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Coletanea Emp Tat At1
Coletanea Emp Tat At1
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
(ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO)
COLETÂNEA DE
MANUAIS DE
EMPREGO DA INFANTARIA
2019
Observações:
INDICE DE ASSUNTOS
REFERÊNCIAS
Caderno de Instrução Pelotão de Fuzileiros - CI 7 10-1, 1 Ed 2009
Caderno de Instrução O Pelotão de Fuzileiros no Combate em Área Edificada
EB70-CI-11.408, 2 Ed 2017
Manual de Campanha Companhia de Comando e Apoio - C 7-15, 3 Ed, 2002
Manual de Campanha Companhia de Fuzileiros - C 7-10, 2005
Manual de Campanha Operações Ofensivas e Defensivas EB70-MC-10.202, 1 Ed 2017
Manual de Campanha Operações Ofensivas e Defensivas EB70-MC-10.202, 1 Ed 2017
1. OFENSIVA
Considerações Iniciais
A ofensiva é a ação decisiva de emprego da força militar no campo de batalha,
para impor a nossa vontade sobre o inimigo que se concentra para o combate de alta
intensidade, representando o melhor caminho para se obter a vitória.
Fig 01
Medidas de planejamento
c. Apoio ao Combate
1) O pelotão, constituindo o escalão de reconhecimento ou como
flancoguarda do batalhão, em princípio, recebe o reforço de armas de apoio da
companhia, usualmente uma peça de canhão sem recuo.
2) É possível que a seção de morteiros da companhia seja empregada em
apoio direto ao pelotão do escalão de reconhecimento ou flancoguarda. O observador
avançado, normalmente, acompanha o pelotão.
3) Elementos de reconhecimento de engenharia, normalmente, se deslocam
junto ao escalão de reconhecimento.
Execução de Operação
e) Objetivo de marcha
(1) Ao atingir as proximidades do objetivo de marcha, o pelotão
reagrupasse e ocupa a posição de ataque da companhia.
(2) O comandante da companhia realiza um rápido reconhecimento
e desencadeia um ataque de oportunidade. Após a conquista do objetivo, são adotadas
as medidas de consolidação e reorganização.
3) O Pelotão de Fuzileiros como Flancoguarda do Batalhão
a) Missão
(1) A missão do pelotão flancoguarda é proteger o grosso do
batalhão contra a observação terrestre inimiga e os ataques nos flancos.
(2) Na eventualidade de um ataque inimigo, o pelotão combate
defensivamente para permitir o ininterrupto escoamento do grosso ou para permitir-lhe
tempo suficiente para se desenvolver.
b) Deslocamento
(1) O processo de deslocamento do pelotão depende do terreno
(disponibilidade de itinerários paralelos) e dos meios de transporte disponíveis
(mobilidade).
(2) O pelotão pode se deslocar de forma contínua, com
desdobramento semelhante ao do escalão de reconhecimento de um batalhão
vanguarda, ou ocupar posições de bloqueio sucessivas nos eixos transversais que
demandam o itinerário do grosso.
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(3) O deslocamento contínuo depende da existência de um itinerário
paralelo ao do grosso, no limite da distância de apoio de fogo do batalhão, podendo o
pelotão dispor da mesma mobilidade em relação ao grosso.
(4) A ocupação de posições de bloqueio sucessivas requer uma
mobilidade superior em relação ao grosso, proporcionada por viaturas ou aeronaves,
independentemente da existência ou não de um itinerário paralelo.
(5) No caso de o pelotão flancoguarda marchar a pé de e não haver
um itinerário paralelo ao do grosso, a flancoguarda deve ocupar posições de bloqueio
sucessivas, mediante rodízio de pelotão, realizado pelo batalhão, a cada posição de
bloqueio ocupada.
(6) As posições de bloqueio são núcleos de defesa com a missão de
retardar tropas inimigas que ataquem no flanco. O pelotão as ocupa como um todo.
(7) Sempre que possível, em qualquer situação, o pelotão
flancoguarda deve possuir mobilidade superior à do grosso.
Considerações Iniciais
Medidas de planejamento
1.5. O GC no ataque
Execução da Operação
d. Consolidação do Objetivo
1) As ações de consolidação do objetivo conquistado visam a repelir possíveis
contra-ataques inimigos. O pelotão adota um dispositivo defensivo, mantendo a
formação tática em linha e ocupando posições na crista militar da contra-encosta do
objetivo. O comandante do pelotão determina setores de defesa aos grupos de
combate, utilizando o processo do relógio.
2) As armas orgânicas de apoio e em reforço se deslocam à frente e são
instaladas junto à posição defensiva do pelotão, batendo as prováveis vias de acesso
do inimigo.
3) Patrulhas de reconhecimento são lançadas à frente para verificar a
possível presença de elementos inimigos nas proximidades do objetivo e as condições
do terreno para o prosseguimento do ataque.
4) Elementos de segurança são estabelecidos à frente da posição. Cada
pelotão deve instalar, pelo menos, um posto de vigia/escuta. Patrulhas de ligação são
lançadas para realizar o contato com elementos vizinhos.
5) O pelotão reserva da companhia, normalmente, se encarrega da limpeza
do objetivo conquistado, capturando prisioneiros de guerra e verificando os mortos
inimigos.
e. Reorganização da Tropa
1) A reorganização da tropa consiste na adoção de medidas logísticas com a
finalidade de restabelecer o poder de combate do atacante, criando condições para o
prosseguimento do ataque ou para a manutenção do objetivo.
2) O efetivo deve ser conferido e redistribuído de acordo com o número de
baixas de cada grupo de combate. Os feridos, mortos e prisioneiros de guerra devem
ser evacuados conforme as NGA da companhia. Normalmente, elementos da reserva
da companhia se encarregam da evacuação para não desfalcar os elementos de
primeiro escalão.
