Você está na página 1de 24

Resumo SP 3.

Tutoria: Comigo... tudo ótimo! ✅


- GECA
- Gastroenterite Aguda é uma doença que causa inflamação do
trato digestivo, geralmente de etiologia infecciosa, com grande
prevalência na infância.
- Ela é causada pela presença de agentes infecciosos que podem
ser vírus, protozoários, fungos ou bactérias, no trato
gastrointestinal. Possui transmissão fecal-oral e por vezes
através de secreções respiratórias, provocando alteração na
função intestinal e causando lesão através de diversos
mecanismos.
- Os vírus são os agentes etiológicos mais comuns da
gastroenterite aguda. Eles agem ao infectar o enterócito no
epitélio do intestino delgado, promovendo aumento da
liberação de sais e água na luz do intestino. Os principais são
rotavírus, coronavírus, adenovírus, norovírus e astrovírus.
- O norovírus é o principal causador de gastroenterite em todas as
faixas etárias, atingindo prioritariamente lactentes entre 6 e 18
meses.
- Gastroenterites bacterianas são menos comuns que as virais.
Elas podem provocar liberação de enterotoxinas que se fixam à
mucosa sem invasão e bloqueiam as trocas de sódio e potássio,
proporcionando secreção ativa de Cl, sódio e água na luz
intestinal. Este mecanismo é causado principalmente por Vibrio
cholerae e estirpes enterotóxicas de E. coli.
- O diagnóstico é clínico, e faz parte do quadro clínico a presença
de diarréia, náuseas e vômitos (maior probabilidade de quadro
viral / toxinas), dor abdominal em cólica e não localizada e
febre. A presença de muco ou sangue sugere maior
probabilidade de quadro bacteriano.
- A diarréia aquosa a princípio tem como etiologia provável viral e
não necessita de coleta de exames e de prescrição de
antibióticos. A pesquisa de vírus Rotavírus / Adenovírus /
Norovírus: confirma etiologia viral e evita solicitação
desnecessária de exames e prescrição inadequada de antibiótico.
- Revisão diarréia

- Primeiramente é relevante relembrar as principais


características da diarréia para depois associar a atividade
bacteriana com esse problema

- A maioria dos casos de diarreia são decorrentes da alteração do


transporte de líquidos e eletrólitos e pouco dependente da
motilidade da musculatura lisa. Normalmente, cerca de 9L
penetra no trato gastrointestinal em um dia, sendo apresentado
ao duodeno, cerca de 2 L. Apenas 0,2 L é excretado nas fezes.
- Se qualquer perturbação no transporte de eletrólitos ou a
presença de solutos não absorvíveis no lúmen intestinal
reduzissem a capacidade de absorção do intestino delgado em
50%, o volume de líquido apresentado diariamente ao cólon
normal excederia sua capacidade de absorção diária máxima de
4 L. Isso resultaria em uma excreção de fezes de l.000 mL, que,
por definição, é diarreia.
- Diarreia osmótica
- Ocorre por acúmulo de solutos osmoticamente ativos não
absorvíveis no lúmen intestinal. Assim, ocorre retenção
de líquidos intraluminais e consequentemente diarreia. É
a partir deste mesmo mecanismo que funcionam os
laxativos. Uso de antibióticos também pode causá-la. As
características deste tipo de diarreia é o fato de ter gap
osmolar alto, melhora em jejum e com suspensão de
substâncias osmóticas. Ex.: deficiência de dissacarídeos,
alta ingestão de carboidratos pouco absorvíveis (sorbitol,
manitol, lactulose), abuso de laxativos.
- Diarreia secretória
- Distúrbio no processo hidroeletrolítico pela mucosa
intestinal, por meio do aumento de secreção de íons e
água para o lúmen ou inibição da absorção por meio de
drogas ou toxinas. Diferentemente da osmótica, tem gap
osmolar baixo, não melhora com jejum e é responsável
por um grande volume de fezes aquosas. Este é o tipo de
diarreia provocada por E. coli enterotoxigênica, Vibrio
cholerae, Salmonella sp.
- Exudativa
- A diarreia inflamatória se caracteriza por lesão e morte de
enterócitos, atrofia de vilosidades e hiperplasia de criptas.
As criptas hiperplásicas preservam sua capacidade
secretória de Cl–. Na inflamação grave ocorre
extravasamento linfático, além da ativação de vários
mediadores inflamatórios, que promovem aumento da
secreção de Cl–, contribuindo para a diarreia. A
interleucina 1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral (TNF)
também são liberados no sangue, causando febre e mal-
estar.
- Motora
- Causada por um aumento da motilidade intestinal,
aumentando assim o trânsito intestinal
- Alterações Homeostáticas da Geca
- Microrganismos podem infectar os enterócitos no epitélio
viloso do intestino delgado. O resultado é a transudação de
líquidos e eletrólitos no lúmen intestinal; às vezes, carboidratos
não absorvidos resultantes de má absorção no intestino afetado
subsequentemente pioram os sintomas causando diarreia
osmótica. A diarreia é aquosa. A diarreia inflamatória
(disenteria), com perda fecal de leucócitos e eritrócitos ou
mesmo sangue vivo, é incomum.
- A gastroenterite bacteriana é menos comum que a viral. As
bactérias causam gastroenterite por vários mecanismos.
- Enterotoxinas são produzidas por certas espécies (p. ex., Vibrio
cholerae, cepas enterotoxigênicas de E. coli) que aderem à
mucosa intestinal sem invadi-la e produzem enterotoxinas.
Essas toxinas dificultam a absorção intestinal e provocam
secreção de água e eletrólitos pelo estímulo da adenilciclase,
resultando em diarreia aquosa.
- Invasão da mucosa ocorre com outras bactérias (p. ex., Shigella,
Salmonella, Campylobacter, C. difficile, algumas cepas de E.
coli) que invadem a mucosa do intestino delgado ou cólon e
provocam ulcerações, sangramento, exsudação de líquido rico
em proteínas e secreção de eletrólitos e água. O processo de
invasão e suas consequências podem ocorrer com ou sem a
produção de enterotoxinas. A diarreia resultante tem evidências
dessa invasão e inflamação com leucócitos e eritrócitos
presentes à microscopia e, às vezes, com sangue macroscópico.

