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A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO

por Shri Sadguru Siddharameshwar Maharaj

Quando o Guru expõe a Verdade a um aspirante normalmente inteligente, este


compreende o que o Saduguru está transmitindo sobre “Aquilo”. Mas a principal
dificuldade é realizar experiencialmente o que é compreendido intelectualmente.
Através da exposição do tema pelo Sadguru é entendido o que é o Self (Atman), mas
na mente do aspirante o espírito da dúvida se insinua, “Como posso ser o Self
(Atman)? Há uma compreensão intelectual, mas não há realização.

Aquele cujo poder dá ao sol sua existência como sol, à lua sua existência como lua,
aos deuses sua existência como deuses, que é a Única Divindade Onipotente, é o
suporte de tudo, e está presente nos corações de todos os seres, se tornou invisível
para o homem.

Com a repetição em muitos nascimentos, a mente e o intelecto adquiriram o hábito de


olhar apenas para fora; portanto, “voltar para adentro” se tornou uma tarefa muito
difícil. Isso é chamado “caminho inverso”, que seguem os sábios quando se voltam
para a direção oposta e observam a mente, abandonando completamente ver algo
como externo. Onde um homem comum está adormecido, estes santos estão
despertos; e onde um homem comum está desperto, estes santos estão adormecidos.
O tema do Self, para o qual os demais seres estão adormecidos, mantém os sábios
completamente despertos. Mas o homem que quer esta riqueza interna deve estar
preparado para dar o passo na senda de volta para dentro.

Quando se quer alcançar a riqueza do conhecimento do Si Mesmo, a possessão de


boas qualidades que aprisionam seu coração é cem vezes pior e devem ser
abandonadas. Veja, um homem tenta abandonar as más qualidades aconselhadas
pelos os sábios devido ao sentimento de vergonha criado pela sociedade ou criado na
própria mente dele, mas o homem que possui boas qualidades, sempre está se
orgulhando delas no mundo, e ao estar cheio de orgulho por suas boas qualidades, se
torna muito difícil para ele desfazer-se desse orgulho.

Enquanto o homem dá graças a quem desata suas argolas de ferro, o homem com a
argola de ouro saltará na garganta daquele que tente liberá-lo. Tentará por todos os
meios conservar permanentemente as argolas de ouro em suas mãos. Qual é a força
que há por trás disto? Quem é este inimigo aparentemente amistoso que faz que o
homem se sinta feliz na escravidão? É o orgulho por obras boas e meritórias que tem
aprisionado o homem pelo pescoço, e este é seu pior inimigo. É este o inimigo que
bloqueia a senda para a Verdade Última (Paramartha) com maior persistência, e, por
tanto, é necessário renunciar a ele. Isto pode requerer um tremendo trabalho porque
se não se renuncia ao orgulho, o aspirante não vai ter direito ao seu legado da riqueza
do “Conhecimento”.
A razão que está por trás do desapego por um objeto resulta da compreensão de sua
verdadeira natureza. A menos que a futilidade deste mundo se imprima
irrevogavelmente na mente, o Autoconhecimento é difícil de ser alcançado. A menos
que a falsa natureza de um objeto seja compreendida, nunca haverá aspiração pelo
que é “Real”. Não pode haver renúncia ao falso enquanto o intelecto crer que as
coisas são reais. Quando isto acontecer, seremos capazes de ver o mundo e apreciá-
lo como se fosse um cinema ou uma fonte de entretenimento, e com o desapego
alcançado permaneceremos não afetados.

Autoconhecimento é o Conhecimento do Self (Atma). Una vez que reconhecemos


quem somos, então é feita automaticamente a decisão sobre o que é permanente e o
que é transitório. Então, segue-se muito naturalmente a renúncia ao impermanente e a
aceitação do permanente.

De todos os conhecimentos, o Conhecimento de Si Mesmo (Atma Vidya) é o mais


nobre; e de todos os dharmas (religião ou natureza) o swadharma (viver em sua
própria Verdadeira Natureza) é o mais nobre. Todo o conhecimento, exceto o
“Conhecimento do Self” é conhecimento falso.

