Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

MBA EM AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL

RODRIGO MACIEL DOS SANTOS SOUSA

AUDITORIA NO ATIVO IMOBILIZADO

CUIABÁ
2011
RODRIGO MACIEL DOS SANTOS SOUSA

AUDITORIA NO ATIVO IMOBILIZADO

Monografia de Especialização do Curso


de MBA em Auditoria e Perícia Contábil
Para obtenção do título de Especialista
em Auditoria e Perícia Contábil.

Professor Orientador: Luciano Modes

CUIABÁ
2011

2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 06

CAPÍTULO 1 - Contabilização e Controle do Ativo Imobilizado 07

1.1- Aquisições 08
1.2- Despesas de Manutenção e Reparos 08
1.3- Controle Físico 08
1.4- Depreciações 09
1.5- Baixas 09

CAPÍTULO 2 - Controle Interno 09

2.1- Abrangência do Controle Interno 11

2.2- Avaliação dos Controle Interno 11

2.3- Objetivos do Controle Interno 12

2.4- Características do Controle Interno 12

2.5- O Papel do Controle Interno 13

2.6- Conhecimento do Sistema de Controle Interno 13

CAPÍTULO 3 - A Auditoria 14

3.1- Auditoria Interna 14

3.2- Atuação da Auditoria Interna 15

3.3- Tipos de Auditoria Interna 15

3.4- Aspectos da Auditoria Interna 16

3.5- Planejamento dos Trabalhos de Auditoria 18

3
CAPÍTULO 4- Avaliação do Risco de Auditoria 22

4.1- Amostragem Estatística 23

4.2- Execução dos Trabalhos 25

4.3- Síntese dos Principais Objetivos da Auditoria 25

CAPÍTULO 5 - Relatório de Auditoria Interna 29

5.1- Tipos de Relatórios 30

CAPÍTULO 6 - Principais Procedimentos de Auditoria no Ativo Imobilizado 31

6.1- Papel de Trabalho de Movimentação de Contas 31

6.2- Testes no Ativo Imobilizado 32

6.3- Verificação da Conta de Imobilizações em Andamento 33

6.4- Verificação de Propriedade de Ônus sobre Imóveis 33

6.5- Teste de Reavaliação 34

CONCLUSÃO 35

REFERÊNCIAS 37

4
INTRODUÇÃO

O presente quadro de crescimento das atividades produtivas em que atravessa a


economia nacional e os incentivos do governo para a aquisição e renovação de
ativos, de certa forma obriga os empresários a adotar controles sobre o
investimento realizado e sobre os cálculos exigidos legalmente, tais como
depreciação e amortização. Diante deste cenário extremamente competitivo, é
importante que as empresas busquem métodos, técnicas, sistemas e filosofias
que lhe permitam avaliar se a estrutura existente é ideal para o desempenho da
atividade e se o devido controle é realizado de maneira eficiente. Empresas
especializadas ou o próprio departamento contábil, exercem funções e
atribuições atinentes às tarefas de controlar fisicamente, contabilmente e realizar
os devidos cálculos matemáticos concernentes aos bens patrimoniais.

A Auditoria do Ativo Imobilizado é de suma importância, pois exerce influência


direta na formação da “Estrutura de uma Organização”, bem como na
determinação dos encargos formadores de custo ou despesas. Embora não
exista técnica específica para a realização deste controle, é necessário que o
mesmo seja feito de maneira eficiente, demonstrando informações necessárias
para a tomada de decisões dos gestores e que atenda eventuais fiscalizações e
auditorias.

5
CAPÍTULO 1- CONTABILIZAÇÃO E CONTROLE DO ATIVO
IMOBILIZADO

Os bens do ativo imobilizado representam uma parcela significativa dos ativos


de uma empresa. Esses bens têm uma permanência prolongada na companhia,
não são destinados à venda e são utilizados na manutenção de suas atividades.

Como dito por Willian Attie, esses ativos são contabilizados por todos os custos
envolvidos em sua aquisição, instalação ou para pôr em funcionamento. Esses
custos são acrescidos também de reavaliação, a representa a diferença entre o
valor de mercado do bem e seu valor contábil (custo menos a depreciação
acumulada). Os bens do ativo imobilizado são deduzidos da depreciação, que
representa um processo de apropriação de custo e despesa e consequente
redução do valor contábil desses bens. A existência da depreciação é devida ao
fato que a maioria dos bens do ativo imobilizado tem uma vida útil limitada, e, de
acordo com os princípios contábeis, o valor desses bens deve ser registrado
com despesa ou custo nos períodos contábeis para os quais a empresa deles
se utiliza.

Como procedimento de auditoria, todas as contas relacionadas com o ativo


imobilizado devem ser consideradas por ocasião de sua auditoria. Representam:

- custo;

- depreciação acumulada corrigida;

- despesa de depreciação;

- despesa de manutenção e reparos;

- valor de venda de bens do ativo imobilizado;

- valor contábil de bens do ativo imobilizado;

- valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados;

- reserva de avaliação;

- etc.

6
1.1- AQUISIÇÕES
Os bens do ativo imobilizado são capitalizados por todos os custos incorridos até
serem postos em funcionamento. Na compra de um equipamento, os custos
incluem, além do seu preço, custos de transporte, de seguro de trânsito, de
instalação, etc.

1.2- DESPESAS DE MANUTENÇÃO E REPAROS


Os gastos com manutenção e reparos são incorridos para manter os bens em
bom estado operacional. Esses gastos que prolongam a vida útil dos bens do
ativo imobilizado devem ser debitados no ativo.

1.3- CONTROLE FÍSICO


Na aquisição de um bem, fixa-se nele uma plaqueta numerada de identificação.
Seu registro é feito com as seguintes informações:

● Classificação: código e nome da conta, n. da plaqueta de identificação e


localização;
● Descrição: nome do bem, tamanho, etc;
● Forma de compra: fornecedor, endereço, nota fiscal, etc;
● Custo de aquisição: valor da nota fiscal, frete, seguro, fatura do
exportador, despesas alfandegárias, despesas com despachantes;
● Outras informações: quebra de bens, a duração e os custos de
manutenção e reparos;
● Taxa de depreciação;
● Movimentação em reais do custo corrigido e da depreciação acumulada;
● Baixa: comprador, valor de venda, apuração do lucro ou prejuízo

Exemplos de bens classificados no ativo fixo: terrenos, edifícios, máquinas,


instalações, móveis e utensílios, bibliotecas, veículos, computadores,
ferramentas, fundo de comércio, patentes, construções em andamento.

