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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL


DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EVELISE ZANCHETTA DUTRA

ANÁLISE DOS CONTROLES INTERNOS DO ATIVO


IMOBILIZADO DE UMA ENTIDADE
SEM FINS LUCRATIVOS
(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ (RS)
2014
EVELISE ZANCHETTA DUTRA

ANÁLISE DOS CONTROLES INTERNOS DO ATIVO


IMOBILIZADO DE UMA ENTIDADE
SEM FINS LUCRATIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no


Curso de Ciências Contábeis, Departamento de
Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas
e da Comunicação da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Bacharel em Ciências Contábeis.

Professor Orientador: Irani Paulo Basso

IJUÍ (RS), Novembro de 2014


“Quando você quer alguma coisa, todo o
universo conspira para que você realize o seu
desejo.”
Paulo Coelho
AGRADECIMENTOS

O meu agradecimento primeiramente é à Deus, pois Ele que está sempre ao meu lado,
me guiando nas minhas escolhas, me protegendo e me mantendo fortalecida na minha fé!
Agradeço à minha mãe Teresinha pelo amor incondicional, pelo apoio e força que
sempre me deu e tem dado, é uma mulher maravilhosa, guerreira e a amo muito. Ao meu pai
Jovelino, in memorian, que de alguma forma ou outra esteve presente, me inspirando e dando
força, em mais uma etapa que será concluída; pai te amo.
Ao meu irmão Fernando, agradeço pelo apoio e incentivo nos estudos, demonstrando
preocupação comigo; te amo mano.
Um agradecimento especial ao meu noivo Anderson, sempre presente e ao meu lado,
me apoiando e demonstrando um amor verdadeiro, sendo paciente, companheiro e
compreensivo nessa minha falta nos momentos de ausência pelo comprometimento com os
estudos e no desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso.
Agradeço aos professores do Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, pelo ensino,
dedicação aos alunos. Um agradecimento ao meu orientador Irani Paulo Basso, por sua
dedicação, paciência e prontidão na orientação deste trabalho e no decorrer do curso. Muito
obrigada professor!
Um agradecimento aos colegas que, de alguma forma, contribuíram para que as nossas
aulas fossem produtivas e descontraídas. Às minhas amigas e colegas que durante todos esses
anos juntas compartilhamos alegrias e tristezas, e agora vivenciamos a tão esperada
formatura. A amizade é eterna, obrigada pelo apoio e companheirismo.
Ao demais familiares, amigos e a todas as pessoas que me ajudaram nessa trajetória,
muito obrigada.
RESUMO

Na tarefa de conclusão do curso de Ciências Contábeis da Unijuí, cada aluno concluinte busca
definir uma área para revisar e aprofundar conteúdos e realizar uma atividade prática do
campo profissional do Contador. Pela pesquisa bibliográfica nos principais autores da área
contábil e da área específica do foco objeto do trabalho, bem como dos fundamentos
metodológicos, apresenta-se uma síntese dos estudos preliminares da autora na perspectiva da
instrumentalização técnica para uma adequada e profícua atividade prática, objetivo principal
da tarefa de conclusão do curso. Na parte prática, apresenta-se uma síntese dos trabalhos de
campo junto a uma Entidade Sem Fins Lucrativos relacionados aos Controles Internos sobre
os bens do ativo imobilizado, onde foram utilizadas as técnicas de auditoria interna para
levantar a realidade, tomando-se por base alguns setores de atividades meios e fins,
selecionados aleatoriamente. Levantados os elementos básicos, foi feito o cotejamento da
realidade constatada com o referencial teórico que fundamenta a metodologia de Sistema de
Controle Interno como ferramenta contábil à disposição da direção, com vistas à garantia de
correção dos procedimentos operacionais, administrativos e contábeis, bem como a
fidedignidade das informações contábeis ao nível gerencial interno e informacional na
perspectiva do usuário externo.

Palavras - Chave: Contabilidade. Auditoria. Controles Internos. Ativo Imobilizado. Entidade


Sem Fins Lucrativos.
LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Figura 1 – Modelo de plaquetas de patrimônio .................................................................... 43

Figura 2- Fluxograma do processo do imobilizado ............................................................ 51

Quadro 1 - Estrutura do balanço patrimonial ..................................................................... ....23

Quadro 2 - Setor X1 .............................................................................................................. 56

Quadro 3 – Setor X2 ............................................................................................................... 58

Quadro 4 - Setor X3 .............................................................................................................. 60

Quadro 5 - Setor X4 .............................................................................................................. 61

Quadro 6 - Setor X5 .............................................................................................................. 62

Quadro 7 - Setor X6 .............................................................................................................. 64

Quadro 8 – Conferência dos bens adquiridos no setor X7 ..................................................... 65

Quadro 9 – Conferência dos bens adquiridos no setor X8 ..................................................... 66

Quadro 10 – Conferência dos bens adquiridos no setor X9 ..................................................... 67


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AICPA Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados


BP Balanço Patrimonial
CDI Centro Diagnóstico por Imagem
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
NBC’s Normas Brasileiras de Contabilidade
NF Nota Fiscal
PC Princípios de Contabilidade
PFC Princípios Fundamentais de Contabilidade
SCI Sistema de Controles Internos
SUMÁRIO

RESUMO....................................................................................................................... 4

LISTA DE QUADROS E FIGURAS ........................................................................... 5

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................. 6

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................. 12

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA ...................................................... 12

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO ...................................... 13

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 13

1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................. 15

1.4.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 15

1.4.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 15

1.5 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 17

2.1 CONTABILIDADE....................................................................................................... 17

2.1.1 Conceito da contabilidade ............................................................................................. 17

2.1.2 Objeto e finalidade da contabilidade ............................................................................. 18

2.1.3 Funções e objetivos da contabilidade ............................................................................ 19

2.1.4 Usuários da contabilidade.............................................................................................. 19

2.1.5 Princípios da contabilidade ............................................................................................ 20

2.1.6 Normas de contabilidade ............................................................................................... 21

2.1.7 Técnicas contábeis básicas ............................................................................................ 22

2.2 COMPONENTES PATRIMONIAIS ............................................................................ 22

2.2.1 Ativo. ............................................................................................................................. 23

2.2.2 Ativo imobilizado .......................................................................................................... 24

2.3 AUDITORIA ................................................................................................................. 31

2.3.1 Conceito da auditoria ..................................................................................................... 31


2.3.2 Objeto e objetivo da auditoria ....................................................................................... 32

2.3.3 Programas de auditoria .................................................................................................. 33

2.3.4 Relatórios de auditoria ................................................................................................... 34

2.3.5 Erros, fraudes e ajustes .................................................................................................. 34

2.3.6 Divisão da auditoria ....................................................................................................... 35

2.3.7 Auditoria do imobilizado ............................................................................................... 35

2.4 SISTEMA DE CONTROLE INTERNO ....................................................................... 37

2.4.1 Objetivos e caracterização do sistema de controle interno ............................................ 37

2.4.2 Avaliação e normatização do sistema de controle interno ............................................ 38

2.4.3 Erros e fraudes no sistema de controle interno ............................................................. 39

2.4.4 Controles internos ......................................................................................................... 40

3 METODOLOGIA DO ESTUDO .............................................................................. 44

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 44

3.1.1 Quanto à natureza .......................................................................................................... 44

3.1.2 Quanto aos objetivos ..................................................................................................... 45

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ................................................................. 45

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos .............................................................................. 46

3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................. 47

3.2.1 Instrumentos de coleta dos dados ................................................................................. 47

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................ 48

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................ 50

4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ........................................................................... 50

4.1.1 Diagnóstico sobre os controles internos dos bens do ativo imobilizado ....................... 50

4.1.2 Auditoria dos bens móveis do ativo imobilizado da organização ................................. 55

4.2 ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLES INTERNOS ...................... 69

4.2.1 Manual de controles e procedimentos e controles informatizados ................................ 71

CONCLUSÃO.............................................................................................................. 73
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 75

ANEXO ......................................................................................................................... 78
INTRODUÇÃO

A auditoria e os controles internos são importantes ferramentas para a gestão das


empresas, através dos mesmos, consegue-se obter adequados e confiáveis métodos de gestão,
proporcionando maior qualidade administrativa, contábil e operacional, visando alcançar os
melhores resultados. Ambas contribuem na verificação de divergências e equívocos, pontos
falhos no andamento daquelas atividades, ou seja, identificando problemas e apontando
sugestões de melhorias, levando a melhoria da gestão nos processos internos, com ganhos de
qualidade e resultados.
O objetivo deste estudo tem como foco principal, revisar conceitos de Contabilidade,
bem como da técnica contábil da auditoria, com ênfase no Sistema de Controle Interno. Por
tanto, as análises dos controles internos do Ativo Imobilizado da Entidade Sem Fins
Lucrativos escolhida para o estudo de caso, apontam os procedimentos a serem adotados, as
formas de controles e eventuais necessidades de aperfeiçoamentos para os processos.
Para a realização deste estudo, foram coletados dados junto a Entidade, mediante
visitas in loco, para analisar rotinas de serviços utilizadas pela mesma e obter dados de
controle interno do ativo imobilizado, mais especificamente dos bens móveis de alguns
setores de atividades fins e meios, selecionados aleatoriamente. Também foram verificadas as
normas internas dos processos de trabalho, mediante conversas com o responsável pela
atividade de controle, para visualizar as dificuldades enfrentadas pelo controle patrimonial,
bem como dos benefícios que o controle do ativo imobilizado proporciona para a organização.
O primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso consta a contextualização do
estudo, ou seja, o tema e a área em estudo, um resumo da caracterização da organização, o
problema e os objetivos para solucioná-lo, como também a apresentação da justificativa da
autora para a realização do trabalho de conclusão de curso na área escolhida.
O capítulo dois abrange a revisão teórica, referente a temas pesquisados como:
Contabilidade, Auditoria, Controles Internos, adentrando nesse último item para enfocar o
elemento patrimonial, o Ativo Imobilizado. Os objetos utilizados foram pesquisas em normas,
livros de diversos autores, apostilas de subsídios escolares, artigos, revistas e sites da internet.
No terceiro capítulo consta a metodologia do trabalho utilizada para o
desenvolvimento desse estudo, iniciando na classificação, seguido do plano de coleta e a
interpretação dos dados.
O quarto capítulo do trabalho de conclusão de curso apresenta a análise dos resultados,
contendo uma síntese das atividades práticas realizadas pela autora junto a Entidade Sem Fins
11

Lucrativos na área da Auditoria, focada para o Sistema de Controle Interno, contendo as


análises dos bens selecionados para comporem a amostra de estudo e posterior extensão aos
controles dos demais itens patrimoniais da Entidade em estudo. Os trabalhos práticos foram
direcionados aos bens móveis que integram o conjunto do Imobilizado do grupo contábil do
Ativo Não Circulante da Entidade, avaliando e identificando os controles internos dos setores,
levantamento dos bens e a conferência de alguns lançamentos da nota fiscal para o sistema
patrimonial.
Na análise dos resultados, contempla-se a aplicação dos papéis de trabalho e realiza-se
a elaboração do relatório onde se apresentam a conclusão e as recomendações à organização
para as tomadas de decisão.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

No primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso é apresentada a


contextualização do estudo, na qual define-se a área de conhecimento contemplada e o tema a
ser estudado, bem como a caracterização da organização objeto do estudo prático, culminando
com a definição da problematização do tema e o estabelecimento dos objetivos a serem
obtidos, assim como a apresentação da justificativa da proponente para a escolha da área.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A Contabilidade é entendida pela maioria dos autores como uma Ciência Social, a qual
tem o objetivo de controlar e estudar o patrimônio das entidades, com ênfase em seus
fenômenos tanto qualitativos quanto quantitativos, gerando informações que irão contribuir
para as tomadas de decisão de seus usuários.
Das diversas áreas abrangidas pela Contabilidade, a que procura garantir um maior
controle sobre os elementos patrimoniais, resultados, processos de registros e evidenciação
patrimonial é a da Auditoria, a qual se divide em diversas especificidades, entre elas a
auditoria de estoques, das disponibilidades, das contas a receber e do imobilizado, que
destacam alguns aspectos do ativo. Nesse sentido, a auditoria tem um papel importante na
Contabilidade e dentro das organizações, sendo que os controles internos estão abrangidos por
essa técnica contábil, que se constitui no objeto principal do foco de estudo da proponente.
O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores
Públicos Certificados (AICPA) dos Estados Unidos, citado por Attie (2011), afirma:

O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos


métodos e medidas, adotadas pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a
exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência
operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração (ATTIE,
2011, p.188).

O estudo contempla na revisão dos conceitos teóricos fundantes da Ciência Contábil


que caracterizam a técnica da auditoria em especial aqueles que embasam os controles
internos direcionados ao grupo do ativo imobilizado e suas normas. Portanto, a área de
conhecimento contemplada neste estudo é a área da Auditoria, com ênfase para os Controles
Internos aplicados sobre o Ativo Imobilizado de uma Entidade Sem Fins Lucrativos com
atuação na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul.
13

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

O presente estudo foi realizado em uma Entidade Sem Fins Lucrativos, de grande
porte, localizada na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, existente a mais de
quatro décadas no mercado. A Entidade possui um grande número de clientes, com boa
credibilidade e bons serviços prestados, cada vez proporcionando mais satisfação aos
mesmos. Conta com uma equipe qualificada de colaboradores e adequada estrutura física
necessária à realização de suas atividades, as quais têm contribuído significativamente para a
obtenção de bons resultados percebidos pela sociedade local e regional.
A organização conta com um volume expressivo de recursos financeiros aplicados em
bens fixos que compõem seu Ativo Imobilizado, necessitando deles para a realização de suas
atividades e prestação de serviços de qualidade. Assim, para que a Entidade continue obtendo
ótimos resultados e ofertando bons serviços, é importante manter seu sistema de controles
internos de forma adequada, bem como atentar para sua funcionalidade setorial, resultando
assim em um adequado fluxo de dados e informações corretas para os serviços de controle
patrimonial e contábil, no que redundará em oportunidades de organização de custos reais na
formação de dados para decisões internas, especialmente no tocante a preços de serviços e de
oportunidades de reposições/substituições de itens que possam estar de certa forma trazendo
prejuízos à organização.
Dentre os princípios prezados pela Entidade destacam-se: valorizar as pessoas para
desenvolver; cooperar para fortalecer; comprometer-se para encantar; inovar para diferenciar;
profissionalizar para superar; ética para respeitar; e transparência para confiar.
No aspecto contábil-gerencial, foram analisados de forma amostral os controles
internos do ativo imobilizado da Entidade, como forma de aprendizagem e ao mesmo tempo
de colaboração visando avaliar e aperfeiçoar suas metodologias de controle de seu ativo
imobilizado.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A auditoria do imobilizado tem algumas finalidades, entre elas determinar a existência


física e a permanência dos bens dentro da entidade e verificar se está de acordo com a
legislação e os Princípios de Contabilidade. Por tanto, a Auditoria tem um papel importante
na entidade, sendo que a partir de constatações, relatórios e pareceres, estes servirão de
14

auxílio na gestão e avaliação dos resultados, para aprimorar os procedimentos de controle


interno, garantindo a regularidade dos procedimentos operacionais e contábeis.
O ativo imobilizado é formado por um conjunto de bens e direitos registrados
contabilmente no Ativo Não Circulante da entidade, quando estes são adquiridos e não há
intenção de vendê-los, permanecendo assim por vários exercícios na estrutura patrimonial
sendo utilizados para a realização das atividades fins ou meios da organização, por exemplo:
veículos de uso da entidade, máquinas, móveis, imóveis.
De acordo com Sá (1977, p.115), “Na avaliação do controle interno torna-se ainda
indispensável observar os procedimentos e a segurança que oferecem os cálculos de correção
monetária [...]”. Sendo assim, o processo de auditoria dos controles internos tem a capacidade
por meios utilizados de proteger o patrimônio e os objetivos da empresa ou entidade.
Para a organização, é de suma importância o controle patrimonial, pois a
Contabilidade precisa exercer seu papel e atender as necessidades internas para fins gerenciais
e externas para fins fiscais, sem deixar de fornecer as demais informações aos diferentes
usuários. O controle do ativo imobilizado precisa sempre trazer informações verídicas para a
entidade e isso pode ser relevante para a consecução dos resultados, tanto qualitativos como
quantitativos da entidade; saber a situação qualitativa e o valor contábil do imobilizado,
proporciona condições de realização de suas atividades e da apresentação adequada dos
resultados econômicos e financeiros gerados.
O setor patrimonial responsável pelo controle dos bens precisa manter o cadastro do
ativo imobilizado por setor/departamento/filial, para possibilitar, por exemplo, a alocação das
despesas com depreciação e manutenção. Assim, deve existir uma comunicação entre os
diversos setores e a partir desse controle, pode ser feito a distribuição correta dos custos
operacionais por área da empresa.
O controle patrimonial abrange o contábil e o fiscal, pois, envolve normas e
procedimentos diferentes e complementares entre si, ou seja, a Contabilidade focando no
patrimônio do ponto de vista do controle físico e monetário para os registros financeiros e da
apuração dos resultados, e o fisco no tocante à tributação. São instrumentos de controle o
inventário e a fixação de plaquetas de identificação nos bens de forma setorizada, permitindo
a localização e o controle físico-financeiro para efeitos contábeis e fiscais como ditos.
O foco deste estudo foi nos Controles Internos do Ativo Imobilizado de uma Entidade
Sem Fins Lucrativos, onde descreve a forma que ocorrem os processos dos controles
adotados, como são realizados, as dificuldades enfrentadas pelas áreas. No decorrer do estudo,
buscou-se responder a seguinte pergunta: Os controles internos do ativo imobilizado
15

existentes na Entidade são suficientes e eficazes para evitar erros e/ou possíveis perdas
patrimoniais e/ou desvirtuamentos processuais?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos determinam o que se quer atingir com a realização do trabalho de


conclusão de curso, sendo divididos em objetivos geral e específicos, no objetivo geral
procura as respostas da problematização do tema, enquanto que pelos objetivos específicos
busca atingir os detalhamentos do tema.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a eficácia dos controles internos utilizados pela Entidade em relação ao ativo
imobilizado, através da avaliação dos procedimentos adotados, e da conferência dos bens
móveis de alguns setores da Entidade a serem selecionados aleatoriamente.