- Tríade Epidemiológica
- A tríade epidemiológica – ou também tríade ecológica das
doenças– é composta por hospedeiro, agente e meio ambiente.
O “desequilíbrio” desses “sistemas” leva ao surgimento e/ou
aumento de casos de doenças. Um quarto elemento pode estar
envolvido no processo: os vetores (transmissores de doenças).
- Ela é o modelo tradicional de causalidade das doenças
transmissíveis; nesse, a doença é o resultado da interação entre
o agente, o hospedeiro suscetível e o ambiente.

TBL: Bactérias e Fungos ✅


- Definição Geral
- As bactérias são organismos que pertencem ao Domínio
Bacteria, que, junto ao Domínio Archaea, constituem os seres
procariontes. Uma característica geral dos procariontes
importante é que a replicação celular ocorre por fissão binária,
ao passo que nos eucariontes ela ocorre por mitose. (Com
exceção das riquétsias e clamídeas, que também requerem
células hospedeiras para seu crescimento, as bactérias podem
replicar-se extracelularmente.). As células contêm tanto DNA
quanto RNA, enquanto os vírus contêm DNA ou RNA, porém,
não ambos.
- A célula eucariótica possui um núcleo verdadeiro que contém
múltiplos cromossomos, sendo circundado por uma membrana
nuclear, e utiliza um aparato mitótico para garantir a alocação
equitativa dos cromossomos na progênie celular. O nucleóide de
uma célula procariótica, por sua vez, consiste em uma única
molécula circular de DNA organizada frouxamente, desprovida
de membrana nuclear e de aparato mitótico.
- As bactérias são classificadas em três grupos básicos, de acordo
com a sua forma: cocos, bacilos e espiroquetas. Além de suas
formas características, o arranjo das bactérias é importante.
Esses arranjos são determinados pela orientação e pelo grau de
ligação das bactérias quando da divisão celular.
- Os cocos são esféricos. Cocos organizam-se em pares
(diplococos), alguns em cadeias (estreptococos), e outros
em agrupamentos semelhantes a cachos de uvas
(estafilococos).
- Os bacilos exibem forma de bastonete.
- Os espiroquetas são espiralados.
- Algumas bactérias variam quanto à forma, sendo
referidas como pleomórficas (com muitas formas).
- A parede celular é o componente mais externo, sendo comum a
todas as bactérias (existe exceção) situada externamente à
membrana plasmática, sendo composta por peptideoglicano.
Esse polímero de aminoácido e açúcares provém suporte
estrutural e confere a manutenção da forma da célula
bacteriana.
- A estrutura, a composição química e a espessura da parede
celular diferem em bactérias de um forma que hoje elas podem
ser classificadas em gram-positivas e gram-negativas.
- As estruturas, morfologia e características tintoriais das
bactérias e fungos;
1. Características tintoriais das bactérias: gram positivas e
negativas - OBS: Esses tópicos já foram abordados no resumo
da SP 2.4