7
1.4- DEPRECIAÇÕES
Está associada aos processos de deterioração e obsolescência, tendo em vista
que um bem pode funcionar quinze anos, entretanto a sua vida útil estimada é
de dez anos devido ao fato de que a partir desse tempo, ele passa a ser
economicamente inviável e a empresa, portanto, terá de adquirir um novo bem
mais aperfeiçoado.

Principais classes de bens e suas respectivas vidas úteis:

- edifícios: 25 anos

- máquinas: 10 anos

- instalações: 10 anos

- móveis e utensílios: 10 anos

- veículos: 5 anos

- ferramentas: 5 anos

- computadores: 5 anos

O método de alocar o valor dos bens do ativo imobilizado às contas de despesas


ou custos chama-se método de depreciação.

1.5- BAIXAS
Quando os bens não estão mais sendo utilizados na manutenção das atividades
da empresa, por estarem deteriorados, obsoletos, por terem sido postos a
venda, são baixados das contas do ativo imobilizado. O valor baixado é o valor
por quanto o bem está registrado no ativo, ou seja, custo menos a depreciação
acumulada (valor contábil do bem). O valor baixado é contabilizado normalmente
em uma conta de despesa, e no caso de venda é registrado em uma conta de
receita.

8
CAPÍTULO 2 - CONTROLE INTERNO
Segundo Marcelo Aragão: “O sistema de controles internos não existe por si só,
ele é característico da própria organização. É dinâmico pois as organizações
estão constantemente se adaptando e se aperfeiçoando para melhor atender as
exigências do meio social. O sistema de controles internos surge da própria
atividade empresarial – necessidades de delegar e controlar tarefas,
monitoramento do mercado e da concorrência, monitoramento da atividade
produtiva, monitoramento do desempenho dos colaboradores internos e externos,
salvaguarda de ativos, etc. As definições de controles internos existentes na
literatura expressam que o objetivo dos controles internos é a proteção do
patrimônio, promovendo a eficiência e eficácia operacional, a autenticidade e
integridade dos sistemas de informação e a conformidade com leis e
regulamentos. Estes objetivos estão implícitos nos objetivos da gestão
empresarial que é atender as necessidades do meio social utilizando o mínimo
de recursos. Assim, é impossível compreender a atuação dos sistemas de
controles internos sem associá-los às atividades de gestão empresarial.”

Os controles internos, também, não podem ser vistos simplesmente como


um sistema ou como um processo dissociado dos aspectos comportamentais.
Os controles são exercidos por pessoas para atender a necessidade de
pessoas. A atividade de controle é antes de tudo uma atitude, e reflete a forma
de agir e reagir dos membros da organização, perante as exigências do
ambiente endógeno e exógeno.

Para analisar o sistema de controles internos é necessário partir das


técnicas e ferramentas de gestão empresarial e destacar, nas atividades de
gestão, os aspectos de preservação do patrimônio das entidades. O conceito de
patrimônio, para este fim, transcende o patrimônio das demonstrações contábeis
para incorporar também os ativos intangíveis. A coerência desta visão pode ser
percebida ao aceitarmos que as demonstrações contábeis são apenas uma
visão estática do patrimônio em determinado período. As organizações são
dinâmicas, portanto não podemos pensar em proteção do patrimônio em
ambiente dinâmico se estivermos focados unicamente em atender aspectos das
demonstrações contábeis em uma determinada data. O que se está fazendo

9
hoje nas empresas poderá trazer reflexos em um futuro próximo ou distante.
Como exemplo temos os problemas de qualidade do produto ou de atendimento
ao cliente. Normalmente não geram reflexos imediatos importantes nas
demonstrações contábeis, mas podem ser relevantes quando se almeja a
preservação do patrimônio como um todo.

Os problemas desta natureza se refletirão nas demonstrações contábeis do


futuro mediante redução das receitas de vendas, mas quando isto começar a
ocorrer pode ser tarde para reagir, posições importantes de mercado podem ter
sido perdidas e poderão até levar à descontinuidade do empreendimento. Esta
concepção faz com que se tornem elementos fundamentais de controle as
atividades de monitoramento do sistema de informações gerenciais que se
desenvolvem por intermédio das ferramentas de gestão estratégica e
orçamentária e o gerenciamento do risco empresarial. Neste contexto, incluem-
se as ferramentas de gestão e avaliação do capital humano que auxiliam a
construir um ambiente de controle capaz de conduzir à melhoria do desempenho
organizacional e suportar o plano estratégico.

Resumindo controle interno é a atividade de alinhamento periódico da estrutura de


controles da organização em relação aos riscos (internos e externos) inerentes
às suas atividades. Deve ser exercida através da análise do custo benefício
desta estrutura de controles, de forma a evitar situações de excesso ou
insuficiência de controles.

Classificam-se em:

a) Preventivos- buscam evitar que fatos indesejáveis ocorram


b) Detectivos- serve para detectar e corrigir fatos indesejáveis já ocorridos
c) Deretivos- serve para provocar ou encorajar a ocorrência de um fato
desejável

DEFINIÇÕES:

- Resolução 820 do Conselho Federal de Contabilidade


“O sistema contábil é de controles internos compreende o plano de
organização e o conjunto integrado de método e procedimentos adotados
pela entidade na proteção do seu patrimônio, de confiabilidade e

10
tempestividade dos seus registros e demonstrações contábeis, e da sua
eficácia operacional.”
2.1- ABRANGÊNCIA DO CONTROLE INTERNO
De acordo com José Miguel Aguilera, o controle interno é uma parte integrante
da administração de riscos da empresa. Esta estrutura da administração de
riscos da empresa abrange o controle interno, formando uma conceitualização
mais robusta e uma ferramenta para a administração. O controle interno é
definido e descrito em “Controle Interno – Estrutura Integrada”. Porque aquela
estrutura passou no teste de tempo e é a base para papéis existentes,
regulamentos, e leis estedocumento fica no lugar como a definição do e a
estrutura para o controle interno. Enquanto apenas porções do texto do
“Controle Interno – Estrutura Integrada” é reproduzido nesta estrutura, a
totalidade daquela estrutura está aqui incorporada através de referências.