Samartha Ramdas disse, “Há uma religião no mundo que é a mais nobre de todas, é o
swadharma, ou seja, viver na sua própria Natureza Verdadeira”. Viver em sua natureza
inata é swadharma, seja qual for a casta, a religião ou a nação a que ele pertença.
Para ser entendido, o swadharma deve ser realizado como a existência em todas as
formas de vida. Somente a sua Verdadeira Natureza é swadharma, e todos os demais
caminhos ou cultos que se apresentam como religiões são paradharma, significando
que elas são religiões que pertencem a algo que é diferente do Self. Estes vários
cultos e religiões estabelecem certas regras e métodos que são alheios a nossa
natureza real.

O sábio Tukaram disse, “Eu vi minha própria morte. Como descreverei esse processo
que é unico?” Como podem aqueles que vivem numa religião que não é a do Self, e
que morrem a morte de um cadáver, compreender este processo de morrer enquanto
vive? Estes desafortunados só pensam na morte em termos de piras funerárias ou
caixões, segundo os ritos de sua religião. Esses dharmas, fundados sobre a sólida
base da identificação com o corpo, contêm as dualidades da tentação e do medo, céu
e inferno, mérito e pecado aprisionamento e libertação. Todo ser humano tem o direito
de seguir o swadharma.

O Senhor Krishna aconselhou a Arjuna, “Deixe de lado todas as religiões e vem buscar
refúgio em Mim. Venha a Mim abandonando todas essas religiões que criam
obstáculos na senda para chegar em Mim. Busca refúgio em Paramatma (o Supremo
Si Mesmo) que é da natureza do Autoconhecimento. Você vai ter realizado o seu Self
quando alcançar a Mim, e não haverá mais nada para você fazer. Todas as ações
(karma), se esgotam no conhecimento do Si Mesmo”.
Porque alguém deve procurar na casa de outro se ele não buscou na própria casa por
algo que ele perdeu enquanto estava em casa? O homem que afirma vigorosamente,
“Este homem é assim, aquele ali é fulano”, enquanto que ele mesmo não sabe quem
é, nunca está livre da inquietude. É completamente vão descobrir qual coisa pode ser
extraída de onde, ou conhecer muitas direções, se ele não conhece a sua própria
direção.

INVESTIGAÇÃO DOS QUATRO INSTRUMENTOS EM BUSCA DO “EU”

O aspirante deve começar a busca deste “eu” em seu próprio centro. Ele não vai ser
encontrado fora de nós. Em cada ser humano esta sensação de “eu” ou ego, de
“meu”, e o sentimento de posse o enche até a borda. Todas as ações no mundo são
levadas a cabo pela força deste “ego” e o sentido de “meu”. Esta suposição de haver
um “eu” é tomada como certa por todos os seres humanos, mas todas as ações
podem ser realizadas sem este ego ou o sentido de “meu”. Para descobrir vestígios do
“eu”, tomemos primeiro nosso corpo físico denso que aparece tão próximo a nós.
Depois de analisá-lo, vejamos se este “eu” se encontra em alguma parte de este
corpo. …

O corpo sutil é como um feixe de seda sutil e viva. É o conjunto dos sentidos, da
mente, do intelecto, dos sopros vitais e o sentido interno (antahkarana). Ainda que seja
mais difícil desatar o nó de seda com o pensamento, é necessário ao aspirante se
empenhar em desatá-lo. Quando este feixe estiver desatado e aberto, a “renúncia” a
este corpo sutil é automática. É importante reconhecer que a semente do nascimento
e da morte é este corpo sutil que é da natureza do desejo. Se esta semente for tostada
no ”fogo do conhecimento”, pode parecer que não mudou, mas se for semeada, não
há esperança de que brote.