3) O adjunto deve providenciar o remuniciamento do pelotão ou a
redistribuição da munição pelos grupos de combate. O material que tenha sofrido
danos ou extravios deve ser redistribuído nas frações, a fim de minimizar as faltas. As
3) Uma vez atacado, o pelotão deve retardar o inimigo, engajando-o pelo fogo
o mais longe possível, a fim de proporcionar o tempo necessário para a manobra do
batalhão. O pelotão deve solicitar apoio de fogo ao batalhão e somente retrairá
mediante ordem.
i. O Pelotão como Força de Fixação
1) A manobra de flanco da companhia requer uma ação frontal de fixação da
tropa inimiga, com a finalidade de garantir a liberdade de manobra da força de
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desbordamento. Essa ação tática visa a impedir o desengajamento da tropa inimiga em
contato.
2) A força de fixação desencadeia o seu ataque até a distância do combate
aproximado, cerca de 100 a 200 metros da posição inimiga, sem, contudo, assaltá-la.
Uma boa medida de coordenação e controle é o estabelecimento de uma linha de
controle para limitar a progressão da força de fixação na distância considerada.
3) Os fogos da força de fixação devem ser eficazes o suficiente para impedir
que o inimigo consiga realizar um retraimento com sucesso, seja para se retirar ou para
ocupar posições suplementares contra o ataque principal da companhia. Os fogos da
força de fixação devem ser suspensos quando a força de desbordamento atingir a
posição de assalto no flanco inimigo, com a finalidade de evitar o fratricídio.
4) Normalmente, o valor desejável de um ataque de fixação é o valor do
inimigo a ser fixado. O pelotão, em princípio, adota a formação tática por grupos
justapostos, a fim de garantir um bom volume de fogos à frente.
j. O Pelotão na Infiltração
1) A infiltração é uma forma de manobra tática ofensiva, empregada pelo
batalhão e escalões superiores, em que se desdobra uma força à retaguarda de uma
posição inimiga, por meio de um deslocamento dissimulado, para o cumprimento de
uma determinada missão.
2) A companhia e o pelotão de fuzileiros podem integrar a força de infiltração
em um ataque realizado pelo batalhão.
3) A infiltração, como técnica de movimento do pelotão de fuzileiros, consiste
em um deslocamento furtivo através de terrenos restritivos, tais como: matas densas,
pântanos ou regiões montanhosas.
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4) A utilização dessa técnica requer tempo suficiente para o deslocamento da
tropa, restrição de visibilidade (à noite ou sob nevoeiro) e um fraco dispositivo inimigo de
vigilância.
5) O pelotão pode se deslocar como um todo ou fracionado por grupos,
defasados no tempo, conforme as determinações do comandante da companhia. A
formação tática mais adequada é em coluna por um.
6) A faixa de infiltração contém os itinerários utilizados pelos grupos de
infiltração. Ao longo dessa faixa, são estabelecidas áreas de reagrupamento, onde o
pelotão se reorganiza. A última área de reagrupamento coincide com a posição de
ataque da companhia.
7) De acordo com a disponibilidade de tempo, por determinação do escalão
superior, o pelotão poderá não ocupar as áreas de reagrupamento, a fim de não deter a
progressão da força infiltrante.
8) O comandante do pelotão, normalmente, desloca-se junto ao primeiro
grupo de infiltração e informa ao comandante da companhia a passagem do pelotão
pelos pontos e linhas de controle estabelecidos e a reorganização do pelotão nas áreas
de reagrupamento.
9) Em caso de quebra do sigilo, os grupos de infiltração se reorganizam na
área de reagrupamento anterior, atuando conforme a determinação do comandante da
companhia.
Considerações Iniciais
Fig 20. Quadro comparativo das formas de emprego das peças do grupo de apoio
Considerações Iniciais
Generalidades
Finalidades
Um Btl pode fazer um ataque noturno por uma ou mais das seguintes
finalidades:
a. Evitar pesadas perdas a que estaria sujeito, realizando ataques diurnos;
b. Combinado com ataques diurnos, conquistar um terreno importante para
futuras operações, evitar que o inimigo melhore suas defesas e concluir ou explorar um
sucesso;
c. Iludir o inimigo e tirar proveito da surpresa inerente ao combate; e
d. Explorar as deficiências de meios optrônicos do inimigo.
Missão do batalhão
Características
Iluminação
Apoio de Fogo
a. Os preparativos feitos pelo Cmt Btl para um ataque noturno contra uma
posição defensiva inimiga compreendem:
(1) a determinação do efetivo, em fuzileiros, do escalão de ataque e a hora de
início do ataque;
(2) a escolha da Z Reu e as providências para sua ocupação;
(3) a imediata expedição de ordens preparatórias, informando a natureza da
operação, que dependerá do nível de visibilidade e da quantidade de meios optrônicos
disponíveis, a quantidade e o tipo dos reconhecimentos a serem realizados pelos
oficiais do EM e Cmt SU e a hora e local de reunião para recebimento de ordens;
(4) a determinação dos limites do objetivo e as Via A mais favoráveis que
conduzem a ele, dependendo do nível de visibilidade em que será desenrolado o
ataque noturno;
(5) A determinação do dispositivo do escalão de ataque;
(6) A localização das posições de ataque; a linha de partida; a provável linha
de desenvolvimento; os pontos de liberação de companhia; os limites laterais exatos de
cada objetivo de companhia e a linha limite de progressão.
(7) O reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a zona de reunião
e a posição de ataque;
(8) A coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da posição de
ataque e na linha de partida. Instruções para a abertura de brechas à frente para
passagem da tropa;
(9) A informação ao comandante da brigada sobre as repercussões da
determinação do ataque ser iluminado ou não, na manobra de seu batalhão, pelo
estudo do terreno.
b. O reconhecimento diurno executado por todos os Cmt é de grande
importância em todos os ataques noturnos e é essencial quando esta operação for
executada contra posições defensivas organizadas ou em noites totalmente escuras.
Ele será completado por patrulhas de reconhecimento, durante a escuridão, e pelo
estudo das cartas ou fotografias aéreas. As fotografias aéreas da Z Aç deverão ser
distribuídas a todas as companhias. O reconhecimento é realizado com a devida
atenção, tendo em vista o sigilo. Durante o dia, o reconhecimento do terreno
normalmente fica limitado à observação realizada a partir das linhas de frente amigas.