2.2- AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS


A avaliação do sistema de controles internos é efetuada com a utilização de
técnicas de auditoria e são em geral conduzidas por auditores externos ou
internos, com objetivos diferentes. Enquanto os primeiros têm como principais
objetivos a confiabilidade das demonstrações financeiras e a obediência às leis e
regulamentos, os segundos, em seus trabalhos, visam também os aspectos de
eficiência e eficácia das operações. Todas as pessoas em uma organização, de
alguma forma, têm responsabilidade pelos controles internos e fazem parte
dele. A administração é responsável por estabelecer controles internos eficazes,
atuando principalmente para a formação de um bom ambiente de controle. A
administração atua no sistema de controle, mediante ações comportamentais de
valorização da ética e pela introdução de procedimentos e sistemas de
monitoramento. Os comitês de auditoria, cada vez mais presentes em empresas
com bom nível de gestão corporativa, têm a incumbência de manter-se vigilantes
quanto às atitudes dos administradores. Os auditores internos atuam mais
diretamente nas atividades de monitoramento, mas não têm responsabilidade
pelo estabelecimento e manutenção dos controles. Os demais membros da
organização são responsáveis por comunicar a um nível mais alto a não-

11
obediência ou não conformidades que possam ser de seu conhecimento.

Os auditores externos podem detectar deficiências nos controles


internos, especialmente naqueles afetos à preparação de demonstrações
financeiras, mas este não é o principal objetivo de seu trabalho.

2.3- OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO


1. Proteção do ativo- salvaguardar os ativos de prejuízos decorrentes de
fraudes ou de erros.
2. Obtenção de informações adequadas- proporcionar informações oportunas
e confiáveis
3. Promoção da eficiência operacional e obediência às normas internas

4. Estimular a observância das políticas estabelecidas pela direção e


assegurar aderência às diretrizes estratégicas, planos, normas e
procedimentos da Companhia
5. Assegurar a validade e integridade dos dados financeiros e contábeis que
serão utilizados pela gerência para a tomada de decisões.

2.4- CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE


INTERNO
1. Plano de organização que proporcione segregação de funções
apropriadas das responsabilidades funcionais.
2. Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que
proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e
despesas.
3. Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções
de cada um dos departamentos da organização.
4. Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional para execução
de suas atribuições.

12
2.5- O PAPEL DE CONTROLES INTERNOS
- Otimizar os processos internos das organizações, com o objetivo de buscar
alternativas viáveis para a redução de custos e aumento de receitas.

- Desenvolver e implementar processos, para atender aos objetivos de


negócios da organização.

- Adotar critérios de medição de resultados baseado em resultados


concretos e na identificação de vantagens competitivas.

- Avaliar o nível de exposição dos riscos dos processos e os respectivos


controles existentes, apontando eventuais melhorias nos controles de forma
que os riscos estejam devidamente minimizados e gerenciados.

- Racionalizar processos, visando eliminar eventuais duplicidades,


retrabalhos e atividades improdutivas, bem como oportunidades e
automatização.

2.6- CONHECIMENTOS DOS SISTEMAS DE CONTROLES


INTERNOS
Não havendo conhecimento dos sistemas de controles internos se faz
necessário o levantamento dos procedimentos para identificar de que modo
auxiliam mitigar os riscos, é necessário dividir o trabalho de avaliação por fluxos:

Fluxo das receitas- vendas, recebimento

Fluxo da transformação- produção, estoques,

faturamento, expedição Fluxo das compras- compras,

estoques, pagamentos

Fluxo do RH- folha de pagamento, treinamento, gestão

de pessoal Fluxo da tesouraria- gestão dos recursos

Fluxo da informação- gestão dos sistemas informáticos, contabilidade e


informação gerencial.

Caso ainda não exista uma filosofia de controle bem assimilada dentro da
organização, uma apresentação prévia deve ser feita àqueles que deverão ser
13
os principais interlocutores durante o trabalho, para que possam compreender
os questionamentos que virão na fase das entrevistas. Será ressaltada a
necessidade de colaboração dos envolvidos, para que se alcance o
entendimento da estrutura de controle adotada pela empresa e se estabeleça
um plano para reforçá-los, quando necessário.

CAPÍTULO 3- A AUDITORIA
Tal como ocorreu com a Contabilidade, a auditoria, dito por Marcelo Cavalcanti:
“desenvolveu-se mais aceleradamente durante o século XIX e, por se tratar de
um campo da ciência contábil aplicada, esse desenvolvimento foi mais intenso
na Inglaterra e nos Estados Unidos, locais onde a contabilidade sempre foi
encarada com maior pragmatismo. Entretanto, foi somente no século XX que
passou a ser utilizada em larga escala, notadamente, após a quebra da bolsa de
Nova York em 1929. No Brasil, a técnica da auditoria começou a se desenvolver
após o advento da Lei 4.728 de 1965, com a normatização do Mercado de
Capitais e tornou-se mais intensa após a publicação da Lei 6.404/76, a Leis das
Sociedades Anônimas. Durante toda a história, sofrendo, obviamente, pequenas
adaptações ao ambiente social em que estava inserida, a auditoria
manteve seus objetivos básicos. O conceito de auditoria como sendo uma
técnica contábil, com características próprias, cujo objetivo é a emissão de uma
opinião sustentada sobre exames realizados nas demonstrações contábeis e
controles internos da entidade examinada, visando a determinar a fidedignidade
dos registros e demonstrações. Portanto, funciona como um “cartório”
autenticando o trabalho realizado pelos contadores das entidades auditadas.
Essa assertiva pode ser comprovada pela leitura dos pareceres de auditoria”.

3.1- AUDITORIA INTERNA


Controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e
eficácia de outros controles. Deve ser entendida como uma atividade de
assessoramento a administração quanto ao desempenho das atribuições
definidas para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos
por aquela determinados.
14
A Auditoria Interna cumpre um papel fundamental na empresa: subsidia o
administrador com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às
atividades para cujo acompanhamento e supervisão este não tem condições de
realizar; e ela o faz mediante o exame da:

a) adequação e eficácia dos controles;


b) Integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) Integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a


observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e
regulamentos, e da sua efetiva aplicação pela empresa;

d) Eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos


recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguarda dos ativos e a
comprovação de sua existência, assim como a exatidão dos ativos e passivos; e

e) Compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios


de execução estabelecidos.