2. A coloração de Gram é um dos procedimentos de coloração mais


úteis, pois classifica as bactérias em dois grandes grupos: gram-
positivas e gram-negativas. A diferença de coloração entre os grupos
se dá devido às diferenças estruturais entre as paredes celulares
3. PROCEDIMENTO DA COLORAÇÃO DE GRAM:
1. Um esfregaço do meio de cultura, fixado pelo calor na lâmina, é
recoberto com um corante básico púrpura, geralmente o cristal
violeta. Uma vez que a coloração púrpura impregna todas as
células, ela é denominada coloração primária.
2. Após um curto período de tempo, o corante púrpura é lavado, e
o esfregaço é recoberto com iodo, um mordente (substância
química adicionada à solução para intensificar a coloração).
Quando o iodo é lavado, ambas as bactérias gram-positivas e
gram-negativas aparecem em cor violeta escuro ou púrpura.
3. A seguir, a lâmina é lavada com álcool ou uma solução de
álcool-acetona. Essa solução é um agente descolorante, que
remove o púrpura das células de bactérias gram-negativas.
4. O álcool é lavado, e a lâmina é então corada com safranina, um
corante básico vermelho. O esfregaço é lavado novamente,
seco com papel e examinado microscópicamente.

- O corante púrpura e o iodo se combinam no citoplasma de cada


bactéria, corando-a de violeta escuro ou púrpura. As bactérias que
retêm essa cor após a tentativa de descolori-las com álcool são
classificadas como gram-positivas; as bactérias que perdem a cor
violeta escuro ou púrpura após a descoloração são classificadas como
gram-negativas. Como as bactérias gram-negativas são incolores após
a lavagem com álcool, elas não são mais visíveis. É por isso que o
corante básico safranina é aplicado; ele cora a bactérias gram-
negativas de rosa.

- Características das paredes celulares das bactérias:


- A parede celular é o componente mais externo, sendo
comum a todas as bactérias. A parede celular é uma
estrutura em multicamadas situada externamente à
membrana citoplasmática. É composta por uma camada
interna de peptideoglicano e uma membrana externa que
varia quanto à espessura e à composição química,
dependendo do tipo de bactéria. O peptideoglicano
confere sustentação estrutural e mantém a forma
característica da célula
- A estrutura, composição química e espessura da parede
celular diferem em bactérias gram-positivas e gram-
negativas.
- A camada de peptideoglicano é muito mais espessa em
bactérias gram-positivas que em gram-negativas.
Algumas bactérias gram-positivas também apresentam
fibras de ácido teicóico que se projetam para fora do
peptideoglicano, fato não observado em bactérias gram-
negativas. Contrariamente, os organismos gram-
negativos possuem uma camada externa complexa,
consistindo em polissacarídeos, lipoproteínas e
fosfolipídeos.
- O peptideoglicano é uma rede complexa e entrelaçada que
envolve toda a célula, sendo composto por uma única
macromolécula ligada covalentemente. É observado
apenas nas paredes celulares bacterianas. Confere uma
sustentação rígida à célula, é importante para a
manutenção da forma característica da célula e permite
que a célula resista a meios de baixa pressão osmótica,
como a água.

- Fatores de virulência, genética bacteriana e resistência aos


antimicrobianos;
- Reprodução bacteriana: Os plasmídeos são moléculas de DNA de
fita dupla, circulares e extracromossomais, capazes de replicar-
se independentemente do cromossomo bacteriano. Embora
sejam geralmente extracromossomais, os plasmídeos podem
integrar-se ao cromossomo bacteriano. Os plasmídeos estão
presentes tanto em bactérias gram-positivas como gram-
negativas, podendo haver vários tipos diferentes de plasmídeos
em uma célula:
1. Plasmídeos transmissíveis - Podem ser transferidos de
uma célula a outra por conjugação (ver, no Capítulo 4,
uma discussão sobre conjugação). São grandes (MM de
40-100 milhões), uma vez que contêm cerca de uma dúzia
de genes responsáveis pela síntese do pilus sexual e das
enzimas necessárias à transferência. Habitualmente estão
presentes em poucas cópias (de uma a três) por célula.
2. Plasmídeos não transmissíveis: São pequenos (MM de 3-
20 milhões) uma vez que não contêm os genes de
transferência; frequentemente estão presentes em várias
cópias (10-60) por célula.
- Os plasmídeos carreiam os genes envolvidos nas seguintes
funções e estruturas de importância médica:
1. Resistência a antibióticos, a qual é mediada por uma
variedade de enzimas;
2. Resistência a metais pesados, como mercúrio (o
componente ativo de alguns antissépticos, como
Merthiolate e Mercúrio-cromo) e prata, sendo mediada
por uma enzima redutase;
3. Resistência à luz ultravioleta, mediada por enzimas de
reparo de DNA;
4. Pili (fímbrias), que medeiam a adesão das bactérias às
células epiteliais;
5. Exotoxinas, incluindo diversas enterotoxinas.
- Transferência de informação genética de uma célula a outra
pode ocorrer por três métodos: conjugação, transdução, e
transformação. Do ponto de vista médico, a consequência mais
importante da transferência de DNA é o fato dos genes de
resistência a antibióticos serem disseminados de uma bactéria
a outra por estes processos.