Frequentemente, os únicos meios de assegurar informações pormenorizadas do
terreno na Z Aç, bem como a localização e efetivo dos elementos de vigilância e postos
de escuta inimigos, são as patrulhas noturnas, que poderão estar, para maior
eficiência, equipadas com visores noturnos. Os elementos dessas patrulhas podem ser
utilizados, mais tarde, como membros de destacamentos de segurança na frente e nos
flancos. Os destacamentos podem ser empregados para balizar itinerários à frente da
linha de partida, demarcar a PLD, silenciar sentinelas e fornecer guias às frações
subordinadas para seu deslocamento da LP até a PLD. A engenharia em apoio ou em
reforço é empregada para localizar os campos de minas inimigos. Devem ser feitos
planos para a abertura de brechas nesses e em outros obstáculos, antes do ataque. As
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instruções do Cmt Btl para os comandantes das companhias definem a zona que cada
Cia deve patrulhar e as informações a serem obtidas. O número de patrulhas, o seu
efetivo e os outros pormenores podem ser também prescritos.
c. O planejamento dos ataques noturnos contra uma posição inimiga organizada
deverá ser mais minucioso que para um ataque diurno. Em complemento aos planos
normais de manobra e de apoio de fogos, devem ser determinadas as medidas
pormenorizadas que assegurem a coordenação e o controle entre os elementos do
escalão de ataque e os de apoio, para manter a segurança, o sigilo e as comunicações.
Deverão ser feitas previsões para todas as eventualidades. O planejamento detalhado
para um ataque noturno deve refletirse nos pormenores da ordem do Btl. O trabalho de
normas de comando é idêntico ao ataque diurno.
Segurança e Sigilo
Identificação à Noite
Manobra
Dispositivo
a. Zona de reunião (Z Reu) - O Btl desloca-se para uma Z Reu, onde são feitos
os preparativos para o ataque.
b. Posição de ataque (P Atq) - Se possível, uma posição de ataque deve ser
escolhida de maneira que possa conter o escalão de ataque no dispositivo prescrito
para a transposição da linha de partida. Nessa posição, as medidas de controle e as
direções são verificadas e os destacamentos de segurança são enviados até suas
posições. A área escolhida deve oferecer o mínimo de obstáculos e espaço para
dispersão. Um controle eficiente deve ser exercido durante o deslocamento para a
posição de ataque, com a finalidade de reduzir ao mínimo a confusão, a perda da
direção e a quebra do sigilo. Os meios para esse controle compreendem os
equipamentos de visão noturna, a utilização de guias, a escolha de itinerários
claramente definidos e o emprego de balizamento. O deslocamento da Z Reu para a
posição de ataque, em princípio, é feito sob o controle do Btl. Contudo, quando for o
caso, em virtude do dispositivo para o ataque e da escolha de P Atq diferentes para
cada SU, o controle pode ser descentralizado para os Cmt Cia.
c. Linha de Partida (LP) - Caso não possa ser fixada por um acidente do terreno,
essa linha pode ser demarcada com fitas ou outros meios improvisados. O ideal seria
estabelecer a orla anterior da posição de ataque como LP.
d. Hora do ataque
(1) Quando um ataque deve prosseguir no dia seguinte, o ataque noturno
pode ser feito na segunda parte da noite, para não dar tempo ao inimigo de organizar
um contra-ataque eficaz. O ataque deverá ter início com tempo suficiente para a
completa conquista do objetivo, consolidação e a reorganização da tropa antes do
clarear do dia.
(2) Quando a missão for conquistar e manter um objetivo, o batalhão,
geralmente, ataca logo após o escurecer para impedir que o inimigo se reorganize,
reforce sua posição, ataque ou retraia.
(3) Nas duas situações acima, para estimar a hora do início do ataque, o Cmt
Btl deve estipular um horário de referência a partir do qual o Btl já tenha cumprido a
missão e esteja disposto no terreno para fazer face aos contra-ataques inimigos. Deve
subtrair desse horário o tempo previsto para a consolidação, reorganização e o tempo
Velocidade de Progressão
Comando e controle
a. O PC do Btl permanece à retaguarda da linha de partida, até que o objetivo
tenha sido conquistado, quando poderá cerrar à frente ou permanecer no local inicial. O
Cmt Btl, os oficiais designados do seu EM e os mensageiros podem seguir na esteira
da SU que realiza o ataque principal, ou acompanhar a manobra de um P Obs, quando
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o ataque é iluminado. Uma turma de comunicações, com telefone, rádio e artifícios
luminosos desloca-se com este grupamento de comando.
b. Os meios físicos são instalados entre o Btl e as Cia. A fim de preservar o
sigilo, as comunicações telefônicas são preferíveis durante o deslocamento da LP até a
PLD.
c. O meio rádio deve ser evitado, para que o inimigo não venha identificar, com
seus meios de GE, o desencadeamento do nosso ataque. Porém, após a quebra do
sigilo, pode ser empregado, mas com restrições, devido às ações da GE do inimigo
como localização e interferência.
d. Os mensageiros, principalmente os especiais, são largamente empregados
após o início do ataque, seja para suplementar o meio físico, seja para minorar os
efeitos da confusão do combate, inerentes ao ataque noturno. Porém, tais mensageiros
devem conhecer a perfeita localização do PC do Btl e das Cia.
e. Os meios suplementares, tais como os acústicos e os artifícios
luminosos, são planejados e utilizados se necessário, particularmente após a
quebra do sigilo. Há necessidade que todos os Cmt participantes conheçam os sinais a
serem utilizados no ataque, inclusive os sinais de pedido e cessação de fogos de apoio
ou de proteção, bem como, o de objetivo conquistado. Tais artifícios podem ser
utilizados para orientar a tropa até o objetivo ou para reunir as frações que tenham
perdido a direção.