Onde as modificações da mente se estabilizam e onde não aparecem outras, é um


estado de puro esquecimento que se descreve como “Anandamayakosha” nas
escrituras. Neste corpo causal todo caos, luta, e o infinito número de ondas do
pensamento cessaram. Mas ainda não encontramos a resposta para a pregunta
“Quem sou eu” ou “Aonde eu estou”, pois o testemunhar disso está acontecendo da
posição do grande corpo causal (mahakarana – turya)

BRAHMAN
O que diz “eu”, é na realidade o testemunho de tudo, Brahman, que é da natureza do
Conhecimento, a sensação de “Eu Sou”. Quando essa certeza fica estabelecida,
surgem onda após onda de felicidade. Após uma profunda investigação (vichara),
surge o reconhecimento de que “não sou nem mesmo da natureza do conhecimento”,
pois assim como estou coberto pela ignorância, também estou coberto pelo
conhecimento.

Quando esta série de discernimentos profundos amanhecem internamente, a


sensação de “Eu sou Brahman” (“Aham Brahmasmi”) que é o Autoconhecimento no
Mahakarana (corpo supracausal ou Turya) começa também a desvanecer-se, até
desaparecer completamente. Então o “eu” ficou absolutamente desnudado; aqui já não
pode ser descrito quem ou que é esse “eu”! Se você quer uma descrição do “eu”
encontrado aqui, pode pronunciar qualquer palavra que se encontre num dicionário,
mas isso não é “eu”. Esse “eu” aqui só pode ser expresso como “Não é isto, não é
isto”; é aquilo que lança luz em qualquer coisa chamada “isto”. Você pode pronunciar
palavras e sentenças para tentar descrever, mas elas não são aquilo. Qualquer
significado que surja, você os toma como sendo a descrição do “eu”, mas não são. Se
não compreende o que está sendo dito aqui, abandone palavras e conceitos, e
mergulhe no Silêncio Profundo e veja quem “eu” sou.

MAYA E BRAHMAN

Tente ver agora a “camada externa” da consciência sem um objeto, o “Conhecimento


Puro” sem estar misturada com algum objeto. Não havíamos reparado este espaço
que está entre o olho e a lua, e ainda assim ele está ali impregnando, existindo em sua
própria natureza. Esta é a pura forma de Conhecimento. Quando um espaço vazio que
não foi notado previamente, é feito propositalmente um objeto de atenção, ele se torna
o objeto de atenção como “Espaço”. O que pode ser notado é Maya (Ilusão) e o que
não pode ser visto é Brahman.

Ao olhar para a lua, o espaço intermediário não veio à sua atenção; portanto era
Consciência sem um objeto. Se este espaço for separado e se faz dele um objeto da
visão, este Conhecimento Puro se transforma em um zero, porque se o espaço for
visto separadamente, a modificação da mente se torna só um vazio. Se há alguma
diferença entre o Espaço e o Conhecimento Puro, é esta: olhar separadamente a sua
própria natureza é Espaço, e quando o “olhar” é abandonado, é Conhecimento Puro.
Uma vez que o Conhecimento Puro seja adequadamente reconhecido deste modo,
ainda que se mescle com algum objeto, pode ser selecionado e reconhecido. Quando
se conhece a água pura, ainda que esteja mesclada com algo mais, sua existência
pode ser reconhecida nesta mistura. Quando o Conhecimento Puro é conhecido, sua
existência estável neste mundo mutável, também pode ser reconhecida como Sat,
Chit, Ananda (existência, capacidade de conhecer, felicidade).

Assim, pelo método de eliminação, mesmo quando este Conhecimento Puro estiver
“condicionado”, subtraindo o condicionamento e dividindo a forma em seus elementos
respectivos, ele pode ser reconhecido como Conhecimento Puro absoluto que sozinho
preenche todas as formas em todos os lugares. Mas se antes de alcançar este Puro
Conhecimento pelo método da eliminação, for usado o método da enumeração,
listando as qualidades de Deus, e o estudante sai por aí tagarelando sobre como
somente Deus penetra todos os seres e todas as formas, e que não há ninguém além
de Rama, e que o mundo e o Senhor do mundo são um só, etc., essa conversa fiada
não vai ser útil. Se ele fala somente palavras vazias sem ter a experiencia por trás
delas, tais como “Eu sou Brahman”, ou “os sentidos fazem seu trabalho, não sou eu
que faço”, “não há pecado nem virtude no que faço”, em vez de compreender o Si
mesmo, apenas engana a si mesmo. Agindo assim, estes assim chamados
descobridores do Self perdem a alegria deste mundo e também a do outro. O sábio
Kabir disse, “Se foi como veio”. Isso significa que estas pessoas morrem no mesmo
estado de consciência com que nasceram. Não recebem nenhum outro benefício.