1.4.2 Objetivos específicos

 Revisar conhecimentos de contabilidade, auditoria e sistema de controle interno, com


vistas ao embasamento técnico da proponente para a realização da parte prática do trabalho de
conclusão de curso;
 Conhecer o processo contábil e de controles internos do ativo imobilizado da Entidade em
estudo;
 Avaliar o ambiente de controle interno da Entidade, com ênfase para os controles do ativo
imobilizado;
 Elaborar relatório de avaliação dos controles internos do ativo imobilizado da Entidade em
estudo;
 Apresentar sugestões de melhorias aos controles internos do ativo imobilizado da
organização quando necessário.
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1.5 JUSTIFICATIVA

Os controles patrimoniais necessitam existir e serem realizados nas organizações para


obter uma gestão saudável e eficiente, para assim atingir melhores resultados. Entre os setores
da Entidade cita-se: secretaria, suprimentos, compras, almoxarifado, vendas, estoques,
recursos humanos, contabilidade. O estudo visa identificar como está a situação do Sistema de
Controle Interno da Entidade, auxiliando na proteção do patrimônio organizacional.
A auditoria é de grande importância para a vida da organização, já que sua
administração tem responsabilidade pela detecção de erros e/ou irregularidades, inclusive
fraudes nas informações operacionais, financeiras e/ou contábeis, trazendo importantes
contribuições para a empresa.
Estando eu na condição de acadêmica concluinte do Curso Ciências Contábeis,
acredito que a área de Auditoria está com grande destaque, pois engloba avaliação dos
controles internos, elaboração de pareceres e relatórios circunstanciados, enfim, realizando
checagens de procedimentos praticados nas organizações. O estudo busca proporcionar
momentos de experiência e ampliação de conhecimentos e o contato com a realidade de uma
entidade concreta, proporcionando condições à proponente de aliar a teoria à prática,
iniciando-se assim um processo que poderá levar-me a um futuro profissional promissor como
Contadora e aperfeiçoando-me na área de auditoria interna.
Através desse trabalho, almeja-se contribuir com a Entidade através das análises dos
procedimentos de controles internos no ativo imobilizado, oferecendo sugestões quando
cabíveis, para assim, fortalecer o gerenciamento, com eficiência operacional e confiabilidade
nos controles patrimoniais e na geração das informações.
Para a Universidade e seus acadêmicos, este estudo pode constituir-se em importante
base de pesquisa, especialmente no tocante ao objeto de estudo, ou seja, na auditoria e
controles internos, com enfoque para o ativo imobilizado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico apresenta os recursos bibliográficos, como base para organizar e


fundamentar o assunto em estudo, sendo os principais objetos contribuintes: pesquisas em
normas, legislações, livros, apostilas de subsídio, artigos, revistas e sites.
O estudo aborda a Contabilidade, os Componentes Patrimoniais, a Auditoria, os
Controles Internos e o Sistema de Controles Internos, adentrando nesses dois últimos itens
para o Imobilizado, tendo o objetivo de fundamentar teoricamente, conceituar e definir cada
área temática de abordagem do tema selecionado para estudo e posteriormente, aplicar as
análises de controles internos no ativo imobilizado da Entidade.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade é compreendida como um instrumento de informações de suma


importância para a entidade envolvendo o patrimônio da mesma, auxiliando para a gestão do
negócio, na tomada de decisões. Enfim, é uma ciência que envolve técnicas da escrituração,
da elaboração de demonstrativos contábeis, da auditoria e das análises e tendências, com base
nos demonstrativos contábeis.

2.1.1 Conceito da contabilidade

A Contabilidade é conceituada como uma ciência que estuda o patrimônio da entidade,


conforme se depreende das pesquisas nos principais autores da matéria.
Primeiramente na linha de pensamento de Attie (2011, p.167), onde expressa que “A
Contabilidade como uma ciência social que estuda e pratica as funções de orientações,
controle e registro de atos e fatos [...]”.
Franco (1983, apud BASSO, 2005, p.22), compreende Contabilidade como sendo uma
ciência, a qual “[...] estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o
fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e resultado
[...]”.
Basso (2005, p.22), ao conceituar, nos ensina que a contabilidade,

[...] como conjunto ordenados de conhecimentos, leis, princípios e método de


evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das
18

entidades nos seu aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que,


como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de
coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular,
resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de
natureza econômico-financeira.

Assim, a Contabilidade controla o patrimônio, apura o resultado e presta informação


aos usuários externos e da própria entidade, sendo um instrumento de função administrativa
da mesma. A partir das informações geradas, bem como dos relatórios contábeis, os
administradores tomam decisões precisas, ou seja, com todo o embasamento técnico, evitando
erros e problemas de grande monta e demonstrando os melhores caminhos para o crescimento
da entidade.

2.1.2 Objeto e finalidade da contabilidade

Para a Contabilidade o objeto é o patrimônio formado por bens, direitos e obrigações


da entidade. Esses bens e direitos formam a parte positiva do patrimônio e as obrigações
compõem sua parte negativa, a diferença entre estas apresenta a situação líquida, que pode ser
positiva, nula ou negativa, conforme o valor de cada uma das partes.
O patrimônio é focado pela Contabilidade sob dois aspectos básicos, o autor Basso
(2005, p.23), traz a seguinte concepção quanto ao aspecto qualitativo:

[...] considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista da sua natureza, como a
composição física individual e a natureza jurídica de cada elemento;
Aspecto quantitativo – considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista do
valor monetário intrínseco, isto é, considera os elementos patrimoniais como
expressão de valor econômico.

Pelo objeto da Contabilidade, tem-se o controle e o conhecimento detalhado da


situação do patrimônio da entidade de acompanhar a evolução, evidenciar a situação
econômica, financeira e patrimonial e também o cumprimento das leis e normas aplicáveis as
atividades da entidade e fornecer informações sobre o patrimônio como suporte na tomada de
decisão. Conforme a necessidade de controle e mensuração dos bens, direitos e obrigações a
Contabilidade registra os fatos que acontecem no patrimônio da entidade gerando informações
de ordem física e financeira.
A finalidade da Contabilidade é fornecer informações aos usuários de forma a
contribuir na tomada de decisão, no processo de controle e no planejamento da entidade
(MONTOTO, 2011).
19

O autor Attie (2011, p.4), diz que, “A Contabilidade tem a finalidade precípua de
promover os meios informativos e de controle com o intuito de coletar todos os dados
ocorridos na empresa e que tenham, ou possam ter, impactos e causar variações em sua
posição patrimonial”.
Os relatórios e os controles que envolvem o patrimônio são de extrema importância,
pois através dos mesmos consegue-se uma mensuração exata de valores, permitindo ao
usuário da informação contábil uma comparação, previsão e orçamento condizentes com a
realidade.

2.1.3 Funções e objetivos da contabilidade

As funções da Contabilidade compreendem a coleta de documentos probantes de atos


e atos administrativos e fatos econômicos ocorridos na entidade, a classificação conforme as
alterações que ocorrem no patrimônio, nos registros dos fatos contábeis nos livros de
escrituração contábil e manter as informações qualitativas e quantitativas das variações do
patrimônio ao longo dos tempos, as quais tornam-se em evidencias resumidas através dos
demonstrativos contábeis ao longo dos períodos contábeis. (BASSO, 2005).
Quanto aos objetivos da Contabilidade, estes são referentes ao controle do patrimônio
da entidade quanto física ou monetária, apuração dos resultados decorrentes das variações
patrimoniais ocorridas, bem como a evidenciação da situação patrimonial e cumprimento das
normas, leis a ela inerentes e o fornecimento de informações relativas ao patrimônio de
acordo com a necessidade dos usuários.
As funções e os objetivos da Contabilidade estão integrados, pois, a função da
Contabilidade é revelar a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade e o
objetivo é o controle do patrimônio da entidade para a apuração dos resultados até a geração
de informação aos seus usuários.

2.1.4 Usuários da contabilidade

A Contabilidade tem o objetivo de gerar informações para os usuários e ajudar a obter


conclusões desejáveis. Ao enfocar o assunto, Attie (2011), ensina que, para os usuários, as
informações devem ser de forma ampla e suficiente para a avaliação da situação da entidade,
sendo esses usuários classificados em externos e internos.
20

Os usuários internos são os administradores, diretores e executivos, estes que utilizam-


se das informações contábeis para auxiliar nas tomadas de decisão, e também os
sócios/acionistas, que utilizam-nas para certificar-se da real situação do patrimônio da
entidade. E os usuários externos são bancos, entidades financiadoras e investidores, que
buscam na Contabilidade as informações econômicas e financeiras para tomarem decisões de
investimentos e financiamentos.

2.1.5 Princípios da contabilidade

Para a Contabilidade, os princípios são um conjunto de fundamentos de orientação


essenciais para aplicação na pratica, ou seja, na atividade Contábil, proporcionado
interpretação nas demonstrações financeiras, tendo como objeto o Patrimônio da Entidade.
Attie (2011, p.167), conceitua que:

Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de


credibilidade, em função do reconhecimento dos critérios adotados para a elaboração
das demonstrações contábeis, aumentam a utilidade dos dados fornecidos e facilitam
a adequada interpretação entre as empresas do mesmo setor.

Originalmente, a Resolução CFC nº 750/93, trata dos "Princípios Fundamentais de


Contabilidade”, que pela Resolução nº 1.282/2010, passaram a denominar-se simplesmente de
"Princípios de Contabilidade” (PC).
Na Resolução do CFC nº 750 de 1993, Art. 3º, os Princípios Contábeis, são:

I) o da ENTIDADE;
II) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº.
1.282/10)
VI) o da COMPETÊNCIA; e
VII) o da PRUDÊNCIA.

Sinteticamente, cada um dos Princípios de Contabilidade traz as seguintes mensagens:


 da Entidade aquele que reconhece o patrimônio, sendo o objeto da Contabilidade, a distinção
de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de
pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos;
21

 da Continuidade no qual a entidade continuará em operação futuramente, sendo considerado


a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio;
 da Oportunidade é o processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais
para produzir informações íntegras e tempestivas;
 no Registro pelo Valor Original os componentes do patrimônio devem ser inicialmente
registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Uma vez
integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais ativos e passivos, podem sofrer
variações decorrentes dos fatores: custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo
e atualização monetária.
 da Competência determina quanto os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento;
 da Prudência a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior valor para
os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
O profissional Contábil necessita seguir os ensinamentos desses seis princípios,
considerando sua importância para o desempenho da atividade, fidelizando as informação aos
clientes na geração dos demonstrativos, tornando fácil de compreender e interpretar a situação
da empresa.

2.1.6 Normas de contabilidade

As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC’s) têm por base os Princípios de


Contabilidade e são constituídas do conjunto de procedimentos de conduta (normas
profissionais) e regras (normas técnicas), as quais são de observância obrigatória para o
exercício da profissão Contábil, aprovadas por resoluções emitidas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC).
As NBC’s editadas pelo CFC precisam seguir o mesmo padrão de elaboração e estilo
utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente ditas, as
Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.
22

2.1.7 Técnicas contábeis básicas

Os usuários utilizam técnicas contábeis para obter informações, sendo as mesmas


importantes para auxiliar no trabalho. Basso (2005, p.30-31), traz as seguintes técnicas
contábeis básicas:

Escrituração - trata–se dos registros dos fatos contábeis no livro de escrituração


contábil (Diário e Razão) e nos livros auxiliares;
Demonstrativos Contábeis – relatos econômicos e financeiros originados da
escrituração contábil, conhecidos como balancete de verificação, balanço
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e
aplicações de recursos e demonstrações de lucros ou prejuízos acumulados;
Auditoria – exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das práticas
contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar
sua lisura, legalidade, correção e fidedignidade;
Análise de Balanços – extração de dados e informações para a interpretação, estudos
e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Conforme citação do autor, as técnicas têm um grande papel para os usuários da


Contabilidade, sendo necessárias na escrituração a qual registra os fatos contábeis em livros,
nos demonstrativos contábeis onde consta a situação da empresa sendo ela favorável ou
desfavorável, na auditoria onde verifica-se todo o trabalho elaborado e aponta-se os erros e
falhas caso existiam, e por fim, na interpretação do resultado da entidade o que denomina-se
análise de balanços.
Os Princípios de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como as
técnicas contábeis básicas, se aplicam a toda e qualquer tipo de entidade, seja ela com ou sem
fins lucrativos. As especificidades técnicas são tratadas à parte em Resoluções Específicas do
Conselho Federal de Contabilidade, como são os casos das entidades cooperativas e dentre
estas, as que atuam na área de serviços, como da saúde e outras atividades delegadas por
órgãos superiores.

2.2 COMPONENTES PATRIMONIAIS

O patrimônio de uma entidade é constituído de um conjunto pelos bens, direitos e


obrigações, sendo que os dois primeiros formam o denominado grupo do Ativo no Balanço
Patrimonial, e o terceiro forma o grupo do Passivo e, por diferença, quando os valores do
Ativo superarem os valores do Passivo, tem-se o grupo denominado Patrimônio Líquido, no
Balanço Patrimonial (BP).
23

Quadro 1 – Estrutura do balanço patrimonial


ATIVO PASSIVO

OBRIGAÇÕES
BENS + DIREITOS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Fonte - Elaborado pela autora.

Na demonstração acima resumem-se os grandes grupos das contas, que juntos formam
o Balanço Patrimonial, que serve para representar a posição patrimonial e financeira da
entidade em um determinado período, sendo o Balanço Patrimonial uma ferramenta
indispensável para o profissional contábil e para os administradores, no qual almejam saber o
resultado da empresa.

2.2.1 Ativo

Vários são os pontos que caracterizam o amplo aspecto contábil dos componentes
patrimoniais. Como o foco de aplicação prática do presente trabalho é o Ativo Imobilizado
enfatizando os seus controles internos, os estudos agora são focados para o grupo patrimonial
do Ativo, que representa onde estão aplicados os recursos patrimoniais da entidade.
O grupo do Ativo é composto de bens e direitos no qual demonstra a capacidade e
potencialidade de operação para uma entidade, assim representando atuais e futuros
benefícios. Basso (2005, p.52), assim reporta ao ativo: “[...] representa todos os valores
positivos da entidade, isto é, compreende os seus bens e direitos, expressos em moeda”.
O Ativo, conforme quadro 1, apresenta-se ao lado esquerdo do Balanço Patrimonial e
divide-se em dois grandes grupos: o Ativo Circulante, que engloba os valores que a empresa
possui ou pode converter em dinheiro em curto prazo, e o Ativo Não Circulante, que
representa os bens e direitos que a empresa não tem a intenção de transformar em dinheiro a
curto prazo, ou seja, só a longo prazo ou mais remotamente sendo que esse grupo subdivide-
se em: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e o intangível.
Na Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, no Art. 179, traz quanto à classificação do
ativo:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício
seguinte;
24

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do


exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas
ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;[...]
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido[...] (CFC, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/ l6404 compilada.htm).

Para a entidade, o ativo é o grupo que engloba os bens e direitos que os envolvem,
apresenta com clareza e exatidão todos os componentes do patrimônio, sendo assim possível
obter informações necessárias e emitir relatórios para serem disponibilizados aos usuários.

2.2.2 Ativo imobilizado

Primeiramente, antes de conceituar o ativo imobilizado, Apolonio et al (2012, p.9),


assim se reporta quando caracteriza o Comitê de Pronunciamentos Contábeis:

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi criado por meio da Resolução CFC nº


1.055/05, tendo como objetivo o estudo, preparo e a emissão de pronunciamentos
técnicos a fim de uniformizar e harmonizar a convergência da Contabilidade
brasileira aos padrões internacionais.

Em relação aos pronunciamentos do Comitê, será utilizado um pronunciamento como


base de estudo do ativo imobilizado, sendo este o CPC 27 – Ativo Imobilizado, criado com o
objetivo de colocar um tratamento contábil ao imobilizado e analisar principais pontos de
reconhecer os ativos, valores da depreciação de acordo com a vida útil econômica do bem,
perdas por desvalorização.
O ativo imobilizado é formado por bens e direitos registrados como permanentes, ou
seja, não tem intenção inicial de vender e assim permanecem por vários exercícios na empresa
(BASSO, 2005).
No grupo do imobilizado estão incluídos todos os bens de permanência duradoura na
entidade, ou destinados ao funcionamento normal de seu empreendimento. Isto é, a empresa
25

não desejando vender tão breve um certo bem, fica com o mesmo registrado no ativo
imobilizado, respeitando as normas, contas e padrões que a empresa define.