3.2- ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA


Não deve haver limitação, no âmbito da empresa, para atuação da auditoria
interna. O auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e informações,
terreno no qual e para qual desenvolverá seu trabalho.

Os sistemas de controle não se limitam às áreas contábil, financeira, mas


englobam os planos da organização e todos os métodos usados para proteger
seus ativos, verificar na exatidão e fidedignidade de suas informações contábeis,
financeiras, administrativas e operacionais, e promover a eficiência e eficácia
operacional, bem como estimular a observância de normas e diretrizes da
administração, inclusive no âmbito das empresas controladas e coligadas.

3.3- TIPOS DE AUDITORIA INTERNA


- Auditoria na Área Contábil – tem por objetivo identificar a adequação dos
registros e procedimentos levados a efeito na empresa, a qualidade dos
controles internos existentes, a observação das normas e regulamentos traçados

15
pela administração, bem como a avaliação da correta aplicação dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.

- Auditoria na Área Operacional – tem por objetivo assessorar a administração


no desempenho efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando se a
organização, departamentos, sistemas, funções, operações e programas
auditados estão atingindo propostos com identificação de falhas e
irregularidades nos sistema operacional.

- Auditoria de Gestão – desempenha suas atividades participando de reuniões


de diretoria, comitês operacional-financeiros, grupos envolvidos com projetos de
qualidade total, etc. Trabalha em nível de planejamentos estratégico, tático e no
processo decisório decorrente da aplicação de sistemas, políticas, critérios e
procedimentos.

- Auditoria de Sistemas Informatizados – Hoje todas as empresas estão


estruturadas em nível de controles sobre os sistemas informatizados. O Auditor
interno envolve-se no processo de planejamento, desenvolvimento, testes e
aplicação dos sistemas, preocupando-se com a estrutura lógica, física,
ambiental, organizacional de controle, segurança e proteção de dados.

- Auditoria de Qualidade – é uma avaliação planejada, programada e


documentada, executada por pessoas independentes da área auditada, visando
a verificar a eficácia do sistema implantado, no atingimento dos objetivos e
padrões preestabelecidos, servindo como mecanismo de retroalimentação e
aperfeiçoamento do próprio sistema.

- Auditora Ambiental – examina e analisa os prováveis impactos que as


empresas possam causar ao meio ambiente, com reflexo direto sobre a imagem
delas no mercado e, consequentemente, sobre a captação de recursos, sob a
forma de financiamentos ou lançamento de ações no mercado financeiro.

3.4- ASPECTOS DA ADITORIA INTERNA


1) Regulamentação no âmbito da profissão contábil

Os trabalhos de auditoria interna estão regulamentados, no âmbito da profissão


contábil pelas normas técnicas NBCT 12 – aprovada pela Resolução 986 de
16
2003, e norma profissional NBCP 3 – aprovada pela Resolução 781 de 1995.

Não obstante a regulamentação no âmbito da profissão contábil, existem


auditorias especializadas inerentes e outras profissões:

*Auditoria médicas em hospitais (medicina)

* Auditorias de qualidade e de processos operacionais (engenharia)

*Auditorias ambientais (engenharia, biologia e outras profissões correlatas


dependendo da atividade das entidades)

*Auditorias sociais (administração, sociologia e outras profissões correlatas)

*Auditorias de sistemas informáticos (engenheiro de sistemas, tecnológicos de


processamento de dados, contadores)

*Auditoria de gestão (administradores e contadores).

A justaposição dos diversos ramos de conhecimento em alguns tipos de


auditoria, é próprio das atuais exigências da nossa sociedade, caracterizada por
rápidas mudanças, onde as novas tecnologias surgem mais rapidamente do que
as profissões e a regulamentação. Também reflete a necessidade cada vez
maior da interação entre os diversos ramos do conhecimento para atuar na
atividade empresarial.

2) Independência da auditoria interna

Para desempenhar o seu papel com a independência necessária a auditoria


interna deve responder aos mais altos níveis hierárquicos da empresa. Nas
organizações mais modernas e de capital pulverizado ou de interesse publico
existe a tendência da auditoria interna reporta-se a um a um comitê de auditoria
que é órgão independente da administração executiva. A subordinação ao mais
alto nível hierárquico (Presidente, Diretor Geral) é o mais aconselhável quando
não existe o comitê de auditoria. Qualquer outra subordinação hierárquica ou
funcional desqualificaria o departamento de auditoria para trabalhos de avaliação
do ambiente de controle como um todo.

Algumas empresas podem ter auditorias internas com atuação limitada a

17
algumas áreas tais como: estoques, caixa, etc. Nestes casos impera a regra
geral de que a auditoria, para atuar com independência plena, deve esta
subordinada a pessoas de nível hierarquicamente mais alto do que os auditados.

Outra regra é que para desempenhar o seu papel o auditor deve abster-se
de realizar quaisquer tarefas operacionais, tais como: registros contábeis,
análises de rotineiras de contas, participação em comissões de licitação, etc.

3) Estrutura organizacional do departamento

A estrutura do departamento de auditoria interna depende do porte e dos


objetivos determinados pela administração.

As funções de chefia e supervisão de uma Auditoria Interna são privativas


do Contador, bem como as atividades relacionadas à competência profissional
dos mesmos.

Poderá, todavia, contar com a colaboração de outros profissionais,


especialmente quando se tratar de trabalhos em áreas que requerem
especializações e que não podem ser realizadas pelo contador. Devido à
complexidade e inúmeros conhecimentos que se fazem necessários na função é
conveniente dividir-se a auditoria em áreas especializadas tais como: fiscal,
sistemas informáticos, operacional, etc, ou por área de negócio, por exemplo
distribuição e revenda de petróleo, varejo, navegação, etc.

À chefia do departamento cabe o planejamento com a identificação das


principais áreas de risco, a coordenação e a adequada distribuição dos
trabalhos, responsabilizando-se pelos resultados.

