recursos e patrimônios públicos.
do instrumento
de repasse
fins de obter o VMTC (valor mínimo de instauração de TCE),
Por isso, o responsável precisa estar perfeitamente identificado,
vale apenas para os débitos cujos fatos geradores ocorreram
tendo em vista que o ressarcimento aos cofres públicos será
antes do advento da referida IN. Isso porque neste espaço

3
cobrado dele.
de tempo não existia norma processual a respeito do valor
Visão geral do mínimo para instauração e encaminhamento da TCE. A existência de agente responsável pelo dano ao erário é
macroprocesso de
um dos pressupostos de instauração da tomada de contas
ressarcimento O art. 19 da citada IN abarcou os casos em curso no TCU, desde
especial. A identificação correta e adequada desse agente é
que ainda pendente de citação do responsável pelo Tribunal.
essencial para a imputação de tal responsabilidade.

4Controle e
Com relação aos débitos ocorridos após 1º/12/2013, seguem
a regra convencional, ou seja, considerar o valor histórico do
Responsável é a pessoa que o tomador de contas, após
apuração dos fatos, entende como causadora do fato
fiscalização na dano sem qualquer acréscimo, pois não podemos retroagir
gestão dos recursos ensejador da instauração da tomada de contas especial.
para o início da vigência (deflacionar o valor histórico) como
também não podemos utilizar a data corrente (acrescer Nessa identificação, o tomador de contas deve apontar

5
correção monetária) para se obter o VMTCE. a legislação específica não observada e infringida pelo
responsável e demonstrar se ele agiu dolosamente, isto
Providências 5.5.4 Identificação do agente responsável
administrativas é, intencionalmente, ou culposamente, neste caso, se foi
internas visando negligente, imprudente ou imperito no exercício de suas
à regularização da 5.5.4.1 Responsabilização
situação verificada atividades. Deve-se, ainda, evidenciar a relação entre o ato
e a reparação do
prejuízo ao erário Para que seja instaurada a tomada de contas especial, é praticado e o dano a ele imputado.
necessária a existência do agente responsável pelo dano
Ressalta-se que a responsabilidade pode ser atribuída em
ao erário.
6
Fase interna
razão da ocorrência de condutas lesivas comissivas ou
omissivas. Isto é, a responsabilização pode decorrer da prática
da TOMADA DE deliberada de uma ação ou de uma omissão quando havia
CONTAS ESPECIAL
3
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/
pdf/manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

48
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o dever de agir. Nesta hipótese faz-se necessário identificar da TCE. Essa comprovação de causa e efeito deverá ser
e delimitar as competências, atribuições e deveres dos evidenciada juntamente com a apuração dos fatos pelos

1
envolvidos, considerando-se as questões fáticas específicas meios de prova.
ao caso, para identificação do dever de agir, ou se a omissão
APRESENTAÇÃO
decorreu de negligência, ou ainda se foi voluntária.

Seguem alguns exemplos de quem pode ser responsabilizado:


2
Características FATO POSSÍVEIS Uma vez identificada a irregularidade deve ser definido o
IRREGULARIDADES
do instrumento ENSEJADOR RESPONSÁVEIS agente causador do dano ao erário, cuja responsabilidade
de repasse
Responsável legal poderá ser individual ou solidária, conforme abaixo:
pelo dinheiro, bens
3
Visão geral do
- Ocorrência
de desfalque
ou valores públicos,
por exemplo: o
a) responsabilidade individual: há somente um
agente causador do dano;
macroprocesso de
ressarcimento ou desvio - Desaparecimento detentor da carga
b) responsabilidade solidária: há mais de um agente
de dinheiro, de um patrimonial; ou
causador do dano. A solidariedade está definida
bens ou computador.
no artigo 264 do Código Civil (há solidariedade,
4Controle e
valores
públicos.
O causador direto
do ato lesivo, se quando na mesma obrigação concorre mais de
um credor, ou mais de um devedor, cada um com
fiscalização na não coincidir com o
gestão dos recursos responsável legal. direito, ou obrigado, à dívida toda).

Autoridade que Quanto aos responsáveis solidários a obrigação com relação


5
Providências
- Prática de
qualquer
homologou o
proces- so licitatório;
ao débito é indivisível, ou seja, a quitação individual depende
do pagamento do valor total da dívida, conforme previsto
administrativas e/ou no artigo 275 do Código Civil. Já se houver condenação ao
internas visando ato ile- gal, - Pagamento de
à regularização da
ilegítimo ou consultoria por Contratante do pagamento de multa, esta aplica-se a cada responsável
situação verificada
e a reparação do antieconômico valor superior ao serviço; e/ou (princípio da individualização da pena).
prejuízo ao erário
de que resulte preço de mercado. Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou
Servidor que
dano ao de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida

6
atestou a despesa comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
erário.
auto- rizando a sua demais devedores continuam obrigados solidariamente
Fase interna
da TOMADA DE
liquidação. pelo resto.
CONTAS ESPECIAL
O tomador de contas deve comprovar o nexo de causalidade
entre a conduta do agente responsável e o fato ensejador

49
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Considerando que a solidariedade implica a responsabilidade Segundo Hanz Kelsen, quem tem o dever é pessoa que
pelo total da dívida, o pagamento parcial do débito por um deve cumprir a obrigação ou a regra jurídica, e quem tem

1
dos causadores do dano não é suficiente para afastar a sua responsabilidade é aquele que suporta a sanção decorrente
responsabilidade. Tal entendimento é corroborado pela Súmula do descumprimento do dever.
APRESENTAÇÃO
nº 227 do Tribunal de Contas da União:
Perante o TCU, o responsável é um gestor público, pessoa física
“O recolhimento parcial do débito por um dos devedores ou jurídica que deu causa ou concorreu para a ocorrência
2
Características
solidários não o exonera da responsabilidade pela
quantia restante, vez que a solidariedade imputada
de dano ao erário (art. 2º, parágrafo único e art. 5º, inciso II,
IN TCU 71/2012).
do instrumento impede seja dada quitação, a qualquer dos responsáveis
de repasse solidários, enquanto o débito não for recolhido em sua
A responsabilização na TCE diz respeito à conduta direta ou
totalidade”.
indireta, culposa ou dolosa, por ação ou omissão do agente

3 A responsabilidade, em regra, é individual. Excepcionalmente, público, tendo por consequência uma irregularidade causadora
ela poderá ser solidária a exemplo de: de dano ao erário. Portanto, em TCE, a responsabilidade
Visão geral do
macroprocesso de
do agente é subjetiva, ou seja, depende de culpa em
ressarcimento a) particular que agiu em conluio com o agente sentido amplo.
público;
A correta responsabilização do gestor público, evidenciando

4Controle e
b) órgão ou entidade convenente, bem como seu
responsável, se ficar provado que aquele se
sua conduta direta ou indireta, dolosa ou culposa, e
o nexo de causalidade entre a ação ou omissão e as
fiscalização na beneficiou da aplicação irregular dos recursos. irregularidades causadoras de dano ao erário (fato gerador da
gestão dos recursos responsabilidade), representa um pressuposto de constituição
Ao relatar os fatos, o tomador de contas deve buscar a do processo de TCE.

5
Providências
individualização da conduta de cada agente, definindo com
clareza e objetividade a responsabilidade pelo dano ao erário.
5.5.4.2 Agente público

administrativas O Conceito de Agente Público é “todo aquele que exerce,


internas visando 5.3.4.1 Responsabilização
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
à regularização da
situação verificada O termo “responsabilidade” provém do latim respondere, que nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
e a reparação do
prejuízo ao erário designa o vínculo de quem responde por algo, no sentido de de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
garantir algo4. nos órgãos ou entidades da Administração direta e indireta”5.

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL
4
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a 5
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
Transferências de Recursos Federais (aula 5). Brasília-DF. Disponível em:< https://contas.tcu.gov.br/. Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/
ISC_Curso_TCE_U1_A06%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021. pdf/manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

50
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Esse agente se divide em três categorias: O agente público é todo aquele que presta qualquer tipo de
serviço ao Estado, que exerce funções públicas, no sentido
a) servidor público (servidor estatutário, empregado
1
mais amplo possível dessa expressão, significando qualquer
público e servidor temporário);
atividade pública.
APRESENTAÇÃO
b) agente político (componente do governo nos seus É por meio do agente público que o Estado se faz presente,
primeiros escalões); e manifestando sua vontade nas três esferas de Governo (União,
2
Características
c) particular em colaboração com o Poder Público
Estados, Distrito Federal e Municípios), nos três Poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário).
do instrumento (pessoa física que presta serviço ao Estado sem
de repasse vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Outra importante fonte que faz referência ao conceito de
agentes públicos é a Lei de Improbidade Administrativa
O particular com dever de prestar contas é aquele que utiliza,
3
(Lei nº 8.429/92). Em seu art. 2º está previsto que agente
arrecada, guarda, gerencia ou administra dinheiros, bens
público é:
Visão geral do e valores públicos ou pelos quais o Estado ou entidade da
macroprocesso de “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
ressarcimento
Administração Indireta responda, ou que, em nome destes,
assuma obrigações de natureza pecuniária. sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura
A responsabilidade atribuída ao agente público e ao particular, ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas

4Controle e
nos casos em que tiverem o dever de prestar contas, está
contemplada na CF/88 em seu artigo 70, parágrafo único6:
entidades mencionadas no artigo anterior”.

fiscalização na O agente público é todo aquele que presta qualquer tipo de


gestão dos recursos
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, serviço ao Estado, que exerce funções públicas, no sentido
operacional e patrimonial da União e das entidades da mais amplo possível dessa expressão, significando qualquer
administração direta e indireta, quanto à legalidade, atividade pública.
5
Providências
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso É por meio do agente público que o Estado se faz presente,
administrativas Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de manifestando sua vontade nas três esferas de Governo (União,
internas visando
controle interno de cada Poder. Estados, Distrito Federal e Municípios), nos três Poderes
à regularização da
situação verificada (Executivo, Legislativo e Judiciário).
e a reparação do Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física
prejuízo ao erário ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 5.5.4.3 Agente político
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
6
Fase interna
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Agentes políticos são aqueles que compõem os altos escalões
do Poder Público, responsáveis pela elaboração das diretrizes
da TOMADA DE de atuação governamental, possuindo atribuições próprias
CONTAS ESPECIAL
6
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/
pdf/manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

51
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previstas na Constituição, desempenhando funções de direção, E, por fim, ocorrendo dano ao erário e, no curso da TCE, ou
orientação e supervisão geral da administração7. antes, for constatado que o causador foi exclusivamente um

1
terceiro, sem vínculo com a Administração Pública, impõe-se
Em regra, ingressam por meio de eleições, desempenhando
o encerramento da TCE, cabendo à autoridade administrativa
APRESENTAÇÃO mandatos fixos, sendo sua vinculação com aparelho
buscar a reparação do dano pela via administrativa ou
governamental não profissional, mas institucional e estatutária.
judicial, sob pena de ser responsabilizada pela omissão ou

2 São agentes políticos: Chefes do Poder Executivo (Presidente sem remuneração).


da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares
Características Consoante disposto no art. 71, inciso II, da Constituição Federal,
do instrumento (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais),
de repasse
compete ao Tribunal de Contas da União julgar as contas dos
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados Federais
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
e Estaduais e Vereadores), Magistrados, Membros do Ministério
valores públicos da administração direta e indireta e daqueles

3
Público (Procuradores e Promotores), Membros dos Tribunais
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de
de Contas (Ministros e Conselheiros) e diplomatas.
Visão geral do que resulte prejuízo ao erário8.
macroprocesso de
Deve-se fazer, entretanto, uma ressalva quanto à
ressarcimento Nos termos do art. 16, § 2º, alíneas a e b, da Lei nº 8.443/92, é
responsabilização em TCE dos detentores de cargos
também atribuição do TCU, ao julgar irregulares as contas, fixar
eletivos exercidos por meio de mandato - agentes políticos
a responsabilização solidária do agente público que praticou
4Controle e
(incluídos como espécie de agentes públicos), pois podem
ser responsabilizados quando praticam atos administrativos
o ato irregular e do terceiro que, como contratante ou parte
interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja
fiscalização na de gestão, quando se omitem no desempenho de suas
gestão dos recursos
concorrido para o cometimento do dano apurado.
atribuições de supervisão hierárquica ou, ainda, nos casos de
culpa in eligendo e in vigilando (escolha e supervisão de seus Diante disso, o TCU vem sem posicionando nos seguintes

5
prepostos). É o caso, por exemplo, dos prefeitos de pequenas termos, in verbis:
cidades, em que, além de serem signatários das avenças,
Providências “A solidariedade por eventual débito não se limita às
administrativas
ainda administram e participam da execução dos objetos partes que celebram ajustes com a Administração, pois
internas visando pactuados nas transferências federais. o terceiro que, como contratante ou parte interessada
à regularização da
situação verificada na prática de determinado ato, de qualquer modo tenha
e a reparação do 5.5.4.4 Agente privado com a participação de agente concorrido para o cometimento de dano aos cofres
prejuízo ao erário público públicos, pode ser responsabilizado concomitantemente
com o gestor de recursos públicos federais (art. 16, §
Ao particular em corresponsabilidade com o agente público
6
2º, da Lei 8.443/1992) (Acórdão nº 2387/2011- TCU – 1ª
impõe-se a responsabilidade quando este concorrer na Câmara | Relator: MARCOS BEMQUERER)”
Fase interna participação pelo dano ao erário, configurando uma conduta
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL culposa ou dolosa com o agente público.
8
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a
7
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a Transferências de Recursos Federais (aula 6). Brasília-DF. Disponível em:< https://contas.tcu.gov.br/.
Transferências de Recursos Federais (aula 6). Brasília-DF. Disponível em:< https://contas.tcu.gov.br/. ISC_Curso_TCE_U1_A06%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.
ISC_Curso_TCE_U1_A06%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

52
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5.5.4.5 Agente privado sem a participação de agente eventualmente ocorrido na execução da avença, uma vez
público não regularmente comprovada a regular aplicação dos

1
recursos federais.
A jurisprudência atual do TCU admite, diante da constatação
APRESENTAÇÃO de irregularidades na aplicação de recursos públicos federais, De igual forma, a responsabilidade pela aplicação dos
a responsabilização de agente privado sem, necessariamente, recursos federais transferidos ao ente privado também
a participação de agente público9. alcança os dirigentes de entidades privadas beneficiárias
2
Características
A jurisprudência mais recente do TCU vem relativizando
desses repasses, conforme o disposto nos artigos 70 e 71 da
Constituição Federal10.
do instrumento os entendimentos fixados nas Súmulas do TCU sobre a
de repasse Com efeito, é a pessoa natural quem determina a destinação a
necessidade de participação de agente público para poder
se responsabilizar agente privado. Exemplo disso é o seguinte ser dada à verba pública da União recebida pela convenente.

3
enunciado de acórdão: Por essa razão, a obrigação de comprovar a boa e regular
aplicação dos recursos federais recai também sobre o dirigente
Visão geral do “O agente particular que tenha dado causa a
da entidade convenente destinatária.
macroprocesso de dano ao erário está sujeito à jurisdição do TCU,
ressarcimento
independentemente de ter atuado em conjunto com
Em tais situações, a imputação da responsabilidade solidária
agente da Administração Pública, conforme o art. 71,
à entidade privada recebedora dos recursos, juntamente
inciso II, da Constituição Federal. Cabe ao Tribunal

4Controle e
delimitar as situações em que os particulares estão
sujeitos a sua jurisdição” (Acórdão nº 10261/2017- TCU –
com os responsáveis pela gestão desses recursos encontra
respaldo em diversos precedentes, a exemplo dos Acórdãos
fiscalização na 1ª Câmara, Relator: WALTON ALENCAR RODRIGUES)” nºs 5.678/2010-TCU-Segunda Câmara, 2.811/2010-Plenário,
gestão dos recursos 4.780/2011-1ª Câmara, 5.259/2011-1ª Câmara e Acordão
5.5.4.6 Pessoa jurídica de direito privado
nº 2.457/2019-TCU-1ªCâmara.

5
Providências
A pessoa jurídica de direito privado assume papel de gestora
pública ao celebrar com o Poder Público Federal instrumento,
5.5.4.7 Pessoa jurídica de direito público

administrativas repasse ou ajuste congênere que objetive a consecução de As Pessoas Jurídicas de Direito Público são criadas pela vontade
internas visando finalidade pública. do Estado e por isso, emanadas da vontade soberana do
à regularização da
situação verificada poder público.
e a reparação do Neste sentido, por força do artigo 70, parágrafo único,
prejuízo ao erário combinado com a parte final do inciso II, do artigo 71 da A responsabilidade civil que se impõe às Pessoas Jurídicas
Constituição Federal, tal agente privado está jungido ao de Direito Público Interno é decorrente dos danos causados a

6
Fase interna
cumprimento da obrigação pessoal de prestar contas ao
poder público, podendo, ainda, recair sobre essa entidade a
terceiros por atos lesivos emanados pela própria Administração,
como braço do Estado.
da TOMADA DE presunção iuris tantum de ter dado causa a dano ao erário
CONTAS ESPECIAL
9
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a 10
CARVALHO, Rebecca Aguiar Eufrosino da Silva de. A Responsabilidade Civil do Estado nos Regimes
Transferências de Recursos Federais (aula 6). Brasília-DF. Disponível em:< https://contas.tcu.gov.br/. Constitucionais Brasileiros. Brasília-DF. Disponível em :<https://www.migalhas.com.br/depeso/64079/a-res-
ISC_Curso_TCE_U1_A06%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021. ponsabilidade-civil-do-estado-nos-regimes-constitucionais-brasileiros>. Acesso em: 31 dezembro 2021.

