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Apostila Nova Concursos - IBGE 2021
Apostila Nova Concursos - IBGE 2021
exercícios
= Língua Portuguesa
= Matemática e Raciocínio Lógico
= Ética no Serviço Público
= Geografia
= Conhecimentos Gerais
conteúdo
ON-LINE
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Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística
IBGE
Agente de Pesquisa e Mapeamento e
Agente de Pesquisa por Telefone
NV-007MR-21
Cód.: 7908428800260
Obra Produção Editorial
Carolina Gomes
IBGE Josiane Inácio
Roberth Kairo
Saula Isabela Diniz
Autores
Diagramação
Dayverson Ramon
Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes
Capa
Projeto Gráfico
Edição:
Março/2021
disponíveis online para este livro em nossa plataforma: 5 horas
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Código Bônus
Digite o código que se encontra atrás da NV-003MR-20
apostila (conforme foto ao lado)
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS ................................. 9
PORCENTAGENS ................................................................................................................................ 80
EQUIVALÊNCIAS .............................................................................................................................................106
ORIENTAÇÃO ..................................................................................................................................................154
LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................................................154
REPRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................................158
GLOBALIZAÇÃO ...............................................................................................................................196
CONSEQUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO.........................................................................................................197
O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.......................................................................................................219
A DEDUÇÃO
Dica
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
tos para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos a partir de uma informação que jul-
ga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre
o processo de interpretação por dedução. Conforme,
Kleiman (2016, p. 47):
Esses sete passos podem ser encontrados no seguin- Narrador: também conhecido como foco narrativo é o respon-
sável por contar os fatos que compõem o texto.
te exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...”
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O
- narrador participa dos fatos.
tual narrativo. Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O nar-
rador tem propriedade dos fatos contados, porém não participa
das ações.
Era um garoto que como eu
1. Situação inicial: Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em 3ª ou
Amava os Beatles e os Rolling Stones
predomínio de
Girava o mundo sempre a cantar 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não participa
equilíbrio;
As coisas lindas da América das ações, porém o fluxo de consciência do narrador pode ser
Não era belo, mas mesmo assim exposto, levando o texto para a 1ª pessoa.
Havia uma garota am
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane, Yesterday Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
2. Complicação: predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-
Cantava viva à liberdade
início da tensão
Mas uma carta sem esperar -
Da sua guitarra, o separou mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
outras sequências em sua composição.
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax; Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Lutar com vietcongs -
Era um garoto que como eu ção nas marcas que predominam no texto.
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução; Após demarcarmos as principais características do
Girava o mundo, mas acabou tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Fazendo a guerra no Vietnã -
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
da como descritiva.
Um instrumento que sempre dá
6. Situação nal; Descritivo
A mesma nota,
7. Avaliação;
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas O tipo textual descritivo é marcado pelas formas
Só gente morta caindo ao chão nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili-
Ao seu país não voltará
zam esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequên-
Pois está morto no Vietnã cia descritiva como suporte para um propósito maior.
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
8. Moral. te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
Stop! Com Beatles songs
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impres-
Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020. sões a respeito de alguns aspectos do território que
viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
-
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
ção linguística que são caracterizadas por: Presença que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
de marcadores temporais e espaciais; verbos, pre- entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim
dominantemente, utilizados no passado; presença nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com
de narrador e personagens. uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tin-
gida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor
natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas
Importante! assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergo-
nhas tão nuas, e com tanta inocência assim descober-
Os gêneros textuais que são, predominantemen-
tas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.
te, narrativos, apresentam outras tipologias tex-
12 tuais em sua composição, tendo em vista que (https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A
carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa
e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se
um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio abaixo:
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte:https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/lha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-
pai-a-vender-na-web.ghtml 13
Note que há presença de muitos adjetivos, locu- -
ções, substantivos que buscam levar o leitor a ima- tinentes sobre o panorama mundial da situação da
ginar o objeto descrito. O gênero acima apresenta a água no ano de 2016. O gênero foi construído com o
descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
etc) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de tema “tratado, e para isso,” o autor dispõe, além da
queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para
está organizado de forma esquematizada em seções atingir esse objetivo.
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira Assim como os tipos textuais apresentados ante-
que facilita a leitura (o pedido, no caso) do cliente. riormente, os textos expositivos também apresentam
Organização do texto descritivo: uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
para a argumentação, uma vez que o fato exposto
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
sobre uma questão não é posto em debate.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte-
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
Expositivo
z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a sença de verbos de estado;
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
textual, é muito comum a presença de dados, informa- organizam a informação;
z Desenvolve-se mediante uso de recursos
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para lus- enumerativos;
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: z
e Comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao
Instrucional ou Injuntivo
defendido pelo autor de maneira contextualizada. No semelhanças entre uma notícia e um artigo de opi-
segundo e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar nião, por exemplo, e também, é fundamental identi-
estratégias argumentativas para sustentar o seu ponto
- desses gêneros com termos diferentes.
Esse ponto de interseção é o que podemos estabe-
a outras áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o
- um gênero textual.
ta possíveis soluções para o problema em questão. Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p.71),
Outro aspecto importante dos textos argumentati- o ponto de interseção que estabelece sobre qual
vos é que eles são compostos por estruturas linguísti- gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de
cas conhecidas como operadores argumentativos, que
organizam as orações subordinadas, estruturas mais estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam
comuns nesse tipo textual. sujeitos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro 15
um gênero é o papel social, marcado pelos compor- teor social desses elementos, e estabelecendo a impor-
tamentos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem tância de um indivíduo adquirir o hábito da leitura, pois
vive em sociedade e, portanto, precisa se fazer com- quanto mais se lê, a mais gêneros se é exposto.
preender tão bem quanto ser compreendido. Portanto, a partir de todas essas informações
Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife-
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos maneira resumida, os gêneros textuais são ações
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- linguísticas situadas socialmente que servem a
propósitos especícos e são reconhecidos pelos
fator social dos gêneros textuais também irá direcio- seus traços em comum. A seguir demonstramos uma
- tabela com as características básicas para a correta
ses elementos, justamente devido à dinâmica social
em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de
alterações em sua estrutura.
GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo,
z Ações sociais;
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem- z Ações com conguração prototípica;
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade;
z O propósito de uma ação social;
aconteceu com o anúncio, apresentado a seguir, da z Divididos em classes.
loja O Boticário:
Outra importante característica que devemos refor-
existem inúmeros. Justamente pelo fato de os gêneros
sofrerem com as relações sociais, que são instáveis, não
há um número exato de gêneros textuais que possamos
estudar, diferentemente dos tipos textuais.
O gênero anúncio apresenta uma clara referên- Estabelecem uma função Organizam os gêneros
cia ao gênero contos de fada, porém, a estrutura des- social. textuais
se gênero que é, predominantemente, narrativo foi
propósito do anúncio fosse
alcançado, ou seja, persuadir o leitor e leva-lo a adqui-
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
rir os produtos da marca. No caso do gênero anún-
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o
estrutura básica é uma estratégia que é estabelecida a
na resolução de questões que envolvam esse assun-
to. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais
qual seja: vender um produto.
A partir desses exemplos, já podemos enumerar gêneros textuais abordados em importantes bancas
mais algumas características comuns a todos os tipos de concursos no país. Posteriormente, trazemos ques-
tões de provas de concursos anteriores que irão nos
de gêneros textuais: presença de aspectos sociais e o
propósito de um gênero, para alguns autores, como auxiliar a praticar esse conteúdo.
Swales (1990), chamado de propósito comunicativo. NOTÍCIA
Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea-
lizar um objetivo ou objetivos, então, ele sustenta a A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e,
posição de que o propósito comunicativo é o critério como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira
de maior importância, pois é o que motiva uma ação e objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequên-
é vinculado ao poder do autor. cias textuais narrativas e descritivas na sua composição
- linguística, por isso, é fundamental sempre termos em
do como tal, é amparado por um protótipo textual, o mente as características basilares de todos os principais
qual também pode ser reconhecido como estereótipo tipos textuais, os quais tratamos anteriormente.
textual, que resguarda características básicas do gêne- Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne-
ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio- ros textuais possuem características que os distinguem
dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo a
fada tanto na porção textual do anúncio que começa questões sociais, ter um propósito comunicativo e apre-
com a frase: “era uma vez...” quanto pelas imagens
que remetem ao conto da “Branca de Neve”. varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os Por ser um gênero, a notícia também apresenta
falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e essas características, seu propósito comunicativo é
também a escrever esse gênero quando necessita. Isso informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
torna a característica da prototipicidade tão importan- resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a
16 Ademais, os traços estereotipados de um gênero devem transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra
- Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou
ração prototípica, seu padrão textual reconhecido por buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar
leitores de uma comunidade. nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por
- isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia. tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro-
totípico desse gênero:
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre
um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingre-
Casal suspeito de assaltos é preso após Manchete
colidir carro na contramão enquanto fugia diente” dos textos desse gênero que são representados,
da polícia, em Fortaleza predominantemente, pela sequência argumentativa.
É importante relembrarmos que o tipo textual argu-
Foram apreendidos três aparelhos celu- Lead
mentativo é organizado em três macro partes: tese,
lares roubados e uma arma de fogo com
desenvolvimento e conclusão (conferir no capítulo ante-
seis munições.
rior). Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-
Um casal suspeito de realizar assaltos foi Corpo -se em temas sociais de ampla repercussão e interesse do
preso após capotar um carro ao dirigir na da Notícia público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista
contramão enquanto fugia da polícia na que a notícia busca apenas a divulgação da informação.
tarde deste domingo (13), no Bairro Henri- Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
que Jorge, em Fortaleza.
tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
Uma das vítimas, que preferiu não se iden-
como a televisão, o computador, o tablet, o celular.
ticar, disse que os assaltantes dirigiam
As reportagens têm um caráter de “matérias espe-
em alta velocidade pelas ruas após abor-
dar de forma fria os pertences. “A mulher ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
estava conduzindo o carro e o comparsa podem ser veiculadas em suportes escritos, como
dela abordava as pessoas colocando a revistas e jornais, apesar de, com o avanço do uso das
arma na cabeça”, armou. redes sociais, estas são os principais meios de divulga-
ção desse gênero atualmente.
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acessado em: 14/09/2020.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja tagem apresenta informações mais detalhadas sobre
seu propósito de informar, é fundamental que o autor
-
nar seu texto imparcial e objetivo: -
trua sua própria opinião sobre o tema.
A despeito dessas diferenças na construção dos
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar-
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às
perguntas O Quê? Como? Por Quê? Onde? Quando?
Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto da
reportagem quanto da notícia, que se diferencia da
primeira por seu caráter essencialmente informativo.
Notícia
Apresenta um fato de forma simples e objetiva;
Objetivo é informar;
Apuração dos fatos objetiva;
Conteúdo de curto prazo;
É importante ressaltar que, com o advento das Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida
redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o (conf. acima).
gênero notícia seja divulgado por meio de platafor- Reportagem
mas diferentes, como as redes sociais. Isso democrati- Questiona fatos e efeitos de um fato determinado;
za a informação, porém também abre margem para a Apresenta argumentos sobre um mesmo fato;
criação de notícias falsas que se baseiam nesse esque-
Apuração extensa;
ma de organização das notícias para buscar alguma
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresen-
credibilidade do público. Então, atualmente, podemos
tar entrevistas, dados, imagens, etc.
para o reconhecimento de uma notícia quanto a estru-
LÍNGUA PORTUGUESA
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que Identicação da questão polêmica
Introdução
buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação alvo de debate no texto.
para analisar, avaliar e responder a uma questão con- Tese do autor (posicionamento
troversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito defendido) – Tese contrária (posi-
do discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, Desenvolvimento cionamentos de terceiros) – Acei-
principalmente, em jornais e revistas impressos ou vir- tação ou refutação – Argumentos
tuais. Com o artigo de opinião, temos a discussão de um a favor da tese do autor do texto.
problema de âmbito social. E, por meio dessa discussão,
Fechamento do texto e reforço do
podemos defender nossa opinião, como também refutar Conclusão
posicionamento adotado.
opiniões contrárias às nossas, ou ainda, podemos pro-
por soluções para a questão controversa. No processo de escrita de qualquer texto, é preci-
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi- so estar atento aos elementos de coesão que ligam as
nião é a de convencer seu interlocutor, para isso, ele ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex-
terá que usar de informações, fatos, opiniões que tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais
serão seus argumentos. BRÄKLING apud Ohuschi e atenção a esse processo; por isso, muito cuidado com
Barbosa aponta: a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que estudos de textos argumentativos, seguimos nossa
se busca convencer o outro de uma determinada abordagem, apresentando outro gênero sempre pre-
ideia, inuenciá-lo, transformar os seus valores por sente nas provas de língua portuguesa em concursos
meio de um processo de argumentação a favor de públicos: o editorial.
uma determinada posição assumida pelo produtor
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É EDITORIAL
um processo que prevê uma operação constante de
sustentação das armações realizadas, por meio Até aqui, estudamos dois gêneros com predominân-
da apresentação de dados consistentes que possam cia de sequência argumentativa. O terceiro será o edi-
convencer o interlocutor (2011. p.305). torial, gênero muito marcante no âmbito jornalístico e
que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o Como já debatemos muito sobre a estrutura dos
escritor deverá usar de diversos conhecimentos, como: textos argumentativos de uma forma geral, iremos
enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos. É nos atentar aqui para as principais características do
gênero editorial e no que ele se diferencia do Artigo
por meio da escolha de determinados recursos linguís-
de opinião, por exemplo.
ticos que percebemos que nada é por acaso, pois, a cada
escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpre-
tação presente no cotidiano da linguagem fundamenta- EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de
comunicar-se” (KOCH, 2011, p. 22). um tema atual;
Quando queremos dar uma opinião sobre determi- O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leito-
nado tema, é necessário que tenhamos conhecimento res sobre alguma temática importante;
sobre esse tema. Por isso, normalmente, os autores Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de
de artigos de opinião são especialistas no assunto por uma causa de interesse coletivo;
eles abordado. Ao escolherem um assunto, os autores Sua estrutura também é baseada em: Introdução, De-
devem considerar as diversas “vozes” já existentes senvolvimento e Conclusão!
sobre mesmo assunto. E, dependendo da intenção,
apoiar ou negar determinadas vozes. O início de um editorial é bem semelhante ao de
um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
Por isso que a linguagem utilizada pelo articulis-
ou problema social a ser debatido no texto, poste-
ta de um texto de opinião deve ser simples, direta, riormente segue-se a apresentação do ponto de vista
convincente; utiliza-se a terceira pessoa, apesar de defendido e conclui-se com a retomada da opinião
a primeira ser adequada para um artigo de opinião apresentada incialmente. A principal diferença entre
pessoal, porém, ao escolher a terceira pessoa do sin- editorial e artigo de opinião é que aquele representa
gular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
seu texto, fazendo com que sua produção textual não
EDITORIAL – MARCAS LINGUÍSTICAS
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante;
estruturação:
Linguagem clara, objetiva e impessoal.
z -
O editorial, além de ser um gênero muito comum
cedentes e alcance para situar a questão polêmica; nas provas de interpretação textual em concursos
z Tomada de posição, exposição de argumentos de públicos, também é, recorrentemente, cobrado por
muitas bancas em provas de redação. Por isso, a
z - seguir, apresentamos um breve esquema para facili-
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti- tar a escrita desse gênero, especialmente em certames
18 culadas e o texto é concluído. que cobrem redação.
EDITORIAL – ESTRUTURA TEXTUAL POR
PARÁGRAFOS como a ironia e a metáfora que auxiliam na presença
Apresentação do tema (situando o leitor)
e já com um posicionamento denido.
Parágrafo 1 que é um livro?” da escritora Marina Colasanti em
Ser didático ao apresentar o assunto ao
leitor.
desse gênero:
Contextualização do tema, comparando-o
com a realidade e trazendo as causas e
Parágrafo 2
indicativos concretos do problema. Mais O que é um livro?
uma vez, posicionamento sobre o assunto. O que é um livro? A pergunta se impõe neste
Análise e as possíveis motivações que momento em que que a isenção de impostos sobre
tornam o tema polêmico (ou justicativas o objeto primeiro da cultura e do conhecimento
Parágrafo 3 de especialista da área). É preciso trazer está em risco. Uma contribuição tributária de 12%
dados factuais, exemplos concretos que afastaria ainda mais a leitura de quem tanto pre-
ilustram a argumentação. cisa dela.
Um livro é:
Conclusivo, com o posicionamento crí- – A casa das palavras. Acabei de gravar um
Parágrafo 4 tico nal, retomando o posicionamento vídeo para jovens estudantes e disse a eles que o
inicial sem se repetir. ofício de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la,
fazer a cama das palavras, providenciar sua comi-
A seguir, apresentamos nosso último gênero tex- da, vesti-las com harmonia.
tual abordado neste material. Lembramos que o
universo de gêneros textuais é imenso, por isso, é tempo para a frente e para trás. Habitar o passa-
impossível apresentar uma compilação de estudos do ao tempo em que foi escrito. Ou revisitá-lo de
com todos os gêneros, apesar disso, trazemos aqui os
outro ponto de vista, inalcançável quando o passa-
principais gêneros cobrados em avaliações de língua
do aconteceu: o do presente, com todos os conhe-
portuguesa. Seguindo esse critério, o próximo gênero
cimentos adquiridos e as novas maneiras de viver.
[…]
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e
CRÔNICA
ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia.
Palavra e música, prosa e poesia. Luz e sombra.
-
Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de pre-
rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
- servação do alheio e ponto de encontro com nosso
nando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser núcleo mais profundo. Onde muitas portas estão
um gênero curto de cunho social voltado para temas disponíveis, para que cada um possa abrir a sua.
atuais, é muito usado em provas de concurso para
ilustrar questões de interpretação textual e também dragões enfrentam centauros. O pântano onde as
para contextualizar questões que avaliam a compe- hidras agitam suas múltiplas cabeças.
tência gramatical dos candidatos.
- foram postas nos livros que deram origem às reli-
na sobre um assunto atual e podem ser Narrativas ou giões e neles conservadas.
Argumentativas.
Fonte: https://bit.ly/2HIecxi. Acessado em:17/09/2020. Adaptado.
CRÔNICA -
CRÔNICA NARRATIVA
ARGUMENTATIVA to bem atual: o aumento da carga tributária que inci-
Defesa de um ponto de de sobre o preço dos livros. A autora apresenta sua
vista, relacionado ao as- opinião e segue argumentando sobre a importância
Limitam-se a contar fatos dos livros na sociedade com um ponto de vista ladea-
sunto em debate;
do cotidiano; do pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
Uso de argumentos e
Pode apresentar um tom -
fatos;
humorístico; tuais, é importante deixarmos uma informação rele-
Também pode ser escrita
Foco narrativo em 1ª ou 3ª vante sobre esse assunto. Para muitos autores, os
em 1ª ou 3ª pessoa;
pessoa. gêneros não apenas moldam formas de texto, mas
Uso de argumentos de
modo pessoal e subjetivo. formas de dizer marcadas pelo discurso, por isso, em
LÍNGUA PORTUGUESA
ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver- integrante em orações subs-
casa.
sidade, como demonstra a conjunção “mas”. tantivase,consequentemen-
Perguntei = isso.
te, em períodos compostos.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
COESÃO RECORRENCIAL
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre- Uso de repetições
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas,
estas ligam ideias apresentadas em orações subordi- As recorrências de repetições em textos são comu-
nadas, ou seja, orações que precisam de outra para mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa,
terem o sentido apreendido. sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
Exemplos de conjunções subordinativas atuando fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
na coesão vras e expressões! 23
No entanto, a repetição é um recurso coesivo ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
essencial para manter a progressão temática do tex- JUNTAS
to, isto é, para que o tema debatido no texto não seja
Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
perdido, levando o escritor a fugir da temática, erro
tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc.
muito pior do que o uso de repetições.
Embora também não recomendamos as repetições
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
quado em um texto, por isso apresentamos, a seguir, ca a qual a frase está inserida, vejamos um exemplo
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem”
– Errado
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES “É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
O candidato foi encontra- – Correto
do com duzentos milhões Devemos manter a organização das orações, não
Marcar ênfase
de reais na mala, duzentos podemos coordenar orações reduzidas com orações
milhões! desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-
Existem Políticos e -las ou somente desenvolvida ou somente reduzidas.
Marcar contraste
políticos. No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é
“Agora que sentei na minha a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
cadeira de madeira, junto âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
à minha mesa de madeira, mos o seguinte exemplo:
colocada em cima deste
assoalho de madeira, olho “Por um lado, os manifestantes agiram corre-
Marcar a continuidade tamente, por outro podem não ter agido errado”
minhas estantes de madei-
temática
ra e procuro um livro feito – Incorreto
de polpa de madeira para “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
escrever um artigo contra mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
o desmatamento florestal” lação” – Correto
Millôr Fernandes. “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto
Uso de paráfrase
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto
A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
Agora que já aprendemos um pouco mais sobre as
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar estratégias de coesão textual, vamos praticar nossos
sobre algo utilizando-se de outras palavras, conforme conhecimentos com algumas questões de concurso.
Antunes (2005, p.63), “alguma coisa é dita outra vez, em
outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Vejamos o seguinte exemplo:
O referido será abordado no tópico a seguir,
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
palavra.
Castelão. Ceará no Castelão.
Os artigos devem concordar em gênero e número z Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.
com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
minantes dos substantivos. Dica
-
- A forma 14 por extenso apresenta duas for-
minantes objetivos, individualizando a palavra, já os mas aceitas pela norma gramatical: catorze e
segundos funcionam como determinantes imprecisos. quatorze.
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti- z Simples:
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição. Ex.: vento, escola.
Os numerais podem ser: z Composto: -
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os substantivo. Ex.: pedra, dente.
meninos eram bons em português.
z Derivado
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma pedreiro, dentista.
série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che- z Concreto: Designam seres com independência
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar. ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio- pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no Deus, fada, carro.
novo emprego. z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali-
z Fracionários: indicam a diminuição proporcio- dade. Ex.: coragem, Liberalismo.
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço z Comum: Designam determinados seres e lugares.
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu Ex.: homem, cidade.
metade do pagamento. z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.:
Um numeral ou um artigo?
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun-
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca, manada.
A forma um pode assumir na língua a função de
podemos reconhecer cada função? É preciso observar
substantivo depende do contexto em que ele está inse-
o contexto em uso, vejamos:
rido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio).
z Durante a votação, houve um deputado que se
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
posicionou contra o projeto.
comum).
z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
cionou contra o projeto. Flexão de gênero
Na primeira frase, podemos substituir o termo um Os gêneros do substantivo são masculinos e femi-
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni-
LÍNGUA PORTUGUESA
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou formes. Os substantivos uniformes podem ser:
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
por exemplo. z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma-
Já na segunda oração, a alteração do gênero não nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
/ a cliente; o líder / a líder.
deputado, marcando a quantidade.
z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o sentam distinção entre masculino e feminino, a
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
Sobre o numeral milhão/milhares, é importante ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça
destacar que sua forma é masculina, logo, o artigo que macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
precede será sempre no masculino girafa macho / girafa fêmea. 25
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne-
z Ancião: anciãos, anciões, anciães.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
Os substantivos biformes, como o nome indi- Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
ca, designam os substantivos que apresentam duas que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.: órgãos; órfão / órfãos.
professor/professora.
Destacamos que alguns substantivos, apresentam
Plural dos substantivos compostos
formas diferentes nas terminações para designar for-
mas diferentes no masculino e no feminino:
Os substantivos compostos são aqueles formados
por justaposição e o plural dessas formas obedece às
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
seguintes regras:
designar formas diferentes no masculino e no femini- z Variam os dois elementos:
no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
substantivo + substantivo:
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Ex.: mestre-sala / mestres-salas;
Substantivo + adjetivo:
Gênero e signicação Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;
Adjetivo + substantivo:
É importante salientar que alguns substantivos Ex.: boas-vindas;
uniformes podem aparecer com marcação de gênero Numeral + substantivo:
Ex.: terça-feira / terças - feiras.
veja, por exemplo:
z Varia apenas um elemento: substantivo + prepo-
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime; sição + substantivo. Ex.: canas-de-açúcar;
z O testemunho: relato de experiência, associado a
religiões. Substantivo + substantivo (com função adjetiva).
Ex.: navios-escola.
Algumas formas substantivas mantêm o radical e Palavra invariável + palavra invariável.
Ex.: abaixo-assinados.
Verbo + substantivo.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; Ex.: guarda-roupas.
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Redução + substantivo.
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
Ex.: bel-prazeres.
Além disso, algumas palavras na língua apresen-
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
formados por verbo + advérbio e verbo + substan-
são usadas em contextos informais com gêneros dife-
rentes, é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a tivo plural cam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os
gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi- saca-rolha.
cida; o telefonema; o trema.
Algumas formas que não apresentam, necessaria- Variação de grau
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
diminuição.
Flexão de número
z Grau aumentativo: -
- xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas. Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra,
Porém, podem apresentar outras terminações: males, fogaréu, boqueirão, poetastro.
reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres-
centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, z Grau diminutivo: -
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo.
mal/males. Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL pequenina, papelucho.
-is. Ex.: coral
/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também Dica
há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas
aceitas meles e méis. O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem dos substantivos pode alterar o sentido das pala-
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es. vras, podendo assumir um valor:
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs- Afetivo: lhinha;
26 tantivos que admitem até três formas de plural: Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
O novo Acordo Ortográco e o uso de maiúsculas Quando a locução adjetiva é composta pela pre-
posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
letra maiúscula as inicias das palavras que designam: ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; zando o substantivo “abertura”.
Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
Vice-presidência. bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um demonstrando seu caráter adverbial.
nome próprio, este também deverá ser escrito com As locuções adjetivas também desempenham fun-
inicial maiúscula.
z Nomenclatura legislativa especicada deve ser numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café
escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri- com açúcar.
zes e Bases da Educação (LDB). Já as locuções adverbiais desempenham função
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de
fome; agiu com rapidez.
Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso
Adjetivo de relação
de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são aceitas as
formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e vice-pre-
No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar
sidente, porém é preciso manter a mesma forma em
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
relação”, muito cobrado por bancas de concursos,
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas: Grã-
-Bretanha, Timor-Leste.
ADJETIVOS seguintes características:
z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.
outras palavras e, a partir deles, é possível formar
z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.
novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.
z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri-
mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc. z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.
z Simples: Os adjetivos simples apresentam um z Modo: Assim, depressa, devagar etc.
único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.
z Compostos: são formados a partir da união de Novamente, chamamos sua atenção para a função
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra- que o advérbio deve exercer na oração. Como disse-
sileiro, amarelo-ouro etc.
Dica mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
O plural dos adjetivos simples é realizado da é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
mesma forma que o plural dos substantivos. As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver-
Plural dos adjetivos compostos biais ou orações adverbiais.
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin- função adequada dos advérbios:
tes regras:
z O homem morreu... de fome (causa); com sua família
z Invariável: adjetivos compostos como azul-mari- (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, z A criança comeu... demais (intensidade); ontem
cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape- (tempo); com garfo e faca (instrumento); às cla-
28 tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro. ras (modo).
Locuções adverbiais
As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura agramatical, por isso,
inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do advérbio
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -
LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO
Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
29
Advérbios e adjetivos
PRONOMES PRONOMES
PESSOAS DO CASO DO CASO
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras
RETO OBLÍQUO
invariável, confundindo-se com o advérbio. 1º pessoa do Me, mim,
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da pala- EU
singular comigo
vra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural,
2º pessoa do
TU Te, ti, contigo
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que singular
descem redondo.
3º pessoa do Se, si, consigo,
Nesse caso, trata-se de um advérbio. ELE/ELA
singular o, a, lhe
Palavras denotativas 1ª pessoa do
NÓS Nos, conosco.
plural
São termos que apresentam semelhança aos
2º pessoa do
VÓS Vos, convosco
plural
adjetivo ou advérbio.
3º pessoa do Se, si, consigo,
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que ELES/ELAS
plural os, as, lhes
geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Os pronomes pessoais do caso reto costumam
z Eis: sentido de designação; substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio-
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi
z Ou melhor, aliás, ou antes
com o namorado; Maura saiu comigo.
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas
mei-o sobre todas as questões.
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela
forma ser + que (é que). A principal característica des- z Já os que se relacionam com o objeto indireto são:
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
a ele).
faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá,
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais
não, é porque etc.
são pronomes substantivos, além disso, é importan-
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
Algumas observações interessantes posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado que exercem.
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des-
locado, em geral, separamos por vírgulas. com força e precedidos de preposição. Costumam ter
Em uma sequência de advérbios terminados com função de complemento:
-mente, apenas o último elemento recebe a
terminação destacada. z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco
(plural).
PRONOMES z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco
(plural).
Pronomes são palavras que representam ou acom- z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s)
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- Importante lembrar que não devemos usar prono-
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos- mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções. Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem caso reto como complemento verbal, desde que ante-
papel importante na análise sintática e também na cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
interpretação textual, pois colaboram para a comple- “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
trei apenas ela na festa.
mentação de sentido de termos essenciais da oração,
Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
além de estruturar a organização textual, contribuin- -
do para a coesão e também para a coerência de um cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
texto.
Pronomes de tratamento
Pronomes pessoais
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
curso; algumas informações relevantes sobre esses ticamente. As formas de pronomes de tratamento
30 pronomes são: apresentam algumas peculiaridades importantes:
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas;
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc.
do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a
Constituição. z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo
a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do As palavras certo e bastante serão pronomes
Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje
à noite. serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer-
to
Como mencionamos anteriormente, os pronomes modelo de carro certo (adjetivo).
de tratamento estabelecem uma hierarquia social na A palavra bastante é, geralmente, confundida com
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode-
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
instituídos pelos falantes. z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.
de tratamento só devem ser utilizados em contextos
cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen- z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro foram bastantes para a festa.
relacionando alguns pronomes de tratamento com as z Bastante (Pronome indenido): “Bastantes ban-
funções sociais que designam:
cos aumentaram os juros”
z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
Pronomes demonstrativos
ques e seus respectivos femininos.
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais. Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
apontam elementos a que se referem as pessoas do
z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus textual.
respectivos femininos.
z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes.
z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.
z -
z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.
cerimonioso a comerciantes importantes.
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
z Vossa Santidade (V. S.): Papa.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): Usamos este, esta, isto para indicar:
Bispos.
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
É importante mencionar que o quadro faz referên- dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é
cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig- minha; Entreguei-lhe isto como prova.
nações sociais conforme indica o Manual de Redação
z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
designações devem ser seguidas com atenção, quando começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
prestação da casa.
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
mento, é importante destacar: e Carla no shopping, esta procurava um presente
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
mo mencionado).
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas. Usamos esse, essa, isso para indicar:
O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
LÍNGUA PORTUGUESA
da República nunca deve ser abreviado. mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
combinou muito com você.
Pronomes indenidos z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso;
nesses políticos.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,
eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.
variar e podem ser invariáveis, vejamos:
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo, falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes-
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; sa sua expressão. 31
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua
portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen- suidor) a matéria (coisa possuída).
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta? O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
ro com a coisa possuída.
z Referência a um tempo muito remoto, um passado Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor- cujo: Cujo o, cuja a
mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles! Não podemos substituir cujo por outro pronome
relativo;
z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não
O pronome relativo cujo pode ser preposiciona-
conheço aquela mulher. do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per-
termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan- gunta: “de quem/do que?
char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,
aquela, refrigerante. cujas pernas você se referiu (pernas de quem? Do rapaz.)
em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- MODO MODO
TEMPO
ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um INDICATIVO SUBJUNTIVO
-e(1ªconjugação)
que podem ser: número-pessoal, indicando se o verbo Presente * -a ( 2ª e 3ª
está no singular ou plural, bem como em qual pessoa conjugações)
Pretérito -ra(3ª pessoa do
que indica em qual modo e tempo verbais a ação *
perfeito plural)
foi realizada, iremos apresentar estas desinências a
seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências -va (1ª conjuga-
Pretérito
modo-temporais, precisamos explicar o que são o ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito
modo e o tempo verbais: conjugações)
33
MODO MODO Pessoal-
TEMPO jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
INDICATIVO SUBJUNTIVO
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
Pretérito Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
mais-que-per- -ra * que ele ensina.
feito Impessoal
Futuro -rá e -re -r do verbo, servindo para indicar apenas a con-
jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
Futuro do
-ria * conjugação; Partir - 3ª conjugação.
pretérito
* Nem todas as formas verbais apresentam desi- orações reduzidas.
nências modo-temporais.
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
Flexões modo-temporais – tempos compostos bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
(indicativo)
para pagar as contas; Haver de + verbo principal
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
(presente do indicativo) + verbo principal particí-
pio. Ex.: Tenho estudado. Não confunda locuções verbais com tempos com-
postos. O particípio formador de tempo composto na
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver- sua missão.
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado.
Classicação dos verbos
z
indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
Terei saído. conjugação e podem ser divididos em: regulares, irre-
z -
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no
formas nominais. Vamos conhecer as particularida-
particípio. Ex.: Teria estudado.
des de cada um a seguir:
Flexões modo-temporais – tempos compostos z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
(subjuntivo) de compreender, pois apresentam regularidade no
uso das desinências, ou seja, as terminações ver-
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
(presente o subjuntivo) + Verbo principal particí- têm o paradigma morfológico com o radical, que
pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado. permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) + PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse INDICATIVO
estudado Eu canto Cantei
z - Tu cantas Cantaste
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. Ele/ você canta Cantou
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
Nós cantamos Cantamos
Formas nominais do verbo e locuções verbais Vós cantais Cantastes
Eles/ vocês cantam Cantaram
-
nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
determinados contextos. São chamadas nominais pois alteração no radical e nas desinências verbais, por
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios. isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor-
re irregularmente, seguindo um paradigma pró-
z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre
valor indica duração de uma ação e, por vezes, uma sutil diferença na conjugação do verbo estar
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo. que utilizamos como exemplo, isso é importante
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se para não confundir os verbos irregulares com os
compadeceu.
z Particípio: é marcado pelas terminações -ado,
-ido, -do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
número e gênero.