3.5- PLANEJAMENTO DOS TRABALHOS DE AUDITORIA


O trabalho dos auditores internos deve estar devidamente documentado por
meios físicos ou eletrônicos. Fazem parte da documentação: o planejamento do
trabalho; os programas de trabalho; os papéis de trabalho; e o relatório de
recomendações. O uso cada vez mais generalizado do gerenciamento de risco
dentro das empresas permite que a auditoria interna baseie-se na matriz de
riscos para fazer o planejamento dos trabalhos atuando sobre os controles que
18
auxiliem a mitigar os riscos de maior impacto e probabilidade.

Na existência de um gerenciamento de risco estruturado e eficaz o


planejamento pode ser documentado por intermédio de um memorando
descrevendo o ambiente de controle, as situações de maior risco e
vulnerabilidade e descrevendo a estratégia de auditoria. Podemos identificar as
seguintes fases em um processo de planejamento:

1- Entendimento do negócio e da indústria

Este conhecimento permitirá que o auditor possa julgar a razoabilidade e


pertinência das informações produzidas pelo sistema de informações
gerenciais e que utilize o benchmarking para avaliar a eficiência e eficácia
dos processos internos. Esta fase se caracteriza pela obtenção de diversas
informações, que serão posteriormente confirmadas pela observação “in
loco” durante as entrevistas e testes.

- Obtenção dos estatutos sociais e conhecimento do sistema de decisão


corporativa (individual ou colegiado), e respectiva documentação e
justificativas.

- Entrevistas com a alta direção para obter informações sobre os objetivos


estratégicos, procurando obter metas quantitativas ou financeiras e as ações
esperadas.

- Tomar conhecimento do ambiente de controle e do grau de independência


na atuação dos auditores internos, da controladoria, e da contabilidade.

- Observação do grau de formalização dos sistemas de informação gerencial e


orçamentário.

- Obtenção dos relatórios sobre o planejamento estratégico, orçamentos, e


avaliação do desempenho.

- Visualização de como o sistema de informação gerencial auxilia no


cumprimento destas metas.

- Documentação do gerenciamento do risco empresarial e a identificação dos


principais componentes do risco.

19
- Obtenção de balanço patrimonial e demonstração de resultados. Data-base
para os trabalhos e últimos anos.

- Obtenção dos balancetes, para verificar a disposição e detalhes do plano


de contas, identificar contas e operações relevantes e estimar o grau de
organização da atividade contábil.

- Obtenção de organogramas ou relação de responsáveis ao nível de


gerência ou chefe de departamento, para auxiliar a programação das
entrevistas.

- Obtenção da relação dos responsáveis pelas transações com os limites de


autorização.

- Obtenção das normas e procedimentos de controle administrativos


existentes.

- Identificação das atividades certificadas (qualidade, ambiente,


responsabilidade social, etc) e solicitação das certificações atualizadas.

- Relação das patentes e marcas (nominativas e símbolos) registradas.

- Conhecimento da política de remuneração e índices utilizados na


remuneração variável por desempenho.

- Conhecimento dos procedimentos de inventário.

- Obtenção de informações sobre a quantidade e complexidade das principais


operações.

- Identificação do grau de automação das tarefas administrativas.

- Verificação prévia do ambiente informático.

- Conhecimento dos relatórios de exceção gerados.

- Visita as instalações produtivas e locais de estocagem.

2- Identificação dos principais riscos do negócio

Este processo deve ser efetuado em conjunto com a administração


abrangendo os riscos estratégicos, riscos operacionais, riscos de reporting, e
riscos de conformidade.

20
3- Conhecimento dos sistemas de controles internos

Não havendo conhecimento do sistema de controles internos se faz


necessário o levantamento dos procedimentos para identificar de que modo
auxiliam a mitigar os riscos. Para tanto é aconselhável e usual dividir o
trabalho de avaliação por fluxos:

Fluxo da Receitas – vendas, recebimento

Fluxo da Transformação – produção, estoques,

faturamento, expedição Fluxo das Compras – compras,

estoques, pagamentos

Fluxo do RH – folha de pagamento, treinamento, gestão

de pessoal Fluxo da Tesouraria – gestão dos recursos

Fluxo da Informação – gestão dos sistemas informáticos, contabilidade e


informação gerencial.

Caso ainda não exista uma filosofia de controle bem assimilada dentro da
organização, uma apresentação prévia deve ser feita àqueles que deverão ser
os principais interlocutores durante o trabalho, para que possam compreender os
questionamentos que virão na fase de entrevistas. Será ressaltada a
necessidade de colaboração dos envolvidos, para que se alcance o
entendimento da estrutura de controle adotada pela empresa e se estabeleça
um plano para reforçá-los, quando necessário.

21
CAPÍTULO 4- AVALIAÇÃO DO RISCO DE AUDITORIA
“O risco de auditoria é o risco de que o auditor não venha a detectar
situações que possam prejudicar o atingimento dos objetivos da auditoria”,
explica Silvio Aparecido.

Os componentes do risco de auditoria são:

i)Risco Inerente - Traduz o risco intrínseco a determinadas tarefas ou operações


que podem fazer que venham a acarretar não conformidades.

ii) Risco de controle – É o risco que não conformidades não sejam detectadas
pelos controles internos da entidade.

iii) Risco de detecção - É o risco do auditor não detectar uma não conformidade.

O modelo de risco de auditoria pode ser assim expresso em

probabilidades: RA=RI x RC x RD

Definição dos procedimentos de auditoria

Definição dos procedimentos de auditoria a serem utilizados para garantir a


integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade nos processos e nos
sistemas de informação.

Os procedimentos de Auditoria Interna podem ser classificados em:

i)Testes de observância – são utilizados para confirmar a eficácia dos sistemas


de controle interno e constituem-se de:

a- inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;

b- observação- acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua


execução;

c- investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas


físicas ou jurídicas conhecedores das transações e das operações, dentro ou
fora da entidade.

ii) Testes substantivos – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência


quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas

22
de informações da entidade. Os testes substantivos constituem-se de
procedimentos de revisão analítica (análise do comportamento dos saldos),
teste de detalhes de transações (análise da documentação que suporta os
registros), teste de detalhes de saldos (confirmação do saldo final de transações
mediante circularizações, confronto com outros registros, etc). Para afirmar
quanto à integridade dos saldos parte-se de registros auxiliares ou arquivos de
documentos
Para afirmar quanto à integridade dos saldos parte-se de registros auxiliares ou
arquivos de documentos primários e constata-se a sua inclusão nos registros.