53
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Define Sauwen Filho11 que “o Estado é uma coletividade Por outro lado, o mesmo constituinte tratou novamente do
humana politicamente organizada em corpo independente”. tema Responsabilidade Civil no art. 21, inciso XXIII, alínea c, da

1
O sujeito da relação de direito administrativo é, deste modo, Constituição (incluído pela Emenda Constitucional nº. 49/06),
a Administração Pública. só que de forma diversa do art. 37, § 6º, trazendo dúvidas
APRESENTAÇÃO
quanto à responsabilidade de indenizar do Estado. Vejamos:
Sob a denominação de Administração Pública entende-se não
só a administração do Estado, como também a administração “a responsabilidade civil por danos nucleares independe

2
Características
de outras pessoas jurídicas de direito público. Importante
lembrar que apenas as pessoas jurídicas de direito público
da existência de culpa”.

Essa inovação trata da Responsabilidade Civil do art. 21, inciso


do instrumento
de repasse
podem se revestir na qualidade de Administração Pública. XXIII, alínea c, na parte reservada à competência da União,
As relações de direito administrativo são travadas com órgãos e não no lugar destinado à Administração Pública. Dando
margem a alguns autores que enxergam aí a consagração da
3
públicos e com os representantes dessas pessoas jurídicas
revestidas da qualidade de Administração Pública. teoria do Risco Integral, em contraposição ao art. 37 § 6°, que
Visão geral do grande parte da doutrina e nossos Tribunais reconhecem como
macroprocesso de
ressarcimento
Hoje, nosso Direito Positivo confere personalidade jurídica a aplicabilidade apenas da Teoria do Risco Administrativo,
de Direito Público Interno aos entes elencados nos art. 41 do fazendo com que a matéria que se achava consolidada na
Código Civil, quais sejam: a União, os Estados, o Distrito Federal Teoria do Risco Administrativo fosse novamente discutida.

4Controle e
e os Territórios, os Municípios, as autarquias, as associações
públicas, e as demais entidades de caráter público criadas Diante dessas premissas, o doutrinador José dos Santos
Carvalho Filho13, estabelece que a norma reforça a sujeição
fiscalização na por lei12.
gestão dos recursos do Poder público à responsabilidade objetiva, tendo como
Mas deve-se lembrar que só foi possível conferir essa fundamento a teoria do risco administrativo, de modo que,
personalidade jurídica, em virtude da Constituição Federal se a União ou outra pessoa de sua administração causarem
5
Providências
de 1988, que inovou em matéria de Responsabilidade Civil do
Estado ao incluir o art. 37, § 6º:
qualquer tipo de dano no desempenho de tais atividades,
estarão inevitavelmente sujeitas ao dever de reparar os
administrativas
internas visando respectivos prejuízos através de indenização, sem que possam
“§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as
à regularização da
de direito privado prestadoras de serviços públicos trazer em sua defesa o argumento de que não houve culpa
situação verificada
e a reparação do responderão pelos danos que seus agentes, nessa no exercício da atividade. Haverá, pois, risco administrativo
prejuízo ao erário qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito natural nas referidas tarefas, bastando, assim, que o lesado
de regresso contra o responsável nos casos de dolo comprove o fato, o dano e o nexo causal entre o fato e o
ou culpa.”
6
Fase interna
dano que sofreu.

da TOMADA DE 11
SAUWEN FILHO, João Francisco. Da responsabilidade Civil do Estado. Lúmen Júris. Rio de Janeiro: 2001.
CONTAS ESPECIAL Pág.35.
12
CARVALHO, Rebecca Aguiar Eufrosino da Silva de. A Responsabilidade Civil do Estado nos Regimes
Constitucionais Brasileiros. Brasília-DF. Disponível em :<https://www.migalhas.com.br/depeso/64079/a-res- 13
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Lúmen Júris:2005. Rio de Janeiro:
ponsabilidade-civil-do-estado-nos-regimes-constitucionais-brasileiros>. Acesso em: 31 dezembro 2021. 13ª edição. Pág. 426.

54
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5.5.4.8 Prefeito sucessor respeito à saúde, à educação, ao meio ambiente, à assistência


social, ao saneamento e à habitação de interesse social.
A Constituição Federal desenhou o novo pacto federativo,
1
APRESENTAÇÃO
promovendo a descentralização, fortalecendo o município
como ente federativo e priorizando a atuação cooperativa
Tais políticas são hoje objeto de legislação específica que
determina bases descentralizadas e participativas para sua
no campo das relações intergovernamentais. organização em sistemas federativos, distribuindo a função
entre as esferas governamentais.
2
Características
Essas relações podem se dar de forma vertical, entre níveis
diferentes de governo, ou horizontal, entre governos de um Assim, é importante dizer que nas prestações de contas de
do instrumento mesmo nível. verbas da União transferidas para Estados, Distrito Federal e
de repasse Municípios, com vistas à execução de política pública de forma
As relações intergovernamentais não se restringem à descentralizada, em que os recursos são recebidos e geridos
distribuição de recursos públicos, pois possuem também
3
pela gestão que se despede, o vencimento do prazo para a
caráter técnico-administrativo e político-institucional que apresentação da prestação de contas adentra o mandato
Visão geral do lhes conferem papel relevante no ordenamento do sistema. subsequente.
macroprocesso de
ressarcimento É possível realizar diversas parcerias entre os entes no melhor
interesse da população local. Nas prestações de contas em transição de mandatos, quando
o gestor que administra os recursos não é o mesmo que tem o
As relações verticais entre as três esferas de governos devem
4Controle e
ser complementadas por relações horizontais, sejam entre
Estados ou entre Municípios.
dever de prestar contas, não é difícil imaginar as contestações
que tal situação pode gerar, sobretudo num país em que essas
fiscalização na transições, em geral, não ocorrem com a devida transparência
gestão dos recursos e com o registro das condições nas quais as prestações de
A cooperação em ambas as direções contribui para melhor
prover os direitos de cidadania, prestar serviços à população contas pendentes de comprovação são deixadas de uma

5 e promover o desenvolvimento de forma integrada, em gestão para outra.


decorrência do trabalho conjunto. Os problemas surgem quando a prestação de contas não
Providências
administrativas
internas visando Nos Estados da Federação, a criação de instrumentos é apresentada no prazo previsto. Nesse caso, instaura-se
à regularização da
de articulação intergovernamental não é somente uma um processo de tomada de contas especial, motivado pela
situação verificada
e a reparação do necessidade, mas condição estruturante, em função da omissão no dever de prestar contas, com a convocação de
prejuízo ao erário
recorrente demanda por comunicação, cooperação e ambos os gestores (antecessor e sucessor) para apresentarem
colaboração entre governos autônomos e, ao mesmo tempo, explicações perante os órgãos de controle.

6
Fase interna
interdependentes. Tem-se, de um lado, a defesa do antecessor que se escora no
fato de que o vencimento do termo final para a prestação de
da TOMADA DE
Por isso, a nossa Constituição, sobretudo quando trata
CONTAS ESPECIAL da ordem social, deixa nítida a intenção de promover a contas recaiu no mandato subsequente e, portanto, caberia
cooperação intergovernamental, notadamente no que diz ao sucessor responder por tal obrigação. Argumenta ainda
que, mesmo tendo envidado esforços para apresentar as

55
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contas, por iniciativa própria, não obteve êxito porque o Câmara, Acórdão nº 6.363/2017-Segunda Câmara, Acórdão
prefeito sucessor, por desavenças políticas, não lhe entregou nº 10.968/2015-Segunda Câmara, entre outros)14.

1
a documentação exigida para tanto.
Todavia, se o sucessor ficar impossibilitado de prestar contas,
APRESENTAÇÃO Por outro lado, o sucessor comumente alega que a gestão em razão da inexistência de documentos nos arquivos da
anterior não deixou, nos arquivos da prefeitura, a documentação prefeitura que comprovem a aplicação dos recursos federais
necessária e adequada para que ele pudesse apresentar a integralmente geridos pelo seu antecessor, o TCU reconhece a
2
Características
prestação de contas, motivo pelo qual não teria sido possível
desincumbir-se do seu dever no prazo legal.
possibilidade de afastamento da responsabilidade do gestor,
no caso de terem sido adotadas providências ao resguardo do
do instrumento
de repasse
patrimônio público (Acórdãos nº.s 1.541/2008-TCU-2ª Câmara,
Ocorre que, com base apenas nas alegações dos gestores,
2.773/2012-TCU-1ª Câmara, 3.039/2011-TCU-2ª Câmara, entre
nem sempre é fácil identificar com clareza qual dos agentes
outros). Tal orientação decorre do Enunciado da Súmula 230

3
deu causa à configuração da omissão das contas ou mesmo
do TCU, in verbis:
se ambos são responsáveis.
Visão geral do “Compete ao prefeito sucessor apresentar a prestação
macroprocesso de
ressarcimento
Nesse sentido, mesmo que o gestor não tenha gerido as de contas referente aos recursos federais recebidos por
verbas federais repassadas, cumpre ao sucessor apresentar seu antecessor, quando este não o tiver feito e o prazo
a prestação de contas, no prazo legal. para adimplemento dessa obrigação vencer ou estiver

4
vencido no período de gestão do próprio mandatário
Isso porque a obrigação primária de prestar contas dos sucessor, ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as
Controle e recursos federais transferidos ao Município recai sobre o medidas legais visando ao resguardo do patrimônio
fiscalização na público.
gestão dos recursos prefeito em cuja gestão se verifica a data prevista para fazê-lo
(Acórdão nº 3.576/2019-TCU-2ª Câmara). Dito de outro modo, o sucessor poderá ficar isento de
responsabilidade, se demonstrar a adoção de medidas

5
Providências
Ademais, o prefeito sucessor poderá ser condenado a ressarcir
prejuízo ao erário, em razão da paralisação indevida da
efetivas visando ao resguardo do patrimônio público,
por exemplo, por meio de solicitação de instauração de
administrativas execução de ajuste firmado pela gestão que o antecedeu, TCE, de interposição de ação civil pública, de ação de
internas visando uma vez comprovada a sua omissão em concluir obra iniciada ressarcimento, de representação ao Ministério Público ou
à regularização da de qualquer outra medida capaz de buscar a reparação
situação verificada e não acabada pelo seu antecessor, havendo recursos públicos
e a reparação do do patrimônio público (Acórdãos nºs 3642/2012-TCU-2ª
prejuízo ao erário
na conta específica da avença para a conclusão do objeto Câmara, 6295/2010TCU-1ª Câmara, 1313/2010-TCU-1ª
pactuado, deixando a obra “abandonada” e sem proveito Câmara, 1080/2010-TCU-2ª Câmara).”
para a população, visto que tal forma de proceder representa
6
Fase interna
desperdício de recursos públicos e contraria o princípio da
continuidade administrativa, segundo jurisprudência pacífica
Contudo, frisa-se que, apesar de a adoção de medida de
resguardo ao erário pelo sucessor ter a possibilidade de
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL do TCU (Acórdão nº 2.900/2012-Primeira Câmara, Acórdão nº 14
O Município e o(a) Prefeito(a) no ambiente Constitucional. Prestação de contas de Verbas
3.067/2019-Segunda Câmara, Acórdão nº 4.828/2018-Segunda Federais em Transição de Mandatos Municipais. Brasília-DF. Disponível em:< (https://www.gov.br/
secretariadegoverno/ptbr/portalfederativo/guiainicio/gestao-municipal/o-municipio-e-o-a-
-prefeito-a-no-ambiente-constitucional)>. Acesso em: 31 dezembro 2021.

56
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suspender a inadimplência do ente beneficiário, não deve b) demonstrar a impossibilidade de prestar contas
acarretar automaticamente a exclusão de sua responsabilidade dos recursos geridos pelo antecessor.

1
pela omissão no dever de prestar contas, sem que se faça
Tal exigência já vinha sendo sinalizada pela jurisprudência
acompanhar de esclarecimentos quanto às providências
APRESENTAÇÃO do TCU, o que culminou, recentemente, com a aprovação da
administrativas por ele efetivamente adotadas no sentido
Instrução Normativa TCU nº 88/2020 (que inclui os itens 9.A
de obter os documentos relativos à prestação de contas, de
e 9.B ao texto da Instrução Normativa TCU nº 71/2012), cuja
2
forma a demonstrar que, à época do vencimento do prazo
redação do parágrafo único do item 9.B não deixa dúvida sobre
para a prestação de contas, ele (sucessor) dedicou os esforços
Características as medidas que devem ser adotadas pelo gestor sucessor,
do instrumento
que se esperavam de um gestor diligente para a reunião da
com vistas a elidir a sua responsabilidade pela omissão em
de repasse mencionada documentação, mas encontrou dificuldades
tela, in verbis:
concretas que o impediram de prestar contas, nos termos do
que dispõe art. 26-A, §§ 7º ao 9º, da Lei nº 10.522/2002: Art. 9.B. Quando o período de gestão integral dos
3
Visão geral do
Art. 26-A. (...)
recursos não coincidir com o mandato em que ocorrer
o vencimento da prestação de contas, havendo dúvidas
macroprocesso de
§ 7º Cabe ao prefeito e ao governador sucessores sobre quem deu causa à omissão, antecessor e sucessor
ressarcimento
prestarem contas dos recursos provenientes de serão notificados para recolher o débito, prestar contas
convênios, contratos de repasse e termos de parcerias ou apresentar justificativas sobre a omissão, o primeiro
por supostamente não ter deixado a documentação

4
firmados pelos seus antecessores.
necessária para que o sucessor pudesse prestar contas
§ 8º Na impossibilidade de atender ao disposto no § 7º, e o segundo por ter descumprido o dever de apresentar
Controle e
fiscalização na deverão ser apresentadas ao concedente justificativas a prestação de contas no prazo devido.
gestão dos recursos que demonstrem o impedimento de prestar contas
e solicitação de instauração de tomada de contas Parágrafo único. O sucessor poderá se eximir da
especial. responsabilidade sobre a omissão se, cumulativamente,

5
Providências
§ 9º Adotada a providência prevista no § 8º, o
registro de inadimplência do órgão ou entidade será
demonstrar a adoção de medida legal de resguardo
ao patrimônio público e apresentar justificativas
que demonstrem a impossibilidade de prestar
administrativas
internas visando suspenso, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, contas no prazo legal, acompanhadas de elementos
à regularização da pelo concedente. comprobatórios das ações concretas adotadas para
situação verificada reunir a documentação referente às contas.
e a reparação do
prejuízo ao erário
Dito de outra maneira, para que o prefeito sucessor tenha
afastada a sua responsabilidade pela não entrega da Em conclusão, a fim de diminuir possíveis transtornos resultantes
prestação de contas no prazo devido, ele deverá satisfazer, de uma transição de governo mal realizada, seria prudente ao

6
Fase interna
ao mesmo tempo, duas condicionantes: gestor público que inicia seu mandato à frente do Executivo
municipal, instaurar procedimento formal para verificar se toda
da TOMADA DE a) adotar medidas voltada para o resguardo do documentação relativa às transferências federais pendentes
CONTAS ESPECIAL
patrimônio público; e de prestação de contas foram deixadas nos arquivos da
prefeitura, de forma que seja possível identificar com clareza

57
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aquele que deve responder por eventuais problemas ou exercício abrange ou está abrangido no período de ocorrência
omissões nas prestações de contas. da irregularidade.

1
APRESENTAÇÃO
Do contrário, quando instado pelos órgãos de controle para se
manifestar sobre as prestações de contas de transferências
Havendo incompatibilidades, deve-se buscar o responsável
que efetivamente desempenhava as funções à época da
federais geridas pelo mandatário anterior, mas cujo vencimento ocorrência da irregularidade.
do prazo ocorrer no mandato subsequente, o sucessor que
2
Características
se encontre impossibilitado de prestar contas, em função
da ausência de documentação nos arquivos da prefeitura,
5.5.4.10 Responsabilidade solidária

A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade


do instrumento
de repasse
supostamente não deixada pelo seu antecessor, terá que das partes.
se submeter ao ônus comprobatório de que trata o art. 9.B,
parágrafo único, da Instrução Normativa TCU nº 71/2012, com Sobre o assunto, merecem destaques os entendimentos do

3
Visão geral do
vistas a ter a sua responsabilidade elidida em sede de processo
de tomada de contas especial.
Tribunal de Contas da União expressos nas Súmulas nº.s 186,
187, 227 e 230 e no Acórdão nº 2.763/2011 – TCU – Plenário,
macroprocesso de adiante transcritos:
ressarcimento Portanto, o processo de transição de governos, além de
servir como marco crucial de definição de responsabilidades, Súmula 186

evidencia o espírito público dos gestores envolvidos, “Consideram-se sob a jurisdição do Tribunal de Contas
4Controle e
em que possíveis adversidades políticas são deixadas
momentaneamente de lado em prol da população, a fim
da União os co-autores, embora sem vínculo com o
serviço público, de peculato praticado por servidores
fiscalização na
de que não haja descontinuidade na execução das políticas – quer sejam ou não Ordenadores de Despesas ou
gestão dos recursos dirigentes de órgãos – da Administração Direta ou
públicas de interesse mútuo dos governos locais e federal,
Indireta da União e Fundação instituída ou mantida
como também possibilitar o adequado exercício do controle, pelo Poder Público, e, ainda, pertencentes a qualquer

5
Providências
de forma mais republicana possível, sem acarretar transtornos
desnecessários para a Administração Pública.
outra entidade, que gerencie recursos públicos,
independentemente da sua natureza jurídica e do nível
administrativas quantitativo da sua participação no capital social. A juízo
internas visando 5.5.4.9 Período de exercício no cargo do Tribunal, atentas as circunstâncias ou peculiaridades
à regularização da
situação verificada de cada caso, os aludidos co-autores estão sujeitos à
e a reparação do O “período de exercício no cargo” deve indicar as datas de Tomada de Contas Especial, em que se quantifiquem
prejuízo ao erário início e fim de cada período em que o agente incumbido os débitos e se individualizem as responsabilidades
da responsabilidade exerceu o cargo, tais como, prefeitos, ou se defina a solidariedade, sem prejuízo da adoção,
pelas autoridades ou pelos órgãos competentes, das
6
dirigentes de empresas privadas, organizações da sociedade
medidas administrativas, civis e penais cabíveis, nas
civil, membros da comissão de licitação, fiscal de contrato,
Fase interna instâncias próprias e distintas.”
da TOMADA DE responsável pelo atesto das despesas, etc.
CONTAS ESPECIAL
Quando do preenchimento da matriz, de acordo com a Decisão
Normativa TCU nº 155/2016, deve ser verificado se o período de

