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Sedentarismo e Qualidade de Vida

Uma das características da sociedade moderna


é o fato desta se ter desenvolvido essencialmente
junto das grandes cidades, o que contribuiu para uma
urbanização desmedida das mesmas. O
aproveitamento dos espaços existentes foi
fundamentalmente baseado nos fins habitacionais e
comercias necessários, pelo que se deu um quase
total desaparecimento de espaços livres e verdes
onde as crianças e os jovens possam desenvolver as
suas atividades de lazer. Nas cidades, as brincadeiras
de rua de uma juventude ainda recente como "as de
rua são praticamente inexistentes e isto por falta de “condições”.
Estes aspectos, associados à modernização dos meios audiovisuais vieram
contribuir para o isolamento e cada vez menor socialização das nossas crianças e
jovens, que ao invés de realizarem atividades físicas (desportivas ou não) ou de
conviverem com os demais colegas passam a maior parte dos seus tempos livres
sozinhos nas suas próprias casas entretidas com jogos de computador,
playstation, a ver televisão, entre muitos outros, agravando ainda mais
o sedentarismo (com os malefícios para a saúde que daí advêm) que caracteriza
a nossa sociedade atual.

Julgamos assim haver necessidade de criar nos jovens, hábitos de uma


ocupação salutar dos seus tempos livres através do moviment o e de atividades
ao ar livre onde impere a amizade e o convívio social, pelo que tal devia ser
promovido pelos pais, pela escola, e pelo próprio
jovem.

Não só os jovens são exemplo


de sedentarismo, pois apesar de todas as tecnologias
de lazer que os caracterizam, ainda mais tecnologias
fazem parte da vida do sujeito adulto. São exemplos
deste sedentarismo:

 Os carros e afins, que lhe reduziram quase


totalmente o esforço do deslocamento;
 As tecnologias de automação que diminuíram
imensamente o esforço humano no trabalho, isto quando não se deu uma
substituição total do homem pela máquina;
 O surgimento de empregos cada vez mais focados no esforço “mental”, no
estar sentado o dia todo em frente a uma secretária;
 Os novos tipos de comida (fast food principalmente) que surgem, que
devido ao seu enorme valor calórico “pedem” um esforço físico mais
intenso para queimar essas calorias, são “respondidos” pela pouca prática
de exercício que caracteriza a maioria das pessoas;
 O fato das pessoas não quererem “perder” tempo com a prática desportiva,
ou de deixarem de o praticar em detrimento de um emprego demasiado
exigente;

Todos estes e muitos mais fatores são cada vez mais parte do dia-a-dia da
nossa sociedade. Com a despreocupação que se dá a estes assuntos, “brinca-se”
com a saúde (de um modo geral), no caso do mais jovens já começam a
aparecer os primeiros casos de stress, o que era impensável até há poucos anos,
o que resulta num menor rendimento escolar (claro que este é apenas um
exemplo, que não se aplica na generalidade dos maus rendimentos escolares).
De um modo geral, conclui-se que o sedentarismo leva a uma menor capacidade
de aguentar a pressão do dia-a-dia.

Para resolver este “problema”, deverá ser


mais acentuado o fomento e o acesso à prática
desportiva para todos os jovens e adultos que
gostem de praticá-lo, independentemente das suas
capacidades. No entanto este é um facto que não
acontece na maioria dos clubes que são Instituições
seletivas e onde não há lugar para os menos aptos. A
maioria dos clubes desportivos, só por si não se
preocupam muito com estes fatores (principalmente
no caso do jovens em que para além da modalidade
que praticam também têm o dever de ter bons
resultados escolares, por exemplo), pois o objetivo da instituição é e será sempre
o aproveitar o atleta e não a preocupação se esse atleta vai a escola ou não, se
tem aproveitamento ou não, simplesmente tem a preocupação de que o aluno
não falte ao treino.

Um alerta aos encarregados de educação para o


facto de por vezes as notas da escola não serem as
melhores e na maior parte das vezes ser “dada a
culpa” ao desporto praticado por este, pelo que o
castigo que o aluno sofre é não poder praticá-lo. Deste
modo, o castigo imputado apenas faz com que o jovem
em vez de se estar a desenvolver física e
psicologicamente (convívio, valores de grupo,
organização do tempo, ...) fique em casa agarrado ao
computador ou qualquer outro dispositivo, perdendo
horas a fio, e deste modo estudando ainda menos (o que s upostamente foi a
causa do seu castigo). Para um aluno, o facto de praticar um Desporto, para
além de o aliviar de um modo geral, também melhora a sua “capacidade
mental”, através da já mencionada organização do tempo (aproveita-se melhor o
tempo), a concentração melhora substancialmente, e desse modo os resultados
escolares também, para já não falar do convívio e vida social que adquire,
ganhando amigos, experiências, lembranças, conhecimentos que o irão ajudar na
vida.
Todos os fatos mencionados acerca do sedentarismo na sociedade atual
também serviram, de certo modo, para nos alertar das diversas formas de
inverter esta “inércia” que nos afeta. Podemos orgulhar-nos de possuir uma
tecnologia muito avançada que faz tudo quanto é necessário, mas devíamos
orgulharmo-nos mais de ter um corpo que sempre nos ajudou na nossa vida, e
que se trata de uma das maiores “maravilhas” que a natureza tanto tempo
demorou a desenvolver.