Para afirmar quanto à fidedignidade dos registros parte-se dos registros e


verifica-se a documentação comprobatória.

Os testes de observância ou aderência podem servir para confirmar a existência


dos procedimentos relatados que ocorre na fase de planejamento, quando então
podem partir de uma relação casual, baseada na experiência do profissional, ou
para inferir acerca da existência de desvios no cumprimento de procedimentos,
neste caso é aconselhável a utilização de amostragens estatísticas,
especialmente quando se tratar de alto volume de transações.

Para uma primeira avaliação, a seleção casual, destinada a confirmar a


existência do procedimento, é preferível à seleção estatística. Essa afirmação se
justifica porque, sem conhecer o custo/ benefício de cada controle, correríamos
o risco de despender esforços para inferir acerca do cumprimento de
procedimentos que pouco contribuem ara redução do risco da organização. A
utilização da amostragem estatística será de grande utilidade em fases
posteriores para fins de análise e gerenciamento do risco, ou para
aprimoramento em programas de qualidade, para mensurar a probabilidade da
ocorrência de desvios.

4.1- AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA


O planejamento da amostragem estatística consiste em:

- Determinar os objetivos da avaliação.

- Definição da população e da unidade de amostragem.

23
- Especificação dos atributos.

- Determinação do tamanho da amostra.

A amostragem estatística é útil, especialmente, na avaliação de controles


manuais, com população de número significativo. Nos casos de controles
automatizados, as técnicas de avaliação com auxilio de computadores podem
ser mais eficientes.

Avaliação pelo sistema informático

Os testes podem, também, ser efetuados por sistemas informáticos, o que é


aconselhável nas seguintes situações:

- Quando uma parte significativa dos controles internos está embutida em um


programa de computador.

- Se existem “vazios” significativos na parte visível do fluxo.

- Existindo grandes volumes de registros a serem testados.

Os testes por computador classificam-se em quatro tipos:

- Simulação paralela

Os dados reais são reprocessados com um software controlado e previamente


testado quanto aos seus resultados.

- Dados de teste

Situações válidas e não válidas são introduzidas no sistema a ser testado e


compara-se o output do sistema com o output esperado para identificar possíveis
falhas.

- Teste integrado

Cria-se uma empresa fictícia no sistema informático, com a mesma


parametrização do ambiente de produção, onde são introduzidos dados com
todos os tipos de erros e exceções.

- Log da Auditoria

São arquivos gerados para monitorar o funcionamento do sistema e


exceções.

24
4.2- EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
Evidências de auditoria

Os trabalhos de auditoria devem estar suportados por papéis de trabalho


que demonstrem o trabalho efetuado a extensão dos testes e fundamentem a
conclusão a que se chegou. É comum o uso de programas de trabalho e de
questionários padronizados para documentar o trabalho realizado e para orientar
as equipes quanto ao que, quando e onde deve ser realizado.

Na fase de planejamento estes programas devem ser adaptados para


atender as necessidades atuais da organização e a rotação de ênfase que
estiver prevista.

4.3- SÍNTESE DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA AUDITORIA


Plano organizacional

- Decisões compartilhadas (conselho de administração e comitê de auditoria).

- Delegação clara das responsabilidades e poderes.

- Segregação de funções.

- Limites de autoridade.

- Estrutura organizacional .

- Conjunto de procedimentos escritos ou informatizados.

Ambiente informático

- Adequado em tecnologia, capacidade e funcionalidade.

- Atendimento dos acessos e limites de autoridade em função do plano


organizacional.

- Controle de acessos lógicos.

- Controles de desenvolvimento e documentação de sistemas.

- Novos softwares.

25
- Inventários de software e hardware.
- Seleção e controle dos outputs.

- Organização e operação.

- Garantia de continuidade das

operações. Guarda física de ativos

- Restrição de acessos.

- Acondicionamento e guarda em condições adequadas.

- Controle do prazo de validade dos itens estocados.

- Existência de responsabilidade pela guarda.

- Existência de controles escriturais para conferência.

- Inventários regulares.

- Guarda adequada dos arquivos.

Realização e controle de transações

- Pessoas encarregadas das negociações com conhecimento e capacidade de


julgamento suficiente para atender aos aspectos de relacionamento pessoal,
negociais e de conformidade legal.

- Conformidade com a lei.

- Conformidade com os procedimentos internos, autorização, formalização e


autoridade.

- Cadastros adequados.

- Registros adequados nos sistema contábil e de informação.

- Controles e avaliações quanto aos resultados das negociações.

- Decisões fundamentadas com justificativas e cálculos.

- Relatórios de exceção gerados pelo sistema informático e analisados por


funcionários independentes da execução, indicando as transações não-
conformes.

Sistema contábil
26
- Análise de contas e do razão auxiliar X razão geral.

- Controles das atividades descentralizadas (filiais, subsidiárias, perímetro de


consolidação).

- Plano de contas consistente com as atividades e com os níveis necessários


para controle das operações e apresentação de resultados.

- Relacionamento com outras áreas, formalizado em termos de procedimentos e


cronogramas.

- Livros, registros, informações fiscais e legais atualizados e em conformidade


com a lei.

- Apresentação de informações e demonstrações contábeis de acordo com os


princípios contábeis, normas legais e regulamentares.

Sistema de informação gerencial (SIG)

- Estratégia ou planos de ação condizentes com a missão divulgada.

- Informações do ambiente externo que suporte as decisões estratégicas.

- Decisões baseadas no custo de capital da empresa.

- Escolha de projetos e estratégias com o uso de técnicas financeiras e


estatísticas para tratamento do custo do capital e do risco.

- Fluxos futuros de caixa detalhando entradas e saídas.

- Fluxos futuros de caixa correlacionados com os demais objetivos.

- Documentação da estratégia (scorecard).

- Orçamentos anuais partindo dos indicadores derivados dos objetivos


estratégicos.

- Preparação do orçamento segundo as boas práticas, com participação,


comprometimento e metas factíveis.

- Identificação de possíveis efeitos colaterais ocasionado pela escolha dos


vetores de avaliação de desempenho.

- Explicação dos desvios nas metas estratégicas e nos orçamentos.

- Melhoria contínua do processo de previsões.


27
- Liderança adequada para promover o ambiente organizacional necessário para
suportar a missão e os objetivos estratégicos.
- Capital humano.