58
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Súmula 187 A autoridade administrativa federal competente


que não adotar providências com vistas à instauração de
“Sem prejuízo da adoção, pelas autoridades ou
Tomada de Contas Especial poderá ser solidariamente res-
1
APRESENTAÇÃO
pelos órgãos competentes, nas instâncias, próprias e
distintas, das medidas administrativas, civis e penais
ponsabilizada, consoante o art. 8º da Lei nº 8.443/92,
in verbas:
cabíveis, dispensa-se, a juízo do Tribunal de Contas, a
Tomada de Contas Especial, quando houver dano ou “Art. 8° Diante da omissão no dever de prestar contas,
prejuízo financeiro ou patrimonial causado por pessoa da não comprovação da aplicação dos recursos

2
Características
estranha ao serviço público e sem conluio com servidor
da Administração Direta ou Indireta e de Fundação
repassados pela União, na forma prevista no inciso VII do
art. 5° desta Lei, da ocorrência de desfalque ou desvio de
do instrumento instituída ou mantida pelo Poder Público, e, ainda, de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática
de repasse qualquer outra entidade que gerencie recursos públicos, de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de
independentemente de sua natureza jurídica ou do que resulte dano ao erário, a autoridade administrativa
nível quantitativo de participação no capital social.” competente, sob pena de responsabilidade solidária,

3
Visão geral do
Súmula 227
deverá imediatamente adotar providências com vistas
à instauração da tomada de contas especial para
macroprocesso de apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e
“O recolhimento parcial do débito por um dos devedores
ressarcimento quantificação do dano.”
solidários não o exonera da responsabilidade pela
quantia restante, vez que a solidariedade imputada
Quando houver ação judicial de ressarcimento relacionada
impede seja dada quitação, a qualquer dos responsáveis

4Controle e
solidários, enquanto o débito não for recolhido em sua
totalidade.”
ao objeto da tomada de contas especial, o tomador de
contas deverá incluir informações nos autos tais como: nº do
fiscalização na processo, foro onde tramita a Ação, cópia da petição inicial,
gestão dos recursos Súmula 230
possibilitando, assim, que o Tribunal de Contas da União, após
“Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas o julgamento da TCE, possa dar conhecimento à justiça sobre

5
referentes aos recursos federais recebidos por seu o resultado de sua apreciação.
antecessor, quando este não o tiver feito ou, na
Providências impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais Em se tratando de convênio ou instrumento congênere,
administrativas visando ao resguardo do patrimônio público com
internas visando tal informação indicará que o responsável pela entidade
à regularização da a instauração da competente Tomada de Contas conveniada tomou medidas judiciais contra o ex-gestor faltoso.
situação verificada Especial, sob pena de corresponsabilidade.”
e a reparação do
prejuízo ao erário 5.5.4.11 Gestor falecido e responsabilidade dos
Acórdão nº 2763/2011 – Plenário
sucessores
“9.2.1. na hipótese em que a pessoa jurídica de direito

6
Fase interna
privado e seus administradores derem causa a
dano ao erário na execução de avença celebrada
O falecimento do agente responsável pelo dano não implicará
no fim da TCE, já que cabe à Administração Pública zelar
da TOMADA DE com o poder público federal com vistas à realização pela boa gestão dos recursos públicos. Ademais, por força
CONTAS ESPECIAL de uma finalidade pública, incide sobre ambos a constitucional, a responsabilidade patrimonial de reparar
responsabilidade solidária pelo dano.”

59
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

eventual dano causado ao erário transfere-se do gestor de contas deverá concluir seus trabalhos, elaborar o relató-
falecido aos sucessores, na medida do patrimônio recebido15. rio pertinente no qual demonstrará, por meio de provas
inequívocas, juntadas aos autos, o nexo de causalidade en-
1
APRESENTAÇÃO
Ressalta-se que a sanção oriunda da TCE será extinta, pois
nenhuma pena pode ultrapassar a pessoa do condenado, na
tre o evento ocorrido e o resultado danoso, excluindo qual-
quer responsabilidade pessoal.
forma do artigo 5º, inciso XLV, da Constituição Federal.
É preciso assimilar, contudo, que a responsabilidade do agente

2 Dessa maneira, mesmo após o falecimento do envolvido, o público somente poderá ser afastada, nesses casos, se sua
tomador de contas deve dar seguimento ao processo buscando conduta efetivamente não tiver contribuído, ainda que de
Características
do instrumento identificar os herdeiros do de cujus para responsabilização pela forma indireta, para a ocorrência do dano.
de repasse dívida proporcionalmente à parte que lhes coube da herança.
Por exemplo, num incêndio, há a destruição de vários bens
Caso o responsável tenha falecido, a ficha de qualificação e, durante as apurações, constata-se que o responsável

3
Visão geral do
deverá conter também as informações sobre seus herdeiros
ou seu espólio, além da cópia de sua Certidão de Óbito.
pela guarda dos materiais tinha sido alertado, com certa
antecedência, do risco da ocorrência do fortuito, em função
macroprocesso de da precariedade das instalações elétricas do local. Se o agente
ressarcimento Desse modo, uma eventual notificação deve ser dirigida a todos não adotou as cautelas necessárias para evitar o ocorrido,
os sucessores ou espólio, alertando-os de que respondem pela poderá responder pelo dano.
dívida na proporção e no limite de cada quinhão recebido.
4Controle e Como cada um responde por sua proporção na partilha e
5.5.4.13 Casos especiais de responsabilidade

fiscalização na no limite do patrimônio recebido, não há porque se falar em 5.5.4.13.1 Identificação da ação ou omissão, culposa ou dolosa
gestão dos recursos praticada pelo responsável
solidariedade entre os sucessores.

5.5.4.12 Caso fortuito ou força maior A identificação da ação ou omissão, culposa ou dolosa, gera
5
Providências Caso fortuito resulta de fato alheio, gerador de obstáculo que a
a responsabilidade civil, que decorrem atos ou fatos que lhe
são atribuídos e que causaram dano ao Erário17.
administrativas boa vontade do agente público não consegue superar (greve,
internas visando
motim, guerra), e força maior resulta de eventos físicos ou
Ocorre somente com a prática do comportamento
à regularização da
situação verificada
mais a ocorrência do dano.
naturais, de índole não inteligente (raio, granizo, inundação e
e a reparação do
prejuízo ao erário etc.) De qualquer forma, ambos excluem a responsabilidade Segundo preceitua o Código Civil Brasileiro (CC/2002), em
e encerram a TCE16. seu art. 186, “aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
6
Fase interna 15
Ocorrendo caso fortuito ou força maior, o tomador
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
da TOMADA DE Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/pdf/ Dessa forma, o agente poderá responder por culpa ou dolo.
CONTAS ESPECIAL manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.
16
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/pdf/ 17
ALMEIDA, Alex Costa. Curso de Tomada de Contas: Módulo I (Instrução Prévia). Brasília-DF. Disponível em:<
manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021. https://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/Apostila-2.pdf>. Acesso em: 27 dezembro 2021.

60
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

A culpa é todo comportamento contrário ao direito. E as suas ambos os indivíduos possuem direitos que são
modalidades são: tutelados pelo sistema jurídico;

1
APRESENTAÇÃO
a) Imprudência: falta de cautela em conduta
comissiva;
b) Legítima defesa: é a situação atual ou iminente de
injusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não
é obrigado a suportar. O agente causador do dano
b) Negligência: falta de cautela em conduta
irá reagir diante de uma agressão injusta daquele
2
Características
omissiva; e

c) Imperícia: falta de habilidade no exercício de


que vai sofrer a reação. E, no momento de reagir,
ele o fará em defesa própria ou de terceiro; e
do instrumento
de repasse atividade técnica.
c) Estrito cumprimento do dever legal: neste caso,
Existem outros tipos de culpa que, também, são objetos de o agente causador do dano age amparado por

3 responsabilidade civil, são elas: culpa in elegendo e culpa in um dispositivo de lei que permite a ele realizar
vigilando. essa atividade. Ex.: a Decisão nº 4.423/2004, que
Visão geral do
macroprocesso de
trata de absorção de prejuízo causado ao Erário
ressarcimento a) culpa in eligendo: é aquela decorrente da má por estar no estrito cumprimento do dever legal,
escolha. Tradicionalmente, aponta-se como colocando o bem público a riscos razoáveis diante
exemplo a culpa atribuída ao patrão por ato do exercício da atividade policial.
4Controle e
danoso do empregado ou comitente (comissão),
considerando que o CC/2002 firmou o princípio Também são situações de excludente, o caso fortuito e a
fiscalização na da responsabilidade objetiva nessa hipótese, força maior.
gestão dos recursos
consoante com o art. 932, III; e
Nesse sentido, Jacoby Fernandes18, citando outros doutrinadores,
b) culpa in vigilando: é a que decorre da falta de assevera que a força maior resulta de eventos físicos ou
5
Providências
vigilância, de fiscalização, em face da conduta de
terceiro por quem nos responsabilizamos.
naturais, de índole ininteligente, como raio, granizo e inundação,
já o caso fortuito decorre de fato alheio, gerador de obstáculo
administrativas
internas visando
que a boa-vontade do sujeito não logra superar, como a greve,
à regularização da Já o dolo é a prática consciente de ato contrário ao direito o motim e a guerra. Como exemplo, temos as Decisões no
situação verificada e enseja a responsabilidade civil. São excludentes da
e a reparação do 3.983/2004 e no 199/2015.
prejuízo ao erário responsabilidade civil:

a) Estado de necessidade: considera-se em estado

6
Fase interna
de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade,
da TOMADA DE nem podia de outro modo evitar, direito próprio
CONTAS ESPECIAL
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
18
FERNANDES, Jacoby. Tomada de Contas Especial: processo e procedimento na administração pública
era razoável exigir-se. No estado de necessidade, e nos tribunais de contas. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2009. p. 53.

61
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5.5.5 Notificação do responsável responsável, os quais estão listados no Quadro 2 do Anexo I


da DN/TCU nº 155/2016.

1
APRESENTAÇÃO
5.5.5.1 Meios para notificação e comunicação ao
responsável
Em adição aos referidos itens da Decisão Normativa, é também
obrigatória a informação da possibilidade de pagamento do
Inicialmente, devemos compreender que a notificação do valor sem acréscimo de juros e possibilidade de parcelamento,
responsável no processo administrativo de cobrança é parte conforme disposto nos incisos XIV e XV do § 1º do art. 4º da
2
Características
essencial à instrução e ao respeito aos princípios administrativos
que balizam a Tomada de Contas Especial-TCE, como a ampla
Portaria/CGU nº 1.531 de 01/07/2020, a saber:

do instrumento Art. 4º A instauração da tomada de contas especial


de repasse defesa e o contraditório. Portanto, é um procedimento que é medida de exceção, devendo ocorrer depois da
deve ser realizado seguindo determinados ritos e requisitos adoção de medidas administrativas internas para
para garantia de sua validade. caracterização ou elisão do dano, observados os

3
Visão geral do
Neste sentido, serão tratados dois aspectos importantes que
princípios norteadores dos processos administrativos
consubstanciados no art. 2º da Lei nº 9.784/1999.
macroprocesso de são os elementos básicos de validade e os procedimentos de
§ 1º São consideradas medidas administrativas internas,
ressarcimento notificação e instrução processual, conforme os normativos dentre outras, as providências destinadas a apurar os
citados acima. fatos, identificar os responsáveis, quantificar o dano e
obter a regularização e o ressarcimento pretendidos,
4Controle e
No que tange à identificação do responsável no processo
administrativo, informamos que as notificações devem
tais como:

fiscalização na ser enviadas ao endereço residencial da pessoa física VIII - emitir notificação aos responsáveis e aos terceiros
gestão dos recursos envolvidos, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, com
e ao endereço comercial da pessoa jurídica responsável,
alerta referente à possível instauração de tomada de
cadastrado na Receita Federal (acesso liberado pelo SISTCE), contas especial, para:

5
Providências
por meio de Carta Registrada com Aviso de Recebimento-AR.

Na hipótese de os Correios não obterem êxito na localização do


[...]

administrativas XIV - conceder a possibilidade de recolhimento do valor


internas visando endereço ou do destinatário, ocorre a devolução do envelope
principal integral atualizado monetariamente, sem a
à regularização da contendo a notificação, o qual é requisito obrigatório para incidência de juros moratórios, nos termos do art. 13-A
situação verificada
e a reparação do publicação de Edital de notificação no Diário Oficial da União. da IN- TCU nº 71/2012; e
prejuízo ao erário Respeitando esta ordem, via de regra, os procedimentos terão
XV - conceder o parcelamento administrativo da dívida,
validade, conforme o disposto no Quadro 3 do Anexo I da DN/
quando houver solicitação do responsável, conforme
6
Fase interna
TCU nº 155/2016.

Além disso, temos como elementos básicos de validade


legislação pertinente.

da TOMADA DE Ademais, no que se refere à possibilidade de recolhimento


CONTAS ESPECIAL os itens ou informações obrigatórias que devem constar,
do valor sem a incidência de juros, é importante esclarecer
necessariamente, no corpo da notificação para ciência do
que, conforme disposto no art. 13-A da IN/TCU nº 71/2012, o

62
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recolhimento acarretará na quitação provisória, devendo ser Portanto, para fins de notificação, as áreas e unidades do
instaurada a Tomada de Contas Especial-TCE e encaminhada Ministério da Saúde deverão se atentar ao fato de oferecer

1
ao Tribunal de Contas da União-TCU para análise da boa-fé, o parcelamento de débito, quando o instrumento possuir
podendo ocasionar o julgamento irregular das contas, caso autorização normativa, conforme exposto.
APRESENTAÇÃO
não seja reconhecida a boa-fé ou identificadas outras
Por fim, para fins de cumprimento integral ao princípio
irregularidades nas contas.
constitucional da ampla defesa e do contraditório, sugerimos
2
Características
Ainda, no tocante ao parcelamento do débito, cabe ressaltar
que a Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS/2017 delimita
que seja informado ao responsável notificado os meios
pelos quais deve-se obter maiores informações sobre o
do instrumento
de repasse
quais instrumentos podem ser parcelados, conforme seu art. processo administrativo, facultando-lhe o acesso remoto
1153, incluído pela Portaria nº 3.111 de 18/11/2020. dos autos, ferramenta disponível no Sistema Eletrônico de
Informações - SEI!, para que o mesmo possa ter acesso a
Art. 1153. Este Capítulo estabelece procedimentos a
3
Visão geral do
serem aplicados, no âmbito do Ministério da Saúde,
para o parcelamento administrativo de débitos oriundos
íntegra do referido processo, observando os procedimentos e
requisitos estabelecidos, em função da classificação quanto
macroprocesso de de recursos repassados por meio de transferências à confidencialidade dos documentos constantes dos autos.
ressarcimento
voluntárias, tais como convênios, contratos de repasse,
termos de parceria, termos de colaboração, termos de Utilizando-se dos critérios estabelecidos no RI/TCU (art. 179), os
fomento e instrumentos congêneres. expedientes de notificação e de comunicação ao responsável
4Controle e
Adicionalmente, informamos que a Portaria FNS nº 7 de 12/02/2021
poderão lhes ser encaminhados por meio de:

fiscalização na estabelece os procedimentos administrativos internos do a) ciência pessoal, ou de procurador devidamente


gestão dos recursos Fundo Nacional de Saúde - FNS para operacionalização do habilitado, aposta no processo;
parcelamento de débito, delimitando os instrumentos da
b) carta registrada, restando confirmada a emissão
5
seguinte forma:
regular com o retorno do aviso de recebimento que
Providências Art. 2º Poderão ser objeto de parcelamento de débito, comprove a entrega no endereço do destinatário;
administrativas no âmbito do Ministério da Saúde, os débitos oriundos
internas visando de recursos repassados por meio de transferências c) correio eletrônico mediante a utilização de
à regularização da
situação verificada voluntarias, tais como convênios, contrato de repasse, assinatura eletrônica e certificação digital, ou outra
e a reparação do termo de parceria, termos de colaboração, termo de
prejuízo ao erário
forma de confirmação da ciência do destinatário;
fomento e instrumentos congêneres.
d) edital publicado no Diário Oficial da União, quando
§ 1º Para os fins desta Portaria, considera-se instrumentos

6
Fase interna
de repasse: o seu destinatário não for localizado; e

e) outro meio, desde que reste comprovada a ciência


da TOMADA DE
I - Programa da Farmácia Popular do Brasil;
CONTAS ESPECIAL II – Programa Médicos pelo Brasil; do destinatário.
III - Convênios; e
IV - Acordos de Cooperação Técnica.