Execução do Ataque
Generalidades
Característica da Operação
Tipos de Transposição
Conceitos Básicos
Ordem de Ataque
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A ordem de operações do batalhão contém informações e instruções, de
particular importância na transposição de um curso de água, além das normais à de um
ataque coordenado. Normalmente estas informações são extraídas da ordem de
operações da brigada, conforme o que se segue:
a. informação sobre o terreno da frente de travessia;
b. missão, hora de transposição, Z Aç e objetivos do Btl;
c. informações sobre a missão das outras unidades, inclusive as demonstrações
ou fintas.
d. plano de apoio de fogos do Esc Sp;
e. informações sobre o emprego de fumaça para cobrir a operação;
f. plano de apoio da engenharia para a operação; e
g. plano pormenorizado de controle de trânsito, de suprimentos e de
comunicações e eletrônica.
RECONHECIMENTO
EXECUÇÃO
APOIO DE FOGO
Comando e Controle
Infiltração Tática
Generalidades
Considerações iniciais
EMPREGO DO BATALHÃO
FASES DO ATAQUE
a. Reconhecimento
(1) O reconhecimento é contínuo e deve ser realizado desde o recebimento
da missão, intensificando-se quando as ações de isolamento ou cerco à localidade têm
início.
(2) Busca de dados
(a) Para o isolamento ou o cerco de uma localidade os EEI são
estabelecidos visando obter dados sobre:
1) Características das áreas adjacentes ao limite urbano, tais como:
- Acidentes importantes do terreno;
- Vegetação;
- Vias terrestres e aquáticas;
- Cursos de água;
- Obras de arte;
- Obstáculos; e
- Outros dados julgados de interesse.
2) Valor e localização do inimigo nas áreas adjacentes ao limite
Urbano.
(b) Para o investimento à localidade, os EEI são estabelecidos visando
Obter dados sobre:
1) Características da localidade e do terreno adjacente:
- As vias terrestres ou aquáticas e vias de acesso que conduzem
ao interior da localidade;
- Os setores de maior concentração da população;
- Pontos característicos e edifícios mais altos;
- Redes de esgotos, metrôs, adegas e outras passagens
subterrâneas;
- Instalações de rádio e televisão;
- Serviços de utilidade pública, edifícios públicos e construção de
valor histórico;
- Áreas abertas (praças, parques,estádios etc);
- Áreas industriais, comerciais, residenciais etc;
- Terminais rodoviários, ferroviários ,aeroportos e portos;e
- Outros dados julgados de interesse.
2) Valor e localização do inimigo no interior da localidade
(3) Fontes de dados - Devem ser exploradas todas as fontes que puderem
proporcionar conhecimento sobre o inimigo e o terreno. São fontes importantes de
dados:
(a) Prisioneiros de guerra;
(b) Material e documentos capturados;
(c) Habitantes da região;
(d) Refugiados;
(e) Interceptação de comunicações;
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(f) Cartas, fotografias aéreas e fotos de satélites;
(g) Reconhecimentos terrestres e aéreos;
(h) Jornais, revistas e guias turísticos;
(i) Planta baixa e guia de ruas da localidade; e
(j) Relatórios e base de dados do escalão superior.
b. Isolamento
(1) Decisão - Na montagem da L Aç para o isolamento ou cerco da localidade,
o Cmt Btl deve atentar, principalmente, para os seguintes pontos:
(a) Seleção dos Obj mais adequados ao isolamento/cerco;
(b) Definição das direções de Atq das suas peças de manobra;e
(c) Definição do Atq Pcp.
(2) Objetivos
(a) No isolamento: serão marcados nos acidentes capitais que dominam
as vias terrestres que conduzem ao interior da localidade.
(b) No cerco: serão marcados nos acidentes capitais que dominam as
vias terrestres e as Via A que conduzem ao interior da localidade.
(3) Direções - O Cmt Btl após designar os Obj que cada SU deve conquistar,
pode dar-lhes também a direção em que deseja que eles abordem esses Obj ou, então,
deixa essa decisão com os próprios Cmt SU. Essas direções devem ser balizadas por
pontos nítidos do terreno, a partir da direção principal utilizada pelo Btl. Devem ser
escolhidas levando-se em consideração a distância a ser percorrida e os contornos do
terreno que facilitem a progressão da tropa.
(4) Ataque Principal - O ataque principal de uma força cuja missão seja
isolar/cercar uma localidade é determinado em função dos seguintes fatores:
(a) Quanto ao isolamento - incidir sobre acidentes capitais que bloqueiam a
maior possibilidade de reforço do inimigo;
(b) Quanto ao apoio ao investimento - Incidir sobre acidentes capitais que
apoiam a abordagem da localidade e o prosseguimento no interior em melhores
condições, quer por oferecer condições topotáticas favoráveis, quer por estar ocupado
pelo inimigo em condições de atuar sobre as forças do investimento;
(c) Quanto ao prosseguimento - Incidir sobre acidentes capitais que
facilitam o prosseguimento após a ação na localidade;
(d) Todos os fatores devem ser reagidos entre si e analisados em conjunto,
porém, a missão principal desta força é isolar/cercar (fator preponderante) a localidade.
(5) Zonas de ação - No isolamento/cerco, a Z Aç é fixada para o Btl pelo Cmt
Bda na sua ordem de operações, que para isso levou em consideração os seguintes
fatores:
(a) Quantidade de objetivos de isolamento/cerco; e
(b) O valor do inimigo nestes objetivos.
(6) Limites - Os limites entre as SU do Btl que executa o isolamento/cerco são
normalmente traçados ao longo dos acidentes do terreno facilmente identificáveis, de
tal modo que seja evitada a divisão de responsabilidade por acidente capital do terreno.