2.2.2.1 Classificação ativo imobilizado

A classificação dos bens no ativo imobilizado está vinculada ao objeto de utilização ou


finalidade, precisa ter por natureza de ativo as contas do grupo imobilizado, como também um
controle do custo de cada bem, da depreciação, amortização ou exaustão.
Gouveia (1984) define as contas que fazem parte do ativo imobilizado, segundo ele os
bens imóveis são aqueles impossíveis de serem removidos, por exemplo: terrenos e
construções; os bens tangíveis são os que possuem corpo físico, por exemplo: edificações,
máquinas e equipamentos, instalações em bens próprios, veículos, móveis e utensílios,
computadores e periféricos, consórcios em andamento, imobilizados em comodato; os bens
que não possuem corpo físico são classificados como intangíveis, tais como: ações, marcas e
patentes. Complementando, há também o grupo dos bens móveis que podem ser removidos
sem alterar sua integridade funcional.
E Basso (2005), assim preceitua quanto os bens tangíveis e logo os bens intangíveis:

Os bens tangíveis são aqueles que têm um corpo físico, tais como terrenos, obras
civis, máquinas, equipamentos, móveis e veículos, entre outros. Os bens intangíveis
são aqueles que não possuem um corpo físico, mas cujo valor reside nos direitos de
propriedade, legalmente conferidos aos seus possuidores, como patentes, direitos
autorais e marcas registradas (BASSO, 2005, p.221).

A partir da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, apenas ficam inclusos os bens


corpóreos no ativo imobilizado e no intangível os bens incorpóreos. Segundo Apolonio et al.
(2012, p.9-10),
A Lei nº 11.638/07 alterou a Lei nº 6.404/76 trazendo a mudança do ativo
imobilizado diferenciando dentro dele o ativo tangível e intangível, ou seja, bens
corpóreos e bens incorpóreos, respectivamente, demonstrando a importância da
alteração na apresentação do balanço patrimonial.

A classificação do ativo imobilizado começa a partir da definição das contas na qual o


bem deve ser registrado e assim obedecer ao que a norma rege, assim que houver mudanças
nas normas a empresa deve seguir conforme as alterações para não sofrer penalidades.
26

2.2.2.2 Registro do ativo imobilizado

Os ativos imobilizados serão registrados contabilmente correspondentes ao valor de


aquisição, descontado o percentual de depreciação, exaustão ou amortização. Assim, sendo
atualizados periodicamente em função da variação do poder aquisitivo da moeda nacional e a
perda de vida útil econômica. Quanto as movimentações ocorridas, afima Attie (2011, p.149),
“[...] os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
respectiva conta da depreciação, amortização ou exaustão”.
A diminuição do valor do bem deve ser registrado periodicamente nas contas de
depreciação por: ocorrência de perda do valor dos direitos que a empresa tem por objetivo
físico a desgastes, utilidade de uso ou obsolescência; na amortização por: perda do valor do
capital aplicado na aquisição de direitos, exemplo: propriedade industrial ou comercial e na
exaustão por: perda decorrente da exploração, como objetos os recursos minerais, florestais,
aplicados na exploração.
Para melhorar o desempenho da empresa referente aos registros do imobilizado, deve-
se atentar à classificação dos bens, e também os corretos registros nas devidas contas
contábeis. Enfim, cada empresa adapta essa tarefa conforme seu sistema contábil e suas
necessidades, porem não deve fugir do controle e das normas, pois assim terá um desempenho
mais eficiente e sem falhas.

2.2.2.3 Avaliação do ativo imobilizado

Os critérios de avaliação do ativo imobilizado, mostram que deve-se estabelecer regras


para que seja reconhecido o bem. Conforme a Lei 11.638/07, Art.183 destaca alguns critérios
de avaliação do ativo:

Art. 183[...]
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em
direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável
a longo prazo:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de
aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme
disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização,
quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos
de crédito;
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização;
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito
27

relevante.
§1o[...]
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado
ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes
independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado
instrumento financeiro:
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro
instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares;
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos
financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de
precificação de instrumentos financeiros.
§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado, intangível
e diferido será registrada periodicamente nas contas de:
§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a
recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no
diferido, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão
de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou
quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para
recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida
útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e
amortização (Res. CFC. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_0
3/_ato2007-2010/2007/ lei/ l11638.htm).

Os bens do ativo imobilizado devem estar registrados e relacionados com seus


respectivos gastos, capaz de mensurar o valor, com o reconhecimento da empresa, ao
qual executa suas atividades operacionais através de seus investimentos, almejando
atingir resultados para a organização e na obtenção do lucro. O setor Contábil e demais
integrantes da Governança Corporativa da entidade devem adotar medidas de
regulamentação de critérios específicos de incorporação, avaliação, depreciação,
amortização e exaustão de bens, condizendo à luz da legislação, normas aplicáveis ao
setor, entre outros aspectos.

2.2.2.4 Reavaliação do ativo imobilizado

Na empresa quando o bem já foi reconhecido e classificado no ativo imobilizado tendo


valor justo e podendo ser mensurado permitido por lei, o seu valor reavaliado, corresponde ao
seu valor justo à data da reavaliação menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor
recuperável acumulado subsequente. A reavaliação deve ser realizada com suficiente
regularidade para assegurar que o valor contábil do ativo não apresente divergência relevante
em relação ao seu valor justo na data do balanço.
28

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 27, item 34-35 traz observações


quanto à reavaliação do ativo imobilizado:

34. A frequência das reavaliações, se permitidas por lei, depende das mudanças dos
valores justos do ativo imobilizado que está sendo reavaliado. Quando o valor justo
de um ativo reavaliado difere materialmente do seu valor contábil, exige-se nova
reavaliação. Alguns itens do ativo imobilizado sofrem mudanças voláteis e
significativas no valor justo, necessitando, portanto, de reavaliação anual. Tais
reavaliações frequentes são desnecessárias para itens do ativo imobilizado que não
sofrem mudanças significativas no valor justo. Em vez disso, pode ser necessário
reavaliar o item apenas a cada três ou cinco anos.
35. Quando um item do ativo imobilizado é reavaliado, a depreciação acumulada na
data da reavaliação deve ser:
(a) atualizada proporcionalmente à variação no valor contábil bruto do ativo, para
que esse valor, após a reavaliação, seja igual ao valor reavaliado do ativo. Esse
método é frequentemente usado quando o ativo é reavaliado por meio da aplicação
de índice para determinar o seu custo de reposição depreciado; ou (b) eliminada
contra o valor contábil bruto do ativo, atualizando-se o valor líquido pelo valor
reavaliado do ativo. Esse método é frequentemente usado para edifícios (CPC27.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislação/CPC_27_Pronunciamen
to.pdf).

O imobilizado da empresa apresenta a forma de avaliação e reconhecimento do bem,


primeiramente todos os custos referentes ao bem formado pela mesma, isso é critério para
obter uma avaliação melhor e segura. Assim, os elementos que integram o imobilizado das
organizações, devida e corretamente avaliados, levando em consideração os critérios técnicos
e a realidade econômica bem como a legislação vigente, ao serem apresentados no Balanço
Patrimonial, evidenciam da forma mais ampla possível a sua condição de continuar
contribuindo para os objetivos da organização, e ao mesmo tempo revelando sua
recuperabilidade em termos financeiros.

2.2.2.5 Depreciação

A depreciação é registrada como uma despesa operacional da empresa sem


desembolso, onde há um desgaste, perda, ação da natureza do bem, enfim, chegando a sua
depreciação.
Vieira (2001, p.20), ao abordar o tema afirma que:

[...] a depreciação provoca um impacto patrimonial, a contabilidade deve identificar,


mensurar e informar a sua ocorrência, sendo necessário que se equacione a
depreciação, considerando-se os seguintes aspectos fundamentais:
- vida útil dos ativos – evidencia o prazo em que deve ser feita a depreciação;
- o método de depreciação – evidencia a maneira pela qual a depreciação deve ser
distribuída no tempo; e,
29

- a base de cálculo da depreciação – evidencia o valor a ser depreciado, tendo em


vista os diversos conceitos de mensuração existentes.

Continua Vieira (2001), afirmando quanto à fórmula do cálculo da depreciação


adequada sendo: valor do bem (-) valor residual (opcional) / pelo tempo de vida útil.
O CPC 27, item 61-62, traz os seguintes ensinamentos quanto aos métodos de
depreciação:

61- O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo menos ao
final de cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão de consumo
previsto, o método de depreciação deve ser alterado para refletir essa mudança. Tal
mudança deve ser registrada como mudança na estimativa contábil, de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e
Retificação de Erro.
62- Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma
sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos
incluem o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de
unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante
durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos
saldos decrescentes resulta em despesa decrescente durante a vida útil. O método de
unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção esperado. A
entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios
econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado
consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão
(CPC27. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/CPC_27_Pron
unciamento.pdf).

E tratando da taxa de depreciação, o autor Attie (2011, p.495), traz exemplos para o
cálculo da depreciação: “Edifícios 4% a.a; Máquinas e Equipamentos 10% a.a; Móveis e
utensílios 10% a.a; Veículos 20% a.a, entre outras taxas de acordo com o bem”.
Para a empresa os métodos de depreciação são adotados nos controles de apuração
contábil a cada exercício efetuado, destacando a avaliação dos ativos da empresa no qual traz
segurança ao valor correto.

2.2.2.6 Indenização de perda por desvalorização do ativo imobilizado

Quando acontece de o bem do ativo imobilizado sofrer desvalorização, perda ou


abandono, deve-se reconhecer seu efeito no resultado no momento em que a indenização se
torna recebível.
No CPC 27, item 65-66, verifica-se a seguinte diretiva:
30

65. A indenização de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido
desvalorizados, perdidos ou abandonados deve ser reconhecida no resultado quando
a indenização se tornar recebível.
66. Desvalorizações ou perdas de itens do ativo imobilizado, pagamentos ou
reclamações relativas a indenizações de terceiros e qualquer aquisição ou construção
posterior de ativos de substituição são eventos econômicos separados [...] (CPC27.
Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislação/CPC_27_Pronunciamen
to.pdf).

2.2.2.7 Baixa de bem imobilizado

A baixa ocorre quando o bem registrado no ativo imobilizado é vendido, doado, não
tem mais valor na sua utilização, não gera mais benefícios para a empresa, ou seja, é baixado
fisicamente, isto é, sai definitivamente do patrimônio da empresa. O controle na baixa do
ativo imobilizado precisa ser apresentado de modo que mostre seus ganhos ou perdas e
reconhece a despesa gerada.
No CPC 27, item 67, trata, quanto à baixa do valor contábil do bem do ativo
imobilizado, o seguinte ensinamento: “[...] (a) por ocasião de sua alienação; ou (b) quando
não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou alienação”.
Por tanto, a baixa do bem físico, mesmo sendo totalmente depreciado, só ocorrerá
mediante a sua venda, obsolescência ou por outros motivos que o bem venha não ser mais útil
para a organização, e isso ocorre por meio de documentos, comprovando a sua baixa, no caso
a nota fiscal.

2.2.2.8 Divulgação

Quanto a divulgação do ativo imobilizado nas demonstrações contábeis, o CPC 27,


item 73, traz os seguintes critérios:

73. As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo


imobilizado:
(a) os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil bruto;
(b) os métodos de depreciação utilizados;
(c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
(d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por redução ao
valor recuperável acumuladas) no início e no final do período; e
(e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período demonstrando:
(i) adições;
(ii) ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em um grupo
classificados como mantidos para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico
CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada e
outras baixas;
(iii) aquisições por meio de combinações de negócios;
31

(iv) aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos itens 31, 39 e
40 e perdas por redução ao valor recuperável de ativos reconhecidas ou revertidas
diretamente no patrimônio líquido de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC
01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(v) provisões para perdas de ativos, reconhecidas no resultado, de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
(vi) reversão de perda por redução ao valor recuperável de ativos, apropriada no
resultado, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos;
(vii) depreciações;
(viii) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das demonstrações
contábeis da moeda funcional para a moeda de apresentação, incluindo a conversão
de uma operação estrangeira para a moeda de apresentação da entidade; [...]
(CPC27. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislação/CPC_27_Pron
unciamento.pdf).

Quanto à divulgação sobrepõem a importância da Contabilidade de informar em Notas


Explicativas e outros dados que contribui para melhorar e adequar à compreensão dos itens
que compõem o imobilizado da organização, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo
que pode influenciar em decisões dos usuários da informação contábil.

2.3 AUDITORIA

A importância da Auditoria nas entidades é cada vez mais necessária, pois a mesma
auxilia no controle da situação da empresa prevenindo fraudes e erros através dos exames de
verificação nos controles internos, também contribui para programar um controle correto, a
forma de executar as tarefas do devido setor o qual necessita de evolução. O papel do Auditor
não é somente de apontar falhas e erros, mas sim na medida em que são apontados, devem ser
feitas análises, a fim de solucionar o problema e buscar a melhorias nos procedimentos dos
controles internos.

2.3.1 Conceito da auditoria

Auditoria é uma técnica contábil que consiste na verificação dos documentos,


registros, demonstrações contábeis, livros de escrituração, bem como todas as transações,
operações e procedimentos efetuados pela entidade.
Basso (2005, p.92), conceitua Auditoria “[...] como uma técnica contábil que visa
examinar fatos, documentos, procedimentos e instrumentos de controle e registros – sejam
eles contábeis ou auxiliares [...]”, e complementa sua visão dizendo que:
32

[...] a Auditoria, avalia a organização, os negócios, e a situação da entidade


examinada, para orientar sua administração na melhoria de seus processos e
procedimentos, com vistas a garantir a continuidade e crescimento dos negócios,
gerando ganhos, tanto aos seus proprietários e colaboradores, como à sociedade
como um todo (BASSO, 2005, p.92).

Na mesma linha de pensamento afirma Sá (1980, p.20), “Auditoria é a técnica contábil


do sistemático exame dos registros, visando apresentar conclusões, críticas e opiniões sobre as
situações patrimoniais e aquelas dos resultados, quer formadas, quer em processo de
formação”.
Vieira e Neto (2000, p.47), contribuem, afirmando que:

A auditoria é realizada visando a verificar a fidedignidade das operações contábeis


realizadas por uma entidade. Para que o trabalho do auditor tenha credibilidade por
parte dos órgãos que requerem a auditoria, o mesmo precisa estar baseado nos
procedimentos de auditoria.

A técnica da auditoria consiste em um exame especializado dos procedimentos


praticados pelos gestores e colaboradores da organização, sendo contábeis ou operacionais.
Esses exames produzem relatórios analíticos e sintéticos, apontando eventuais irregularidades
e assim encaminhando sugestões de aperfeiçoamento dos controles internos quando
necessário.

2.3.2 Objeto e objetivo da auditoria

Para a auditoria, o objeto é obter informações verdadeiras através dos elementos de


controle do patrimônio da entidade por meio dos registros contábeis, papéis de trabalho,
documentos, arquivos que comprovem a veracidade dos registros e inclusive fatos não
registrados documentalmente, quanto ao objetivo, compreende emitir os relatórios das
atividades auditadas com informação de melhorias, opiniões e sugestões através destes
documentos.
Basso (2005, p.94), traz quanto ao objeto da auditoria:

[...] uma técnica contábil, é um dos meios de que se utiliza a contabilidade para
atingir seus fins, uma vez que o objeto de ambas é o patrimônio; à contabilidade
cabe a vigilância sobre o patrimônio e suas variações e à auditoria a fiscalização dos
procedimentos de registros e a certificação da confiabilidade das demonstrações e
informações contábeis por ela geradas.
33

E para Santos (2012, p.33), o objeto da auditoria “[...] é aumentar o grau de confiança
nas demonstrações contábeis por parte dos usuários”.
Assim, o objeto da auditoria é incorporar os procedimentos administrativos e
operacionais, e também atos praticados fora da entidade, mas que direta ou indiretamente
tenha ligação com esta no presente ou no futuro.
Já quanto ao objetivo da auditoria, pode-se concluir que ele consiste em auxiliar a
administração da empresa no desempenho da sua atividade. É por esse motivo, que a auditoria
proporciona análises, avaliações e recomendações sobre as atividades revisadas, e na visão de
Attie (2011, p.12),

O objetivo do exame normal de auditoria das demonstrações contábeis é empresar


uma opinião sobre a propriedade das mesmas, e assegurar que elas representem em
seu conjunto adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas
operações, as mutações do seu patrimônio líquido e os demais demonstrativos
correspondentes aos períodos em exame, de acordo com as práticas contábeis do
Brasil.

A partir disso, quanto aos objetivos, a auditoria é um processo realizado pelo


profissional Auditor, que certifica por meio das análises de documentos e procedimentos suas
conclusões quanto as demonstrações contábeis da empresa auditada e ao final recomenda
quanto a isso. A auditoria é uma importante ferramenta de verificação da realidade
patrimonial, da situação econômica e financeira e da adequada apresentação das informações
processadas pela Contabilidade.

2.3.3 Programas de auditoria

O Auditor antes de realizar seu trabalho, precisa desenvolver um programa de


auditoria, contendo nele os processos a serem seguidos, como os objetivos a serem buscados e
a previsão de horas de trabalho, deixando programadas as realizações das diversas tarefas. O
programa de auditoria é uma ação detalhada, pois é destinada a orientar adequadamente o
trabalho do Auditor.
Segundo Basso (2005, p.245), é importante que o Auditor leve em consideração três
aspectos ao definir os procedimentos de auditoria num programa de trabalho:

a) determinar o que se quer – ou seja, quais os objetivos específicos buscados ao


examinar o elemento em questão, tendo em vista os objetivos gerais do trabalho;
b) determinar os procedimentos de auditoria necessários para que os objetivos gerais
e específicos sejam atingidos; e
34

c) determinar os elementos mínimos de controle para o setor/objeto e sua


funcionalidade.