Eu estou Estive
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
z Innitivo: forma verbal que indica a própria ação Tu estás Esteves
- Ele/ você está Esteve
34 nado. Pode ser pessoal ou impessoal.
PRETÉRITO PERFEITO -
PRESENTE INDICATIVO nos temporais também apresentam essa caracte-
INDICATIVO
rística, como latir, bramir, chover.
Nós estamos Estivemos
z Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
Vós estais Estiveste nome oblíquo átono integrando sua forma verbal;
é importante lembrar que esses pronomes não
Eles/ vocês estão Estiveram
apresentam função sintática. Predominantemen-
te, os verbos pronominas apresentam transitivida-
z Anômalos: esses verbos apresentam profundas de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se
alterações no radical e nas desinências verbais,
consideradas anomalias morfológicas, por isso,
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
usual de verbos dessa categoria é o verbo ser. Na INDICATIVO
língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
ser e ir, vejamos a Eu me sento Sentei-me
conjugação o verbo ser: Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO Nós nos sentamos Sentamo-nos
Eu sou Fui Vós vos sentais Sentastes-vos
Tu és Foste Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Ele/ você é Foi
z Reexivos: são os verbos que apresentam pro-
Nós somos Fomos -
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses
Vós sois Fostes verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao
mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-
Eles/ vocês são Foram
primentamos friamente.
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos
-
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
fundir os candidatos. Os verbos ser e ir são irregulares,
-
O verbo haver com sentido de existir ou marcando
ridade, que ocasiona uma anomalia em sua conjuga- tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
anômalos. muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui
aprovado em concurso público.
z Abundantes: são formas verbais abundantes os Os verbos ser e estar também são verbos impes-
verbos que apresentam mais de uma forma de
particípio aceitas pela norma culta gramatical. Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos.
Geralmente, apresentam uma forma de particípio O verbo ser para indicar hora, distância ou data
regular e outra irregular; falaremos disso poste- concorda com esses elementos.
riormente, quando trataremos das formas nomi- O verbo fazer também poderá ser impessoal,
nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes: quando indicar tempo decorrido ou tempo climáti-
muito calor.
PARTICÍPIO PARTICÍPIO Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin-
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Acender Acendido Aceso
Dica
Afligir Afligido Aflito
O verbo ser será impessoal quando o espaço
Corrigir Corrigido Correto sintático ocupado pelo sujeito não estiver preen-
Encher Enchido Cheio chido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma
LÍNGUA PORTUGUESA
A norma culta gramatical recomenda o uso do par- z Partícula apassivadora: como será abordado
ticípio regular com os verbos ter e haver, já com os posteriormente, a voz passiva sintética é feita com
verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio verbos transitivos direto (TD) ou transitivos direto
irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban- indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o SE junto ao
verbo, por isso o elemento SE é designado partí-
cula apassivadora, nesse contexto. Ex.: Busca-se
Innitivo: marca as conjugações verbais. a felicidade (voz passiva sintética) – SE (partícula
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR, apassivadora)
PasseAR); O SE exercerá essa função apenas: Com verbos
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER, cuja transitividade seja TD ou TDI; Verbos concor-
pÔR); dam com o sujeito; Com a voz passiva sintética.
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par- Lembramos que na voz passiva nunca haverá
tIR, SaIR) objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
O verbo pôr corresponde à segunda conjuga- to paciente.
ção, pois origina-se do verbo poer, o mesmo z Índice de indeterminação do sujeito: o SE fun-
acontece com verbos que deste derivam. cionará nessa condição quando não for possível
Vozes verbais Além disso, não podemos confundir essa função
do SE com a de apassivador, já que para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito a oração precisa
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação estar na voz ativa.
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Outra importante característica do SE como índi-
ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação ver- transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos
bal. Ex.: O policial deteve os bandidos. de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
z Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal. na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – pas- z Pronome reexivo: -
siva analítica; Detiveram-se os criminosos – pas-
-
siva sintética. cidade, auxiliando a construção dessas vozes
z Reexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver- cipais características são: sujeito recebe e pratica
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto
direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
explícito ou implícito. Ex.: Ele se via no espelho /
tempo, porém percebemos que há uma ação com-
Deu-se um presente de aniversário.
partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
se olharam antes do julgamento. z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será
parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
A voz passiva é realizada a partir da troca de
funções entre sujeito e objeto da voz ativa, falamos exerce essa função, jamais terá uma função sin-
melhor desse processo no capítulo funções do SE em tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar
verbos transitivos direto. explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da
Só podemos transformar uma frase da voz ativa
para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva z Partícula de realce: será partícula de realce o SE
com a presença do objeto direto. que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
- no sentido e na compreensão global do texto. A
bida pelo sujeito ao mesmo tempo, essa relação pode partícula de realce não exerce função sintática,
ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e
36 sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu. os dedos.
z Conjunção: o SE será conjunção condicional, quan- PRESENTE - INDICATIVO
do sugerir a ideia de condição. A conjunção SE exer-
ce função de conjunção integrante, apenas ligando Eu Ponho
as orações e poderá ser substituída pela conjunção Tu Pões
caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.
Ele/Você Põe
Conjugação de verbos derivados
Nós Pomos
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Vós Pondes
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
Eles/Vocês Põem
preensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais São conjugados da mesma forma os verbos: dispor,
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina- interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
ção são, predominantemente, regulares. entrepor, supor.
Eu Crio Conceito
Tu Crias São alavras invariáveis que ligam orações ou
Ele/Você Cria outras palavras. As preposições apresentam funções
importantes tanto no aspecto semântico quanto no
Nós Criamos aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Vós Criais verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
-
Eles/Vocês criam vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
sentido de palavras deverbais1.
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
- com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
ção no radical ou nas desinências. Assim como o verbo te, por, sem, sob, trás.
passear, são derivados dessa terminação os verbos: Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
chamadas, pois pertencem a outras classes grama-
PRESENTE - INDICATIVO ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre-
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
Eu Passeio equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
Tu Passeias exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”).
Ele/Você Passeia
Locuções prepositivas
Nós Passeamos
-
Tu Aderes te diferentes, como:
A opinião dos diretores vai ao encontro do pla-
Ele/Você Adere nejamento inicial. / As decisões do público foram de
Nós Aderimos encontro à proposta do programa.
Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas.
Vós Aderis / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo.
Eles/Vocês Aderem
em: 19/11/2020.
1 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: A lmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 37
Combinações e contrações
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
As preposições podem ser contraídas com outras PREPOSIÇÕES
classes de palavras, veja: Posse Carro de Marcelo.
O valor das conjunções é construído contextualmen- papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você, Ora bolas! Valha-me Deus!
por que você não a procura? (SE = causal = já que);
quando existe tanto ar RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
puro no campo. (quando = causal = já que). ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO
SUJEITO Simples
DETERMINADO Composto
É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
pelo verbo. Elíptico
O sujeito pode ser:
Com verbos flexionados na 3ª
z O termo sobre o qual o restante da oração diz algo; pessoa do singular
z O elemento que pratica ou recebe a ação expressa INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
pelo verbo; se (índice de indeterminação do
z O termo que pode ser substituído por um pronome sujeito)
do caso reto;
Usado para fenômenos da
z O termo com o qual o verbo concorda.
INEXISTENTE natureza ou com verbos
Ex.: A população implorou pela compra da vacina impessoais.
40 da COVID-19.
z Determinado z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
lugar ou o objeto na oração. Ex.: A minha saia azul está rasgada.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
Simples: quando há apenas um núcleo. ça da partícula -se.
Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel PREDICADO
Sujeito simples: O aluguel da casa
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
Composto: quando há dois núcleos ou mais. o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
Ex.: Os [sons] e as [cores]
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
Núcleos: sons, cores.
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
Sujeito composto: Os sons e as cores
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
Elíptico, oculto ou desinencial: quando não impossível existir uma oração sem sujeito.
-
O predicado pode ser:
Dormiu o sono dos justos. Esses termos são chamados acessórios da oração.
Como diferenciar objeto direto de sujeito
Adjunto Adnominal
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
São termos que acompanham o substantivo,
O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. Categorias morfológicas que podem funcionar
como adjunto adnominal:
z Objeto indireto: É complemento verbal regido de
preposição obrigatória, que se liga diretamente a z Artigos
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa z Adjetivos
z Numerais 43
z Pronomes Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
z Locuções adjetivas adjunto adverbial)
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável. Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Sujeito: a cozinha de lufe. Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao porta da sala de Damasceno
sujeito). Oração coordenada sindética: mas nada ouvi.
Conjunção adversativa: mas nada
PERÍODO COMPOSTO
Orações Coordenadas Sindéticas
Observe os exemplos a seguir:
A apostila de Português está completa. As orações coordenadas podem aparecer ligadas
Um verbo: Uma oração = período simples às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
Português e Matemática são disciplinas essen- vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
ciais para ser aprovado em concursos. sindética. Veremos agora cada uma delas: 45
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
simultaneidade.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
bém, mas ainda, bem como, como também, se- desconhecer estas regras.
não também, que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
Os convidados não compareceram nem explica- exercem a função de sujeito. O verbo da oração
ram o motivo. principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. rir a nenhum termo na oração.
o seu regresso. (sujeito)
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia,
que você regressasse. (sujeito ora-
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. cional) (or. sub. subst. subje.)
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. z Orações subordinadas substantivas objetivas
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a diretas: exercem a função de objeto direto de um
morte.” (Laurindo Rabelo) verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou reto da oração principal.
se excluem. Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Conjunções constitutivas: [ou], [ou ... ou], [ora ... Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
ora], [que ... quer], [seja ... seja], [já ... já], [talvez subst. obj. dir.)
... talvez].
Ex.: Ora responde, ora z Orações subordinadas substantivas completi-
Você quer suco de laranja ou refrigerante? vas nominais: exercem a função de complemento
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
sobre um raciocínio. da oração principal.
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início mento nominal)
de frase). Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
semana. pl. nom.)
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
Mendes Campos) z Orações subordinadas substantivas predicati-
vas: funcionam como predicativos do sujeito da
z Explicativas:
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque,
ligação ser.
porquanto, pois.
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale
a “pois”) sujeito)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
com fome. sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)
z Orações subordinadas substantivas apositivas:
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas.
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
considerando a função sintática em relação a um ver-
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
bo, nome ou pronome de outra oração.
Tipos de orações subordinadas: mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
z Orações subordinadas adjetivas: desempenham
z Substantivas; função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais
z Adjetivas; raramente, aposto explicativo). São introduzidas
z Adverbiais. por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As
Orações Subordinadas Substantivas
explicativas e restritivas.
z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
z Orações subordinadas substantivas conectivas:
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
São consideradas termo acessório no período,
integrantes que e se.
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
das por vírgulas.
impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite. Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
cria trinta gatos.
z Orações subordinadas substantivas justapos-
tas: são introduzidas por advérbios ou pronomes z Orações subordinadas adjetivas restritivas:
interrogativos (onde, como, quando, quanto,
quem etc.) antecedente, acrescentando-lhe um elemento
indispensável ao sentido. Não são isoladas por
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias vírgulas.
roubadas. Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
46 Não sei quem lhe disse tamanha mentira. incurável.
Dica Para separar as orações de um período composto, é
necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
Como diferenciar as Orações subordinadas adje- tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
tivas restritivas das Orações subordinadas adje- (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
tivas explicativas? esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
Ele visitará o irmão que mora em Recife. representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai ções verbais. Exs.:
visitar apenas o que mora em Recife) [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. [para xar outros] – 2ª oração
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que [que os rodeiam] – 3ª oração
mora em Recife) [e se deleitem com a imaginação deles]. (M. de As-
sis) – 4ª oração
z Orações subordinadas adverbiais: exprimem
uma circunstância relativa a um fato expresso em Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. basta, pertencente à 1ª (oração principal).
São introduzidas por conjunções subordinativas A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
tes grupos:
Orações Reduzidas
z Orações subordinadas adverbiais causais: são
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
que, visto que etc. z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
que camos sem gasolina. z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
z Orações subordinadas adverbiais comparati- iniciadas por conjunções.
vas: são introduzidas por como, assim como, tal z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
qual, como, mais etc. por pronomes relativos.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
que a importada. z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
conectivos.
z Orações subordinadas adverbiais concessivas:
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São prepositiva.
introduzidas por embora, ainda que, mesmo que, Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
por mais que, se bem que etc. O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. conjunção
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
z Orações subordinadas adverbiais condicionais: (desenvolvida)
são introduzidas por se, caso, desde que, salvo se, O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
contanto que, a menos que etc.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. Orações reduzidas de innitivo
z Orações subordinadas adverbiais conforma-
tivas: são introduzidas por como, conforme, Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos.
z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
z Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
são introduzidas por que (precedido na oração Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
anterior de termos intensivos como tão, tanto,
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de for- A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
ma que, sem que.
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
z Orações subordinadas adverbiais nais: indi-
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
por para que, a m de que, porque e que (= para pelas mãos.
que).
LÍNGUA PORTUGUESA
1ª oração: oração coordenada assindética. z Para indicar a elipse (omissão de uma palavra
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em que já apareceu na frase) do verbo
relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração. Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta
em relação à 2ª oração.
Resumindo: período composto por coordenação e z Para separar palavras ou locuções explicativas,
reticativas
subordinação
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
As orações subordinadas são coordenadas entre si,
anos.
ligadas ou não por conjunção.
z Para separar datas e nomes de lugar
z Orações subordinadas substantivas coordena- Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985.
das entre si
z Para separar as conjunções coordenativas, exceto
Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
e, nem, ou.
meus pais, nem que culpe meus parentes.
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
Oração principal: Espero
Oração coordenada 1: que você não me culpe
A vírgula também é facultativa quando a expres-
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais são de tempo, modo e lugar não for uma expressão,
Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes. mas uma palavra só. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Importante! Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
em casa.
O segredo para classicar as orações é perceber Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
48 os conectivos (conjunções e pronomes relativos). Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
z Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, distributivo ou uma oração subordinada substan-
tiva apositiva
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia -
amanhã, se não chover. sores, jornalistas, médicos.
z Introduzir uma explicação ou enumeração após
NÃO se usa vírgula nas seguintes situações expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a
saber, como.
z Entre o sujeito e o verbo Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
ram a explicação. (errado)
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
(relação semântica de oposição, explicação/causa
sertaram minha visão. (errado) ou consequência)
z Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
dicativo do sujeito: homem culto.
- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
ção. (errado) cautela.
Os alunos precisam de, que os professores os aju- z Marcar invocação em correspondências
dem. (errado) Ex.: Prezados senhores:
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. Comunico, por meio deste, que...
(errado)
Travessão
z Entre um substantivo e seu complemento nominal
ou adjunto adnominal. z Usado em discursos diretos, indica a mudança de
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida discurso de interlocutor: Ex.:
pelos alunos. (errado)
z Entre locução verbal de voz passiva e agente da
passiva: z Serve também para colocar em relevo certas
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
professor para a feira. (errado) tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
colchetes:
z Entre o objeto e o predicativo do objeto: -
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Considero interessantes, as suas aulas. (errado) aposto explicativo
Uso de Ponto e Vírgula vamos jantar.
oração intercalada
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto z Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
e vírgula (;):
z Entre parênteses para indicar incerteza: z Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho às vezes com ironia ou malícia
que havia palavra melhor no contexto. Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
z Junto com o ponto de exclamação, para denotar sonoro.
surpresa:
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?) z Para citar nomes de mídias, livros etc.
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
z E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
que não jogaremos comida fora à toa”). Colchetes
z quem, o
a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- quem resolveu a questão.
Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
nós quem resolvemos a questão.
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.
php. Acessado em: 17/10/2020.
PARÔNIMOS
Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.
A relação de sentido estabelecida na tirinha é diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
construída a partir dos sentidos opostos das palavras
mos nos exemplos a seguir:
-
se contexto. Absorver/absolver
HOMONÍMIA z Tentaremos absorver toda esta água com espon-
jas. (sorver)
-
- z absolveu
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus pecados. (inocentar)
-
Aferir/auferir
nimos importantes:
z Realizaremos uma prova para aferir seus conheci-
acender (colocar fogo) ascender (subir)
mentos. (avaliar, cotejar)
acento (sinal gráco) assento (local onde se senta) z O empresário consegue sempre auferir lucros em
acerto (ato de acertar) asserto (armação) seus investimentos. (obter)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
Cavaleiro/cavalheiro
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto) z Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria
do rei participaram na batalha. (homem que anda
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
de cavalo)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) z Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre
sela (forma do verbo selar; sempre as portas para eu passar. (homem educado
cela (pequeno quarto) e cortês)
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
Cumprimento/comprimento
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) z O comprimento do tecido que eu comprei é de
3,50 metros. (tamanho, grandeza)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
z Dê meus cumprimentos
cervo (veado) servo (criado)
Delatar/dilatar
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez) z Um dos alunos da turma delatou o colega que chu-
círio (vela) sírio (natural da Síria) tou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
z Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
60
Dirigente/diligente Legendas: ajuda na leitura das informações apre-
sentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca
z O dirigente da empresa não quis prestar decla- diferentes informações.
rações sobre o funcionamento da mesma. (pessoa
que dirige, gere) CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL
z Minha funcionária é diligente na realização de
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
suas funções. (expedito, aplicado) 90%
80%
Discriminar/descriminar 70%
60%
50%
z Ela se sentiu discriminada por não poder entrar 40%
naquele clube. (diferenciar, segregar) 30%
20%
z Em muitos países se discute sobre descrimi- 10%
nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, 0%
Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
inocentar)
CIDADES
HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO
Gráco:
Título: na maioria dos casos possuem um título
que indica a que informação ele se refere.
Fonte:
ou seja, de onde as informações foram, com o ano de
publicação.
Números: o mais importante, pois é deles que pre-
cisamos para comparar as informações dadas pelos
-
po (mês, ano, período). Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. 61
REFERÊNCIAS renova-se permanentemente; já na linguagem escrita
há maior distância entre emissor e receptor, sendo o
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e contato indireto e requer escolarização e aprendiza-
coerência. São Paulo: parábola, 2005. gem formal da escrita).
Gedeon Spillet estava na praia, imóvel, com os bra- Eu não como carne Ele disse que não come
ços cruzados, olhando para o mar. carne
- Parece que teremos uma noite bastante má, senhor
Spillet – disse o marinheiro. Vou ao restaurante esta Ele disse que iria ao res-
O Jornalista voltou-se e perguntou: noite taurante naquela noite
- A que distância da praia o senhor acha que
a barquinha sofreu a lufada que levou nosso Eu perdi a hora Ele falou que havia perdi-
companheiro? do a hora
- A quatrocentos metros, aproximadamente.
- O que me espanta – continuou o repórter – é que,
Eu não conseguiria dormir Ele mencionou que não
admitindo a hipótese de ter nosso companheiro
conseguiria dormir
morrido, ainda não tenha sido lançado à praia o
seu cadáver ou do seu cachorro. Descrição
Nesse trecho é possível observar alguns dos ele- A descrição, ao contrário da narração, não admi-
mentos de uma narrativa: um narrador (no caso em te ação. Nesse tipo textual, é apresentada uma série
terceira pessoa) apontando o local onde se passa ação de características de determinado ser, objeto ou
e introduzindo a fala dos personagens que realizam espaço, de modo a compor na mente do leitor/ouvin-
suas ações em um tempo (passado). te a imagem do que está sendo retratado. A descrição
Quando se pensa em narração dentro de um con- pode ser objetiva ou subjetiva. Na primeira, a coisa/ser/
curso, o mais importante é conhecer os conceitos de espaço descrito é mostrado de forma concreta, impar-
discurso direito e discurso indireto. cial, sem expor as impressões do observado (o foco é
O discurso direto é aquele em que o narrador, dado nas características como forma, tamanho, volu-
que pode ser onisciente (isto é, saber tudo sobre o me, coloração etc.). Já na descrição subjetiva, se valo-
enredo e os personagens, revelando os sentimentos e riza a percepção do observador em relação ao que é
64
descrito, deixando claras as emoções e impressões do autor. Veja um exemplo de um trecho de texto disser-
autor sobre aquilo que ele descreve. Veja nos exemplos tativo-argumentativo, retirado da obra Textos Disser-
as duas formas de se descrever o mesmo espaço: tativo-Argumentativos, do Inep:
z Introdução: apresentação do tema e exibição da João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no
tese; curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri-
z Desenvolvimento: provas ou fundamentos que são temporária do dito indiciado. Para defender seus
interesses, João constituiu um advogado que, na pri-
z Conclusão: resumo ou apresentação de soluções. meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia
responsável acesso a todos os elementos de prova no
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA REDAÇÃO curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente,
de modo a se garantir, assim, o devido processo legal.
Acerca da situação hipotética acima apresentada e
como a banca organizadora vai avaliar sua redação do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de modo
é essencial para que obtenha o sucesso na prova. Ou fundamentado, às determinações e aos questionamen-
seja, é obrigatória uma leitura detalhada do edital. tos seguintes.
De modo geral, são os seguintes os critérios avalia-
1 - Apresente o conceito e a nalidade do IP. [valor: 2,00
dos pela maioria das bancas organizadoras dos con- pontos]
cursos para as carreiras policiais: 2 - Descreva as características do IP. [valor: 4,00 pontos]
3 - Comente sobre o valor probatório do IP. [valor: 2,00
z Pertinência ao tema proposto;
pontos]
z Argumentação coerente das ideias e informatividade;
4 - A instauração de IP é indispensável? [valor: 2,00
z Adequação no uso de articuladores; pontos]
z Propriedade vocabular; 5 - Na situação considerada, a prisão temporária de
z Correção linguística (morfossintaxe), pontuação, João, nos moldes em que foi decretada — de ofício
— foi legal? [valor: 4,00 pontos]
6 - Na situação considerada, há fundamento legal para
No entanto, cada organizadora adota critérios pró- o direito de acesso do defensor de João aos elemen-
- tos de prova no curso do IP? Em sua resposta, des-
rios adotados pelas bancas de alguns dos principais taque o entendimento do Supremo Tribunal Federal
concursos para carreiras policiais do Brasil. a respeito. [valor: 5,00 pontos]
ABORDAGEM DA DISCURSIVA COM TÓPICOS Note a estrutura: texto motivador, seguido do
(ITENS) temaitens.
Este é o padrão do Cebraspe, que tem como princi-
Primeiramente, merecem destaque os concursos pais características:
promovidos pelo Cebraspe, a antiga CESPE/UnB. Vale
lembrar que o Cebraspe foi responsável por grandes z Não segue o padrão de uma redação (introdução,
- desenvolvimento e conclusão);
z Apresentação de texto motivador, tema e tópicos,
com foco nestes últimos (que serão pontuados):
do Maranhão. dissertação expositiva.
Da análise das provas promovidas pelo Cebraspe,
Quanto ao tema, note que há uma tendência de
nota-se que a banca examinadora adota uma estrutu-
que assuntos da atualidade associados ao cotidiano
ra de prova discursiva o mais objetiva possível, dis-
do policial sejam cobrados; no entanto nada impede
posta da seguinte forma:
que a banca proponha algum outro tema em evidên-
z A banca costuma apresentar a redação a partir de cia, totalmente fora da área de segurança pública.
um texto motivador, que serve para inspirar o ABORDAGEM DA DISCURSIVA SEM TÓPICOS
texto a ser escrito (apenas para servir de exemplo.
Somente cite algum trecho se esse for o coman- As provas discursivas para concursos das carrei-
do da prova discursiva. Caso contrário, se não foi
pedido, não cite); -
z Logo após, indica o tema- ral do Paraná, entre outras, cobram temas da atuali-
minador busca encontrar na redação; e dade e não inserem os tópicos. Essas são as bancas
z Os itens que devem ser abordados e que serão responsáveis pela seleção para polícias civis, policias
pontuados (tópicos que devem ser obrigatoria- militares e corpos de bombeiros militares dos Estados
68 mente abordados em seu texto). de São Paulo, Paraná.
Nas discursivas sem tópicos a abordagem deve ser
dar da seguinte forma: HORA DE PRATICAR!
z Como não há tópicos a serem respondidos, é o 1. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Texto CG3A2-I
candidato quem insere as ideias-força a serem
argumentadas ao longo do desenvolvimento; Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estra-
z Há introdução e conclusão; nha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram
z Pode haver título (não é obrigatório, a não ser os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer
que haja comando nesse sentido); o quarto da nova casa em que estava morando e não
z A introdução indica os argumentos (aponta, sem conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.
desenvolvê-los); E a insistente pergunta, martelando, martelando... De
z Cada parágrafo de desenvolvimento deve apre- que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indaga-
sentar o conectivo inicial (mostrado na aula em ção havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre
vídeo a seguir), a palavra-chave do argumento e um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor
sua análise; seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio
tinha sido um mero pensamento interrogativo, naquela
Na conclusão (iniciada com algum conectivo como noite se transformou em uma dolorosa pergunta car-
observa- regada de um tom acusativo. Então, eu não sabia de
ção nal ou alguma possível solução para o problema. que cor eram os olhos de minha mãe? (...)
bancas cobram a redação.
E quando, após longos dias de viagem para chegar à
minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de
Polícia Militar de São Paulo – Aspirante – Vunesp minha mãe, sabem o que vi? Sabem o que vi?
- 2018
Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz.
“A proibição do consumo de bebidas alcoólicas e o
Mas, eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se
direito de liberdade individual”.
minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a
O exemplo acima é da prova para Aspirante da
face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, sere-
Polícia Militar de São Paulo. A banca responsável pela
namente em si, águas correntezas. Por isso, prantos
utilizando duas competências: Estrutura Textual Glo- e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de
bal (abordagem do tema, progressão textual e sugestão minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe
de solução) e Correção Gramatical (seleção vocabu- Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para
quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim,
águas de Mamãe Oxum.
A tipologia textual a ser observada é a disserta-
tiva argumentativa. Ainda, deve manter a progres- Assinale a opção em que a palavra apresentada está
são e o texto deve ser coerente. corretamente grafada.
Ou seja, neste tipo de prova, vale a estrutu-
ra da dissertação-argumentativa, que detalhamos a) atravéz
anteriormente. b) obedescer
De posse de todas as informações passadas, agora, c) projeto
como dito no início do nosso estudo, a hora é de trei- d) meza
nar e treinar. e) sintonisar
Use uma folha com as linhas numeradas, cronome-
tre o tempo utilizado e aproveite algumas sugestões: 2. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Texto CG3A1-I
z Combate às drogas;
z Fake News e discurso de ódio;
z Riscos do aumento do consumo de álcool e de Neste novo século, devemos começar pela com-
outras drogas entre os jovens no Brasil; preensão de que a paz pertence não somente aos
z Covid-19 (obrigatoriedade da vacinação ou Estados ou povos, mas também a cada um e a todos
reexos da pandemia, por exemplo). os membros dessas comunidades. A soberania dos
Estados não mais deverá ser utilizada como um escu-
Dica do contra grandes violações aos direitos humanos. A
paz deve ser real e tangível no dia a dia de cada indi-
Mantenha-se sempre atualizado com os temas víduo que dela necessite. Devemos buscá-la, acima
relevantes ocorridos nos últimos 4-6 meses, de tudo, pelo fato de ser a condição para que cada
tanto na área de segurança pública quanto em membro da família humana possa levar uma vida de
temas de interesse social. dignidade e segurança. 69
A lição do século passado nos fez entender que amea- 4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Texto 1A1BBB
çar ou atropelar a dignidade do indivíduo — como
naqueles países onde o cidadão não desfruta do direi- Se, nos Estados Unidos da América, surgem mais e
to básico de escolher o seu governo, ou do direito de o mais casos de assédio sexual em ambientes pros-
escolher regularmente — resultou em conflitos, perdas sionais — como os que envolvem produtores e atores
de civis inocentes, vidas abreviadas e comunidades de cinema —, no Brasil, o número de processos desse
destruídas. tipo caiu 7,5% entre 2015 e 2016.
Com efeito, os obstáculos à democracia têm muito Até setembro de 2017, foram registradas 4.040 ações
pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais judiciais sobre assédio sexual no trabalho, conside-
com o desejo daqueles que se encontram no poder e rando-se só a primeira instância.
querem manter sua posição a qualquer custo. Não se
trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte Os números mostram que o tema ainda é tabu por
especíca do mundo. As pessoas de todas as cultu- aqui, analisa o consultor Renato Santos, que atua
ras prezam por sua liberdade de escolha e sentem a auxiliando empresas a criarem canais de denúncia
necessidade de ter direito de voz nas decisões que anônima. “As pessoas não falam por medo de serem
afetam suas vidas. culpabilizadas ou até de represálias”.
No texto CG3A1-I, o sujeito elíptico das formas verbais Segundo Santos, os canais de denúncia para coibir
“levemos” e “Devemos” corresponde a corrupção nas corporações já recebem queixas de
assédio e ajudam a identicar eventuais predadores.
a) eu. Para ele, “oanonimato ajuda, já que as pessoas se sen-
b) você. tem mais protegidas para falar”.
c) eles.
d) nós. A lei só tipica o crime quando há chantagem de um
e) vós. superior sobre um subordinado para tentar obter van-
tagem sexual. Se um colega constrange o outro, em
3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Texto 1A2-I tese, não há crime, embora tal comportamento possa
dar causa a reparação por dano moral.
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos
os seres humanos, independentemente de raça, sexo, No texto 1A1BBB, o trecho “4.040 ações judiciais
nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer sobre assédio sexual no trabalho” tem a mesma fun-
outracondição. Os direitos humanos incluem o direito ção sintática de
à vida e à liberdade, o direito à liberdade de opinião e
de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre a) ‘por medo de serem culpabilizadas’ .
muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem b) “mais e mais casos de assédio sexual ”
discriminação. c) ‘mais protegidas para falar’
d) “chantagem de um superior sobre um subordinado”
O direito internacional relacionado aos direitos huma- e) “queixas de assédio”
nos estabelece obrigações para que os governos ajam
de determinadas maneiras ou se abstenham de certos 5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Exatos 35 anos antes
atos, a m de promover e proteger os direitos huma- de o presidente Fernando Henrique Cardoso san-
nos e as liberdades de grupos ou indivíduos. cionar a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional (LDB), em 1996, João Goulart, então
Desde o estabelecimento das Nações Unidas, um de recém-alçado à presidência do país sob o arranjo
seus objetivos fundamentais tem sido promover e do parlamentarismo, promulgou a primeira LDB
encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, brasileira. A assinatura de Goulart saiu estampada
conforme estipulado na Carta das Nações Unidas. no Diário Ocial da União em 21/12/1961, mais de
treze anos após a apresentação do primeiro projeto
Os direitos humanos são fundados no respeito pela da lei educacional ao parlamento brasileiro.
dignidade e no valor de cada pessoa. São universais, Nesse longo intervalo entre a apresentação do ante-
ou seja, são aplicados de forma igual e sem discrimi- projeto enviado à Câmara dos Deputados em outubro
nação a todas as pessoas. São inalienáveis — e nin- de 1948 pelo então ministro da Educação, Clemente
guém pode ser privado de seus direitos humanos —, Mariani, e sua aprovação, nove diferentes cidadãos
mas podem ser limitados em situações especícas: o sentaram-se na cadeira de presidente da República.
direito à liberdade pode ser restringido se, após o devi- A história dessa longa tramitação revela facetas e
do processo legal, uma pessoa for julgada culpada de tensões não só da educação nacional, mas do Brasil
um crime punível com privação de liberdade. como um todo.
No texto 1A2-I, o sujeito da locução “podem ser limita- No texto, o termo “a primeira LDB brasileira” exerce a
dos”, que está oculto, é indicado pelo termo função sintática de
a) “ninguém” . a) sujeito.
b) “seus direitos humanos” b) predicado.
c) “Os direitos humanos” c) objeto direto.
d) “todas as pessoas” d) objeto indireto.
e) “inalienáveis”. e) adjunto adverbial.
70
6. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Texto CG1A1-II Além de participar das ocinas, é preciso ter dedica-
ção. A pedagoga acrescenta que a maioria dos alunos
Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n.º é composta por adultos, que, diferentemente das crian-
13.709/2018), dados pessoais são informações que ças, têm maior capacidade de concentração ao estudar
podem identicar alguém. Dentro desse conceito, foi em casa. Apesar das exigências, o método de ensino
criada uma categoria chamada de “dado sensível”, que permite que o aluno organize seu próprio horário de
diz respeito a informações sobre origem racial ou étni- estudos e concilie a graduação com um emprego.
ca, convicções religiosas, opiniões políticas, saúde ou
vida sexual. Registros como esses, a partir da vigên- No texto, a oração “ao estudar em casa” tem sentido
cia da lei, passam a ter nível maior de proteção, para equivalente ao da oração
evitar formas de discriminação. Todas as atividades
realizadas no país e todas as pessoas que estão no a) ao passo que estudam em casa.
Brasil estão sujeitas à lei. A norma vale para coletas b) ainda que estudem em casa.
operadas em outro país, desde que estejam relacio- c) quando estudam em casa.
nadas a bens ou serviços ofertados a brasileiros. Mas d) porque estudam em casa.
há exceções, como a obtenção de informações pelo e) por estudarem em casa.
Estado para a segurança pública.
8. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A história é uma discipli-
Ao coletar um dado, as empresas deverão informar na denida por sua capacidade de lembrar. Poucos
a nalidade da coleta. Se o usuário aceitar repassar se lembram, porém, de como ela é capaz de esque-
suas informações, o que pode acontecer, por exem- cer. Há também(b) quem caracterize a história como
plo, quando ele concorda com termos e condições de uma ciência da mudança no tempo, e quase ninguém
um aplicativo, as companhias passam a ter o direito aponta sua genuína capacidade de reiteração.
de tratar os dados (respeitada a nalidade especíca), A história brasileira não escapa dessas ambiguidades
desde que em conformidade com a legislação. A lei fundamentais: ela é feita do encadeamento de eventos
prevê uma série de obrigações, como a garantia da que se acumulam e evocam alterações substanciais,
segurança das informações e a noticação do titular mas também anda repleta de lacunas, invisibilidades
em caso de um incidente de segurança. A norma per- e esquecimentos. Além disso, se ao longo do tem-
mite a reutilização dos dados por empresas ou órgãos po(c) se destacam as alterações cumulativas de fatos
públicos, em caso de “legítimo interesse”. e ocorrências, não é difícil notar, também, a presença
de problemas estruturais que permanecem como que
Por outro lado, o titular ganhou uma série de direitos. inalterados e assim se repetem, vergonhosamente, na
Ele pode, por exemplo, solicitar à empresa os dados nossa história nacional.
que ela tem sobre ele, a quem foram repassados Nessa lista(d) seria possível mencionar os racismos,
(em situações como a de reutilização por “legítimo o feminicídio, a corrupção, a homofobia e o patrimo-
interesse”) e para qual nalidade. Caso os registros nialismo. Mas destaco aqui um tema que, de alguma
estejam incorretos, ele poderá cobrar a correção. Em maneira, dá conta de todos os demais: a nossa tre-
determinados casos, o titular terá o direito de se opor menda e contínua desigualdade social.
a um tratamento. A lei também prevê a revisão de deci- Desigualdade não é uma contingência nem um aci-
sões automatizadas tomadas com base no tratamen- dente qualquer, tampouco uma decorrência natural e
to de dados, como as notas de crédito ou os pers de mutável de um processo(e) que não nos diz respeito. Ela
consumo. é consequência de nossas escolhas — sociais, educa-
cionais, políticas, culturais e institucionais —, que têm
No período em que se insere no texto CG1A1-II, a oração resultado em uma clara e crescente concentração dos
“Ao coletar um dado” exprime uma circunstância de benefícios públicos nas mãos de poucos. (...) Quando
se trata de enfrentar a desigualdade, não há saída fácil
a) causa. ou receita de bolo. Prero apostar nos alertas(a) que
b) modo. nós mesmos somos capazes de identicar.
c) nalidade. A correção gramatical e os sentidos do texto seriam
d) explicação. mantidos caso se inserisse uma vírgula logo após
e) tempo.
a) “alertas”.
7. (CEBRASPE-CESPE – 2018) O desenvolvimento de b) “também”.
salas de aula virtuais avança a passos largos, e a c) “tempo”.
interatividade é o ponto-chave das pesquisas na d) “lista”.
área. A criação de programas de computador vol- e) “processo”.
LÍNGUA PORTUGUESA
a) “grande”.
b) “como”.
c) “arquivos”.
d) “missão”.
e) “inúteis”.
9 GABARITO
1 C
2 D
3 C
4 B
5 C
6 E
7 C
8 D
9 C
10 B
72
Usando o lembrete dado:
Escolher o meio de transporte para ida e para a
volta.
MATEMÁTICA E 2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
-
RACIOCÍNIO LÓGICO bus, carro, moto ou avião) e para a volta temos 4
avião).
3. Multiplicar.
4 · 4 = 16 maneiras.
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
PROBABILIDADE E se o problema dissesse que você não pode vol-
tar no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria
Para estudarmos probabilidade é necessária uma a resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas
boa compreensão sobre noções básicas de contagem, mudará a quantidade de possibilidades de escolhas
- para voltar. Veja:
Resolução:
damental da Contagem e é disso que vamos falar agora.
Usando o lembrete:
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor-
Escolher o meio de transporte para ida e para a
Fatorial de um Número Natural volta.
2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Serve para facilitar e acelerar resolução de ques-
tões. Veja sua representação simbólica: carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo
Sendo “n” um número natural, observe como meio de transporte).
desenvolver o fatorial de n: 3. Multiplicar.
n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2 4 · 3 = 12 maneiras.
1! = 1
0! = 1 Permutação Simples
Exemplos:
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem
3! = 3 · 2 · 1= 6
ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
possível ordenar? Para questões envolvendo permu-
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
tação simples, devemos encarar de um modo geral
Agora, veja esse outro exemplo:
que temos n modos de escolhermos um objeto (livro)
6!
Calcular 4! que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher
Resolução: um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro)
6! = 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30 que ocupará o último lugar. Então, temos:
4! 4·3·2·1
Modos de ordenar: n · (n-1) · ... 1 = n!
Poderíamos também resolver abrindo o 6! até 4! e Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120
maneiras de ordenar os livros na estante.
Agora, observe um outro exemplo:
6! 6·5·4! = 6 · 5 = 30 Quantos são os anagramas da palavra CAJU?
=
4! 4! Resolução:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Permutação com Repetição Uma outra informação muito importante é que nos
problemas envolvendo ARRANJO SIMPLES a ordem
Vamos imaginar que temos uma mesa circular com dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as
distintas. Observe as duas disposições abaixo das pes- 5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme-
soas A, B, C, D, e E ao redor da mesa: ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
pessoas na praça:
A E
CADEIRA 1ª 2ª 3ª
D C C B
CADEIRA 1ª 2ª 3ª
OCUPANTE Clara Bianca Ana
Diante do conceito de permutação, essas duas
disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua
A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a
direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).
Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou
Não podemos contar duas vezes a mesma disposição.
foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma
Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar
à mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalen- simples mudança na posição da ordem gera uma nova
tes. Isto porque não existe uma referência espacial possibilidade de posicionamento.
-
lizar a fórmula da permutação circular de n pessoas, Combinação
que é:
Para entendermos esse tema, vamos imaginar
Pc (n) = (n-1)! que queremos fazer uma salada de frutas e precisa-
mos usar 3 frutas das 4 que temos disponíveis: maçã,
Em nosso exemplo, o número de possibilidades de banana, mamão e morango. Cortando as frutas maçã,
posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será: banana e morango e depois colocando em um prato.
Agora cortando as frutas banana, morango e maçã
Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 para colocar em um outro prato.
Você percebeu que a ordem aqui não importou?
Arranjo Simples É exatamente isso, a ordem não importa e estamos
diante de um problema de Combinação. Será preciso
Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes- calcular quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é pos-
soas nas cadeiras de uma praça, mas temos apenas 3 sível formar.
cadeiras à disposição. De quantas formas poderíamos Para resolvermos é necessário usar a fórmula:
fazer isso?
Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí- n!
C(n, p) =
veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei- (n - p) !p!
ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi
Substituindo na fórmula, os valores do exemplo,
utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
temos:
cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
4!
74 restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas C(4, 3) =
-
(4 3) !3!
4·3·2·1 Dica
C(4, 3) =
1·3·2·1
Se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1.
C(4, 3) = 4 Se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤
100%.
No arranjo a ordem importa.
Na combinação a ordem não importa. Eventos Independentes
PROBABILIDADE CONDICIONAL
Dica
Espaço amostral é igual a todas as possibilida- Neste tópico, vamos falar sobre um tema bem
des possíveis e o evento é um subconjunto do recorrente em questões de concursos. Imagine que
vamos lançar um dado e estamos analisando 2 even-
espaço amostral.
tos distintos:
A – sair um resultado ímpar
PROBABILIDADE DE UM EVENTO QUALQUER B – sair um número inferior a 4
Para o evento A ser atendido, os resultados favo-
n (evento) ráveis são 1, 3 e 5. Para o evento B ser atendido, os
Probabilidade do Evento = resultados favoráveis são 1, 2 e 3. Vamos calcular rapi-
n (espaço amostral) damente a probabilidade de cada um desses eventos:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2A 3B 2A + 3B X
= = = 60.000
4 9 4+ 9 4
X = 60.000 x 4
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- X = 240.000
porção, temos:
Inversamente proporcional
2A 3B 2A + 3B
= = = 13.000 = 1.000
4 9 4+ 9 13 É um tipo de questão menos recorrente, mas não
menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
Logo,
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
quinhão inversamente proporcional a três números.
2A
= 1.000 Vejamos um exemplo:
4
2A = 4 x 1.000 Exemplo:
2A = 4.000 Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
A = 2.000 inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
3B
= 1.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
9
3B = 9 x 1.000 cálculo, veja:
3B = 9.000
B = 3.000 X X X
+ + = 740.000
4 5 6
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
O total pago pela empresa será: mos a fração.
Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
Agora vamos estudar um tipo de problema que 4–5–6|2
aparece frequentemente em provas de concursos 2–5–3|2
envolvendo razão e proporção. 1–5–3|3
1–5–1|5
z Regra da Sociedade 1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
x 1.200.000
X Y Z = = 240.000
= = = constante de proporcionalidade. 5 5
4 5 6
x 1.200.000
= = 200.000
Usando uma das propriedades da proporção, 6 6
somas externas, temos:
Logo, as partes dividas inversamente proporcio-
X+ Y+ Z 900.000 nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K,
= 60.000
78 4 +5 +6 15 240K e 200K.
12 m -------- 2 160 (tijolos)
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E
COMPOSTA 30 m -------- X (tijolos)
12 · X = 30 . 2160
Regra de Três Simples 12X = 64800
X = 5400 tijolos
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
grandezas. São elas: Assim, comprovamos que realmente são necessá-
rios mais tijolos.
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese- Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12
ja calcular a partir da grandeza explicativa; dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi-
z Grandeza Explicativa ou Independente é aque- derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
la utilizada para calcular a variação da grandeza professores para corrigir as provas?
dependente. Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
montar a relação e analisar:
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
des que aparecem frequentemente em provas de con- 5 (prof.) --------- 12 (dias)
cursos públicos. Veja abaixo: 30 (prof.) -------- X (dias)
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumento Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
de uma grandeza implica o aumento da outra; aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen- pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
to de uma grandeza implica a redução da outra; Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio-
nais e vamos resolver multiplicando na horizontal.
Vamos esquematizar para sabermos quando será
Observe:
direta ou inversamente proporcional:
5 (prof.) 12 (dias)
DIRETAMENTE + / + OU - / - 30 (prof.) X (dias)
PROPORCIONAL
30 . X = 5 . 12
30X = 60
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas X=2
(sinais iguais)
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
para corrigir as provas.
PROPORCIONAL + / - OU - / +
Regra de Três Composta
40 3 # 1000
=
X 6 2000 PORCENTAGEM
Agora basta resolver a proporção para acharmos A porcentagem é uma medida de razão com base
o valor de X. 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
40 3000
= 12000 como podemos representar um número porcentual.
X
3X = 40 x 12 30
3X = 480 30% = (forma de fração)
100
X = 160
30
30% = = 0,3 (forma decimal)
100
160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 minutos.
30 3
vamos analisar mais um exemplo. 30% = =
100 10
Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o núme- Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
ro de linhas por página e para 40 o número de letras várias maneiras:
(ou espaços) por linha. Considerando as novas condi-
ções, determine o número de páginas ocupadas. 30 3
30% = = 0,3 =
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante- 100 10
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras) é, transformar um número qualquer em porcentual.
X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras) Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
6 ? # ?
= 25 x 100 = 2500%
X ? ?
0,35 x 100 = 35%
Analisando isoladamente duas a duas: 0,586 x 100 = 58,6%
2 1
=
8 4
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º E DE
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, 2º GRAUS
vamos multiplicar a fração por 100:
Conceito
1 x 100 = 25%
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou
4
mais variáveis – geralmente são as letras do nosso
alfabeto - denominadas por incógnitas, são desconhe-
Soma e Subtração de Porcentagem cidas. O nosso principal objetivo é encontrar o valor
dessa incógnita.
As operações de soma e subtração de porcentagem
Resolução e discussão
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- z Equação do Primeiro Grau
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou A forma geral de uma equação do primeiro grau
é: ax + b = 0.
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza. chamado de termo independente.
Exemplo 1: Para resolver uma equação do 1° grau, devemos
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. isolar todas as partes que possuem incógnitas de um
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou dos lados do sinal de igual e do outro os termos inde-
pendentes. Veja um exemplo:
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de
10x = 5x + 20
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto
Sendo a e b números reais e a ≠ 0 é, existem 2 valores de x que tornam a igualdade
Veja um exemplo abaixo: verdadeira.
Resolva a inequação 5x + 20 < 40
Cálculo das raízes da equação
5x + 20 < 40
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
5x < 40 – 20
5x < 20
colocá-los na seguinte expressão:
x < 20 / 5
x < 4. 2
-b ! b - 4ac
x=
Podemos resolver uma inequação de uma outra 2a
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
- um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor
dade em uma sentença verdadeira. utilizando o sinal negativo (-).
Siga os passos: Vamos aplicar em um exemplo:
Resolva a inequação 5x + 20 < 40 Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
1º) Coloque todos os termos da inequação em um mes-
mo lado. a=1
b = -3
5x + 20 - 40 < 0 c=2
5x -20 < 0
Substituindo na fórmula:
2º) Substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade.
2
-b ! b - 4ac
x=
5x -20 = 0 2a
z a soma das raízes é dada por –𝑏/a 1. Multiplicar uma das equações por um número que
z o produto das raízes é dado por 𝑐 / a seja mais conveniente para eliminar uma variável.
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0. com uma variável.
Soma: –𝑏/a = -(-3) / 1 = 3
Produto: 𝑐/a = 2 / 1 = 2 Veja o exemplo abaixo:
Quais são os dois números que somados resulta
“3” e multiplicados “2”?
*
x + y = 10
Soma: 3 = (2 + 1)
Produto 2 = (2 ×1) 4x - y = 5
Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen-
te igual como achamos usando a fórmula de Báskara. Nesse exemplo não vamos precisar fazer uma mul-
tiplicação, pois já temos a condição necessária para
SISTEMA DE EQUAÇÕES eliminarmos o “y” da equação. Então devemos fazer
apenas a soma das equações. Veja:
Conceito. Resolução, discussão e representação
*
geométrica. Situações - problema envolvendo x + y = 10
sistemas de equações.
4x - y = 5
Sistemas de equações de primeiro grau (sistemas 5x = 15
lineares) x=3
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de
uma incógnita. Imagine que um exercício diga que: x Substituindo o valor de “x” na primeira equação
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(
- x - y = - 10 Caso os números estejam diminuindo, você pode
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
x - 2y = 4
entre os termos.
-3y = -6 Agora, observe esta outra sequência:
y = -6 / -3
y= 2 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
Substituindo o valor de “y” na primeira equação Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem
achamos o valor de “x”: a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo per-
cebido que o 9 não está na sequência. A nossa tendên-
x + y = 10 cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
x + 2 = 10 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encon-
x = 10 – 2 trado deve ser capaz de explicar TODA a sequência!
x=8 Neste caso, estamos diante dos números primos! Sim,
aqueles números que só podem ser divididos por eles
Sistemas de equações do 2º grau mesmos ou então pelo número 1. No caso, o próximo
seria o 17 e não o 15. A propósito, os próximos núme-
Vamos usar o mesmo método principal para resol- ros primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
zamos lá no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS
Método da Substituição. Veja um exemplo:
É bem comum aparecem questões que envolvem
(
x + y =3
uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
2 2
x - y = -3 Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
te exemplo:
Isolando x na primeira equação, temos que x =
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação, 2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
temos que:
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
(3 – y)2 – y2 = -3 dizer que temos uma sequência que, de um número
9 – 6y + y – y2 = -3 para outro, devemos somar 2 unidades e também
y=2 podemos notar que temos uma sequência que, de um
Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1 número para o outro, basta somar 5 unidades. Elas
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,...
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
Esse tema é cobrado de uma maneira que ao mes-
mo tempo que pode parecer fácil, pode ser bem com- PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
plicado. Descobrir a lei de formação ou padrão da
GEOMÉTRICAS
sequência é o seu principal objetivo, pois nas ques-
tões sobre sequências/raciocínio sequencial, você
PROGRESSÃO ARITMÉTICA
será apresentado a um conjunto de dados dispostos
de acordo com alguma “regra” implícita, alguma lógi-
Uma progressão aritmética é aquela em que os
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons-
essa “regra” para, com isso, encontrar outros termos
tante, normalmente representada pela letra r.
daquela mesma sequência.
Veja o exemplo abaixo: Termo inicial: valor do primeiro número que
compõe a sequência;
2, 4, 6, 8,... Razão: regra que permite, a partir de um termo,
obter o seguinte.
A primeira pergunta que podemos fazer para Observe o exemplo abaixo:
achar a lei de formação é: os números estão aumen-
tando ou diminuindo? {1,3,5,7,9,11,13, ...}
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos. Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9, e assim suces-
Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8,.. Do sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Progres-
primeiro termo para o segundo, somamos o número são Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e
dois e depois repetimos isso. termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo pro-
2+2=4 gressões aritméticas, é importante você saber obter o
4+2=6 termo geral e a soma dos termos, conforme veremos
84 6+2=8 a seguir.
Termo geral da PA PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente. Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei- PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer decrescente. Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1
outro termo. Temos a seguinte fórmula: PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
iguais. Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0.
an = a1 + (n-1)r
FUNÇÕES E GRÁFICOS
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
𝑓
𝑓: A → B
x ↦ 2x
Importante!
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
é função.
O domínio
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x
x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2
x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se:
𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1
𝑓(3) = 3 – 1 = 2
Funções Periódicas e Compostas Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Funções periódicas a grosso modo são funções Podemos ter outras relações entre funções, como
a soma de duas funções 𝑓 e g
quais se observa uma característica de repetição do (𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).
88 decorrer da curva em intervalos subsequentes. A diferença
(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x). Assim, temos exemplos de funções constantes
O produto entre funções:
(𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x).
E o quociente entre funções:
(𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0.
1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
a) b)
É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
tesiano será: Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b).
{
y = 𝑓
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo –x + 1, se x < –2
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}. a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
–x + 1, se x > 1
(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
Função constante 𝑓(x) = c. 89
𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2
{
O domínio da f é A que é a imagem de f –1
, já o
domínio de f é B que é a imagem da f.
–1
𝑓 e 𝑓 -1
-
tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
90 plano cartesiano e traçar uma reta. Figura 12. Gráco da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4).
→ ∊
associado ao elemento (ax + b) ∊ ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Am, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
b
𝑓(x) = ax + b, também
-
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a Assim colocando esses resultados sobre o eixo x,
𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a e adicionando os sinais vemos em quais intervalos
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar estão os sinais positivos e negativos da função.
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1 2º caso: a < 0 (decrescente):
→
𝑓(x) = ax + b > 0 → x < –
b
;
Importante! a
b
Uma função am, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 , 𝑓(x) = ax + b < 0 → x > – ;
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim, a
dizemos que uma função linear é um caso parti-
cular da função am.
1
2x + 1 = 0 → x = –
Figura 13. Gráco da Função Am 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).
2
crescente sempre que o coe-
positivo e decrescente quando o então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
mesmo for negativo.
x>–
1
→ 𝑓(x) > 0
Sinal da Função Am 2
1
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B x<– → 𝑓(x) < 0
por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos 2
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
a raiz sendo:
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
{
S 1 ⌒ S2= x ∊
1 {
3 Ou seja,
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3
x+2<0→x<–2 ≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1
1
3x – 1 < 0 → x < Assim temos:
3
𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)
3
Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 = – 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤
2
{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-
ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:
3x – 1 > 0 → x > 1
3
{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊
1 {
3
𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) Logo, a solução para esse primeiro caso é:
> 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
g(x) g(x) g(x) g(x)
{
De acordo com a regra de sinais do quociente de S 1 ⌒ S2= x ∊
1
<x≤
3
{
92 números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+ 3 2
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3
2
1
3x – 1 < 0 → x <
3
é:
𝑓(x) = ax2
+ bx + c pode ser escrita da seguinte forma:
{ x∊ 1 3
{
[ ]
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = <x≤ 2
3 2 b
𝑓(x) = a x+ –
2a 4a2
Quando se está trabalhando algebricamente com
uma inequação e no momento que se tem a necessida- 2 – 4ac, o discriminante, igualando essa
de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver- raízes:
≥ 3/2 .
Funções Quadráticas – b ± √
x=
2a
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
→ ∊
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun-
o elemento (ax2 + bx + c) ∊≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2:
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ . Um exemplo de função
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
𝑓(x) = ax2 +
bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é
necessário mais que dois pontos, diferente do visto – (–3) – √1 3–1
anterior na construção da reta. Inicialmente encon- x1 = = =2
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon- 2·1 2
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
, as raí-
zes são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o
eixo x (abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a
𝑓(x) = 0.
, exis-
𝑓 = (–1)2 – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x – 4ac →
2
94 (abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0.
g = (2)2 – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0
–(–1) – √25
g(x) > 0, {x ∊
x = = –2
1
2·1
g(x) < 0, {x ∊
𝑓(x) = 0
–(–1) + √25
x = =3 Assim, para a inequação quociente ser negativa,
2
2·1 𝑓(x)/g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situa-
ções, a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solu-
–(2) ± √0 ção será:
g(x) = 0
x1 = x2 = =1
2 · (–1)
1
S1 = x ∊ ⌒ {x ∊
Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com : 2
𝑓(x) > 0, {x ∊ = {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2
𝑓(x) < 0, {x ∊
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução
será:
Para g(x) = –x2 +2x – 1, com :
g(x) < 0, ⩝x ∊
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
1
S2 = x ∊ ⌒ { x ∊
· g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
2
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
a solução será S = {x ∊
1
No caso de inequação quociente faz-se o estudo = x ∊
-
2
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + = Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S) – 1)/(–x2 + 2x) < 0 é:
para uma dessas inequações pode ser encontrada da
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa- 1
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. S1 ◡ S2 =
x ∊ ou x > 2
2
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 +
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon-
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x) Máximo e Mínimo para Função Quadrática
= – x2 + 2x:
Dizemos que o número yM ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-
= (1) – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9
2
mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, yM ≥
y ou yM ≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D𝑓 tal que
= (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
𝑓
2 – 4ac → yM = 𝑓(xM) chamamos de ponto máximo ou mínimo da
2
Equações Modulares
-
Figura 15. Gráco da Função Modular 𝑓(x) = |x|.
ro real, em que para um número k > 0 tem-se |x| = k
⇔ x = k ou x = –k. Então a solução da equação modu-
Para funções modulares com potência quadrática lar |x + 2| = 3 é:
como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-
x+2=3→x=1
|x + 2| = 3 ⇔
x + 2 = –3 → x = –5
x2 + 4x
𝑓(x) =
–(x2 + 4x) S = {–5, 1}
A essas duas funções encontramos as suas raízes: Caso tenhamos duas funções modulares, como a
equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
96 2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16 te forma:
3 Para x ≥ –1 temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:
3x + 2 = x – 1 → x = – 2 S1 = {x ∊≥ – 1} ⌒ { x ∊≥ 2} = {x ∊≥ 2}
|3x + 2| = |x – 1| ⇔
1
3x + 2 = –x + 1 → x = – Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com
4 solução:
3 1
S2 = {x ∊⌒ {x ∊≥ 8} = {∅}
S= – ,–
2 4
Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
8
O domínio da função exponencial é o conjunto
S= x ∊≤ – ou x ≥ 0 dos reais, ou seja, para todo x ∊ y ∊
5
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
valores positivos não nulos (reais não negativos e não
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos: *+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ* +
função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x,
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊-
to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y)
x + 1, se x ≥ – 1 = (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0
|x + 1| = funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente
–x – 1, se x < –1 97
1
S= – 2,
2
Inequações Exponenciais
1 x
≥ 125
5
Figura 17. Gráco da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e Temos duas formas:
(b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ).
x x
S = {7} Logaritmo
b
z b > 0 e c > 0 → loga = loga b – loga c, então loga
c
1
= – loga c;
c
z ∊→ loga ba b);
1
z n ∊ ℕ* → loga √b = loga(b) = loga b ;
n
z a, b, c ∊+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ + e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a c,
mudança de base com produto;
1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a
1
z ∊* logaβ b = loga b ;
β
Denição, Características, Domínio, Imagem e Figura 18. Gráco da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2
Gráco x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x).
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Seja a é um número real, tal que seja maior que Equações Logarítmicas
zero e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊* + –{1}), a função
𝑓: *+ → ∊ *+ o número 𝑓(x) = Equações logarítmicas são aquelas equações do
loga x, é conhecida como Função Logarítmica. Assim tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓 ∊
funções como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de (a ∊*+ –{1}).
funções logarítmicas. A forma de solucionar a equação logarítmica é
deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan-
-
do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade
terísticas quando a ∊*+ –{1}, pode-se notar:
inversa e transformando em equação exponencial,
loga 𝑓→ 𝑓(x) = a
z 𝑓: *+ → e g: → *+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) =
Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x +
ax , relação inversa;
5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que
z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1;
x > –2/3 e x > –5/2:
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1;
z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0;
z a > 1; x > 1 → loga x > 0;
3x + 2 < 0 → x > –2/3
z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0;
z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0;
2x + 5 > 0 → x > –5/2 99
log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3 – (–5) – √25
S = {3} x 1
=
2·2
= 0
2x2 + 5x + 4 > 0
Como para a 𝑓(x) = 2x2
– 4ac = 25 – 32 = –7
2
então a solução para 𝑓(x) > 0 é:
logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊
log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4
5
S1 = x ∊
= 16 → 2x2 + 5x – 12 = 0
2
3
– (–5) – √49 1
S=
– 4,
2
x 1
=
2·2
= –
2
– (–5) + √49
Inequações Logarítmicas
x = = 3
1
2·2
𝑓(x) > g(x) se a > 1
1 5
S = S1 ⌒ S 2 = x ∊ ≤ x < 0 ou <x≤3
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
2 2
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
𝑓(x) > a se a > 1
k
0 < 𝑓(x) < ak se a > 1 5
loga 𝑓(x) > k ⇔
𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
𝑓(x) > a se 0 < a < 1
k
3
Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23, Como a solução x > 1 é também maior que:
para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x: 5
x>–
100 2x2 – 5x > 0 →2 – 4 · 2 · 0 = 25 3
Logo temos o intervalo de solução para x sendo: Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
S = {x ∊
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765
Logaritmos Decimais 19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou 20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10 21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
𝑓(x) ou log10 𝑓 ∊ *. Pode-se ter também a nota-
22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de
23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784
escrever o valor 10 na base. Todas as características
e propriedades de logaritmos também valem para os 24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962
logaritmos decimais.
25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
Segue algumas propriedades:
26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x 27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456
< c + 1, x > 0 e c ∊ 28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
z log x = c + m, onde c ∊≤ m < 1 29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
é a mantissa;
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0; 30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
multiplica-se x por potência de 10 com expoente
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda 33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302
quando temos log10p x, p ∊ 34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428
Valores da característica (c) são dados da seguinte 35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
forma: 36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786
log 2,3 → c = 0 38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
log 31,421 → c = 1 39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
x>1 40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
log 204 → c = 2 41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222
log 6542,3 → c = 3 42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
log 0,2 → c = –1 43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
log 0,035 → c = –2 44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
0<x<1 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
log 0,00405 → c = –3 46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
log 0,00053 → c = –4 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte 49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga- 51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m =
53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c +
54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
m = 1 + 0,3692 = 1,3692.
PARADOXO
z Conectivos “e” usando “mas”
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor.
PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
ambos”
É fundamental que você conheça três princípios Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas
para deixarmos tudo alinhado com as proposições não ambos.
lógicas. Veja: z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à
Princípio do terceiro excluído:
praia.
Caso você estude, irá passar no concurso.
Uma proposição deve ser Verdadeira ou Falsa, Basta Ana comer massas, e engordará.
não havendo outra possibilidade. Não é possível que Quem joga bola é rápido.
uma proposição seja “quase verdadeira” ou “quase Todos os médicos sabem operar.
falsa”. Qualquer criança anda de bicicleta.
Toda vez que chove, não vou à praia.
Princípio da não-contradição:
É importante saber que na condicional a 1º Na con-
Dizemos que uma mesma proposição não pode dicional a 1º proposição é o termo antecedente e a 2º
ser, ao mesmo tempo, verdadeira e falsa. é o termo consequente.
P→Q
Princípio da Identidade: P = antecedente
Q = consequente
Cada ser é igual a si mesmo, ou seja, uma propo-
TABELA VERDADE
lógica.
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos
apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS proposição.
vos lógicos. Veja os exemplos: Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
Sabino corre e Marcos compra leite. las verdade para proposições compostas.
O gato é azul ou o pato é preto. 1º passo: Contar a quantidade de proposições
Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar. envolvidas no enunciado.
Cada conectivo tem sua representação simbólica e Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos: 2º passo: Calcular a quantidade de linhas da tabela
usando a fórmula 2n = 2proposições (onde “n” é o número
de proposições).
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
e Conjunção ^
ou Disjunção v P Q PVQ
ou...ou Disjunção Exclusiva v
se...então Condicional →
se e somente se Bicondicional ⟷
Exemplos:
Na linguagem natural: 103
3º passo: P Q P^Q
coluna fazendo o agrupamento pela metade do núme- V V V
ro de linhas da tabela.
V F F
Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
F V F
F F F
P Q PVQ
Conectivo Disjunção “ou” (v)
V
V Teremos resposta verdadeira quando pelo menos
F um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.
F
P Q PVQ
V V V
4º passo: Preencher as demais colunas com agru-
V F V
-
de do agrupamento anterior. F V V
Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima F F F
será de 1 em 1).
Conectivo Disjunção Exclusiva “ou...ou” ( v )
P ~P ~(~P) V V V
V F V V F F
F V F F V V
F F V
Conectivo Conjunção “e” (^)
Condicional falsa:
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos Vai Ficar Falsa
104 os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros. V à
TAUTOLOGIA Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
É uma proposição cujo valor lógico é sempre Veja a tabela abaixo:
verdadeiro.
Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautologia, Tabela de conectivos
pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela
verdade.
CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
P ~P P V ~P e Conjunção ^ peq
V F V ou Disjunção v p ou q
F V V Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
exclusiva
→ (PàQ) é uma Condicional
tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só se...,então → Se p, então q
(implicação)
possui V.
p se e
se e Bicondicional
somente
P Q (P^Q) (PàQ) (P^Q)→(PàQ) somente se (bi-implicação)
se q
V V V V V
V F F F V z Conjunção (conectivo “e”)
F V F F V
Representação simbólica: ^
F F F V V Exemplo:
Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o gato
CONTRADIÇÃO come banana.
Na linguagem simbólica: p ^ q
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição,
z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”)
verdade.
Representação simbólica: v
Exemplo:
P ~P P ^ (~P)
Na linguagem natural: Maria é bailarina ou Juliano
V F F é atleta.
F V F Na linguagem simbólica: p v q
V F V V V Na linguagem simbólica: p → q
F V F V V
z Bicondicional (conectivo “se e somente se”)
F F F V V
Representação simbólica:
z Tautologia: uma proposição que é SEMPRE Exemplo:
verdadeira. Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e so-
z Contradição: uma proposição que é SEMPRE falsa. mente se ele receber dinheiro.
z Contingência: uma proposição que pode assumir Na linguagem simbólica: pàq
Dica V V F F F V F F
V F V F F F V F
Na condicional a 1ª proposição é o termo ante-
V F F F F F F F
cedente e a 2ª é o termo consequente.
PàQ F V V V F F F F
P = antecedente F V F F F F F F
Q = consequente
F F V F F F F F
EQUIVALÊNCIA F F F F F F F F
~P → ~Q → Contrapositiva
P Q ~P ~Q P→Q Q→P
~Q ~P
Para fazermos essa equivalência devemos inverter
V V F F V V V V
as proposições e depois negar todas as proposições.
V V F V F V V F Inverte e nega tudo mantendo o se...então
V F V F V F F V Exemplo: A → B ⇔ ~B → ~A
Se Marcos estuda, então ele passa. ⇔ Se Marcos
V F V V V V V V
não passa, então ele não estuda.
Estas duas proposições são equivalentes. Percebeu
z Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p o processo de construção da segunda a partir da pri-
meira? Você deve inverter a ordem das proposições e
Vale ressaltar que olhando para a tabela, a condi- negar ambas.
cional p → q e a sua recíproca q → p ou a sua contrária
~p → ~q NÃO SÃO EQUIVALENTES. z “se...então” vira “ou” 107
Essa equivalência é feita negando a primeira pro- se e somente se hoje não chover.
posição, trocando o conectivo “se...então” pelo conec- ⇔e hoje não vai chover ou o céu não
tivo “ou”, repetindo a segunda proposição. e hoje vai chover.
Nega ou Repete. Agora observe a tabela verdade envolvendo todas
Exemplo: as equivalências da Bicondicional:
A → B ⇔ ~A v B
Se o urso é ovíparo, então o macaco voa. ⇔ O urso (A→B) (A ^ B)
não é ovíparo ou o macaco voa. A B ~A ~B A⟷B B⟷A ^ V
Observe a tabela abaixo e veja que os resultados (B→A) (~A ^ ~B)
são iguais, ou seja, equivalentes:
V V F F V V V V
V F F V F F F F
A B ~A ~B A→B ~B → ~A ~A V B
F V V F F F F F
V V F F V V V
F F V V V V V V
V F F V F F F
F V V F V V V COMUTAÇÃO
F F V V V V V
Leis Comutativas
Negação de uma disjunção (Lei de Morgan) Para fazermos essa negação vamos manter o
conectivo “se e comente se” e negar apenas uma das
Para negarmos a disjunção, devemos trocar pela proposições.
conjunção (e) e negar todas as proposições envolvi- Exemplo:
das. Veja: ~ (A v B) ⇔ ~A ^ ~B 1 - ~ (A ⟷ B) ⇔ ~A ⟷ B
Exemplo: Vou pegar a bola ou Pedro vai chutar a lata. 2 - ~ (A ⟷ B) ⇔ A ⟷ ~B
Proposição 1: vou pegar a bola. A: Passo se e somente se estudo muito.
Proposição 2: Pedro vai chutar a lata. Negação:
1º - trocar o “ou” pelo “e” 1 – Não passo se e somente se estudo muito.
2º - negar todas as proposições 2 – Passo se e somente se não estudo muito.