(7) Poder de combate
(a) A definição do poder de combate necessário para a conquista ou
ocupação dos objetivos que permitem isolar/cercar uma localidade, depende da
quantidade de objetivos estabelecidos e se estes estão ocupados pelo inimigo. Para
tanto deve ser considerado o seguinte:
1) Para o Atq Pcp: considerar “n + 1” Pelotões de Fuzileiros como a
dosagem mínima para a conquista ou ocupação dos objetivo na sua Z Aç (sendo “n“ o
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Número de objetivos a ocupar ou o número de posições inimigas existentes nessas
regiões;
2) Para o Atq secundário: considerar como dosagem ideal a mesma do
Atq Pcp, admitindo-se, no entanto, a dosagem de “n“ Pelotões de Fuzileiros para as
ações; e
3) Reserva: devido a descentralização das ações e a possibilidade de ter
que atuar em mais de uma direção impõe a necessidade de uma reserva no mínimo
compatível [ Cia Fuz (-) ].
(b) Para a conquista ou ocupação dos objetivo de isolamento/cerco, o ideal
é que cada via terrestre ou Via A que conduz a localidade seja bloqueada por um Pel
Fuz. Como em diversas situações isso não será possível, deve-se procurar posições
que bloqueiem mais de uma via terrestre ou Via A economizando meios. Se ainda
assim isso não for possível, deve-se deixar nessa P Bloq frações reforçadas por armas
de apoio.
c. Investimento
(1) Decisão
(a) Na escolha da melhor L Aç para o ataque a uma localidade devem ser
considerados os seguintes fatores:
1) Conquista da orla anterior e posterior;
2) Surpresa;
3) Convergência de esforços;
4) Simplicidade;
5) Segurança;
6) Obstáculos;
7) Posições para armas de tiro direto fora da área edificada;
8) Frentes das unidades de primeiro escalão através da área edificada; e
9) Constituição de reservas.
(b) A decisão do Cmt não difere das decisões comuns do ataque. Deve
regular apenas a operação de conquista da localidade e conter, se for o caso, a sua
intenção sobre o prosseguimento. Devem ser focalizados, essencialmente, os
seguintes pontos:
1) Objetivo a conquistar;
2) Direções de atuação;
3) Ataque principal; e
4) Elementos executantes e demais medidas de coordenação e controle,
como ponto de ligação, linha de controle, limites e direção de progressão.
(2) Objetivos
(a) Quanto à sua posição relativa, os objetivos podem estar situados:
1) Na orla anterior, permitindo ao atacante reajustar seu dispositivo,
cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o controle, tendo em vista a
progressão na localidade;
2) Na orla posterior, caracterizando a ultimação da limpeza da
localidade, possibilitando, de acordo com a situação, o reajustamento e os
reconhecimentos para o desembocar da localidade, no prosseguimento das operações;
3) No interior da área edificada, buscar atender às necessidades de
segurança, limpeza e coordenação:
- Quanto à segurança os objetivos podem estar situados sobre regiões na
localidade que, em virtude de seu comandamento e situação face à progressão do
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Escalão de ataque, exerça marcante ameaça sobre as tropas que progridam por Via A
adjacentes. Sua conquista, portanto, proporciona a segurança necessária a outras
peças de manobra;
- Quanto à limpeza de área os objetivos podem ser localizados em
instalações de administração e utilização pública (serviços essenciais), cuja
manutenção seja importante para o prosseguimento das operações como controle
populacional, segurança da tropa, utilização de recursos locais. Há que se considerar,
todavia, que esta marcação estará condicionada a disponibilidade de peças de
manobra para permanecer na manutenção do objetivo;
- Quanto à coordenação sua marcação diz respeito às regiões que
imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como às
necessidades do comandante do batalhão em sincronizar as posições das peças de
manobra com as possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança do escalão
de ataque), reservas e apoio logístico. Os objetivos exclusivamente de coordenação
podem ser substituídos por linhas de controle (redução do tempo de parada e do
adensamento de tropa).
(b) Caso a Bda marque apenas os objetivos da orla posterior, o Cmt Btl
marcará os objetivos na orla anterior e optará ou não pela marcação de objetivos no
interior da localidade. A obrigatoriedade de assinalação de objetivo na orla anterior se
justifica pela marcante mudança de ritmo da operação associada às imposições de
segurança, uma vez que, as Via A de abordagem da localidade são interdependentes
por força das estreitas frentes atribuídas às peças de manobra de 1º escalão. Caso a
Bda marque a localidade como um todo à guisa de objetivo, caberá ao Btl marcar tanto
os objetivos da orla anterior como os da orla posterior, optando ou não pela marcação
de objetivo no interior da localidade. A manutenção de objetivo, após conquista,
reorganização e consolidação, é impositiva nos objetivos da orla posterior (finais) e
intermediários (de limpeza e de segurança).
(3) Direções - No interior da área edificada as direções podem ser balizadas
por ruas ou edifícios destacados. Normalmente, as ruas serão utilizadas para esse
balizamento quando sua orientação longitudinal assim o indique e quando a localidade
for densamente construída. Os edifícios ou pontos nítidos mais destacados serão
referenciados em zonas menos densamente edificadas, as quais permitam sua boa
visualização a distância, assim como em zonas onde o arruamento não apresente uma
mínima regularidade geométrica.
(4) Ataque principal - O ataque principal de uma força cuja a missão seja
investir sobre uma localidade é determinado em função dos seguintes fatores:
(a) Para conquista de objetivos na orla anterior:
1) Regiões que melhor retiram a observação terrestre e os fogos
diretos do inimigo sobre as Via A para a abordagem da localidade, função do grau de
mascaramento e dominância oferecido pelo terreno e edificações; e
2) Regiões que abrem prosseguimento para o interior da localidade em
melhores condições, em virtude, principalmente, da favorabilidade relativa das Via A de
prosseguimento.
(b) Para conquista de objetivos na orla posterior:
1) Regiões que melhor caracterizam a ultimação da limpeza da
localidade definido pelos quarteirões mais avançados, edificações e terreno
dominantes e pela densidade das construções; e
(7) Limites
(a) A observação restrita e as dificuldades de controle e coordenação
tornam necessário marcar limites até o escalão pelotão inclusive. A marcação de
limites evita que as unidades amigas se ataquem, facilita o apoio mútuo e assegura o
vasculhamento de todas as construções da área edificada.
