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AO JUIZO DA... VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE...

Referente Processo nº...

BIN LADEN, nacionalidade..., estado civil...,


segurança particular, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob nº...,
CTPS nº..., série..., PIS nº..., sem endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua...,
nº..., bairro..., cidade..., CEP nº..., por meio de seu advogado que esta subscreve
(procuração em anexo), OAB/UF nº..., com endereço profissional à Rua..., nº...,
bairro..., cidade..., CEP nº..., sem endereço eletrônico, com base no artigo 895, inciso I
do CPC/15, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor:

RECURSO ORDINÁRIO

Inconformado com a respeitável sentença


proferida parcialmente procedente a RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, que move a
RESTAURANTE NATURAL & SAÚDE LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrito no CNPJ sob nº..., representada pelo sócio, NOME..., nacionalidade...,
profissão..., estado civil..., portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob
nº..., sem endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua..., nº..., bairro..., cidade...,
CEP nº..., pelos fatos e fundamentos que a seguir se expõe:
Seja reconhecido o recurso, pois estão presentes todos os pressupostos de
admissibilidade.
Diante disso, que seja feita devidamente o recolhimento das custas e os
depósitos recursal, estando, o recurso adequadamente preparado.
Seja, ainda, a remessa dos autos aos respectivos Egrégio Tribunal do
Trabalho da... região, para seu procedimento e julgamento.
A intimação de outra parte para apresentar contrarrazões ao recurso
ordinário, no prazo de 08 dias, com base no artigo 900 da CLT.

Termos em que,
Pede deferimento.

(local e data)
Advogado...
OAB nº...
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA...
REGIÃO

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: BIN LADEN


Recorrido: RESTAURANTE NATUREZA & SAÚDE LTDA

Referente processo nº: ...

NOBRES JULGADORES

I- TEMPESTIVIDADE
De acordo com o artigo 895, I da CLT o prazo para interpor recurso ordinários é de
8 (oito) dias, conforme vimos no caso, foi interposto no prazo.

II- CABIMENTO
Prevê Recurso Ordinário nos artigos 895 e seguintes da CLT.
A ação, onde o recurso é interposto, foi distribuída ao Juízo da... Vara do Trabalho
da comarca de..., sendo assim, é apto para esse recurso tendo em base o artigo 895, I da
CLT.

III- PREPARO
Tendo por base os artigos 899 da CLT e artigo 789-A da CLT, dizem que:
Art. 899 - Os recursos serão interpostos
por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções
previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
(Redação dada pela Lei nº 5.442, de
24.5.1968) (Vide Lei nº 7.701, de 1988)
Art. 789-A. No processo de execução são
devidas custas, sempre de responsabilidade
do executado e pagas ao final, de
conformidade com a seguinte tabela.
Encontra-se anexado os comprovantes de pagamento das custas e do depósito recursal.

IV- SINTESE DOS FATOS


O Recorrente prestou serviços de segurança particular nas dependências do
restaurante do Recorrente de Janeiro de 2020 a dezembro de 202, recebendo
mensalmente a quantia de R$1.800,00 (hum mil e oitocentos reais)., mediante depósito
bancário.
Contudo, o acordo foi firmado de forma informal e sem registro na CTPS, o
Recorrente tinha uma jornada de trabalho 04 (quatro) vezes por semana, das 19h às 01h.
Em um dia qualquer e sem nenhuma justificativa mínima o proprietário pediu a gerência
que informasse ao empregado o fim dos serviços de vigilância particular.
Após tomar conhecimento do seu desligamento com a empresa, ele procurou o
antigo chefe para falar sobre seus valores a que teria direito, pois trabalhou durante 24
meses, e recebeu somente a verba salarial mensal de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos
reais).
O seu antigo patrão lhe informou que ele não era empregado registrado além
disso, é um policial militar da ativa e por isso não teria direito a nada. Inconformado, o
Recorrente ajuizou reclamação trabalhista objetivando o reconhecimento do vínculo
trabalhista e a condenação da empresa ao pagamento das verbas devidas. No entanto, os
pedidos foram julgados improcedentes, sob o fundamento de que o autor era policial
militar e, nessa condição, estaria impedido de ser contratado na qualidade de
empregado.
Nesse caso, a referida decisão não merece prosperar, motivo pela qual deve a
sentença ser reformada.