Negação:
~P1: Não vou pegar a bola. A A (A ^ ~B) ~A A
~P2: Pedro não vai chutar a lata. A B ~A ~B ⟷ ~(A ⟷ B) ⊻ V ⟷ ⟷
Assim temos, B B (B ^ ~A) B ~B
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
z Na linguagem simbólica:
p→q
Todo A é B.
z 1ª Regra – O silogismo tem três termos: o maior, o z 8ª Regra – De duas premissas particulares, nada se
menor e o médio. Exemplo: pode concluir. Exemplo:
Dentro de toda a teoria que já foi estudada sobre
os diversos conceitos de Raciocínio Lógico, vamos premissas são verdadeiras;
agora resolver algumas questões que envolvem pro- 2°. Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do
blemas com lógica e raciocínio. Aqui não tem teoria, conectivo envolvido no argumento;
pois como disse: esse tópico reúne diversos conceitos 3°. Se der ERRO
já estudados, tais como Diagrama de Venn, Associação argu-
Lógica, Equivalências, Negações, etc. Logo, devemos mento é válido.
resolver questões para entendermos como são cobra-
das em provas. Veja na prática:
(V) (V)
Crianças Seentão vou ao cinema. (V)
(V)
Exemplo:
Todo A é B.
Todo homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
Veja que todas as representações de A e B possuem
também é elemento de B. Logo, podemos representar intersecção. Então, quando “Algum A é B” é verdadei-
com o diagrama: ra, os valores lógicos das outras proposições categóri-
cas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
B Todo A é B – É indeterminado
Nenhum A é B – É falsa.
A Algum A não é B – É indeterminado.
diagramas:
QUANTIFICADOR UNIVERSAL “NENHUM” (NEGATIVO)
Exemplo:
Nenhum A é B.
Nenhum homem joga bola.
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
- Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há
contato de alguns elementos de A com B
mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
tação com diagrama:
Veja que em todas as representações o conjunto
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Então, quando “Algum A não é B” é verda-
A B deira, os valores lógicos das outras proposições cate-
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
Todo A é B – É falsa.
Nenhum A é B – É indeterminada.
Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B Algum A não é B – É indeterminado. 115
NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES LÓGICOS OU QUANTIFICADOR NEGAÇÃO EXEMPLO
PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
p: Algum homem
Particular negativa Universalarmativa não joga bola.
Você vai aprender de uma vez por todas como
“algum + não” “todo” ~p: Todo homem
- joga bola.
ções que utilizam expressões como “todo”, “algum”
e “nenhum”. Recapitulando sobre a negação de uma
proposição, podemos, então, dizer que negar uma pro-
lógico particular (Pelo menos / Existe / Algum), pode-
mos escrever o lembrete abaixo para negação:
palavras, a negação de uma proposição verdadeira é
uma proposição falsa; a negação de uma proposição
falsa é uma proposição verdadeira.
NEGAÇÃO PEA + NÃO
Tudo que você precisa para negar uma proposição TODO
alguns exemplos:
NENHUM NEGAÇÃO PEA
universal.
z Se o verbo for armativo, a negação utilizará um negação
verbo negativo. AéB A não é B A não é B
1. Identique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20 interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elementos
envolvidos.
5
Vamos a resolução:
Total = X
20 gostam de Matemática 1. Identique os conjuntos;
30 gostam de Português 2. Represente em forma de diagramas;
10 gostam dos dois
10 gostam apenas de Matemática André Bernardo
20 gostam apenas de Português
5 não gostam de nenhuma
Carol
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
a c a +b c+d 2A
= = = = 1.000
b d b d 4
2A = 4 x 1.000
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno- 2A = 4.000
minador ao efetuar essa soma interna, desde que A = 2.000
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
proporção.
3B
= 1.000
a c a +b c+d 9
= = =
b d a c 3B = 9 x 1.000
3B = 9.000
Vejamos um exemplo:
B = 3.000
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
x 2
=
14 - x 5
x + 14 - x 2+ 5 O total pago pela empresa será:
=
x 2 Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
14 7 Agora vamos estudar um tipo de problema que
= aparece frequentemente em provas de concursos
x 2
envolvendo razão e proporção.
7 . x = 2 · 14
REGRA DA SOCIEDADE
14 · 2
x= =4
7 Diretamente proporcional
Portanto, encontramos que x = 4.
Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-
Observação: vale lembrar que essa propriedade va é “dividir uma determinada quantia em partes
também serve para subtrações internas. proporcionais a determinados números. Vejamos um
exemplo para entendermos melhor como esse assun-
Soma com Produto por Escalar: to é cobrado:
Exemplo:
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
4–5–6|2
2–5–3|2 de juros.
1–5–3|3
1–5–1|5
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
J=C·i·t
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
M=C+J
15x 12x 10x
+ + = 740.000 M = C · (1 + i ·J)
60 60 60
37x Onde,
= 740.000 J = juros
60
C = capital
X = 1.200.000 i = taxa em percentual (%)
t = tempo
Agora basta substituir o valor de X nas razões para M = montante
achar cada parte da divisão inversa.
Taxas proporcionais e equivalentes
x 1.200.000
= = 300.000
4 4 Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im-
x 1.200.000 portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
= =240.000
5 5
x 1.200.000 que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber se essa
= = 200.000
6 6 taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas
Logo, as partes dividas inversamente proporcio- taxas de juros são proporcionais quando guardam a
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K, mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo,
240K e 200K. 12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam-
bém é proporcional a 1% ao mês.
JUROS SIMPLES E COMPOSTO Basta efetuar uma regra de três simples. Para
obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
Juros Simples é proporcional à taxa de 12% ao ano:
Imagine que você pegou um empréstimo de Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é igual
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- à subtração dos logaritmos de cada número.
lizado após 4 meses, sob taxa de juros de 10% ao mês. Também é importante ter em mente que “logA”
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e Observe um exemplo:
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. No regime de juros compostos com capitalização
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
postos. Podemos montar a seguinte tabela: -
do para produzir o montante de R$120.000 é expressa
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 log2, 1
por .
log1, 01
1º MÊS 11.000,00
Temos a taxa j = 1%am, capital C = 100.000 e mon-
2º MÊS 12.100,00 tante M = 120.000. Na fórmula de juros compostos:
3º MÊS 13.310,00 M = C x (1+j)t
4º MÊS 14.641,00
120000 = 100000 x (1+1%)t
12 = 10 x (1,01)t
ao banco R$14.641,00 que é a soma da dívida inicial 1,2 = (1,01)t
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
M = C · (1 + i)t log1, 1
t=
log1, 01
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- Logo, questão errada.
plo. Veja:
PROBLEMAS ARITMÉTICOS
M = 10000 x (1 + 10%)4
M = 10000 x (1 + 0,10)4 Vimos no início de nosso estudo toda a parte teó-
M = 10000 x (1,10)4 rica que nos deu suporte para que chegássemos até
M = 10000 x 1,4641 aqui e conseguíssemos resolver mais algumas ques-
M = 14.641,00 reais tões sobre esse tópico. Mas, lembre-se que geralmente
os tópicos fração, razão e proporção e porcentagem
Podemos fazer a comparação entre juros simples e são os mais cobrados e por isso este será o nosso foco
compostos. Observe a tabela abaixo: principal. Mãos à obra! 123
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS Três pontos não colineares
Representação Gráca α
r S C
P
α
r A B
ponto
reta plano
z Por duas retas distintas
Vamos agora sobre alguns pontos interessantes:
α
z Passando por um ponto “P” qualquer podemos tra-
única reta. Veja: S
s t 90°
A D a
B E
b valor do ângulo em relação a 90°:
C F
c z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à
90°. Ex.: 30o, 42o, 63o.
D G z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores à
d
90o. Ex.: 100o, 125o, 155o.
A B
C A
D
125
Os ângulos formados pelo cruzamento das retas Veja que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais.
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem
o mesmo valor. Ou seja, A = C e B = D. z a soma do ângulo interno e do ângulo externo de
Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma um mesmo vértice é igual a 180º;
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B z a soma dos ângulos internos de um polígono de n
e C, C e D, e D e A. lados é:
Dica S = (n – 2) × 180°
Km hm dam m dm cm mm
(decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
B E
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
Km hm dam m dm cm mm
C D :10
:10 :10 :10 :10 :10
A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
diferentes que servem para medir dimensões maiores se faz a relação nessa unidade:
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema abaixo: unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
1 hora = 60 minutos
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2 4 h = 4 x 60 = 240 minutos
(decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:
Km hm dam m dm cm2 mm 1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
:100 :100 :100 :100 :100 :100 Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2. (hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
Para sair do metro quadrado e chegar no cen- mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000 1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins-
(100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em tante do dia.
centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 = 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
53000 cm2.
PERÍMETRO E ÁREA
Medidas de Volume (Capacidade)
Retângulo
A unidade principal tomada como referência é o
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
diferentes que servem para medir dimensões maiores
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os
ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1000. Veja o esquema abaixo: ângulos internos iguais a 90°.
b
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3. Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro menor “h” de altura.
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro Área do Retângulo
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
cúbico. Logo,
5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3. Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
Veja agora algumas relações interessantes e que cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
você precisa ter em mente para resolver a diversas fórmula:
questões.
A=b×h
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g) lado e 5 centímetros de altura, a área será:
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
A = 10cm × 5cm = 50cm2
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
-
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2) do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
unidade de área. 127
Quadrado
L L
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu- d
ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama- D
L L
remos de L. Veja:
D#d
L L A=
2
Paralelogramo
A = L2 h
Trapézio
(B + b) # h
A=
2
Losango b
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen- Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
to. Veja abaixo: cer a sua altura (h):
L L
a c
L L
h
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de
128 b
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é TEOREMA DE PITÁGORAS
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula: Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.
b #h
A=
2
B
Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
c
a
Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois
lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
internos da base são iguais (simbolizados na A
b
n m
a B C B
c H
C A
Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas
b que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-
dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:
Triângulo equilátero: é o triângulo que tem
h2 = m×n
todos os lados iguais. Consequentemente, ele
b2 = m×a
terá todos os ângulos internos iguais: c2 = n×a
b×c = a×h
A
a a
h Círculo
a 3
h=
2
r
Para calcular a área do triângulo equilátero usan-
do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:
2
a 3
A= 129
4
Sabemos que o ângulo central de uma volta com-
r2 pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des-
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14. ta volta completa, que é a própria área do círculo (
Vejamos um exemplo para calcular a área de um r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
círculo com 10 centímetros de raio:
2 2
2
2
A = 3,14×100 = 314cm2 a # rr
Logo, área do setor circular = c
360
O perímetro de uma circunferência que é a mesma Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-
coisa que o comprimento da circunferência, é dado por:
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
cujo ângulo central é “” e que o comprimento da cir-
-
tro daquela circunferência com 10cm de raio: 360° --------------- ------ 2 r
-------------------------- Comprimento do setor circular
C = 2 × 3,14 × 10
C = 6,28 × 10 = 62,8 cm a # 2r r
Logo, comprimento do setor circular =
360c
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-
GEOMETRIA ESPACIAL
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
mede o dobro do raio, ou seja, 2r. Poliedros
cada uma delas sendo um polígono regular que estu-
damos anteriormente. Vamos conhecer os principais
poliedros, destacando alguns pontos importantes
como área e volumes:
D = 2r
Paralelepípedo reto retângulo e Cubo
c a
b
a a
O cubo é um caso particular do paralelepípedo
A reto retângulo, ou seja, basta que igualemos os valo-
res de a = b = c.
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto
retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja:
B V=a×b×c
C
V = a × a × = a3
Dica
Note que formamos uma região delimitada dentro As faces do paralelepípedo são retangulares,
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. Te- enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
mos ainda um ângulo central desse setor circular sim-
A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
determinar a área do setor circular e o comprimento das. Ou seja,
do segmento de círculo compreendido entre os pontos
130 A e B. A T = 6a2
Agora no paralelepípedo reto retângulo temos 2
retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
total de um paralelepípedo é:
H H
AT = 2ab + 2ac + 2bc
Prismas R C
R
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
que têm as arestas laterais perpendiculares às bases. A área da superfície lateral do cilindro é igual a
2ℎ.
os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma E o volume do cilindro é o produto da área da base
não é uma circunferência.
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris- Esfera
ma será pentagonal.
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
V = Ab × h
O raio é simplesmente a distância do centro da es-
A área total de um prisma será a soma da área late-
fera até qualquer ponto da sua superfície.
ral com duas bases.
O volume da esfera é calculado usando a seguinte
fórmula:
AT = Al + 2Ab
4 # 3
V= rr
3
Cilindro
E a área da superfície pela fórmula abaixo:
Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são
Cone
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Geratriz
Geratriz
m1
m
Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta A área lateral da pirâmide é dada por:
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
da base pela altura. Veja: Aℓ = pm′
;1 E
5 -3
A=
7
pirâmide pirâmide pirâmide
triangular Veja que temos 2 linhas e 2 colunas, ou seja, Aij =
quadrangular pentagonal
A2x2. O termo a12, por exemplo, é igual a -3.
É importante saber que dizemos que a ordem des-
ta matriz é 2x2. A partir dela, podemos criar a matriz
transposta AT, que é construída trocando a linha de
cada termo pela sua coluna e a coluna pela linha.
Repare que a ordem de AT é 2x2:
< F
5 1
AT =
-3 7
Agora que já relembramos a parte teórica sobre 5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Uma mãe recebeu de um
geometria e matrizes, chegou o momento de resolver- médico a orientação de que seu lho deve ingerir 750
mos mais questões sobre esses tipos de problemas. mg de paracetamol a cada 8 horas. Em uma farmácia,
Assim, saberemos exatamente como as questões são ela comprou o medicamento em comprimidos, em cuja
134 cobradas em provas. embalagem constavam as seguintes especicações:
I. cada comprimido contém 750 mg; a) 23 processos.
II. cada grama desse medicamento contém 250 mg de b) 33 processos.
paracetamol. c) 34 processos.
d) 66 processos.
Para cumprir a orientação médica, quantos comprimi- e) 67 processos.
dos a mãe deverá administrar, a cada 8 horas, ao lho?
10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No dia 1.º de janeiro de
a) 1 2019, uma nova secretaria foi criada em certo tribunal,
b) 3 a m de receber todos os processos a serem protocola-
c) 4 dos nessa instituição. Durante o mês de janeiro de 2019,
d) 5 10 processos foram protocolados nessa secretaria; a
e) 8 partir de então, a quantidade mensal de processos pro-
tocolados na secretaria durante esse ano formou uma
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipa- progressão geométrica de razão igual a 2.
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, Nessa situação hipotética, a quantidade de processos
funcionando 5 horas diárias para esse m. Nessa protocolados nessa secretaria durante os meses de
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo junho e julho de 2019 foi igual a
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan-
do 4 horas e 30 minutos diários para esse m, é igual a a) 320.
b) 480.
a) 2.666. c) 640.
d) 960.
b) 2.160.
e) 1.270.
c) 1.215.
d) 1.500.
e) 1.161. 9 GABARITO
7. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Em uma fábrica de
1 C
doces, 10 empregados igualmente ecientes, ope-
rando 3 máquinas igualmente produtivas, produzem, 2 E
em 8 horas por dia, 200 ovos de Páscoa. A demanda
da fábrica aumentou para 425 ovos por dia. Em razão 3 C
dessa demanda, a fábrica adquiriu mais uma máquina,
4 C
igual às antigas, e contratou mais 5 empregados, tão
ecientes quanto os outros 10. 5 C
Nessa situação, para atender à nova demanda, os 15
empregados, operando as 4 máquinas, deverão traba- 6 C
lhar durante 7 B
a) 10 deputadas.
b) 14 deputadas.
c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
e) 25 deputadas.
z 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados
z 570 Agências de Coleta de Dados nos principais obrigação. Ela é um tratado dos deveres e da moral o
municípios. qual estabelece normas sobre as escolhas dos indiví-
nortear o que realmente deve ser feito. Para os pro-
(IBGE) é um instituto público da administração fede-
ral brasileira, criado em 1934 e instalado em 1936 pela moral, mas, sim, para a correção de suas inten-
com o nome de Instituto Nacional de Estatística. Seu ções, ações, direitos, deveres e princípios. 137
- e atos vericados na conduta do dia a dia em sua
nal do Servidor Público do IBGE, encontramos que: vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu
bom conceito na vida funcional.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a ecácia, a e- VII - Salvo os casos de segurança nacional,
ciência e a consciência dos princípios morais investigações policiais ou interesse superior
são primados maiores que devem nortear o do Estado e da Administração Pública, a serem
servidor público do IBGE, seja no exercício do preservados em processo previamente declara-
cargo ou função, ou fora dele, já que reetirá o do sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus qualquer ato administrativo constitui requisito
atos, comportamentos e atitudes serão direciona- de ecácia e moralidade, ensejando sua omissão
dos para a preservação da honra e da tradição do comprometimento ético contra o bem comum,
serviço público, como um todo, e, em especial, das imputável a quem a negar. Entretanto, os dados
pesquisas estatísticas e geocientícas ociais, cujas individuais de pessoas físicas ou jurídicas coletados
fontes de dados escolhidas devem contemplar a pelo IBGE são estritamente condenciais e exclusi-
qualidade, a oportunidade, os custos e o ônus para vamente utilizados para ns estatísticos. Ademais,
os cidadãos. leis, regulamentos e medidas que regem a operação
II - O servidor público não poderá jamais des- dos sistemas estatístico e cartográco no Instituto
prezar o elemento ético de sua conduta. Assim, devem ser de conhecimento público.
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O ser-
o justo e o injusto, o conveniente e o inconvenien- vidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que con-
te, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente trária aos interesses da própria pessoa interessada
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
Federal. Por se integrar à condição de servidor do do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
IBGE, o elemento ético da conduta abrange, além sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
dos primados maiores, a adoção dos melhores quanto mais a de uma Nação.
princípios, métodos e práticas, de acordo com con- IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem-
siderações estritamente prossionais, incluídos os po dedicados ao serviço público caracterizam o
princípios técnicos, cientícos e a ética prossional. esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que
paga seus tributos direta ou indiretamente signica
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar
Importante! dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio
público, deteriorando-o, por descuido ou má von-
Não é suciente que o servidor se paute somen- tade, não constitui apenas uma ofensa ao equipa-
te pela observância das leis e regras, deven- mento e às instalações ou ao Estado, mas a todos
do jamais desprezar o elemento ético de sua os homens de boa vontade que dedicaram sua inte-
conduta. ligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços
para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa
III - A moralidade da Administração Públi- à espera de solução que compete ao setor em que
ca não se limita à distinção entre o bem e o exerça suas funções, permitindo a formação de lon-
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o gas las, ou qualquer outra espécie de atraso na
m é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
legalidade e a nalidade, na conduta do servidor tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
público, é que poderá consolidar a moralidade do principalmente grave dano moral aos usuários dos
ato administrativo. Para melhor exercício de sua serviços públicos.
função pública no IBGE, o servidor deve ter cons- XI - O servidor deve prestar toda a sua aten-
ciência da relevância das informações estatísticas ção às ordens legais de seus superiores, velan-
e geocientícas, a m de atender ao direito à infor- do atentamente por seu cumprimento, e, assim,
mação pública de modo imparcial e com igualdade evitando a conduta negligente. Os repetidos erros,
de acesso. É imprescindível que o servidor do IBGE o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às
zele pela qualidade dos processos de produção das vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mes-
informações ociais, adotando critérios de boas mo imprudência no desempenho da função pública.
práticas tanto nas atividades nalísticas quanto XII - Toda ausência injusticada do servidor
nas atividades de apoio. de seu local de trabalho é fator de desmoraliza-
IV - A remuneração do servidor público é cus- ção do serviço público, o que quase sempre conduz
teada pelos tributos pagos direta ou indireta- à desordem nas relações humanas.
mente por todos, até por ele próprio, e por isso XIII - O servidor que trabalha em harmonia
se exige, como contrapartida, que a moralidade com a estrutura organizacional, respeitando
administrativa se integre no Direito, como elemen- seus colegas e cada concidadão, colabora e de
to indissociável de sua aplicação e de sua nalida- todos pode receber colaboração, pois sua ativi-
de, erigindo-se, como consequência, em fator de dade pública é a grande oportunidade para o cres-
legalidade. cimento e o engrandecimento da Nação. O caráter
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor colaborativo e participativo deve estar presente
público perante a comunidade deve ser enten- nas atividades estatísticas e cartográcas, privile-
dido como acréscimo ao seu próprio bem-es- giando-se, assim, um contato estreito e harmonioso
tar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, entre ambas as atividades – contato essencial para
o êxito desse trabalho pode ser considerado como melhorar a qualidade, comparabilidade e coerência
seu maior patrimônio. dos dados produzidos. Esse espírito colaborativo e
VI - A função pública deve ser tida como exer- participativo deve estender-se à coordenação dos
cício prossional e, portanto, se integra na vida sistemas estatísticos e cartográcos nacionais de
138 particular de cada servidor público. Assim, os fatos responsabilidade do IBGE. Portanto, compete ao
Instituto propor, discutir e estabelecer, em conjun- i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
to com as demais instituições nacionais, diretrizes, quicos, de contratantes, interessados e outros que
planos e programas para a produção estatística visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
e cartográca – processo que deve irradiar-se à gens indevidas em decorrência de ações imorais,
esfera internacional, especialmente na coopera- ilegais ou aéticas e denunciá-las;
ção bilateral e multilateral, a m de melhorar as j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
informações estatísticas e geocientícas ociais exigências especícas da defesa da vida e da
em todos os países, por meio da utilização de con- segurança coletiva;
ceitos, classicações e métodos que promovam a l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certe-
coerência e a eciência entre os diversos sistemas za de que sua ausência provoca danos ao traba-
estatísticos e cartográcos. lho ordenado, reetindo negativamente em todo o
sistema;
Principais deveres do servidor do IBGE m) comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
- público, exigindo as providências cabíveis;
vidor Público do IBGE dispõe os principais deveres n) manter limpo e em perfeita ordem o local de
desses servidores. trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
Os “deveres funcionais” são as obrigações e res- sua organização e distribuição;
ponsabilidades a que o trabalhador se encontra vin- o) participar dos movimentos e estudos que
culado e que são estabelecidas através dos seguintes se relacionem com a melhoria do exercício de
meios: suas funções, tendo por escopo a realização do
bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas
z
adequadas ao exercício da função;
por lei e dirigidas aos agentes dos vários ramos
q) manter-se atualizado com as instruções, as
- normas de serviço e a legislação pertinentes ao
cício das suas atividades; obrigações gerais con- órgão onde exerce suas funções;
sagradas na legislação vigente, que devem ser r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
cumpridas por parte do agente público. viço e as instruções superiores, as tarefas de
z Normas voluntárias: As normas livremente acor- seu cargo ou função, tanto quanto possível, com
dadas entre as partes interessadas (por exemplo, critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sem-
entre o empregador e o empregado, entre o man- pre em boa ordem;
dante e o mandatário, etc.). s) facilitar a scalização de todos atos ou ser-
viços por quem de direito;
Veremos, a seguir, os deveres fundamentais ao ser- t) exercer com estrita moderação as prerro-
vidor do IBGE: gativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abs-
tendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do interesses dos usuários do serviço público e dos
cargo, função ou emprego público de que seja jurisdicionados administrativos;
titular; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
b) exercer suas atribuições com rapidez, per- função, poder ou autoridade com nalidade estra-
feição e rendimento, pondo m ou procurando nha ao interesse público, mesmo que observando
prioritariamente resolver situações procrastinató- as formalidades legais e não cometendo qualquer
rias, principalmente diante de las ou de qualquer violação expressa à lei;
outra espécie de atraso na prestação dos serviços v) apresentar, nas análises estatísticas e geo-
pelo setor em que exerça suas atribuições, com o grácas, informações que estejam de acordo com
m de evitar dano moral ao usuário; as normas cientícas sobre fontes, métodos e pro-
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando cedimentos, bem como comentar as interpretações
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem- errôneas e o uso indevido de informações estatísti-
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor cas e geocientícas;
e a mais vantajosa para o bem comum; x) zelar pela qualidade dos processos de produ-
d) jamais retardar qualquer prestação de con- ção das informações estatísticas e geocientícas
tas, condição essencial da gestão dos bens, direitos ociais, adotando critérios de boas práticas tanto
e serviços da coletividade a seu cargo; nas atividades nalísticas quanto nas atividades de
e) tratar cuidadosamente os usuários dos ser- apoio;
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
z Agentes administrativos: são aqueles remune- A Lei nº 8.745/93 trata do assunto, sendo a assis-
rados para exercer cargos, empregos e funções tência a situações de calamidade pública uma dessas
públicas. São basicamente os dois tipos que vimos hipóteses.
acima em apenas um grupo. Temos também as funções permanentes, que
z Agentes políticos: que fazem parte da cúpula serão exercidas juntamente com cargos públicos.
- Aqui, é preciso atenção. Não estamos falando em fun-
cas públicas e atuam diretamente na direção da ção associada ao cargo público, e sim da possibilida-
implementação. de de exercício simultâneo.
Exemplo: Você passa em um concurso e ocupa um
cargo em determinado setor. Depois de um tempo,
assume a função-
nentemente e não está associada ao cargo que você
ocupa, mas pode ser exercida juntamente com ele.
z Agentes honorícos: não possuem vínculo e nor-
malmente atuam sem remuneração. Prestam ser- LEI Nº 8.112/90
em eleições. Compreendidos os conceitos iniciais anteriormen-
z Agentes delegados: são particulares que exercem te apresentados, estudaremos agora a Lei nº 8.112/90,
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
atividades de interesse público em seu próprio que é o estatuto dos servidores civis da União, como
tabeliães são exemplos.
z Agentes credenciados: têm por missão representar Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Ser-
a Administração Pública em um evento ou atividade vidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.
ou outra organização de esporte.
Vamos, então, conhecer os principais institutos e
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA respectivos dispositivos constantes da lei.
Por invalidez-
rar insubsistentes os motivos da aposentadoria; Aposentadoria
No interesse da administração.
Posse em outro
A segunda hipótese acima poderá ocorrer desde que: cargo inacumulável
z Tenha sido solicitada a reversão;
z A aposentadoria tenha sido voluntária; Recondução
z O servidor era estável quando na atividade;
z A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação; A exoneração de cargo efetivo ocorrerá a pedido
z Haja cargo vago. do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por
(1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio
Não poderá ser revertido o aposentado que já tiver probatório ou (2) quando o servidor, após tomar pos-
completado 70 anos de idade. se, não entrar em exercício no prazo estabelecido.
A exoneração de cargo em comissão e a dispensa
z Reintegração
competente e a pedido do próprio servidor.
Segundo o art. 28, é a reinvestidura do servidor Atenção! Muitas vezes, principalmente com base
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo em leitura de notícias ou noticiários televisivos, aca-
resultante de sua transformação, quando invalidada bamos interpretando o termo exoneração como uma
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, punição ou sanção. Veja que a lei não prevê a exone-
com ressarcimento de todas as vantagens. ração dessa forma.
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor As sanções estão previstas em outros dispositivos e
serão oportunamente abordadas.
cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao
cargo de origem, sem direito à indenização, aprovei- REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
tado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibili-
dade. Entenderemos a recondução a seguir. Remoção (segundo o artigo 36) é o deslocamento
do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mes-
z Recondução mo quadro, com ou sem mudança de sede. São moda-
lidades de remoção:
É o retorno do servidor estável ao cargo anterior-
mente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio z de ofício, no interesse da Administração;
probatório relativo a outro cargo ou reintegração do z a pedido, a critério da Administração;
anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de z a pedido, para outra localidade, independente-
origem, o servidor será aproveitado em outro. mente do interesse da Administração: 143
para acompanhar cônjuge ou companheiro,
também servidor público civil ou militar, de Vencimentos
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
- REMUNERAÇÃO
cado no interesse da Administração;
por motivo de saúde
companheiro ou dependente que viva às suas Vantagens
expensas e conste do seu assentamento fun-
cional, condicionada à comprovação por junta
O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
em virtude de processo seletivo promovido, tagens de caráter permanente, é irredutível. Salvo por
na hipótese em que o número de interessados imposição legal ou mandado judicial, nenhum des-
for superior ao número de vagas, de acordo
conto incidirá sobre a remuneração ou provento.
com normas preestabelecidas pelo órgão ou
entidade em que aqueles estejam lotados.
VANTAGENS
Vejamos agora a redistribuição que, ao contrário
da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária As vantagens estão previstas no artigo 49 e porme-
existência de interesse público. norizadas na sequência. Vejamos quais são:
Art. 37 Redistribuição é o deslocamento de cargo Art. 49 Além do vencimento, poderão ser pagas ao
de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbi- servidor as seguintes vantagens:
to do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou I - indenizações;
entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação II - graticações;
do órgão central do SIPEC, observados os seguintes III - adicionais.
preceitos: § 1º As indenizações não se incorporam ao venci-
I - interesse da administração;
mento ou provento para qualquer efeito.
II - equivalência de vencimentos;
§ 2º As graticações e os adicionais incorporam-se
III - manutenção da essência das atribuições do
cargo; ao vencimento ou provento, nos casos e condições
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e indicados em lei.
complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou As indenizações são reposições de gastos que o
habilitação prossional; servidor realiza em razão do seu ofício. Elas podem
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e ser as seguintes:
as nalidades institucionais do órgão ou entidade.
z Ajuda de custo: Destina-se a compensar as despe-
Veja que, enquanto na remoção a lei fala em deslo-
sas de instalação do servidor que, no interesse do
camento do servidor, na redistribuição temos o des-
locamento do próprio cargo. Em outros termos, no serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que mudança de domicílio em caráter permanente,
ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da
localização do cargo. que detenha também a condição de servidor, vier
a ter exercício na mesma sede;
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO
z Diária: Destinada a repor gastos com pousada, ali-
Vejamos o conceito de vencimento constante do mentação e locomoção para afastamento em cará-
artigo 40 da lei: ter eventual e transitório a serviço.
z Indenização de transporte: Concedida ao servi-
Art. 40 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo dor que realizar despesas com a utilização de meio
exercício de cargo público, com valor xado em lei. próprio de locomoção para a execução de serviços
externos, por força das atribuições próprias do
Vencimento é uma parcela básica que compõe a
cargo.
não estando ligada a situações eventuais em que o
servidor possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos
Importante
mais claro. As indenizações não se incorporam ao ven-
Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
cimento ou provento para qualquer efeito, ao
estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espé- contrário do que poderá ocorrer com as gratica-
144 cies de vantagens. ções e adicionais.
FÉRIAS A partir do registro da candidatura e até o déci-
mo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo,
podem ser acumuladas até o máximo de dois perío- somente pelo período de três meses. Após isso, tere-
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as mos o afastamento para exercício de mandato eletivo
(veremos mais à frente).
Para o primeiro período aquisitivo de férias, É importante que você não confunda licença com
serão exigidos 12 meses de exercício; as férias pode- afastamento.
rão ser parceladas em até três etapas, desde que Temos também a licença para tratar de interesses
assim requeridas pelo servidor, e no interesse da particulares. Ela será discricionária (escolha da Admi-
administração pública. nistração Pública) e poderá perdurar por até 3 anos, não
podendo ser concedida a servidor em estágio probatório
É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
e podendo ser revogada a qualquer tempo.
serviço.
AFASTAMENTOS
LICENÇAS
São três os afastamentos previstos no artigo 93 e
A partir do artigo 81, fala-se sobre as licenças. seguintes:
Abordaremos as mais cobradas em concursos aqui.
Antes, vejamos a lista de todas elas: z Servir a outro órgão ou entidade;
z Exercício de mandato eletivo;
Art. 81 Conceder-se-á ao servidor licença: z Afastamento para estudo ou missão no exterior.
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
companheiro; outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
III - para o serviço militar; -
IV - para atividade política; são ocorrerá mediante Portaria publicada no Diário
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares; Presidente da República, o servidor do Poder Executi-
VII - para desempenho de mandato classista. vo poderá ter exercício em outro órgão da Administra-
Primeiramente, temos a licença por motivo de
doença em pessoa da família. A lista do que o estatu- No caso da segunda hipótese, o artigo 94 repete os
- comandos constitucionais para cumulação do cargo
com o mandato eletivo.
ou dependente que viva a suas expensas e conste do
seu assentamento funcional. Art. 94 Ao servidor investido em mandato eletivo
A licença poderá ser concedida da seguinte forma, aplicam-se as seguintes disposições:
a cada período de 12 meses: I - tratando-se de mandato federal, estadual ou dis-
trital, cará afastado do cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afasta-
A cada 12 meses, a licença do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
poderá ser concedida
III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu-
neração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será
Até 60 dias Até 90 dias afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
(consecutivos ou não) (consecutivos ou não) sua remuneração.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor
Mantida a remuneração Sem remuneração ao contribuirá para a seguridade social como se em
do servidor servidor exercício estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou
classista não poderá ser removido ou redistribuí-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Conforme comando do artigo 84, poderá ser con- do de ofício para localidade diversa daquela onde
cedida licença por motivo de afastamento do cônju- exerce o mandato.
ge ou companheiro. A concessão poderá ocorrer em
caso de deslocamento para outro ponto do território -
nacional, para o exterior ou para o exercício de man- vidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou
dato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. -
A concessão ocorrerá por prazo indeterminado e blica, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
sem remuneração.
O estatuto também prevê a concessão de licença -
para atividade política. Aqui, temos dois parâmetros são ou estudo, somente será permitida nova ausência
diferentes, portanto, é necessário ter atenção. decorrido igual período.
A licença será sem remuneração entre o período O afastamento de servidor para servir em orga-
que mediar entre a sua escolha em convenção parti- nismo internacional de que o Brasil participe ou
dária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do com o qual coopere dar-se-á com perda total da
registro de sua candidatura perante à Justiça Eleitoral. remuneração. 145
CONCESSÕES z Em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro
Vejamos a concessão mais recorrente, prevista no
estatuto. São benesses que o estatuto traz ligadas a
ocorrências na vida particular do servidor, e constam Dica
basicamente do artigo 97: Prescrição é a impossibilidade de perseguir
determinado direito. A sua ocorrência é uma das
Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
bases da segurança jurídica de um ordenamento.
ausentar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - pelo período comprovadamente necessário para REGIME DISCIPLINAR
alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
do, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; Para a devida aplicação das penalidades, por meio
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: de um regime disciplinar, primeiramente é neces-
a) casamento; sário estabelecer as bases por meio dos deveres e
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, proibições.
madrasta ou padrasto, lhos, enteados, menor sob Vejamos, inicialmente, os deveres:
guarda ou tutela e irmãos.