- Ambiente organizacional de confiança mútua e adequado à missão.

- Adequação às tarefas.

- Adequação à estratégia.

- Metas de conhecimento e perfil profissional claramente definido.

- Inventário das competências e habilidades.

- Processos de aquisição de conhecimentos adequados, quanto à qualidade e


prazos, para suportar a missão e a estratégia.

- Métodos de avaliação e acompanhamento do capital humano quanto aos


objetivos e metas estratégicas e ao desempenho na realização das transações e
na condução dos processos internos.

Gerenciamento do risco (ERM)

- Ambiente organizacional adequado.

- Identificação adequada dos eventos de risco.

- Concordância quanto à avaliação de impacto e probabilidade.

- Estabelecimento de metas de conformação ou de atuação quanto aos riscos.

- Resposta da administração quanto à conformação de riscos e documentação


das decisões envolvendo riscos de oportunidades.

- Redução dos riscos de maior impacto e probabilidade.

- Realimentação e monitoramento adequado do processo de gerenciamento do


risco.

28
CAPÍTULO 5- RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA
O relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e deve ser apresentado e
entendido pelo auditado. Considerado como o veículo principal de relacionamento
entre o auditor e a entidade auditada, o relatório é documento técnico e deve
obedecer a normas de apresentação, forma e objetivos.

- Importância do relatório para o auditado:

* funciona como uma avaliação do trabalho do auditado;

* indica a necessidade de ações corretivas

- Importância para a administração:

* é um indicador de avaliação do desempenho dos seus profissionais, em suas


funções.

- Importância para a auditoria:

* é um dos meios pelo qual a alta administração julga e avalia a qualidade da


auditoria.

Quando o gerenciamento de risco que está implantado na empresa o


resultado do trabalho pode ser reportado mediante confirmação ou revisão da
graduação do impacto, probabilidade e progressão do risco, ou ainda ser
reportado sob forma de recomendações observando as exigências da NBCT 12
que determina que o relatório deve abordar no mínimo, os seguintes aspectos,
segundo Marcelo Cavalcanti:

a) O objetivo e a extensão dos trabalhos;

b) A metodologia adotada;

c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados a sua extensão;

d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e) A descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) Os riscos associados aos fatos constatados; e


29
g) As conclusões e recomendações resultantes dos fatos constatados.

O relatório, por ser produto de um trabalho técnico, deve ser redigido de forma
impessoal, de preferência no modo infinitivo, preservando-se os atributos de
concisão e clareza. As recomendações devem estar devidamente justificadas.

Ao reportar exceções estas devem vir acompanhadas de exemplos.

As recomendações devem vir acompanhadas de comentários dos responsáveis


manifestando sua concordância ou discordância. Em caso de discordância deve
haver a justificativa e em caso de concordância dever ser mencionada a data
prevista para implementação da recomendação. Estas medidas permitirão o
follow-up das recomendações e a programação dos testes de avaliação da
efetividade do controle implantado.

5.1- TIPOS DE RELATÓRIOS


- Relatórios Preliminares- relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de
uma auditoria. Apresentam maior simplicidade na formulação, são ágeis na
discussão dos pontos junto ao auditado.

- Relatórios Finais- são completos e abrangentes; incluem informações quanto à


natureza dos assuntos, escopo do trabalho e índice de pontos; incluem, além
dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a área auditada.

- Relatórios Especiais- originários de trabalhos de natureza especial, como por


exemplo:

a) compra de uma empresa

b) avaliação de um projeto específico

c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande pote adquirido pela


empresa

d) assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios normais,


trabalhos específicos.

30
CAPÍTULO 6- PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE
AUDITORIA NO ATIVO IMOBILIZADO

6.1- PAPEL DE TRABALHO DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS


- Custo: saldo no início do período, aquisições, baixas, transferências, saldo no
fim do período.
- Depreciação acumulada: saldo no início do período, depreciações, baixas,
saldo no fim do período.

- Confira os saldos iniciais com os nossos papéis de trabalho do ano anterior.

- Confira os saldos finais com o razão geral.

- Listagem individual dos bens do ativo imobilizado, com data-base do fim do


período.

- Verificar se a listagem concorda com o saldo do custo no fim do período,


apresentado no papel de trabalho de movimentação de contas.

- Selecionar bens para serem identificados fisicamente.

- Selecionar, aleatoriamente, bens fisicamente e identifique-os na listagem.

- Selecione itens para serem testados.

- Para os itens selecionados execute os seguintes procedimentos de auditoria:

* confira o valor selecionado com a documentação de compra (verifique se está


em nome da empresa).

* inspecione a documentação de compra (nota fiscal, pedido de compra ou


contrato, etc).

* confira a aprovação da compra segundo os limites de competência


estabelecidos nas normas internas da empresa.

- No caso de construção própria, verifique se foram debitados no ativo


imobilizado todos os custos referentes a matéria-prima, mão-de-obra direta e
gastos gerais de construção.

31
6.2- TESTES NO ATIVO IMOBILIZADO
- Selecione itens para serem testados. Observe se os gastos com manutenção e
os gastos com reparos não aumentam a vida útil do bem e, portanto, devem ser
tratados como despesa do ano.

- Inspecione a documentação comprobatória dos itens selecionados.

- Verifique se a vida útil, estabelecida para cada classe de bens, é adequada e


está consistente com o ano anterior.
- Verifique se as benfeitorias em imóveis de terceiros estão sendo amortizadas
de acordo com o prazo do contrato de aluguel.
- Verifique se o método de depreciação está de acordo com os princípios
contábeis e é consistente com o ano anterior.

- Verifique a razoabilidade da classificação da depreciação e identifique-a nas


contas do razão de custo de produção e despesa do período.