1-O Homem:
A Atividade Física (logo, o Desporto) sempre foi
parte da vida do Homem, e desde sempre o ajudou a
sobreviver. Os seus benefícios são imensos e é imposs ível
denominá-los todos, pois a simples prática de atividades
do dia-a-dia como caminhar, saltar, correr já fazem de
algum modo diferenças substanciais no nosso corpo, o
qual ao adaptar-se às características externas se vai
desenvolvendo.

Neste primeiro tópico iremos focar-nos nas


consequências/benefícios do Desporto no Homem.

1.1-Com Desporto – Benefícios:


O exercício físico regular constitui um importante elemento num estilo de
vida saudável, tratando-se de uma forma de prevenção das doenças em geral (e
das doenças cardiovasculares em particular), melhorando assim o estado de
saúde e a qualidade de vida das pessoas que o praticam. O exercício físico tem
resultados benéficos a nível físico e psicológico.

1.1.1-Bem-estar físico
Inúmeros aspectos positivos são estimulados pela prática
desportiva, os quais incidem principalmente ao nível cardiovascular,
o que por consequência afetará todas as funções do nosso corpo.
Entre todos os benefícios iremos enumerar alguns:

Redução da Tensão Arterial: a prática de uma atividade física moderada reduz


substancialmente a tensão arterial, isto porque se verifica uma diminuição da
pressão diastólica devido à vasodilatação. Devido a este facto, diminuem os
riscos de se padecer de arteriosclerose e AVC, por exemplo;

Redução do peso e obesidade: a realização de exercício físico trata-se de uma


saudável forma de perder/ manter o peso. A obesidade, problema que cada vez
mais afeta a sociedade, diminui em muitos aspectos a qualidade de vida, não só
em termos físicos (dificuldade na locomoção e na realização de atividades
simples do dia-a-dia) mas também em termos sociais (exclusão principalmente).
Do mesmo modo o peso excessivo pode ser um importante fator para o
aparecimento de doenças cardiovasculares, o que no caso dos obesos é muito
mais perigoso. O exercício físico com o objetivo de manter o peso, a imagem e a
saúde é uma das vertentes desportivas mais defendidas, pelo que se trata de um
dos principais benefícios do desporto na saúde;

Melhor controle da diabetes: a prática de exercício físico


com regularidade, nos doentes com diabetes controlados,
diminui os níveis de glicemia no sangue do indivíduo, o
que faz com que as necessidades de insulina sejam
menores. Desse modo a doença mais controlada
proporcionará uma melhor qualidade de vida ao
diabético;

Proteção contra a osteoporose e o enfraquecimento dos ossos : o aumento da


atividade física reduz a perda óssea e o risco de fraturas, principalmente nas
mulheres após a menopausa. Os ossos ao sofrerem uma maior pressão devido ao
exercício aumentam a quantidade de filamentos que os compõem, aumentando
assim a sua densidade e robustez, prevenindo assim futuras fraturas e
complicações;

Aumento da capacidade imunológica do organismo: os


mecanismos de auto-defesa do organismo aumentam a sua
capacidade defensiva de um modo geral; o funcionamento
mais eficaz de todos os sistemas do corpo (circulatório e
respiratório por exemplo) leva a um consequente melhor
funcionamento do sistema imunológico (características
sanguíneas, musculares, internas em geral) o que num
posto de vista virado para a saúde nos permite concluir
que, consequentemente, um melhor sistema imunológico
leva a uma melhor saúde);

Redução da incidência de doença coronária: a prática


desportiva previne a ocorrência da doença cardiovascular e
aumenta a possibilidade de reabilitação após um enfarte agudo do miocárdio. Da
mesma forma que aumenta o gasto calórico durante a prática de exercício físico
regular, diminui progressivamente o risco de um problema cardiovascular.
Estudos provam que indivíduos que tentavam manter-se em boa forma física
demonstravam menos de metade das probabilidades do que os outros de sofrer
de uma doença coronária.

De um modo geral a prática regular de exercício físico pode prevenir as


doenças coronárias pois:

 Há um aumento da espessura da musculatura cardíaca;


 Há um aumento da cavidade das câmaras cardíacas;
 Há um aumento da capacidade do sistema cardiovascular;
 Há um aumento do volume sanguíneo total;
 Há uma diminuição da pressão arterial;
 Há uma diminuição do peso em excesso, colesterol e dos
triglicérides.