Art. 116 São deveres do servidor:
DIREITO DE PETIÇÃO I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
cargo;
Vamos conhecer o direito de petição, que nada II - ser leal às instituições a que servir;
mais é do que o direito de solicitar informações e III - observar as normas legais e regulamentares;
esclarecimentos para a defesa de um direito. IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais;
Art. 104 É assegurado ao servidor o direito de V - atender com presteza:
requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito a) ao público em geral, prestando as informações
ou interesse legítimo. requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
O requerimento (artigo 105) será dirigido à auto- de direito ou esclarecimento de situações de inte-
ridade competente para decidi-lo e ser encaminhado resse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
por intermédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente. Cabe pedido de recon- VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
sideração à autoridade que houver expedido o ato em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser
renovado. mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
O pedido de reconsideração é uma forma do competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
requerente argumentar à autoridade que proferiu a
decisão de que ela decidiu incorretamente, antes de ção do patrimônio público;
recorrer a outra autoridade. VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
O requerimento e o pedido de reconsideração IX - manter conduta compatível com a moralidade
deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decidi- administrativa;
dos dentro de 30 dias. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
O artigo 107 traz as possibilidades de recurso: XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão
ou abuso de poder.
Art. 107 Caberá recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; Parágrafo único. A representação de que trata o
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
interpostos. apreciada pela autoridade superior àquela contra a
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imedia- qual é formulada, assegurando-se ao representan-
do ampla defesa.
tamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades. Não acredito na necessidade de decorar os disposi-
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da tivos. Veja que todos são bem lógicos; talvez o menos
autoridade a que estiver imediatamente subordina- lógico seja o destacado – o parágrafo único refere-se
do o requerente. exclusivamente a ele.
Em seguida, temos as proibições, previstas no
artigo 117. Aqui, já há uma preocupação maior, pois,
o pedido de reconsideração é endereçado à própria de acordo com a gravidade da proibição ferida, tere-
autoridade que proferiu a decisão. O recurso será à mos uma punição mais grave. Deixaremos, desde já,
autoridade superior. a distribuição de acordo com a penalidade eventual-
O prazo para interposição de pedido de reconside- mente aplicável.
ração ou de recurso é de 30 dias, a contar da publicação
ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Proibições sujeitas à advertência
O direito de requerer prescreve:
z Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
z Em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cas- prévia autorização do chefe imediato;
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que z Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-
afetem interesse patrimonial e créditos resultan- tente, qualquer documento ou objeto da repartição;
146 tes das relações de trabalho; z Recusar fé a documentos públicos;
z Art. 136 A demissão ou a destituição de cargo em
documento e processo ou execução de serviço; comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
z Promover manifestação de apreço ou desapreço art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o
no recinto da repartição; ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
z Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos penal cabível.
casos previstos em lei, o desempenho de atribui-
ção que seja de sua responsabilidade ou de seu Observemos as hipóteses em relação às quais
subordinado; haverá a indisponibilidade de bens e ressarcimento
z - ao erário, nos termos do artigo 136.
partido político; Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes
z - casos:
- IV - improbidade administrativa;
te até o segundo grau civil; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
z Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
mônio nacional;
do solicitado.
XI - corrupção.
Proibições sujeitas à suspensão
Para facilitar sua memorização, perceba que as
hipóteses trazidas são aquelas em que há prejuízo já
z Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- causado ou potencial aos cofres públicos.
cia e transitórias; O parágrafo único do artigo 137 traz a impossibili-
dade do retorno ao serviço público federal em deter-
z Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
minadas hipóteses. O dispositivo é questionado junto
tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho.
No entanto, a literalidade do dispositivo é passível
Proibições sujeitas à demissão
de cobrança em provas, portanto, devemos estar aten-
z Participar de gerência ou administração de socie- tos. Vejamos o dispositivo em questão:
z Exercer o comércio, exceto na qualidade de acio- Art. 137 [...]
nista, cotista ou comanditário (tal proibição não se Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço
público federal o servidor que for demitido ou desti-
aplica na participação nos conselhos de adminis-
tuído do cargo em comissão por infringência do art.
132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
União detenha, direta ou indiretamente, participa-
ção no capital social ou em sociedade cooperativa
As hipóteses nele citadas são as seguintes:
constituída para prestar serviços a seus membros
nem no gozo de licença para o trato de interesses Art. 132 A demissão será aplicada nos seguintes
casos:
de interesses); I - crime contra a administração pública;
z Receber propina, comissão, presente ou vantagem IV - improbidade administrativa;
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
z Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
estrangeiro; mônio nacional;
z Praticar usura sob qualquer de suas formas; XI - corrupção.
z Proceder de forma desidiosa;
z Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- Penalidades
ção em serviços ou atividades particulares.
Agora vamos conhecer o artigo 127. Vejamos:
Proibições sujeitas à demissão que incompatibilizam
o ex-servidor para nova investidura em cargo público Art. 127 São penalidades disciplinares:
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
z Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for- são, será remetido à autoridade que determinou a sua
ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos instauração, para julgamento.
casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias; Na fase do julgamento, no prazo de 20 dias, con-
z Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan- tados do recebimento do processo, a autoridade jul-
do se tratar de destituição de cargo em comissão. gadora proferirá a sua decisão. Se a penalidade a ser
aplicada exceder a alçada da autoridade instaurado-
Vejamos agora a sindicância e o processo admi- ra do processo, este será encaminhado à autoridade
nistrativo disciplinar. Ambos podem resultar em competente, que decidirá em igual prazo.
aplicação de penalidades; no entanto, temos algumas O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
diferenças importantes. dade do processo.
A autoridade que tiver ciência de irregularidade O processo disciplinar poderá ser revisto, a
no serviço público é obrigada a promover a sua apu- qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
ração imediata, mediante sindicância ou processo aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
ampla defesa. penalidade aplicada. 149
A simples alegação de injustiça da penalidade Art. 126 A responsabilidade administrativa do ser-
não constitui fundamento para a revisão, que requer vidor será afastada no caso de absolvição criminal
elementos novos, ainda não apreciados no processo que negue a existência do fato ou sua autoria.
originário.
A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão Veja que o dispositivo é bastante lógico, pois, se a
dos trabalhos. Justiça Penal, que tem um rito bastante rigoroso, con-
O servidor poderá ser responsabilizado em dife- cluir que o fato não existiu ou que outra pessoa foi a
rentes esferas de responsabilidade. A que vimos responsável, como poderia o servidor ainda assim ser
acima, com seus respectivos detalhes, é referente à responsabilizado?
reponsabilidade administrativa. No entanto, o servi-
dor poderá ser responsabilizado nas esferas adminis- ao servidor que eventualmente queira dar ciência de
trativa, penal e cível, de maneira independente. práticas ilícitas à autoridade superior, ainda que o
Vejamos o comando do artigo 121, que traz essas fato seja levado à autoridade diferente da que deveria
esferas de responsabilidade.
servidor:
Art. 121 O servidor responde civil, penal e admi-
nistrativamente pelo exercício irregular de suas Art. 126-A Nenhum servidor poderá ser responsa-
atribuições. bilizado civil, penal ou administrativamente por
dar ciência à autoridade superior ou, quando hou-
A responsabilidade cível poderá decorrer de ação ver suspeita de envolvimento desta, a outra auto-
ou omissão e poderá ser apurada por dano causado à ridade competente para apuração de informação
própria Administração Pública ou a terceiros, confor- concernente à prática de crimes ou improbidade de
me comando do artigo 122. que tenha conhecimento, ainda que em decorrência
do exercício de cargo, emprego ou função pública.
Art. 122 A responsabilidade civil decorre de ato
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que -
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. nistração Pública, o artigo 142 traz o prazo de prescri-
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente cau-
ção para a ação disciplinar, que é a perda do direito
sado ao erário somente será liquidada na forma
por parte do Estado de punir o servidor que cometeu
prevista no art. 46, na falta de outros bens que asse-
gurem a execução do débito pela via judicial. a infração.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, res-
ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em Art. 142 A ação disciplinar prescreverá:
ação regressiva. I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
sucessores e contra eles será executada, até o limite ponibilidade e destituição de cargo em comissão;
do valor da herança recebida. II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
O parágrafo segundo, acima, está em consonân- advertência.
cia com o disposto no parágrafo sexto do artigo 37 da § 1º O prazo de prescrição começa a correr da data
em que o fato se tornou conhecido.
regressiva. § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal
Relembrando: caso alguém sofra um dano causado aplicam-se às infrações disciplinares capituladas
por agente público, deverá acionar o Estado, que, se também como crime.
for o caso, acionará o servidor para arcar com os cus- § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de
tos, por meio de ação regressiva. processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
A responsabilidade penal abrange os crimes e con- decisão nal proferida por autoridade competente.
travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade, § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo
conforme artigo 123. Ou seja, a ação ou omissão deve- começará a correr a partir do dia em que cessar a
rá ocorrer como servidor, não se confundindo com a interrupção.
vida particular do servidor, em regra.
No mesmo sentido vai a lei ao se referir à respon- Em relação ao parágrafo primeiro, acima, a ques-
sabilidade civil-administrativa, desta vez no seu arti- tão em prova poderá trocar os termos, colocando
go 124:
como termo inicial o momento da ocorrência do fato.
Portanto, atente-se a esse ponto.
Art. 124 A responsabilidade civil-administrativa
resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no Em relação ao termo interrupção da prescrição
desempenho do cargo ou função.
termo no estudo do Direito. Aqui, ele está com sentido
É importantíssimo ressaltar a independência entre diverso, não zerando o prazo em contagem mas, sim-
as esferas de responsabilidade e sua possibilidade de plesmente, parando sua contagem e retornando em
cumulação, conforme constante do artigo 125: seguida, conforme parágrafos terceiro e quarto.
3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) De acordo com o regime a) há insuciência de provas quanto à existência do fato
jurídico dos servidores públicos civis da União, das imputado ao servidor.
autarquias e das fundações públicas federais, caso b) o servidor não foi o autor da conduta a ele imputada.
seja vericado que, reincidentemente, determinado c) há insuciência de provas quanto à autoria do fato.
servidor incumbia a outro atribuições estranhas ao d) o fato não constitui infração penal.
cargo que este último ocupava, a penalidade prevista
é de 7. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Tendo como referência o
Código de Conduta da Justiça Federal de Primeiro e
a) suspensão. Segundo Graus, as regras para provimento e vacância
b) advertência. de cargos públicos, direitos e vantagens bem como
c) demissão. o regime disciplinar dos servidores públicos, julgue o
d) censura. item a seguir.
e) destituição do cargo.
Não há vedação para que servidor público que esteja
4. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Com base nas disposi- em gozo de licença para tratar de interesse particular
participe da gerência ou administração de sociedade
ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.
privada.
A ação disciplinar contra servidor que cometa ato ilí-
cito punível com suspensão prescreverá em dois anos ( ) CERTO ( ) ERRADO
contados da data em que o fato se tornou conhecido;
todavia, se tal ato ilícito também congurar crime,
8. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Conforme disciplina a Lei
então se aplicará o prazo prescricional da lei penal n.º 8.112/1990 com relação à acumulação de cargos,
para a ação disciplinar. julgue os próximos itens.
25. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Na hipótese de acumular 29. (FGV – 2020) Mariana, ocupante do cargo de Coorde-
ilegalmente cargos, empregos, ou funções públicas, o nador Censitário Subárea do IBGE, que nunca sofreu
funcionário público estará sujeito à penalidade disci- qualquer sanção disciplinar, no exercício das funções,
plinar de opôs resistência injusticada ao andamento de docu-
mento e processo.
a) destituição de cargo em comissão. De acordo com a Lei n° 8.112/90, observadas as for-
b) suspensão. malidades legais, Mariana será sancionada com a
c) demissão. penalidade disciplinar da:
d) advertência.
a) repreensão, que será aplicada verbalmente;
26. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Conforme disciplina a Lei b) advertência, que será aplicada por escrito;
n.º 8.112/1990 com relação à acumulação de cargos, c) censura, que será aplicada verbalmente;
julgue os próximos itens. d) demissão, que será aplicada mediante publicação no
diário ocial;
I. A aposentadoria do servidor não impede a percepção e) suspensão, que será aplicada mediante publicação no
de vencimento de emprego público efetivo com pro- diário ocial.
ventos da inatividade se os cargos forem acumulá-
veis na atividade.
II. A participação em órgão de deliberação coletiva não
154 congura acumulação de cargos e deve ser remunerada.
9 GABARITO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 A
4 CERTO
5 ERRADO
6 B
7 CERTO
8 C
9 A
10 A
11 C
12 A
13 D
14 E
15 C
16 B
17 E
18 E
19 C
20 A
21 A
22 A
23 B
24 B
25 C
26 C
17 A
28 A
29 A
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
ANOTAÇÕES
155
156
A localização Norte
estrela Polar, sua referência inicial. Essa localização
pode também ser chamada de Setentrional ou Boreal.
O Sul
ponto exatamente contrário; sua referência é o Cruzei-
GEOGRAFIA ro do Sul. Pode também ser chamado de Meridional ou
Austral.
O paralelo Linha do Equador, referência central,
faz a separação entre os hemisférios Norte e Sul.
O ponto Leste, também conhecido como Oriente,
NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA está localizado à direita em relação ao Norte e o Sul.
nascer do Sol.
- À esquerda do Norte e do Sul, tem-se o ponto Oes-
tica de mapas originária da região da Mesopotâmia. A te, também chamado de Ocidente; seu ponto de refe-
- rência é o pôr do Sol.
damente do século 23 a.C.; essa origem está ligada à
Esses quatro direcionamentos compõem os pontos
necessidade de apresentar a outras pessoas um espa-
Cardeais, primeira face da rosa dos ventos, repre-
ço desconhecido. Por ser a região da Mesopotâmia a
sentados pelas siglas N (Norte), S (Sul), L (Leste) e O
localidade onde surgiram os primeiros grupos sociais
(Oeste).
nesse local foi uma questão de necessidade. Quanto mais distante for o ponto de chegada em
O aprimoramento das técnicas de produção ocor- relação ao ponto de partida, maior será o intervalo entre
os pontos cardeais, pois o ângulo entre eles é de 90º.
representar um espaço, pode conter diversas infor- Reduzindo esse grau de distanciamento, temos os
mações; por esse motivo, é necessário ler corretamen- pontos Colaterais, que são representados pelos sím-
te suas informações. bolos NE (Nordeste), NO (Noroeste), SO (Sudoeste) e
O título (quando houver) é o ponto de partida; SE (Sudeste). Esses pontos de orientação reduzem o
em seguida, deve-se ler a legenda, que se trata de um intervalo em 45º.
pequeno quadro normalmente disposto nas extre- Por último, existem os pontos Subcolaterais, criando
midades inferior ou superior do mapa, contendo as um intervalo ainda menor, de 22, 5º. Sua denominação é
informações que o mapa transmite; para isso, podem a combinação do ponto cardeal mais próximo junto ao
ser utilizados símbolos, cores, ou a combinação de colateral mais próximo, representados pelos símbolos
ambos. SSO (Sul Sudoeste), OSO (Oeste Sudoeste), SSE (Sul Sudes-
Um mapa deve ser uma reprodução proporcio- te), ESE (Leste Sudeste), ENE (Leste Nordeste), NNE (Norte
Nordeste), NNO (Norte Noroeste), ONO (Oeste Noroeste).
possível realizar a conversão das distâncias no mapa Observe a rosa dos ventos a seguir.
para o distanciamento verdadeiro no espaço físico, há
-
tando o tamanho da redução do espaço originário em NNO NNE
relação ao mapa. NO NE
Um mapa necessariamente deve conter um pon-
to de orientação – preferencialmente, uma rosa dos
ventos com pontos cardeais ou minimamente o Norte ONO ENE
superior do mapa, pois os pontos cardeais represen-
O E
representam direcionamentos na horizontal; logo, o
posicionamento norte pode ser representado na por-
ção superior, inferior, laterais e diagonais. OSO ESE
representação de espaço com uso exclusivo da Geo-
SO SE
SSO SSE
como História e Sociologia. Órgãos governamentais
também a utilizam para o desenvolvimento de polí-
ticas públicas. Até mesmo você, em seu cotidiano, faz Disponível em <https://infoenem.com.br/estudando-os-pontos-
- colaterais-subcolaterais-e-a-rosa-dos-ventos/> Acesso em 12 fev.
zar a localização de um aplicativo celular ou acionar 2021.
um GPS para se deslocar a um local desconhecido.
LOCALIZAÇÃO
que auxilia as atividades cotidianas há muitos séculos;
com a adição das tecnologias de georreferenciamento, Coordenadas Geográcas, Latitude, Longitude e
Altitude
GEOGRAFIA
Disponível<https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geograa/
coordenadas-geogracas-latitude-longitude-e-gps.htm> Acesso em
12 fev. 2021.
Latitude
Combinando os dados da Latitude com Longitude
Norte
-
-
mas capitais.
0º
CAPITAL LATITUDE LONGITUDE
Equador Brasília 15º46’48’’ S 47º55’45’’ O
z Modelo Conforme:
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geograa/projecoes-
cartogracas.htm>. Acesso em 12 fev. 2021.
z Projeção Cilíndrica:
GEOGRAFIA
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geograa/projecao-
peters.htm> Acesso em 12 fev. 2021.
O estadunidense Arthur Robinson é o responsável por essa projeção. Seu objetivo é equilibrar a relação tama-
nho territorial versus ângulos e contornos. Para conseguir alcançar esses objetivos, essa projeção utiliza Paralelos
retos e Meridianos curvos, quanto mais distantes do central Greenwich.
Por mesclar as principais características de Mercator e Peters, essa projeção é atualmente a mais utilizada em
livros e publicações quando se representa o mundo em planisférios.
z Projeção Alática
Nesse tipo de projeção, não há manutenção dos tamanhos, contornos e áreas dos territórios, mas são minimi-
zadas as distorções do conjunto (o mapa por completo).
z Projeção Equidistante
São preservadas as distâncias, mas há distorção dos contornos e ângulos dos territórios.
-
-
ções muito utilizadas para transmitir informações. Observe os exemplos:
Rússia
Alemanha
Irã
China
Estados Turquia
Unidos Paquistão Japão
-
zidos, embora sejam o segundo e sextos maiores países do mundo em extensão territorial (respectivamente).
A Anamorfose a seguir representa os maiores produtores de petróleo, conforme descrito na legenda.
México Emirados
Árabes
Venezuela Nigéria
produção de petróleo
(mil barris/dia) omã
por Estado, em 2017 total , em 2017
AP
CE RN
AM PA MA
Roraima Amapá
PI PS
RO TO PE
MT
Amazonas GO AL
Pará Maranhão Ceará
Rio Grande BA SE
do norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas MS MG
Sergipe
Goiás SP
(mil habitantes) Anamorfose - Brasil população
Minas RJ
Gerais total - 2017 (mil habitantes)
466,0 - 1 000,0 Mato Grosso
do sul
Espírito
Santo PR
São Paulo Rio de 466,0 - 1 000,0
1 000,1 - 5 000,0 Janeiro
Paraná
1 000,1 - 5 000,0
5 000,1 - 10 000,0 Santa SC
Catarina
RS 5 000,1 - 10 000,0
10 000,1 - 22 000,0 Rio Grande
do Sul
10 000,1 - 22 000,0
45 103,1
45 103,1
Figura 2
Disponível em <https://www.preparaenem.com/geograa/legenda-
dos-mapas.htm > Acesso em 12 fev. 2021. Pontos Linhas Áreas
Símbolos zonais
Disponível em <https://exerciciosweb.com.br/geograa/simbolos-
cartogracos-e-sensoriamento-remoto-atividades/attachment/
espaco-natural-e-socioeconomigo/> Acesso em 12 fev. 2021.
ESCALA CARTOGRÁFICA
0 9 Disponível em <https://sites.google.com/a/agvv.edu.pt/geo-
3 6
dinamica/conteudos-temas/7o-ano/tema-a/a-utilizacao-das-escalas
> Acesso em 13 fev. 2021.
ESCALA 1:5 000
Disponível em <http://liramirian10.blogspot.com/2020/04/escala. 0 5 10 15 20 25 300 m
html> Acesso em 13 fev. 2021.
Planícies
ASPECTOS FÍSICOS E MEIO AMBIENTE São formações que ocupam uma área em torno de
NO BRASIL -
taque para as seguintes áreas:
GRANDES DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO,
RELEVO, HIDROGRAFIA E ECOSSISTEMAS z Planície Amazônica: é considerada a maior área
de terras com baixa altimetria do país, está loca-
Relevo Brasileiro
formas de planícies mais presentes aqui são as pla-
O relevo brasileiro possui como principais carac- nícies de várzeas, os baixos planaltos e os terraços
terísticas médias e baixas altitudes, ocorre o predomí-
nio de formas de relevo como planaltos e depressões z Planícies Litorâneas: as faixas de terra localiza-
(que são formações de relevo cuja sua origem é crista- das em todo o litoral brasileiro, abrangendo uma
lina e sedimentar). área aproximada de 600 km.
As formações de relevo, planaltos e depressões, z Planície do Pantanal: que está localizada nos esta-
ocupam em torno de 95% do nosso território. Já as pla- dos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, uma
nícies, que possuem também uma origem sedimentar, das características é que esta região está sujeita as
ocupam cerca de 5% do nosso território. Dessa forma, constantes inundações, é a maior área de planície
cerca de 60% do território nacional é composto por inundável do mundo.
bacias sedimentares e os escudos cristalinos represen-
tam cerca de 40% do todo o território nacional, ocupan- Climas do Brasil
são picos, as serras, as colinas, os morros e as chapadas. O território brasileiro encontra-se quase que em
sua totalidade em regiões de baixas latitudes, prin-
Planaltos cipalmente entre a Linha do Equador e o Trópico de
Capricórnio, ou seja, nosso país está localizado na
faixa tropical e por esse motivo ocorre o predomínio
esta formação de relevo tem como principais caracte- de climas úmidos e quentes. Também por isso, temos
rísticas sua formação elevada e plana, com altura aci- em nosso território regiões que apresentam grandes
ma de 300 metros, e estão submetidos a um constante índices de pluviosidade como, por exemplo, a região
processo erosivo. norte, e regiões que sofrem com a falta e a escassez de
chuvas, como o semiárido nordestino.
com a sua formação geológica: Os principais tipos climáticos do Brasil são os
-
z Os planaltos sedimentares são formados por máticas da Terra, nosso país possui 6 tipos de clima
rochas sedimentares; listados a seguir:
z Os planaltos cristalinos são formados por rochas
cristalinas; z Clima Equatorial;
z Os planaltos basálticos são formados por rochas z Clima Subtropical;
de origem vulcânica. z Clima Tropical de Altitude;
z Clima Semiárido;
Dentre os principais planaltos presentes no territó- z Clima Tropical Litorâneo;
164 rio brasileiro, podemos destacar: z Clima Tropical.
Vamos destacar as principais características dos a registrar médias térmicas anuais em torno de
tipos climáticos presentes no território brasileiro: 27ºC. Possui elevada amplitude térmica por conta
das chuvas irregulares a região sofre com a falta
z Clima Equatorial: esse tipo climático está loca- de chuvas e a escassez de água. Essa região faz par-
lizado em áreas próximas à Linha do Equador. te do conhecido Polígono das Secas, área do terri-
Tem como principais características: temperaturas tório brasileiro que sofre com a seca.
bastantes elevadas em todo o ano e elevado índi-
ce pluviométrico. Está presente em toda a região Hidrograa Brasileira
Norte do país e em partes da região Centro-Oeste.
O clima Equatorial possui uma média de tempera-
tura anual em torno dos 25ºC, com baixa amplitu- cerca de 12% dos cursos d’água do mundo, os rios bra-
de térmica (a diferença entre a maior e a menor
temperatura registradas) e o ciclo ou regime de essa diversidade hídrica está relacionada a questões
chuvas sofre variações constantes de acordo com
como clima, relevo e vegetação. No total o Brasil pos-
a atuação das massas de ar.
de acordo com a extensão e a vazão de cada um – des-
Como forma de demonstrar como as massas de ar
-
co conhecido como friagem, que provoca uma queda de grande e pequena vazão.
- Os rios brasileiros são formados por regimes plu-
meno é provocado pela atuação da massa de ar fria viais (chuvas) e são quase em sua totalidade rios de
polar, que atua no território brasileiro. planaltos (encachoeirados, com quedas d’água). São
quase todos perenes, onde o curso d’água é constante
z Clima Subtropical: é o tipo climático predominan- durante todo o ano, e também são em maioria rios de
estuário – deságuam direto no oceano.
verões quentes e invernos mais frios, mais rigo-
rosos, podendo ocorrer geadas e, em raros casos,
neve, por conta da atuação da massa de ar polar. z Bacia Amazônica: formada pelo Rio Amazonas e
No clima subtropical, as chuvas são constantes e
bem distribuídas ao longo do ano, com registros de
pluviosidade que variam entre 1.500 mm e 2.000 mundo em volume de água e o segundo maior em
-
em torno de 18ºC, porém, no período de inverno as
da por esta bacia corresponde a 44,63% do terri-
quedas de temperaturas podem ser bem maiores.
z Clima Tropical de Altitude: este tipo climático
Jari, Madeira, Tapajós, etc.
está presente na região Sudeste do país, e devi-
do a altimetria do relevo, suas temperaturas são z Bacia Tocantins Araguaia: essa bacia estende-
mais baixas que as temperaturas registradas no -
tipo climático tropical, em média os registros são te a 11,36% do território nacional, está localizada
inferiores a 18ºC, podendo ocorrer o registro de nas regiões Centro – Oeste e Norte. Nessa bacia
temperatura variando entre 7ºC e 9ºC. As atuações
das frentes frias podem provocar a ocorrência de mundo, a Ilha do Bananal. Como rios de destaque
geadas. Já em relação ao regime de chuvas o clima temos: Tocantins e Araguaia, Garças, Paraná, Rio
tropical de altitude possui um regime semelhante Sono, Santa Tereza, etc.
ao clima tropical. z Bacia do Paraguai: ocupa uma área de 361,35
z Clima Tropical Litorâneo: está presente em toda
a faixa litorânea, principalmente entre o estado do estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A
Rio de Janeiro e o estado do Rio Grande do Norte, região onde está localizada o Pantanal é banhada
a região é quente e chuvosa e possui essas carac- pelo Rio Paraguai.
terísticas por conta da ação da massa de ar Tro- z Bacia do Rio São Francisco: ocupa uma área de
pical Atlântica. As médias de temperatura anuais -
variam entre 18ºC e 26ºC, com pluviosidade em rio nacional, está localizada em estados das regiões
torno de 1.500 mm anuais. No litoral nordestino, -
as chuvas ocorrem com mais frequência no outo- co tem sua nascente na Serra da Canastra em Minas
no e inverno, já no litoral do sudeste, as chuvas são Gerais, possui mais de 2.0000 km de trechos que são
mais constantes e intensas no verão. aptos a navegação. A região que mais sofre com a
z Clima Tropical: este tipo climático está presente seca e a falta de água no Brasil – o semiárido nor-
na região Centro-Oeste e suas principais caracte-
rísticas são verões chuvosos e quentes e invernos -
rios ou intermitentes – que são rios que sofrem uma
média de temperatura anual está acima de 18ºC, redução do seu volume de água em um período do
GEOGRAFIA
porém, podem ocorrer momentos em que as tem- ano por causa do ciclo de chuvas irregular.
peraturas registradas podem chegar até 7ºC. Em z Bacia do Rio Paraná: localizada na região de
relação ao clico de chuvas, a pluviosidade pode
variar entre 1.000 e 1.500 mm por ano. região mais habitada também, presente em esta-
z Clima Semiárido: este tipo climático está presente dos do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, ocupa cerca de
na região Nordeste e tem como principais carac- 10,33% do território nacional, destaque para o Rio
terísticas a ocorrências de chuvas irregulares. São Paraná com extensão de 2.750 km. Dentre os prin-
raras em determinadas áreas do sertão nordesti-
no e têm as temperaturas bem elevadas, chegando os rios Tietê, Paranapanema, Paranaíba, Iguaçu. 165
z Podemos destacar também as bacias dos rios -
Uruguai no sul do Brasil e parte da Argentina, tais em três grupos:
Bacia do Parnaíba, localizada na região Nordeste.
Bacia do Atlântico Nordeste Oriental com desta- Grupo de espécies consti-
que para o Rio Paraíba, Bacia do Atlântico Leste, Formações Florestais ou
tuídas de árvores de gran-
Bacia do Atlântico Sudeste, com destaque para o Arbóreas
de porte.
rio Paraíba do Sul e para o rio Doce, com extensão
bacia do Atlântico Árvores de pequeno por-
Sul te (arbustos) e herbáceas
região Sul e na região Sudeste, com destaque para Formações Arbustivas
(plantas com caule de con-
os rios Jacuí e Camaquã. sistência mole).
Formações Complexas e Coberturas vegetais que re-
destacar também os reservatórios subterrâneos que o Litorâneas vestem o litoral brasileiro.
Brasil possui, conhecidos como aquíferos, nosso país
tem 2 grandes aquíferos.
A partir de agora veremos as principais caracterís-
O Aquífero Guarani, também conhecido como Aquí-
fero do Cone Sul ou SAG (Sistema Aquífero Guarani) está ticas de cada um dos tipos de vegetação presentes no
território brasileiro.
localizado na porção sul da América do Sul, é a segunda
maior fonte de água doce subterrânea do mundo, ocu-
- Formações Florestais ou Arbóreas
dade de 1500 metros, possui um volume de água em
torno de 45 mil km³, cerca de 70% das reservas de água z Floresta latifoliada Equatorial ou Floresta
estão localizadas no território brasileiro. Amazônica:
Já o Aquífero Alter do Chão também conhecido
localizado na região Norte do país, possui 86 mil km³ nacional, e vem sofrendo com a prática do des-
matamento intenso ao longo dos últimos anos.
-
cer a população mundial mantendo os atuais níveis de características: mata heterogênea, com milha-
consumo por pelo menos 250 anos. res de espécies de vegetais, sempre perene (as
folhas se mantém verdes o tempo todo e não
VEGETAÇÃO E ECOSSISTEMAS ocorre a perda das folhas pelas árvores), é
Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro
-
phytón planta) é o ramo didas em três andares ou camadas (vegetação
-
tribuição dos vegetais na superfície da Terra. No Brasil
a vegetação original que cobria o território nacional Mata de Igapó: Essa vegetação é encontrada ao
foi, em uma grande extensão territorial do país, des- longo dos rios e é inundada de forma perma-
matada por conta de atividades antrópicas (realizadas
pelos seres humanos). Mata de Várzea: vegetação que está sujeita a
Ao longo da história do nosso país medidas foram inundações ao longo dos rios;
tomadas para reduzir os níveis de desmatamento que
ocorreu de forma desordenada e que ocasionou em z Mata de terra rme ou Caeté: vegetação encon-
um desequilíbrio do clima e de toda a cadeia ecológica. trada em áreas com maior altimetria do relevo
(baixos planaltos), estas áreas estão livres de inun-
dações dos rios.
Fonte:https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geograa/mata-dos-
cocais-babacu-e-carnauba-sao-fontes-de-recursos.htm - acesso em
nov./2020.
Fonte:https://cienciaeclima.com.br/extincao-e-ameaca-para-floresta-
Formações Arbustivas e Herbáceas
com-araucarias/ - acesso em nov./2020.
z Caatinga:
GEOGRAFIA
Fonte:https://nossaciencia.com.br/noticias/a-seca-e-essencial-para-
a-caatinga/ - acesso nov./2020. Fonte: https://conhecimentocientico.r7.com/ja-ouvi-falar-no-
pampa-conheca-o-bioma-que-so-ocorre-rs/ - acesso nov./2020.
z Cerrado:
Formações Complexas e Litorâneas
A vegetação Cerrado está localizada principalmen-
te na região central do país, porém pode ocorrer a z Complexo do Pantanal:
presença deste tipo nos estados de Minas Gerais, São
Paulo, Bahia, totalizando áreas que podem chegar a Denomina-se Complexo do Pantanal o conjunto
de diversas formações de vegetação que estão pre-
O Cerrado tradicional é composto por vegetação de sentes na área do Pantanal Mato-Grossense, nesta
árvores e arbustos que estão associados a uma vege- região ocorrem inundações em períodos do ano, o
tação baixa inferior, formada basicamente por gramí- que possibilita a existência de três tipos de áreas: as
neas (vegetação rasteira). O tipo climático presente áreas que estão sempre alagadas, as áreas que são
nas áreas onde ocorre o predomínio do Cerrado é o periodicamente alagadas e as áreas que estão livres
tropical subúmido, com duas estações bem distintas
de inundações.
– uma chuvosa e outra seca, os solos do Cerrado são
em grande parte pobres e de baixa fertilidade (devido Como espécies de vegetais aqui nesta região, des-
aos altos índices de acidez). É comum a presença das tacam-se os diversos tipos de palmeiras do cerrado,
seguintes espécies de vegetais: pau-terra, barbatimão paratudo, capim-mimoso e vários bosques chaque-
e as gramíneas ou vegetação rasteira. nhos, com a presença de Quebracho e do angico, den-
tre outros tipos.
Fonte: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2019/11/16/
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/cerrado.htm - acesso estudo-aponta-escassez-das-aguas-do-pantanal-mato-grossense.
168 nov./2020. ghtml - acesso nov./2020.
z Vegetação Litorânea: No Litoral brasileiro exis- – Mata Atlântica) e os outros correspondem a áreas
tem dois tipos de vegetação, veremos a seguir cada com um predomínio de espécies vegetais herbáceas
uma delas: e arbustivas (Cerrado, Caatinga e Campos – também
conhecido como pradarias).
Vegetação das praias e das dunas (jundu): De acordo com os estudos do professor Ab’Sáber
existem faixas de transição entre os domínios morfo-
climáticos, como por exemplo o Pantanal, trechos de
São vegetações arbustivas e herbáceas que con-
Cerrado e também da Caatinga, assim como a Mata
seguem sobreviver em solo arenoso, sofrendo fortes dos Cocais e a Vegetação Litorânea (Mangues).