O programa de auditoria precisa conter uma base que vai orientar a realização do
trabalho, com a definição do objetivo, os procedimentos de auditoria, a fase em que serão
executados e os aspectos de controle interno. Com base nesses elementos será garantido um
bom planejamento, no qual serão incorporadas técnicas e logo a conclusão do exame de
auditoria.

2.3.4 Relatórios de auditoria

O relatório é o produto do trabalho realizado pelo Auditor, contendo os processos


realizados na auditoria e chegando ao final com sua respectiva opinião/parecer do objeto
auditado.
Nos ensinamentos de Vieira (2014), ressaltam-se os tipos de relatórios e pareceres da
auditoria, onde a autora salienta quanto à auditoria interna ou operacional, a qual é
comunicada a quem interessar por meio de relatórios, sendo estes:

[...]
a) Parecer de Auditoria – cabível em certas circunstâncias bem específicas
b) Relatório Analítico – Periódicos, de 3 em 3 meses (ou outros intervalos), pode ser
mensal, contendo o produto dos trabalhos realizados e as recomendações sugeridas.
c) Relatório sobre controle interno – representam cartas-comentário sobre os
controles internos da empresa, ressaltando suas deficiências e fazendo sugestões e
recomendações construtivas, para melhoria desses controles (VIEIRA, 2014, p.14).

2.3.5 Erros, fraudes e ajustes

Em correlação aos erros e fraudes, o Auditor precisa estar atento e ciente antes de
iniciar seus trabalhos, pois há possibilidade de encontrar erros e fraudes nos documentos e
registros a serem analisados. Então, precisa obter um amplo conhecimento quanto aos tipos de
erros e fraudes existentes, ramo da atividade que irá ser auditada e o funcionamento do
sistema informatizado.
Vasconcelos e Pereira (2003, p.64), contribuem com importantes informações sobre
fraude:

A descoberta de fraude depende da oportunidade, extensão e profundidade dos


exames efetuados pelo auditor em seu trabalho, então poderá ocorrer mesmo não
sendo este seu foco principal. As tarefas do auditor não visam particularmente
35

evidenciar fraudes, mas sim em estado de coisas num bojo muito maior e mais
complexo, fato que possibilita a detecção destes desvios comportamentais sem
contudo, tornar a fraude a razão de existir da auditoria contábil interna.

Os erros e fraudes encontrados não são objetivos principais da auditoria, pois a mesma
trabalha para prevenção contra esses. Para isso, é necessário implantar controles internos
eficientes e confiáveis, instruir de maneira correta os colaboradores envolvidos nos processos
para evitar divergências.

2.3.6 Divisão da auditoria

A Auditoria por ser prerrogativa do profissional Bacharel em Ciências Contábeis o


qual tenha seu registro profissional junto ao Conselho Regional de Contabilidade, na
categoria de Contador, é dividida quanto ao grau de independência e a forma de realização,
essa divisão é gerada pela condição contratual e o tipo de trabalho exercido pelo Auditor
responsável, em auditoria externa/independente e interna/operacional.
A auditoria interna, para Araujo (2008, p.29), “[...] é realizada por profissionais
empregados da própria entidade auditada, portanto, parcialmente independente, que, além das
informações contábeis e financeiras, se preocupa também com os aspectos operacionais.”.
Quanto à auditoria externa Araujo (2008), traz:

[...] é a auditoria realizada por profissionais externos à empresa auditada, ou seja,


que não são empregados da administração, normalmente sob a forma de firmas de
auditoria, com o objetivo precípuo de emitir uma opinião independente, com base
nas normas técnicas, sobre a adequação ou não das demonstrações contábeis
(ARAUJO, 2008, p.29).

Ambas são importantes para a entidade e nada impede se a empresa decidir manter os
dois tipos de auditoria, pois uma completa a outra em prol de informações verídicas e
necessárias para diretores e administradores, contribuindo para tomada de decisões e não
servindo apenas para questões de punidade, e sim uma prevenção futura.

2.3.7 Auditoria do imobilizado

Os controles internos e a auditoria interna/externa desempenham um papel importante


e fundamental nas empresas, identificando os riscos e falhas nos controles dos trabalhos, com
revisões nas operações, na execução das rotinas e com a avaliação da eficiência dos controles
internos dos sistemas. Quanto à auditoria, neste trabalho será abordado a do imobilizado, pois
36

é de suma importância para se ter um pleno controle de todos os bens imobilizados da


empresa, ter-se em mãos todos os dados referentes a ele, podendo finalmente assim a
auditoria identificar falhas e sugerir melhorias para agregar nos controles da empresa.
Para Attie (2011, p.474), o objetivo da auditoria do imobilizado é:

a) determinar sua existência física e a permanência em uso;


b) determinar se a pertence à empresa;
c) determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade;
d) determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado,
as despesas não contêm itens capitalizáveis;
e) determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente depreciados e
atualizados em bases aceitáveis;
e) determinar se os bens do imobilizado penhorado, dado em garantia ou com
restrição de uso; e
f) determinar se o imobilizado está corretamente classificado no balanço patrimonial
e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas.

2.3.7.1 Procedimentos de auditoria do imobilizado

Os procedimentos são formas na qual o Auditor poderá seguir em seu trabalho,


relevando que deve ser auditado todo o imobilizado, sem deixar nenhuma área de fora, assim
à amostragem será completa, cada bem deverá ser listado com todos os detalhes sendo eles a
data de aquisição, natureza, custo original e mais dados indispensáveis para o trabalho do
Auditor.
Para realizar uma auditoria no imobilizado, segundo o autor Attie (2011), devem ser
observados os seguintes procedimentos:

Exame físico: inspeção física dos bens do imobilizado; das obras em andamento.
Confirmação: dos cartórios para as escrituras; dos fornecedores quanto a bens
adquiridos a prazo; de advogados sobre processo em andamento;
Documentos originais: exame documental das compras realizadas, das vendas, das
atas e assembléias, dos contratos de empréstimos, dos certificados, de escrituras de
bens imóveis;
Calculo: da depreciação do exercício; soma das fichas individuais dos bens do
imobilizado,
Escrituração: exame da conta de razão do imobilizado; da conta correção de reparos
e manutenção, da contabilização no período de competência,
Investigação: exame minucioso de documentação de compras, de vendas, das
aprovações e autorizações, das escrituras de imóveis, das contas de manutenção e
reparos;
Inquérito: variação do saldo do imobilizado, inquérito sobre a existência de
obsoletos, inquérito sobre tendência de expansão ou remodelação;
Registros auxiliares: exame das fichas individuais dos bens do imobilizado, da razão
auxiliar do imobilizado, dos mapas de cálculo de depreciação, do razão analítico do
imobilizado;
Correlação: relacionamento da depreciação com o resultado, relacionamento das
contas de manutenção e reparos com o imobilizado,
37

Observação: classificação adequada das contas, observação aos princípios de bem de


contabilidade, da existência de bens do imobilizado fora de uso (ATTIE, 2011,
p.493).

2.4 SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

É composto por um controle interno no sistema da entidade, para evitar métodos e


procedimentos incorretos e assim executar as atividades de forma correta e alcançar os
objetivos da empresa. O sistema deve ser ágil e eficiente e assim a entidade planeja sua
execução e processa os controles adequadamente.

2.4.1 Objetivos e caracterização do sistema de controle interno

Os sistemas de controles internos bem desenvolvidos podem ser incluídos o controle


orçamentário, relatórios operacionais periódicos, análises estatísticas, auditoria interna e
abranger outras atividades como controle de qualidade, estudos, melhorias.
Vieira (2014, p.18), traz os objetivos do sistema de controles internos (SCI) nos
seguintes termos:

a) Comprovação da veracidade das informações contábeis, financeiras, econômicas e


operacionais geradas;
b) Prevenção à fraude e sua pronta identificação e correção;
c) Localização de erros e desperdícios;
d) Estímulo à eficiência do pessoal;
e) Salvaguarda dos Ativos.

Attie (2011, p.193), apresenta as seguintes contribuições para um eficiente sistema de


controle interno:

* plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções entre


execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização;
* sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que
proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas;
* observação das práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada
um dos departamentos da organização; e
* pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas
atribuições.

Os sistemas de controles internos são importantes na contribuição do monitoramento


das rotinas e das operações da entidade, para assim o melhor andamento dos processos,
facilitando o bom desempenho da organização e consequentemente evitando os apontamentos
da auditoria em seus relatórios.
38

2.4.2 Avaliação e normatização do sistema de controle interno

Nas Normas de Auditoria está previsto que o Auditor deve revisar o SCI da empresa a
fim de determinar o grau de confiança na sua eficácia e prevenir irregularidades para a
realização do seu trabalho, e com isso apontar falhas e sugerir melhorias no sistema.
Para Vieira e Neto (2000, p.60), “Muitas empresas de auditoria possuem profissionais
analistas de sistemas que acompanham o Auditor na execução de seus trabalhos, auxiliando-
os e verificando as possíveis falhas no sistema”.
Os princípios básicos do SCI, para Vieira (2014, p.18-19), são:

a) Determinação de responsabilidades;
b) Segregação de atividades. Ex.: operação/recebimento/contabilização
c) Controles da exatidão das operações - nas operações e na contabilização
d) Segregação de tarefas em mais de uma pessoa, evitando que uma operação se
inicie, desenvolva e se conclua numa única pessoa;
e) Treinamento do Pessoal;
f) Rotação de Funções entre funcionários;
g) Informações completas e por escrito;
h) Cartas de Fiança para manipuladores de valores e materiais de valor;
i) Não confiar em demasia nos controles contábeis;
j) Utilização de controles auxiliares;
k) Utilizar meios de controle mecânicos e eletrônicos;
l) Revisão e atualização permanente dos controles.

Os princípios do SCI não são iguais para todas as empresas, pois é de


responsabilidade dos gestores implantar e manter os controles conforme a estrutura e adequar
as atividades desenvolvidas pela empresa.
Quanto à avaliação dos controles, Bengamini Junior (2005, p.168-169), apresenta:

A avaliação dos controles internos contábeis é realizada por meio da verificação do


alinhamento ou integração que deve existir entre os seus componentes:
– ambiente de controle: estabelece o tom da organização, influenciando a percepção
de controle de seu pessoal;
– avaliação de risco: os riscos de origem interna e externa devem ser avaliados, tanto
no nível da empresa quanto de atividade;
– atividades de controle: as políticas e procedimentos devem assegurar que as
diretrizes da administração serão seguidas;
– informação e comunicação: as informações pertinentes devem ser identificadas,
coletadas e informadas na forma e nos prazos adequados, de forma a dar suporte aos
outros componentes de controle; e
– monitoração: os sistemas de controles internos devem ser monitorados por meio de
um processo que avalie a qualidade do desempenho do sistema ao longo do tempo.

Através de avaliações no sistema de controle interno, é possível identificar pequenas


falhas no mesmo, sendo dever do Auditor solicitar a reestruturação desse sistema, pois
dependendo da falha, o Auditor pode julgar-se impossibilitado de emitir opinião sobre o
39

objeto de exame, ou então, de fazer uma auditoria em profundidade. Assim a empresa não
tendo um sistema de controle interno de qualidade, acaba por prejudicar o trabalho do Auditor
e consequentemente a si mesma, pois, no parecer ou relatório irá constar essas falhas.

2.4.3 Erros e fraudes no sistema de controle interno

Os sistemas de controles internos devem ser eficientes e assim permitir detectar alguns
erros considerados atos intencionais ou também os atos não intencionais.
Depreende-se do que ensina Attie (2011, p.204):

a) de interpretação como, por exemplo a aplicação errônea dos princípios contábeis


geralmente aceitos na contabilização de transações;
b) de omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em vigor;
c) decorrentes da má aplicação de uma norma ou procedimento.

Em relação às fraudes ocorridas no sistema de controle interno, Attie (2011, p.204-


205), classifica em: “não encobertas, encobertas temporariamente e encobertas
permanentemente.”. Com base nessa classificação, as fraudes não encobertas ocorrem quando
o autor não considera necessário esconde-las por considerar o controle interno muito fraco
(exemplo: retirada de caixa sem fazer a contabilização), as encobertas temporariamente
ocorrem quando as fraudes não afetam os registros contábeis (exemplo: retirada de dinheiro
proveniente de cobrança omitindo o registro) e as encobertas permanentemente ocorrem
quando os autores alteram informações contidas em outros arquivos (retirada indevida do
dinheiro recebido pelo cliente falsificando a soma dos registros).
O Auditor no trabalho de auditoria precisa estar atento para não ser enrolado por
funcionários que estão lhe passando os procedimentos auditados, conforme (FAGUNDES et
al, 2003, p.58), ressalta que o Auditor “ [...] além do conhecimento técnico e ético, deve ser
perspicaz para não ser envolvido pela má-fé dos auditados.”. Ou seja, o sistema de controle
interno é necessário para o trabalho do Auditor e as informações contidas nele e oferecidas
pelos funcionários devem ser verídicas, a fim de detectar todos os erros e irregularidades, com
o objetivo de evitar sérios transtornos para a empresa e possibilidade de fraudes.
40

2.4.4 Controles internos

Os controles internos compreendem um plano no qual a entidade apresenta


procedimentos, métodos e rotinas para a execução dos objetivos, sendo a proteção do
patrimônio. Com esses controles a empresa gera dados contábeis confiáveis e verídicos no
qual ajuda a administração conduzir os negócios.
O controle interno e a auditoria interna são coisas distintas, pois, a auditoria interna
como já visto, é um trabalho realizado por um setor especializado para revisar e analisar os
controles internos. E os controles internos são os procedimentos de organização e práticas
administrativas, operacionais e contábeis adotadas pela empresa.

2.4.4.1 Objetivos dos controles internos

Os objetivos, para Attie (2011, p.195), são:

a salvaguarda dos interesses da empresa;


a precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e
operacionais;
o estímulo a eficiência operacional; e
a aderência as políticas existentes.

Para a empresa não adianta implantar um ótimo sistema de controle interno, sem que
alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado
pelo sistema. Os objetivos principais dos controles internos são de fornecer à Contabilidade
dados corretos e conferir a exatidão da escrituração, bem como evitar desperdícios, erros e, se
ocorridos, identificá-los.

2.4.4.2 Importância dos controles internos

Muitas empresas, criam métodos de controles de acordo com suas necessidades, uma
vez que a utilização de um sistema de controle auxilia na eficiência e eficácia dos controles
executados.
Crepaldi (2002, p.213-214), traz exemplos de dois controles, primeiramente os
controles contábeis, logo em seguida os controles administrativos:

 sistemas de conferência, aprovação e autorização;


41

 segregação de funções (pessoas que tem acesso aos registros contábeis não
podem custodiar ativos da empresa);
 controles físicos sobre ativos;
 auditoria interna.
[...] controles administrativos:
 análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos;
 controle de qualidade;
 treinamento de pessoal;
 estudos de tempos e movimentos;
 análise das variações entre os valores orçados e os incorridos;
 controle dos compromissos assumidos, mas ainda não realizados
economicamente.

O Auditor emite opiniões quanto ás demonstrações financeiras auditadas e avalia os


controles relacionados nestas demonstrações, onde são os controles contábeis, sendo a
proteção do patrimônio da empresa com a integridade dos registros, e os controles
administrativos quanto à eficiência das operações condizentes com a política da empresa.
Para evitar alguns erros, Attie (2011, p.192), afirma:

A função da contabilidade como instrumento de controle administrativo é hoje


unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja apoiado em
eficiente controle interno é, até certo ponto inútil, uma vez que não é possível
confiar nas informações contidas nos seus relatórios.

Ao avaliar os controles internos de uma empresa, o Auditor deve ter em mente seus
objetivos, utilizando-se de seus conhecimentos e experiências mais eficientes em relação aos
controles internos implantados pela empresa auditada, assim o Auditor terá mais segurança
em relação aos exames que está procedendo. Essa eficiência é fator de economia de tempo a
ser utilizado pelo Auditor no seu trabalho e, diante disso, acaba tornando o custo da auditoria
mais baixo.

2.4.4.3 Controles internos do imobilizado

A Contabilidade tem um papel importante e contribui para o controle do patrimônio da


organização, os registros dos bens devem ser realizados corretamente, bem como um controle
periódico desses, contemplando desde o controle físico até o contábil relacionados com os
bens do ativo imobilizado. Um controle patrimonial na organização tem como finalidade
controlar os bens registrados no patrimônio da entidade, a fim de evitar apropriações
indevidas e riscos, assim, não prejudicando o desempenho das atividades, prevenindo quebras,
roubos, perdas e a inexistência do bem.
42

O ativo imobilizado deve ter uma forma de controle físico e legal, visando o
planejamento e a organização para a elaboração dos procedimentos de controle do ativo
imobilizado da entidade, tendo em vista definições claras e verídicas com a identificação dos
bens, assim auxiliando na movimentação e localização do bem, mantendo o controle do
patrimônio da entidade.