1.1.2-Bem-estar psicológico
Os benefícios psicológicos provenientes do exercício físico também são
muito relevantes para o bem-estar geral dos indivíduos que o praticam, visto que
cada vez mais se dá importância à “mente”. Como na expressão “mente sã em
corpo são”, não precisamos apenas de um corpo bem “tratado e trabalhado”,
mas mais ainda de um psicológico saudável, o qual hoje em dia se tem mostrado
muito importante.
A prática desportiva, para além dos benefícios físicos enunciados
anteriormente, também tem um importante papel no dito “psicológico” do
indivíduo, incidindo em vertentes concretas que na nossa sociedade possuem
mais e mais um carácter necessário. São elas:

Aumento da autoconfiança e da estabilidade emocional: muito importante facto


para a pessoa numa sociedade que cada vez se caracteriza pelo social e coletivo,
pela necessidade de interagir com os outros. As pessoas ativas fisicamente
possuem uma predisposição para a vida social mais calma, correta, dando-se
melhor com quem trabalham e vivem, por exemplo;

Aumenta o funcionamento intelectual, nomeadamente a memória e a percepção,


os quais são necessários no dia-a-dia, ainda mais na atualidade, em que se
trabalha principalmente em campos científicos e tecnológicos;

Aumenta a imagem corporal positiva: ao sentir-se melhor com o seu corpo o


indivíduo sente-se melhor consigo próprio e, por sua vez, com os outros. Este é
um exemplo da aliança do bem-estar físico com o psicológico, a qual nos
apercebemos que traz inúmeros benefícios para a pessoa, principalmente a nível
social (convivência com os outros);
Aumenta o controle interno, o autocontrole e bem-estar: o exercício físico liberta
endorfinas que produzem sensações de bem-estar. O indivíduo desse modo não
será tão afetado pelo stress e afins, encarando então os problemas da vida de
uma forma mais natural mas não menos consciente. Em tudo o exercício físico o
ajuda no dia-a-dia;

Aumenta a eficiência e diminui o absentismo no trabalho: os trabalhadores, ao


sentirem-se bem física e psicologicamente derivado duma vida pouco sedentária,
ficam mais motivados para trabalhar, pelo que, consequentemente, faltam
menos, trabalham mais e melhor;

Diminui a ira/ irritação, a ansiedade, a confusão, a hostilidade, a


depressão: como já foi explicado, o exercício físico torna o seu praticante mais
calmo e apto para a vida social, pelo que é fácil concluir que se dará uma
diminuição das características negativas enunciadas acima;

Diminui o nervosismo e tensão: do mesmo modo a calma e o discernimento das


situações sofre uma evolução positiva nos praticantes de atividades desportivas.

1.1.3-Sem Desporto – Malefícios


Já é um facto adquirido e automatizado dizer que o exercício físico faz bem,
mas será que todos sabemos o que é que nos acontece se não o praticarmos? Se
não nos exercitarmos, o nosso corpo, que se habituará a tal, sofrerá uma série
de alterações, as quais o levarão a uma degradação das funções vitais do
organismo, o que eleva em muito a propensão do indivíduo para apanhar
doenças. Estas alterações são cada vez mais comuns na nossa sociedade,
principalmente devido à automatização que se verifica.
A ausência de atividade física produz no nosso corpo uma diminuição das
funções vitais, como a captação e utilização do oxigénio, o bombeamento do
sangue pelo coração, entre outros, o que leva a uma deficiente irrigação dos
músculos, órgãos, cérebro. Consequentemente dar-se-á uma contração das
artérias, o que aumentará a pressão arterial (hipertensão arterial). Tal facto é
uma das principais razões para a ocorrência de enfartes e coágulos.
O enfraquecimento do sistema cardiovascular leva a uma redução da
capacidade de responder a movimentos repentinos ou estímulos. Por exemplo, as
pessoas sedentárias costumam sentir-se ligeiramente “tontas” quando se
levantam de repente, pois, como já foi visto, o coração carece da capacidade de
irrigar eficazmente o cérebro. Um dos casos mais curiosos é o facto das pessoas
sedentárias, segundo um estudo, sofrerem mais atropelamentos que os
indivíduos considerados ativos.

Infelizmente o sedentarismo não provoca apenas o acima mencionado.


Também leva a um aumento dos níveis de colesterol e triglicérides. Os músculos
sofrem transformações no que trata ao tamanho, resistência, elasticidade,
tornando mais difíceis ações naturais do dia-a-dia.
Ainda para mais, o sedentarismo é uma das principais razões para o
aparecimento de inúmeras doenças, entre as quais os diabetes, a osteoporose, a
obesidade, a angina, outros problemas cardíacos, a depressão, a redução dos
níveis de testosterona (levando à impotência
masculina em muitos casos).
A comunidade médica defende que para
combater o sedentarismo se devem praticar pelo
menos 30 minutos de exercício físico 3 a 4 dias por
semana. Claro que este é apenas um mínimo para
quem carece de tempo disponível, por isso o
recomendado é a prática moderada de exercício
físico, se possível acompanhado por alguém
experiente no ramo, de modo que nós possamos
tratar do nosso corpo e saúde, não sofrendo de
doenças (como as descritas anteriormente) que de
nada nos favorecerão a vida.
Infelizmente, ainda não é possível viver sem
doenças apenas ficando sentado em frente à
televisão, pelo que é nossa opção tratar de nós
próprios e tornarmos a nossa qualidade de vida um
pouco melhor, por isso, “MEXA-SE”.

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