Observe o mapa abaixo com os domínios morfocli-
dos ventos). Nas praias a vegetação é mais mirrada máticos do Brasil de acordo com os estudos do profes-
(pobre – grande quantidade de sal e poucos nutrien- sor Ab’Sáber:
tes), enquanto nas dunas a vegetação é mais diversi-
nutrientes e menor quantidade de cloreto de sódio
presente na água do mar.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS
GRANDES METRÓPOLES
ro Aziz Ab’Sáber realizou estudos e estabeleceu esta
e início do XX, o processo de urbanização do nosso
o professor essa delimitação ocorre a partir de uma país já ocorria de forma lenta e gradual, em especial
abordagem integrada da natureza, ao estudar somen- centralizados nas cidades administrativas do setor
- agrário exportador. No ano de 1872, cerca de 10% da
população brasileira vivia em áreas urbanas, nesse
seis grandes domínios morfoclimáticos – paisagísti- contexto, destacamos as três principais cidades da
- época: Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Recife (PE).
Observe os dados da tabela abaixo: 169
EVOLUÇÃO POPULACIONAL DAS CIDADES BRASILEIRAS Como as cidades são lugares de segregação e exclu-
(1872 – 1900) são, a dinâmica de construção de imóveis e de ocu-
1872 1900 pação de territórios atende ao interesse do capital
CIDADE POPULAÇÃO CIDADE POPULAÇÃO (muitas vezes especulativos), fazendo com que dentro
Rio de Janeiro 274972 Rio de 691565 de uma mesma área estejam lado a lado prédios ver-
Janeiro
ticais de alto padrão, condomínios horizontais e em
Salvador 129109 São Paulo 239820
áreas não tão distantes, fazendo com que uma grande
Recife 106671 Salvador 205813
quantidade de pessoas vivam em condições extrema-
Belém 61997 Recife 113106 mente precárias, em barracos, embaixo de viadutos e
Niterói 47548 Belém 96560 até mesmo em caixas de papelão. No contexto atual,
Porto Alegre 43998 Porto Alegre 73674 estes fatores continuam ocorrendo, tendo em vista
Fortaleza 42458 Niterói 53433 que o processo de desigualdade e exclusão são cada
Cuiabá 35987 Manaus 50300 vez mais perceptíveis na sociedade brasileira.
São Luís 31604 Curitiba 49755
São Paulo 31385 Fortaleza 48639 A REDE URBANA BRASILEIRA
Fonte: SCARLATO, F, C. População e urbanização brasileira, In ROSS, O processo de interligação entre as cidades possi-
J.L.S (Org). Geograa do Brasil. São Paulo; Edusp; FDE, 1996, p.426.
bilita a formação de uma rede urbana. Neste processo,
No período entre 1940 e 1980, menos de 40 anos, cada cidade vai se especializando em atividades, cons-
a localidade de residência de uma grande parcela da tituindo assim certa hierarquia entre os munícipios.
população se inverteu. De acordo com o Censo demo- Podemos citar o caso da cidade de Santos, onde está
-
ção do país era de 31,24%. No ano de 1980, esse índice
na rede urbana no estado de São Paulo. Dessa forma,
atingiu o percentual de 67,59%. A população total do
país triplicou durante essas quatro décadas, já a popu- ocorre uma interação entre as atividades realizadas
lação urbana multiplicou-se por mais de sete vezes no interior do estado e a cidade de Santos, em decor-
nesse mesmo período. Em 2010, a população brasilei- rência da dinâmica do seu porto. Existem, assim, cida-
ra nas áreas urbanas representava cerca de 84,36% da des com outras funções centrais, como podemos citar
população total do país, com um número de habitan-
logo abaixo:
tes maior que toda a população do país em 1991. Já no
ano de 2020, de acordo com dados do IBGE, a popu-
lação residente em áreas urbanas está em torno de z -
84,4%, apresentando assim, uma certa estabilização da do Norte (SP);
em relação aos grandes deslocamentos populacionais, z -
de de Goiás (GO), Paraty (RJ);
nas últimas décadas.
É importante destacar que o crescimento urbano z
ocorreu de forma paralela ao processo de industria- Seguro (BA), Bonito (MS);
lização, esteve concentrado em algumas áreas no z
país, em especial no Sudeste, destaque para São Pau- Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE).
lo e as cidades industriais de seu entorno. O processo
de industrialização serviu como um incentivo para
De acordo com o nível de importância histórica,
um processo acelerado de migrações internas para
as regiões citadas acima, neste contexto, as pessoas algumas cidades podem exercer várias funções den-
migravam em busca de empregos e melhores condi- tro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de
ções de vida. São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem
Porém, vale destacar que, como é uma lógica do desenvolver outras funções dentro da rede urbana,
próprio sistema capitalista, o crescimento populacio-
aumentando assim os seus contatos com um número
nal dos centros urbanos de forma acelerada e desor-
denada foi superior à oferta total de vagas no mercado cada vez maior de lugares. Dessa forma, as cidades
de trabalho para toda a população. Tal dato gerou uma -
maior competitividade por empregos, moradias nas ritórios, assumindo papéis para comandar as políticas
áreas mais centralizadas e por alimentos, acirrando a comerciais regionais, nacionais e em alguns casos,
segregação especial. Os valores dos terrenos em áreas
internacionais.
urbanas não possibilitaram o acesso de grande parte
dos trabalhadores à casa própria e acabou por expul- O acúmulo de funções por uma determinada cida-
sar das áreas centrais das cidades os trabalhadores de permite que esta possua um maior poder territo-
mais pobres. Os trabalhadores se deslocaram à pro- rial, e essas funções são determinadas pela presença
cura de moradia em áreas inadequadas, degradadas de grandes empresas, bancos nacionais e internacio-
ou distantes dos centros das grandes cidades, gerando
nais, e também servirá para atrair populações das
uma ocupação desordenada do espaço e provocando
a processo de formação de periferias e posteriormen- mais diversas localidades em busca de melhores con-
170 te a favelização. dições de vida.
As cidades quando crescem, não permitem só o surgimento e o crescimento de redes urbanas, mas também
contribui para o surgimento de redes territoriais (transportes, telecomunicações, eletricidade). Isso ocorre devido
ao fato de quanto maior for o crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica de produção e distribuição de
alimentos, assim como o deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por várias regiões do território. A densi-
serviços e capitais, fazem da rede urbana um fator importante na organização do território.
pirâmide. Ocorria entre as cidades um processo de dependência da cidade A com as cidades vizinhas e, posterior-
mente, para se relacionar com a cidade mais importante nessa hierarquia. Cada cidade ocupava um papel dentro
dessa hierarquia, e para ocorrer uma mudança no papel e na importância de cada cidade, deveriam passar por
-
Com o desenvolvimento dos sistemas de transportes e telecomunicações, ocorreram alterações e surge uma
nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das redes permitiu a integração de localidades mais distantes aos
vez mais intensa.
METRÓPOLES BRASILEIRAS
No ano de 2000, de acordo com dados do IBGE, existiam na rede urbana brasileira 9 metrópoles: duas pos-
suíam alcance nacional ( São Paulo e Rio de Janeiro), sendo que São Paulo já era considerada como uma cidade
Era uma característica associar o termo metrópole ao processo de conturbação e de uma cidade central com
população superior a 1 milhão de habitantes ou mais, que polarizavam as demais cidades de seus entornos. Atual-
mente, o IBGE considera a existência de 15 metrópoles brasileiras, foram agregadas ao grupo anterior Manaus,
-
le nacional), vale destacar que as três últimas cidades foram inseridas no seleto grupo de metrópoles nacionais
agora em Junho de 2020.
realizados, as regiões metropolitanas sofreram alterações, que são as áreas conturbadas nas grandes metrópoles.
Esse estudo considerava a existência de 23 regiões metropolitanas, hoje já são 36 regiões. Os aspectos levados em
consideração são os seguintes:
Nas regiões metropolitanas mais populosas concentram-se cerca de 37,26% da população do país.
-
mente uma metrópole.
-
de habitantes dos estados e dos municípios se refere a 1° de julho de 2020. População cresceu 0,77% em relação
GEOGRAFIA
a 2019. O estado de São Paulo segue na liderança, com 46,289 milhões de pessoas. Desses quase 84% vivem nas
A heterogeneidade da população brasileira é uma marca em sua história, pois a população se distribui de
forma irregular pelo território nacional desde o período colonial. Onde a maior concentração populacional ocor-
litorânea e o interior. No mapa abaixo podemos ver como está distribuída a população pelo território brasileiro. 171
As razões para essa maior concentração populacional nas porções centro-sul e litorânea do país se devem aos
-
-
o interior do país de forma gradual. Nas áreas litorâneas das regiões Sudeste, Nordeste, e Sul, ocorrem elevadas
-
tabela a seguir mostra dados sobre nosso país e as regiões administrativas.
POPULAÇÃO TOTAL
DENSIDADE POPULAÇÃO UR- POPULAÇÃO RU-
BRASIL/ REGIÃO (ABSOLUTA) EM
(HAB. / KM²) BANA (%) RAL (%)
MILHÕES
Brasil 211.755.692 23,8 84,4 15,6
menos de 1 ano de vida – o número registrado no ano desde o período colonial, porém estes movimentos se
passado é de cerca de 85% das crianças que morreram
e tinham menos que 1 ano. Porém mesmo com esses a 1ª Guerra Mundial (1914 – 1918).
dados, as taxas de mortalidade infantil vêm diminuindo, Na história do Brasil, nossa economia foi caracte-
no ano passado foram registradas 14 mortes a cada gru- rizada pelos ciclos ou fases, quando um determinado
po de mil nascimentos, contra 17,2 em 2010 – dados do produto surgia e consolidava como o mais impor-
IBGE. No Brasil a redução total de mortalidade infantil e tante. Dessa forma ocorreram os seguintes ciclos
morte na infância foram os seguintes: 173
z Ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII);
z Ciclo da mineração ou do ouro (século XVIII);
z Ciclo da borracha (entre 1870 e 1910);
z
que os produtos eram voltados para exportação), e necessitava de uma grande quantidade de mão-de-obra, pro-
vocando assim a ocorrência de grandes deslocamentos populacionais de diversas regiões do país para as áreas
produtoras (essas migrações chamadas de inter-regionais) ocorriam de forma moderada, havendo um aumento
no volume de pessoas deslocando-se principalmente a partir da segunda metade do século XX ( conforme fora
dito anteriormente).
Após a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea-
camentos populacionais aumentaram (o ex-escravo podia deslocar-se livremente pelo território – fato que antes
não era possível).
As maiores migrações inter-regionais da história do Brasil foram realizadas por nordestinos para os grandes cen-
-
tidade durante o século XX, persistindo até os dias atuais, mesmo que em um ritmo menos acelerado nas últimas
alcançado pela Região Sudeste – a princípio com a lavoura de café, depois com os surtos industriais, mas também
contribui para que ocorresse o deslocamento de nordestinos em massa para o sudeste alguns fatores repulsivos
(que expulsam ou forçam a população a sair de uma determinada região) :
para a porção central do país (havia uma demanda de mão-de-obra elevada), fazendo com que nos anos 60 a
região Centro-Oeste fosse palco de uma das maiores correntes migratórias da nossa história.
No sul do país, o processo de modernização da agricultura (provocado pela mecanização do campo (utilização
de máquinas no processo de produção agrícola) e a Revolução Verde) juntamente com a concentração fundiária
pessoas para a região central do país.
Os fatores que contribuíram para a expansão da fronteira agrícola do Sudeste para o Centro-Oeste e, logo
z A construção de uma malha rodoviária que promoveu a integração das regiões do país;
z O desenvolvimento de técnicas de correção dos solos do Cerrado;
z
(Embrapa);
z
A inserção das regiões Norte e Centro-Oeste no processo produtivo do país fazia parte de um conjunto de ações
governamentais que tinham como objetivo principal promover a ocupação do interior do país e buscar a redução
das desigualdades existentes entre as regiões. Como proposta para auxiliar nesse processo foram criados órgãos
por exemplo de iniciativas nesse sentido, podemos citar a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da
-
rém, bem como a criação de projetos agropecuários e para a extração de recursos minerais, como por exemplo
desenvolvimento nacional.
-
mica proporcionou a desconcentração produtiva ( deslocamento de indústrias e suas estruturas para o interior do
eram concedidos pelos governos municipais e estaduais, além do uso de mão-de-obra mais barata presentes na porção
Porém nas últimas décadas foi possível perceber uma redução do deslocamento de nordestinos para São Pau-
lo, por exemplo, na década de 1980, pela primeira vez na história o município registou uma saldo migratório
negativo: a diferença entre o número de pessoas que saíram e o número de pessoas que chegaram, entre 1980 e
1991, foi em torno de 750 mil. A maioria das pessoas que deixaram a metrópole do Sudeste foram para cidades
1999 e 2004, cerca de 714 mil nordestinos deixaram o Sudeste e retornaram para a sua região de origem (isso se
174 deve ao fato de um maior desenvolvimento estar ocorrendo no Nordeste brasileiro).
Onde estão os imigrantes?
Fonte: IBGE,2010.
Mesmo com as mudanças no quadro de desenvolvimento regional, a região Sudeste ainda continua sendo o
principal destino das migrações internas, seguido pelo Nordeste e pelo Centro-Oeste. O Sudeste também é a região
que possui a maior parcela de habitantes que são oriundos de outras regiões, sendo que a maioria desses migran-
tes que se encontram no Sudeste tem como área de origem o Nordeste.
O Centro-Oeste é a região que apresenta o maior percentual de imigrantes nascidos em outras regiões (cerca
de 34,1% de acordo com dados do IBGE em 2012). A criação do órgão de desenvolvimento regional nos anos 60,
o Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), as políticas de subsídios que foram ofertados
para atividades agropecuárias, que impulsionaram o agronegócio, serviram como fatores de atração populacio-
nal para a região Centro-Oeste.
Por que as pessoas migram?
A migração pode ocorrer de diversas maneiras, espontânea ou forçada. Nos casos em que o migrante não se des-
loca por vontade própria, existem fatores naturais ou conjunturais que impulsionam a sua saída como por exemplo:
GEOGRAFIA
Êxodo Rural: movimento de deslocamentos de pessoas das áreas rurais para as áreas urbanas por conta do
desemprego no campo, falta de moradia, dentre outros fatores;
Transumância: é o tipo de movimento migratório que é temporário e pode ser reversível e é determinado
pelas condições climáticas (sazonalidade), como mudanças das estações ou secas temporárias;
Movimento Pendular: é um movimento migratório diário, comum em grandes centros urbanos-industriais,
onde os trabalhadores residem em uma cidade e deslocam-se para trabalhar em outra, nesse caso a cidade onde
o cidadão mora passa a ser chamada de cidade-dormitório. 175
ocorreram:
-
ção de retorno. Os migrantes que saem principalmente do Sudeste e retornam para os seus estados de origem.
176
A base da fronteira política de uma nação ou país
FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISÃO
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (por meio de acordos), a delimitação (em que se tem
(ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA)
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
– rios, montanhas, serras, etc.).
Extensão territorial e limites Veremos agora os principais tratados que contri-
buíram para a formação e a construção territorial do
O Brasil está localizado na porção centro-oriental Brasil:
na América do Sul e é o maior país em extensão territo-
rial do subcontinente. O território é cortado pela Linha z Tratado de Tordesilhas (1494) – No decorrer do
do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, totalizando século XV, o processo conhecido como Expansão
uma área de 8.515.767 km2 Marítima Comercial Europeia ou Grandes Navega-
um país de dimensões continentais, e dentre os países ções, conduziu duas nações da Europa – Portugal e
com maiores extensões territoriais do mundo está em
Espanha – a uma série de disputas por territórios na
quinto lugar, tratando de terras descontínuas, e quarto
lugar, considerando terras contínuas. América, que havia sido descoberta por Cristóvão
O país possui 23.086 km de fronteiras, destes 15.719 Colombo em 1492. Dessa forma, a partir de 1494,
km são fronteiras terrestres, sendo que somente dois foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que estabele-
países da América do Sul (Chile e Equador) não fazem cia uma divisão das terras entre as duas potências:
fronteira com nosso país. A costa brasileira é banhada foi traçada uma linha imaginária meridional, com
pelo Oceano Atlântico e constitui um total de 7.367 km, o tamanho total distante 370 léguas de Cabo Ver-
indo do Cabo Orange ao Arroio Chuí. de (arquipélago localizado no continente africano),
dessa forma as terras localizadas a oeste desta linha
pertenceriam a Espanha e as terras localizadas a
leste pertenceriam a Portugal. Porém, com o avan-
ço das atividades conhecidas como Entradas assim
como também as Bandeiras, esses eventos foram
importantes para o ocupação do interior do territó-
-
locavam-se para estas áreas ocupadas por Portugal,
e provocaram o processo conhecido como interio-
rização, e assim os portugueses violaram os termos
presentes no acordo, facilitando por exemplo a cons-
trução de vilas, que no futuro serviriam para o des-
locamento da fronteira das terras portuguesas para
a direção oeste.
ENTRADAS BANDEIRAS
Expedições organizadas As Bandeiras foram expe-
pela Coroa Portuguesa, que dições realizadas entre os
antecederam as Bandeiras séculos XVI e XVII, nan-
e possuíam os objetivos de ciadas por particulares,
explorar o território, auxiliar como os objetivos de tam-
no mapeamento do territó- bém realizar o processo
rio brasileiro, estabelecer de ocupação do interior
novas áreas de currais do país, capturar escra-
para a criação de gado e vos que haviam fugido e o
novas terras para a prática principal objetivo era bus-
da agricultura. Posterior- car áreas que possuíam
mente, essas atividades reservas de ouro, tendo
passaram a ter objetivos em vista que as primeiras
* Créditos da imagem:Deyvid Aleksandr Raffo Setti / Wikimedia
variados, como por exem- expedições com esse obje-
GEOGRAFIA
Commons.
plo: conquistar territórios tivo foram realizadas logo
Formação Territorial do Brasil ocupados por índios, cap- após a descoberta das pri-
turar índios para o trabalho meiras minas de ouro em
Para compreendermos como se estruturou e se orga- em lavouras, na mineração, MG. Posteriormente, os
nizou a formação e consolidação do território brasileiro, a captura de escravos refu- Bandeirantes foram ocu-
giados, dentre outros. pando territórios no interior
é necessário compreender e analisar os principais acor-
do país, para buscar novas
reservas desse mineral.
177
z Tratado de Petrópolis (1903) - Durante o século XIX, ocorreram várias mudanças políticas em âmbito nacio-
nal, em especial a partir de 1822, quando o Brasil torna-se independente de Portugal, e após esse evento
houve a consolidação do Império, período que ocorreu uma forte centralização política, evitando assim a
vislumbravam através da exploração do látex uma forma de fazer fortuna e ter uma vida melhor. Ao navegar
pela margem direita do Rio Amazonas, diversos grupos de seringueiros chegaram ao território boliviano e
para os chilenos sua única saída para o mar. A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se
do acordo entre brasileiros e bolivianos, a região passou a ser considerada um território federal, subordinado
a administração localizada no Rio de Janeiro. No ano de 1962, o presidente João Goulart homologou a lei que
colocava o território do Acre na condição de estado da federação, passando assim a possuir administração
178 própria e com seus respectivos poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).
Fonte: Google Imagens.
poder soberano e diversas forças políticas autôno- Por isso, o direito de secessão é vedado aos Estados
mas, unidas por uma Constituição. Os entes que e Municípios, justamente por não poderem quebrar o
compõem a federação são: a União, os Estados- vínculo federativo.
-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF Caso ocorra uma tentativa de separação que vise
fala também em Territórios, divisões político-admi- o rompimento da unidade da federação brasileira, a
nistrativa que, atualmente, não existem.”
intervenção federal com o objetivo maior de manter a
Artigo 18 da Constituição Federal. integridade e a unidade nacionais. 179
Art. 34 A União não intervirá nos Estados, nem no Distrito Federal, exceto para:
I – Manter a integridade nacional.
-
nistrativo do nosso país. Vamos fazer uma leitura do artigo 18, como forma de reforçar o que foi dito até o momento.
Título III
Da organização do Estado
Capítulo I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA – ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Esta-
do de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou forma-
rem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito e do Congresso Nacional por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei ( Redação dada pela Emenda Constitucional nº15 , de 1996).
listadas em seguida.
competências legislativas, políticas e administrativas próprias, porém nem sempre o nosso país apresentou esta
divisão político-administrativa.
No ano de 1889, com a Proclamação da República, surgem os estados. No Brasil Império (período anterior a
República) tínhamos a organização do território através de províncias. Mesmo com a criação de estados, não exis-
Veja abaixo um breve histórico sobre a organização político-administrativa do Brasil no decorrer do século XX.
1903 – O Acre foi incorporado ao Brasil após acordos com a Bolívia (veremos mais adiante, quando estudarmos
o Tratado de Petrópolis);
1942
1943 – Criação de cinco territórios federais:
-
tral em áreas que eram pouco povoadas e que estavam em condições de vulnerabilidade às ameaças externas. O
mapa abaixo mostra a localização destes territórios. 181
1946 – Os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram 1981
extintos;
1956 nº 41, de 22 de dezembro de 1981, porém o aniversário
de instalação do estado só ocorre em 1982, no dia 04 de
forma de homenagear o Marechal Cândido Rondon, janeiro, quando ocorre a posse do governador o Coronel
um grande sertanista do Brasil, defensor dos indíge-
celebrado no dia 04 der janeiro (data da instalação);
Príncipe da Beira, considerada a maior relíquia histó-
- Dica
sada pelo Marechal quando o território foi criado e Você sabe a diferença entre criação e instalação
não foi uma homenagem póstuma, já que o Marechal de um estado?
só faleceria em 1958; De acordo com o historiador Anísio Gorayeb, “A
1960 – Transferência da capital do Rio de Janeiro criação de um estado depende da aprovação
- no plenário da Câmara Federal, e a instalação
é quando o estado passa a funcionar adminis-
estado, que foi chamado de Guanabara, porém, entre
os anos de 1974 e 1975, ocorreu a junção dos territórios
trativamente como Estado. É quando o governa-
dor assume e assina os primeiros atos”. Como
da Guanabara e do Rio de Janeiro, formando assim um
único estado. Para critério de curiosidade, o estado da curiosidade, o Estado de Rondônia foi instalado
Guanabara estava localizado onde hoje está a cidade do apenas com dois poderes constituídos. Com a
Rio de Janeiro; criação do Estado, foi extinto o território, quando
1977 – O estado do Mato Grosso é dividido em duas o então presidente da República João Baptista
unidades federativas, sendo que a porção sul passa a Figueiredo indicou o Coronel Jorge Teixeira, que
se chamar Mato Grosso do Sul. A lei que sancionou já ocupava o cargo de governador, para continuar
essa divisão foi assinada no dia 11 de outubro de 1977 no cargo de maior importância no Estado, em 29
182 pelo presidente Ernesto Geisel; de dezembro de 1981.
1988
Noronha o único Distrito Estadual presente no território brasileiro.
Alterações Político – Administrativas estabelecidas pela constituição federal de 1988.
O termo região do latim regere (derivação de rex, que era a autoridade que determinava o limite das frontei-
ras), e diz respeito a uma parte do território que possui uma unidade que a diferencia em relação a outras áreas.
O processo de regionalização pode ser baseado em aspectos naturais (clima e vegetação), assim como em critérios
Por conta das dimensões territoriais do nosso país, existe a necessidade de regionalizá-lo para realizar estudos
sobre as diversas localidades existentes. E o conceito de regionalização pode ser compreendido como uma divisão
do espaço, com critérios estabelecidos de maneira prévia, e essa divisão em áreas ou porções menores são chama-
das de regiões, com características distintas entre si.
Regionalizar contribui para que os poderes políticos e administrativos possam ter mais dados e informações
As regionalizações existentes no território brasileiro até por volta de 1939 eram pautadas no estudo de carac-
terísticas naturais do nosso país, onde o elemento principal era o fator condicionante que pautava o desenvolvi-
mento do restante da área.
No ano de 1889, o engenheiro André Rebouças dividiu o país em dez regiões agrícolas para regionalizar o país.
Veja no mapa a seguir:
GEOGRAFIA
No ano de 1893, o francês Élisée Reclus, geógrafo, fez uma divisão do país utilizando como critério as regiões
naturais, sendo assim o país de acordo com esse critério passou a ter oito regiões. De acordo com o mapa abaixo: 183
Fonte: <http://geograaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html>.
No ano de 1913, Delgado de Carvalho elaborou uma proposta de regionalização baseada em elementos natu-
-
esses grupos, proporcionando, dessa forma, uma interação dos seres humanos com o meio ambiente, de acordo
com as necessidades locais. Observe a mapa a seguir:
Brasil: Político-Administrativo
GEOGRAFIA
Fonte: <http://geograaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html>.
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger fez uma proposta de regionalização baseada em indicadores socioe-
Centro-Sul e Nordeste. Nesta forma de regionalização, as fronteiras regionais não coincidem com as fronteiras
estaduais. Desta forma, por exemplo, o norte de Minas Gerais (região do Vale do Jequitinhonha – que possui 185
Maranhão, que a porção leste do estado se encontra no Complexo do Nordeste e a porção oeste do estado se encon-
com maiores níveis de desenvolvimento do país). Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem esta
proposta. Veja a regionalização de Pedro Pinchas no mapa a seguir:
Fonte: <http://geograaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html>.
-
pelo território brasileiro, dividindo assim o país em quatro complexos regionais que foram denominados como
“quatro brasis”.
Os complexos nesta forma de regionalização são os seguintes:
Região Amazônica-
Região Nordeste: inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se compa-
Região Centro-Oeste: inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura
Região Concentrada: inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, é a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aero-
portos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades.
de regionalização cobras no concurso, porém não deixe de fazer uma leitura sobre as outras divisões regionais.
Não confunda:
ANO DE
Nº DE REGIÕES NOME DAS REGIÕES CRITÉRIOS AUTORES ELABORAÇÃO DA
PROPOSTA
Nordeste, Amazônia e Características Histó-
3 Pedro Pinchas Geiger 1967
Centro-Sul ricas e Econômicas
Nordeste, Centro-Oeste, Meio técnico-cientí- Milton Santos e Maria
4 Início dos anos 2000
Concentrada e Amazônia co informacional Laura Silveira
Norte Anos 40, com reformula-
Aspectos naturais,
Nordeste ção nos anos 70 e com
elementos sociais,
5 Centro-Oeste IBGE atualização em 1988,
econômicos, políticos
Sudeste através de promulgação
e administrativos.
186 Sul da C.F.
A DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA destacar a produção de tabaco, algodão e cacau, em
PRODUÇÃO NO BRASIL -
destino e sul da Bahia.
A estrutura produtiva era moldada de acordo com
com base nas relações de poder que são estabelecidas as necessidades, nas grandes propriedades existia
através dos diversos modos de produção e podem ser um complexo de produção constituído por engenho,
casa grande, senzala, áreas destinadas para a pecuá-
internos e externos, condicionados ao longo do tempo. ria, enquanto nas pequenas e médias propriedades
A formação de Estados com governos centraliza- o modelo dominante era a subsistência, que visava
dos (fruto da aliança entre rei e burguesia) provocou atender aos interesses de pequenos grupos que habi-
- tavam as imediações das macroestruturas produtivas.
grado, nesse período, começava a articulação entre o A sociedade era patriarcal e escravagista, sendo
modo de produção capitalista (alteração das relações
servis por um sistema assalariado). vida política e na economia.
A chegada dos colonizadores europeus na Améri- A concorrência da cana-de-açúcar produzida nas
ca provocou uma desorganização e uma desestrutu- Antilhas contribuiu para a decadência deste ciclo eco-
ração do espaço nativo aqui existente e a instalação -
de um processo de colonização de exploração, com
brasileira, principalmente após a transferência da for-
- ça produtiva para a região Sudeste.
O mapa a seguir mostra os principais ciclos eco-
só podia estabelecer relações comerciais com sua res-
pectiva metrópole), sendo assim, esta mercantilização maior destaque para as atividades realizadas durante
- o século XVIII.
cos distintos, separados por uma hierarquia colonial, É importante destacar atividades que foram desen-
estabelecida pelo pacto citado anteriormente. volvidas de forma paralela, porém simultânea, como
Até os anos 30 do século XX, a economia brasileira por exemplo a pecuária, com papel extremamente
foi predominantemente agroexportadora, com base importante no processo de interiorização do nosso país.
na relação escravista de trabalho, que perdurou até
-
mente a escravidão no país.
-
vir como um complemento da economia da metrópo-
le europeia, aqui houve uma ocupação do litoral em
maior escala em detrimento da ocupação das porções
interiores do território no início da colonização, fato
este que proporcionou desigualdades regionais que
ainda podem ser observadas até os dias atuais.
O sistema de plantation (latifúndios com a práti-
ca da monocultura de gêneros tropicais) pautava a
macroeconomia nacional, dessa forma, o Brasil cons-
sistema de acúmulos de capitais e riquezas nesta fase
do capitalismo mercantilista.
A economia colonial baseava-se no trabalho
compulsório, no início com a mão de obra indígena
e depois com o escravo africano, no contexto inter-
nacional da época a economia estava integrada ao
processo de expansão do capitalismo mercantil e era
caracterizada por ciclos produtivos.
-
sil, presente na região da Mata Atlântica, a seiva era Fonte: Google Imagens.
usada no processo de tingimento de tecidos e a madei-
ra era utilizada na produção de móveis, este modelo
de exploração durou até por volta de 1555, quando A partir do século XVIII, a mineração desenvol-
-
começa ocorrer uma escassez de matéria prima e a
elevação do custo, fato que diminuiu o interesse dos bertas reservas de ouro de aluvião, e esta atividade
colonizadores por este tipo de comércio. contribuiu para impulsionar o processo de ocupação
- da porção centro-sul do país, formaram-se vilas, que
cio, sendo ligado a produção açucareira, com grande passaram posteriormente ao status de cidades, ocor-
destaque nos séculos XVI e XVII, na região conhecida rendo assim a transferência de pessoas, serviços e
como Zona da Mata nordestina, onde há a presença capitais para as áreas mineradoras.
do solo tipo massapé (muito ricos em nutrientes). A A região Sudeste começa a desempenhar um papel
GEOGRAFIA
cana-de-açúcar era um produto extremamente impor- extremamente importante tanto para o atendimento
tante nessa época e sua produção era voltada exclusi- das demandas de mercado externo como para estrutu-
vamente para o mercado europeu. rar o mercado interno. O desenvolvimento provocado
Neste período, devido a demanda de crescimento pelo ciclo do ouro traz também um surto de urbaniza-
- ção que facilitava o aumento das práticas comerciais
ção para atender a demanda de consumo do merca- e o processo de interiorização do país, estes fatores
do interno (porém nada que substituísse totalmente foram determinantes para a transferência da capital
os grandes produtos da economia brasileira), nestes do país para o Rio de Janeiro, provocando assim uma
espaços secundários que aqui se formaram podemos reorganização espacial do país neste período. 187
Os primeiros sinais de decadência na produção aurífera foram surgindo e consequentemente os capitais eram
da demanda no mercado externo, principalmente após a ocorrência da Revolução Industrial na Inglaterra.
No século XIX, o país estava com um governo centralizador vinculado aos interesses aristocráticos e escrava-
gistas que divergia um pouco das ideias liberais que emergiam em diversas localidades do mundo.
Os países centrais que já haviam passado por processos de industrialização exigiam das nações periféricas
maiores quantidades de matérias-primas, além de mercados consumidores, fatores estes que provocaram uma
mudança nas relações trabalhistas, pautadas no trabalho assalariado, porém com a resistência muito forte das
Neste período histórico, o produto que impulsionou a economia brasileira foi o café, e isso contribuiu para
o fortalecimento da aristocracia no sudeste do país (região que concentrava a produção deste gênero agrícola).
Ocorreram investimentos pesados no setor e toda a produção era destinada à exportação.
a sociedade brasileira. Um dos grandes problemas sociais da época era a concentração fundiária (a Lei de Terras
A necessidade de investir na infraestrutura para atender a demanda de produção de café era cada vez mais
intensa, foram realizados investimentos elevados no transporte ferroviário, por exemplo, que era a principal for-
ma de ligação das áreas produtoras de café com os principais portos da época. O café chegou a representar cerca
de 65% das exportações brasileiras.
Com o capital proveniente das exportações de café, começaram a ocorrer investimentos gradativos no setor
nova atividade industrial concentrava-se no sudeste, região que já contava com uma infraestrutura que atendia
as demandas iniciais desse processo de industrialização.
-
trutura de transportes e comunicações, incentivos ao crescimento do mercado consumidor interno) foram impor-
tantes para o desenvolvimento ocorrido no período.
Além do café outros produtos foram desenvolvidos em espaços do território de formas diferentes, como por
-
-
188
A partir de 1929, em especial com a quebra da Um exemplo desta política de desenvolvimento foi a
Bolsa de Nova York, ocorreram profundas alterações -
internacional foi sentida no modelo agrário exporta- Manaus. Assim, várias cidades e capitais do “interior”
dor, em especial no espaço cafeeiro. A política do café foram ganhando papéis de destaque dentro do proces-
com leite (Minas Gerais e São Paulo se revezavam na so de hierarquia urbana com seu processo de cresci-
presidência da República), foi interrompida com a
chegada de Getúlio Vargas no poder, que promoveu
em Goiás e Araguaína no Tocantins que cresceram em
mudanças políticas importantes no país.
função da lavoura de soja e ganharam novos papeis de
Vargas incentivou a industrialização, tendo em
vista que o país necessitava de produtos e sem condi-
ções de importar – a demanda de produção industrial ou acabar as disparidades regionais existentes.
Um outro fator importante na tentativa de integrar
o país e diminuir as desigualdades existentes foi o pro-
brasileiro que era fortemente ligado ao agrário rural cesso de expansão da fronteira agrícola para a região
foi gradativamente transferido para o urbano indus-
trial, com destaque para o eixo São Paulo – Rio de como a expansão da fronteira pecuária também, den-
Janeiro, que já contava com uma infraestrutura que tro de um contexto do processo de globalização da
favorecia essa mudança, além de contar com mercado agricultura. Um setor que também passou por um pro-
consumidor em crescente expansão e capitais dispo- cesso de desenvolvimento intenso, principalmente na
níveis, provenientes da produção cafeeira.