- Efetue o cálculo global da

depreciação: Sobre o saldo inicial:

● saldo do custo no início do período


● custo dos bens, 100% depreciados no início do período
● valor base para cálculos das depreciações
● taxa de depreciação
● valor depreciado em

reais Sobre as aquisições do

período:

● custo das aquisições do período


● taxa proporcional de depreciação
● valor depreciado em

reais Sobre as baixas do

período:

● custo das baixas


● taxa proporcional de depreciação
● valor depreciado em reais
32
- Selecione, por meio dos registros contábeis, itens a serem testados e execute
os seguintes procedimentos de auditoria:

* inspecione registros individuais e confira os cálculos do custo e da depreciação


acumulada;

* inspecione autorização para a baixa, segundo definido no manual interno da


empresa;

* no caso de venda, inspecione a documentação comprobatória, identifique o


valor da venda na conta “receita na venda de bens do ativo imobilizado” e
verifique se o valor da venda é razoável em relação ao bem vendido.
- Selecione alguns bens vendidos, partindo da conta de receita na venda de
bens do ativo imobilizado, e verifique se o valor contábil dos bens vendidos foi
baixado do ativo imobilizado.
- Verifique se o valor das baixas, segundo o papel de trabalho de movimentação
de contas concorda com o saldo de conta de “valor contábil de bens do ativo
imobilizado baixados”.

6.3- VERIFICAÇÃO DA CONTA DE IMOBILIZAÇÕES EM


ANDAMENTO
- Verifique se a conta específica do projeto vem recebendo custos normalmente.
A ausência de débitos recentes de custos poderá ser em função do projeto ter
sido abandonado, que não é mais viável, ou até mesmo por ele já ter sido
concluído.

- Inspecione plano do projeto, contrato de construção e orçamento de custos,


compare com a situação existente, visite o local para certificar que não existe
anormalidade.

- Para os projetos encerrados durante o período, verifique se todos os custos


forma transferidos para as contas definitivas do ativo imobilizado e confira a data
da transferência com a documentação comprobatória.

6.4- VERIFICAÇÃO DE PROPRIEDADE E ÔNUS SOBRE IMÓVEIS


- Obtenha certidões negativas dos imóveis para a data do exame. Verifique se
nessas certidões negativas os imóveis estão em nome da empresa e se não

33
existem ônus sobre os mesmos. Caso existam ônus, observe se a transação foi
devidamente aprovada. Na hipótese do imóvel ter sido dado de garantia de um
financiamento, certifique-se de que o financiamento foi registrado no passivo da
empresa e que essa informação foi divulgada em nota explicativa das
demonstrações financeiras.

6.5- TESTE DA REAVALIAÇÃO


Caso a empresa tenha reavaliado bens do ativo imobilizado durante o exercício
social, inspecione o laudo dos peritos ou da empresa avaliadora e confira-o com
as informações registradas no razão geral. Se a reavaliação de um terreno for
debitada na conta de edifícios, têm influência direta na depreciação, e,
consequentemente, no lucro líquido do exercício. O auditor deve examinar
também a ata da assembléia de acionistas que aprovou a reavaliação.

34
CONCLUSÃO

Na análise de um balancete, a grande riqueza da empresa encontra-se em seu


ativo. Existem empresas que classificam parte de suas aquisições
indevidamente, e por isso temos que ficar atentos e fazer sempre executar um
chek-list de todo o seu ativo imobilizado para a verificação se realmente o bem
está ligado a atividade fim da empresa.

A depreciação pode ser conceituada como o modo pelo qual se registra,


contabilmente, a diminuição do valor de bens do ativo imobilizado resultante do
desgaste pelo uso, pela ação da natureza, perecimento ou obsolescência
normal. Esta é apenas uma das várias definições. Contudo, sintetiza bem o
termo. O valor depreciável de um bem do ativo imobilizado deve ser apropriado
numa base sistemática durante sua vida útil econômica. À medida que os bens
são utilizados nas operações, o valor contábil do ativo é reduzido para refletir
esse benefício econômico, gerando uma despesa de depreciação. A
depreciação dever ser registrada mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu
valor contábil. No processo de uma auditoria no Ativo Imobilizado de uma
determinada empresa um dos focos do auditor deverá ser se o bem ainda está
produzindo, pode ser que esteja no cadastro do ativo fixo e que não exista mais
fisicamente sendo depreciado normalmente.

A Instrução Normativa SRF 162/98, alterada posteriormente pela Instrução


Normativa SRF 130/99, relacionou alguns bens de acordo com a NCM
(Nomenclatura Comum do Mercosul), e definiu seus respectivos prazos de vida
útil e taxas de depreciação, porém, é importante considerarmos os seguintes
fatores ao determinar a vida útil econômica;

• Uso esperado do bem pela empresa, avaliado com a capacidade de produção;

• Desgaste físico esperado, que depende de fatores operacionais, tais como


número de turnos que exigem a sua utilização;

• Obsolescência tecnológica resultante de mudanças ou aperfeiçoamento na


produção;

• Limites legais ou semelhantes sobre o uso do bem, tais como datas de


expiração de arrendamentos, etc.
35
O sucesso no controle e o desenvolvimento deste trabalho estão diretamente
relacionados com o grau de envolvimento do seu gestor. O seu perfil deve ser de
um detetive incansável na buscade eventuais ocorrências que prejudique a
atividade operacional da empresa, e ao mesmo tempo possua bom senso para
resolução de situações encontradas no dia-a-dia. Cabe a ele promover a Norma
estabelecida e fiscalizar o seu cumprimento, relacionando-se com todos os
colaboradores da organização.

Através de cálculos pré-estabelecidos e estudos de mercado realizados pela


área competente, o gestor estará em sintonia com a direção da empresa,
analisando o retorno do capital investido, o tempo de retorno, as despesas
acessórias do investimento e a melhor maneira para adquiri-lo, quer seja por
leasing, financiamentos, à vista, etc.

É comum encontramos nas grandes organizações deficiências em uma área tão


importante como a de Gestão do Ativo Imobilizado, por isso, é necessário a
conscientização dos administradores quanto a eficiência sobre um item de
grande representatividade em seu Ativo. Em países desenvolvidos, este trabalho
é realizado de maneira constante, pois uma estrutura patrimonial evoluída e que
não gere custos desnecessários, tais como manutenções freqüentes, produção
parada, acidentes de trabalho, entre outros, refletem diretamente nos resultados
obtidos.

36
REFERÊNCIAS:
Aragão, Marcelo – Auditoria Cespe Séries e Questões

Comentadas; Ed. Método. Attie, William – Auditoria Conceitos e

Aplicações; Ed. Atlas 5ª Ed. 2010

Avalos, José Miguel Aguilera; Ed.

Saraiva. Cavalcanti, Marcelo –

Auditoria; Ed. Atlas 2009 Crepaldi,

Silvio Aparecido; Ed. Atlas.

37

Você também pode gostar