2.4.4.3.1 Tipos de controles no ativo imobilizado

Quanto aos controles do ativo imobilizado, cada empresa deve se adaptar conforme as
necessidades de sua gestão, as normas e os controles internos. Para o controle do imobilizado
não basta só o registro contábil, e sim é necessária a criação de alguns controles extra
contábil, sendo estes registros individuais do bem imobilizado, podendo ser feitos
manualmente ou por sistemas computadorizados de controle patrimonial, isto depende do
volume de bens patrimoniais da empresa e de recursos que a mesma possui.
O autor Attie (2011, p.492), encontra exemplos de revisão dos controles do
imobilizado:

* contagens físicas periódicas;


* balanceamento periódico entre as fichas individuais do imobilizado com os
registros contábeis;
* sistema de autorização para aquisições e vendas de bens do imobilizado;
* sistema de comunicação para os casos de transferência, obsolescência ou baixa de
bens do imobilizados;
* limites definidos de capitalização quanto a valores e tempo de vida útil; e
* segregação de funções entre o setor de compras e a recepção dos bens do
imobilizado;

O inventário tem como objetivo verificar a existências de todos os bens da empresa,


este é um procedimento de controle patrimonial o qual deve ser periódico. É no inventário que
consta quando um bem não é localizado, perante isto deve o responsável pelo patrimônio
buscar informações de possíveis movimentações que não percorreram os caminhos corretos,
ou talvez até roubo ou extravio do bem.
Uma forma de controle dos bens é a identificação dos bens através da fixação de
plaquetas com código de barras nos mesmos, ocorrendo a identificação do devido bem com
um código, o qual é registrado no sistema podendo assim ser facilmente identificado pelo
leitor de código de barras, facilitando assim sua localização na empresa e mantendo o controle
correto e eficaz do patrimônio.
43

A figura abaixo mostra alguns modelos de plaquetas utilizadas nas empresas para o
controle e registro dos bens patrimoniais.

Figura 1 – Modelo de plaquetas de patrimônio

Fonte - http://www.afixgraf.com.br/produtos/etiquetas-patrimoniais/.

É importante a comunicação entre os funcionários, pois o responsável pelo patrimônio


deve ficar informado sobre qualquer movimentação ou danos sofridos pelos bens, e quando o
bem identificado precisar de manutenção, o responsável do setor onde o bem está alocado
deve comunicar sobre sua retirada para conserto.
O controle patrimonial para a empresa deve ser visto como algo importante, pois
diante do aspecto econômico, deve-se minimizar os danos e desperdícios de recursos. Assim,
a empresa deve manter os controles desde a entrada do bem até sua baixa ou venda.
3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Este capítulo tem o objetivo de relatar a metodologia do estudo, o que consiste em


classificar o tipo de pesquisa realizada, descrever o plano de coleta dos dados, o plano de
análise e a interpretação dos dados, sendo especificado cada um desses itens considerados
importantes nesta etapa do estudo.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO

Para a realização do estudo, foram adotados alguns critérios, como variáveis e tipos de
classificação que necessitam ser esclarecidos e definidos quanto à aplicação objetiva na
realização da pesquisa e do estudo de caso no trabalho de conclusão de curso, objetos de
delineamento que segue na sequência dos estudos.
Para Gil (1999, apud MENEZES; SILVA, 2005, p.42), a pesquisa tem um caráter
pragmático, sendo um “[...] processo formal e sistemático de desenvolvimento do método
científico. Considerada objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Desse modo, a pesquisa pode
ser classificada de acordo com a sua natureza e seus objetivos, também relatando a forma de
abordagem do problema e os procedimentos técnicos para serem usados nesse estudo.

3.1.1 Quanto à natureza

Quanto à natureza, a pesquisa pode ser: básica e aplicada; sendo que a básica tem o
objetivo de gerar novos conhecimentos, porém sem aplicar na prática e a aplicada gera
conhecimentos para aplicar na prática e solucionar os problemas. Vergara (1997, p.45),
explica:

A pesquisa aplicada fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver


problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao
contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do
pesquisador e situada, sobretudo, no nível da especulação.

Assim, o estudo classifica-se sendo aplicada, devido à metodologia empregada que


consiste em realizar análises dos procedimentos de controles internos do ativo imobilizado,
gerando conhecimentos que através das revisões bibliográficas e do embasamento da
proponente, é de suma importância para aplicação no estudo, em busca de soluções para os
problemas encontrados.
45

3.1.2 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos classificam-se em: pesquisa descritiva, pesquisa explicativa e


pesquisa exploratória. Segundo Vergara quanto a pesquisa descritiva:

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de


determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação (VERGARA, 1997, p.45).

A pesquisa explicativa, na visão de Gil (2010, p.28), “[...] tem como propósito
identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas
pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois tem como finalidade
explicar a razão, o porquê das coisas”.
E Beuren et al (2004, p.80), conceituam a pesquisa exploratória:

A caracterização do estudo como pesquisa exploratória normalmente ocorre quando


há pouco conhecimento sobre a temática a ser elaborada. Por meio de estudo
exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a
torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a condução da pesquisa.

Sendo assim, a pesquisa descritiva é dada através da apresentação das características


da pesquisa, ou seja, da análise que envolve levantamento e coleta de dados, questionários e
observações sistemáticas. Já a pesquisa explicativa, detalha a informação do fato, ou seja,
explica a razão, o porquê. Na exploratória a pesquisa é uma descoberta, sendo assim visível e
gera alternativa, uma vez que a mesma envolve levantamentos bibliográficos, entrevistas e
análise de exemplos.
Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como descritiva, pois foi através da
coleta de dados, questionários, observações e levantamentos, que identificou-se a realidade
dos controles internos aplicados no ativo imobilizado da Entidade, servindo para apresentar
contribuições e soluções caso necessário.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

A forma de abordagem do problema classifica-se em qualitativa ou quantitativa,


segundo os pesquisadores da área.
46

No conceito de Menezes e Silva (2005, p.20), a pesquisa qualitativa, “[...] considera


que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.”
Sendo assim, não utiliza-se os procedimentos estatísticos, procura-se nesse tipo de pesquisa
analisar os dados descritivos.
Quanto à pesquisa quantitativa, Beuren et al (2004, p.56), afirma “[...] tanto na coleta
como no tratamento dos dados estatísticos, como percentagem, média, mediana, moda,
desvio-padrão, as mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.”.
Para o presente estudo, utilizou-se primordialmente a pesquisa qualitativa, pois,
analisou-se os controles internos do imobilizado da Entidade e secundariamente trabalhou-se
dados quantitativos, como por exemplo, os bens em quantidade, os valores e tudo o que
pudesse servir de dados para as análises dos controles.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos, pode-se citar a pesquisa bibliográfica, a


pesquisa documental, a pesquisa ação, o levantamento e o estudo de caso.
Para Lakatos; Marconi (2005), a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, tem
como base materiais já publicados, ou seja, constituído por materiais impressos, como
revistas, livros, jornais, artigos entre outros.
Segundo Vergara (1997, p.46), a pesquisa documental, “[...] é a realizada em
documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou
com pessoas sendo: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos,
balancetes, [...]”.
Em relação à pesquisa ação, Vieira (2014), afirma que é realizada em estreita
associação com uma ação ou resolução do problema coletivo. Os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo.
O levantamento ocorre quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer Vieira (2014).
Conforme Beuren (2004, p.84), “A pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se
principalmente pelo estudo concentrado de um único caso [...]”. Nesse sentido o referente
estudo utilizou-se de três procedimentos técnicos: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa
47

documental e o estudo de caso. A partir dessa base, Basso (2005, p.162), destaca que o
Sistema de Controle Interno, conforme as Normas de Auditoria,

[...] compreende o plano de organização da entidade e o conjunto integrado de


métodos e procedimentos por ela adotados na proteção do seu patrimônio, na
promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações
contábeis, e da sua eficácia operacional.

Portanto, o estudo de caso foi realizado por meio de pesquisas em artigos, livros,
materiais disponíveis na internet, documentos disponibilizados pela Entidade, registros dos
bens patrimoniais e lançamentos contábeis, tratando-se de um único estudo, ou seja, apenas
uma realidade concreta, sendo um estudo em um determinado caso específico, para avaliar e
tirar conclusões.

3.2 COLETA DE DADOS

Nesta etapa, definiu-se a forma da coleta de dados, que realizou-se por meio da
observação de todo o processo de controles internos, registros, avaliações, movimentação e
baixas de bens. Utilizou-se de questionários, entrevistas padronizadas, sendo feitas perguntas
respondidas por pessoas envolvidas no processo e verificação de documentos disponibilizados
pela entidade.
Para Beuren et al (2004, p.128), “[...] os instrumentos de pesquisa são entendidos
como preceitos ou processos que o cientista deve utilizar para direcionar, de forma lógica e
sistemática, o processo de coleta, análise e interpretação dos dados”. Sendo assim, esta fase
foi importante no momento da compilação dos dados e da descrição do processo.

3.2.1 Instrumentos de coleta dos dados

Em relação aos instrumentos de coleta de dados nos ensina Vieira (2014), que são
tradicionais, e possuem como ferramentas básicas a observação, os questionários, as
entrevistas, os checklists e a pesquisa documental. Quando é utilizada a observação, Vieira
(2014), continua nos ensinando, estão sendo estudados aspectos da realidade, por isso a
observação pode ser dimensionada:
a) observação assistemática: não tem planejamento e controle previamente elaborados;
b) observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para
responder aos propósitos preestabelecidos;
48

c) observação não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas não participa;


d) observação individual: realizada por um pesquisador;
e) observação em equipe: feita por um grupo de pessoas;
f) observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem;
g) observação em laboratório: onde tudo é controlado.
A utilização do questionário é uma forma de coletar os dados, por meio de perguntas
sendo respondidas por escrito pelo informante. As perguntas do questionário são classificadas
em abertas e fechadas. As abertas são livremente respondidas e podem ser utilizadas da
seguinte expressão: “Dê a sua opinião”, já as fechadas usam respostas prontas como: sim ou
não, ou de múltiplas escolhas, com uma série de respostas (VIEIRA, 2014).
A entrevista é também um instrumento eficiente, pois, segundo Beuren et al (2004,
p.131), “[...] é a técnica de obtenção de informações em que o investigador apresenta-se
pessoalmente à população selecionada e formula perguntas com o objetivo de obter dados
necessários para responder à questão estudada”.
Ainda segundo Beuren et al (2004), a entrevista pode ser estruturada, por meio de
roteiro previamente estabelecido, semi estruturada, que permite interação e conhecimento da
realidade dos informantes, ou não-estruturada, onde não existe rigidez de roteiro e pode
explorar mais amplamente algumas questões.
O checklist é a coleta de dados com o objetivo de verificação da pesquisa, e dispõe de
elementos para aplicação da proposta.
A documentação é um instrumento importante como fonte de coleta de dados, pois
através da mesma se conseguem informações necessárias para o estudo.
No presente estudo, utilizou-se como instrumento a observação sistemática e a
pesquisa documental, pois observou-se os procedimentos de controles do ativo imobilizado da
Entidade e realizou-se entrevistas estruturadas, com perguntas para o responsável do setor
patrimonial e para um funcionário do setor contábil.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados, foi realizada após a coleta do material obtido
durante o processo de observação, das entrevistas, informações contidas nos documentos e
outros dados disponibilizados pela Entidade. Com os dados obtidos, analisou-se a fim de
obter-se respostas para solucionar o problema levantado no estudo.
49

No presente estudo, a análise e interpretação dos dados foi efetuada em um


levantamento dos bens móveis de alguns setores da Entidade sorteados aleatoriamente, por
meio disso verificou-se a existência das plaquetas nos bens, o registro no sistema patrimonial,
e a conferência da aquisição de alguns bens, logo em seguida relatados nos papéis de trabalho.
Através dos procedimentos de auditoria com base nas análises documental e vistorias, obteve-
se resultados do procedimento de controles internos do Ativo Imobilizado da Entidade e
posteriormente fez-se as recomendações técnicas.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Fundamentado na parte teórica, nessa etapa do trabalho de conclusão de curso,


aplicam-se os instrumentos que a técnica contábil da auditoria e a ferramenta dos controles
internos permitem, o qual auxiliara na análise da situação dos controles do ativo imobilizado
da Entidade escolhida para fazer a parte aplicada e a partir do atendimento dos objetivos geral
e específicos propostos na fase de projeto do presente estudo.
Neste capítulo consiste a apresentação das análises da amostra, ou seja, a seleção dos
bens móveis que integram o conjunto do Imobilizado do grupo contábil do Ativo Não
Circulante da Entidade objeto de estudo, avaliando e identificando os controles internos dos
setores, fazendo o levantamento dos bens e apresentando metodologias de avaliação, e
também a aplicação dos papéis de trabalho e a elaboração de relatório que apresenta as
conclusões e recomendações que podem servir à organização para futuras tomadas de decisões.

4.1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Entidade Sem Fins Lucrativos possui vários setores que integram sua estrutura
patrimonial, administrativa e de serviços, com filiais em alguns municípios da região noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul, conforme especificado no capítulo I do presente trabalho.
Para as atividades práticas do presente estudo foi determinada, em função da facilidade de
acesso, a Sede e Filial que opera no município de Ijuí/RS. Dentre os setores que integram a
Unidade escolhida, foram selecionados, mediante sorteio, seis setores para estudo dos
controles internos.
A Entidade possui no total 101 setores, dentre eles alguns que serão envolvidos no
estudo, tais como: o setor patrimonial, qual é chamado de Setor de Infraestrutura e Projeto, o
setor Contábil, o setor de Suprimentos e mais alguns setores que estarão contribuindo nas
análises e informações para a realização do presente estudo.

4.1.1 Diagnóstico sobre os controles internos dos bens do ativo imobilizado

A partir das informações obtidas por meio documental e entrevistas elaborou-se


fluxograma do processo do imobilizado e com base nisto foi apontadas sugestões como a
criação de um modelo de controle interno e alterações no processo que a entidade utiliza.
51

Figura 2- Fluxograma do processo do imobilizado

Início
Departamento Comprador

Efetua a compra e recebe Análise da nota fiscal


o produto

NÃO O produto é da
filial?

SIM
Departamento Suprimentos

Lança no sistema do Coloca a plaqueta no


Estoque bem

Encaminha cópia da
nota fiscal
Departamento Infraestrutura

É comunicado Confere o produto com a Lança no sistema


referente a compra do nota fiscal, coloca a Patrimonial
plaqueta no bem
e Projeto

bem

Encaminha cópia da
nota fiscal
Departamento

Importação dos Cálculo e Conciliação,


Contábil

Estoques contabilização da contabilidade x Fim


depreciação sistema patrimonial

Fonte - Dados conforme levantamento das informações na empresa em estudo.

Através de visitas na Entidade, entrevistas com os envolvidos no controle dos bens do


ativo imobilizado percebeu-se um déficit neste primeiro contato em relação ao conhecimento
dos controles internos e da realização do mesmo, a esse conhecimento deve-se ao tema em
estudo, desde a aquisição do bem até sua baixa. Com base no questionário (Anexo 1), sendo
52

este respondido por dois funcionários: um responsável pelo controle (solicitação de compra,
colocação de plaqueta e controle físico de bens patrimoniais) e outro pelo controle contábil.
Nos dados da pesquisa realizada no setor Contábil da Entidade, constatou-se que o
controle dos bens do ativo imobilizado era processado pelo setor Contábil, onde um
colaborador fazia todas as tarefas, recebia as notas fiscais, lançava-as no sistema, colocava a
plaqueta nos bens, calculava a depreciação, efetuava baixas quando recebia documentos de
solicitação, enfim executava a função conforme o que estava no seu alcance.
Porém a Entidade é grande em termos de quantidade dos itens que compõem seu ativo
imobilizado, sobrecarregando assim o funcionário, acabando por deixar de lado o controle
inventarial físico, e assim deixando de relacionar alguns bens que não recebiam a plaqueta na
hora de sua incorporação.
Por isso, a Entidade resolveu passar para outro setor o a tarefa de controle patrimonial,
ou seja, para o Setor de Infraestrutura e Projeto, designando uma pessoa com atribuição
específica para o controle dos bens imobilizados, para realizar todo o controle do Imobilizado
pelo sistema patrimonial, lançamento de notas fiscais dos bens adquiridos, colocação de
plaqueta, e realização dos controles.
Porém percebeu-se que ainda existe sobrecarga de tarefas e existe falta de
conhecimento técnico do encarregado, pois, há situações de retrabalho, ou seja, o Setor
Contábil precisa lançar e/ou ajustar a nota fiscal, devido equívocos de lançamento em conta
de classificação inadequada para o bem adquirido, observa-se que não existe ainda na
Entidade uma adequada e correta política de controle dos bens do Ativo Imobilizado.
Quanto ao processo de entrada dos bens no sistema patrimonial, existem algumas
considerações, pois ocorre a compra de um item do Imobilizado e na entidade tem duas
possibilidades de ocorrer o registro no sistema, sendo:
 pelo estoque: o setor de Suprimentos da Entidade é responsável pela identificação do
elemento a sua classificação, e efetua o lançamento das notas fiscais, pois geralmente os bens
já possuem um cadastro no sistema de estoque, que permite alocar sua classificação na
Contabilidade. Após o lançamento da nota fiscal de compra do Imobilizado é comunicado o
setor responsável pela realização do tombamento do bem. Quando a entrada do bem ocorrer
na filial da Entidade, o comunicado ocorre para o próprio setor de Suprimentos e quando a
entrada do bem for destinada para a Sede da Entidade, o comunicado é feito para o Setor de
Infraestrutura e Projetos.
 pelo financeiro: existem as notas fiscais que são lançadas fora do sistema de estoque, isso
ocorre quando são em menor volume de lançamento, por exemplo: compra de uma cadeira, a
53

qual não ficará em estoque. Quando isso ocorre, as notas fiscais são lançadas pelo setor
Financeiro. Ao surgirem dúvidas em relação a classificação, o próprio setor questiona o setor
da Contabilidade em que conta contábil o bem adquirido deve ser incorporado contabilmente.
Sendo as notas fiscais lançadas pelo setor Financeiro, o controle e processamento dos bens
são de responsabilidade do controle patrimonial do setor de Infraestrutura e Projetos e não do
setor contábil.
Percebe-se não existir um controle específico para o registro e tombamento dos bens,
sendo o setor Contábil que identifica essa falha do processo no momento da conciliação das
entradas de bens do Imobilizado pela entrada das notas fiscais na Contabilidade e pela falta de
lançamento no sistema patrimonial, sendo de responsabilidade do Setor de Infraestrutura e
Projetos. No momento, não há nenhum manual interno com regras, atribuições e
responsabilidades sobre os bens do ativo imobilizado.
O processo de saída de um bem patrimonial, ou seja, a transferência para outro setor,
conserto e/ou baixa, existem em alguns setores nos quais se têm o costume – processo
adotado internamente - de fazer o acompanhamento dos bens que transitam pelo seu setor
(exemplo: transferência de um bem para outro setor ou baixa de um equipamento), passando
essa demanda para o setor de Infraestrutura e Projetos ou para o setor de Contabilidade
quando for o caso, através de um documento de solicitação, porém confirmam-se poucos
setores que adotam esse processo.
Com relação às plaquetas de identificação patrimonial, os bens imobilizados são
tombados e alocados aos respectivos setores com a devida plaqueta de identificação no
momento do lançamento de entrada das notas fiscais pelo estoque, em alguns casos quando o
lançamento da nota de compra ocorrer pelo Setor Financeiro, é de responsabilidade do
controle patrimonial o setor de Infraestrutura e Projetos.
A baixa dos bens ocorre conforme a situação física e/ou técnica do uso de alguns bens,
e sucede-se da seguinte forma: setor demandante emite um documento de baixa, justificando
esse processo para o setor de Infraestrutura e Projetos ou ainda diretamente para o Setor
Contábil, este documento deve conter assinatura do responsável do setor (geralmente é o
Coordenador) para dar validade ao documento. No momento da baixa do bem as plaquetas
são removidas e encaminhadas juntamente com o documento da baixa do bem, para o Setor
Contábil.
Quanto ao levantamento inventarial, a Entidade não realizou nenhum inventário de
bens efetivamente, tendo como justificativa alguns problemas identificados no Sistema
Patrimonial.
54