Neste momento, a crise agrária e o pulsante desen- minerais, com destaque para a extração de minério de
volvimento industrial provocaram um acelerado êxo- ferro no estado do Pará (Serra dos Carajás).
do rural, principalmente para e região centro-sul, que Nos anos 80 e 90, o processo de desconcentração
industrial em nível nacional continuou ocorrendo,
com grandes deslocamentos para as regiões Nordeste
z Êxodo Rural é o processo no qual ocorre a migra- e Centro-Oeste, dentro de uma política estatal conhe-
ção dos habitantes das áreas rurais para os centros
urbanos, por diversos motivos: desemprego no encontrada pelos governos de estados e municípios
campo, busca por melhores condições de vida etc. para atrair complexos industriais para seus territó-
z Hipertroa Urbana é o processo no qual ocorre o
desenvolvimento desordenado e de forma rápida como o principal), proporcionando assim um maior
de regiões que passaram pelo processo de urbani-
processo de interiorização industrial e fomentando
zação em um curto espaço de tempo, provocando
o crescimento de cidades de pequeno e médio porte.
assim um inchaço populacional das cidades e pela
É importante salientar o processo de disparidades
falta de estrutura que atenda as necessidades da
regionais existentes em nosso país, o que acaba inter-
população da cidade em questão.
ferindo em um maior desenvolvimento das variadas
localidades, e como consequências destas desigualda-
O Presidente Vargas investiu na infraestrutura de
des regionais temos a questão estrutural ( na maioria
transportes e de comunicações, com o objetivo de pro-
dos casos precária), a falta de mão de obra para aten-
mover uma integração do território brasileiro, além
der a demanda do mercado de trabalho, e os gargalos
de seu projeto ser nacionalista com forte intervenção
estruturais (a falta de infraestrutura) que impedem o
estatal e de criação de indústrias de base, fortalecendo
maior desenvolvimento destas regiões e que acabam
assim o mercado nacional, porém, com os investimen-
se acentuando ainda mais com o passar dos anos.
tos e infraestrutura concentrados no Sudeste, houve
no país.
A partir do governo do presidente JK, ocorre a
internacionalização da economia brasileira. Com
HORA DE PRATICAR!
a abertura para as multinacionais (em especial as
empresas automobilísticas), é colocado em prática 1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) A respeito de aspectos
o Plano de Metas: crescer 50 anos em 5, baseado no gerais da população brasileira, julgue o item a seguir.
O Brasil, apesar das tendências de estabilização e
capital estatal e capital privado internacional). O país diminuição de sua população, tem peso demográco
investiu nas indústrias de bens de consumo, passan- expressivo nos contextos latino-americano e mundial.
do a partir desse momento a ter um parque indus-
( ) CERTO ( ) ERRADO
porém com a permanência das desigualdades regio-
nais existentes desde outros momentos históricos. 2. (CEBRASPE-CESPE – 2013) Os recentes levantamen-
O presidente JK, visando diminuir as desigual- tos demográcos no Brasil e em diversos países do
dades regionais, criou organismos responsáveis por mundo indicaram tendência de reversão do esvazia-
GEOGRAFIA
alavancar o crescimento de cada uma das regiões do mento da zona rural e, em alguns países, verica-se
país, como por exemplo a SUDENE (Superintendência até discreto crescimento da população rural. No Brasil,
de Desenvolvimento do Nordeste). essa nova dinâmica, excluindo-se a fundamentação
Nos governos militares foram criadas superinten- de base agrária, deve-se à
dências para outras regiões também (SUDECO, SUDAM,
SUDESUL), com o intuito de promover uma desindus- a) conguração de novas atividades rurais relacionadas
trialização ou descentralização industrial para ame- à vida urbana, como turismo, lazer, mercado imobiliá-
nizar e diminuir as desigualdades entre as regiões. rio e serviços. 189
b) violência urbana, que tem provocado uma inversão e) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões
do êxodo rural e, em consequência, na redução no Norte e Nordeste, o que expulsou o capital dessas
processo de urbanização brasileira nos cinco últimos regiões para estados e cidades tradicionalmente
anos. desindustrializados.
c) ligação da agricultura à indústria de alimentos, sem
descongurar os setores agrícolas tradicionais, como 6. (CEBRASPE-CESPE – 2019) Com relação a impactos
as unidades familiares de subsistência. sociais e econômicos decorrentes da implantação de
d) atual expansão agrícola ou expansão das fronteiras grandes empreendimentos em diversos setores das
de recursos do Centro-Sul em direção ao Nordeste e atividades produtivas no Brasil, julgue o item.
Na atualidade, o know-how das empresas do setor
ao Norte do país, com dissolução de grande parte dos
energético brasileiro permite a construção de grandes
problemas agrários históricos.
empreendimentos hidroelétricos com baixo impacto
e) baixa possibilidade de aquisição de moradia nas cida-
no meio ambiente e nas comunidades envolvidas.
des brasileiras, especialmente nas pequenas é médias
cidades. ( ) CERTO ( ) ERRADO
a) política scal instituída sobretudo pelos estados do a) demanda de energia da Argentina, que compra dos
dois países a energia gerada pela usina.
Sudeste, com maiores condições de impor aumentos
b) demanda de energia do Brasil, que consome a maior
scais, estimulando a transferência da indústria nacio-
parte da energia gerada pela usina.
nal para as demais regiões.
c) demanda de energia do Paraguai, que comercializa
b) processo de privatização, que restringiu a industria-
parte de sua cota para a Argentina.
lização às atividades tradicionais de investimento,
d) situação política do Brasil, que investiu no desenvolvi-
por meio da redução da intervenção do Estado na mento econômico do Paraguai.
economia. e) situação econômica do Brasil, que arcou com a maior
c) elevado nível de escolaridade dos trabalhadores bra- parte dos custos da construção.
sileiros, o que tornou o território nacional atraente,
em sua totalidade, para investimentos nos setores 9. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Com relação às hidrelétri-
industriais. cas, assinale a opção correta.
d) política de desenvolvimento regional instituída pelo
Estado, exemplicada pela criação da Zona Franca de a) Apesar de ocuparem áreas pequenas, as hidrelétricas
190 Manaus. interferem no curso dos rios.
b) Nas hidrelétricas, a produção de energia pode ser con-
trolada, apesar dos custos muito elevados.
c) As hidrelétricas interferem diretamente no efeito
estufa.
d) Embora não emitam poluentes ou causem danos
ambientais, as hidrelétricas produzem pouca energia.
e) A construção de uma hidrelétrica é relativamente rápi-
da, mas a sua durabilidade é curta.
9 GABARITO
1 CERTO
2 A
3 E
4 CERTO
5 D
6 ERRADO
7 B
8 B
9 B
10 CERTO
ANOTAÇÕES
GEOGRAFIA
191
ANOTAÇÕES
192
A denominação Capitalismo Informacional está dire-
tamente ligada à formação da Sociedade da Informação,
também chamada de Era da Informação. No âmbito
inter-
net, e o processo de dependência tecnológica, impulsio-
CONHECIMENTOS nada pelo uso de redes sociais, permitem-nos obter um
volume maior de informações de forma mais rápida e
Neste momento do sistema capitalista (Informacio- padrão ou modo de vida, e os meios urbano e rural
nal), temos o processo de globalização com maior des- são considerados representações sociais
taque, proporcionado pelo avanço e desenvolvimento do mundo globalizado e integrado torna o processo
das tecnologias de informação, na maior ocorrência -
-
rias e bens. no meio rural – os dois meios estão cada vez mais inte-
De acordo com Castells, as transformações tecno- grados e interligados.
lógicas que o mundo vem passando estão provocando
mudanças nas práticas culturais dos seres humanos, O PAPEL DO ESTADO E DAS CLASSES SOCIAIS E A
assim como mudanças sociais, estabelecendo, assim, SOCIEDADE URBANO-INDUSTRIAL (URBANIZAÇÃO)
uma nova estruturação social em nível mundial. Além BRASILEIRA
dessa fase estar marcada pelo avanço do processo de
globalização, podemos destacar também avanços na De acordo com a sociologia, podemos compreen-
área da informática, computadores, telefones digitais, der o conceito de classe social como uma fragmenta-
robótica e internet. 193
pelo sistema capitalista. Nos mais diversos grupos Outro problema enfrentado nos grandes centros
sociais, existem hierarquias que determinam diferen- urbanos brasileiros tem relação com a mobilidade: a
tes cargos dentro da chamada divisão social do traba- cultura consumista do uso de automóveis particula-
res sobressaiu-se em relação às políticas públicas para
que proporciona essa divisão, chamado de estrati- transporte de passageiros.
cação social. A supervalorização de terrenos causada pela espe-
O Estado tem como principal papel exercer sua culação imobiliária, provocada pelo elevado número
autoridade, vinculada ao poder de dominação, deter- de pessoas nas áreas urbanas, causa maior ocupação
minando as normas coletivas da vida em sociedade. das periferias em detrimento das áreas mais centraliza-
Essa legitimação exercida pelo Estado garante que os das (que possuem maiores valores para os terrenos). As
cidadãos tenham uma estrutura à qual recorrer quan- populações de renda mais baixa são praticamente obri-
do for necessário. gadas a ocupar as áreas mais afastadas da região cen-
O poder público, subtende-se, é regulado e manti- periferias
do através de uma totalidade de membros da socieda- e, em algumas capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo,
de civil de um Estado e, para que a manutenção dos um intenso processo de favelização – ocupando espaços
direitos seja garantida, é necessária a adoção do prin- que são inadequados para a construção de moradias.
São também exemplos de problemas causados pela
cípio da isonomia – no qual todos os cidadãos perante
urbanização desenfreada: as questões ambientais; as
a Lei são submetidos às mesmas regras de convivên-
ocupações de forma irregular (encostas de morros,
cia, assim como às mesmas possibilidades de sanções -
ou punições. O Estado atua como agente regulador, dade de escoamento
estão quase em sua totalidade impermeabilizados
ordem. e compactados – asfaltamento); a poluição (sonora,
A sociedade urbano-industrial no Brasil passou e visual, produção de lixo e descarte de forma inadequa-
vem passando por transformações desde meados do da); a falta de saneamento básico; enchentes, alaga-
- mentos, enxurradas e formação de ilhas de calor.
co brasileiro veio acompanhada de aspectos positivos Para que os problemas urbanos sejam ameniza-
e negativos. dos com o tempo, são necessários projetos e políticas
Os pontos positivos são as mudanças sociais con- públicas que busquem mudar o sistema de transpor-
sideráveis como, por exemplo, a queda da mortali- tes, a forma de usar e ocupar os solos (rurais ou urba-
dade infantil (o número de crianças mortas antes de nos), controlar o processo de especulação imobiliária
completar 1 ano de vida caiu de 150 mortes para cada e promover políticas de redução da desigualdade
mil nascidos vivos, em 1940, para 7,1, em 2019); ocor- social e inserção das populações mais pobres que este-
reu aumento da expectativa de vida (40,7 anos de jam à margem da sociedade. O caminho a ser trilhado
é longo e árduo.
vida, em média, em 1940, para 76,6 anos, em 2019);
De acordo com dados do IBGE, cerca de 84,4% da
houve também queda na taxa de fertilidade (6,16
população brasileira vive em áreas urbanas, e 15,6%
vive em áreas rurais. O processo de urbanização do
em 2017), assim como também ocorreu aumento do país é recente. Até meados dos anos 60, a maioria da
nível de escolaridade entre os cidadãos brasileiros população vivia em áreas rurais. Os fatores que con-
(55,9%, em 1940, para 6,6%, em 2019). tribuíram para esse processo de urbanização de for-
Dentre os pontos positivos, podemos destacar ma acelerada são:
também a ampliação de serviços básicos para a
população, como saneamento básico e a coleta de lixo z Processo de industrialização do país;
domiciliar, embora entre esses indicadores alguns z Mecanização do campo – substituindo a mão de
deixem a desejar na atual conjuntura que vivemos. obra humana pelas máquinas;
O processo de urbanização no Brasil criou a z Elevada concentração fundiária que o país possui
dependência das pessoas em relação às cidades; os desde os tempos coloniais, agravada com o decor-
habitantes de zonas rurais foram praticamente obri- rer dos anos;
gados a migrar por conta do processo de mecanização z Migração das áreas rurais para as áreas urbanas;
do campo (que gerou um exército de desempregados z Crescimento populacional do país.
em áreas rurais). Ao migrar para os centros urbanos,
a força de trabalho que até então estava direcionada O processo de urbanização do país provocou um
para a produção de bens para seu sustento agora está aumento no número de cidades. Ocorreu o processo
voltada para atender a demanda de trabalho das ativi- acelerado de formação de metrópoles nacionais e,
consequentemente, a macrocefalia urbana (inchaço
dades industriais. O cidadão que até então consumia
das cidades).
produtos que eram fruto do seu trabalho, agora utiliza
Hoje, ocorre de forma gradual o processo de
o dinheiro para intermediar a compra do que é neces- desmetropolização.
sário para sua sobrevivência.
Um problema a ser destacado com o processo de A CULTURA DO CONSUMO
urbanização é a questão fundiária nos ambientes
urbanos: a população brasileira se distribui de manei-
A cultura do consumo pode ser compreendida
ra irregular pelo território nacional, causando um -
inchaço populacional na região Sudeste e grandes ção, com características progressistas de um mundo
modernizado, no qual seus cidadãos sejam livres e
Os problemas nos grandes centros urbanos multi- ajam de forma racional.
plicaram-se, tendo vista que o processo de urbaniza- O consumo está ligado à ação de adquirir bens de
ção no Brasil foi acelerado e desigual, causando uma acordo com nossas necessidades. Porém, apesar do
série de disparidades regionais que estão muito longe consumo fazer parte de nossa sociedade, o que ocor-
194 de serem sanadas. potencialização das vendas
em larga escala. Com a expansão das economias -
industriais e o aumento do salário médio dos traba- são e concentração de gases poluentes na atmosfera,
lhadores, houve aumento também no acúmulo de principalmente dióxido de carbono, óxido nítrico e os
renda por parte deles, com consequente aumento no
consumo de bens. efeito estufa da atmosfera terrestre.
Esse é o ciclo característico da sociedade capitalista. O aumento dos gases do efeito estufa está dire-
Porém, começou a ocorrer uma alienação em relação
tamente relacionado com a queima de derivados de
às práticas e formas de consumo. Os indivíduos come-
combustíveis fosseis e de madeira. Como aspecto que
çaram a consumir e adquirir produtos sem necessi-
dade, sem realmente precisar deles, a compra passou contribui para o agravamento desse problema está o
a ser realizada pelo desejo, não pela necessidade. A
compra de forma compulsiva causa o consumismo; exerce papel extremamente importante, juntamen-
o cidadão passa a ter nesse ato uma forma de sentir te aos oceanos, como agente dissipador e de absor-
felicidade e prazer, mesmo que de forma momentânea. ção dos gases poluentes depositados em excesso na
De acordo com estudos realizados pela Confede- atmosfera.
ração Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo No século XX, houve o maior aumento das tempe-
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em cada dez raturas médias do planeta desde a última glaciação:
brasileiros, cerca de três tem no consumo exagerado e em torno de 0,7° C nos últimos 100 anos.
descontrolado em uma de suas atividades preferidas. O órgão responsável pelos estudos relacionados as
Nessa pesquisa, cerca de 40,2% dos entrevistados que mudanças climáticas é o Painel Intergovernamental
pertenciam às classes A e B compravam sem necessi- sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Após a realização
dade, como forma de aliviar as tensões e os estresses de vários estudos, ele prevê que as temperaturas nas
do dia a dia. Em outra pesquisa, indivíduos perten-
próximas décadas sejam ainda mais elevadas.
centes às classes C e D também disseram comprar
De acordo com estudos realizados pelo órgão, as
por impulso, porém, agiam motivados pelas famosas
promoções. chances de um aumento nas temperaturas médias
Nos padrões de comportamento criados por nossa durante o século XXI girarem em torno de 2° C a 4,9°
C estão em torno de 90%. Essas alterações já seriam
comprar. Assim, muitos cidadãos confundem poder
de compra com qualidade de vida, o que são concei- gravidade elevada e praticamente impossíveis de
tos bem distintos. serem revertidos; assim, o aquecimento global é um
Para que o indivíduo tenha qualidade de vida, não dos mais urgentes assuntos da pauta ambiental.
é obrigatório possuir elevado padrão de compra. Dessa O aumento na concentração de gases estufa é res-
forma, os indivíduos das outras classes sociais, como ponsável pela mudança nas trocas de calor; dessa
forma de se adequarem a padrões e normas impostas -
pela sociedade de consumo, passaram a sonhar com o do o aumento da temperatura e, consequentemente,
consumo como forma de satisfazer seus desejos. o aquecimento global. É importante ressaltar que a
Porém, nem todos conseguem ter acesso a itens emissão de gases vem ocorrendo desde o século XVIII,
mais caros e, em alguns casos, os cidadãos passam a com o advento da 1ª Revolução Industrial.
adquirir bens e realizar despesas superiores aos seus
rendimentos como forma de satisfazer seus desejos, São elementos causadores do aquecimento global,
o que causa endividamento de partes da população, além da concentração de poluentes emitidos presen-
assim como o agravamento das desigualdades sociais tes na atmosfera, as queimadas, atividades industriais
existentes em nosso país. e o desmatamento.
Para amenizar os efeitos da sociedade do consu- Como consequências, podemos destacar uma série
mo, é necessário promover políticas públicas de igual- de alterações:
dade social, inserção social de indivíduos de classes
menos favorecidas, políticas de gerenciamento de z
z Extinção de espécies;
sustentável. z
A educação nanceira é um dos caminhos para z Secas mais constantes;
amenizar essa questão. Porém, para que tenhamos z Redução na produção de alimentos, pois as áreas
em nossa sociedade indivíduos que consumam de produtoras serão afetadas;
maneira mais consciente, tomando decisões corre-
z Maior ocorrência de desastres naturais como
tas durante as compras, é necessário um processo de
enchentes, inundações, tempestades, furacões;
médio e longo prazo; como vivemos em uma socieda-
de cada vez mais imediatista, é bem provável que a z Derretimento de áreas polares, causando aumento
CONHECIMENTOS GERAIS
cultura do consumo em massa permaneça nela por do nível das águas oceânicas e provocando o ala-
um longo período. -
mersas; por conta dessa questão, podem ocorrer
O BRASIL DIANTE DAS QUESTÕES AMBIENTAIS grandes deslocamentos humanos.
(AQUECIMENTO GLOBAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL) O desenvolvimento sustentável pode ser com-
preendido como uma forma de preservar os recursos
A problemática ambiental cada vez mais vem naturais presentes no meio ambiente, utilizando os
fazendo parte das discussões entre governantes, che- bens e recursos de maneira a não causar o comprome-
fes de Estado, organizações não governamentais etc. timento da disponibilidade para as gerações futuras.
Na pauta dessas discussões, podemos destacar o aque- A utilização de matérias-primas extraídas da
cimento global e o desenvolvimento sustentável. natureza é feita sem comprometer o futuro dos seres
O termo aquecimento global está relacionado
ao processo que provoca o aumento da temperatura e responsabilidade ambiental. 195
As práticas de extração de recursos que não são beneciados por políticas nanceiras internacio-
renováveis agravam essa situação – quanto mais pre- nais que visam implantar políticas de desenvol-
datória for a extração, maior será o comprometimen- vimento econômico sustentável, de acordo com o
to da extração de recursos em um futuro não muito relatório do Programa das Nações Unidas para o
distante. Assim, é extremamente importante que Meio Ambiente (PNUMA).
ocorra a busca da redução ou eliminação dos impac-
tos provocados pela exploração de forma predatória.
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu
na Conferência de Estocolmo, realizada em 1972,
GLOBALIZAÇÃO
mas ganhou força em 1987, com a elaboração do Rela-
tório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido
como Relatório Brundtland. BLOCOS ECONÔMICOS
Na Conferência Eco-92, o conceito de “satisfazer
as necessidades presentes sem comprometer a capa- -
cidade das gerações futuras de suprir suas próprias solidaram-se como organismos supranacionais que
necessidades”, além de ser a principal pauta de dis- -
cussão, tornou-se um dos pilares para a elaboração micas e comerciais na Nova Ordem Mundial.
do documento conhecido como Agenda 21, que bus- Porém, o processo de surgimento de vários blocos
cava diminuir cada vez mais os impactos provocados
Guerra Mundial; nos anos 1990, os blocos multiplica-
aumento do consumismo pelo mundo.
ram-se pelo mundo.
Dentre as medidas de sustentabilidade propostas,
Podemos conceituar bloco econômico como uma
pode-se destacar:
forma de união entre países de uma mesma região
z Redução ou eliminação do desmatamento; ou não, visando fomentar o crescimento de suas eco-
z
devastadas; formar um mercado regional comum, estabelecendo
z Preservação das áreas de proteção ambiental, facilidades tarifárias entre seus membros.
como reservas e unidades de conservação de -
matas ciliares; suir várias estruturas organizacionais. Um exemplo é
z a União Aduaneira, na qual ocorre a redução parcial
para questões de degradação ambiental;
ou total dos impostos nas relações comerciais entre
z Adotar a política dos 3 R’s (Reduzir, Reciclar, Reu-
tilizar) ou a política dos 5 R’s (Repensar, Recusar, os membros do bloco. Também existem as zonas de
Reduzir, Reutilizar, Reciclar); livre comércio, quando ocorre entre os países mem-
z Contenção na produção de lixo e nas formas de bros o comércio com a eliminação total de tarifas
descarte; entre os seus membros.
z Redução na incidência de queimadas;
z Diminuição de gases poluentes na atmosfera lan- é o Mercado Comum, no qual os países membros
çados por indústrias e veículos automotivos; usufruem de políticas igualitárias acerca da livre cir-
z Utilização de fontes de energias limpas e renováveis; culação de pessoas, capitais e mercadorias, e tarifas
z Promover políticas de conscientização e educação externas diferenciadas para membros do bloco.
ambiental. A Zona de Preferência Tarifária é uma modali-
O Brasil ocupa papel de destaque no cenário inter- -
nacional, pois nosso território, devido à sua dimensão
para a problemática ambiental no contexto inter- a União Econômica e Monetária ou União Política e
nacional. Porém, os órgãos reguladores encontram Monetária, na qual os países membros adotam uma
moeda única, ocorrendo também a implantação de
ambientais brasileiras. um organismo supranacional para as questões políti-
Muitas atividades ligadas a setores como, por cas de forma permanente.
exemplo, o agroindustrial, provocam dualidade de -
micos do mundo:
tornando inevitáveis.
Por exemplo: como desenvolver o país e promover
crescimento na economia sem que ocorram agressões Mercosul
ao meio ambiente provocadas durante a execução
dessas atividades (um dos princípios da sustentabi- O Mercado Comum do Sul é considerado o princi-
lidade)? Em alguns casos, os setores que estão liga-
dos a essas atividades têm nos governos, em todas as em 1991 através da assinatura do Tratado de Assun-
ção, e tem como seus principais membros (signatários
para promover o desenvolvimento e o avanço da eco- – fundadores) Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
nomia, a degradação é inevitável. Posteriormente, ocorreu a entrada da Venezuela;
outros países estão na condição de membros associa-
civil é promover e implantar as políticas de sustenta- dos,
bilidade, pois elas apresentaram crescimento conside-
e Suriname. Os membros associados são países que
rável nas últimas décadas.
tem vantagens comerciais, mas não as mesmas vanta-
O Brasil passou a ser presença constante nos foros gens que os membros signatários, estabelecidas com a
de discussões sobre questões ambientais em nível assinatura de acordos para estimular suas economias
196 internacional. Está, também, entre os maiores e trocas comerciais.
Existem também os membros observadores (paí- CONSEQUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO
ses que podem acompanhar as reuniões do bloco, o
andamento das negociações, mas não têm direito de O processo de globalização tem como uma de suas
voto): México e Nova Zelândia. Em 1994, o bloco pas- principais características o processo de integração em
sou por uma reestruturação e deixou de ser um mer- vários setores ou campos da sociedade, como cultura,
cado comum, passando a ser uma União Aduaneira,
com o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum Esse conjunto de mudanças em diversos setores da
(TEC) que determina os valores das tarifas cobradas sociedade veio acompanhado de consequências nega-
nas importações e exportações dos países intrabloco tivas e positivas:
e extrabloco.
Em 2018, as negociações entre os países fundado- z Aspectos positivos:
res totalizaram US$ 44 bi, valor equivalente a quase
dez vezes as trocas comerciais realizadas em 1991, Evolução dos meios tecnológicos;
Maior difusão da ciência e do conhecimento;
União Europeia Expansão das multinacionais;
Maior circulação de pessoas e capitais;
Desenvolvimento nos setores de transportes e
Tratado de Maastricht, e é formada por vinte e sete telecomunicações;
países europeus. É o maior bloco do mundo em núme- Maior desenvolvimento tecnológico;
ro de membros, volume de vendas e PIB. Mercados mais competitivos;
Seu processo de formação teve início ainda nos Encontro entre diferentes culturas.
anos 1940, logo após o término da Segunda Guerra
Mundial, quando se formou o Benelux, formado ape- z Aspectos negativos:
nas por Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Assim, o
bloco passou por várias etapas de integração e assina- Aumento da desigualdade entre ricos e pobres;
turas de acordos até chegar no estágio atual. Enfraquecimento de culturas locais em detri-
A União Europeia passou por uma grave crise no mento de uma cultura global;
ano de 2010, provocada por um descontrole nas con-
tas públicas de alguns de seus membros, com desta- Aumento do desemprego por conta dos avan-
que para a situação caótica dos gregos. ços tecnológicos;
Recentemente, passou pela turbulenta saída de Exploração da mão de obra e da matéria-prima
um de seus principais membros, a Grã-Bretanha. O em países mais pobres;
Brexit (nome dado ao processo de saída da Grã-Bre- Redução dos investimentos em países com
menores níveis de desenvolvimento;
- Criação de monopólios em países pequenos por
da resolvidos. conta da entrada de multinacionais.
bém asiática, mas com a presença de países de outros ferência Tarifária é a Associação Latino Americana
continentes, que acabou reformulada e transforma- de Integração (ALADI), que possui treze países mem-
da em Parceria Econômica Regional Abrangente bros, incluindo o Brasil.
(na sigla em inglês, RCEP), tornando-se o maior bloco
comercial do mundo, tendo vista que a China está nele. Mercado Comum
Na África, temos a Comunidade para o Desenvolvi-
mento da África Austral (SADC); na América do Sul temos Nessa etapa, a liberdade de circulação não se res-
a Comunidade Andina, formada por países andinos. tringe apenas a produtos, mas se estende a outros
É importante também destacar a formação da agentes do mercado, como serviços, capital e pes-
associação comercial dos países emergentes da eco- soas. O estabelecimento de um Mercado Comum visa
nomia mundial, no início deste século, denominada diminuir (sucessivamente, por meio de políticas), as
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que -
estabeleceram importantes parcerias comerciais por -membros, possibilitando o fortalecimento regional e
vários anos. Porém, nos últimos anos, as relações têm integral entre eles.
se enfraquecido. Um exemplo de Mercado Comum é a União Europeia. 197
União Aduaneira Com essa forma de conduzir sua economia, o Bra-
-
berais que se tornaram políticas de Estado.
de importação e exportação para qualquer país do No início dos anos 2000, o país passou por um perío-
-
vende produtos para os países de uma União Adua- tica de exportações de bens primários (commodities).
- O incentivo ao consumo do mercado interno criou
ciais) um mesmo país. condições que facilitaram o crédito; essas políticas
-
neira é o Mercosul. do PIB em torno de 6% ao ano.
Assim, o Brasil entrou no seleto grupo das maio-
Área de Livre Comércio
como um emergente e promissor membro da econo-
As Áreas De Livre Comércio avançam nas medi- mia mundial. O país começou a integrar o grupo BRIC,
das de protecionismo comercial dos países-membros, composto por países com economias emergentes do
criando isenções tarifárias para produtos estratégi- mundo no período: Brasil, Rússia, Índia e China. Em
cos. Assim, esses bens passam a ser comercializados 2011, o grupo passou a contar também com a África
como produtos nacionais, não como bens importados. do Sul, mudando seu nome para BRICS.
Nesse tipo de acordo, os produtos são isentos de
taxas para circulação dentro do bloco, mas os paí- ocorreu na década seguinte, o Brasil passou por um
ses-membros ainda têm autonomia para criar taxas
externas diferenciadas para países que estão fora do quedas constantes.
bloco, viabilizando a integração regional entre eles, Os anos mais críticos, de maior recessão, foram
entre 2014 e 2017, o que pode ser observado na tabela
a seguir:
De Livre Comércio é o United States-Mexico-Canada
Agreement - RESULTADOS DO PIB BRASILEIRO
SEGUNDO O IBGE
Na economia, Dutra promoveu uma liberalização
dessa época foi a fundação da Companhia Siderúr- aguda das importações, subsidiando-as com o câmbio
gica Nacional (CSN) em 1941, em Volta Redonda, que -
passou a operar de forma efetiva em 1946, fornecendo vas internacionais alcançadas durante a Segunda
minério de ferro e aço. Guerra, e não deu prosseguimento ao plano de indus-
Deposto em 1945, Vargas voltaria ao poder através trialização iniciado no governo anterior.
do voto em 1951. Em 1953, foi fundada a Petrobrás, Em 1948, apresentou o Plano Salte (Saúde, Alimen-
uma das maiores petrolíferas do mundo. De sua fun- tação, Transporte e Energia), mas boa parte do plano
dação até 1998, a Petrobrás teve o monopólio sobre a não saiu do papel. Desde 1946, Vargas já havia rompi-
exploração de petróleo em território brasileiro. do com Dutra. Era preciso desassociar-se da imagem
Após o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto desse governo e planejar seu retorno.
- Em 1949, iniciada a corrida eleitoral, Vargas des-
de turbulência, até que, em 31 de janeiro de 1956, o pre- pontou com um programa nacionalista e industria-
lizante e percorreu todos os estados, costurando
sidente eleito Juscelino Kubitschek assumiu o governo. 199
alianças. Tocava em aspectos sensíveis, como aumen- atentado deixou o principal opositor, Carlos Lacerda,
- levemente ferido, e levou à morte o major Rubens Vaz.
nia produtiva, dentre outros, conseguindo sensibilizar A campanha de desmoralização do governo mobili-
empresários interessados na industrialização e operá-
rios saudosos do trabalhismo. verdades e muitas outras calúnias, isolando cada vez
O candidato da União Democrática Nacional (UDN), mais o presidente no Palácio do Catete.
mais uma vez, foi Eduardo Gomes, e foi novamente A Aeronáutica assumiu as investigações e logo
derrotado por suas próprias palavras: em comício, chegou-se à conclusão de que se tratava de crime de
anunciou ser a favor da extinção do salário-mínimo e mando, e o pior: o mandante foi o chefe da Guarda
em benefício da liberdade contratual. O resultado das -
eleições foi surpreendente, sendo 48,7% para Getúlio se inocente, as pressões foram corroendo a autoridade
Vargas ante 29,7% para o brigadeiro Eduardo Gomes. do presidente, culminando na invasão do Catete pelos
Vargas voltava “aos braços do povo”.