Veremos agora o que é chamado “conhecimento geral”, que está desprovido de um


objeto ou uma ideia. Há uma pequena distância entre o objeto grosseiro exterior e o
olho, ou a mente. Este vazio ou espaço, ainda que observado inadvertidamente, é
como se não fosse visto, e assim, não temos nenhum conhecimento ou
reconhecimento desse espaço. Esse conhecimento interveniente (o espaço) sendo o
próprio “Conhecimento” não pode se tornar objeto de seu próprio conhecimento. Como
pode o açúcar saborear sua própria doçura? Do mesmo modo, o conhecimento não
experimenta a si mesmo como um objeto. Este conhecimento está naturalmente
difundido de modo natural entre o olho e o objeto, assim como entre o intelecto e a
ideia ou pensamento. A pessoa deve repetidamente dar-se conta de como este
Conhecimento Puro geral permeia naturalmente todos os lugares antes de reconhecer
ou identificar um objeto. Este notar ou “ver” não é o mesmo que ver um objeto, “eu sou
aquele que vê um objeto”, ou “eu sou o pensador de uma ideia”. Só há o ver quando é
abandonado tanto o ver como o pensamento de que “sou eu que vê”.

O instrumento de ver é o olho e o instrumento de conhecer um pensamento é o


intelecto. O “Conhecimento” propriamente só pode ser visto quando é deixado de lado
estes dois instrumentos. Os instrumentos da visão e do intelecto não têm valor aqui.
Qualquer tentativa de conhecer o Conhecimento Puro por meio do olho ou intelecto é
esquecer esse Conhecimento Puro (a sensação não adulterada de Eu Sou) ao deixar
que estes instrumentos se intrometam. Conhecer o Conhecimento Puro significa
realmente não conhece-lo, e uma vez que tenha sido “conhecido” assim, o próprio
“conhecedor” se torna o Conhecimento Puro.

Samartha Ramdas disse, “Ao tentar encontrar o Conhecimento Puro, nos tornamos
“separados” dele. Mas há sempre união quando não tentamos encontrá-lo.
Numa multidão durante uma peregrinação, perdi a mim mesmo e não podia encontrar-
me nem sequer quando tratava de buscar dentro. Então fui no posto policial e disse a
eles que havia me perdido. Nesse momento veio um policial e deu uns tapas com
força em meu rosto até que fiquei vermelho, e ele me perguntou, “Quem é esse aqui?”
Só então me tornei consciente de mim mesmo e fiquei muito contente porque havia
me encontrado.

Esta é a mesma condição daquele que é ele mesmo Brahman, e ainda assim está
buscando Brahman. Aonde e como Ele pode encontrar a Si Mesmo? A situação Dele
exata é esta: Ele conhece a todos mas não é conhecido por ninguém. Aquele que
tenta conhecer a Ele não sabe que sua própria verdadeira natureza é “Consciência
Pura” e vagueia nas florestas em busca daquilo que nunca foi perdido. Que
extraordinário! Como é que Ele, que é conhecido somente depois que a “capacidade
de conhecer” foi transcendida, pode ser conhecido? A menos que se torne firme dentro
de si mesmo, deixando para trás o desejo de conhecer, não pode haver o
“Conhecimento de Brahman”.

Antes de nos tornarmos um Siddha (Realizado), somos aspirantes por algum tempo,
polindo persistentemente o Conhecimento Puro. O Conhecimento Puro na forma de
Paramatman (o Supremo Sí mismo) penetra todas as formas. Despois de conhecer o
Self intelectualmente, o melhor modo de estudar e realizar isto plenamente é tentar
fazer todos serem felizes. É somente com esta prática que o Self é visto como
permeando tudo. O mundo inteiro é apenas “Conhecimento”. Posto que o Self é tudo,
ao fazer todos serem felizes, o Self fica contente. Brahmananda (a felicidade de
Brahman) se manifesta em todas as formas, como um inseto, uma formiga, um cão,
um porco, etc. O Si Mesmo permeia tudo.