(b) Na zona densamente construída, os limites passarão, normalmente, por
um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na Z Aç de uma das unidades
vizinhas.
(c) Nas demais zonas da área edificada, os limites passam por dentro dos
quarteirões, pelos quintais, de sorte que ambos os lados da rua ficam incluídos na Z Aç
de uma unidade.
(8) Poder de combate
(a) Para a determinação do poder de combate a ser empregado no
investimento são utilizadas como base as frentes normais atribuídas às Cia e Pel, como
consta no subitem 6).
EXECUÇÃO
a. O ataque se desenvolve nas três fases em que foi planejado. Não há, quanto
à execução, separação nítida nem demora prolongada entre a segunda e terceira fase.
Uma vez conquistada a aérea de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a
terceira fase, como natural prosseguimento da segunda. O Cmt intervém no combate
como em outras operações ofensivas.
b. Isolamento da localidade (primeira fase) - A conquista dos objetivos de
isolamento é feita nos mesmos moldes que um ataque em terreno normal. O Cmt da
tropa que planeja esta fase da operação deve prever um dispositivo, nos objetivos de
isolamento, que permita a segurança em todas as direções, de modo a que possa
cumprir eficientemente a sua missão.
c. Conquista da área de apoio (segunda fase)
(1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição organizada
em terreno normal.
(2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à vistas, campos de
tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade se fará sob a proteção de fogos
intensos de morteiros, metralhadoras, artilharia, carros de combate, mísseis e aviação.
Emprega-se fumígenos com frequência, seja para cegar observatórios, seja para
encobrir movimentos em terreno descoberto.
(3) Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de ataque deve ser
reorganizado de sorte a permitir:
(Coletânea de Manuais/ Emprego Tático.................................................71 /
99)
(a) O reajustamento do dispositivo das pequenas unidades, particularmente
no nível pelotão, visando constituir as equipes de infantaria-carros-armas de apoio;
(b) Deslocamento das armas de apoio e das reservas para a orla da
Localidade;
(4) A permanência na área de apoio deve ser reduzida ao mínimo
estritamente necessário a essa reorganização.
d. Progressão no interior da localidade (terceira fase) - nessa fase, as ações
se descentralizam para os comandos subalternos, até o escalão pelotão e, muitas
vezes, grupo de combate. A progressão é lenta e coberta pelo fogo. O escalão de
ataque normalmente, evita progredir pelas ruas, porque são batidas pelos fogos
inimigos. Sua progressão será feita através de quintais ou de quarteirões, através dos
prédios, por brechas abertas nas paredes, ou pelos telhados. As ruas transversais,
mesmo que não tenham sido designadas como linhas de controle, apresentam às
pequenas frações uma ocasião de reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir
para a conquista do quarteirão seguinte.
As reservas devem progredir o mais à frente que for possível, para permitir maior
segurança ao escalão de ataque, não apenas nos flancos, mas, também, à retaguarda,
pela ocupação de prédios já conquistados, para impedir a sua retomada pelo inimigo.
Os CC atuam como armas autopropulsadas e anticarro, em reforço aos menores
escalões. Esta fase oferece inúmeras possibilidades de surpresa e de riscos para o
atacante, não só pela localização das armas da defesa em locais imprevisíveis e
difíceis de determinar, como, também pelo abundante emprego, por parte do defensor,
de minas, armadilhas e demolições preparadas, e pela utilização de Via A
subterrâneas, ao nível do solo, através dos andares dos prédios e, mesmo, pelos
telhados.
e. Limpeza
(1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita, casa a casa,
quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que progride, permitindo
assim que a reserva esteja em condições de emprego numa missão qualquer.
(2) Poderão ocorrer situações em que a limpeza da área edificada não será
realizada pelas forças em 1º escalão, e sim pelas tropas de acompanhamento. Como
exemplos, pode-se citar a conquista de um acidente capital no interior da localidade
como ponte ou nó rodoviário, o qual poderia ser destruído pelo inimigo caso houvesse
tempo suficiente após o início do ataque ou em localidade fracamente defendida, cujo
interesse maior é a conquista de objetivos na orla posterior. Uma forma de se cumprir
essa missão é o movimento em força do escalão de ataque embarcado, no interior da
localidade, por dois eixos de progressão. As frações testa de cada elemento
reconhecem seus eixos imediatamente antes da passagem dos demais. Ao ser
estabelecido o contato, parte dos elementos desembarcam para garantir o
prosseguimento dos demais. Uma vez conquistado o objetivo o escalão de ataque
estabelece um dispositivo de defesa circular, ampliando suas dimensões até a
conquista do terreno adjacentes que comprometa sua segurança. As resistências
desbordadas são limpas pela reserva.
(3) É imprescindível que todos os prédios sejam completamente vasculhados
para evitar que focos de resistência não eliminados venham a constituir ameaça ou
envolver as linhas de comunicações, suprimento, evacuação bem como reservas de
apoio. Quer se penetre num prédio pelo telhado, por um andar de edifício (através de
brechas nas paredes, por exemplo) ou ao nível do solo, o vasculhamento deverá,
sempre, se processar do alto para baixo.
c. TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO
(1) Olhar Americano: é uma técnica que consiste em realizar observações de
uma posição mais baixa. Para isso, o observador deverá posicionar-se atrás de um
anteparo e deitar-se no chão. Com o auxílio das mãos e dos pés, deve-se erguer o
corpo, o suficiente para deixá-lo sem contato com o solo, projetá-lo em um movimento
baixo e rápido. A observação deverá ser veloz e eficiente, pois uma demora poderá
denunciar a posição de quem observa. É necessário colocar o armamento no chão, ao
lado do corpo, e a silhueta do combatente não deverá ser projetada além do anteparo,
para não denunciar a sua posição (Fig 2).
(4) Observação com Espelho: esta técnica possibilita a observação sem que
haja necessidade de exposição da silhueta ao fogo inimigo (Fig 8).