1. A conjugação corresponde ao acasalamento de duas


células bacterianas, durante a qual o DNA é transferido da
célula doadora à receptora. Uma das proteínas mais
importantes corresponde à pilina, a qual forma o pilus
sexual (tubo de conjugação). O acasalamento é iniciado
quando o pilus da bactéria macho doadora liga-se a um
receptor da superfície da bactéria fêmea receptora. As
células então estabelecem contato direto pela “retração”
do pilus. Após uma clivagem enzimática do DNA do fator
F, uma fita é transferida através da ponte de conjugação
ao interior da célula receptora.
2. A transdução consiste na transferência de DNA celular por
meio de um vírus bacteriano (bacteriófago, fago). Durante
o crescimento do vírus no interior da célula, uma porção
do DNA bacteriano é incorporada na partícula viral, sendo
transferido para a célula receptora durante a infecção. No
interior da célula receptora, o DNA do fago pode integrar-
se ao DNA celular e a célula pode adquirir uma nova
característica, processo denominado conversão
lisogênica. Esse processo pode transformar um
organismo não patogênico em patogênico. Por exemplo:
As toxinas diftérica, botulínica, colérica e eritrogênica
(Streptococcus pyogenes) são codificadas por
bacteriófagos e podem ser transferidas por transdução.
3. A transformação consiste na transferência do próprio
DNA de uma célula a outra. Isso ocorre por um dos dois
métodos seguintes. Na natureza, bactérias em processo de
morte podem liberar seu DNA, o qual pode ser captado por
células receptoras. Existem poucas evidências indicando
que esse processo natural desempenhe papel significativo
na doença. Em laboratório, um pesquisador pode extrair
DNA de um tipo bacteriano e introduzi-lo em bactérias
geneticamente distintas. Quando um DNA purificado é
injetado no núcleo de uma célula eucariótica, o processo é
denominado transfecção. A transfecção é frequentemente
utilizada em procedimentos de engenharia genética.
MedLab: Enteroparasitoses
- Giardíase: Tipos, contaminação e transmissão. Giardia
lamblia
- Transmissão: O parasita é transmitido de uma pessoa para outra
através de cistos eliminados pelas fezes (fecal oral). A transmissão
também é verificada diretamente entre crianças ou parceiros sexuais
ou ainda, de forma indireta, através de alimentos ou água
contaminados.
- Ciclo de vida: o trofozoíto (forma adulta) e o cisto. O trofozoíto tem
formato de pera e o cisto é oval e elipsoide. Giardia lamblia é um
parasita monóxeno, ou seja, tem apenas um hospedeiro e, portanto,
não requer um hospedeiro intermediário. A via normal de infecção
ocorre pela ingestão de cistos. Após a ingestão do cisto, o
desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado
no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do intestino delgado
pelos trofozoítos. O ciclo se completa pelo encistamento do parasita e
sua eliminação para o meio exterior. Esse processo inicia-se no baixo
íleo e no ceco. O encistamento é provocado pela alteração no pH
intestinal, estímulo de sais biliares e destacamento do trofozoíto da
mucosa.
- Sintomas: náuseas intermitentes, flatulência, queixas abdominais,
fezes volumosas e com mau cheiro e diarreia.
- Os mecanismos pelos quais a Giardia provoca diarreia e má absorção
intestinal não são bem conhecidos, mas acredita-se que haja
mudanças na arquitetura da mucosa intestinal.
- A disseminação da giardíase está relacionada a inadequadas
condições de higiene, educação sanitária e alimentação. A falta de
sistemas de coleta e tratamento de esgotos bem como de
abastecimento de água potável causam a disseminação da doença.
- Tratamento: uso de antiparasitários como: tinidazol, metronidazol ou
albendazol