O Supremo Self, que é sem forma, sem atributos, não manifesto, etc., se manifesta
com qualidades (gunas) na forma do Universo. Ele está presente em todas as coisas
inertes, mas é experienciado mais claramente em todos os seres que se movem.
Então, em vez de cultuar objetos grosseiros sem vida tais como pedras, metais, ídolos,
etc., é melhor cultuar ao Deus que caminha, se move e fala, onde a qualidade do
“Conhecimento” é claramente experimentada.

Assim que é dita a palavra “adoração”, vem a nossa mente a pasta de madeira de
sândalo, o arroz, as flores, etc.. Mas “adorar” verdadeiramente a Deus significa
agradar e fazer feliz a todos os seres. Ainda que Paramatman seja “Um” existindo em
toda parte, os métodos usados pelos devotos para adorá-Lo são diferentes de acordo
com seus condicionamentos e como eles concebem a Ele. Um burro também tem
Deus nele; mas se você juntar suas mãos em reverência a ele, seria como uma
brincadeira ou travessura com Paramatman. O burro fica feliz se você juntar as mãos
diante dele? Se não, então, segundo o que foi dito antes, essa adoração não compraz
à deidade. Se der ao burro erva verde e agua limpa, isso sim seria a adoração de
Deus na forma do burro.
Com uma pequena ação como não matar insetos em casa, se deve estudar a
“Unidade de Tudo. Veja a “Unidade do Self” em todas as cosas e em todos os seres, e
então veja que experiência maravilhosa você terá. Este é o início, ou a primeira lição
em sentir Unidade com todos os seres. Estudando isto de modo gradual e persistente,
não haverá nenhum inimigo na terra, e o não medo chegará; assim, você ficará livre
de todo temor. O medo é uma indicação de dualidade, e é um grande impedimento na
senda da “Felicidade que surge da Libertação”. Depois de alcançar o conhecimento do
Self, o aspirante deve cultuar ao Supremo Self como foi explicado antes. Assim, o
seco Conhecimento do Self será humedecido com a devoção. O Jnani obtém a
“Plenitude da vida” através da “Devoção depois do Autoconhecimento”. O fim de todo
Conhecimento frutifica ao ver o mundo inteiro como Si Mesmo.

Ainda que isto seja verdadeiro, o que os Upanishads disseram é “Neti, Neti”. Isto
significa que não é nem Conhecimento nem Ignorância. O imutável Paramatman é a
“Única Verdade”, “A Essência”. “É a raiz de tudo que é transitório, sem substância”.

Quando todo fenômeno está destruído, ou aniquilado, o que quer que permaneça é a
sua “Natureza Real”. É impossível descrever em palavras. Onde “o conhecimento das
palavras” é revelado como Ignorância, onde a Consciência se torna não Consciência,
e onde todos os remédios recomendados pelas escrituras são apenas obstáculos,
você tem de ver por si mesmo como alcançou este lugar elevado.

O Sadguru o trouxe até o umbral e o empurrou para dentro, mas o Sadguru não pode
te mostrar a beleza ou panorama interior. Você mesmo tem de apanhar o tesouro, o
troféu. Depois de tudo isto ter sido dito, não resta nada que possa ser transmitido
através das palavras. Foram usadas palavras para o que podia ser dito. Aquilo que
não pode ser transmitido por palavras agora foi confiado a você. Nós apenas podemos
inspirá-lo a ser um aspirante, mas você tem de se tornar um Siddha por si mesmo.

Chegamos ao final do livro. As palavras são redundantes. Aqui foi enunciado uma
coisa claramente, e isso é o Bhajan do Sadguru, Hari Om Tat Sat.

Texto selecionado pela irmã Eliane Zaranza para estudo em Loja em 18 de abril de
2017.

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