Na filial tem o setor de Marcenaria para fabricação de móveis para uso próprio, mas a
entidade fabrica poucos bens neste momento, e quando ocorre a fabricação de algum móvel,
não existe um processo específico para a apuração do valor de custo de fabricação. Para este
processo de apuração, a marcenaria possui uma conta almoxarifado no sistema onde são
lançadas todas as notas de entrada de mercadorias, por exemplo: quando é fabricado um
armário para um setor, é relacionado em uma listagem todo o material que foi usado para sua
confecção, a fim de processar a saída da mercadoria do estoque, formando assim o valor de
custo daquele bem para o referido setor. O setor Contábil apura o valor do custo do bem pelos
valores registrados na conta de Material para Fabricação de Móveis, através das notas
lançadas pelo sistema de estoque.
Demais informações levantadas através da aplicação do questionário evidenciam a
existência de problemas ou falhas na organização, no que tange o processo envolvendo todo o
Imobilizado, desde a sua entrada, o controle do bem (inventário) e o próprio atendimento às
Normas Internacionais de Contabilização do grupo do Ativo Imobilizado (CPC 27).
Há conhecimento que existem bens, que por razões ainda desconhecidas, no momento
da entrada no sistema patrimonial, não chegam até o setor responsável pelo lançamento da
entrada do bem no sistema, e há falta de cultura ou criação de um processo gerencial para
manutenção dos bens adquiridos ou existentes na empresa, seja para o acompanhamento de
toda a trajetória do bem, ou para o atendimento a alguma norma ou ainda simplesmente para
fins de controle gerencial, processos estes que são essenciais para a empresa.
Levanta-se essa preocupação em virtude de que a Entidade possui um valor
significativo em seu Ativo Imobilizado, e essa falta de controle compromete o
reconhecimento deste valor real que complementa seu patrimônio, assim isso pode distorcer
qualquer análise gerencial que queira fazer em cima de valores que podem não condizer a real
situação em seus demonstrativos e balancetes referentes ao Ativo Imobilizado.
Constatou-se em pesquisa que no controle patrimonial do setor de Infraestrutura e
Projetos, os bens imobilizados são identificados através da nota de compra, procurando-se
identificar o setor que o bem será instalado ou alocado, após é feita a identificação com uma
plaqueta contendo o número de patrimônio, após a realização desse procedimento, é feito no
próprio setor o lançamento da nota fiscal no sistema patrimonial.
55

4.1.2 Auditoria dos bens móveis do ativo imobilizado da organização

Primeiramente elaborou-se um checklist de todos os bens móveis encontrados nos


setores selecionados, sendo observado e anotado o número da plaqueta do bem, a sua
descrição e posteriormente relacionou-se as informações do sistema patrimonial e analisou-se
as informações conferindo com o sistema ou as divergências.
O item 2.3.7 do referencial teórico deste trabalho trata da auditoria do imobilizado,
tanto interna como externa, a qual desempenha um papel importante nas empresas, visando a
identificação dos riscos e falhas nos controles internos. O objetivo do estudo é verificar se há
falhas no processamento relacionado aos bens móveis e contribuir com a Entidade utilizando
um método de controle mais eficaz nos controles do imobilizado.

4.1.2.1 Análise dos bens móveis auditados

Na análise dos bens móveis auditados utilizou-se os papéis de trabalho de auditoria,


pois é um documento que o auditor evidencia informações e apontamentos obtidos através de
exames de documentos, levantamentos físicos, registros nos sistemas patrimonial e contábil.
Logo, apresenta-se os papéis de trabalho elaborados conforme os levantamentos dos bens e da
aplicação dos procedimentos e técnicas de auditoria nos seis setores selecionados
aleatoriamente na Entidade em estudo.
Nos papéis de trabalho estão evidenciadas as principais constatações e as
recomendações para solucionar irregularidades eventualmente constatadas nas averiguações
dos processos. A auditoria ocorreu em seis setores da Entidade, que foram identificados como
X1 a X9, no período de 01/07/2014 à 31/07/2014. Foi analisado quanto aos aspectos físicos
dos bens localizados no setor, a existência no sistema patrimonial e quanto a plaqueta de
identificação, utilizando abreviaturas para facilitar o entendimento no papel de trabalho,
assim, para os bens que estão indicados com a expressão “OK”, significa que este bem está
com todos os elementos de itens analisados corretos, sem precisar haver ajustamentos e se
constar a expressão “NÃO OK”, significa então, que contém algum problema, como a falta de
plaqueta, o bem não foi localizado, e para esses casos serão dadas recomendações para o
melhoramento do processo.
As informações obtidas nas análises comparam a verificação dos bens registrados no
sistema patrimonial, com os bens levantados fisicamente na data de realização da auditoria,
por meio de conferência das plaquetas fixadas nos bens. Quanto aos bens localizados e não
56

registrados no relatório patrimonial, constata-se que isto ocorre talvez pelo motivo de
transferência ou erro de digitação do tombamento.
No papel de trabalho número 1 conforme apresentado no quadro 2, está demonstrado
os bens que compõem o Setor X1, informações referentes a sua localização e seu registro no
sistema patrimonial, ou seja, podendo ocorrer dos bens constarem na relação do levantamento
de bens, mas não estar no sistema de registro e controle.
Verificou-se 68 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do sistema
patrimonial: quanto a esses bens 51 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema; e 17 bens
NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens: 26 bens estão OK, foram localizados no setor,
porém destes são 17 bens que não constam no relatório patrimonial registrado nesse setor; 25
bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados
fisicamente no setor, e 8 bens localizados fisicamente, mas os mesmos não constataram as
plaquetas de identificação patrimonial fixada.

Quadro 2 - Setor X1
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: ENTIDADE X
SETOR: X1
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS 1
CONSTATAÇÕES:

Tomba- Descrição dos bens conforme registro no sistema Bens Bens registrados
mento localizados no sistema
000910 Mesa de madeira pequena com 2 divisão OK OK
000880 Banho maria mod. 105 dc Dellta OK OK
000900 Climatizador Midea OK OK
000879 Armário com 2 portas de vidro OK OK
005920 Cadeira de espera Cavalleti 4 lugares OK OK
000877 Mesa de madeira pequena OK OK
000903 Monitor Dell 17" OK OK
000887 Balcão pia 2 portas OK OK
000888 Balcão / tanque 2 portas OK OK
000899 Monitor Dell 17" OK OK
000884 Escada 3 degraus OK OK
000882 Armário 2 portas / 2 gavetas OK OK
000883 Armário 2 portas de vidro OK OK
006626 Nobreak NHS OK OK
000895 Ar condicionado YORK OK OK
005918 Cadeira de espera Cavalleti 4 lugares OK OK
005919 Cadeira de espera Cavalleti 4 lugares OK OK
005921 Cadeira de espera Cavalleti 4 lugares OK OK
005895 Televisor 20" OK OK
006621 Telefone Siemens OK OK
007489 Armário 2 portas / 4 gavetas OK OK
57

007488 Armário 3 portas OK OK


005266 Cadeira de espera Cavalleti 4 lugares OK OK
000999 Refrigerador 240 L NÃO OK OK
000886 Banho Maria NÃO OK OK
005024 Aparelho bebedouro Purific NÃO OK OK
000898 Impressora matricial série: cdvm206696 NÃO OK OK
000905 Monitor LCD 17" NÃO OK OK
000907 Nobreak potência 1500 VA OK OK
000908 Conversor de fibra óptica NÃO OK OK
000906 Impressora matricial série: etuy342204 NÃO OK OK
000876 Poltrona fixa em curvim com braços NÃO OK OK
000878 Poltrona fixa em curvim com braços NÃO OK OK
000881 Poltrona fixa em curvim com braços NÃO OK OK
000885 Mesa para exame, metálica NÃO OK OK
000890 Longarina em curvim 3 lugares NÃO OK OK
000891 Longarina em curvim 3 lugares NÃO OK OK
000892 Longarina em curvim 3 lugares NÃO OK OK
000893 Bebedouro com Refil NÃO OK OK
000894 Longarina em curvim 2 lugares NÃO OK OK
000896 Balcão de madeira 2 portas 4 gavetas NÃO OK OK
000897 Aparelho de fax OK OK
000901 Cadeira giratória em curvim NÃO OK OK
000902 Cadeira giratória em curvim NÃO OK OK
000909 Televisor 20" NÃO OK OK
501465 Nano M5 NÃO OK OK
007487 Balcão atendimento, melamínico, 2 divisórias NÃO OK OK
007490 Trocador de bebê OK OK
005265 Cadeira Cavaletti modelo 3004, com apoio de braço NÃO OK OK
005900 Midea MSEI, Quente e frio, 220 Watts NÃO OK OK
005917 Cadeira Cavaletti, modelo 6005, com apoio de braço NÃO OK OK
Abaixo os bens que não constam no relatório patrimonial
- Mesa de madeira para o cafezinho clientes OK NÃO OK
- Balcão 4 gavetas 3 portas 4 gavetas OK NÃO OK
- Cafeteira vision OK NÃO OK
- Escada 7 degraus OK NÃO OK
- Secador de cabelo fama pequeno OK NÃO OK
- Armário resíduo infectantes OK NÃO OK
- Impressora hl 5350 DN OK NÃO OK
- Climatizador Midea OK NÃO OK
007480 Cama de bebê OK NÃO OK
007269 CPU processador Dell Vostro OK NÃO OK
007087 Impressora etiqueta GC420t OK NÃO OK
002385 Centrífuga sorológica Celm Combate OK NÃO OK
004885 Bebedouro com filtro Purific OK NÃO OK
006119 Poltrona para coletar sangue OK NÃO OK
002559 Cadeira giratória cor verde OK NÃO OK
002404 Geladeira super OK NÃO OK
002538 Cadeira giratória Cavaletti OK NÃO OK

Verificou-se 68 bens imobilizados nesse setor conforme relatório do sistema patrimonial.


- Quanto a esses bens, 51 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema;
- E 17 bens NÃO estão OK, sendo que estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação à conferência dos bens:
- 26 bens estão OK, foram localizados no setor, porém destes são 17 bens que não constam no relatório
58

patrimonial registrado nesse setor;


- 25 bens NÃO OK, sendo que estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados fisicamente no
setor;
- 8 bens localizados fisicamente, mas os mesmos não constataram as plaquetas de identificação patrimonial
fixada.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se localizar os 25 bens não encontrados fisicamente neste setor no dia da conferência, mas que
estão registrados no sistema patrimonial, deverá ocorrer a transferência via sistema destes bens na qual o bem
está registrado. Caso não for localizado alguém deverá se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.
Quanto aos 17 bens localizados fisicamente no setor auditado, verificar os registros no sistema patrimonial
quanto ao setor cadastrado e se estiver em outro fazer a correção para o setor atual onde o bem se encontra
fisicamente.
E em relação ao 8 bens localizados mas sem plaquetas, solicitar ao setor patrimonial a colocação da plaqueta e
ver se os bens estão registrados no sistema patrimonial, se não ainda providenciar o registro no sistema para
assim manter o controle dos bens desde sua aquisição.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

O quadro 3 apresentado a seguir, compreende o papel de trabalho número 2,


fracionado em 2.1, 2.2 e 2.3, constando as informações obtidas na auditoria realizada no Setor
X2.
As informações dos bens imobilizados no setor X2 constatou-se 33 bens imobilizados
nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial: quanto a esses bens 27 estão OK, ou
seja, estão registrados no sistema; e 6 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados
no sistema patrimonial.
Quanto ao levantamento físico dos bens: 9 bens estão OK, foram localizados no setor,
e 6 bens localizados mas não constam no relatório patrimonial registrado nesse setor, e 18
bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados
fisicamente no setor.

Quadro 3 – Setor X2
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X2 2
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS
CONSTATAÇÕES:

Tomba- Descrição dos bens conforme registro no sistema Bens Bens registrados
mento localizados no sistema
002997 Nobreak potência 1500VA NÃO OK OK
002998 Monitor LCD 17" nº série: 994-058l NÃO OK OK
002996 Ultrassom nº série: US70733099 NÃO OK OK
003004 Gravador de DVD OK OK
59

003007 Vídeo Graphic Printer NÃO OK OK


903030 17 Chassis radiologia, NF 9208, 2 divisórias NÃO OK OK
002999 Suporte para soro metálico NÃO OK OK
003000 Mesa para exame OK OK
003001 Armário de madeira com 4 portas NÃO OK OK
003002 Cadeira fixa em curvim OK OK
003003 Televisor 20" OK OK
003005 Banqueta metálica OK OK
003008 Hamper em aço inox com rodízios NÃO OK OK
070000 Compra sul brasileira de raios x Ltda - NF 45621 NÃO OK OK
070001 Compra sul brasileira de raios x Ltda - NF 45620 NÃO OK OK
005004 Impressora vídeo Printer Up 897 OK OK
005163 Monitor LCD 18.5" modelo W1943SE NÃO OK OK
005349 Ecografo, modelo SSA-580a com softwares OK OK
501387 Cr.Md 4.0 General Set Cassete & Plate Size NÃO OK OK
005486 Midea MSEI, quente e frio, 220 Watts NÃO OK OK
005583 Midea MSEI, quente e frio, 220 Watts OK OK
005598 Mocho tubolar, giratório com rodas NÃO OK OK
005868 Mocho com encosto, com rodas NÃO OK OK
006012 Transdutor, micro convexo, PVM – 672 NÃO OK OK
003006 Balcão OK OK
80075 Ecografo, modelo TUS NÃO OK OK
6912 Nobreak SIN NÃO OK OK
Abaixo os bens que não constam no relatório patrimonial
006111 Banqueta OK NÃO OK
001294 Mesa com gaveta OK NÃO OK
003579 Cadeira OK NÃO OK
003131 Escada 2 degraus OK NÃO OK
003011 Cama ultrassom OK NÃO OK
003703 Nobreak OK NÃO OK

Constatou-se 33 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial:


- Quanto a esses bens 27 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema;
- E 6 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens:
- 9 bens estão OK, foram localizados no setor, e 6 bens localizados mas não constam no relatório patrimonial
registrado nesse setor;
- 18 bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados fisicamente no
setor;

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se localizar os 18 bens não encontrados fisicamente neste setor no dia da conferência, mas, que
estes estão registrados no sistema patrimonial, deverá ocorrer a transferência via sistema destes bens na qual o
bem está registrado para o setor onde o bem se encontra fisicamente. Caso não for localizado alguém deverá
se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.
Quanto aos 6 bens localizados fisicamente no setor auditado, verificar os registros no sistema patrimonial
quanto ao setor cadastrado e se estiver em outro fazer a correção para o setor atual onde o bem se encontra
fisicamente.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.
60

A seguir, o quadro 4 apresenta o papel de trabalho de número 2.1, constando os bens


levantados no Setor X3, demonstrando que neste setor totalizam 4 bens registrados no ativo
imobilizado, contudo, no momento do levantamento identificou-se mais um bem, totalizando
então 5 bens neste setor, porém este último não consta registrado no sistema.