- Amebíase : Tipos, contaminação e transmissão. Entamoeba


Histolytica e Entamoeba coli.
- Contaminação: A infecção se inicia pela ingestão de cisto maduros,
junto com água e alimentos contaminados . Os cistos passam pelo
estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao final do
intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorre o
descencistamento.
- Ciclo de vida: o trofozoíto (Adulto) e o cisto. Após a ingestão os cistos
passam pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao
final do intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorre o
descencistamento. Em seguida, o cisto sofre sucessivas divisões
nucleares e citoplasmáticas, dando origem a quatro e depois oito
trofozoítos, chamados de trofozoítos metacísticos. Esses trofozoítos
migram para o intestino grosso, onde se colonizam. Em geral, os
trofozoítos ficam aderidos à mucosa do intestino, vivendo como
comensal, alimentando-se de detritos e de bactérias. Sob certas
circunstâncias, ainda não muito bem conhecidas, podem desprender-
se da parede intestinal, na luz do intestino grosso, principalmente no
cólon, sofrer a ação da desidratação, eliminar substâncias nutritivas
presentes no citoplasma, transformando-se em pré-cistos e, em
seguida, secretam uma membrana cística e se transformam em cistos.
Os cistos são eliminados nas fezes.
- Sintomas: Em certos casos os trofozoítos invadem a mucosa
intestinal, formando úlceras mediante processos de
multiplicação ativa. Nessa fase, o paciente apresenta inúmeras
evacuações mucossanguinolentas, prostrações e desidratação.
No interior das úlceras, podem alcançar a circulação porta,
atingir outros órgãos como o fígado e, posteriormente, pulmão,
rim, cérebro ou pele, causando amebíase extraintestinal
(complicação rara).
- A disseminação da amebíase está relacionada a precárias condições
de higiene, educação sanitária e alimentação dos povos de regiões
subdesenvolvidas ou em desenvolvimento.
- Profilaxia: Adequadas condições de habitação, existência de sistemas
de coleta e tratamento de esgotos e abastecimento de água potável
- Tratamento: uso de amebicidas que atuem diretamente na luz
intestinal e em outros tecidos.

- Leishmaniose : Tipos, contaminação e transmissão.


Leishmania sp.
- A rigor, as leishmanioses são zoonoses, isto é, doenças infecciosas
propagadas entre animais, das quais o homem não é um elo
obrigatório, mas eventual. Dessa forma, as leishmanioses têm um ciclo
natural que não depende do homem. Mas, ao se intrometer nesse
ciclo, o homem pode adquirir a moléstia.
-
- Transmissão: As leishmanias são transmitidas entre animais
silvestres ou de animais silvestres para o homem por meio de
mosquitos hematófagos (mosquito palha) Phlebotominae
(flebotomíneos) do gênero Lutzomyia.
- Ciclo de vida: Ciclo de vida do vetor - Seus ovos e larvas
desenvolvem-se em áreas úmidas, ricas em matéria orgânica
em decomposição; daí a sua preferência por florestas e sombra.
- Nos protozoários, o radical “mastigota” significa flagelo – ou
seja o amastigota não é móvel por não possuir flagelo (parasita
intracelular dos macrófagos nesse caso)
- A forma promastigota possui um flagelo a frente (sufixo pro
significa a frente) pois o protozoário “nada” na direção do
flagelo
- Sintomas: A leishmaniose se apresenta principalmente de duas
formas: a tegumentar e a visceral
- A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é caracterizada
pelo surgimento de lesões na pele (geralmente, úlceras
profundas) únicas ou múltiplas, principalmente nas áreas
expostas do corpo. A lesão inicial é discreta, uma pequena
pápula apenas, em geral em um dos membros. Nelas, os
macrófagos estão apinhados de leishmanias. Com o tempo,
linfócitos e plasmócitos vêm cercar a lesão tentando controlá-
la. Se não conseguirem, a lesão se expande e a epiderme
espessada necrosa, abrindo uma úlcera em que as leishmanias
começam a escassear. A úlcera não cicatriza e pode produzir
metástases na mucosa nasal e oral, com eventual destruição da
arquitetura do nariz e do palato. Não tratadas ou tratadas, mas
não curadas, as lesões da face podem ser absolutamente
mutilantes e fétidas.
- A LV é uma doença imunossupressora. Manifesta-se por febre
pouco elevada, diária e constante, marcado emagrecimento e
grande aumento do baço e fígado.

