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Psicologia de Desenvolvimento F1-Retificado
Psicologia de Desenvolvimento F1-Retificado
Psicologia do Desenvolvimento
1.1 Conceito
Biaggio (2009), define Psicologia do Desenvolvimento como sendo uma disciplina que se dedica
a estudar as mudanças ou a ausência delas que atingem as pessoas no decorrer de suas vidas.
Dessa forma, a Psicologia do Desenvolvimento pode ser definida como a área que estuda o
desenvolvimento humano em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afectivo
emocional e social, compreendendo desde o nascimento até o fim da vida (Bock; Furtado;
Teixeira, 2008).
Os seres humanos, como os conhecemos hoje, apareceram na Terra há cerca de 100.000 anos. A
humanidade desde sempre colocou inúmeras questões acerca do mundo que a rodeia, procurando
respostas que lhe atenuassem a angústia e a inquietação. Contudo, a natureza não foi o único
objecto destas interrogações. Este também passou a reflectir sobre si mesmo e sobre a vida
humana, nomeadamente sobre as suas emoções, inquietações, sentimentos, o porquê da
existência, do nascimento, da morte.
Neste contexto, tem-se afirmado que a psicologia é uma ciência com um longo passado, mas
com uma curta história. Com efeito, apesar dos primeiros pensadores e filósofos já se
debruçarem sobre questões que fazem hoje área de estudo da psicologia, foi no séc. XIX que os
investigadores, apoiados na investigação e na experimentação, puderam construir uma identidade
própria, aperfeiçoando os instrumentos, técnicas e métodos de estudo da psicologia.
Para Gerrig e Zimbardo (2005) podemos dizer que o estudo do desenvolvimento humano está
relacionado ao como e ao porque do nosso organismo crescer e se modificar ao longo de nossa
existência.
4. Concepções de desenvolvimento
Inatismo: parte do pressuposto de que os eventos ocorridos após o nascimento não são
relevantes para o desenvolvimento. Este seria influenciado apenas pelas qualidades e
capacidades básicas do ser humano, praticamente prontas, desde o nascimento.
Segundo Foucault (1989), a ideia de normalidade tem sido usada como instrumento de controlo
social, definindo a partir de determinadas camadas da sociedade os comportamentos,
pensamentos e sentimentos “adequados” para a população, em geral. Assim, faz referência à
ideia de enquadre e ajustamento (citado por Xavier e Nunes, 2015).
Para Bee (2000), é ténue a linha entre o que se dá de forma atípica ou não, pois alguns problemas
considerados desviantes da média geral, podem, em determinados estágios, fazer parte do
desenvolvimento “normal”. Além do mais, é preciso atentar para ritmos e singularidades dos
sujeitos, reconhecendo que em alguns aspectos, o desenvolvimento pode ser visto como
patológico e em outros não. Por exemplo, a criança pode expressar dificuldades no andar, mas no
aspecto afectivo e cognitivo está dentro do que se espera na sua faixa etária.
Porém, há outros autores que apresentam a importância do estudo da Psicologia de
Desenvolvimento como assentada nos aspectos de “continuidade” ou “descontinuidade do
processo evolutivo”.
Para Xavier e Nunes (2015) a maioria dos teóricos do desenvolvimento está de acordo, quanto à
continuidade de muitas mudanças que ocorrem ao longo da vida de modo gradual e tendendo a
um aperfeiçoamento. Por exemplo, no aspecto motor, a criança começa a sentar, depois se arrasta
ou engatinha, melhorando continuamente seus movimentos. Contudo, quando se trata de definir-
se também no desenvolvimento, há mudanças descontínuas, nem todos têm o mesmo ponto de
vista.
Essa descontinuidade no desenvolvimento tem sido chamada de fases ou estágios, indicando que
haveria diferenças qualitativas importantes em determinados períodos do desenvolvimento
humano, seja no aspecto físico, afectivo, cognitivo ou social. Por exemplo, o pensamento na
criança dos 7 aos 10 anos, vai mudar significativamente na adolescência.
Outra característica importante é que estágios/fases têm uma sequência fixa, não sendo possível,
por exemplo, passar da fase “A” para a fase “C”, sem ter passado pela “B”. Assim, como já
explicitado, as crianças podem até passar pelos estágios em idades diferentes, mas o farão
sempre na mesma ordem, como descritos na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, na teoria da
recapitulação de Anna Freud, na teoria psicossocial de Erik Erikson, na epistemologia genética
de Jean Piaget, na Psicologia histórico-cultural de L. S. Vigotski, entre outras.
Referências bibliográficas
Arendt, H. (1997), A condição humana. (8.ª ed), Rio de Janeiro, Forense Universitária;