63
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É importante, para fins de encaminhar expedientes ao NOTIFICAÇÃO DE COBRANÇA ELEMENTOS


ITEM
responsável, que seu endereço, residencial ou profissional ESSENCIAIS

1
seja previamente confirmado mediante consulta a eventual
o órgão ou entidade notificante, bem como o
sistema disponível no órgão ou entidade. 1. local onde poderão ser obtidas informações e
APRESENTAÇÃO esclarecimentos;
Caso reste infrutífera a localização do destinatário no endereço
constante destas bases de dados, deve-se pesquisar junto a o número do processo administrativo
2.
2
Características
outros meios de informação, cabendo ao órgão ou entidade
juntar aos autos documentação ou informação comprobatória
correspondente;

a identificação do responsável com nome


3.
do instrumento
do resultado das pesquisas. completo e CPF ou CNPJ, conforme o caso;
de repasse

Para fins de notificação/comunicação por edital, considera-se os valores históricos do dano que está sendo
4. imputado e as respectivas datas de referência;

3
não localizado o destinatário que estiver em lugar ignorado,
incerto ou inacessível, circunstância esta identificada após valor do dano atualizado monetariamente,
5.
Visão geral do
as tentativas de localização do destinatário. Tal situação acrescido dos juros de mora, na forma da lei;
macroprocesso de
ressarcimento deve estar evidenciada nos autos da TCE com a juntada dos 6. a conduta atribuída ao responsável;
resultados das pesquisas de identificação do endereço do
responsável. a irregularidade verificada, com os fundamentos
7.
4Controle e
Os editais deverão conter, de forma resumida, as mesmas
legais infringidos;

o nexo de causalidade entre a conduta do


fiscalização na informações das notificações e comunicações tradicionais, 8. responsável e a irregularidade que deu causa ao
gestão dos recursos sendo que a contagem dos prazos inicia-se a partir do primeiro dano;
dia útil subsequente à sua publicação no Diário Oficial da União.
o prazo de que dispõe o responsável para

5
Providências
Não é necessário edital para comunicar o responsável da
decisão que determinou a instauração da TCE, desde que
9. atendimento à notificação e a definição da data a
partir de quando o prazo será contado;
administrativas a conta bancária na qual deverá ser depositado o
internas visando
o edital de notificação contenha clara e expressamente 10. valor devido;
à regularização da informação no sentido de que o seu não atendimento resultará
situação verificada
e a reparação do na imediata instauração de Tomada de Contas Especial, a ser as consequências a que estará sujeito o
prejuízo ao erário julgada pelo Tribunal de Contas da União. responsável na hipótese de não atendimento da
notificação, inclusive no que se refere à:
Os Quadros 2 e 3 do Anexo I da DN/TCU nº 155/2016 a seguir inscrição do seu nome no(s) cadastro(s) de
6
11.
reproduzidos apresentam, respectivamente, os elementos devedores, conforme legislação pertinente; e
imediata instauração de tomada de contas
Fase interna essenciais da notificação de cobrança do responsável por especial, quando cabível, para encaminhamento
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL dano ao erário e os requisitos para a validade da notificação ao Tribunal de Contas da União para julgamento.
de cobrança.
a informação de que o processo terá continuidade
12. independentemente do seu comparecimento.

64
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Ainda, deve-se observar que a referida notificação deverá ser


ITEM NOTIFICAÇÃO DE COBRANÇA - VALIDADE
enviada ao(s) responsável(is) antes da emissão do Relatório

1
ciência pessoal ou de procurador habilitado, do Tomador de Contas, para apresentação de defesa escrita,
1. devidamente comprovada; no prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento (art. 8º, II,
APRESENTAÇÃO
carta registrada, com o retorno do aviso de da Portaria GM/MS 885/2021), assegurando-lhe vista dos autos
2. recebimento que comprove a entrega no junto ao órgão ou entidade instaurador.
endereço do destinatário;
2
Características
correio eletrônico ou por outro meio, desde que
A notificação deve ser anexada aos autos juntamente
com seu comprovante de recebimento pelo destinatário. A
do instrumento
3. confirmada, inequivocamente, a ciência do
de repasse destinatário; juntada de notificação independe da resposta do notificado
e as correspondências encaminhadas devem assegurar ao
edital de notificação de cobrança, publicado no
4. Diário Oficial da União, quando o seu destinatário responsável o pleno conhecimento de informações sobre

3
Visão geral do
não for localizado. os fatos e fundamentos legais da notificação, a exemplo da
indicação da relação dos documentos a serem apresentados,
macroprocesso de da data e local para comparecimento e das consequências
ressarcimento ITEM NOTIFICAÇÃO DE COBRANÇA - VALIDADE
do não atendimento.
a. O endereço do destinatário deverá ser previamente
A notificação garante o exercício do direito de defesa a quem
4
confirmado mediante consulta aos sistemas
disponíveis no órgão ou entidade, preferencialmente está sendo imputada a responsabilidade pelo dano. Por meio
Controle e ao Sistema CPF/CNPJ da Receita Federal do Brasil, e, dela viabiliza-se o conhecimento ao conteúdo dos autos,
fiscalização na
gestão dos recursos
caso reste infrutífera a localização do destinatário a formulação de alegação de defesa, trazendo aos autos
no endereço constante dessas bases de dados, os elementos necessários a esclarecer a verdade, antes da
Observação

mediante pesquisa junto a outros meios de emissão do Relatório do Tomador de Contas.

5
informação, devendo ser juntada ao processo
documentação ou informação comprobatória do
Providências resultado das pesquisas; 5.5.6 Análise sobre a defesa do responsável
administrativas
internas visando b. considera-se não localizado, para fins de
à regularização da Apresentada a defesa, a Secretaria finalística responsável pelo
situação verificada publicação de edital de notificação, o destinatário
e a reparação do que estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível, programa de saúde, procederá sua apreciação e elaborará
prejuízo ao erário circunstância essa identificada após as tentativas o seu relatório, demonstrando sua análise em relação aos
infrutíferas de localização do destinatário, que fatos apurados, as provas colhidas nos autos, as razões de
devem estar evidenciadas no processo.
6
Fase interna
defesa apresentada, propondo, então, justificadamente, a
responsabilização ou não, identificando a legislação aplicável.
da TOMADA DE A justificativa deve ser clara, suficiente e coerente com os fatos
CONTAS ESPECIAL e fundamentos apresentados.

65
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Quando se tratar de mais de um responsável, a Secretaria fundamental à comprovação da boa e regular aplicação dos
finalística demonstrará em seu relatório, separadamente, o recursos financeiros.

1
acolhimento ou não da defesa apresentada individualmente.19
A partir do extrato bancário, é possível estabelecer o nexo
APRESENTAÇÃO Caso o responsável apresente defesa fora do prazo concedido, de causalidade entre as despesas efetuadas e os recursos
ela deve ser juntada aos autos, mas não há obrigação de ser repassados.
apreciada pelo tomador de contas. Essa orientação tem o
2
Características
objetivo de impulsionar o processo sempre para frente, sem
que o mesmo fique tramitando infinitamente entre os atores
Nas situações em que forem constatadas irregularidades na
aplicação dos recursos públicos, o extrato bancário se mostra
do instrumento como um importante instrumento para a correta quantificação
de repasse
envolvidos na análise dos autos.
do débito e à identificação dos responsáveis.
Caso o responsável não apresente defesa, essa informação
A Portaria CGU nº 1.531, de 2021, que orienta tecnicamente
3
constará do Relatório do Tomador de Contas, entretanto esse
os órgãos e entidades sujeitos ao Controle Interno do Poder
fato, por si só, não importará reconhecimento da verdade dos
Visão geral do Executivo Federal sobre a instauração e a organização da fase
macroprocesso de
fatos a ele imputado.
ressarcimento
interna do processo de Tomada de Contas Especial, destaca
Faz parte do direito de defesa, a análise ponto a ponto das a necessidade de realizar diligências junto às instituições
razões apresentadas, manifestando fundamentadamente financeiras com vistas a obter os extratos bancários, a saber:

4Controle e
o seu acolhimento ou não. O responsável tem o direito de
ver seus argumentos contemplados, o que envolve não só o
“CAPÍTULO IV

fiscalização na dever de tomar conhecimento, mas de considerar as razões DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS INTERNAS ANTERIORES
gestão dos recursos de defesa apresentadas. À INSTAURAÇÃO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

Art. 4º A instauração da tomada de contas especial


Dessa forma, é necessário manifestar-se sobre cada alegação
5
Providências
da defesa para concluir ou não pela responsabilização.
Apreciada a defesa, é necessário elaborar a síntese das razões
é medida de exceção, devendo ocorrer depois da
adoção de medidas administrativas internas para
caracterização ou elisão do dano, observados os
administrativas
internas visando
apresentadas, sua apreciação e indicação dos fundamentos princípios norteadores dos processos administrativos
à regularização da em que baseou sua convicção. consubstanciados no art. 2º da Lei nº 9.784/1999.
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário
5.5.7 Extratos bancários § 1º São consideradas medidas administrativas internas,
dentre outras, as providências destinadas a apurar os
fatos, identificar os responsáveis, quantificar o dano e
O extrato bancário, emitido por instituição financeira oficial,
6
obter a regularização e o ressarcimento pretendidos,
demonstrando a movimentação financeira dos recursos tais como:
Fase interna federais recebidos pelo ente federativo, representa documento
da TOMADA DE (...)
CONTAS ESPECIAL
19
Manual de Instruções sobre Tomada de Contas Especial da Controladoria Geral do Estado de Minas
Gerais: Brasília-DF. Disponível em <https://www.cge.mg.gov.br/phocadownload/tomada_contas/pdf/
manual-de-tce.pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

66
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XIII - expedir notificações às instituições financeiras Por sua vez, os rendimentos obtidos devem ser utilizados para
para obtenção dos extratos bancários da conta o mesmo objeto/finalidade constante na proposta/portaria
específica das movimentações financeiras realizadas

1
habilitada pelo Ministério da Saúde.
com os recursos federais desde a data do crédito dos
APRESENTAÇÃO recursos até o encerramento da movimentação; O Fundo Nacional de Saúde – FNS disponibiliza o sistema de
(...)” (grifo nosso) banco de dados denominado Painel de Informações Gerenciais –
PIG, onde são reunidos diversos dados e indicadores gerenciais
2
Características
Já vimos, anteriormente, que as transferências fundo a fundo
caracterizam-se pelo repasse por meio da descentralização
sobre o Sistema de Monitoramento de Obras.

do instrumento de recursos diretamente de fundos da esfera federal para Dentre as informações disponibilizadas no sistema, é possível
de repasse extrair os extratos bancários mensais, de determinados
fundos da esfera estadual, municipal e do Distrito Federal.
períodos, referentes às movimentações financeiras efetuadas
Na esfera federal, os repasses dos recursos financeiros são
3
pelos Fundos de Saúde dos Estados, Municípios e Distrito
realizados pelo Fundo Nacional de Saúde – FNS, por meio da Federal, dos recursos federais recebidos pelo Fundo Nacional
Visão geral do emissão de Ordem Bancária – OB do Tesouro Nacional, em de Saúde – FNS.
macroprocesso de
ressarcimento conta bancária específica, junto às instituições financeiras
federais, em nome dos respectivos Fundos de Saúde dos Os dados relativos as movimentações financeiras
Estados, Municípios e Distrito Federal, conforme publicado disponibilizadas no sistema dizem respeito aos extratos

4Controle e
nas portarias de habilitações específicas de cada programa. bancários obtidos junto à Caixa Econômica Federal – CAIXA,
com dados a partir de 2018, e Banco do Brasil, com dados a
fiscalização na O Decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994 estabelece as partir de 2010.
gestão dos recursos condições e as formas para viabilizar os repasses regulares e
automáticos dos recursos do SUS, e, posteriormente, sobreveio Para obter cópia de extratos ou outros documentos de
o Decreto nº 7.507, de 17 de junho de 2011, que dispõe sobre a movimentação financeira junto ao agente financeiro no qual
5
Providências
movimentação de recursos federais transferidos a Estados,
Distrito Federal e Municípios, em decorrência das leis citadas.
foram creditados e movimentados os recursos federais outrora
repassados aos Fundos de Saúde dos Estados, Municípios e
administrativas
internas visando
Distrito Federal, a Secretaria Finalística deverá:
à regularização da De acordo com o Manual de Ordem Bancária da Secretaria
situação verificada do Tesouro Nacional - STN, os valores repassados e • Expedir documento oficial à instituição financeira;
e a reparação do
prejuízo ao erário operacionalizados no Sistema Integrado de Administração • Informar a identificação dos titulares da conta,
Financeira – SIAFI, serão creditados em 2 (dois) dias úteis após com CNPJ, além do número da agência e das
a data de emissão da Ordem Bancária para correntistas do contas correntes e poupança;
6
Fase interna
Banco do Brasil. Para os demais bancos o prazo é de 3 (três)
dias úteis.
• Indicar o tipo de informação desejada: saldos,
da TOMADA DE extratos de conta corrente, extrato de poupança,
CONTAS ESPECIAL extratos de fundo de aplicação, movimentação
Enquanto não forem utilizados na finalidade a que se destinam,
financeira, etc;
serão aplicados em caderneta de poupança.

67
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• Especificar o período pretendido: data inicial e Preencha com os dados pessoais e campos obrigatórios.
data final do movimento das contas e fundos; e Observação: ao digitar a sequência de caracteres para validar,

1 • Informar e-mail corporativo da Secretaria clique na seta azul.


Finalística solicitando para recebimento das
APRESENTAÇÃO
respostas e documentos.

2
Características
O Banco do Brasil disponibiliza canal de comunicação através
do e-mail cenopserv.oficioswb@bb.com.br.
do instrumento
de repasse 5.5.7.1 Procedimentos para acessar o SPA

O Sistema de Cadastro e Permissão de Acesso foi desenvolvido

3
Visão geral do
com o intuito de unificar o cadastramento dos usuários aos
sistemas web do Ministério da Saúde. Valide os dados e aguarde o recebimento do e-mail com o
macroprocesso de link para ativação do cadastro.
ressarcimento Como cadastrar:
5.6.7.2 Solicitar acesso ao PIG
a) Acesse: https://scpa.saude.gov.br/usuario/novo

4
O que é o Pig? Plataforma de Informações Gerenciais.
b) Clique em “Novo por aqui?”
Controle e a) Acesse: https://scpa.saude.gov.br/; e
fiscalização na
gestão dos recursos b) No campo de busca, digite: PIG

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

68
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Escolha entre os perfis disponíveis e escreva a justificativa. acessar as páginas de extratos do Banco do Brasil
Clique em Solicitar Acesso. (BB) ou CAIXA (CEF), conforme abaixo:

1
APRESENTAÇÃO
Aguarde a liberação pelo gestor.

Após confirmação da liberação de acesso pelo gestor, acesse


o endereço: http://pig.saude.gov.br, onde será direcionado

2
Características
à tela de login, conforme imagem abaixo:

do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
macroprocesso de BANCO DO BRASIL – EXTRATO BB
ressarcimento

4Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências Lembrando que o PIG poderá ser efetuado tanto para as
administrativas
internas visando credenciais de acesso do gov.br, quanto com o login e senha
à regularização da
situação verificada
da rede do Ministério da Saúde.
e a reparação do
prejuízo ao erário Na página principal da Plataforma de Informações Gerenciais: Com isso, é visualizado o Painel de Extratos das contas
vinculadas ao Banco do Brasil.
a) Na parte superior esquerda, existem três

6
Fase interna
opções agrupadoras de painéis: Transferências,
Administrativo e Orçamentário.
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL b) Para o acesso ao painel de extratos, basta clicar
em Administrativo. Neste ponto, será possível

69
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Com os dados selecionados, o painel passará a exibir as


informações solicitadas, lembrando que há o filtro de Ano e

1
Mês, podendo também acessar pontualmente as datas dos
extratos pelo menu Período.
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
Com o painel é possível visualizar todos os filtros para a
realização da consulta. Obrigatoriamente, deve-se selecionar
macroprocesso de ao menos a UF e o Munícipio e aguardar o sistema retornar o
ressarcimento
relatório, pois, devido a quantidade de dados, o sistema estará
processando a consulta com eficácia. Caso haja necessidade, também é possível imprimir o extrato
através do ícone localizado no canto superior direito da tela.
4Controle e
No entanto, fora os filtros já selecionados, quanto maior for a
seleção dos mesmos, melhor será o tempo de resposta.
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

70
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - EXTRATO CEF e EXTRATO CEF No entanto, fora os filtros já selecionados, quanto maior for a
(ANTIGO) seleção dos mesmos, melhor será o tempo de resposta.

1
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do Com isso, é visualizado o Painel de Extratos das contas Com os dados selecionados, o painel passará a exibir as
macroprocesso de vinculadas à CAIXA.
ressarcimento informações solicitadas, lembrando que há o filtro de Ano e
Mês, podendo também acessar pontualmente as datas dos
extratos pelo menu Período.

4Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da Com o painel é possível visualizar todos os filtros para a
situação verificada
e a reparação do realização da consulta. Obrigatoriamente, deve-se selecionar
prejuízo ao erário
ao menos a UF e o Munícipio e aguardar o sistema retornar o
relatório, pois, devido a quantidade de dados o sistema estará

6
Fase interna
processando a consulta com eficácia.

da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

71
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Caso haja necessidade, também é possível imprimir o extrato Seção I


através do ícone localizado no canto superior direito da tela.
Do Processo de Cobrança Administrativa

1
APRESENTAÇÃO
Art. 4º As medidas de cobrança administrativa de que
trata o art. 3º, sob competência da Secretaria finalística,
serão:

2
I - formalizadas no Sistema Eletrônico de Informações -
SEI e adotadas em processo específico para esse fim; e
Características
do instrumento II - concluídas em até 120 (cento e vinte) dias, contados
de repasse da data do evento, quando conhecida, ou da data da
ciência do fato.