- Doença de Chagas : Tipos, contaminação e transmissão.


Trypanossoma cruzi
- Ciclo de Vida: Seu ciclo evolutivo inclui a passagem obrigatória por
hospedeiros de várias classes de mamíferos, inclusive o homem, e
insetos hemípteros, hematófagos, comumente chamados barbeiros,
pertencentes à família Triatomidae. A forma infectante do parasita, o
tripomastigota migra pela corrente sanguínea e invade as células,
tornando-se amastigotas (forma não móvel) e multiplicando-se dentro
destas. Após seguidas multiplicações (reprodução assexuada) o
protozoário causa a lise da célula infectada ao transformar-se
novamente em tripomastigotas repetindo esse ciclo. Quando um inseto
barbeiro não infectado se alimenta de um indivíduo infectado o
tripomastigota se diferencia em epimastigota e se no trato intestinal do
barbeiro. Por fim após se reproduzirem o epimastigota migra para a
porção final do trato intestinal do barbeiro se diferenciando novamente
em tripomastigota e aguarda o barbeiro eliminar suas fezes para
infectar um novo indivíduo
- Contaminação: Nos vertebrados, o T. cruzi circula no sangue e
multiplica-se nos tecidos. Nos barbeiros, multiplica-se no tubo
digestivo; as formas infectantes são eliminadas com suas fezes e
urina.
- Transmissão: A transmissão da infecção ocorre, principalmente, pela
deposição de fezes do vetor sobre os tecidos cutâneos e as mucosas
do homem. T.cruzi. A transmissão da infecção é feita pelas fezes e
pela urina dos triatomíneos, que defecam imediatamente após ou
durante a picada, como o T. infestans, depositando as fezes no local
da picada.
- Sintomas: A infecção chagásica apresenta duas fases bem distintas: a
fase aguda ou inicial, assintomática ou com poucos sintomas
(maioria), ou sintomática, com febre, adenomegalia,
hepaesplenomegalia, conjuntivite unilateral (sinal de Romaña),
miocardite e meningoencefalite. Ela pode ser fatal em até 10% dos
casos graves,a grande maioria com meningoencefalite,quase sempre
fatal nos menores de dois anos de idade, segundo observações do
próprio Carlos Chagas e de seus contemporâneos.
- Malária: Tipos, contaminação e transmissão. Plasmodium
sp.
- Transmissão: Tem como vetor várias espécies do gênero
Anopheles. Geralmente, é a fêmea que ataca, porque precisa de
sangue para garantir o amadurecimento e a postura dos ovos.
Depois de picar um indivíduo infectado, o parasita desenvolve
parte do seu ciclo no mosquito e, quando alcança as glândulas
salivares do inseto, está pronto para ser transmitido para outra
pessoa.
- Ciclo de vida: O plasmódio desenvolve um ciclo sexuado dentro
do organismo do mosquito e um assexuado no organismo
humano. Depois de 30 minutos da entrada na circulação
sanguínea do homem, alcança o fígado e vai se multiplicando
dentro das células hepáticas até que elas arrebentam. Então,
espalham-se no sangue e invadem os eritrócitos, onde se
reproduzem a tal ponto que eles se rompem também. Nesse
momento se desenvolvem os sintomas mais comuns, que são
febre alta, calafrios intensos, que se alternam com ondas de
calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de
apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de
malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
- Esporozoíto – Forma infectante advinda do mosquito. Migra
para o fígado
- Merozoíto – Encontrado dentro dos hepatócitos e eliminado
para a corrente sanguínea após a lise dessas células. Infecta
eritrócitos onde irá passar por sua próxima fase de
diferenciação.
- Trofozoíto – Forma intracelular nos eritrócitos. Após a infecção
de um eritrócito por um merozoíto esse se diferenciará em
trofozoíto que subsequentemente começará a se multiplicar.
Após um tempo esses trofozoítos se diferenciarão entre novos
merozoítos (recomeçando o ciclo de infecção dos eritrócitos) e
gametócitos que serão liberados para a corrente sanguínea
através de lise celular
- Gametócitos – forma infectante do mosquito.
- Sintomas: A malária apresenta sintomatologia típica, quase
inconfundível. Manifesta-se por episódios de calafrios seguidos
de febre alta, que duram 3 a 4 horas. Esses episódios são, em
geral, acompanhados de profundo mal-estar, náuseas, cefaleias
e dores articulares. Passada a crise, o paciente pode retomar sua
vida habitual. Mas, depois de um ou dois dias, o quadro
calafrio/febre retorna e se repete por semanas até que o
paciente, não tratado, melhore espontaneamente ou morra em
meio a complicações renais, pulmonares e coma cerebral. .