Quadro 4 - Setor X3
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X3 2.1
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS
CONSTATAÇÕES:
Tomba- Descrição dos bens conforme registro no sistema Bens Bens registrados
mento localizados no sistema
002992 Mamógrafo Classe IEC nº série: 0093-002-0305 OK OK
002993 Cadeira fixa OK OK
004996 Negatoscópio mamografia 08 OK OK
002995 Desumidificador OK OK
002994 Armário OK NÃO OK

Averiguou-se 5 bens imobilizados nesse setor, sendo:


- 5 bens estão OK, foram localizados fisicamente no setor;
- Quanto aos bens registrados no sistema 4 estão OK;
- 1 bem imobilizado NÃO está OK, ou seja, este não está registrado no sistema patrimonial.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se localizar o único bem imobilizado não encontrado fisicamente neste setor no dia da
conferência e que talvez possa estar registrado no sistema patrimonial, mas em outro setor, então deverá
ocorrer a transferência via sistema deste bem na qual o bem está registrado para o setor onde o bem se
encontra fisicamente. Caso não localizar o bem alguém deverá se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

No papel de trabalho número 2.2, conforme o quadro 5, demonstra-se os bens que


compõem o Setor X4 e algumas informações inerentes, constatou-se 28 bens imobilizados
nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial: quanto a esses bens 17 estão OK, ou
seja, estão registrados no sistema, e 11 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados
no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens físicos: 8 bens estão OK, foram localizados no
setor, e mais 11 bens que não constam no relatório patrimonial registrado nesse setor, 9 bens
NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados fisicamente
no setor, 1 bem localizado fisicamente, mas o mesmo encontra-se sem plaqueta de
61

identificação patrimonial fixada. Recomenda-se a regulação das situações não ok identificadas


no papel de trabalho 2.2.

Quadro 5 - Setor X4
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X4 2.2
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS
CONSTATAÇÕES:
Tomba- Descrição dos bens conforme registro no sistema Bens Bens registrados
mento localizados no sistema
003022 Tomógrafo série: 46422/1859 OK OK
003026 Nobreak, potência 2000VA, Série: 000659 OK OK
003024 Bancada com 2 portas revestida em fórmica OK OK
003028 Cadeira giratória em curvim com braços OK OK
003033 Balcão de madeira com 2 portas, 8 gavetas OK OK
003034 Prateleira em madeira revestida em fórmica OK OK
003036 Mesa auxiliar em madeira com 1 prateleira OK OK
003023 Impressora OK OK
003040 Desumidificador NÃO OK OK
003029 Cadeira giratória em curvim com braços NÃO OK OK
003030 Cadeira giratória em curvim com braços NÃO OK OK
003025 Nobreak série: 050h 1221672 NÃO OK OK
003027 Switch com 8 portas NÃO OK OK
003037 Suporte para soro em inox NÃO OK OK
003038 Mesa em aço INOX NÃO OK OK
003039 Hamper em aço inox com rodízios NÃO OK OK
003032 Negatoscópio com 2 corpos NÃO OK OK
Abaixo os bens que não constam no relatório patrimonial
- Banco em curvim OK NÃO OK
0641 Aparelho tomografia OK NÃO OK
003062 Mesa OK NÃO OK
003043 Estabilizador OK NÃO OK
003042 Climatizador OK NÃO OK
003039 Cesto lixo OK NÃO OK
003031 Armário OK NÃO OK
003078 Cadeira OK NÃO OK
003047 IN IMT Raio X OK NÃO OK
1081 Telefone OK NÃO OK
005113 Monitor OK NÃO OK

Constatou-se 28 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial:


- Quanto a esses bens 17 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema;
- E 11 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens:
- 8 bens estão OK, foram localizados no setor, e mais 11 bens que não constam no relatório patrimonial
registrado nesse setor;
- 9 bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados fisicamente no
setor;
- 1 bem localizado fisicamente, mas o mesmo encontra-se sem plaqueta de identificação patrimonial fixada.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
62

Recomenda-se localizar os 9 bens não encontrados fisicamente neste setor no dia da conferência, mas, que
estes estão registrados no sistema patrimonial, deverá ocorrer a transferência via sistema destes bens na qual o
bem está registrado. Caso não for localizado alguém deverá se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.
Quanto aos 11 bens localizados fisicamente no setor auditado, verificar os registros no sistema patrimonial
quanto ao setor cadastrado e se estiver em outro fazer a correção para o setor atual onde o bem se encontra
fisicamente.
Em relação ao bem localizado, mas sem plaqueta, solicitar ao setor patrimonial a colocação da plaqueta e ver
se o bem está registrado no sistema patrimonial, se não ainda providenciar o registro no sistema para assim
manter o controle dos bens desde sua aquisição.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

No quadro 6 está demonstrado o papel de trabalho de número 2.3, verificando-se 54


bens nesse Setor X5 verificou-se 54 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do
sistema patrimonial, sendo esses bens 42 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema, e 12
bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens físicos 12 bens estão OK, foram localizados no
setor, e mais 12 bens que não constam no relatório patrimonial registrado nesse setor, e 30
bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados
fisicamente no setor;

Quadro 6 - Setor X5
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X5 2.3
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS
CONSTATAÇÕES:

Tomba- Descrição dos bens conforme registro no sistema Bens Bens registrados
mento localizados no sistema
002976 Raio x móvel nº série: 20137 OK OK
002977 Raio x com bucky mural nº série: e546 OK OK
002984 Raio x com bucky mural nº série: 756 OK OK
003016 Leitor de chassi OK OK
003017 Reveladora impressora OK OK
002982 Hamper em aço inox com rodízios OK OK
002983 Balcão de madeira com 2 portas, 7 nichos OK OK
002986 Hamper em aço inox com rodízios OK OK
002990 Cadeira fixa em curvim OK OK
002991 Balcão de madeira com 2 portas, 7 nichos, revestido OK OK
002979 Cadeira fixa em curvim NÃO OK OK
002989 Banqueta com assento regulável em aço inox OK OK
003018 Banqueta com assento regulável estofado, revestida NÃO OK OK
de curvim, com estrutura metálica
003020 Condicionador de ar pot 9000 btus NÃO OK OK
903778 Monitor de radiação modelo 2620 = haf 58.207. NÃO OK OK
63

002980 Banqueta metálica cromada com rodízios, assento NÃO OK OK


002988 Suporte para soro metálico com rodízios NÃO OK OK
901993 Chassis c/ecran 24 x 30 cm NÃO OK OK
901996 Chassis c/ecran 24 x 30 cm NÃO OK OK
901999 Chassis c/ecran 30 x 40 cm NÃO OK OK
902122 Chassis c/ecran 35x 43 cm NÃO OK OK
005477 Aquecedor de gel kent NÃO OK OK
002978 Suporte para soro metálico NÃO OK OK
002981 Escada com 2 degraus estrutura em aço inox NÃO OK OK
002985 Mesa para exame estofada revestida em curvim, NÃO OK OK
estrutura metálica.
003019 Mesa auxiliar em madeira revestida de marfim, com OK OK
rodízios. Dim 73 x 53 x 90 cm
003021 Bancada em madeira revestida em fórmica, NÃO OK OK
suspensa. Dim 1,10 x 0,50 m
901992 Chassis c/ecran 24 x 30 cm NÃO OK OK
901994 Chassis c/ecran 24 x 30 cm NÃO OK OK
901995 Chassis c/ecran 24 x 30 cm NÃO OK OK
901997 Chassis c/ecran 24x30 cm NÃO OK OK
901998 Chassis c/ecran 30 x 40 cm NÃO OK OK
902120 Chassis c/ecran 35x35 cm NÃO OK OK
902121 Chassis c/ecran 35x35 cm NÃO OK OK
S9.3820 Cr md4 set - 18 x 24 cm NÃO OK OK
S8.3820 Cr md4 set - 18 x 24 cm NÃO OK OK
S7.3820 Cr md4 hr 35 x 43 cm NÃO OK OK
S6.3820 Cr md4 hr 35 x 43 cm NÃO OK OK
S11.3820 Cr md4 set 24 x 30 cm NÃO OK OK
S10.3820 Cr md4 set 24 x 30 cm NÃO OK OK
902124 Chassis com ecran 35x43 cm NÃO OK OK
902123 Chassis com ecran 25x43 cm NÃO OK OK
Abaixo os bens que não constam no relatório patrimonial
002481 Escada 2 degraus OK NÃO OK
002480 Banquinho OK NÃO OK
005421 Porta soro OK NÃO OK
003645 Cesto lixo OK NÃO OK
002166 Porta soro OK NÃO OK
000743 Escrivaninha OK NÃO OK
001189 Lâmpada OK NÃO OK
003020 Ar OK NÃO OK
003054 Negatoscopio OK NÃO OK
003018 Banco OK NÃO OK
002989 Banquinho em aço OK NÃO OK
002979 Banquinho OK NÃO OK

Verificou-se 54 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial:


- Quanto a esses bens 42 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema;
- E 12 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens:
- 12 bens estão OK, foram localizados no setor, e mais 12 bens que não constam no relatório patrimonial
registrado nesse setor;
- 30 bens NÃO OK, sendo estes estão no relatório patrimonial, mas, não foram localizados fisicamente no
setor.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
64

Recomenda-se localizar os 30 bens não encontrados fisicamente neste setor no dia da conferência, mas, que
estes estão registrados no sistema patrimonial, deverá ocorrer a transferência via sistema destes bens na qual
o bem está registrado. Caso não for localizado alguém deverá se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.
Quanto aos 12 bens localizados fisicamente no setor auditado, verificar os registros no sistema patrimonial
quanto ao setor cadastrado e se estiver em outro fazer a correção para o setor atual onde o bem se encontra
fisicamente.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

Na sequência, no quadro 7 está demonstrado o papel de trabalho de número 3,


averiguando-se no setor X6 constatou-se 15 bens imobilizados nesse setor conforme o
relatório do sistema patrimonial, quanto a esses bens 9 estão OK, ou seja, estão registrados no
sistema e 6 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens físicos 15 bens estão OK, foram localizados
fisicamente no setor.

Quadro 7 - Setor X6
EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X6 3
OBJETO DE EXAME: BENS MÓVEIS
CONSTATAÇÕES:
Tombamento Descrição dos bens conforme registro no Bens Bens registrados
sistema localizados no sistema
5334 Máquina Olivetti OK OK
5432 Midea MSE 18btus OK OK
6048 Escrivaninha OK OK
6049 Gaveteiro com 4 gavetas OK OK
6050 Gaveteiro com 4 gavetas OK OK
6051 Escrivaninha OK OK
6052 Caixa para CPU OK OK
6053 Balcão 3 portas OK OK
6054 Escrivaninha OK OK
427 Máquina de escrever OK NÃO OK
624 Calculadora OK NÃO OK
218 Cadeira OK NÃO OK
5291 Cadeira OK NÃO OK
444 CPU OK NÃO OK
5346 Monitor OK NÃO OK

Constatou-se 15 bens imobilizados nesse setor conforme o relatório do sistema patrimonial:


- Quanto a esses bens 9 estão OK, ou seja, estão registrados no sistema;
- E 6 bens NÃO estão OK, sendo estes não estão registrados no sistema patrimonial.
Em relação a conferência dos bens:
- 15 bens estão OK, foram localizados fisicamente no setor.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se localizar os 6 bens não encontrados fisicamente neste setor no dia da conferência, mas, que
65

estes estão registrados no sistema patrimonial, deverá ocorrer a transferência via sistema destes bens na qual o
bem está registrado. Caso não for localizado alguém deverá se responsabilizar por esse “sumiço” do bem.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

Analisou-se os bens registrados no sistema patrimonial quanto a compra do bem, para


isso foi selecionando algumas notas de compra do mês de julho/2014 para a elaboração dos
papéis de trabalhos. A partir do papel de trabalho número 4 conforme o quadro 8, demonstra-
se alguns bens adquiridos no Setor X7 pela Entidade.
Conforme os dados retirados da nota fiscal referente a compra de cadeiras para o setor
X7 no mês de julho/14, verificou-se divergências quanto a identificação dos bens comprados
no sistema patrimonial, pois os mesmo não constam registrados no sistema patrimonial dentro
d mês e nem nos posteriores.
Verificou-se nas notas fiscais de compra anotações referentes a identificação do
tombamento dos itens constados na nota, porém estes bens fisicamente não possuem as
plaquetas de identificação.

Quadro 8 – Conferência dos bens adquiridos no setor X7


EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X7
OBJETO DE EXAME: CONFERÊNCIA DOS BENS ADQUIRIDOS 4
CONSTATAÇÕES
Descrição dos bens Classificação Valor Valor Vida útil Observ ações
conforme NF dos bens unitário (R$) total (meses) gerais
(R$)
9 cadeiras cavaletti Móveis e 343 3.087,00 120 Possui plaqueta
utensílios na nota fiscal
5 cadeira cavaletti Móveis e 291 1.455,00 120 Possui plaqueta
utensílios na nota fiscal
1 cadeira cavaletti Móveis e 287 287 120 Possui plaqueta
utensílios na nota fiscal
1 cadeira cavaletti Móveis e 336 336 120 Possui plaqueta
utensílios na nota fiscal

Conforme os dados retirados da nota fiscal referente a compra de cadeiras para o setor X7 no mês de julho/14,
verificou-se divergências quanto a identificação dos bens comprados no sistema patrimonial, pois os mesmo
não constam registrados no sistema patrimonial dentro d mês e nem nos posteriores. Identificou-se a falta da
plaqueta de identificação fixada nesses bens adquiridos.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
66

Primeiramente ver porque não foram registrados esses bens, e onde ocorreu a falha no processo, pois a nota
estava no Setor X20 (setor contábil) na qual faz os registros caso o setor X30 (setor patrimonial) não faz.
Solicitar ao setor patrimonial a colocação das plaquetas de identificação dos bens, para assim manter os
controles eficientes.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

Na sequência, o papel de trabalho de número 5 conforme o quadro 9, analisou-se a


nota fiscal referente a compra dos bens e aos valores retirados do sistema patrimonial, no qual
a nota consta registrada, com o valor da aquisição.

Quadro 9 – Conferência dos bens adquiridos no setor X8


EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X8 5
OBJETO DE EXAME: CONFERÊNCIA DOS BENS ADQUIRIDOS
CONSTATAÇÕES:
Descrição dos bens Classificaç Valor Valor
conforme NF ão dos bens unitário(R$) total(R$) Vida útil (meses)
* 4 estantes de aço Móveis e 203 812 120
utensílios
** 4 estantes de aço Móveis e 203 812 120
utensílios
* Dados retirados da nota fiscal.
** Dados retirados do sistema.

Analisou-se a nota fiscal referente a compra dos bens e aos valores retirados do sistema patrimonial, no qual a
nota consta registrada, com o valor da aquisição.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Nesta conferência recomenda-se a Entidade obter melhor resultados nos controles internos é preciso começar
assim, registrando o bem conforme o valor da nota, e desta forma os cálculos de depreciação saíram corretos.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

No papel de trabalho número 6 conforme o quadro 10, constatou-se divergência


quanto a nota fiscal dos bens adquiridos pela entidade e o registro no sistema patrimonial,
conforme a NF dos bens adquiridos pela entidade, eles custaram R$ 837,70 e o registro foi de
R$ 886,43.
67

Quadro 10 – Conferência dos bens adquiridos no setor X9


EMPRESA DE AUDITORIA: DUTRA AUDITORIA LTDA PT N.
CLIENTE: EMPRESA X
SETOR: X9 6
OBJETO DE EXAME: CONFERÊNCIA DOS BENS ADQUIRIDOS
CONSTATAÇÕES:
Descrição dos bens Classificação Valor unitário Valor total Vida útil
conforme NF dos bens (R$) (R$) (meses)
2 televisão, 32 Móveis e
* polegadas LG utensílios 837,70 1.675,40 120

2 televisão, 32 Móveis e 886,43 1772,86 120


** polegadas LG utensílios
* Dados retirados da nf
** Dados retirados do sistema

Constatou-se divergência quanto a nota fiscal dos bens adquiridos pela entidade e o registro no sistema
patrimonial.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se verificar o motivo desse registro, e assim tomar as devidas providências, fazer ajuste do valor
do bem, quanto a depreciação também.

EXECUTADO POR: Evelise Dutra REVISADO POR: Irani Basso


LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de
LOCAL E DATA: Ijuí, 11 de Agosto de 2014 2014
Fonte - Dados conforme documentos fornecidos pela entidade em estudo.

A partir dos papéis de trabalho levantou-se muitos bens, porém encontrou-se algumas
irregularidades, dentre elas vários bens não localizados no sistema patrimonial, alguns
faltando plaqueta de identificação e outros podendo estar localizados em outros setores.
Portanto, no levantamento físico de bens móveis identificou-se situações que prejudica
o controle: bens identificados parcialmente, inexistência da rotina de inventário físico
periódico, sendo que os registros devem ser realizados de maneira eficiente e no momento da
aquisição do produto. Quanto ao controle do patrimônio dos bens imobilizados da Entidade,
ocorre carência e falta de domínio no assunto, não havendo um controle rigoroso dos bens,
nem quanto aos procedimentos de registros do ativo imobilizado.