3
Visão geral do 5.5.8 Prazos para esgotamento das medidas
§ 1º A formalização do processo de cobrança no sistema
SEI será comunicada imediatamente à DINTEG/MS, no
respectivo Número Único de Protocolo (NUP).
macroprocesso de
ressarcimento
administrativas de cobrança
§ 2º Os processos de cobrança administrativa terão por
As medidas administrativas de cobrança, constituídas referência um único instrumento de transferência ou
origem de valores, observada a classificação constante
4Controle e
em diligências, notificações, comunicações ou outros
procedimentos devidamente formalizados serão adotadas
do Anexo III da Decisão Normativa-TCU nº 155, de 23
de novembro de 2016, consideradas as definições
fiscalização na e concluídas em até 120 (cento e vinte) dias, contados da estabelecidas no art. 20 da Portaria-TCU nº 122, de 20
gestão dos recursos
data do evento ou, quando desconhecida a data do evento, de abril de 2018.
da data da ciência do fato pela autoridade administrativa
§ 3º O prazo de que trata inciso II do caput poderá ser

5
competente, nos casos de desfalque ou desvio de dinheiro, prorrogado pelo TCU em caráter excepcional, mediante
bens ou valores públicos e de caracterização de qualquer solicitação fundamentada, formulada pelo Ministro de
Providências
administrativas ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, de que resulte dano Estado, cujo pedido deverá ser direcionado à Diretoria
internas visando ou indício de dano ao Erário. de Integridade - DINTEG/MS, munido de elementos e
à regularização da subsídios justificadores da medida, além de cronograma
situação verificada
e a reparação do É o que estabelece o art. 4º, inciso II, c/c § 3º, da Portaria GM/ de execução das ações que antecedem a instauração
prejuízo ao erário MS, nº 885, de 2021, a saber: de TCE.” (grifo nosso)

“CAPÍTULO II Merece destaque o contido no § 3º, do art. 4º, da citada Portaria,

6
Fase interna
DAS MEDIDAS DE COBRANÇA ADMINISTRATIVA QUE
ANTECEDEM A
onde estabelece que o prazo limite para esgotamento das
medidas administrativas poderá ser prorrogado pelo Tribunal
da TOMADA DE de Contas da União, em caráter excepcional, mediante
CONTAS ESPECIAL
INSTAURAÇÃO DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL solicitação fundamentada, formulada pelo Ministro de
Estado, cabendo à Secretaria Finalística subsidiar o pedido

72
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

de dilação junto à Diretoria de integridade – DINTEG/MS, A matriz de responsabilização é construída gradualmente


munido de elementos/subsídios justificadores da medida, a partir do momento em que ocorre a apuração da

1
além de cronograma de execução de ações que antecedem responsabilidade, e constitui documento obrigatório para
a instauração da TCE. instrução da futura Tomada de Contas Especial que vier a
APRESENTAÇÃO
ser instaurada, nos termos do art. 4º, da Decisão Normativa
Segundo o disposto no § 5º, do art. 4º, da IN/TCU nº 71/2012,
TCU, nº 155/2016, e deverá seguir o modelo abaixo, constante
o descumprimento do prazo limite para esgotamento das
2
do Anexo IV desta Decisão Normativa:
medidas administrativas, sem justo motivo, poderá ensejar
Características a aplicação da multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei nº NEXO DE CONSIDERAÇÕES
do instrumento IRREGULARIDADE PERÍODO DE
8.433/1992 à autoridade responsável pela omissão, sem prejuízo RESPONSÁVEL CAUSALIDADE SOBRE A
de repasse CAUSADORA DO EXERCÍCIO CONDUTA
(IS) (RELAÇÃO DE RESPONSABILIDADE E
DANO NO CARGO
das demais penalidades previstas em lei. CAUSA E EFEITO) DO AGENTE
Registrar a Identificar: Indicar o Identificar a ação Evidenciar a relação Registrar atenuantes ou
5.5.9 Preenchimento da Matriz de
3 Responsabilização (Decisão Normativa
irregularidade
(discrepância
entre a situação
Pessoa física –
nome, cargo e
o CPF;
período
de efetivo
exercício
ou a omissão,
culposa ou dolosa
praticada pelo
de causa e efeito
entre a conduta
do responsável e o
agravantes da conduta,
casos verificados.
(Item VI)
Visão geral do
macroprocesso de
TCU nº 155, de 23 de novembro de 2016) encontrada e o Pessoa no cargo responsável. resultado ilícito.
que deveria ser) Jurídica de para cada Utilizar verbos (CONDUTA) ....
ressarcimento (Item I) direito privado responsável no infinitivo, resultado ....
A matriz de responsabilização é uma importante ferramenta – razão social e pessoa física. mencionar os ILÍCITO)
CNPJ; (Item III) documentos que (CONDUTA) ....
que garante aos envolvidos no macroprocesso de Pessoa comprovem a propiciou ....

4Controle e
ressarcimento visualizar claramente as condutas e atribuições
de responsabilidade por irregularidades detectadas.
Jurídica de
direito público
interno –
conduta adotada
e indicar a
conduta correta
(RESULTADO
ILÍCITO)
(Conduta) ....
fiscalização na nome e CNPJ que deveria ter possibilitou ....
gestão dos recursos (Item II) sido tomada. (Resultado Ilícito)
A matriz tem por objetivos principais os seguintes: (Item IV) (Item V)

a) Identificar os agentes responsáveis pela ocorrência O Anexo IV, da Decisão Normativa TCU, nº 155/2016 contém as
5
Providências
lesiva e caracterizar a sua responsabilidade; instruções necessárias para o seu preenchimento.

administrativas b) Identificar a conduta (ação ou omissão) culposa 5.5.10 Adoção das medidas administrativas
internas visando
à regularização da
ou dolosa do agente; de cobrança em decorrência de
situação verificada
c) Evidenciar a relação de causa e efeito entre a
recomendação/determinação proferida
e a reparação do
prejuízo ao erário
conduta e o resultado ilícito observado;
por Órgão de Controle20

d) Avaliar a reprovabilidade da conduta e a Há ocorrências que podem ensejar a instauração imediata da


6
Fase interna
culpabilidade do agente (atenuantes/agravantes); e TCE, ou seja, independentemente da adoção prévia de medidas
administrativas internas do órgão ou entidade lesada ou do
da TOMADA DE e) Definir adequadamente as propostas de
CONTAS ESPECIAL
encaminhamento para as irregularidades 20
MATIAS, Mauro Rogério Oliveira. Curso a Distância de Tomada de Contas Especiais: Referência a
Transferências de Recursos Federais (aula 5). Brasília-DF. Disponível em:< https://contas.tcu.gov.br/.
constatadas. ISC_Curso_TCE_U1_A05%20(1)%20(2).pdf >. Acesso em: 31 dezembro 2021.

73
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

resultado da análise da prestação de contas pelo concedente. Caso as informações sejam insuficientes, cabe à finalística
São elas: adotar todas as medidas que entender necessárias à

1
análise dos fatos e à emissão de juízo conclusivo quanto
a) determinação de Colegiado do TCU para órgão ou
à efetiva ocorrência ou não do dano ao erário e à correta
APRESENTAÇÃO entidade instaurar TCE, independentemente das
responsabilização do agente público, como:
medidas administrativas adotadas, consoante o
que dispõe o art. 8, § 1º da Lei n º 8.443/1992, art. a) diligências ao órgão demandante, ao convenente,
2
Características
197, § 1º, RI/TCU, art. 4º, § 4º, IN TCU 71/2012 e art. 70,
§ 2º, Portaria Interministerial 424/2016;
à empresa contratada, ao banco onde foram
movimentados os recursos, a cartórios de
do instrumento
de repasse
registro civil;
b) recomendação dos órgãos de controle interno
para que o órgão ou entidade lesada com o dano b) inspeções ou vistorias físicas;

3
instaure o processo de TCE; e
c) reanálise da prestação de contas;
Visão geral do c) conversão pelo TCU de processo de denúncia,
macroprocesso de d) confronto com os novos elementos encaminhados
ressarcimento
representação ou fiscalização em TCE, onde
pelo demandante; e outros.
esteja configurado dano ao erário superior ao
valor mínimo para instauração da TCE (art. 47, da Caso haja determinação no sentido de que sejam apurados os

4Controle e
Lei nº 8.443/1992, c/c art. 252 do RI/TCU).

Nessas hipóteses, a tomada de contas especial é instaurada/


fatos e, se configurada irregularidade de que tenha resultado
dano, que sejam identificados os responsáveis e ultimados os
fiscalização na procedimentos com vistas à instauração e encaminhamento
gestão dos recursos convertida imediatamente, devendo, em regra, seguir seu
de tomada de contas especial, se for o caso.
curso sem perpassar pela fase de apuração e saneamento
a cargo do órgão ou entidade instauradora. Isso porque a
5
Providências
apuração dos fatos, a responsabilização e a quantificação
do débito (pressupostos essenciais da TCE) já devem ter
5.11 Ressarcimento do dano
administrativas
internas visando
ocorrido de alguma forma no âmbito dos órgãos de controle, 5.11.1 Ressarcimento do dano com pagamento
à regularização da e seus indícios devem constar dos papéis de trabalho que de juros
situação verificada
e a reparação do fundamentam os respectivos relatórios de fiscalização e
prejuízo ao erário de auditoria. Considera-se integral o ressarcimento ao erário quando
Nas duas primeiras situações, todo o material já levantado o devedor efetua a completa restituição do valor do

6
Fase interna
necessário à formação do juízo pelo instaurador deve ser
franqueado pelo Tribunal de Contas ou pelo Órgão de Controle
dano atualizado monetariamente, com a incidência de
juros moratórios.
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL Interno, para que seja possível o atendimento seguro da O ressarcimento integral do dano, com atualização monetária
determinação/recomendação de instauração da tomada e incidência de juros moratórios, enseja o arquivamento do
de contas especial.

74
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

processo administrativo de cobrança, e, por óbvio, impede recolhido, circunstância em que a Secretaria Finalística deverá
a instauração de Tomada de Contas Especial – TCE, desde dar seguimento à cobrança administrativa, acompanhado do

1
que o recolhimento tenha sido realizado em observância aos demonstrativo de débito.
critérios estabelecidos no art. 9º, da IN TCU 71/2012, e alterações
APRESENTAÇÃO Por outro lado, é possível que o devedor tenha realizado um
posteriores, vejamos:
recolhimento a maior, circunstância em que a Secretaria
Art. 9º A atualização monetária e os juros moratórios Finalística deverá atestar, em relatório fundamentado, os
2
Características
incidentes sobre o valor do débito devem ser calculados
segundo o prescrito na legislação vigente, a partir (NR)
valores a serem restituídos ao devedor, remetendo o processo
administrativo de cobrança ao Fundo Nacional de Saúde – FNS,
do instrumento (todo o art.)(Instrução Normativa nº 76, de 23/11/2016,
de repasse DOU de 12/12/2016): com vistas à operacionalização da devolução dos recursos.

I - da data do crédito na conta bancária específica, 5.11.2 Ressarcimento do dano sem pagamento
de juros
3
quando conhecida, ou da data do repasse dos recursos -
no caso de omissão no dever de prestar contas ou de
Visão geral do as contas apresentadas não comprovarem a regular O ressarcimento do dano, sem pagamento de juros legais,
macroprocesso de aplicação dos recursos, exceto nas ocorrências previstas
ressarcimento somente com atualização monetária, se dará nas seguintes
no inciso II deste artigo;
circunstâncias, conforme nos demonstra o art. 27 da Portaria
II - da data do pagamento - quando houver GM/MS, nº 885/2021:
4Controle e
impugnação de despesas específicas e os recursos
tiverem sido aplicados no mercado financeiro ou a) na hipótese de desvio de finalidade ou desvio
fiscalização na quando caracterizada responsabilidade de terceiro. de objeto, calculado ainda na fase de cobrança
gestão dos recursos
III - da data do evento, quando conhecida, ou da data administrativa: o valor devido deve ser acrescido
de ciência do fato pela administração - nos demais apenas de atualização monetária, sem a

5
casos. incidência de juros de mora, nos termos do inciso
I, Wdo art. 27, da Lei Complementar nº 141, de 2012; e
Providências Os documentos comprobatórios dos recolhimentos efetuados
administrativas
internas visando
deverão ser inseridos no processo administrativo de cobrança, b) no caso de recebimento irregular de recursos,
à regularização da e quando verificada a quitação integral do débito, devidamente durante a fase de cobrança administrativa: o valor
situação verificada
e a reparação do atestada pela Secretaria Finalística, devendo esta solicitar ao devido deve ser acrescido apenas de atualização
prejuízo ao erário Fundo Nacional de Saúde providências com vistas à baixa de monetária.
eventual registro contábil.
A não incidência de juros nas citadas hipóteses, decorre da
6
Fase interna
5.11.1.1 Saldo residual e recolhimento a maior interpretação realizada pelo Tribunal de Contas da União –
TCU ao inciso I, do art. 27, da Lei Complementar nº 141, de
da TOMADA DE Em razão do lapso temporal entre a geração da Guia de
CONTAS ESPECIAL 2012, no âmbito do Acórdão nº 1072/2016 – Plenário (subitens
Recolhimento da União – GRU e o efetivo recolhimento efetuado
9.3.2.4 e 9.3.2.5), visto que o citado dispositivo não menciona
pelo devedor, é possível que remanesça saldo residual a ser
a incidência de juros moratórios.

75
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Por sua vez, na hipótese de dano ao erário, deverá ser O exame da ocorrência de boa-fé, no âmbito do julgamento
concedido ao devedor, já na primeira notificação, a faculdade das contas, é de competência do Tribunal de Contas da União,

1
de efetuar o recolhimento do valor principal integral atualizado nos termos do art. 202, § 2º, do seu Regimento Interno.
monetariamente, sem a incidência de juros moratórios, nos
APRESENTAÇÃO Reconhecida, pelo TCU, a boa-fé do responsável, não havendo
termos do art. 13-A, incluído na IN TCU nº 71/2012, a partir da
divergência quanto ao valor recolhido e desde que não haja
IN TCU nº 85/2020.
outras irregularidades nas contas, o processo de TCE restará
2
Características
Assim, de acordo com o § 1º, do art. 27, da Portaria GM/MS,
nº 885/2021, o recolhimento antecipado do débito, sem a
sanado e as contas serão julgadas regulares ou regulares
com ressalva, operando-se em definitivo a quitação dada
do instrumento
de repasse
incidência de juros, e antes da instauração da TCE, acarretará a provisoriamente ao responsável na fase interna.
quitação provisória em benefício do responsável, sob condição
Caso seja constatada divergência quanto ao valor recolhido, o
resolutiva, no caso de a Corte de Contas não reconhecer a

3
TCU poderá abrir prazo para que o valor seja complementado.
boa-fé do responsável ou identificar outras irregularidades
Visão geral do nas contas, nos termos do § 2º do art. 12 da Lei nº 8.443, de Se for descaracterizada, pelo TCU, a boa-fé do responsável
macroprocesso de 1992, e art. 13-A da IN-TCU nº 71, de 2012. ou identificadas outras irregularidades nas contas, o processo
ressarcimento
seguirá seu curso na Corte de Contas, com a realização de
Ainda, na hipótese em tela, o processo de Tomada de Contas
citação e/ou audiência do responsável, com a cobrança do
Especial, quando não iniciado, deverá ser imediatamente
4Controle e
instaurado e encaminhado para a análise do TCU, instruído
com as informações necessárias à verificação da boa-fé, da
débito relativo aos juros de mora desde a ocorrência do fato
gerador da irregularidade.
fiscalização na
gestão dos recursos
ocorrência de outras irregularidades nas contas, bem como
do comprovante do recolhimento do débito apurado, a ser
reconhecido pelo TCU.

5
Providências
Cabe ressaltar que, se a intenção pelo recolhimento antecipado
administrativas
do débito for demonstrada enquanto o processo estiver no
internas visando âmbito da CGU, ou seja, quando já iniciada a fase interna
à regularização da
situação verificada da TCE, este restituirá os autos ao órgão de origem para a
e a reparação do efetivação do recolhimento do débito e demais providências
prejuízo ao erário
acima apontadas.

6
Destacamos que não compete às áreas integrantes do
Ministério da Saúd adentrar na análise da boa-fé, bastando,
Fase interna
da TOMADA DE tão somente, levantar a documentação pertinente, competindo
CONTAS ESPECIAL ao TCU aferir a boa-fé do agente.