Morfofuncional:
- Características histológicas do Intestino Delgado

Imagem A. O intestino delgado em imagem de aumento pequeno. Devido à


atividade mitótica constante das células localizadas nas criptas e migração dessas
células em direção à superfície, o epitélio intestinal é constantemente renovado.
Observe as criptas intestinais.
Imagem B. As criptas intestinais são revestidas por epitélio intestinal e células
caliciformes (porção superior). Na porção inferior, células epiteliais imaturas são
frequentemente observadas em mitose; observe também as células de Paneth e
células enteroendócrinas. À medida que células imaturas migram, elas se
diferenciam. Proliferação e diferenciação celular ocorrem simultaneamente nas
criptas.
Imagem C. O diagrama da vilosidade mostra o revestimento epitelial colunar com
sua borda em escova, um número moderado de células caliciformes e de linfócitos
intraepiteliais (não representados). Capilares sanguíneos, um capilar linfático,
células musculares lisas e linfócitos podem ser observados na lâmina própria.
Células estão sendo descamadas na superfície do vilo.

- Características Gerais: O intestino delgado é o principal responsável pela


absorção dos nutrientes ingeridos. Desta forma o órgão possui várias
características histológicas visando tornar essa absorção mais eficiente.
Cada porção do trato do intestino delgado possui também características
histológicas distintas, de acordo com sua função. Em geral o intestino
delgado nas seguintes camadas: Mucosa – Submucosa – Muscular –
Adventícia:
- A mucosa do intestino delgado apresenta várias estruturas que
aumentam a sua superfície, aumentando assim a área
disponível para a absorção de nutrientes, são elas: (1) as pregas
circulares, (2) as vilosidades ou vilos intestinais, (3) as
glândulas intestinais e (4) os microvilos na superfície apical das
células do epitélio de revestimento (enterócitos). A camada
mucosa interna apresenta variações significativas ao longo do
tubo digestório e é subdividida em três componentes: (1) uma
camada epitelial, (2) uma lâmina própria de tecido conjuntivo, e
(3) uma camada muscular da mucosa de músculo liso.
- A mucosa intestinal é revestida por um epitélio simples
cilíndrico contendo quatro tipos celulares principais: (1) células
absortivas ou enterócitos, (2) células caliciformes, (3) células de
Paneth e (4) células enteroendócrinas. Células-tronco, células
de Paneth e células enteroendócrinas são encontradas nas
criptas de Lieberkuhn.
- Células absortivas são células colunares altas, cada uma
com um núcleo oval em sua porção basal. No ápice de cada
célula existe uma camada homogênea denominada borda
estriada ou borda em escova. Constituídas das
microvilosidade e das glicoproteínas da membrana
plasmática da célula. A função mais importante das
células colunares intestinais é absorver as moléculas
nutrientes produzidas durante a digestão.
- Células caliciformes estão distribuídas entre as células
absortivas. Elas são menos abundante no duodeno e
aumentam em número em direção ao íleo. Estas células
produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina, que vão
constituir o muco, cuja função principal é proteger e
lubrificar o revestimento do intestino.
- Células de Paneth, localizadas na porção basal das
glândulas intestinais, são células exócrinas com grandes
grânulos de secreção eosinofílicos em seu citoplasma
apical, contendo lisozima e defensina que desempenham
um papel no controle da flora intestinal.
- Células M (microfold) são células epiteliais especializadas
que recobrem os folículos linfóides das Placas de Peyer,
localizadas no íleo. Estas células participam da resposta
imunológica, captando antígenos por endocitose e
transportando-os para os macrófagos e nódulos linfóides.
As células enteroendócrinas do intestino são células
semelhantes às encontradas no estômago, secretam
hormônios peptídicos que controlam várias funções do
sistema gastrointestinal
- A submucosa é composta de tecido conjuntivo denso não
modelado contendo vasos sanguíneos e linfáticos; além das
células usualmente encontradas no tecido conjuntivo, está
infiltrada por células linfóides e macrófagos. Corpos celulares
de neurônios e fibras nervosas do plexo mucoso de Meissner
também podem ser encontrados. No Duodeno estão presentes
glândulas secretoras de muco alcalino, as glândulas de Brunner.
Esse muco protege a mucosa duodenal contra os efeitos da
acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo,
aproximando-o do pH ótimo para a ação das enzimas
pancreáticas.
- A túnica muscular contêm duas camadas de músculo liso: a
camada circular interna, organizadas ao redor do lúmen do
tubo, e a camada longitudinal externa, dispostas ao longo do
tubo. A contração das fibras musculares da camada circular
interna diminui o lúmen; a contração das fibras da camada
longitudinal externa encurta o tubo. Fibras musculares
esqueléticas estão presentes na porção superior do esôfago e no
esfíncter anal.
- Contrações da túnica muscular estão sob o controle dos
gânglios do plexo nervoso autônomo (plexo mioentérico de
Auerbach), localizados entre as camadas de músculos.
- A camada adventícia do trato digestório é formada por várias
camadas contínuas de tecido conjuntivos adjacentes. Quando o
tubo digestório é suspenso por uma prega do mesentério ou
peritoneal, a camada adventícia é recoberta por um mesotélio,
constituído de epitélio simples pavimentoso, e sustentada por
uma delgada