(5) Varredura Dinâmica: esta técnica permite que um cômodo seja observado
por apenas um atirador. O militar fica próximo da porta (Fig 9 e 10), realizando um
movimento, na direção que lhe permita vasculhar todo o compartimento.
POSIÇÕES DE TIRO
a. POSIÇÕES DE TIRO
- As posições de tiro deverão ser as mais abrigadas possíveis. Se um Pel está
atacando, defendendo ou realizando operações retrógradas, seu sucesso ou fracasso
dependerá da precisão de tiro individual dos combatentes e da habilidade de ocultar-se
do inimigo, reduzindo ao mínimo a sua exposição. Por conseguinte, o militar tem de
buscar imediatamente e corretamente usar as posições de tiro.
b. POSIÇÃO DE TIRO INOPINADA
(1) Uma posição de tiro inopinada normalmente é ocupada no ataque ou nas
fases iniciais da defesa. É uma posição da qual o militar pode alvejar o inimigo
enquanto usa a coberta disponível para proteção contra o fogo inimigo. O militar pode
ocupar essa posição voluntariamente ou pode ser forçado a fazê-lo em função do fogo
inimigo. Em qualquer dos casos, a posição não estará preparada antes da ocupação.
Locais que podem ser posições de tiro inopinadas mais comuns em uma área edificada
e as técnicas para ocupá-las são: esquinas de construções, obstáculos, paredes,
janelas, seteiras e topo de telhados.
(2) Esquinas de construções: provê abrigo para uma posição de tiro
inopinada, se usada corretamente.
(a) O atirador, seja destro ou canhoto, deve ser capaz de atirar com a sua
arma apoiada em ambos os ombros, para poder usar eficazmente a esquina.
(b) Um erro comum é executar o tiro com a arma apoiada no ombro interno
(em relação a proteção dada pela esquina), que deveria ficar oculto e protegido pela
esquina. Isto expõe, mais do que o necessário, o corpo do atirador ao fogo inimigo.
Atirando do ombro mais conveniente (o externo), o atirador reduz a sua exposição.
REFERÊNCIAS
EB70-CI-11.408, 2 Ed 2017
2. DEFENSIVA
Considerações Iniciais
As Op Def, em seu sentido mais amplo, abrangem todas as ações que oferecem
certo grau de resistência a uma força atacante.
Os graus de resistência oferecidos a uma força atacante são os seguintes:
a) Defender – ação tática que implica empregar uma força para conservar a
posse de uma área ou para conservar a integridade de uma unidade ou conjunto de
unidades, por meio do estabelecimento de uma posição defensiva.
b) Retardar – ação tática que implica trocar espaço por tempo, obrigando o
inimigo a desdobra-se e a manobrar, procurando infligir-lhe o maior desgaste possível,
sem que a força que retarda se engaje decisivamente no combate.
c) Vigiar – ação tática que visa proporcionar segurança à determinada região ou
força, pelo estabelecimento de uma série de postos de observação, complementados
por adequadas ações, que procuram detectar a presença do inimigo assim que o
mesmo entre no raio de ação ou campo dos instrumentos do elemento que executa a
vigilância. Não se destina à manutenção de terreno ou à destruição do inimigo.
São dois os tipos de operações defensivas: defesa em posição e movimento
retrógrado. Normalmente, ambos os tipos se combinam entre si. Em cada um deles
(Coletânea de Manuais/ Emprego Tático.................................................90 /
99)
alternam-se elementos estáticos e dinâmicos, que proporcionam a constante e flexível
atividade que caracteriza a defensiva.
1) Defesa em posição – operação realizada para deter a progressão do inimigo,
em uma área previamente organizada, resistindo a um ataque inimigo ou destruindo
suas forças. Pode ser executada com base em duas formas de manobra: a defesa de
área e a defesa móvel
a. Defesa de área: tem por objetivo a manutenção ou o controle de uma
determinada região específica, por um determinado período de tempo. O comandante
deve tomar por base a capacidade dos fogos e das forças empregadas na área de
defesa avançada (ADA), para engajar e repelir o atacante.
b. Defesa móvel: emprega uma combinação de ações ofensivas, defensivas
e retardadoras. Nela o comandante utiliza um menor poder de combate à frente, na
ADA, e vale-se da manobra, dos fogos e da organização do terreno para recuperar a
iniciativa. A defesa móvel (Def Mv) visa à destruição das forças inimigas e, para isso,
apoia-se no emprego de forças ofensivas dotadas de elevada mobilidade e poder de
choque (forças blindadas).
2) Movimento retrógrado – movimento tático para a retaguarda, de forma
organizada, a fim de se evitar um combate decisivo, sob condições desfavoráveis, que
possa comprometer a integridade da força. Pode ser executada com base em três
formas de manobra: ação retardadora; retraimento e retirada.
a. Ação retardadora: é um movimento retrógrado, no qual uma força
terrestre, sob pressão, troca espaço por tempo, procurando infligir ao inimigo o máximo
de retardamento e o maior desgaste possível, sem se engajar decisivamente no
combate. Na execução de uma ação retardadora (Aç Rtrd), o mínimo de espaço é
trocado pelo máximo de tempo.
b. Retraimento: é um movimento retrógrado, por meio do qual o grosso de
uma força engajada rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do
escalão superior. Parte das forças permanece em contato, para evitar que o inimigo
persiga o grosso das forças amigas e infligir-lhe danos, pelo fogo e por uma manobra
adequada. O retraimento (Ret) pode ser diurno ou noturno, podendo, ainda, ser
executado sob pressão ou sem pressão do inimigo. É preferível que o retraimento seja
conduzido durante a noite ou sob condições de reduzida visibilidade.
c. Retirada: é um movimento retrógrado realizado sem contato com o
inimigo, com a finalidade de evitar um combate decisivo, em face da situação existente.
Pode ser executada em seguida a um retraimento ou quando não houver contato físico
com o inimigo.