76
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“Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de


alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum;

1
se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto”.” (grifo nosso)
APRESENTAÇÃO
Trata-se da hipótese de responsabilidade solidária e decorre
do estabelecido no § 2º, do art. 16, da Lei 8443/1992, vejamos:
2
Características
Art. 16. As contas serão julgadas:
do instrumento (...)
de repasse
III - irregulares, quando comprovada qualquer das
seguintes ocorrências:

3
Visão geral do
a) omissão no dever de prestar contas;
macroprocesso de b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo,
ressarcimento
antieconômico, ou infração à norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial;
4
Fonte: Portal do TCU

c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo


Controle e
fiscalização na 5.11.3 Ressarcimento parcial do débito ao antieconômico;
gestão dos recursos
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores
A obrigação quanto ao sujeito pode ser: singular (um credor públicos.
e um devedor), ou plural (um ou mais credor(es) e/ou um ou
5
Providências
mais devedor(es)). Assim, as obrigações solidárias estão no
campo das obrigações plurais de sujeitos.
(...)

administrativas § 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste


internas visando artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares as contas, fixará
à regularização da Nesse sentido, nas obrigações singulares, nada obsta que a responsabilidade solidária:
situação verificada o devedor realize qualquer recolhimento, pois esse será
e a reparação do
prejuízo ao erário considerado para abatimento do total, nos termos do a) do agente público que praticou o ato irregular, e
enunciado da Súmula nº 128 do TCU. b) do terceiro que, como contratante ou parte

6
interessada na prática do mesmo ato, de qualquer
Por sua vez, nas obrigações plurais, em que há pluralidade de
modo haja concorrido para o cometimento do
Fase interna devedores, o débito é indivisível e a quitação aos responsáveis dano apurado.
da TOMADA DE estará condicionada ao recolhimento da totalidade do débito
CONTAS ESPECIAL
solidário imputado. É o que dispõe o art. 275, do Código Civil:

77
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Na hipótese de responsabilidade solidária, é impossível que o c) inscritos em Dívida Ativa da União (DAU); e
débito seja imputado de forma individualizada a determinado
d) referente a saldos financeiros de recursos de
1
devedor, conforme preconiza o art. 264 do Código Civil vigente.
repasse remanescentes de que trata o art. 60 da
APRESENTAÇÃO Ou seja, de acordo com o Código Civil, os devedores solidários Portaria Interministerial nº 424, de 30 de dezembro
são obrigados, cada um deles, ao total da dívida. de 2016, inclusive os provenientes das receitas
obtidas nas aplicações financeiras realizadas, não
2
Características
Logo, o recolhimento parcial do débito por um dos devedores
solidários não o exonera da responsabilidade pela quantia
utilizadas no objeto pactuado.

do instrumento restante, vez que a solidariedade imputada impede seja dada FIQUE ATENTO!
de repasse quitação, a qualquer dos responsáveis solidários, enquanto
o débito não for recolhido em sua totalidade, nos termos da
No âmbito do Sistema e-TCE, o pedido de parcelamento

3
Sumula nº 227 do TCU, e ao inciso III, do art. 21, da Portaria GM/
administrativo deverá ser feito antes da avaliação da
MS, nº 885/2021.
Visão geral do CGU, caso em que a tramitação da TCE deverá ser
macroprocesso de
5.11.4 Parcelamento do débito suspensa até a decisão do Fundo Nacional de Saúde.
ressarcimento

A Portaria GM/MS nº 3.111, de 18 de novembro de 2020, estabelece Ainda se encontra em fase de consulta a possibilidade de se

4Controle e
procedimentos a serem aplicados, no âmbito do Ministério
da Saúde, para o parcelamento administrativo de débitos
realizar o parcelamento na devolução dos recursos transferidos
“Fundo a Fundo” pelo Ministério da Saúde, no âmbito do
fiscalização na oriundos de recursos repassados por meio de transferências processo TC nº 014.801/2021-3 junto ao Tribunal de Contas da
gestão dos recursos
voluntárias, tais como convênios, contratos de repasse, termos União - TCU, conforme o NUP: 25000.080178/2019-75.
de parceria, termos de colaboração, termos de fomento e
Foi emitido o Parecer nº 00891/2021/CONJUR-MS/CGU/AGU (SEI
5
instrumentos congêneres.
0024316665), o qual concluiu ainda haver dúvida sobre o tema
Providências Nesse sentido, não poderão ser objeto do parcelamento e encaminhou a demanda ao Departamento de Assuntos
administrativas
internas visando
administrativo os débitos: Extrajudiciais - DEAEX/CGU/AGU, para ciência e avaliação
à regularização da quanto à assunção integral de representação extrajudicial
situação verificada a) cadastrados no Sistema e-TCE, quando se tratar
e a reparação do perante o TCU.
prejuízo ao erário de valor inferior ao limite para instauração de
Tomada de Contas Especial fixado pelo Tribunal
de Contas da União;
6
Fase interna
b) encaminhados, por meio de Tomada de Contas
da TOMADA DE Especial, ao Tribunal de Contas da União;
CONTAS ESPECIAL

78
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5.12 Irregularidades sem débito ao erário do Ministério da Saúde, remeta os fatos ao conhecimento do
Tribunal de Contas da União, para, no âmbito do seu poder

1 A evidenciação do dano ao erário é pressuposto de sancionador, aplicar aos responsáveis às sanções cabíveis.
constituição da tomada de contas especial. Isto significa que
APRESENTAÇÃO
não havendo prejuízo ao patrimônio público não há que se
5.13 Valor do débito atualizado monetariamente
falar em instauração de TCE.
inferior ao valor de alçada do TCU
2
Características
Mas, não são raras as vezes em que as medidas administrativas
internas preliminares à TCE recompõem o erário ou mesmo Trata-se do valor mínimo a partir do qual a Tomada de Contas
do instrumento
de repasse excluem o prejuízo, subsistindo, todavia, irregularidades ou Especial completa, após concluída, deverá ser imediatamente
impropriedades residuais sem dano. encaminhada ao Tribunal de Contas, para julgamento.

3 Por outro lado, por se tratar de grave irregularidade, ainda que Contudo, não deverá ser instaurada a Tomada de Contas
sem dano, a IN/TCU nº 71/2012, preconiza a seguinte providência: Especial se o valor do dano for inferior a R$ 100.000,00, conforme
Visão geral do
macroprocesso de
normatiza o inciso I do art. 21 e art. 6º, §3º da IN/TCU nº 71/2012,
“Art. 3º Diante da omissão no dever de prestar contas, da
ressarcimento com redação dada pela IN/TCU nº 76/2016.
não comprovação da aplicação de recursos repassados
pela União mediante convênio, contrato de repasse, ou Mas, deve ser levado em conta, para fins de aplicação do
instrumento congênere, da ocorrência de desfalque,
4Controle e
alcance, desvio ou desaparecimento de dinheiro, bens
ou valores públicos, ou da prática de ato ilegal, ilegítimo
inciso I do artigo em epígrafe, que o valor do débito for inferior
a R$ 100.000,00, será realizado da seguinte forma:
fiscalização na ou antieconômico de que resulte dano ao Erário, a
gestão dos recursos a) no caso de o fator gerador do dano ao erário ser
autoridade competente deve imediatamente, antes
da instauração da tomada de contas especial, adotar anterior a 1º de janeiro de 2017, o valor original
medidas administrativas para caracterização ou elisão deverá ser atualizado monetariamente até essa
5
Providências
do dano, observados os princípios norteadores dos
processos administrativos.
data; (NR) (Acórdão nº 957/2017-TCU-Plenário, de
17/5/2017); e
administrativas
internas visando Parágrafo único. Na hipótese de se constatar a
à regularização da
b) no caso de o fato gerador do dano ao erário
ocorrência de graves irregularidades ou ilegalidades
situação verificada ser posterior a 1º de janeiro de 2017, o valor a ser
e a reparação do de que não resultem dano ao erário, a autoridade
prejuízo ao erário administrativa ou o órgão de controle interno deverão comparado com o valor-referência definido no
representar os fatos ao Tribunal de Contas da União. inciso I deste artigo será o valor original do débito,
(AC) (Instrução Normativa nº 76, de 23/11/2016, DOU sem atualização monetária. (NR) (Acórdão nº
6
Fase interna
de 12/12/2016)” 957/2017-TCU-Plenário, de 17/5/2017).

da TOMADA DE Portanto, diante de uma situação de grave irregularidade,


CONTAS ESPECIAL sem a ocorrência de dano ao erário, nada impede que a
Secretaria Finalística, com auxílio do órgão de controle interno

79
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

5.14 Transcurso de prazo superior a 10 (dez) anos deliberado esta Corte, conforme denotam os julgados
a seguir reproduzidos – os três primeiros, na forma
da data do fato gerador
como publicados no Boletim de Jurisprudência; e os

1
APRESENTAÇÃO
Os processos que tenham transcorridos mais de dez anos
dois últimos, na forma de enunciados presentes na
Jurisprudência Selecionada:
desde o fato gerador sem que tenha havido as notificações
“Acórdão 67/2014-Plenário (Recurso de Reconsideração,
dos responsáveis, a jurisprudência do Tribunal de Contas da
Relatora Ministra Ana Arraes) Processual. Contraditório e

2
Características
União - TCU vem se posicionado que o mero transcurso do
prazo entre os fatos e a ciência pelo responsável não autoriza
ampla defesa. Transcurso do tempo. O mero transcurso
do tempo não é razão suficiente para o trancamento
do instrumento o arquivamento do processo, devendo ser verificado, no das contas ou para a não abertura de tomada de
de repasse caso concreto, se houve efetivo prejuízo à racionalidade contas especial. É preciso que, além disso, haja
administrativa, à economia processual, à ampla defesa ou fundadas razões para supor que o direito à defesa
tenha sido prejudicado. A IN TCU 71/2012, assim como
ao contraditório.
3
Visão geral do Ilustra esse entendimento o seguinte excerto do voto condutor
a revogada IN TCU 56/2007, condiciona a dispensa de
instauração da TCE à inexistência de determinação em
macroprocesso de contrário do Tribunal”;
do Acórdão nº 9.570/2015 – TCU – Segunda Câmara – Rel.
ressarcimento
Ministro Augusto Nardes: (...)

(...) Dessa forma, a possível consumação da decadência do


4Controle e
6. Somente o transcurso do tempo não pode levar poder-dever de instaurar a TCE e prescrição da pretensão
de ressarcimento, o TCU tem sustentado o entendimento
à presunção de prejuízo à ampla defesa e, por
fiscalização na
gestão dos recursos consequência, a se considerarem iliquidáveis as pela imprescritibilidade das ações de ressarcimento de dano
contas. Apesar de reconhecer decisões calcadas nesse ao erário, com fundamento no art. 37, § 5º, da Constituição
entendimento, algumas mencionadas pelo defendente,
Federal, e na Súmula TCU nº 282.
5
Providências
não me parece ser a posição prevalecente neste
Tribunal e a decisão mais correta a ser aplicada no
presente processo.
Não obstante a fixação de novo paradigma jurisprudencial
administrativas pelo Supremo Tribunal Federal sobre a matéria em sede
internas visando
à regularização da 7. A mera instauração tardia da tomada de contas de Repercussão Geral (Tema 899, fixado por intermédio do
situação verificada especial não justifica considerar-se iliquidáveis as acórdão prolatado no RE 636886/AL), o TCU tem entendido
e a reparação do contas. Eventual impedimento à plenitude do exercício
prejuízo ao erário que a nova tese não se aplica à prescrição do processo de
de defesa, ou mesmo dificuldade na sua realização,
controle externo no âmbito deste Tribunal de Contas, mas
não prescinde de prova, cabendo à parte o ônus
sim da prescrição intercorrente ocorrida durante a fase de
6
Fase interna
dessa evidenciação. Caso contrário, seria o mesmo
que abandonar a tese da imprescritibilidade das
ações de ressarcimento – consolidada no âmbito
execução do acórdão condenatório do TCU.

da TOMADA DE
deste Tribunal, adiante destacada – sem qualquer
Citem-se, nessa vertente, numerosos arestos recentes do Tribunal
CONTAS ESPECIAL
mínima análise das circunstâncias do caso concreto sustentando a manutenção da tese da imprescritibilidade da
capaz de indicar conclusão distinta. Nessa linha tem pretensão ressarcitória no âmbito do processo de controle

80
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

externo, a exemplo dos Acórdãos 5236/2020-TCU-Primeira 4. Inexistência de hipótese de imprescritibilidade,


Câmara, 6.171/2020-TCUSegunda Câmara, 6.084/2020- aplicando-se, integralmente, o disposto no art. 174 do
Código Tributário Nacional, c/c art. 40 da Lei 6.830/1980,

1
TCU-Primeira Câmara, 5.681/2020-TCU- Segunda Câmara,
que rege a Execução Fiscal e fixa em 5 (cinco) anos,
6.846/2020-TCU-2ª Câmara, 6.676/2020-TCU-2ª Câmara, respectivamente, o prazo para a cobrança do crédito
APRESENTAÇÃO
6.707/2020-TCU-2ª Câmara, 6.473/2020-TCU-1ª Câmara, fiscal e para a declaração da prescrição intercorrente,
6.466/2020-TCU-1ª Câmara, 6.465/2020-TCU-1ª Câmara, conforme consta no acórdão embargado.

2
entre outros.
5. Ausência dos pressupostos necessários à modulação
Características Cabe destacar, por fim, que foram opostos embargos dos efeitos do julgado.
do instrumento
de repasse
declaratórios contra a referida decisão do STF, os quais foram 6. Embargos de Declaração rejeitados.
rejeitados pela maioria da Suprema Corte (EMB. DECL. NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 636.886 ALAGOAS, Plenário, Sessão A deliberação da Corte Suprema confirma, portanto, a

3
Visão geral do
Virtual de 13/8/2021 a 20/8/2021), assim ementado:

EMENTA: TEMA 899 DE REPERCUSSÃO GERAL. PRESCRIÇÃO


compreensão jurisprudencial do TCU no sentido de que a tese
de repercussão geral tema 899 circunscreveu-se somente à
macroprocesso de fase judicial de cobrança do título extrajudicial, nada dispondo
ressarcimento DA PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO FUNDADA
EM DECISÃO DE TRIBUNAL DE CONTAS (CF, ART. 71, §
sobre a prescritibilidade pretensão ressarcitória no âmbito
3º). PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS. INEXISTÊNCIA DE administrativo e de controle externo. Cumpre ressalvar,
todavia, que o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou
4
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. na referida deliberação em relação à manutenção da tese
Controle e da imprescritibilidade à fase de constituição do acórdão
fiscalização na 1. O acórdão embargado não apresenta omissões,
gestão dos recursos contradições, ou obscuridades. O ofício judicante condenatório no TCU.
realizou-se de forma completa e satisfatória, não se
mostrando necessários quaisquer reparos.

5
Providências
2. A questão controvertida decidida no Tema 899
da repercussão geral definiu a prescritibilidade da
5.15 Cadastramento do débito no Sistema e-TCE

administrativas O Sistema e-TCE tem por objeto a instauração, a tramitação


internas visando pretensão de ressarcimento ao erário fundada em
à regularização da decisão de Tribunal de Contas, nos termos do art. 71,
e a autuação de processos de Tomada de Contas Especial –
situação verificada § 3º, da CF, que estabelece: “as decisões do Tribunal TCE, bem como o cadastramento de débitos resultantes de
e a reparação do
prejuízo ao erário de que resulte imputação de débito ou multa terão dispensa de instauração de TCE, nos termos do art. 6º, incisos
eficácia de título executivo”. I e II, da IN/TCU nº 71, de 2012, e § 4º, do art. 11, da DN-TCU nº
155, de 2016.
6
Fase interna
3. Após a conclusão da tomada de contas, com a
apuração do débito imputado ao jurisdicionado,
conforme definido pelo STF, a decisão do TCU
Dessa forma, os débitos que não forem objeto de instauração
da TOMADA DE
formalizada em acórdão terá eficácia de título executivo
de TCE, devem ser cadastrados pelo Fundo Nacional de Saúde
CONTAS ESPECIAL
e será executada conforme o rito previsto na Lei de no Sistema e-TCE:
Execução Fiscal (Lei 6.830/1980).

81
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

a) na hipótese de o valor ser inferior a R$ 100.000,00 5.16 Encaminhamento à Consultoria Jurídica


(cem mil reais), observado o prazo máximo de do Ministério da Saúde - CONJUR/MS, para

1 adoção das providências cabíveis com vistas


180 (cento e oitenta dias), a contar das hipóteses
descritas no §2º, do art. 24, da Portaria TCU nº à Inscrição em Dívida Ativa/Acionamento
APRESENTAÇÃO
122/2016; e Judicial
b) em caso de transcurso de prazo superior a 10
2
Características
(dez) anos entre a data provável de ocorrência do
dano e a primeira notificação dos responsáveis
Cuida-se o instituto da Dívida Ativa da União – DAU de ato de
controle administrativo da legalidade e regularidade, conforme
do instrumento definido no § 3º do art. 2º da Lei n° 6.830/80, (Lei de Execução
pela autoridade administrativa competente.
de repasse Fiscal – LEF) por meio da qual um débito, vencido e não-pago,
Contudo, nos termos do § 3º, art. 6º, da IN/TCU nº 71, de 2012, e é cadastrado para controle e cobrança.

3
§ 3º, do art. 7º, da Portaria CGU, nº 1.531, de 2021, a dispensa de
Poderão ser inscritos em DAU os débitos de natureza tributária
instauração de TCE, não exime a autoridade administrativa
Visão geral do e não-tributária, cuja titularidade do crédito seja da Fazenda
macroprocesso de
competente de adotar outras medidas administrativas ao seu
Pública Nacional, conforme definido no art. 39 e parágrafos da
ressarcimento alcance ou requerer ao órgão jurídico pertinente as medidas
Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, ou débitos de natureza não
judiciais e extrajudiciais cabíveis, com vistas à obtenção do
tributária, que não sejam de titularidade da Fazenda Pública
ressarcimento do débito apurado, inclusive a protesto, se for
4Controle e
o caso.
Nacional, em que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) por disposição de lei tem que inscrever em dívida ativa.
fiscalização na E considerando a ausência de integração entre os Sistemas
gestão dos recursos O art. 39 da Lei nº 4.320/1964 exemplifica os créditos passíveis
e-TCE e o Sistema AGU de Inteligência Jurídica - SAPIENS,
de inscrição em dívida ativa, classificando-os em créditos
mostra-se necessário que, frente aos débitos que não forem
tributários e créditos não tributários.

5
objeto de instauração de TCE, seja em razão do valor ser inferior
a R$ 100.000,00 (cem mil reais), ou ante ao transcurso de prazo a) créditos tributários são provenientes da obrigação
Providências
administrativas
superior a 10 (dez) anos entre a data provável de ocorrência do legal relativa a tributos, respectivos adicionais
internas visando dano e a primeira notificação dos responsável, paralelamente e multas.
à regularização da
situação verificada ao cadastro no Sistema e-TCE dos citados débitos, a Secretaria
e a reparação do Finalística competente remeta o processo de cobrança à b) crédito não tributário é aquele que foi constituído
prejuízo ao erário de forma legítima pela Administração Pública em
Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Saúde - CONJUR/
MS, para que esta promova os encaminhamentos cabíveis favor da União, significa dizer que o ordenamento

6
Fase interna
com vistas a adoção das medidas judiciais e extrajudiciais
junto aos Órgãos competentes da Advocacia-Geral da
jurídico conferiu à Administração Pública
legitimidade para formar um crédito em favor
da TOMADA DE União - AGU. da União.
CONTAS ESPECIAL

82
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Pois bem, o entendimento atual AGU21, é no sentido que é Nos termos do art. 16, da Portaria GM/MS, nº 885/2021, é
cabível a inscrição em Dívida Ativa da União - DAU de competência da Secretaria Finalística assegurar a correta

1
prestações oriundas do descumprimento de obrigações instrução processual do processo de cobrança para fins de
prescritas em pacto de transferência fundo a fundo, desde instauração da Tomada de Contas Especial, em conformidade
APRESENTAÇÃO
que o caso concreto não se afeiçoe ao procedimento de com as regras aplicáveis à espécie, em especial, aquelas
Tomada de Contas Especial - TCU. constantes da IN-TCU nº 71, de 2012, e alterações posteriores

2
e DN-TCU nº 155, de 2016.
Ainda, antes do encaminhamento dos créditos à unidade da
Características PGFN competente para inscrição na DAU, deverá ser observado A citada instrução deverá observar, obrigatoriamente, as
do instrumento
de repasse
eventual transcurso do lapso prescricional. informações e documentos descritos nos §§ 1º, 2º e 3º do art.
10 da IN-TCU nº 71, de 2012, e nos arts. 3º, 4º, 5º e 6º da DN-TCU
Após inscrição do débito em dívida ativa, a PGFN adotará
nº 155, de 2016.