4.1.2.2 Relatório da auditoria realizada nas análises dos controles dos bens móveis

A partir da auditoria realizada constatou-se uma enorme quantidade de bens na


Entidade, porém muitos não constavam no Sistema Patrimonial, outros não continham as
plaquetas de identificação patrimonial e outros não foram encontrados no setor podendo ter
68

sido transferidos para outro setor sem a devida transferência patrimonial via sistemas. Nesses
setores auditados, conforme especificado nos papéis de trabalho da auditoria, nota-se a
significativa quantidade de bens, e nessa amostra ficam evidenciadas, também
significativamente, as várias irregularidades relacionadas ao controle dos bens imobilizados.
As falhas identificadas nos setores auditados decorrem de irregularidades ou
deficiências no processo de controle do imobilizado, e para o melhoramento deste processo,
algumas providencias devem ser tomadas corrigindo cada falha, tais como:
 bens localizados e que não estão registrados no sistema patrimonial - o que se recomenda à
Entidade é verificar se a falha ocorreu no momento do registro, tendo os mesmos sido
registrados em outro(s) setor(es), ou então não foi procedido o devido registro como
imobilizado no Sistema. De alguma forma, os bens devem ser localizados no Sistema e após,
realizar a transferência para o setor no qual se encontram efetivamente localizados
fisicamente e em uso. Nas situações em que o bem não seja localizado fisicamente em
nenhum outro setor, a Entidade deve providenciar aos coordenadores de cada setor para
averiguar quanto o “sumiço” deste bem e levantar responsabilidades.
 em relação aos bens localizados no Sistema, mas não encontrados fisicamente no setor -
estes deverão ser analisados cada um, e verificar o que efetivamente ocorreu, se foi
transferido de setor sem terem sido comunicados ao setor patrimonial, se foi alienado, enfim,
ver o motivo pelo qual o bem não está no setor e providenciar a competente regularização.
 para os bens localizados e que não estejam com devidas plaquetas - o responsável pelo
controle patrimonial deverá efetuar a colocação da devida identificação no bem e fazer o
registro no Sistema de Controle Patrimonial.
A Entidade, no que tange à gestão do patrimônio, encontra-se deficiente nos controles,
pois primeiramente não há um controle efetivo dos bens, e nem dos procedimentos de
registros contábeis do ativo imobilizado, sendo que a Entidade acaba atrapalhando-se nesse
controle, talvez por falta de conhecimento, ou de pessoal destacado e qualificado para a
atuação nesse tipo de trabalho.
No levantamento físico de bens móveis identificou-se situações que prejudicam o
controle, como bens identificados parcialmente; inexistência da rotina de inventário físico
periódico e falta de cotejamento entre informações do Sistema Patrimonial com o Sistema
Contábil, onde não pode haver divergências de informações.
Em relação aos procedimentos de depreciação, a entidade realiza - os contabilmente a
fim de procurar acumular recursos para repor bens de capital ao final da sua vida útil e
informação quanto ao ponto econômico. Quanto a metodologia de depreciação a Entidade
69

utiliza conforme a legislação da Receita Federal do Brasil, para os cálculos realizados


mensalmente.
Analisou-se alguns dados a questão da baixa dos bens da Entidade e constatou que no
mês de Julho/14 ocorreu baixa e os documentos analisados estavam ok, pois os mesmos
estavam com um requerimento de solicitação de baixa emitido pelo coordenador do setor
solicitando a baixa do bem, contendo o motivo da baixa (para descarte, inutilização do bem) e
em anexo a plaqueta do bem, logo na sequência o setor contábil realiza a baixa no sistema
patrimonial, emite o relatório e arquiva. Mas, nem sempre é assim, muitas vezes só se recolhe
a plaqueta do bem, sem nenhuma explicação ou baixa no sistema.
Constata-se que há carências de organização e efetividade nos controles de bens
patrimoniais móveis na Entidade, sendo que os registros de entrada dos bens precisam ser
realizados de maneira correta, tempestiva e eficiente e que desde a aquisição seja avaliado se
realmente aquele produto pertence ao ativo imobilizado ou não, caso seja, deve seguir todo o
ritual de processamento e registros, tanto no Sistema Patrimonial – envolvendo todos os atos
inerentes a essa condição como acima destacado - como também no Sistema Contábil, de
forma que, tudo o que venha a ocorrer com o bem ao longo de sua vida econômica útil, seja
transmitido por meio de informações e possam ser cotejadas simetricamente entre os dois
sistemas. Portanto, o controle dos bens imobilizados na Entidade objeto do estudo têm
carência e não condiz com sua realidade física efetiva e da mesma forma a Contabilidade não
está revelando adequadamente a realidade patrimonial, econômica e financeira do patrimônio
da Entidade.

4.2 ORGANIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLES INTERNOS

Quando a organização vai se tornando complexa em sua estrutura patrimonial e em


suas atividades fins e administrativas, fugindo do alcance “visual” dos gestores, surge a
necessidade de implantação de um setor/serviço denominado Sistema de Controle Interno.
Conforme explicitado na parte de revisão teórica deste trabalho, um Sistema de
Controle Interno tem por finalidade estabelecer rotinas operacionais de trabalho, procurando
evitar erros e especialmente fraudes na Entidade.
Para tanto, deve o Sistema abranger toda a organização, desde os setores operacionais,
passando pelos setores táticos e chegando aos setores estratégicos da organização, de modo
que os procedimentos rotineiros, de acordo com as boas práticas operacionais e
administrativas, deixam de ser improvisadas e passam a dar lugar para o correto, tanto do
70

ponto de vista administrativo como o legal e o normativo, buscando-se a eficiência no fazer e


a eficácia nos resultados organizacionais estabelecidos.
Como visto no caso em estudo, tomando-se apenas uma área de foco, de forma
amostral – o ativo imobilizado – os bens móveis, identificou-se várias situações irregulares,
fruto da falta de um setor/serviço que se ocupe efetivamente da funcionalidade dos controles
internos na organização.
Os controles internos relativos aos bens móveis que integram o patrimônio da
Entidade em estudo servirão de roteiros operacionais para que as atividades de operações de
entrada (compras), processamento (recebimento, conferência, classificação, etiquetação e
lotação) e de saída (movimentação de transferências e baixa), gerando informações físicas
(qualitativas) e financeiras (quantitativas), de modo mais eficiente e eficaz, proporcionando
um processo adequado técnica e legalmente correto, e com informações atualizadas, precisas
e confiáveis e assim diminuindo a repetição de retrabalho dos colaboradores, que por
desconhecimento técnico por vezes deixam de processar em toda sua dimensão esse fluxo,
ocasionando os problemas identificados nos levantamentos feitos na Entidade,
suficientemente comentados na parte anterior.
O Colaborador encarregado da elaboração dos controles internos na Entidade em
estudo deve possuir profundos conhecimentos de contabilidade e auditoria para conceber os
procedimentos adequados técnica e legalmente embasados, para que ao mesmo tempo sejam
estabelecidos meios e formas de controle adequados a cada situação, e que não retardem o
fluxo normal de veiculação do bem ou serviço em sua trajetória, evitando de um lado erros e
de outro lado a morosidade e atrasos burocráticos tão contestados por usuários, tanto interna
como externamente.
Concebidos os procedimentos para cada uma das operações, o passo seguinte é
manualizar os procedimentos de maneira a formar um Sistema de Controles Internos, que
preveja as rotinas concatenadas uma a outra, do início ao fim do processo de trabalho, de
forma segregada para que o próprio processo seja autofiscalizante para evitar e corrigir
eventuais erros cometidos pelo colaborador das tarefas anteriores.
A tarefa seguinte a ser feita para realizar o controle interno, por exemplo, dos bens
móveis, objeto do presente estudo, é a realização do inventário patrimonial, tendo o objetivo
de identificar um a um os bens qualitativa e quantitativamente existentes em cada setor da
estrutura patrimonial da Entidade, cotejando os dois sistemas existentes, ou seja, o Sistema de
Controle Patrimonial e o Sistema Contábil. Os relatórios dos dois sistemas servem para o
cotejamento de informações com a realidade levantada pelo inventário patrimonial que deve
71

prevalecer em termos de informações reais da realidade constatada em cada setor e que serve
de base para eventuais ajustes e acertos de forma a que os três aspectos: inventário; sistema
patrimonial; e, sistema contábil, possam efetivamente estarem com as mesmas informações.
Esse processo de checagem de dados e informações deve ser feito periodicamente
conforme o que for estabelecido no manual de controles internos relativos ao patrimônio e à
contabilidade da entidade, de preferência trimestralmente antes do fechamento de balanços
trimestrais feitos pelo setor contábil da Entidade.
Quanto aos procedimentos iniciais, sugere-se que seja feito o inventário patrimonial
real e na sequência uma análise dos bens imobilizados de cada setor, verificando se o bem
realmente está contabilizado como imobilizado, cotejando através dos registros pela
respectiva nota fiscal, fazendo-se eventuais ajustes, seja de incorporação, seja de manutenção
ou baixa, incluindo-se nesse item, o cotejamento de valores e cálculos de depreciações já
contabilizados e o estabelecimento da nova vida útil e percentual residual de sucata do bem e
sua nova taxa de depreciação mensal e anual, de forma que, daí por diante, não ocorram falhas
nesse acompanhamento até a baixa final do bem.
Sugere-se para a Entidade que estabeleça no manual de procedimentos de controles
internos do Setor de Controle Patrimonial, um encarregado de compras com conhecimento
técnico adequado às exigências do setor patrimonial, para que os procedimentos fiquem de
acordo com as rotinas técnicas estabelecidas, evitando erros, desperdícios e perdas
patrimoniais e que ao final de tudo, tanto a realidade como os relatórios setoriais e contábeis
estejam cem por cento confiáveis.

4.2.1 Manual de controles e procedimentos e controles informatizados

O manual de controles internos condizente com a realidade das necessidades de


controles e segurança física dos bens, dos cálculos individualizados de mensuração, assim
assegurando maior fidelidade nas operações e garantindo a integridade dos bens e a correção
das informações geradas, tanto nos relatórios setoriais como aos relatórios contábeis
utilizados no processo decisório da Entidade.
As principais premissas a serem observadas no estabelecimento de controles internos
para os bens móveis, induzem para que sejam descritas de forma correta e adequada os
processos de entradas, movimentações e saídas dos bens, de forma que sejam seguidos
rigorosamente os critérios estabelecidos para a qualificação adequada dos bens a serem
adquiridos, que as movimentações de bens sejam seguras dentro do ambiente operacional, que
72

haja capacidade de rastreamento e localização entre setores e centros de custos, que seja
designado regras para baixas, cálculos, responsabilidades sobre a guarda e conservação e que
a organização sistemática ocorra num ambiente de controle informatizado, em sistema
específico.
Tomando-se como base as informações contidas nos papéis de trabalho da auditoria
realizada no presente trabalho, a partir dos setores auditados, lista-se então a implementação
inicial da seguinte proposta de trabalho:
 primeiramente, designar um colaborador com conhecimentos adequados às tarefas, para
iniciar a elaboração de um Manual de Instruções contendo os procedimentos de rotinas de
Controles Internos para os bens móveis do Ativo Imobilizado, que irão organizar as
aquisições, movimentações, identificações, baixas, cálculos, inventários, revisão de vida útil e
outros itens envolvendo os controles do imobilizado;
 organizar sistema integrado de suprimento e compras, que recebe e identifica demandas
de bens móveis e mesmo de materiais de consumo e almoxarifado, processa as aquisições,
recebe, confere, estoca e distribui tais elementos diretamente aos setores no que se refere aos
materiais de consumo e ao Setor de Patrimônio e Infraestrutura os bens móveis, que os
processa em termos de controle patrimonial, encaminhando-os ao setor demandante e os
respectivos documentos ao Departamento de Contabilidade para os registros contábeis
correspondentes;
 na sequência, estabelecer um entendimento entre o Departamento de Contabilidade da
Entidade e a Auditoria Externa, com vistas a organização de um setor de auditoria interna,
com a função primordial de continuar na elaboração dos controles internos de todos os
elementos patrimoniais, incluindo-se neste, os procedimentos administrativos, operacionais,
contábeis e mesmo o processo decisório da Entidade;
 promover a participação de colaboradores em eventos, cursos, e até mesmo visitas
técnicas a outras entidades que contam com um Sistema de Controle Interno para ser usado
como base, aproveitando as experiências bem sucedidas.
CONCLUSÃO

Os resultados do estudo realizado sobre os controles internos aplicados sobre os bens


do Ativo Imobilizado na Entidade objeto da pesquisa, evidenciam uma deficiência no sentido
da não existência de controles formais, e tão pouco de controles informais, indicativos
revelados pelo número de evidências e de situações irregulares do ponto de vista do controle
patrimonial e do controle Contábil existente.
Primeiramente, foram destacados os procedimentos utilizados na Entidade, através da
aplicação do questionário, levantamento dos bens que são necessários para o gerenciamento
do controle dos bens no ativo imobilizado e a conferência da aquisição de alguns bens
apontando-se o quanto isso impacta nos resultados gerenciais.
Com o desenvolvimento do estudo, pode-se dizer que o objetivo geral foi alcançado e,
da mesma forma, os objetivos específicos traçados foram realizados a contento, buscando-se
nos controles patrimoniais da Entidade, elementos para diagnosticar a realidade e a posterior
análise da situação levantada com a correspondente apresentação de recomendações com
vistas a um melhor desempenho em termos de controles, tanto do sistema patrimonial quanto
do sistema Contábil da Entidade.
Na auditoria realizada, foi possível visualizar o quanto são importantes para a
Entidade a organização e o efetivo funcionamento de um Sistema de Controle Interno, pois
com a complexidade do processo administrativo, operacional e contábil, e a crescente
presença de aspectos sendo impostos pela legislação municipal, estadual e federal na vida
cotidiana das entidades em geral e em especial na normatização específica da vida funcional
da Entidade estudada, sendo esta fortemente impactada por agentes reguladores externos,
como elemento base de sustentação técnica e operacional para evitar o improviso que
geralmente acaba por trazer dissabores futuros quando da detecção de erros e fraudes que
podem até levar uma organização à sucumbência e à responsabilização de colaboradores e
gestores.
Inconsistências encontradas tiveram apenas a finalidade de constatar a realidade
vivenciada pelos setores de Controle Patrimonial e Contábil, servindo de base para os
fundamentos do presente trabalho de conclusão de curso, e foram muito importantes para
isto, contudo certamente poderiam servir também de base para estudos e tomadas de decisão
nos níveis gerenciais, no tocante à necessidade de adoção de providências quanto ao tema
Controles Internos, e com o tempo, a implantação de um Serviço de Auditoria Interna
74

processo que pode ser monitorado inicialmente pela Auditoria Externa e o Serviço de
Contabilidade da Entidade.
Tal serviço pode ser iniciado, como sugerido no trabalho, pela organização e
implantação dos controles internos dos bens do ativo imobilizado, iniciando pela elaboração
do inventário e procurando registrar todos os bens no sistema patrimonial da organização, na
busca do controle gerencial dos bens do ativo imobilizado junto aos registros contábeis,
verificando-se desde a aquisição do bem até a sua transferência ou baixa patrimonial de forma
sistêmica.
Para que tais medidas efetivamente produzam e posam disseminar efeitos eficazes
para toda a organização, devem ser continuadas as ações com a elaboração de manuais
internos de procedimentos que disciplinem os vários “modus operandis” dos setores até que
tudo se consolide num efetivo Sistema de Controle Interno na Entidade, o qual garanta a
correção dos procedimentos administrativos e operacionais, ocorra também o controle
patrimonial efetivo, e por fim, a geração de relatórios e demonstrações patrimoniais e
contábeis fidedignas e transparentes, com termos de dados e informações eficientemente úteis
para o processo decisório da Entidade.
Assim, os resultados deste trabalho de conclusão de curso foram plenamente
alcançados, tanto pelos estudos realizados como pela atividade prática que proporcionou o
contato com uma realidade até então não vivenciada, e ainda porque estes resultados podem
trazer importantes contribuições em termos de métodos para o desencadeamento de um
processo que leve a Entidade a pensar na organização de um serviço de Auditoria Interna em
sua estrutura organizacional, com a finalidade precípua de organizar e implantar um efetivo
Sistema de Controles Internos, representando-o junto a cada um dos vários setores onde
ocorrem as atividades meios e fins da organização, buscando a efetividade dos procedimentos
e a eficácia dos resultados por elas estabelecidos, serviço este que é cada vez mais necessário
no assessoramento à direção e conselhos administrativos de médias e grandes organizações.
Por complemento, destaque-se a importância cada vez mais latente da atividade
contábil nas entidades, seja na organização de controles, no processamento contábil, nos
estudos e análises de custos, balanços, processos gerencias, e igualmente nas auditorias, sendo
esta última, competente a tantas outras funções que podem ser praticadas no dia a dia das
organizações, revelando suas tão importantes e indispensáveis contribuições aos gestores e à
sociedade em geral.
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ANEXO

Anexo 1 - Questionário para avaliação dos controles do Imobilizado.


Prezado Colaborador:
Para fins de realização do Trabalho de Conclusão de Curso que realizo no Curso de Ciências
Contábeis da Unijuí, solicito a colaboração do Colega, respondendo as questões abaixo.
Informo que os dados e respostas são sigilosos, bem como não serão divulgados nomes de
pessoas e nem da Instituição onde se realiza do Trabalho.
1- Como é feito o controle do imobilizado?
2- Quantas vezes ocorre o inventário dos bens no ano?
3- Quem faz a classificação dos bens para lançar nas contas?
4- Caso seja o próprio setor de patrimônio, o encarregado da tarefa tem conhecimento
técnico da classificação contábil?
5- Quanto a baixa de bens, quando ela é feita? Quem autoriza? Qual o procedimento?
6- Quanto as plaquetas, os bens imobilizados quando são alocados aos setores, eles já estão
com a plaqueta ou são colocadas depois? Quando é dado baixa do bem, qual é o destino na
plaqueta?
7- Existe pessoa especificamente designada para o controle dos bens imobilizados?
8- Os bens que devem ser imobilizados são identificados de que forma? Onde? E por quem?
9- Existem manuais internos com regras, atribuições e responsabilidades sobre os bens do
imobilizado?
10- Quanto a Marcenaria, como é feito o custo do bem para ser registrado no Patrimônio e
Imobilizado?
11- Caso tenhas alguma outra informação que entendas importante para o controle
patrimonial dos bens imobilizados da Instituição, podes acrescentar abaixo.
OBRIGADA! EVELISE.

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