V- DO DIREITO
V.I- DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATICÍO
Extraindo-se do artigo 3º da CLT, considera-se empregado toda e qualquer
pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
No caso em tela, o Recorrente como destacado nas linhas fáticas antes descritas,
fora contratado como segurança particular. Contudo, o Recorrente e o Recorrido
firmaram acordo informal e sem registro no CTPS, porém, observa-se que apesar de não
ser empregado registrado na empresa, ele cumpria ordens e chegava no horário certo
para laborar, além disso recebia salário mensal que eram depositados na sua conta
bancária durante os 24 meses que ele laborou. Em razão disso, passa a ser confirmado,
por meio de comprovantes anexados, seu vínculo empregatício com a empresa.
Adiante, o Recorrente procurou seu antigo patrão para falar sobres seus valores
que teria direito e seu antigo empregador disse que ele não possui direito nenhum, pois
como é um policial militar da ativa, não teria direito a nada. E com isso observamos a
súmula 366 do TST que diz:
SÚMULA 366 DO TST
é legítimo o reconhecimento de relação de
emprego entre policial militar e empresa privada,
independentemente do eventual cabimento de
penalidade disciplinar prevista no Estatuto do
Policial Militar.
Portanto, tem direito de ser reconhecidas o vínculo empregatício com base nos
comprovantes anexados e direito de receber as verbas rescisórias mesmo sendo um
policial militar na ativa, pois ele trabalhou e cumpriu horários de serviços para a
empresa.

V.II- ADICIONAL NOTURNO E PERICULOSIDADE


O Recorrente laborava 04 (quatro) vezes por semana, das 19h às 01h, sem
intervalo e nunca recebeu adicional noturno e nem periculosidade durante o período que
esteve trabalhando na empresa.
Contudo, sua jornada de trabalho estava de acordo com a lei, pois, observando-
se, ele laborava no período da noite das 19h ás 01h, sendo assim, como a jornada dele
não vai até as 5h, o Recorrente terá direito ao adicional das 22h á 01h, conforme artigo
73, §2º da CLT e artigo 193, II da CLT.
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento
semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20
% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666,
de 1946)
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos
deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de
um dia e as 5 horas do dia seguinte. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 9.666, de 1946).
Art. 193.  São consideradas atividades ou operações
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de
2012)
II  - roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

Portanto, requer que o Recorrido pague o adicional noturno e de periculosidade,


visto que, o Recorrente laborava como segurança e é considerado um trabalho perigoso
e das horas do adicional noturno.

V.III- 13ª E FGTS


As leis 4090/62 e 4749/65 preceituam que o décimo terceiro salário será pago até o
dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a fração igual ou superior a 15
dias de trabalho será havida como mês integral para efeitos do cálculo do 13% salário.
Entretanto, excelência, a reclamante nunca recebeu tal gratificação. Assim, requer o
pagamento dos valores devidos referente ao período de janeiro de 2020 a dezembro de
2021, com juros e correção monetária na forma da lei.
Além disso, o Recorrente nunca recebeu verbas referentes ao FGTS, sendo que, ele
faz jus para receber já que trabalhou e garantiu seus direitos, com base no artigo 15 da
Lei nº 8.036 diz que:
Art. 15. Para os fins previstos nesta
Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o
vigésimo dia de cada mês, em conta
vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por
cento) da remuneração paga ou
devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que
tratam os arts. 457 e 458 da
Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a
Gratificação de Natal de que trata a
Lei nº 4.090, de 13 de julho de
1962. (Redação dada pela Lei nº
14.438, de 2022) Produção de
efeitos.
Portanto, requer quer o Recorrido pague tanto o 13º salário quanto o FGTS que
deve ao Recorrente.

V.IV- FÉRIAS
Conforme a Legislação Trabalhista em vigor, as férias devem ser gozadas em
descanso a cada ano de trabalho, com o fito de repor ao obreiro as forças físicas e
psíquicas desgastadas no curso do ano terminado, dando fôlego, a mais doze meses de
labor ininterrupto em condições satisfatórias.
Entretanto, o reclamante nunca gozou e não recebeu as férias vencidas,
contrariando disposição legal, fazendo com que o reclamante trabalhasse normalmente
no período destinado ao gozo de férias. Assim deve a empresa ser condenada no
pagamento das férias relativas aos períodos de janeiro de 2020 a dezembro de 2021,
conforme determina o artigo 129 da Consolidação das Leis do Trabalho, e acrescidas do
terço Constitucional.

VI- PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O caso de Recurso Ordinário para que seja conhecido e recebido, pois está
todos requisitos preenchido de admissibilidade;
b) A notificação do Recorrido para se manifestar sobre o processo;
c) O reconhecimento do vínculo empregatício, já que foi comprovado que o
Recorrente trabalhou na empresa;
d) O pagamento do adicional noturno e periculosidade;
e) O pagamento das férias, que o Recorrente nunca teve;
f) O pagamento do FGTS e 13º salário;
g) A condenação de ônus de sucumbências e honorários advocatícios.

Termos em que,
Pede deferimento.
(local e data)
Advogado...
OAB nº...

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