3
medidas para cobrança administrativa do mesmo. Havendo a
quitação ou parcelamento do débito junto à PGFN, o órgão de Caso a Secretaria Finalística constate a deficiência ou
Visão geral do
macroprocesso de
origem deverá ser comunicado para suspensão ou exclusão ausência de documentos e informações, de composição
ressarcimento da inscrição no CADIN. obrigatória para instrução processual da TCE, deverá realizar
a complementação com os elementos faltantes, e diante da
Caso não haja a recuperação do crédito administrativamente,
impossibilidade de fazê-lo, deverá justificar comprovadamente,
4Controle e
a PGFN deverá promover a Ação de Execução Fiscal referente
aos débitos de valores superiores a R$ 20.000,00.
acompanhando dos elementos que demonstrem as tentativas
de obtenção.
fiscalização na
gestão dos recursos Recorde-se que o resultado das medidas administrativas
5.17 Encaminhamento ao Fundo Nacional de Saúde – de cobrança constará na Matriz de Responsabilidade de
FNS, após constatar a correta instrução
5
que trata o Anexo IV da DN-TCU nº 155, de 2016, e deverá ser
processual para fins de instauração de TCE conclusiva quanto à comprovação da ocorrência do dano,
Providências
administrativas
à sua quantificação e à correta imputação da obrigação de
Esgotadas as medidas administrativas de cobrança, sem êxito
internas visando ressarcir a cada um dos responsáveis.
à regularização da na recomposição ao erário, e alcançado o valor de alçada
situação verificada
e a reparação do para julgamento perante o Tribunal de Contas da União - TCU, ATENÇÃO!
prejuízo ao erário chega-se à fase de instruir e instaurar o processo de TCE
propriamente dito, organizá-lo com as informações e peças
Não se instaura o processo de TCE para apurar seus

6
Fase interna
documentais que o compõe e encaminhá-lo para as instâncias
externas ao instaurador, que culmina com seu julgamento
pressupostos, mas sim apuram-se os pressupostos
para instaurar o processo. Por isso, a TCE é um processo
pelo órgão de controle externo.
da TOMADA DE de exceção.
CONTAS ESPECIAL

21
Nota nº 00382/2021/PGU/AGU, de 3/3/2021 (SEI 0019664568 – NUP 25000.046655/2018-92)

83
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

1
APRESENTAÇÃO
A Secretaria finalística, após concluir a instrução da TCE no sistema SEI, encaminhará
o processo de cobrança ao Fundo Nacional de Saúde – FNS, para fins de instauração
da TCE e demais providências cabíveis, nos termos do § 1º, do art. 3º, da Portaria

2
Características
GM/MS, nº 885/2021.

Já no âmbito do Fundo Nacional de Saúde - FNS, compete à CGEOFC/FNS/SE/MS


do instrumento
de repasse realizar a triagem inicial, com vistas a verificar a existência de elementos fáticos
e jurídicos que indiquem o dano ao Erário, observados os pressupostos a que se
refere o art. 5º, da IN/TCU nº 71/2012, alterada pela IN/TCU nº 76/2016.
3
Visão geral do
Caso a CGEOFC/FNS/SE/MS constate deficiência/falha na composição/instrução do
macroprocesso de processo administrativo de cobrança, que prejudique a verificação dos elementos
ressarcimento
essenciais para caracterização das irregularidades, identificação dos responsáveis ou
quantificação do dano, restituirá o processo à Secretaria Finalística competente, com
vistas à correção/complementação das informações para continuidade do processo
4Controle e
e para a emissão dos documentos a que se referem o inciso I, do art. 10, da IN/TCU
fiscalização na
nº 71/2012, alterada pela IN/TCU nº 76/2016, observados os prazos estabelecidos na
gestão dos recursos Instrução Normativa.

Ressalte-se que não cabe ao FNS, ou a qualquer de suas unidades internas, adotar

5
Providências
qualquer tipo de medida de instrução processual de elementos/documentos
faltantes à instauração de TCE, devendo sua atuação centrar-se na atribuição de
administrativas unidade instauradora da TCE, na conformidade do que dispõe o art. 7º, inciso VIII,
internas visando
à regularização da do Decreto nº 9.795/2019 e art. 111, da Portaria GM/MS nº 1.419/2017.
situação verificada
e a reparação do Por último, a ausência dos documentos obrigatórios e de outras peças necessárias à
prejuízo ao erário
instrução da TCE, nos termos das disposições contidas na IN/TCU nº 71/2012, alterada
pela IN/TCU nº 76/2016 e DN/TCU nº 155/2016, deverá ser objeto de justificativa,

6
Fase interna
embasada, quando for o caso, em elementos que demonstrem as tentativas de
obtenção da referida documentação.
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

84
6.1 Instauração de TCE

1
APRESENTAÇÃO
Segundo a Instrução Normativa TCU nº 71, de 28/11/2012, em seu art. 2º,
a Tomada de Contas Especial é:

“um processo administrativo devidamente formalizado, com


rito próprio, para apurar responsabilidade por ocorrência de

2
Características
dano à administração pública federal, com apuração de fatos,
quantificação do dano, identificação dos responsáveis e obter o
do instrumento respectivo ressarcimento”.
de repasse
A seguir, alguns aspectos importantes:

3
a) Rito Próprio: a Tomada de Contas Especial possui rito
independente de outros processos, como o Processo
Visão geral do
macroprocesso de Administrativo, Processos judiciais, Ações de improbidade
ressarcimento Administrativa, entre outros;
6. FASE INTERNA b) Processo Administrativo devidamente formalizado: a

4 DA TOMADA DE expressão quer dizer, na prática, que devemos dar abertura a


um processo administrativo para obtenção dos pressupostos

CONTAS ESPECIAL
Controle e
fiscalização na de constituição valido do processo;
gestão dos recursos
c) Apurar responsabilidade por ocorrência de dano à
administração pública: o objeto do processo de TCE é apurar
5
Providências
a responsabilidade do agente público ou terceiro beneficiado
que causou dano ao erário de forma culposa ou dolosa;
administrativas
internas visando
à regularização da
d) Apuração de fatos, quantificação do dano, identificação
situação verificada dos responsáveis: Trata dos pressupostos essências para
e a reparação do
prejuízo ao erário constituição, abertura de um processo de TCE; e

e) Obter o respectivo ressarcimento: Este trecho finaliza o

6
Fase interna
conceito, trazendo o objetivo final da TCE, que é ressarcir
os cofres públicos, e indenizá-lo.
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL Para exemplificar ainda mais o conceito de TCE, vamos trazer a natureza,
atributos e finalidades da TCE:

85
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

Natureza: e) Não é uma medida exclusiva, mas é o principal


processo administrativo de que dispõe a autoridade
a) Processo Administrativo autônomo, devidamente
1
pública para a obtenção do ressarcimento do
formalizado e com rito e normas próprias; e
dano constatado;
APRESENTAÇÃO
b) Natureza jurídica de reparação civil indenizatória
f) É instaurado e instruído, regularmente, pela
(ressarcimento do prejuízo).
autoridade competente do órgão ou entidade
2
Características
Atributos: lesada contra agente responsável, público ou
privado, pessoa física ou jurídica, quem deu causa
do instrumento a) Deflagrado na ocorrência de irregularidade de ao dano, individualmente ou em solidariedade
de repasse
que resulte dano efetivo à Fazenda Pública (erário e que lhe possa ser imputada a obrigação do
ou tesouro nacional); por perda, desvio ou má ressarcimento; e

3
Visão geral do
aplicação dos recursos financeiros ou patrimoniais;
ou prejuízo presumido, por omissão no dever de g) Processo auditado e certificado pelo órgão de
macroprocesso de prestar contas; controle interno, com ciência ao Ministro de Estado
ressarcimento Supervisor (ou autoridade equivalente) do órgão
b) Instaurado depois de esgotadas as medidas ou entidade instauradora, e julgado pelo Tribunal
administrativas internas sem a obtenção da de Contas da União – TCU.
4Controle e
prestação de contas reclamada, não saneamento
da irregularidade constatada, nem o ressarcimento Finalidades:
fiscalização na do prejuízo levantado;
gestão dos recursos a) obstar novos repasses de recursos públicos,
c) Instrumento de controle administrativo saneador mediante registro da inadimplência do devedor
e, ao mesmo tempo, sancionador (busca responsável;
5
Providências
reparar as irregularidades e o prejuízo e imputar
responsabilidade ao agente causador do dano,
b) obter do agente responsável o ressarcimento do
administrativas prejuízo, na via administrativa ou por meio judicial,
internas visando condenando-lhe ao ressarcimento do prejuízo e
inclusive, por execução do acórdão condenatório
à regularização da aplicando-lhe multa);
situação verificada do TCU decorrente do julgamento da TCE;
e a reparação do
prejuízo ao erário d) Na execução direta do orçamento, representa um
c) responsabilizar, por meio do julgamento das
insucesso contratual, e na indireta, um fracasso
contas especiais, e aplicar sanções administrativas
na aplicação de verbas federais transferidas para
6
Fase interna
execução descentralizada de ações e programas;
aos responsáveis (individuais e solidários) ou a
seus representantes legais, previstas na Lei nº
da TOMADA DE 8.443/1992 (Lei Orgânica do TCU); e
CONTAS ESPECIAL

86
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

d) servir de instrumento de retroalimentação do Interno do TCU passaram a regulamentar e dar fundamento


planejamento e correção de falhas constatadas a jurídico ao processo de TCE.

1
partir do exame de casos concretos de insucessos
Iniciamos, com a Constituição Federal de 1988, que em seu
na execução de contratos e de programas e ações
APRESENTAÇÃO art. 71, inciso II, trata do julgamento pelo TCU das contas
orçamentárias descentralizadas às entidades
daqueles gestores que derem causa a perda, extravio ou
executoras beneficiárias.
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Eis aqui
2
Características
Ressaltamos que, por ser uma medida de exceção, nunca
deve ser instaurada a TCE antes de esgotadas todas as
a definição do órgão competente para julgar a TCE, de alguns
motivos para a instauração da TCE e daqueles passíveis de
do instrumento
de repasse
possibilidades de ressarcimento, adequação de objetos ou responsabilização.
realização de acordos, como termos de ajuste de conduta,
Mesmo antes da Constituição vigente, o Decreto-Lei
parcelamentos de débito, entre outros. Tal fato deve estar

3
nº 200/1967, que dispõe sobre a organização da Administração
evidenciado no processo para que o Tomador de Contas
Federal e estabelece diretrizes para a reforma administrativa,
Visão geral do consiga verificá-lo e possa ter todos os pressupostos para
já prescrevia, em seu art. 84, hipóteses de instauração da TCE
macroprocesso de prosseguimento do processo.
ressarcimento pela autoridade administrativa competente.

O Decreto nº 93.872/1986, que versa sobre a unificação dos


6.2 Legislação Aplicada à TCE
4Controle e A legislação nacional, há muito tempo, já tratava da TCE em
recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualizou e consolidou a
legislação pertinente, até então, e também contemplou, no art.
fiscalização na 148, motivos ensejadores de TCE e responsabilização do agente
gestão dos recursos
caso de prejuízo à União. O Código de Contabilidade da União
que cometer qualquer irregularidade de que resulte prejuízo
(Decreto nº 4.536, de 28/01/1922) já previa na redação original
à Fazenda Nacional. Também no art. 153, § 2º, estabeleceu o
dos arts. 90, § 2º e 97:

5
prazo de 30 dias para a remessa da TCE ao TCU.
“No caso de desfalque ou desvio de bens da União, a
Providências tomada de contas deverá ser iniciada imediatamente, A Lei Orgânica do TCU (Lei nº 8.443/1992) disciplina, em vários
administrativas
internas visando
a fim de se apurar a situação do responsável”. [...] de seus dispositivos, assuntos afetos à TCE:
à regularização da “Organizados os processos de tomada de contas, serão
situação verificada eles remetidos ao Tribunal de Contas para julgamento, a) fatos ensejadores, objetivos, responsabilidade ativa
e a reparação do
prejuízo ao erário
a fim de ser o responsável julgado quite, em credito e passiva e encaminhamentos (art. 8, §§ 1º, 2º e 3º);
ou em debito com a Fazenda Nacional. Neste último
caso, não acudindo o responsável ou seus herdeiros ou b) elementos da TCE (art. 9º, incisos I ao IV);

6
Fase interna
fiadores, proceder se-á à alienação administrativa da
caução, prosseguindo-se na execução da sentença”. c) conversão de processo de fiscalização em TCE
(art. 47);
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL Mais recentemente, diversos dispositivos vigentes presentes,
na Constituição Federal, em leis, decretos, nas instruções d) responsabilidades do controle interno (art. 50,
normativas, em portarias interministeriais e no Regimento inciso III); e

87
MINISTÉRIO DA SAÚDE | FUNDO NACIONAL DE SAÚDE MANUAL DE RESSARCIMENTO FUNDO A FUNDO

e) arquivamento da TCE por racionalidade g) instauração da TCE em casos de irregularidades


administrativa e economia processual e sem afetas às transferências federais passíveis de TCE

1
cancelamento do débito (art. 93). (art. 254, § 3º).

APRESENTAÇÃO Por sua vez, o Regimento Interno do Tribunal (Resolução TCU nº A Lei nº 10.180/2001, que organiza e disciplina os Sistemas de
155/2002, alterado pela Resolução 246/2011), replica dispositivos Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração
tratados na LOTCU, anteriormente citados (art. 197, § 1º, art. Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle
2
Características
199, § 1º, art. 213, e art. 252, parágrafo único) e disciplina outros
institutos da TCE:
Interno do Poder Executivo Federal, estabeleceu, no art. 18,
inciso V, a competência dos órgãos setoriais de contabilidade
do instrumento
de repasse
em relação às tomadas de contas especiais, sendo tal
a) pressupostos de constituição e esgotamento das
competência explicitada no Decreto nº 6.976/2009, que
medidas administrativas do tomador de contas
regulamentou a lei em questão.

3
especial e do controle interno (art. 197, § 2º);
Já o Decreto nº 3.591/2000, alterado pelo de nº 4.304/2002,
Visão geral do b) dispensa da instauração diante de ausência de
macroprocesso de
estabelece, em seu art. 15, § 6º, que as unidades de auditorias
má-fé do agente e do pronto ressarcimento do
ressarcimento internas dos órgãos e entidades deverão emitir parecer sobre
dano (art. 197, § 3º);
as tomadas de contas especiais.
c) composição de elementos que permitam juízo
4Controle e
acerca da responsabilidade ou não pelo dano
verificado (art. 198);
Ainda sobre as competências do controle interno, o art. 19, da
Lei nº 10.683/2003 (atual art. 51, § 6º, da Lei 13.844/2019) trata
fiscalização na da obrigação dos titulares dos órgãos do sistema de Controle
gestão dos recursos Interno do Poder Executivo Federal de cientificar o Ministro de
d) hipóteses de arquivamento do processo de
TCE sem cancelamento do débito, pedido do Estado da CGU/PR a respeito dos atos ou fatos resultantes

5 responsável para desarquivamento, de anexar a em tomadas de contas especiais simplificadas extintas com
TCE e julgar em conjunto com as contas anuais o advento da IN TCU nº 56/2007.
Providências
administrativas do órgão ou entidade instauradora (art. 199, §§
internas visando
Nos dias de hoje, tais processos podem ser entendidos como
2º, 3º e 4º);
à regularização da dano ao erário, que em razão do valor de alçada, não resultam
situação verificada
e a reparação do e) poder regulamentar do TCU visando à em TCE, mas são informados no respectivo relatório de gestão.
prejuízo ao erário
simplificação, formalização, trâmite e celeridade
Sobre responsabilização em sede de TCE, não podemos
do julgamento da TCE (art. 200);
deixar de mencionar a Decisão Normativa TCU nº 57/2004,
6
Fase interna
f) arquivamento da TCE, sem julgamento do mérito,
por ausência de pressupostos de constituição e
que estabelece a possibilidade de responsabilizar, em sede
de tomada de contas especial, Estados, Distrito Federal e
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL de desenvolvimento (art. 212); e Municípios, em solidariedade com o agente público responsável,
por aplicação irregular de recursos federais em benefício dos
referidos entes da federação.

88
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O art. 26-A da Lei nº 10.522/2002 (§ 1º ao 10), em prestígio aos certificadoras devem manter a guarda dos documentos
princípios da continuidade administrativa e da proteção ao comprobatórios de cada exercício, incluídos os de natureza

1
patrimônio público, estabeleceu dispositivos a respeito da sigilosa, pelo prazo mínimo de cinco anos a conta do
responsabilização de gestores sucessores e antecessores em encerramento do exercício financeiro, sob pena da instauração
APRESENTAÇÃO
razão da omissão do dever de prestação de contas ou de sua de tomada de contas especial para a apuração dos fatos,
rejeição, e adotou a TCE como uma medida administrativa identificação dos responsáveis e quantificação do dano ao

2
de resguardo ao patrimônio público. erário, se for o caso.