- Diferenças entre as porções do intestino delgado

- Duodeno: (1) Ele possui glândulas de Brunner na submucosa,


(2) os vilos são largos e curtos (em formato de folha), (3) o
duodeno é envolto por uma serosa incompleta é por uma
extensa adventícia, (4) o duodeno recebe a bile e as secreções do
pâncreas transportadas pelo ducto biliar comum (ducto
colédoco) e pelo ducto pancreático, respectivamente. O esfíncter
de Oddi está presente na porção ampular terminal dos dois
ductos convergentes. (5) A base das criptas de Lieberkuhn pode
conter células de Paneth.

- Jejuno: (1) Ele possui longos vilos digitiformes e um vaso


quilífero bem desenvolvido no eixo do vilo. (2) O jejuno não
contém glândulas de Brunner na submucosa. (3) A lâmina
própria pode apresentar placas de Peyer, embora não sejam
dominantes. As placas de Peyer são estruturas características do
íleo. (4) As células de Paneth são encontradas na base das
criptas de Lieberkunh.
- Íleo: possui uma proeminente característica para o seu
diagnóstico: as placas de Peyer, conjuntos de grandes folículos
linfoides encontrados na mucosa e submucosa. A ausência de
glândulas de Brunner na submucosa e a presença de vilos
digitiformes mais curtos quando comparados com os vilos do
jejuno são características adicionais do íleo. Assim como no
jejuno, as células de Paneth são encontradas na base das criptas
de Lieberkuhn
- Histologia do Intestino grosso
- O intestino grosso é formado pelo (1) ceco e apêndice associado, (2)
pelo cólon ascendente, transverso e descendente, (3) colon sigmoide,
(4) pelo reto e (5) pelo ânus. Sua principal função é a absorção de
água e formação da massa fecal. A absorção de água é passiva,
seguindo o transporte ativo de sódio pela superfície basal das células
epiteliais.
- As pregas circulares e as vilosidades intestinais não são observadas
após a válvula íleocecal. A mucosa do intestino grosso é revestida por
um epitélio cilíndrico simples formado por enterócitos e muitas células
caliciformes, produtoras de muco. Os enterócitos tem microvilos
apicais curtos. Um das principais funções dos enterócitos no intestino
grosso é o transporte de água e íons. Os produtos secretados pelas
células caliciformes lubrificam a superfície da mucosa.
- Abaixo do epitélio de revestimento observa-se uma lâmina própria
constituída de tecido conjuntivo frouxo, nessa região estão presentes
glândulas tubulares simples denominadas de glândulas intestinais ou
criptas de Lieberkunh. Elas contêm células enteroendócrinas e células-
tronco. As células de Paneth não estão presentes. Elas podem estar
presentes no ceco.
- A lâmina própria é rica em células linfoides e em nódulos que
frequentemente se estendem até a submucosa. Esta riqueza em
tecido linfoide está relacionada à população bacteriana abundante no
intestino grosso. A camada muscular está constituída pelas camadas
circular e longitudinal. No entanto, esta camada é diferente daquela
observada no intestino delgado porque fibras da camada longitudinal
externa se unem para formar três bandas longitudinais espessas,
denominadas tênias do colo. A contração das tênias do colo e da
camada de músculo liso circular interna produz saculações periódicas
denominadas haustrações. Nas porções livres do colo, a camada
serosa é caracterizada por protuberâncias pequenas pedunculadas

Você também pode gostar