Getúlio Vargas passou os últimos dias isolado no
Segundo Governo Vargas Catete, com a opinião pública contrária à sua perma-
nência no poder. Na madrugada do dia 24 de agosto,
Vargas retornou ao Catete pelo voto popular, mas quando reuniu seu ministério, apenas um ministro,
Tancredo Neves, era partidário de uma resistência.
regime democrático. Além disso, teria que pagar a Contudo, Vargas sabia que sem os militares e os traba-
conta das diversas reivindicações que havia pactuado lhadores mobilizados seria inviável e, se negociasse,
durante a campanha eleitoral. seria desmoralizado. Assim, nas primeiras horas da
manhã, o presidente cometeu suicídio.
o projeto para criação da Petrobras, mantendo-se de A reação foi tremenda, nunca vista nem repetida
acordo com suas propostas de estabelecer um desen- em toda história do Brasil. Uma população colérica,
amargurada, saiu às ruas depredando qualquer sím-
de petróleo atrapalhava seus planos industrializantes. bolo de oposição a Getúlio Vargas, como as redações
A “Campanha do Petróleo” mobilizou e agrupou seto- de O Globo e da Tribuna da Imprensa e a sede da Stan-
res contraditórios, sendo um dos poucos episódios de dard Oil. Iniciava-se uma caçada a Carlos Lacerda, que
maior consenso na história política brasileira. Outra primeiro se refugiou na embaixada norte-americana
proposta do governo estava associada ao investimen- e logo foi transferido de helicóptero, quando a popu-
to em energia elétrica; contudo, apenas em 1962 a Ele- lação ameaçou invadir o prédio. Em frente ao quar-
tel-general da 3ª Zona Aérea, a população também
No seu governo, também aconteceu a expansão da ameaçou invadir, mas foi duramente reprimida pelos
indústria de base, sobretudo siderúrgica, assim como
a fabricação de automóveis, principalmente tratores
O BRASIL DE JUSCELINO KUBISTCHEK
seguinte, que conseguiu implementar a indústria de
automóveis. -
Evidentemente, a nacionalização de áreas conside- náutica planejaram instalar um foco de sedição na parte
radas estratégicas, como energia e petróleo, e a pro- central do Brasil e iniciar uma guerra civil, dado o ódio
que mantinham a respeito do resultado das eleições do
o primeiro embate sério de propostas entre o ideário ano anterior, uma vitória “getulista” que havia alçado
nacional-desenvolvimentista do governo e aqueles Juscelino Kubistchek à presidência da república.
que acreditavam em um desenvolvimento associado Rapidamente foram desmobilizados. O oportunis-
com o capital internacional. mo de Carlos Lacerda já havia se manifestado pouco
Havia, ainda, a pressão exercida pelos latifundiá- tempo antes, quando pretendeu impugnar a eleição
rios intocáveis e de industriais que consideravam a -
legislação trabalhista onerosa demais, e a crise que se do a maioria absoluta dos votos, mesmo que a Consti-
abateu sob os partidos governistas. A oposição, sobre- tuição não mencionasse esse aspecto. Certo foi que a
tudo a UDN, soube utilizar essas contradições. repercussão foi imensa, adentrando os quartéis e fer-
Para piorar, a partir de 1952, o apoio ao programa vendo o caldo golpista, recebendo simpatia, inclusive,
de investimentos dos Estados Unidos no Brasil dimi- do presidente em exercício, Café Filho.
nuiu e o Banco Mundial iniciou a cobrança da dívida
pelos empréstimos vencidos. Os sintomas foram ele- quem assumiu foi o vice-presidente da Câmara dos
- deputados, Carlos Luz, um aberto simpatizante do
to de vida e diminuição dos salários. golpismo em curso. Para que o golpe se efetivasse, era
As greves da primeira metade de 1953 deram necessário, contudo, tirar do caminho o único militar
um empurrão maior, sendo afrouxadas apenas com legalista do governo, Henrique Teixeira Lott, que
a nomeação de João Goulart, hábil articulador com ocupava o cargo de Ministro da Guerra.
os sindicatos, para o Ministério do Trabalho. Um ano Em novembro de 1955, Luz convocou o Ministro da
depois, a proposta de duplicar o valor do salário míni- Guerra com intenções de contrariá-lo ao ponto de for-
mo elevou ainda mais a temperatura, agitando os çar sua renúncia e, na madrugada do dia 11, prevendo a
quartéis em disposições golpistas, tornadas públicas movimentação golpista, convocou o presidente do Sena-
no “Manifesto dos Coronéis”, de autoria de Golbery do e o líder da maioria na Câmara para anunciar seu
do Couto e Silva. A crise levou à demissão de Goulart, contragolpe, e assim colocou suas tropas leais na rua.
assim como do Ministro da Guerra de Vargas. Em sessão extraordinária, os deputados depuse-
Em 5 de agosto de 1954, iniciava-se a contagem ram Carlos Luz que, por sua vez, foi sucedido pelo
200 presidente do Senado, Nereu Ramos. Contudo, a
CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
recuperado e estava disposto a reassumir o governo. A primeira Constituição brasileira foi a de 1824
e, para os padrões da época, foi considerada bastan-
Quando Juscelino assumiu, nomeou Lott como seu
te “liberal”. A carta estabelecia que todos os homens
Ministro da Guerra, anistiou os revoltosos e procurou
acima de 25 anos, com renda mínima anual de 100
cooptar os militares com seus projetos de governo, mil-réis, podiam votar, mas esse critério de renda não
como a modernização do exército, a efetivação de era grande barreira, pois a maioria dos trabalhadores
uma indústria bélica, a compra de um moderno avião ganhava mais que essa quantia.
Viscount para a Aeronáutica e de um porta-aviões da Analfabetos também possuíam direito a voto, e
marinha britânica, rebatizado de Minas Gerais, sem os libertos podiam votar nas eleições primárias. Essa
falar na distribuição de cargos para militares. A estra-
tégia funcionou em curto prazo, mas a ausência de não mexeu na questão da escravidão nem na estru-
punição aos insubmissos cobraria logo um caro preço. tura da terra, sendo alguns aspectos alterados em
A marca do seu governo estava sintetizada, contu-
do, no seu Plano de Metas, que tinha como intenção centralização dos poderes na mão do Imperador.
A Constituição republicana de 1891
viabilizar um crescimento de “cinquenta anos em
bases do novo regime nos termos do presidencialismo,
cinco”. E, de fato, Juscelino efetivou logo uma agenda
do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do
de crescimento acelerado, sobretudo na área indus- voto, foram mantidas as reformas restritivas imple-
trial de bens de consumo duráveis. -
Seu governo deu prioridade ao setor de transporte tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria
rodoviário, mas a estendeu para o setor automobilís- esmagadora da população era analfabeta e, portanto,
tico como um todo; além disso, deu ênfase à indústria -
pesada, de alimentos, e alocou recursos para a área de ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
energia. Entre 1956 e 1960, expandiu de forma inédita te, assim como separou o Estado da Igreja.
a malha rodoviária, aumentando a possibilidade de A Constituição seguinte foi promulgada em 1934.
circulação de mercadorias e de comunicação. Nesse novo texto, o Executivo deveria ser submetido
Esse período também foi rico em inovações, com
governar baseada em decretos, garantia a indepen-
aumento expressivo da participação política, de alte- dência do Tribunal de Contas, limitava o mandato
rações nos comportamentos culturais e de maneiras presidencial em quatro anos e impedia a reeleição.
de se repensar o lugar do Brasil no mundo. A estrutura do Estado pouco se alterou, mas hou-
Intelectuais trabalhavam juntamente ao governo ve a manutenção da estrutura da terra, a exclusão
em órgãos como o Instituto Superior de Estudos dos analfabetos do processo eleitoral, e o trabalha-
Brasileiros dor rural não foi incorporado à agenda de proteção
como a ideia de subdesenvolvimento, advindas da social. Essa Constituição durou apenas três anos, uma
Comissão Econômica para a América Latina e o vez que o golpe de 1937 interrompeu completamen-
Caribe- te qualquer garantia constitucional, embora também
dade, cuja valoração estava no cotidiano das pessoas, possuísse seu próprio texto.
1946
Teatro de
preservaria as conquistas sociais obtidas no período
Arena, Opinião e Ocina. anterior e realocaria a democracia enquanto aspec-
O cinema também partilhou dessa busca da brasi- to fundamental da vida pública. Estabelecia eleições
lidade, com as chanchadas e a incorporação nata da diretas para o executivo e para o legislativo em todos
- os âmbitos da federação, a liberdade de imprensa e
to do Cinema Novo. Diametralmente oposta a essa opinião, e incorporava os eleitores alfabetizados aci-
brasilidade estava a Bossa Nova, uma outra maneira ma de 18 anos. O texto constitucional também regulou
de exportar a modernidade em ascensão do país, mas o fortalecimento dos partidos políticos, assim como a
também produto dessa época. independência dos sindicatos.
Diferentemente de Vargas, que propunha um pro-
jeto nacionalista de industrialização, Juscelino apos- do direito de greve, na não incorporação dos trabalhado-
res rurais à legislação social, assim como não regulava a
intromissão cada vez mais acentuada dos militares na
externo. O projeto ousado no Plano de Metas só podia vida pública. Essa Constituição vigorou por quase vinte
ser implementado por meio do escancaramento do
- participação política, cessada com o golpe civil-militar
CONHECIMENTOS GERAIS
-
de protestos e a emersão de novos movimentos sociais ressem muitas deserções no seio do partido.
ocorreram sob sua governança, assim como violentos
ataques terroristas praticados pela extrema direita em grupos guerrilheiros, sendo os mais conhecidos
militar, intencionando parar o processo de abertura. Carlos Marighela, com a Ação Libertadora Nacional
(ALN), e Carlos Lamarca com o Movimento Revolu-
Reforma Agrária cionário Oito de Outubro (MR-8). O PCdoB também
A questão agrária, que há tempos vinha se arrastan- brasileira, ao longo do rio Araguaia. Com a guerrilha
do no Brasil e foi fator importante na queda de Jango, urbana praticamente extinta já no início do governo
também começou a ser rediscutida ainda no começo
do governo militar. Assim, o ministro Roberto Cam- Araguaia, operacionalizando uma verdadeira guerra
pos apresentou uma proposta do Estatuto da Terra que dizimou os últimos guerrilheiros do PCdoB por
baseada em três aspectos: primeiro, a tributação pro- -
gressiva da propriedade, levando-se em consideração leira, ao longo do rio Araguaia. 205
Já o movimento estudantil viu seu auge em engaja-
mento em 1968. O assassinato do secundarista Edson
Luís Lima Souto pela polícia em um protesto contra
o fechamento do restaurante Calabouço gerou uma
grande comoção na sociedade como um todo, eviden-
ciada pela presença massiva em seu cortejo fúnebre.
Na conhecida “sexta-feira sangrenta”, no dia
21 de junho, mais um confronto violento aconteceu,
resultando na morte de 4 pessoas e em mais de 20
feridos à bala, aumentando a indignação da opinião
-
dores, artistas, políticos e intelectuais reuniram-se na
Campanha pela Anistia.
conhecida “Passeata dos Cem Mil”.
Fonte: Departamento de Direito da PUC-Rio.
A imprensa, sobretudo a alternativa, mesmo sob
redações, também procurava meios de denunciar a
colapsara e, em 1982, os partidos de oposição conse-
tortura, a corrupção massiva, os erros da política eco-
guiram eleger cinco deputados a mais que o partido
governista (agora Partido Democrático Social), segun-
de políticos, entre outros.
do a reformulação partidária, demonstrando clara-
Ademais, os novos movimentos sociais que sur-
giram ainda durante o auge repressor do governo
-
Médici protestavam contra a miséria da vida dos
tares a possibilidade de uma “saída negociada”, uma
trabalhadores urbanos. O melhor exemplo está nas
vez que não estavam dispostos a se submeterem a tri-
Comunidades Eclesiais de Base, surgidas em 1969,
bunais de justiça que os investigassem e os punissem
que estavam ligadas à Igreja Católica, mas abrigavam
pelas sucessivas violações aos direitos humanos.
um número diverso de militantes.
Em relação ao PMDB, uma parte liderada por Ulys-
ses Guimarães reivindicava a organização de comí-
movimento dos operários ganhava força, sobretudo
cios e a condução de uma ampla campanha em prol
no ABC paulista. Em maio, milhares de metalúrgicos
cruzavam os braços em sinal de protesto, ao mesmo das eleições diretas, enquanto outra parcela, liderada
tempo em que lideranças oriundas efetivamente das por Tancredo Neves, estava disposta a negociar nos
fábricas emergiam, como Luís Inácio Lula da Silva. termos dos militares.
As ruas, contudo, pareciam ditar o ritmo da aber-
ampla e organizada greve operária no ABC paulista tura e não estavam dispostas a ceder, e foi nesse
sinalizou ao governo e aos parlamentares que a popu- momento que estourou uma das maiores e mais entu-
lação trabalhadora estava descontente com o ritmo siasmadas campanhas políticas da história brasileira:
das discussões a respeito da abertura política e da as Diretas Já, que, entre fevereiro e março de 1984, se
- espalharam por todo o país.
bunal Regional do Trabalho (TRT) declarou a greve Na madrugada de 25 de abril de 1983, data da vota-
ilegal; entretanto, isso não surtiu efeito na mobiliza- ção da emenda Diretas Já, uma parte dos deputados,
ção dos trabalhadores. liderada pelo candidato do PDS, Paulo Maluf, boicotou
a votação, impedindo um quórum mínimo para a apro-
como objetivo descolar-se do sindicalismo “pelego”, vação da PEC. Um balde de água fria foi jogado na vigí-
herança da Era Vargas, procurando ter mais indepen- lia cívica que acompanhava na madrugada a votação.
dência junto aos trabalhadores. Nos meses seguintes à derrota, a sociedade não se
Golbery do Couto Silva, escolhido por Geisel como desmobilizou, embora não escondesse sua frustração
estrategista e chefe da Casa Civil, estipulou uma agenda e agitação. Assim, um conjunto de negociatas escusas
para a transição do poder civil, incorporando diversas
reformas políticas como a anistia política, a reorgani- abertura, entre articulações partidárias: uma parte do
zação partidária e a eleição direta para os governos
públicos. As campanhas pela Anistia recebiam bastan-
te atenção dos movimentos pela democracia.
Em 1979, seguindo a pauta da abertura, foi pro- de disputar a eleição no Colégio Eleitoral, marcada
mulgada uma lei que prescrevia a maioria dos crimes para 1985: Tancredo Neves encabeçava a chapa, ten-
políticos ocorridos entre 1964 e 1979, seja daqueles do como vice o até então aliado histórico da ditadu-
considerados subversivos, seja pelas forças da repres- ra, José Sarney. A chapa saiu vitoriosa nas eleições
são. No mesmo ano, uma nova lei extinguia o sistema de janeiro de 1985; entretanto, por motivos de saúde,
bipartidário e estabelecia condições para um regime -
pluripartidário. Nesse ínterim, uma série de atenta- do empossado seu vice. Produto da saída negociada, a
dos terroristas ocorreu por parte dos militares contrá- transição democrática seria iniciada por Sarney, um
206 rios à agenda da abertura. entusiasta da ditadura.
O golpe civil-militar de 1964 e a doutrina de
segurança nacional e desenvolvimento
po da justiça de transição. Em 1995, foi instituída nacional. Nos primeiros dias da nova administração,
a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos, cuja
proposta era reconhecer os mortos e desaparecidos uma reforma da previdência social. Com a reforma da
durante os anos repressivos, ritual bastante simbólico previdência, procurava-se reparar privilégios vigen-
para aqueles que perderam alguém e nunca chega- tes, estabelecendo o mesmo teto para as aposentado-
ram a ter sequer um atestado de óbito. Tempos depois, rias dos empregados do setor público e privado. Essa
em 2001, surgiu a Comissão da Anistia, concedendo foi uma medida bem recebida pelas agências interna-
indenizações às vítimas da ditadura. cionais, que esperavam que o novo governo demons-
trasse moderação política e se mantivesse dentro dos
Governo Lula
-
Em 1º de janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da cia, pois muitas ações precisavam ser realizadas, e se
Silva, representante do Partido dos Trabalhadores carecia de articulação de vários setores. A fragilidade
do programa foi se evidenciando e, ainda em 2003, o
(PT), assumiu a presidência do Brasil. Sua eleição 209
Ministério de Segurança Alimentar, que havia sido Governo Dilma
criado para mobilizar as ações necessárias para o fun-
cionamento do programa, foi fundido com o Ministé- Dilma Rousse, a primeira mulher presidente do
rio da Assistência Social. Brasil, foi eleita em 2010, em um contexto de otimismo
Assim, engendrou um novo programa de transfe- no qual a economia se recuperava dos efeitos da cri-
rência de renda, o Bolsa Família
-
-
dente o que pretendia: questionar o poder estrutural
cola, Bolsa-Alimentação e Auxílio Gás. Também foram
realizadas iniciativas que priorizaram a ação gover-
a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvi- Todavia, o governo não se preparou para lidar com as
mento do Ensino Fundamental e Desenvolvimento óbvias reações que vieram dos grupos que tiveram seus
da Educação Básica interesses recolocados. Esses grupos possuíam, ainda, o
médio no sistema de incentivos que vinham sendo poder sobre os meios de comunicação, manipulando as
realizados pela administração anterior. informações e não tardando a acusar o governo de “irres-
Alguns autores argumentam que, embora de um ponsável tecnicamente” e “politicamente populista”.
ponto de vista de classe, o PT continua sendo um par- O governo de Dilma não conseguiu sustentar a
tido dos trabalhadores, principalmente no que se refe- pretensão inicial, recuando diante da reação dos inte-
re à sua origem, pois é inegável que o PT foi criado por resses rentistas, que foram atingidos pela guerra dos
e para trabalhadores. Houve um claro rompimento juros; assim, em abril de 2013, o Banco Central iniciou
com os interesses desse grupo; após assumir o poder, um novo ciclo de elevação das taxas de juros, que era
as ideias, discursos e ações resguardadas pela direção apenas o início da retratação.
do partido apresentaram semelhanças embaraço- -
sas com as dos representantes da grande burguesia. rávit primária concediam enorme poder estrutural ao
De todo modo, as multidões continuaram indicando,
em momentos cruciais, o Partido dos Trabalhadores
as taxas de juros, provavelmente se veria bombardea-
como seu representante.
do por acusações de que sua autonomia estava compro-
O governo Lula reuniu em seus quadros adminis-
metida pela interferência política. Se, por outro lado, a
trativos tanto líderes sindicais e intelectuais do PT, arrecadação tributária diminuísse e o gasto primário
quanto convictos neoliberais, o que o tornou, em uma não trilhasse a mesma direção, o governo era atacado,
análise mais sóbria, um governo muito pouco afeito acusado de não cuidar da credibilidade da trajetória da
aos interesses da classe que dizia representar. Lula
cumpriu sua promessa de moderar as propostas mais
radicais do programa petista antes do lançamento da mudanças estruturais, o governo teria que se apoiar em
“Carta ao povo brasileiro”, de 2002. ampla campanha pública que expusesse suas intenções e
Um evidente exemplo foi a preocupação com o -
pagamento da dívida externa, mesmo existindo pro- ceiro, por sua vez, reagiu rapidamente, mobilizando a
opinião pública e deslegitimando os discursos de Dilma,
A recuada do governo, traduzida pelo aumento dos
saúde, saneamento, entre outros. Essa foi uma escolha juros, foi uma tentativa de abrandar os ataques reali-
impensável para o Lula do século anterior. Assim, sua zados pelos representantes ideológicos dos interesses
- rentistas, procurando recompor o bloco de poder polí-
- tico mobilizado pela administração de Lula, tática que
lização do mercado de trabalho e a reforma sindical. seria reforçada em 2015.
A estratégia, no entanto, não foi bem sucedida,
Dica pois, na busca pela governabilidade, Dilma perdeu
bastante popularidade, dado que se voltava cada vez
Superávit é o resultado positivo de todas as
receitas e despesas do governo, ou seja, é o equi-
valente ao que o governo consegue economizar pondo à parte os interesses populares, que represen-
para o pagamento de juros da dívida pública. tavam o grosso de seu eleitorado.
FMI é a sigla do Fundo Monetário Internacional, -
organização nanceira que pode oferecer aju- tratação; esse argumento é difícil de ser sustentado,
da nanceira pontual e temporária aos países tendo em vista que o valor do benefício sempre foi
membros. muito inferior ao do salário-mínimo, que foi ganhan-
-
As limitações das administrações de Lula são evi- cas reconhecidas usavam os meios de comunicação
dentes, embora seja difícil negligenciar os avanços no para apontar que os gastos sociais e aumentos sala-
riais eram responsáveis pela desaceleração do inves-
campo social. Por exemplo, a reforma agrária –pauta
timento privado e da redução dos lucros.
importante para esquerda –, não foi considerada; e a
Quanto aos projetos sociais, Dilma tinha um gran-
reforma tributária apenas aumentou a carga tributária,
evitando propostas como a taxação de grandes fortunas. conquistara popularidade amparando-se justamen-
Outra crítica é que os programas sociais não se cons- te nesse tipo de programa. No primeiro mandato de
tituíram enquanto direito, ou seja, não foram incorpo- Dilma, o desemprego diminuiu, o salário-mínimo
aumentou e a presidente deu sequência aos progra-
210 que podiam ser retirados a qualquer momento. mas de transferência de renda.
Na questão dos avanços da legislação trabalhista, Quando são analisados dados mais recentes, o qua-
é possível apontar, por exemplo, a regulamentação do dro não muda muito; na verdade, ele se torna pior:
trabalho doméstico, que embora tenha incomodado os segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública
setores mais conservadores da população brasileira, foi de 2016, entre 2011 e 2015, houve 279.567 mortes, sen-
um movimento muito importante para os trabalhado- do que 73% delas foram de jovens negros. É evidente
res da área, pois assegurava direitos básicos como jor- que a desigualdade racial e o racismo são peças-cha-
nada de trabalho regulamentada, férias e piso salarial. ves para compreender esses números, mas é preciso
Em sua administração, uma das ações mais impor- ir além das explicações que entendem a situação ape-
tantes talvez tenha sido a ampliação do Minha Casa nas como decorrente do histórico de uso de trabalho
escravizado no Brasil: as próprias políticas públicas
Minha Vida, programa habitacional que assegurou
incorrem na produção social da violência, tornando-a
moradia para 1,7 milhões de famílias apenas em seu
viável, e um exemplo nítido disso são as mortes em
primeiro mandato. O programa oferecia subsídio para decorrência das ações policiais.
Além dos homicídios da população jovem negra
renda, tornando possível o sonho da casa própria para pelas forças coercitivas, é também perceptível a predo-
minância da vigilância policial sobre esses indivíduos, o
um imóvel em outras circunstâncias.
No âmbito da saúde, Dilma lançou o programa Mais são os que mais morrem no Brasil e são também os que
Médicos, que atendeu seis mil municípios e estendeu mais são encarcerados. A grande quantidade de prisões
o acesso a médicos a cerca de cinquenta milhões de provisórias (quase 40%) indica que estas são resultado
pessoas que residiam em municípios do interior e em
- Se há muitos jovens e muitos negros na prisão, não
buiu remédios a mais de dez milhões de pessoas. é porque a polícia esteja vigiando em suas ativida-
No setor educacional, Dilma lançou o Programa des cotidianas os mais violentos, os que cometem os
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Empre- crimes bárbaros. Apenas 12% dos presos brasileiros
go (Pronatec), que tinha como objetivo expandir e estão cumprindo penas por terem cometido homi-
interiorizar as ofertas a cursos técnicos, além da for- cídios. O centro da política criminal é pautado pela
mação inicial e continuada. Houve, ainda, a criação punição aos crimes patrimoniais e ligados às drogas
do Ciência sem Fronteiras, que visava a formação ilícitas, seguindo a doutrina de “guerra às drogas”.
acadêmica de pesquisadores em programas de inter- A punição recai desigualmente sobre negros e bran-
cos, jovens e não jovens. Isto é: a polícia tem uma pré-dis-
projetos. Além disso, até 2014, as matrículas em cur- posição em suas abordagens e jovens negros são sempre
sos superiores aumentaram em 122%, evidenciando considerados suspeitos, quando não mesmo culpados.
uma expansão do acesso ao ensino superior. Ao contrário do que versam algumas explicações,
Além de todos esses programas, foi no governo Dil- argumentando que as reminiscências da escravidão
ma que a chamada Lei do Feminicídio foi sancionada. estariam em derrocada na contemporaneidade, o que
Com a lei, o assassinato de mulheres, decorrente de vio- se percebe é que as políticas de segurança pública e
lência doméstica ou discriminação de gênero, passou a justiça moderna contribuem para a desigualdade, colo-
- cando a população negra, sobretudo jovem, a mercê de
quista, levando em consideração que o Brasil possui a mais violência, morte e encarceramento. Não se trata
5° taxa mais alta de feminicídios do mundo: no ano de apenas da morte física: a juventude negra sofre uma
2010, eram registrados cinco espancamento a cada dois série de violências e mortes simbólicas nas perdas de
minutos; em 2013, se reportava um feminicídio a cada oportunidades que decorrem da cor de sua pele.
noventa minutos; e em 2015, o serviço de denúncia Nesse contexto, surgiu o que se chama de asso-
registrou 179 casos de agressão por dia. ciativismo negro, que atua tanto nos espaços políti-
- co-sociais quanto nos espaços político institucionais,
gurou a Casa da Mulher, programa que integra no pautando direitos à juventude negra, como segurança
mesmo espaço serviços especializados de apoio aos e educação. Esse movimento da juventude negra tem
diversos tipos de violências sofridas por mulheres. dois momentos chaves: o 1° Encontro Nacional de
Nesse espaço, têm-se acesso ao acolhimento e à tria- Juventude Negra (1° Enjune) e o encontro de formação
gem, apoio psicossocial, juizado especializado em do Fórum Nacional de Juventude Negra
violência doméstica e familiar contra mulher, defesa São nesses espaços que vão ser ponderadas medidas
- que possam auxiliar na contenção do chamado “genocí-
ca, espaço de cuidado às crianças, alojamento de pas- dio da juventude negra”, apontando para ações desen-
sagem, entre outras ações de apoio. volvidas pelos poderes públicos, mas também para
CONHECIMENTOS GERAIS
Milho 3º 1º 76 Irã
Carne suína 4º 4º 72 Rússia
O Brasil destaca-se também na criação de suínos, a necessidade de isolamento social aceleraram este
com rebanho superior a 38 milhões de cabeças, com processo de trabalho remoto, tanto que uma boa par-
destaque para a região Sul do país, com quase a metade te das empresas estão optando por fazer a opção de
do rebanho, seguido por Nordeste e Sudeste. A criação continuidade neste formato. Tal situação demonstra a
de suínos gera lucros superiores a US$ 1 bilhão por ano. existência de uma democratização nos espaços labo-
Destaque também para a criação de ovinos e capri- rais e que cada vez mais as grandes corporações vêm
nos, com rebanho superior a 14 milhões de animais, deixando de lado as visões tradicionalistas. A vertica-
com destaques para as regiões Sul e Nordeste. lização das relações vem perdendo espaço para um
O Brasil destaca-se como grande produtor de aves, ambiente com maior linearidade e contribuição de
chegando a dominar uma fatia do mercado de 90% do todas as partes para o processo produtivo.
comércio de carne de frango. Porém, no cenário do mundo do trabalho e da pro-
Destaque também para a equinocultura que gera dução, ainda podemos observar grande desigualdade
lucros superiores a R$ 7,3 bilhões por ano com criação entre alguns setores, até por que o desenvolvimento e
de bubalinos, asininos e muares. as transformações promovidas pela inserção de novas 215
tecnologias não estão disponíveis para todos de forma Em relação às fontes de energia não renováveis, des-
tacamos a utilização de gás natural, que é importado da
Bolívia. As poucas reservas de carvão mineral estão loca-
se verticalizam (concentram-se) em espaços regio- lizadas em estados da região Sul, principalmente Santa
existem no Brasil em relação ao processo de industria- realizado pela Petrobrás desde os anos 50, quando ocor-
lização da nossa economia: os setores produtivos da reu sua inauguração e, nesse quesito, podemos destacar
região sudeste tem um considerável destaque. as reservas localizadas nas Bacias de Campos e Santos.
Se o processo de análise for ainda mais profundo, Também é importante destacar a presença das reser-
é possível encontrar no estado de São Paulo (e em sua vas de petróleo no pré-sal, localizado entre os estados de
região metropolitana), uma maior concentração de ati- Santa Catarina e Espírito Santo, totalizando uma área de
vidades produtivas. Mesmo com toda a desconcentra- mais de 800 km de extensão. Essa reserva de petróleo
está localizada a uma profundidade superior a sete mil
ção industrial ocorrida nos últimos 30 anos, o Sudeste
metros abaixo do nível do mar, por baixo de uma cama-
e em especial São Paulo, ainda polariza as atividades
da de sal com espessura de 2 km, o que durante muito
- tempo inviabilizou a sua exploração. Com o desenvolvi-
mento tecnológico, a Petrobrás já extrai grandes quanti-
podemos chamar esse processo de seletividade dos dades de petróleo na região. Estima-se que as reservas
- no pré-sal ultrapassam 200 milhões de barris e, por
res como espaços luminosos (com uma maior infraes- conta dessas reservas encontradas, o Brasil passou a ser
trutura, concentração de empresas e de atividades
- Em relação à energia nuclear, merecem destaque as
cos (também com uma infraestrutura, porém com um Usinas de Angra I e II, construídas nos anos 70, porém
nível menor em relação aos espaços luminosos). sem muita representatividade na matriz energética
brasileira, que atualmente se divide da seguinte forma:
Lixívia e outras
renováveis
FONTES ALTERNATIVAS E ENERGIA NO 1,4%
Carvão
Outras não 5,7%
BRASIL renováveis
1,4%
-
das para a produção de energia, que movimentam Lenha e Carvão
máquinas de maneira direta ou indireta. São extraí- vegetal
das da natureza e precisam passar por processos de 1,4%
transformação para gerar energia.
reno- Petróleo e
váveis: hidrelétricas, energia solar, produção eólica Derivados da
derivados
(ventos) e geotérmica (do calor proveniente do interior cana
12,0% 36,4%
da Terra), Biomassa (produzida a partir da utilização
de matérias-orgânicas), energia das marés (força das
ondas) e do hidrogênio (por meio do processo de rea-
ção química entre oxigênio e hidrogênio que acaba Hidráulica
por liberar energia). As outras formas de energia são 12,0%
as não renováveis: combustíveis fósseis como o petró-
Gás natural
leo, carvão mineral, gás natural e o gás de xisto, além
13,0%
da energia nuclear, produzida por meio do processo de Nuclear
1,4%
utilizar cada vez mais energias não poluentes e renová- Fonte: epe.gov.br
veis, com o objetivo de reduzir os impactos da matriz
energética sobre o meio ambiente. No Brasil já temos
programas de produção de energia com o objetivo de
reduzir os impactos ambientais, como por exemplo a
produção de etanol para combustível veicular, que foi
HORA DE PRATICAR!
inserido em nosso país nos anos 70 a partir do Progra-
ma do Álcool Brasileiro, principalmente a partir do 1º 1. (CEBRASPE-CESPE – 2013) Os recentes levanta-
choque do petróleo, ocorrido em 1973, que provocou mentos demográcos no Brasil e em diversos paí-
aumentos consideráveis no valor de barril. ses do mundo indicaram tendência de reversão do
O Brasil destaca-se também pela produção de esvaziamento da zona rural e, em alguns países,
energia a partir de usinas hidrelétricas, com destaque verica-se até discreto crescimento da população
para as Usinas de Itaipu, Ilha Solteira, Belo Monte, rural. No Brasil, essa nova dinâmica, excluindo-se a
fundamentação de base agrária, deve-se à
eólica, merece destaque o crescimento apresentado
na região nordeste na interface continente-oceano a) conguração de novas atividades rurais relacionadas
(litoral), especialmente a Usina de Prainha no Ceará. à vida urbana, como turismo, lazer, mercado imobiliá-
A produção da energia solar, em especial no cinturão rio e serviços.
do sol, localizado no Nordeste, e em várias usinas na b) violência urbana, que tem provocado uma inversão
região Sul também aumenta cada vez mais. Como evi- do êxodo rural e, em consequência, na redução no
dência da biomassa temos o processamento de cana-
processo de urbanização brasileira nos cinco últimos
-de-açúcar e a produção de etanol. anos.
216
c) ligação da agricultura à indústria de alimentos, sem 5. (CEBRASPE-CESPE – 2017) A respeito do proces-
descongurar os setores agrícolas tradicionais, como so de urbanização do espaço brasileiro, assinale a
as unidades familiares de subsistência. opção correta.
d) atual expansão agrícola ou expansão das fronteiras
de recursos do Centro-Sul em direção ao Nordeste e a) A desmetropolização, diminuição do crescimento das
ao Norte do país, com dissolução de grande parte dos metrópoles em benefício das cidades médias, vem
reduzindo o número de cidades com mais de dez
problemas agrários históricos.
milhões de habitantes.
e) baixa possibilidade de aquisição de moradia nas cida-
b) As regiões Sul e Nordeste, embora sejam as menos
des brasileiras, especialmente nas pequenas é médias
povoadas, apresentam os maiores índices de
cidades. urbanização.
c) O Centro-Oeste, com exceção das cidades de Brasília,
2. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Os países emergentes Goiânia e Cuiabá, apresenta uma espacialidade urba-
apresentam, atualmente, crescimento econômico e na quase nula.
aumento em seu produto interno bruto (PIB), con- d) A concentração de habitantes no Sudeste reproduz a
texto que permite a concentração econômica do país, resultando na for-
mação de grandes cidades nessa região.
a) alteração da estrutura social, por meio da ascensão da e) A população está distribuída igualitariamente no espa-
população de baixa renda à classe média alta. ço urbano ao longo do território brasileiro.
b) distribuição mais igualitária da renda entre as clas-
ses sociais, vericada pelo índice de desenvolvimento 6. (CEBRASPE-CESPE – 2012) Até a década de 60 do
humano (IDH). século passado, a população brasileira era predomi-
c) eliminação das desigualdades sociais e econômicas nantemente rural, contudo, entre as décadas de 50
e 80 do referido século, milhões de pessoas migra-
em seus territórios.
ram do campo para as cidades, como atestam os
d) independência do capital externo, em razão da cres- dados do censo demográco brasileiro de 2010.
cente industrialização. Resulta desse processo de êxodo rural e intensa
e) independência de tecnologias importadas e a quita- urbanização a
ção completa do endividamento externo.
a) concentração da população brasileira em áreas urba-
3. (CEBRASPE-CESPE – 2019) Em 2023, o Tratado de nas, nas quais residem mais de 80% da população
Itaipu terá de ser renovado e novas negociações total do país.
entre Brasil e Paraguai vão ocorrer, com possíveis b) diminuição da produção agropecuária brasileira.
pontos de discordância. Isso porque, além de outros c) desconcentração demográca nas regiões de antiga
interesses opostos, em 2013 o economista norte-a- industrialização, como o litoral das regiões Sudeste e
mericano Jefrey Sachs apontou que o Estado para- Nordeste do país.
guaio deverá rever o Tratado de Itaipu por conta de d) explosão demográca do Brasil, cuja população
em 2010 ultrapassou a marca dos 250 milhões de
sua dívida em relação à construção da usina, que é
habitantes.
de US$ 13,5 bilhões e deverá ser quitada até 2023,
e) criação de diversas pequenas cidades, o que mitigou
último ano do tratado.
o domínio cultural e econômico das capitais dos esta-
O consórcio entre Brasil e Paraguai para a construção dos sobre os demais municípios brasileiros.
da usina de Itaipu foi motivado pela
7. (CEBRASPE-CESPE – 2019) Nos últimos 40 anos, o
a) demanda de energia da Argentina, que compra dos Brasil saiu da condição de importador de alimentos
dois países a energia gerada pela usina. para se tornar um grande provedor para o mundo.
b) demanda de energia do Brasil, que consome a maior Foram conquistados aumentos signicativos na
parte da energia gerada pela usina. produção e na produtividade agrícola. O preço da
c) demanda de energia do Paraguai, que comercializa cesta básica, no Brasil, reduziu-se consideravel-
parte de sua cota para a Argentina. mente, e o país tornou-se um dos principais players
d) situação política do Brasil, que investiu no desenvolvi- do agronegócio mundial. Hoje se produz mais em
mento econômico do Paraguai. cada hectare de terra, aspecto importantíssimo
e) situação econômica do Brasil, que arcou com a maior para a preservação dos recursos naturais. Entre os
indicadores mais ilustrativos da trajetória recente
parte dos custos da construção.
CONHECIMENTOS GERAIS