Características Também participou da produção normativa a Por fim, o TCU editou os Enunciados das Súmulas nºs 098, 132,
do instrumento
de repasse
Secretaria-Executiva da Controladoria-Geral da União – SE/ 134, 186, 187, 227, 230, 282 e 286, tratando, respectivamente, de:
CGU-PR, que publicou a Portaria CGU nº 807, de 25/4/2013,
a) citação do responsável;
sendo posteriormente revogada pela Portaria CGU nº 1.531 de

3
Visão geral do
01/07/2021, que orienta tecnicamente os órgãos e entidades
sujeitas ao Controle Interno do Poder Executivo Federal a
b) racionalização administrativa e simplificação
processual;
macroprocesso de instauração e a organização da fase interna do processo
ressarcimento c) débitos provenientes de relação trabalhista;
de TCE.

Além das normas esparsas em relação à TCE, o TCU com d) alcance da TCE sobre os coautores do crime de

4Controle e
fundamento no seu poder regulamentar sobre as matérias
que lhe compete, editou a Instrução Normativa nº 71/2012,
peculato;

fiscalização na e) dispensa da TCE, quando o responsável não for


atualizada pelas INs TCU nº 76/2012, nº 85/2020 e nº 88/2020,
gestão dos recursos agente público;
que, completada com as Decisões Normativas TCU nº 155/2016
e nº 185/2020, consideramos ser as normas base e específicas f) recolhimento parcial do débito por um dos

5
Providências
sobre o processo de tomada de contas especial. devedores solidários;

administrativas
Com o advento do Sistema e-TCE, o Tribunal publicou a Portaria g) responsabilização do prefeito sucessor pelo dever
internas visando TCU nº 122, de 20/4/2018, que dispõe sobre a implantação e a de prestar contas de recursos federais aplicados
à regularização da
situação verificada operacionalização do sistema informatizado de tomada de por seu antecessor;
e a reparação do contas especial.
prejuízo ao erário h) imprescritibilidade das ações de ressarcimento
A instrução normativa TCU nº 84/2020, que estabelece normas contra agentes causadores de dano ao erário; e

6
para a tomada e prestação de contas dos administradores e
responsáveis da Administração Pública Federal, para fins de i) responsabilidade solidária dos administradores e
Fase interna
julgamento pelo TCU, revogou a IN TCU nº 63/2010. da pessoa jurídica de direito privado beneficiária
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL de transferências voluntárias em razão de dano
Em seu art. 34, caput e parágrafo único, estabeleceu que ao erário.
as unidades prestadoras de contas (UPC) e as instituições

89
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6.3 Responsabilidade do Tomador de Contas e a pessoa física ou jurídica incluída na lide do


esgotamento de medidas administrativas. processo;

1
APRESENTAÇÃO
O tomador de Contas Especial é uma função desempenhada
d) Solicitar Documentação comprobatória:
O Tomador de Contas pode/deve solicitar
pelo Coordenador de Contabilidade do Fundo Nacional de
documentação comprobatória necessária à
Saúde, o qual tem a responsabilidade de averiguar a correta
elucidação dos fatos narrados nos autos;
2
Características
instrução, constituição do processo, adequação do processo
aos princípios fundamentais da Tomada de Contas especial. e) Devolver para ajustes: O Tomador de Contas
do instrumento deve devolver quantas vezes forem necessárias
de repasse Para que esta função seja desempenhada a contento e
os processos que estejam mal instruídos ou mal
de forma a minimizar os retornos de processo, bem como
organizados, tanto na constituição formal do
aumentar a efetividade, o tomador de contas tem algumas

3
processo como em sua lógica dos fatos;
prerrogativas como:
Visão geral do f) Negar a instauração: Quando o fato ali apontado
macroprocesso de a) Diligenciar: A qualquer momento da fase anterior
ressarcimento
nos autos já for objeto de outras instaurações
ao encaminhamento do processo à CGU e após
ou quando a competência não for deste órgão
uma possível devolutiva de qualquer órgão de
executivo;
controle, o Tomador de Contas pode diligenciar
4Controle e
o setor competente a esgotar as medidas
administrativas saneadores sobre quaisquer
g) Auxílio as Secretaria finalísticas: O Tomador de
Contas deve auxiliar as Secretarias finalísticas
fiscalização na
gestão dos recursos obscuridades que possam existir sem que isso na organização e constituição dos processos,
possa ser desfigurado como um retardamento respeitadas a segregação de função entre a
do andamento do processo; Secretaria que esgota as medidas administrativas
5
Providências
b) Questionar: O Tomador de Contas pode questionar
e o tomador de contas, que revisa, verifica,
questiona o processo de cobrança e elabora o
administrativas métodos e cálculos que foram realizados pela
internas visando
relatório de envio deste aos órgãos de controle; e
Secretaria competente durante o esgotamento
à regularização da
situação verificada das medidas administrativas saneadoras, para que h) Retroalimentação de informações de controle:
e a reparação do
prejuízo ao erário
não reste duvida do valor, da responsabilização, No ministério da Saúde temos dois setores mais
dos fatos e das condutas apuradas; experientes para retroalimentar a execução dos
recursos e das políticas públicas de saúde, são
6
Fase interna
c) Sugerir/Retirar/incluir Responsabilização: O
Tomador de Contas pode/deve questionar a
elas: DENASUS e FNS, pois são as áreas que mais
se deparam com os processos em que a política
da TOMADA DE responsabilização sempre que esta estiver sem
CONTAS ESPECIAL pública falha.
nexo de causalidade ou quando dentro do
processo não reste comprovada a ligação entre

90
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Ressaltamos que a função do Tomador de Contas junto às


Secretarias é de parceria, mas, ao mesmo tempo, a função

1
exercida verifica todas as informações e solicita as correções,
tendo em vista que o trabalho bem feito e realizado com
APRESENTAÇÃO
segurança é corroborado por todos ao final da assinatura do
relatório do tomador de contas especial.

2
Características 6.4 Prazos de instauração
do instrumento
de repasse
Na presença de fatos ensejadores da TCE, alguns prazos devem
ser observados para a adoção de medidas administrativas

3
Visão geral do
(procedimentos) antes e depois da instauração da TCE. No
quadro abaixo informamos os principais prazos aplicados
macroprocesso de às TCEs:
ressarcimento

4Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
6.5 Composição do processo de TCE
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário O processo de TCE é instruído pela Secretaria finalística
ou auditoria interna do Ministério com as evidências e
comprobatórios dos fatos irregulares ali narrados. A composição
6
Fase interna
do processo segue o motivador da irregularidade. Apesar de
existir um Checklist básico de documentação comprobatória
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL (https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-
-fiscalizacao/tomadas-de-contas-especiais/checklist-para

91
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emissao-de-certificados-e-parecer), inevitavelmente As devoluções realizadas pela CCONT/FNS devem ser atendidas


necessitamos de mais documentos comprobatórios no ou justificadas na maior brevidade possível, considerando que

1
processo, especialmente aqueles que corroboram com a os prazos para instauração não estão suspensos.
comprovação da irregularidade, identificação do responsável,
APRESENTAÇÃO Caso a Secretaria não atenda ou justifique os itens apontados
nexo de causalidade dos fatos, dentre outros.
na diligência realizada pela CCONT/FNS, a situação vai ser
Deve-se atentar, ainda, para a necessidade da correta relatada como ressalva no relatório do tomador de contas
2
Características
organização dos processos no SEI, a indicação dos fatos
cronologicamente alinhados, o acostamento de documentos
especial e haverá comunicação do não atendimento e da
situação encontrada à Controladoria Geral da União e ao
do instrumento
de repasse
válidos, bem como a separação dos documentos de forma Tribunal de Contas da União, para que tomem ciência e
a facilitar a transposição destes ao e-TCE. providencias junto ao Ministério da Saúde.

3
Ressaltamos que o tomador de contas tem a prerrogativa e
6.6 Verificar se estão presentes os pressupostos o dever de questionar, sugerir, rever, alertar, alterar qualquer
Visão geral do
macroprocesso de
para instaurar TCE ponto divergente ou sem nexo no processo de tomada de
ressarcimento contas especial.
A competência para verificar a existência e a coerência dos
pressupostos no processo é do Tomador de Contas (CCONT/
4Controle e
FNS), sendo-lhe conferida a prerrogativa explicitada no item
6.3 deste manual, no qual todo o processo tem que passar
6.8 Notificação aos responsáveis

fiscalização na Ao contrário do que se imagina, a notificação se dá ao final


gestão dos recursos
pelo crivo do tomador, que, por sua vez, corrobora com o
do processo quando já está elucidado o fato motivador, os
entendimento contido no processo no ato da elaboração e
responsáveis, o valor e o nexo de causalidade (conduta e fato).
assinatura do relatório do tomador de contas.

5
Para fins de parametrizar os itens relacionados à notificação,
temos a Decisão Normativa nº 155, de 23/11/2016, que traz, em
Providências
administrativas 6.7 Realização de diligências à Secretaria de seus quadros 1, 2 e 3, exemplos de ofícios para saneamento de
internas visando origem medidas administrativas, elementos essências da notificação
à regularização da
situação verificada de cobrança e validade da notificação respectivamente.
e a reparação do Conforme descrito nas prerrogativas do tomador de contas,
prejuízo ao erário
combinado com os prazos, o tomador de contas especial
deve diligenciar a Secretaria finalística responsável pelo
6.9 Elaboração do Relatório do Tomador de Contas

6
Fase interna
esgotamento das medidas administrativas sobre qualquer
obscuridade que exista no processo administrativo.
O Relatório do Tomador de Contas é o marco inicial da
da TOMADA DE autuação da TCE por parte da CCONT/FNS, neste momento,
CONTAS ESPECIAL foram verificados todos os pressupostos de admissibilidade

92
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do processo e o tomador de contas corroborou com os devem constar da TCE, de acordo com as malhas
documentos e relatos dos autos ou já realizou as ressalvas. definidas para cada origem de recursos;

1
APRESENTAÇÃO
O Relatório do Tomador simplifica e resume, em um único
documento, todas as informações relevantes do processo em
b) Integração com as bases dos sistemas SIAFI/
SICONV – A integração com sistemas estruturantes
obediência a todos os princípios norteadores da administração da administração permite expressivo ganho de
pública e da Tomada de Contas Especial. tempo na instauração de TCE e reduz as chances
2
Características
O Relatório do Tomador somente é assinado após autorização
de incorreções na reprodução de informações. O
sistema e-TCE é integrado, ainda, com o Sistema
do instrumento expressa da DEFNS, e após este procedimento, a CCONT/FNS
de repasse
Informatizado de Controle de Óbitos (SISOBI) e
tem 5 (cinco) dias úteis para incluir documentação no e-TCE.
o cadastro de CPF e CNPJ da base da Receita
Federal do Brasil;  

3
Visão geral do
6.10 Inserção dos dados no Sistema e-TCE c) Informação e retroalimentação da política
macroprocesso de
pública – Com o sistema, passa a ser possível
O sistema e-TCE tem por objeto a instauração, a tramitação e
ressarcimento o gerenciamento dos dados produzidos pelo
a autuação de processos de TCE, bem como o cadastramento
conjunto das tomadas de contas especiais,
de débitos resultantes de dispensa de instauração de TCE,
Relatórios e indicadores gerados pelo e-TCE os
4Controle e
nos termos do art. 6º, incisos I e II, da IN-TCU nº 71, de 28 de
novembro de 2012, e § 4º do art. 11 da DN-TCU nº 155/2016.
quais contribuirão para melhorias na formulação
e execução da política pública;
fiscalização na
gestão dos recursos Trata-se de iniciativa institucional do Tribunal de Contas da
d) Objetividade na responsabilização – As
União, realizada em parceria com a Controladoria-Geral da
funcionalidades desenvolvidas permitem
União - CGU, visando à melhoria da gestão do processo de
5
maior objetividade na inserção de informações
tomada de contas especial.
referentes à responsabilização (irregularidade,
Providências
administrativas Entre os benefícios previstos com a implantação do sistema responsável, conduta, dano). A proposta é que o
internas visando
destacam-se: sistema subsidie o instaurador na identificação
à regularização da
situação verificada dos elementos que devem estar presentes na TCE
e a reparação do a) Qualidade e integridade do dado - O sistema é e contribua com a elaboração de um processo
prejuízo ao erário
organizado considerando a origem dos recursos de maior qualidade;
objeto da TCE (transferências discricionárias,

6 transferências legais, fundo a fundo, aplicação e) Desburocratização e rapidez – Após a conclusão


direta ou incentivos fiscais), o que sinaliza os dados dos trabalhos concernentes a cada instância, o
Fase interna
da TOMADA DE e peças que devem ser inseridos no processo, processo é automaticamente disponibilizado ao
CONTAS ESPECIAL
de modo a orientar o instaurador, inclusive, setor ou órgão seguinte, o que resulta em maior
em relação aos documentos obrigatórios que rapidez no trâmite processual;

93
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f) Visão integrada do fluxo de tramitação do Tela 1: Dados iniciais do processo, da UG instauradora, do


processo de TCE e dos seus desdobramentos - motivador da irregularidade do processo.

1
Os agentes passam a acompanhar o processo
desde a instauração até o seu julgamento no TCU,
APRESENTAÇÃO
o que evita o dispêndio de tempo com pesquisas
manuais para verificação de seu andamento; e

2
Características
g) Identificação de débitos decorrentes da aplicação
do art. 6º, incisos I e II, da IN TCU 71/2012 e
do instrumento
de repasse
coordenação das ações desenvolvidas pelo TCU
e pela AGU com base nos registros e documentos
concernentes.

3
Visão geral do
A Presidência do Tribunal de Contas da União editou a
macroprocesso de
Portaria-TCU nº 122, de 20 de abril de 2018, que dispõe sobre
ressarcimento a implantação e a operacionalização do sistema e-TCE, além
de tornar obrigatória a instauração de tomada de contas Tela 2: Dados cadastrais do recebedor dos recursos, valores
especial por meio eletrônico a partir de 1º de julho de 2018. e identificação orçamentária bem como objeto do repasse.
4Controle e
Abaixo temos as telas de cadastro do processo em sequência
fiscalização na de inserção. São 9 etapas a serem cumpridas tanto para a
gestão dos recursos Tomada de Contas Especial como para o Cadastramento
de Débito.

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

94
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Tela 3: identificação dos responsáveis, com seus CPF ou CNPJ. Tela 5: As notificações já incluídas na tela anterior são
relacionadas com os responsáveis da tela 3.

1
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
macroprocesso de
ressarcimento

Tela 4: anexação de toda documentação pertinente e relevante

4Controle e
do processo, sendo ela obrigatória ou justificável. A falta de
anexação da documentação obrigatória trava o andamento
fiscalização na do processo.
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

95
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1
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
macroprocesso de
ressarcimento

4Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

96
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Tela 6: Nesta tela são relacionadas as irregularidades ao debito


e aos responsáveis.

1
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

3
Visão geral do
macroprocesso de
ressarcimento

4Controle e
fiscalização na
gestão dos recursos

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

97
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Tela 7: Tela demonstrativa do debito do processo. Tela 9: Tela final onde são conferidas as informações do
processo e realizado o envio definitivo do processo para o

1
cadastramento de debito (AGU) ou ao controle interno do
poder executivo (CGU).
APRESENTAÇÃO

2
Características Tela 8: Nesta tela existe a possibilidade de utilizar o relatório do
do instrumento
de repasse
tomador de contas que o sistema fornece (não recomendado)
ou anexação do relatório do tomador devidamente assinado
pelo Chefe de Divisão de Tomada de Contas Especial e o

3
Visão geral do
Coordenador de Contabilidade.

macroprocesso de
ressarcimento

6.11 Encaminhamento à CGU via Sistema e-TCE


4Controle e Após o término do cadastro do processo junto ao sistema
fiscalização na
gestão dos recursos e-TCE, nos casos em que existir o enquadramento em TCE,
o processo será encaminhado via sistema à Controladoria
Geral da União – CGU, onde será reanalisado, e caso não haja
5
Providências
nenhuma pendencia, será encaminhado para Pronunciamento
Ministerial junto ao ministro de Estado da Saúde. A CGU, ao
administrativas
internas visando analisar um processo de TCE do FNS, emite quatro documentos:
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

98
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a) Checklist do Controle Interno: Verificação da 6.12 Autuação da TCE junto ao Tribunal de Contas
documentação inserida no sistema e do nexo da União

1
de causalidade;
Após o pronunciamento ministerial, assinado pelo Ministro de
APRESENTAÇÃO b) Relatório do Controle Interno: Atesta e verifica
Estado, o processo é encaminhado via sistema ao Tribunal de
se o processo possui os pressupostos de
Contas da União – TCU. Abaixo segue o modelo do documento
procedibilidade junto à legislação vigente;
2
Características
c) Certificado do Controle Interno: Certificação
assinado pelo Ministro de Estado:

do instrumento da irregularidade das contas após análise do


de repasse processo de tomada de contas especial; e

d) Parecer do Controle Interno: Parecer da CGU


3
Visão geral do
atestando e concluindo pela irregularidade
demonstrada no processo e encaminhando
macroprocesso de
ressarcimento
ao Ministro de Estado para colhimento do
pronunciamento ministerial.

Cabe ressaltar que a CGU pode devolver o processo ao


4Controle e
tomador de contas para ajustes que porventura achar
necessários. Nessa hipótese, juntamente com a Secretaria
fiscalização na
gestão dos recursos finalística, temos 60 dias para resposta definitiva.

5
Providências
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

99
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1
APRESENTAÇÃO

2
Características
do instrumento
de repasse

Neste momento o processo é registrado no TCU e recebe um número conforme

3
Visão geral do
se segue:

macroprocesso de
ressarcimento

4Controle e A partir deste momento se encerra a fase interna do processo de TCE e se inicia
fiscalização na a fase externa. Na fase externa do processo, nenhuma medida de esgotamento
gestão dos recursos
pode ser realizada pelo Ministério, pois neste momento o processo passa a ser de
responsabilidade e competência do TCU.

5
Providências
Portanto, todo questionamento das partes do processo deve ser direcionado
àquela corte de contas.
administrativas
internas visando
à regularização da
situação verificada
e a reparação do
prejuízo ao erário

6
Fase interna
da TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL

100

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