Fundamentos da Defensiva
Considerações Iniciais
Medidas de Planejamento
a. Organização da Defesa
1) A defesa é escalonada em três áreas: área de segurança, área de defesa
avançada (ADA) e área de reserva. A posição defensiva é composta pela área de
defesa avançada e pela área de reserva. O pelotão de fuzileiros pode ser empregado
em qualquer das três áreas citadas.
2) Área de segurança
a) A área de segurança está localizada entre o limite anterior da área de
defesa avançada (LAADA) e a posição dos elementos de segurança. As forças que
guarnecem esta área constituem o escalão de segurança.
b) A missão do escalão de segurança é dar o alerta oportuno da
aproximação do inimigo, retardar e desorganizar sua progressão, impedir a observação
terrestre e os fogos diretos sobre a ADA, iludir o inimigo quanto à verdadeira
c. Medidas Defensivas
1) Segurança aproximada
a) O sistema de segurança aproximada é estabelecido pelas companhias de
fuzileiros da ADA, consistindo em postos de vigia/escuta e patrulhas de ligação,
lançados até 500 metros à frente do LAADA.
b) Normalmente, a companhia determina que cada pelotão de fuzileiros em
primeiro escalão destaque um posto de vigia/escuta à frente de sua posição, composto
por dois a quatro homens. Em princípio, os vigias são substituídos de duas em duas
horas e deverão estar em dupla à noite. Meios de comunicações devem ligar o posto
ao pelotão.
c) O posto de vigia (diurno) se localiza cerca de 400 metros à frente do
LAADA. Sua missão é dar o alerta da aproximação de tropas inimigas, sem se engajar
pelo fogo, exceto para sua autodefesa.
d) O posto de escuta, estabelecido à noite, tem sua localização recuada
para cerca de 200 metros à frente do LAADA. Tal posicionamento coincide com a
provável linha de desenvolvimento dos ataques noturnos inimigos.
e) A companhia lança, ainda, patrulhas de ligação, no valor esquadra, para
estabelecer contato com os postos de vigia/escuta e cobrir os intervalos e flancos da
posição defensiva da subunidade. Normalmente, isso é encargo do pelotão reserva.
Fogos na defensiva
2) Apoio de Fogo
a) Classificação dos Fogos na Defensiva
(1) Fogos longínquos – planejados para bater o inimigo o mais longe
possível a fim de retardar a sua progressão, sendo constituídos, normalmente, pelos
fogos dos postos avançados de combate e dos morteiros e artilharia.
(2) Fogos defensivos aproximados – planejados para desorganizar o
ataque inimigo, antes do assalto, sendo constituídos pelos fogos da ADA e
desencadeados a partir de linhas de acionamento, que coincidem com o alcance de
utilização de cada armamento, observando as limitações topotáticas impostas pelo
terreno.
(3) Fogos de proteção final – planejados para repelir o assalto
inimigo, sendo constituídos pelos fogos da ADA e desencadeados a partir da linha de
proteção final (LPF), que coincide com a posição de assalto inimiga (cerca de 100 a
200 metros à frente do LAADA). A artilharia e os morteiros desencadeiam as suas
barragens.
(4) Fogos no interior da posição – planejados para limitar as possíveis
penetrações inimigas e apoiar os nossos contra-ataques, sendo desencadeados no
interior dos núcleos de defesa e de seus intervalos.
(Coletânea de Manuais/ Emprego Tático.................................................97 /
99)
Fig 32. Fogos na defensiva
Construção de Obstáculos
10) Caso o inimigo logre êxito no seu ataque e penetre no núcleo de defesa, o
comandante do pelotão deve envidar todos os esforços para limitar a penetração
inimiga, solicitando apoio de fogo à companhia e mantendo suas posições até a
1) Seção AC
(a) A seção AC pode permanecer em ação de conjunto ou, em função dos
fatores da decisão, o comandante da companhia pode empregar uma ou duas peças
em apoio direto ou reforço aos pelotões do LAADA, ocupando posições dentro dos
núcleos de defesa. Esta conduta ocorre também, frequentemente, para evitar acúmulo
de peças de apoio na mesma região.
(b) A descentralização das peças em apoio direto ou reforço pode ocorrer
quando: os setores de tiro e de observação forem compartimentados; uma parte do
dispositivo for mais vulnerável à ataques de blindados; ou for determinada uma direção
mais provável de aproximação do inimigo.
(c) Normalmente as peças são colocadas em reforço aos pelotões de fuzileiros
em cujo núcleo de defesa se instalaram quando: o tempo para instalação for limitado,
não permitindo uma coordenação segura; os meios de comunicações são precários; ou
a tropa se instala defensivamente em contato com o Ini.
(d) Quando houver necessidade de proteção anticarro, uma ou mais peças
podem ser colocadas em reforço aos postos avançados de combate.
2) Seção de morteiros
(a) Sempre que possível, quando os setores de tiro e a observação não são
limitados, o fogo e o controle mais eficazes são obtidos pelo emprego dos morteiros
em ação de conjunto. Assim, o comandante de companhia pode dispor da seção a
qualquer momento, obtendo fogos mais eficazes.
(b) Quando a companhia for responsável pelos postos avançados de combate a
seção pode ser empregada no apoio aos mesmos. A principal consideração que irá
condicionar a forma de emprego e a ocupação de posições suplementares para apoiar
os postos avançados de combate é o alcance de utilização do material e a
necessidade de bater o inimigo o mais à frente possível:
((1)) Quando estes postos estiverem muito distantes da ADA, a seção poderá
reforçá-los, para assegurar melhor apoio e permitir o desencadeamento dos fogos
longínquos. Nesta situação, a seção se instalará no interior das posições dos postos
avançados de combate.
((2)) Quando os postos avançados de combate estão próximos da ADA, a
seção pode ser instalada em posições suplementares, na orla da posição defensiva.
Essa missão deve terminar a tempo de permitir que as peças sejam deslocadas para
as suas posições de tiro, a fim de apoiar a defesa da ADA.
Conduta na Defesa
Mudança de Posição
REFERÊNCIAS